Shut Up and Dance (Black Mirror)
"Shut Up and Dance" | |||||||
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3.º episódio da 3.ª temporada de Black Mirror | |||||||
Alex Lawther como Kenny | |||||||
Informação geral | |||||||
Direção | James Watkins | ||||||
Escritor(es) | Charlie Brooker William Bridges | ||||||
Duração | 52 minutos | ||||||
Transmissão original | 21 de outubro de 2016 | ||||||
Convidados | |||||||
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Cronologia | |||||||
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Lista de episódios |
"Shut Up and Dance" é o terceiro episódio da terceira temporada da série antológica de ficção científica britânica Black Mirror. Escrito pelo criador da série e showrunner Charlie Brooker em parceria com William Bridges, é protagonizado por Alex Lawther e Jerome Flynn. Sua estreia ocorreu na Netflix em 21 de outubro de 2016, juntamente com os demais episódios da temporada.
O episódio conta a história de um adolescente que é chantageado por um misterioso hacker que possui um vídeo íntimo dele. Forçado a cometer atos bizarros e criminosos, o jovem é acompanhado por um homem de meia-idade, também uma vítima que o hacker está chantageando com provas de infidelidade conjugal. A trama apresenta semelhanças com episódios anteriores da série, particularmente "White Bear", possuindo um tom sombrio.
"Shut Up and Dance" recebeu críticas mistas. Lawther e Flynn foram elogiados por sua atuação, mas os críticos ficaram divididos quanto à eficácia do tom do episódio, à qualidade da reviravolta na trama e dos temas apresentados. De maneira geral, recebeu classificações baixas nas listas de melhores episódios de Black Mirror feitas por críticos especializados.
Enredo
[editar | editar código-fonte]Ao chegar em casa de seu trabalho em um restaurante, o adolescente Kenny (Alex Lawther) instala em seu laptop um suposto removedor de malware, após descobrir que sua irmã mais nova, Lindsay (Maya Gerber), o pegou emprestado sem permissão. Entretanto, um hacker oculto ganha acesso à webcam e grava o rapaz se masturbando na frente do laptop. O hacker ameaça Kenny por email, prometendo liberar o vídeo para todos os contatos do jovem, a menos que este siga uma série de instruções.
No trabalho, Kenny recebe uma mensagem de texto instruindo-o a ir até o último andar de um parque de estacionamento. Ele finge estar doente para sua chefe (Hannah Steele) e corre desesperado até o local. Chegando lá, um motociclista (Ivanno Jeremiah), também agindo sob orientações do hacker, entrega-lhe uma caixa com um bolo dentro. Kenny é instruído a entregar o bolo para alguém em um quarto de hotel, no qual ele encontra Hector (Jerome Flynn), outro chantageado; ele estava prestes a cometer adultério com uma prostituta e teme perder a custódia dos filhos se a esposa descobrir.
Kenny e Hector são instruídos a dirigir segundo as coordenadas do hacker. Ao pararem para abastecer, encontram Karen (Natasha Little), uma amiga da esposa de Hector, que pede carona para casa. Após livrarem-se de Natasha, eles são orientados a usar uma arma escondida no bolo para roubar um banco. Hector insiste em ser o motorista, deixando Kenny com a tarefa de executar o assalto. Kenny urina de medo, mas mesmo assim consegue roubar uma sacola de dinheiro e foge com Hector depois que a polícia é acionada.
Hector é instruído a destruir o carro, enquanto Kenny carrega o dinheiro até uma floresta próxima. Lá ele encontra outra vítima da chantagem, um homem (Paul Bazely) que explica que eles devem lutar até a morte enquanto são filmados por um drone equipado com câmera; o dinheiro vai para o vencedor. Kenny alega que ele só olhou algumas fotos. O homem pergunta pela idade das pessoas. Kenny dispara a arma contra si mesmo, mas ela não está carregada. Os dois começam a lutar.
