Guimarães Rosa
Aspeto
Guimarães Rosa | |
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Nascimento | João Guimarães Rosa 27 de junho de 1908 Cordisburgo |
Morte | 19 de novembro de 1967 (59 anos) Rio de Janeiro |
Cidadania | Brasil |
Cônjuge | Aracy de Carvalho |
Alma mater |
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Ocupação | médico escritor, diplomata, esperantista, romancista, escritor, poeta, prosista, médico |
Prêmios |
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Obras destacadas | Grande Sertão: Veredas |
Causa da morte | enfarte do miocárdio |
João Guimarães Rosa (27 de junho de 1908 – 19 de novembro de 1967), foi um escritor mineiro. Foi membro da Academia Brasileira de Letras (ABL) e sua obra mais marcante foi "Grande Sertão: Veredas" (1956).
- "Falo: português, alemão, francês, inglês, espanhol, italiano, esperanto, um pouco de russo; leio: sueco, holandês, latim e grego (mas com o dicionário agarrado); entendo alguns dialetos alemães; estudei a gramática: do húngaro, do árabe, do sânscrito, do lituano, do polonês, do tupi, do hebraico, do japonês, do checo, do finlandês, do dinamarquês; bisbilhotei um pouco a respeito de outras. Mas tudo mal. E acho que estudar o espírito e o mecanismo de outras línguas ajuda muito à compreensão mais profunda do idioma nacional. Principalmente, porém, estudando-se por divertimento, gosto e distração."
- - trecho de carta-entrevista para sua prima Lenice Guimarães de Paula Pitanguy [1]
- - Citado em "Relembramentos, João Guimarães Rosa, meu pai: João Guimarães Rosa, meu pai" - Página 27, de Vilma Guimarães Rosa - Publicado por Nova Fronteira, 1983 - 457 páginas
- "Saudade é ser, depois de ter."
- - Citado em "Rosiana: uma coletânea de conceitos, máximas e brocardos de João Guimarães Rosa" - Página 68, de João Guimarães Rosa, Paulo Rónai - Publicado por Salamandra, 1983 - 93 páginas
- "O amor é sede depois de se ter bem bebido."
- - Noites do sertão: "Corpo de Baile" - Página 61, de João Guimarães Rosa - Publicado por J. Olympio, 1965 - 251 páginas
- "Esperar é reconhecer-se incompleto."
- - Tutaméia: terceiras estórias - Página 38, de João Guimarães Rosa - Publicado por Livraria J. Olympio, 1969 - 201 páginas
- "Infelicidade é questão de prefixo."
- - Tutaméia: terceiras estórias - Página 76, de João Guimarães Rosa - Publicado por Livraria J. Olympio, 1969 - 201 páginas
- "Quando escrevo, repito o que já vivi antes. E para estas duas vidas, um léxico só não é suficiente. Em outras palavras, gostaria de ser um crocodilo vivendo no rio São Francisco. Gostaria de ser um crocodilo porque amo grandes rios, pois são profundos como a alma de um homem. Na superfície são muitos vivazes e claros, mas nas profundezas são tranquilos e escuros como o sofrimento dos homens."
- - Entrevista a Giinter Lorenz, em janeiro de 1965, citado em "Uma cantiga de se fechar os olhos --": mito e música em Guimarães Rosa - Página 74, de Gabriela Reinaldo - Publicado por Annablume, 2005 ISBN 8574195693, 9788574195698 - 239 páginas
Grande Sertão Veredas
[editar]- "Mas quem é que sabe como? Viver... o senhor já sabe: viver é etcétera..."
- - Grande sertão: veredas - Página 90, de João Guimarães Rosa - Publicado por J. Olympio, 1958 - 571 páginas
- "Eu quase que nada não sei. Mas desconfio de muita coisa".
- - Grande sertão: veredas - Página 16, de João Guimarães Rosa - Publicado por J. Olympio, 1958 - 571 páginas
- "A colheita é comum, mas o capinar é sozinho."
- - Grande sertão: veredas - Página 57, de João Guimarães Rosa - Publicado por J. Olympio, 1958 - 571 páginas
- "Eu eu? Eu eu?"
- - Grande sertão: veredas - Página 82, de João Guimarães Rosa - Publicado por J. Olympio, 1958 - 571 páginas
- "A lembrança da vida da gente se guarda em trechos diversos, cada um com seu signo e sentimentos, uns com os outros acho que nem se mistura."
- - Grande sertão: veredas - Página 114, de João Guimarães Rosa - Publicado por Editora Nova Fronteira, 2005 - 624 páginas
- "Mire veja: sabe por que é que eu não purgo remorso? Acho que o que não deixa é a minha boa memória. A luzinha dos santos-arrependidos se acende é no escuro."
- - Grande sertão: veredas - Página 160, de João Guimarães Rosa - Publicado por Editora Nova Fronteira, 2005 - 624 páginas
- "Como é que posso com este mundo? A vida é ingrata no macio de si; mas transtraz a esperança mesmo do macio do meio do fel do desespero. Ao que, este mundo é muito misturado..."
- - Grande sertão: veredas - Página 237, de João Guimarães Rosa - Publicado por Editora Nova Fronteira, 2005 - 624 páginas
- "O que tivesse de ser, somente sendo. Não era nem o Hermógenes, era um estado de lei, nem dele não era, eu cumpria, todos cumpriam."
