Paixão avassaladora
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Sobre este e-book
Jack tinha começado um processo de se¬dução para conquistar Ellie a qualquer preço, por muito que ela estivesse em¬penhada em resistir... Até que provou o sabor da paixão e soube que queria mais. Mas, o que é que Jack estava dis¬posto a dar-lhe?
Amanda Browning
Amanda Browning began writing romances when she left her job at the library and wondered what to do next. She remembered a colleague once told her to write a romance, and went for it. What is left of her spare time is spent doing gardening and counted cross-stitch, and she really enjoys the designs based on the works of Marty Bell. Amanda is happily single and lives in the old family home on the borders of Essex, England.
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Paixão avassaladora - Amanda Browning
Editado por Harlequin Ibérica.
Uma divisão de HarperCollins Ibérica, S.A.
Núñez de Balboa, 56
28001 Madrid
© 2002 Amanda Browning
© 2019 Harlequin Ibérica, uma divisão de HarperCollins Ibérica, S.A.
Paixão avassaladora, n.º 685 - agosto 2020
Título original: A Shocking Passion
Publicado originalmente por Harlequin Enterprises, Ltd
Reservados todos os direitos de acordo com a legislação em vigor, incluindo os de reprodução, total ou parcial.
Esta edição foi publicada com a autorização de Harlequin Books S.A.
Esta é uma obra de ficção. Nomes, carateres, lugares e situações são produto da imaginação do autor ou são utilizados ficticiamente, e qualquer semelhança com pessoas, vivas ou mortas, estabelecimentos de negócios (comerciais), feitos ou situações são pura coincidência.
® Harlequin, Sabrina e logótipo Harlequin são marcas registadas propriedades de Harlequin Enterprises Limited.
® e ™ são marcas registadas por Harlequin Enterprises Limited e suas filiais, utilizadas com licença.
As marcas em que aparece ® estão registadas na Oficina Española de Patentes y Marcas e noutros países.
Imagem de portada utilizada com a permissão de Harlequin Enterprises Limited.
Todos os direitos estão reservados.
I.S.B.N.: 978-84-1348-540-9
Conversão ebook: MT Color & Diseño, S.L.
Sumário
Créditos
Capítulo 1
Capítulo 2
Capítulo 3
Capítulo 4
Capítulo 5
Capítulo 6
Capítulo 7
Capítulo 8
Capítulo 9
Capítulo 10
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Capítulo 1
Ellie Frazier não se importava de esperar. Sobre a sua cabeça brilhava um céu azul sem uma única nuvem e diante dela estendia-se o imenso mar azul. Ali deitada, com o sol aquecendo os seus braços e pernas, deixou-se envolver pelo ambiente bucólico do clube náutico Marina Piccola, com o seu impressionante desfile de iates, enquanto esperava por Paul.
Ficou alerta com os olhares de admiração de vários homens, mas não se dignou a responder a nenhum deles. Naquele momento não se sentia com vontade para uma aventura banal e muito menos para manter uma nova relação como as que tinha mantido ao longo dos seus vinte e seis anos. A verdade era, pensou, que os homens se sentiam atraídos por ela como os insectos pela luz. O seu cabelo ruivo agora coberto por um largo chapéu de palha chamava a atenção, assim como os enormes olhos cinzentos bordados por largas pestanas e os seus lábios carnudos. A isso teria que acrescentar a sua esbelta figura de curvas marcadas. No entanto, tudo aquilo era pura casualidade, parte de sua herança genética, o legado dos seus antepassados escandinavos, por isso nunca o tinha considerado um mérito próprio.
De facto, em certas ocasiões pensava que a mãe natureza tinha-lhe feito um fraco favor ao torná-la bonita. Aquilo ficou bem claro quando descobriu que o homem que ela pensava que a amava não tinha coração. Nunca a tinha amado de verdade. De facto, durante o curto espaço de tempo que tinham sido um casal, parecia que a palavra «fidelidade» não figurava no vocabulário dele. Depois de tentar compreendê-lo, finalmente Ellie tinha-se apercebido que não gostava dele e também não o amava, por isso terminou aquela relação unilateralmente. Ele era a razão pela qual tinha decidido boicotar a reunião familiar na casa de campo em Capri naquele ano. A última coisa que queria era ter que suportar a sua companhia durante várias semanas. Por desgraça, no entanto, Luke tinha-se comprometido e queria a sua presença.