Hector volta para casa e descobre que sua esposa (Leanne Best) foi informada do encontro com a prostituta. Outras vítimas da chantagem também tiveram suas informações divulgadas. Cada uma delas recebe uma mensagem de texto com a imagem de um trollface. Tendo vencido a luta, Kenny cambaleia ferido pela floresta. Ele recebe uma ligação desesperada de sua mãe (Camilla Power), revelando que Lindsay viu o vídeo dele se masturbando com pornografia infantil. Ele encerra a ligação, viaturas da policia se aproximam e dois policiais o apreendem.
Produção
[editar | editar código-fonte]Enquanto as duas primeiras temporadas de Black Mirror foram exibidas pelo Channel 4 do Reino Unido, em setembro de 2015 a Netflix encomendou 12 episódios da série (divididos em duas temporadas de seis episódios)[1] e, em março de 2016, adquiriu do Channel 4 os direitos de distribuição da terceira temporada, por uma oferta de 40 milhões de dólares.[2] Devido à sua mudança para a plataforma de streaming, o programa teve um orçamento maior do que o da temporada anterior.[3] "Shut Up and Dance" é o terceiro episódio da terceira temporada e foi lançado simultaneamente com os outros cinco episódios em 21 de outubro de 2016 na Netflix.[4]
Os títulos dos seis episódios que compõem a temporada foram anunciados em julho de 2016, juntamente com a data de lançamento.[5] Um trailer com uma fusão de clipes e sons dos seis episódios foi lançado pela Netflix em 7 de outubro de 2016.[6] Dois dias antes do lançamento da temporada na plataforma, o portal Den of Geek! publicou uma entrevista em que Brooker deu a entender que o episódio seria "um pesadelo sujo e contemporâneo" ambientado em Londres, sem elementos de ficção científica.[7]
Concepção e roteiro
[editar | editar código-fonte]O episódio foi escrito por Charlie Brooker, criador da série, e por William Bridges, que era novo no ramo televisivo. Bridges apresentou três ideias para Brooker e Annabel Jones, produtora executiva, e, embora nenhuma delas tenha sido desenvolvida, ele recebeu um esboço do roteiro de "Shut Up and Dance" para trabalhar.[8] Brooker afirmou que a ausência de elementos de ficção científica no episódio foi uma decisão "muito consciente", observando que a ficção científica também está ausente nos episódios "The National Anthem", da primeira temporada, e "The Waldo Moment", da segunda.[9] Ele havia escrito recentemente o episódio "San Junipero", também da terceira temporada, o qual era sobre uma história definida no passado, e estava cogitando a ideia de fazer uma história ambientada no presente.[10] Brooker comentou que o "humor desagradável, coloquial, britânico e esquisito", bem como a "aparência suja" do episódio tornam-no semelhante a "The National Anthem".[8]
A história passou por muitas iterações diferentes, a partir de uma ideia semelhante à do filme Reservoir Dogs (1992), no qual um grupo de estranhos é chantageado para roubar um banco.[8] Algumas versões do roteiro não incluíam a reviravolta final envolvendo Kenny. Numa delas, não havia nenhuma razão para que os eventos estivessem acontecendo, e em outra os papéis foram invertidos, com o personagem de Jerome Flynn tendo o segredo extremamente sombrio.[9] Em um rascunho diferente, os hackers eram mostrados em um cibercafé na Europa Oriental, de onde chantageavam os personagens por pura diversão. O cenário seria originalmente nos Estados Unidos, pois isso tornaria mais fácil para os personagens ter acesso a armas de fogo, e a história se desenrolaria em um período de tempo inicialmente mais longo.[8]
Filmagens
