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Paz de Amásia

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A Paz de Amásia (em persa: پیمان آماسیه‎‎; romaniz.: Qarārdād-e Amasiyeh; em turco: Amasya Antlaşması) foi um tratado acordado em 29 de maio de 1555 entre o Tamaspe I (r. 1524–1576) e o sultão Solimão, o Magnífico (r. 1520–1566) na cidade de Amásia, após a Guerra Otomano-Safávida de 1532–1555.

Império Otomano em 1566

O tratado definiu a fronteira entre a Pérsia e o Império Otomano e foi seguido por uma paz de 20 anos. Segundo o tratado, a Armênia e Geórgia seriam divididas igualmente entre os dois, com a Armênia Ocidental, o Curdistão Ocidental e a Geórgia Ocidental (incluindo a Mesquécia Ocidental) ficando sob controle turco, enquanto a Armênia Oriental, o Curdistão Oriental e a Geórgia Oriental (incluindo a Mesquécia Oriental) ficariam sob os persas.[1] O Império Otomano obteve muito do Iraque, incluindo Bagdá, que deu-lhe acesso ao golfo Pérsico, enquanto os persas mantiveram sua antiga capital Tabriz e todos os seus demais territórios no Cáucaso como o Daguestão e boa parte do atual Azerbaijão;[2][3][4] a partilha decisiva do Cáucaso e a concessão irrevogável da Mesopotâmia aos otomanos ocorreria no subsequente tratado de paz conhecido como Tratado de Zuabe de 1639.[5]

Várias zonas tampão foram estabelecidas por toda a Anatólia Oriental como em Erzurum, Xarizor e Van.[6] Cars foi declarada neutra, e sua fortaleza foi destruída.[3] Os otomanos garantiram ainda que os peregrinos persas pudessem ir às cidades sagradas muçulmanas de Meca e Medina, bem como aos sítios sagrados de peregrinação xiita no Iraque.[1] Outro termo do tratado foi que os safávidas deveriam encerrar a maldição ritual dos primeiros califas ortodoxos, Aixa (esposa de Maomé) e outros Sahaba (companheiros do profeta), todos mantidos em alta-estima pelos sunitas. Essa condição foi uma exigência comum dos tratados otomano-safávidas,[7] e nesse caso foi considerado humilhante por Tamaspe.[8]

Referências
  1. a b Mikaberidze 2015, p. xxxi.
  2. Parry 1976, p. 94.
  3. a b Mikaberidze 2011, p. 698.
  4. Tucker 2010, p. 516.
  5. Matthee 2012, p. 182.
  6. Ateş 2013, p. 20.
  7. Faroqhi 2006, p. 36, 185.
  8. Bengio 2011, p. 60.
  • Ateş, Sabri (2013). Ottoman-Iranian Borderlands: Making a Boundary, 1843–1914. Cambridge: Cambridge University Press. ISBN 978-1107245082 
  • Bengio, Ofra; Litvak, Meir (2011). The Sunna and Shi'a in History: Division and Ecumenism in the Muslim Middle East. Londres: Palgrave Macmillan. ISBN 9780230370739 
  • Faroqhi, Suraiya. The Ottoman Empire and the World Around It. Nova Iorque: I.B.Tauris. ISBN 9781845111229 
  • Matthee, Rudi (2012). Persia in Crisis: Safavid Decline and the Fall of Isfahan. Nova Iorque: I.B.Tauris. ISBN 978-1845117450 
  • Mikaberidze, Alexander (2011). Conflict and Conquest in the Islamic World: A Historical Encyclopedia, Volume 1. Santa Bárbara, Califórnia: ABC-CLIO. ISBN 1598843362 
  • Mikaberidze, Alexander (2015). Historical Dictionary of Georgia (2 ed.). Lanham, Marilândia: Rowman & Littlefield. ISBN 978-1442241466 
  • Parry, V. J. (1976). «The Reign of Suleiman the Magnificent, 1520-1566». In: Cook, M.A. A History of the Ottoman Empire to 1730. Cambridge: Cambridge University Press 
  • Tucker, Spencer C. (2010). A Global Chronology of Conflict: From the Ancient World to the Modern Middle East, Vol. II. Santa Bárbara, Califórnia: ABC-CLIO