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Paulo Malhães

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Paulo Malhães
Nascimento 17 de abril de 1938
Rio de Janeiro
Morte 25 de abril de 2014
Rio de Janeiro
Cidadania Brasil
Ocupação militar
Causa da morte asfixia

Paulo Malhães (Rio de Janeiro, 17 de abril de 1938Nova Iguaçu, 25 de abril de 2014) foi um militar brasileiro, tenente-coronel reformado do Exército Brasileiro, torturador e assassino confesso de dissidentes políticos durante a ditadura militar brasileira[1][2]

Participação na ditadura

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Malhães falou pela primeira vez sobre suas ações como torturador em 2012, à Comissão Nacional da Verdade, 40 anos depois de ter sido designado pelo Centro de Informações do Exército (CIE) para gerenciar um centro clandestino em Petrópolis, coloquialmente conhecido como Casa da Morte, onde a tortura era rotina. Seu trabalho entre 1970 e 1972 consistiu em torturar e interrogar suspeitos opositores políticos da Ditadura. De acordo com Malhães, a meta nominal das atividades no esconderijo era convencer os suspeitos a concordar em servir como agentes duplos, chamados de "RX" no jargão militar.[2] Segundo Malhães, além de pôr fim à tortura, os presos que aceitassem virar informantes do Exército receberiam pagamentos clandestinos como incentivos. No entanto, a única suspeita que ele descreveu concordar com isso, Inês Etienne Romeu, mais tarde foi considerada insincera e foi presa por mais oito anos. Os detalhes das atividades na "Casa da Morte" foram confirmados pela primeira vez em suas memórias, publicadas em 1979. Pelo menos 22 suspeitos detidos na casa foram mortos.[2]

Malhães reconheceu que Carlos Alberto Soares de Freitas, comandante da VAR-Palmares desaparecido e nunca foi sido visto novamente, havia estado na casa. O coronel também disse ter participado da ocultação do corpo do deputado federal Rubens Paiva[3] Em depoimento posterior,o militar negou que tivesse participado da operação.[4]

Em 25 de abril de 2014, um mês após ter prestado depoimento de seu envolvimento em sessões de tortura à Comissão Nacional da Verdade, Malhães foi encontrado morto em sua casa em Nova Iguaçu.[5] Foram encontradas marcas de asfixia em seu rosto e pescoço. Em depoimento prestado à polícia pela esposa do coronel, Cristina, ela,o marido e o caseiro do sítio foram rendidos por três homens encapuzados. Um deles teria rendido Cristina, outro, imobilizou o caseiro e o terceiro levou Malhães para um quarto.[6] Um computador, uma impressora e três armas antigas da coleção do coronel foram roubadas.

Duas hipóteses foram consideradas pela polícia: latrocínio e queima de arquivo.[7] A notícia de sua morte foi publicada em um site ligado a ex-militares acusados de torturas e mortes durante a ditadura, antes de ser tornada pública por qualquer órgão de imprensa brasileiro.[8]

Referências
  1. Rita Siza (5 de maio de 2014). «Paulo Malhães: ascensão e morte de um torturador brasileiro». Público.pt. Consultado em 31 de janeiro de 2015 
  2. a b c «Coronel revelou funcionamento da 'Casa da Morte', em Petrópolis». O Globo. 25 de abril de 2014. Consultado em 31 de janeiro de 2015 
  3. Juliana dal Piva (20 de Março de 2014). «Coronel revela como sumiu com corpo de Rubens Paiva». O Dia. Consultado em 31 de janeiro de 2015 
  4. Hanrrikson de Andrade (25 de março de 2014). «Coronel volta atrás e nega ter ajudado a ocultar o corpo de Rubens Paiva». UOL. Consultado em 31 de janeiro de 2015 
  5. «Coronel Paulo Malhães, que assumiu torturas, é encontrado morto no Rio». Folha de S. Paulo. 25 de abril de 2014. Consultado em 31 de janeiro de 2015 
  6. «Coronel Paulo Malhães é assassinado na Baixada». O Globo. 25 de abril de 2014. Consultado em 31 de janeiro de 2015 
  7. Morto na quinta-feira, coronel Paulo Malhães temia por sua vida — CartaCapital, accesso: 5/7/2015
  8. «Notícia da morte do coronel Paulo Malhães saiu primeiro em site de militar». O Dia. Consultado em 29 de abril de 2015