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Waltraut Munk

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Waltraut Johanna Maria Jacobovics Munk (Trieste, Império Austro-húngaro, atual Itália, 14 de maio de 1909 - Baden, Áustria, 30 de janeiro de 1978), também conhecida como Traute Jacobovics e pelo nome artístico Traute Janin foi uma atriz de teatro austríaca de origem judaica. Com a ascenção do nazismo na Europa, migrou para o Brasil onde viveu de 1938 até a década de 1970.[1]

Traute Janin iniciou sua carreira como atriz em 1934 no teatro no Teatro Alemão de Viena (Deutches Theather Wien), onde permaneceu até o ano seguinte. Em 1935, enquanto atuava no Teatro Municipal da Cidade de Viena, foi aprovada no exame para atuar como atriz profissional.[2][1]

Em 1937, aderiu às vanguardas e começou a trabalhar no teatro coletivo Die Insel (A ilha), também em Viena, que se dedicava a encenar peças de autores como Paul Claudel e Goldoni.[1]

Após a anexação da Áustria pela Alemanha, o Die Insel foi ocupado pela SS nazista em 12 de março de 1938, sendo obrigado a fechar as portas.[2]

Migração para o Brasil

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Diante da ameaça nazista, Waltraut Munk juntou-se ao chamado grupo Görgen, formado por pouco mais de 40 pessoas perseguidas pelo Partido do Nacional Socialismo por motivos raciais ou por integrarem a resistência política e religiosa. Liderado pelo historiador e professor alemão Hermann Mathias Görgen e apoiados por uma iniciativa diplomática negociada entre Brasil e Vaticano[3], o grupo migrou para o Brasil com vistos permanentes sob a justificativa de trabalhar na fábrica recém montada no município de Juiz de Fora, Minas Gerais, em nome do próprio Görgen.[4]

Em 11 de maio de 1941, a bordo do Vapor Cabo de Hornos, desembarcou no Rio de Janeiro, então capital do Brasil.

Não permanecendo na fábrica, Waltraut Munk passou a viver no Rio de Janeiro, onde dedicou-se à venda de artesanato. Em 1943, foi indicada pelo diretor Jacques Arndt e pelo escritor Kurt Pahlen para atuar no grupo Freie Deustche Bühne, em Buenos Aires, mas não conseguiu o visto necessário para entrar na Argentina.[1]

Atuação no Brasil

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No ano de 1946, Traute Janin passou a integrar o teatro Independente de Artistas Europeus, formado por um conjunto de doze atores e atrizes refugiadas no Rio de Janeiro.[1]

Pouco se sabe sobre a vida de Traute Janin no Brasil, porém na década de 1970, com a saúde frágil, foi levada por amigos na Áustria, onde morreu em 1978.[1][2]

Algumas peças em que atuou

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  • A pobreza (1946);
  • O albergue (1947);
  • Tempestade em Copo d'Água (1957).
Referências
  1. a b c d e f Beloch, Israel (2021). Dicionário dos refugiados do nazifascismo no Brasil: (ex)ílio. Petrópolis, RJ: Casa Stefan Zweig 
  2. a b c Trapp, Frithjof (1999). Biographisches Lexikon der Theaterkünstler. Col: Handbuch des deutschsprachigen Exiltheaters 1933-1945. München: K. G. Saur 
  3. Venancio, Ana Teresa A.; Facchinetti, Cristiana (junho de 2005). «"Gentes provindas de outras terras" – ciência psiquiátrica, imigração e nação brasileira». Revista Latinoamericana de Psicopatologia Fundamental: 356–363. ISSN 1415-4714. doi:10.1590/1415-47142005002011. Consultado em 26 de agosto de 2024 
  4. FACCHINETTI, Cristiana (2024). «La Fábrica INTEC: intelectuales, saberes y tecnologías en la huida del nazismo y en el refugio en Brasil (1938–1954)». Saberes globales y expertos locales en América Latina en el siglo XX. [S.l.]: WGB Academic. ISBN 978-3-534-64192-5