Luke Thornton era o homem por quem tinha desperdiçado tanto tempo e energias. E pensar que na sua adolescência tinha-o idolatrado! Como pôde ter estado tão cega? Várias pessoas tentaram fazer-lhe ver que não era o homem adequado para ela, mas Ellie tinha-o colocado num pedestal.
Luke era o irmão do meio de três. Paul com trinta anos era o mais jovem, enquanto que o mais velho, de trinta e seis, era Jack. A mãe de Ellie tinha-se casado com o seu pai quando ela tinha dez anos. Desde menina que admirava Luke como um herói e na adolescência aquilo tinha-se convertido numa paixão monumental. Tinha chegado ao extremo de fazer um curso de modelo só porque ele era fotógrafo. O seu terno coração de adolescente tinha suspirado por ele, tinha-o amado incondicionalmente, mas as coisas já não eram assim. Por sorte, a ferida não tinha sido profunda, a prova de que no fundo não era amor de verdade, mas tinha sido um duro golpe para o seu orgulho. A lição tinha sido dura, mas valiosa.
O seu romance tinha durado apenas uns meses e tinha sido mantido em segredo, nas costas da família. No princípio ela pensou que não a queria partilhar com ninguém e aquilo tinha acrescentado um pouco de emoção à aventura, mas mais à frente, tinha descoberto que os seus motivos eram outros. Luke gostava de fazer coisas que a família não aprovava e, evidentemente, se soubessem teriam desaprovado a sua relação com ela. Embora a ideia de permitir brincar com os seus sentimentos e sair impune ferisse o seu amor-próprio, Ellie não tinha a intenção de revelar à sua família o que aconteceu entre eles. Não queria que ninguém soubesse a estúpida que tinha sido.
Ficava magoada só de pensar no seu comportamento infantil. Luke comportava-se como se ela nem sequer existisse, mas não se importava e continuava a amá-lo. E, apesar de na universidade ter conhecido vários rapazes e de ter saído com alguns, chegando mesmo a ter duas relações mais ou menos sérias, em segredo esperava ainda por Luke, que desfrutava da sua meteórica carreira.
Sem abandonar a esperança de que um dia repararia nela, Ellie, aproveitando a sua destreza com a agulha, converteu-se em restauradora de tapetes, um trabalho que era o seu orgulho. Luke mal visitava a família, só os via unicamente um par de vezes por ano, mas aquilo tinha chegado para manter viva a chama no interior de Ellie. Então, no Natal, os seus caminhos cruzaram-se numa festa benéfica em Londres e os seus sonhos tinham-se tornado realidade, finalmente.
Ao olhar para ele, reparou que finalmente a via como uma mulher, não como a sua irmã mais nova. Quando utilizou as suas armas de sedução, ela rendeu-se a seus pés. Converteram-se em amantes. Luke tinha-lhe dito que sempre a tinha amado, mas que tinha esperado pacientemente que crescesse. Ellie sentiu que estava no paraíso. Somente mais tarde compreendeu que ele tinha planeado aquela campanha cuidadosamente e que tinha escolhido o momento exacto.
No entanto, apesar de desde muito cedo ter comprovado que não era o que tinha esperado, tiveram que passar dois meses de infidelidades para que abrisse os olhos. Apenas a usava, jamais a tinha amado. Ela havia sido unicamente uma base segura no meio de muitas outras mulheres.
Nesse momento, Ellie tinha reconhecido, por fim, que não o amava, que apenas tinha sido uma ilusão. Foi como uma revelação, aperceber-se que não se tinha apaixonado por aquele homem. Na realidade, tinha sido o seu amor-próprio que tinha exigido que pusesse fim à relação. Já não era uma adolescente, era uma mulher que tinha tirado os óculos cor-de-rosa que a enganavam.
Quando disse a Luke que tudo tinha terminado, ele sorriu e disse-lhe que voltaria para ele porque lhe pertencia e os dois sabiam isso. Ela respondeu que não era o brinquedo de ninguém. Ele tinha ficado furioso. Não estava acostumado a que as mulheres o deixassem, era ele quem as deixavas. Desprezando-o mais que nunca, Ellie tinha-se afastado dele sem olhar para trás. E, a verdade é que, seis meses depois, não estava arrependida. Deixar Luke tinha sido a decisão mais acertada da sua vida.
