Raoul Hausmann
Raoul Hausmann | |
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Nascimento | 12 de julho de 1886 Viena |
Morte | 1 de fevereiro de 1971 (84 anos) Limoges |
Cidadania | Áustria, Alemanha |
Ocupação | fotógrafo, escritor, escultor, pintor, poeta, ilustrador, artista visual, visual poet, collagist, jornalista, etnologista |
Movimento estético | dadaísmo |
Raoul Hausmann (Viena, 12 de julho de 1886 - Limoges, 1 de fevereiro de 1971) foi um artista plástico, poeta e romancista austríaco. Com o pseudônimo Der Dadasophe exerceu um destacado papel como dadaísta, participando dos grupos de Zurique e posteriormente de Berlim. Foi crítico às instituições da Alemanha durante os anos transcorridos entre as duas guerras mundiais [1].
Notícia biográfica
[editar | editar código-fonte]Tendo ido viver com seus pais em Berlim com quatorze anos de idade, foi de seu pai que teve os primeiros ensinamentos sobre pintura. Jovem ainda, interessou-se pelo Expressionismo, tendo participado da revista Der Sturm.
Afastando-se da pintura, interessou-se por filosofia e literatura, publicando artigos e poemas em revistas culturais. A partir de 1913 publicou trabalhos na revista expressionista Die Aktion.
Sendo um seguidor fervoroso do expressionismo, até então, aproxima-se do Dadaísmo em 1917. Em 1918, ano em que se publicou o primeiro Manifesto Dadaísta, foi um dos fundadores do "Clube Dadá" de Berlim, participando dos primeiros saraus Dada na Alemanha.
Nesta época, Hausmann desenvolveu um processo de fotomontagem e imprimiu os seus primeiros "poemas de cartaz", ou "poemas-pôster" e produziu seus primeiros poemas fonéticos. Em 1919, tornou-se o editor do jornal "Der Dada".
Em 1919, ainda, escreveu "Protesto contra a concepção de vida weimariana".
Tendo terminado o movimento Dada no início dos anos de 1920, em 1926 Raoul Hausmann começou a escrever o seu romance "Hyle". Paralelamente, ele conduziu análises eletroacústicas e óticas com o "Optofone", um dispositivo patenteado em Londres em 1935, que era destinado a produzir ondas sonoras a partir de imagens correspondentes, com a intenção de criar, a partir destes sons, aquilo que chamaria de "poemas ótico-fonéticos" ou "opto-fonéticos".
A partir de 1930, começa a trabalhar sistematicamente com fotografia, tendo migrado para Ibiza na mesma década em função da perseguição pelo Nazismo, estando as obras de Hausmann e dos dadaístas entre as consideradas "arte degenerada" por Hitler. Abandonando a Espanha, em função da entrada das tropas alemãs que apoiavam o general Francisco Franco, vivendo como um artista banido, Hausmann esteve sempre emigrando até 1944. Da Espanha ele foi para Zurique e para Praga, em seguida. Após isto, foi para Paris, onde se instalou definitivamente na rua Peyrat-le-Château a Limoges, vivendo no isolamento, até a sua morte em 1971 [2].
A arte
[editar | editar código-fonte]Mais popular pelo seu trabalho plástico, Raoul Hausmann criou colagens experimentais, fotomontagens, esculturas, pinturas, poesia sonora.
Amigo de Hugo Ball e Kurt Schwitters, já 1918, recitou publicamente um poema cujo tema era a palavra inventada e sem significação "fmsbwtözäu", provavelmente um poema fonético. Em 1919 imprime "O fonema kp erioUM", poema claramente fonético. Ambos poemas eram chamados "Poema-pôster". Hausmann desejava fazer um poema de aspectos sonoros visualizáveis em um impresso, através de recursos tipográficos, tendo criado o poema chamado de "ótico-fonético".
Sua obra mais conhecida é Der Geist Unserer Zeit - Mechanischer Kopf (A cabeça mecânica: o espirito de nosso tempo) (1920), uma espécie de escultura, feita a partir de uma cabeça de manequim, na qual o artista acoplou aparelhos de medição, uma máquina de escrever e uma carteira de couro de crocodilo.