[editar | editar código-fonte]O episódio foi o segundo da temporada a ser filmado, o que ocorreu ao longo de três semanas, depois de "San Junipero".[11] O diretor James Watkins era anteriormente conhecido pela direção dos filmes de terror Eden Lake (2008) e The Woman in Black (2012), o qual Alex Lawther afirma que levou Watkins a "realmente [aprender] a habilidade de sustentar um suspense incrível por longos períodos de tempo."[12] Foi a primeira experiência do diretor com televisão. Ele havia observado os preparativos do departamento de arte para os episódios "Nosedive" e "San Junipero" e pretendia desviar-se de seus tons para "abraçar a essência de primo feio" que "Shut Up and Dance" exigia.[8] Lawther, que interpreta o protagonista Kenny, tornara-se fã do programa antes de seu teste para o elenco e gostava particularmente de "White Bear", episódio da segunda temporada. O ator só havia lido algumas cenas do roteiro e não tinha conhecimento da reviravolta do desfecho.[12]
Lawther e Jerome Flynn, intérprete do coprotagonista Hector, reuniram-se efetivamente pela primeira vez durante as filmagens, nas cenas do carro. As gravações eram intensas, o que levou Flynn a sofrer de hiperventilação em algumas ocasiões, ao passo que, em outros momentos, ele, Lawther e Natasha Little, que interpreta Karen, não conseguiam manter a seriedade que as cenas exigiam e começavam a rir de maneira não intencional.[8] Lawther interpretou Kenny de uma forma inocente, já que seu personagem é muito reprimido por sua sexualidade. Kenny está constantemente desconfortável por ser justamente como é. A cena em que o personagem devolve um brinquedo para uma garota no restaurante era uma sugestão de que Kenny era pedófilo. Houve discussões sobre como a cena deveria ser executada para evitar a entrega da reviravolta. Após procurar bastante por um pai ou mãe que permitisse que sua filha atuasse nessa cena, Annabel Jones trouxe sua própria filha para o papel.[8] Lawther comentou que, enquanto filmava, deparou-se com uma notícia semelhante ao enredo do episódio, o que ele considerou surreal.[12]
O final apresenta a canção "Exit Music (For a Film)" do Radiohead, inicialmente incluída como faixa temporária durante a edição. Como a banda gostava de Black Mirror, acabou dando permissão aos produtores de usar a música no episódio.[8]
Referências no contexto da série
[editar | editar código-fonte]Em determinada cena, aparece uma tela de computador que apresenta vários easter eggs de outros episódios da série. São referências, por exemplo, ao especial de natal "White Christmas" em um anúncio chamado "One Smart Cookie", o qual se relaciona à replicação de consciência nos cookies exploradas nesse episódio; uma manchete que informa sobre o divórcio do primeiro-ministro Michael Callow, de "The National Anthem"; uma notícia sobre o famoso julgamento de Victoria Skillane, a mulher torturada em "White Bear"; e outra sobre o programa televisivo de "Fifteen Million Merits".[13]
Além disso, Kenny tem em seu laptop um adesivo de Waldo — o urso em CGI de "The Waldo Moment" —,[14] e o banco que o garoto assalta chama-se National Allied, o mesmo que Cooper utiliza em "Playtest".[13] "Shut Up and Dance" é referenciado em uma das histórias contadas no sexto episódio da quarta temporada, "Black Museum", na qual o personagem Rolo Haynes trabalha em hospital e tem dois ratos de laboratório chamados Kenny e Hector.[15]
Análise
[editar | editar código-fonte]Entre os episódios da terceira temporada, "Shut Up and Dance" foi considerado o mais parecido com os episódios anteriores de Black Mirror.[16] Pat Stacey, em artigo publicado no Irish Independent, notou que este é o único episódio da série que se passa inteiramente na Inglaterra,[16] ao passo que Alex Mullane, do Digital Spy, o comparou a uma "versão britânica" do filme de ação Die Hard with a Vengeance, uma vez que o personagem principal "é conduzido em uma não tão feliz perseguição pela cidade".[17] Ao portal Thrillist, Sean Fitz-Gerald escreveu que a produção é um "thriller sombrio" considerando-o uma "uma história bastante atípica" e, ao mesmo tempo, "muito clássica" dentro do universo da série.[18] O tom sombrio levou Robbie Collin, crítico de cinema do The Daily Telegraph, a classificá-lo como o episódio "mais niilista" de Black Mirror até então; ele comentou que a "visão de humanidade" da obra é "intransigente e negativa", o que deixa um "sabor amargo".[19]