Levantou a mão para agarrar a medalha de esmeralda que pendia no seu pescoço e acariciou-a como se fosse um talismã. Não ia para nenhum sítio sem ela. Tinha pertencido à sua avó e era de supor que traria sorte no amor a quem a usasse, mas, até à data, tinha falhado. Começava a duvidar que tivesse algum poder.
A notícia do compromisso de Luke deixara-a surpreendida. O Luke que ela tinha conhecido amava demasiado a liberdade para se prender a uma única mulher. Claro que, às vezes, aconteciam coisas estranhas, pensou. Talvez se apaixonasse a sério. Fosse qual fosse a razão, tinha que mudar os seus planos por culpa dele. Sabia que se não aparecesse, Luke pensaria que ainda sentia algo por ele e que estava magoada. Além disso, a família quereria saber por que não tinha comparecido a uma ocasião tão importante, por isso na noite anterior tinha telefonado para a casa de campo com a esperança que a sua mãe respondesse ao telefonema.
No entanto, Paul era o único que estava na casa, o que era preferível em vez de ser Jack a atender o telefonema. Ellie chamava a Jack «a besta negra», porque estava sempre a atormentá-la e a gozar com a sua paixão de adolescente por Luke. Enfim, disse afastando-o da sua mente, Paul tinha ficado contente ao saber que ia ter com eles e tinha prometido que a ia buscar. Chegava um pouco tarde, disse Ellie olhando para o seu relógio, mas não era de estranhar. Paul era um perito em vulcões e, sem dúvida, estaria diante do seu computador recolhendo dados e tinha-se esquecido totalmente dela. Ellie sorriu com malícia.
Não se importava de esperar. Colocou-se cómoda e passeou o olhar pelo porto. Durante as férias escolares iam para ali todos os anos e sempre tinha gostado daquele lugar.
De repente, o ruído surdo de um motor irrompeu na calma do lugar. Ellie virou a cabeça. Um Ferrari preto estava a estacionar na baía. Os olhos da rapariga abriram-se de par em par ao ver sair o seu dono; um homem de cabelo escuro, tirou os óculos de sol e atirou-os descuidadamente sobre o tablier. Era o tipo de gesto que indicava riqueza e uma exagerada confiança em si mesmo, algo que a maioria dos homens ansiava, mas poucos chegavam a conseguir. Claro que, naquele homem, parecia algo natural, o que resultava tremendamente sedutor. Curiosa, Ellie levantou-se, ficando sentada para o observar melhor, mas estava demasiado longe para o ver bem, sobretudo com a bruma levantada à distância pelo calor do sol.
Algo na sua postura, com as mãos nas ancas, olhando em todas as direcções parecia procurar algo ou alguém. Ficou com uma estranha sensação no estômago. Talvez fosse a forma como as calças ficavam ajustadas às pernas, enaltecendo os músculos, ou a camisa azul de seda que trazia, com as mangas enroladas e os primeiros botões desabotoados.
– Diabo! – exclamou em voz baixa. Indiscutivelmente, era o expoente perfeito da fisiologia masculina. Era a primeira vez que um homem, além de Luke, despertava nela tal interesse. Tinha pensado que não voltaria a sentir-se atraída por mais ninguém, mas era como se a sua sensualidade, à semelhança dos vulcões de Paul, não estivesse morta, mas sim adormecida. Foi como se uma nuvem negra se afastasse e deixasse passar a luz do sol no seu interior.
O homem, ignorando que estava a ser observado, virou-se ao ouvir que alguém o chamava, dirigiu-se a um edifício próximo e desapareceu no seu interior. Ellie voltou a recostar-se com um sorriso nos lábios. Era estranho como tinha demorado tanto em voltar a reagir daquele modo perante um homem. Devia ter a verdadeira essência da masculinidade para ter acelerado o ritmo do seu coração. Tinha aparecido no momento exacto, quando tinha totalmente a certeza que Luke já não significava nada para ela. Era uma sensação fantástica. A sua resposta tinha sido instantânea, mas a sensação de formigueiro ainda