- - Grande sertão: veredas - Página 225, de João Guimarães Rosa - Publicado por Editora Nova Fronteira, 2005 - 624 páginas
- "Ao que naquele tempo, eu não sabia pensar com poder. Aprendendo eu estava? Não sabia pensar com poder - por isso matava."
- - Grande sertão: veredas - Página 362, de João Guimarães Rosa - Publicado por Editora Nova Fronteira, 2005 - 624 páginas
- "O correr da vida embrulha tudo, a vida é assim: esquenta e esfria, aperta e daí afrouxa, sossega e depois desinquieta. O que ela quer da gente é coragem."
- "As pessoas não morrem, ficam encantadas."
- "Passarinho que se debruça - o voo já está pronto!"
- "Pão ou pães é questão de opiniães."
- "Ah, não; amigo, para mim, é diferente. Não é um ajuste de um dar serviço ao outro, e receber, e saírem por este mundo, barganhando ajudas, ainda que sendo com o fazer a injustiça dos demais. Amigo, para mim, é só isto: é a pessoa com quem a gente gosta de conversar, do igual o igual, desarmado. O de que um tira prazer de estar próximo. Só isto, quase; e os todos sacrifícios. Ou - amigo - é que a gente seja, mas sem precisar de saber o por quê é que é."
- "Porque a cabeça da gente é uma só, e as coisas que há e que estão para haver são demais de muitas, muito maiores diferentes, e a gente tem de necessitar de aumentar a cabeça, para o total."
- "Mestre não é quem sempre ensina, mas quem de repente aprende."
- "Que Deus existe, sim, devagarinho, depressa. Ele existe - mas quase só por intermédio da ação das pessoas: de bons e maus. Coisas imensas no mundo. O grande-sertão é a forte arma. Deus é um gatilho?"
- ""Vida" é noção que a gente completa seguida assim, mas só por lei duma idéia falsa. Cada dia é um dia."
- "O senhor não esteve lá. O senhor não escutou, em cada anoitecer, a lugúmem do canto da mãe-da-lua. O senhor não pode estabelecer em sua ideia a minha tristeza quinhoã. Até os pássaros, consoante os lugares, vão sendo muito diferentes. Ou são os tempos, travessia da gente?"
- "Vivendo, se aprende; mas o que se aprende, mais, é só a fazer outras maiores perguntas."
- "Viver é negócio muito perigoso."
- "Raiva tampa o espaço do mêdo, assim como do mêdo raiva vem."
- "Conto o que fui e vi, no levantar do dia. Auroras."
Manuelzão e Miguilim
[editar]- "Miguilim, Miguilim, vou ensinar o que agorinha eu sei, demais: é que a gente pode ficar sempre alegre, alegre, mesmo com toda coisa ruim que acontece acontecendo. A gente deve de poder ficar então mais alegre, mais alegre, por dentro!"
- "— Dito, eu às vezes tenho uma saudade de uma coisa que eu não sei o que é, nem de donde, me afrontando..."
- "E Miguilim mesmo se achava diferente de todos. Ao vago, dava a mesma idéia de uma vez, em que, muito pequeno, tinha dormido de dia, fora de seu costume - quando acordou, sentiu o existir do mundo em hora estranha, e perguntou assustado: — 'Uai, Mãe, hoje já é amanhã?!'"
- "Um dia, tempos, Tio Terêz o levara à beira da mata, ia tirar taquaras. A gente fazia um feixe e carregava. '— Miguilim, este feixinho está muito pesado para você?'. '— Tio Terêz, está não. Se a gente puder ir devagarinho como precisa, e ninguém não gritar com a gente para ir depressa demais, então eu acho que nunca que é pesado...' "
A Terceira Margem do Rio
[editar]- "Sofri o grave frio dos medos, adoeci. Sei que ninguém soube mais dele. Sou homem, depois desse falimento? Sou o que não foi, o que vai ficar calado. Sei que agora é tarde, e temo abreviar com a vida, nos rasos do mundo. Mas, então, ao menos, que, no artigo da morte, peguem em mim, e me depositem também numa canoinha de nada, nessa água que não pára, de longas beiras: e, eu, rio abaixo, rio a fora, rio a dentro — o rio."
Sobre
[editar]- "Ele é um ícone da língua portuguesa, inventa o idioma ao mesmo tempo que constrói seus personagens. Não cheguei a ter dúvidas. Ela faz parte da minha vida pessoal. Guimarães Rosa é um profundo conhecedor da alma humana e o livro tem um diálogo com a morte, a coragem, os desejos. Algo que te dá mais intimidade contigo mesmo"
- -Lessa, sobre Grande Sertão: Veredas. http://www.saopaulo.sp.gov.br/sis/leimprensa.php?id=70133
Atribuídas
[editar]- - Citado em "Guimarães Rosa" - página 89, Eduardo de Faria Coutinho - Civilização Brasileira, 1983 - 579 páginas
- - Entrevista a Gúnther W. Lorenz como citado in: Caderno de fogo: ensaios sobre poesia e ficção - Página 60, Carlos Nejar - Escrituras Editora, 2000, ISBN 858630378X, 9788586303784, 135 páginas
Ver também
[editar]- Grande Sertão: Veredas (livro, 1956)
- O Diálogo de João Evangelista e João Guimarães Rosa: o Encontro do Evangelho com a Literatura - Minicurso do Centro Loyola de Fé e Cultura / PUC-Rio em NOV/2010 (em português)
- 24 Cartas de João Guimarães Rosa a Antonio Azeredo da Silveira (em português)