Sophie Gilbert, do The Atlantic, comparou "Shut Up and Dance" a episódios anteriores que também se passam em cenários contemporâneos — "The National Anthem", da primeira temporada, "White Bear" e "The Waldo Moment", da segunda. Em relação a "White Bear", a autora destaca que em ambos os episódios uma pessoa aparentemente inocente é revelada como um criminoso. Ela também o comparou ao episódio especial "Paedogeddon!" (2001) da sátira televisiva de notícias Brass Eye, também coescrita por Brooker. "Paedogeddon!" tinha como objetivo "satirizar o típico pânico moral e a fúria popular que são desencadeados sempre que o assunto de abuso infantil é debatido".[20] Fitz-Gerald e Zack Handlen, do site The A.V. Club, também comentaram que os temas do episódio se assemelham aos de "White Bear".[18][20][21] Handlen escreveu que o público deve questionar "o perigo do vigilantismo não supervisionado, mesmo quando as vítimas provavelmente merecem o que virá para elas", referindo-se a Kenny como um personagem "ainda digno de compaixão" e "não merecedor" da punição que recebe, embora ele esteja "extremamente perturbado e necessitando de um aconselhamento sério".[21] Fitz-Gerald acredita que todos os personagens são "depravados [...] até certo ponto", notando que a internet desenvolve um mau comportamento nas pessoas.[18]
A tecnologia foi identificada como um tema chave da obra. Handlen referiu-se ao episódio como "um dos pesadelos mais difundidos da era moderna", que leva a questionar: "E se alguém está assistindo você em seu momento mais vulnerável?"[21] Mullane opinou que se trata de "um conto preventivo sobre se colocar em posições precárias online, particularmente quando se trata de sexting, imagens e pornografia".[17] Fitz-Gerald resumiu o episódio como um caso "hipotético extremo" de hacking e trollagem que questiona sobre a compatibilidade entre a natureza humana e a tecnologia avançada.[18] No entanto, Caroline Framke, da Vox, acredita que, embora o episódio "possa aparentemente ser sobre os perigos do hacking ou de tentar viver uma vida dupla em um mundo que torna os segredos muito fáceis de acessar", ele se baseia no sentimento de vergonha. O episódio pergunta: "Até onde você vai para manter sua vergonha escondida em segurança?"[22]
Em artigo publicado no The Verge, Josh Dzieza comentou que os hackers anônimos marcam "um ponto de partida" para o programa, que geralmente não apresenta "vilões evidentes".[23] Mullane analisou que as identidades dos hackers não precisam ser reveladas, pois eles são "efetivamente um substituto para a Internet: tudo vê, tudo sabe e é extremamente perigosa".[17] O suposto removedor de malware que Kenny instala no computador é chamado de "shrive", uma palavra do Inglês Médio que significa "prescrever penitência".[19] Gilbert comentou que, com base nessa informação, "o desafio que Kenny, Hector e outros são forçados a realizar durante todo o episódio parece ser uma espécie de punição por seus pecados, mas no final, nenhum deles é perdoado".[20]
Recepção da crítica
[editar | editar código-fonte]"Shut Up and Dance" pode te deixar completamente abalado. Na verdade, devemos agradecer a "The National Anthem" por ter possibilitado que este episódio se passe no mundo atual, tornando-se um episódio notavelmente impressionante sobre um adolescente chantageado por um inimigo invisível [...]. "Nosedive" aborda com perspicácia sobre as mídias sociais, mas "Shut Up and Dance" parece tratar de algo que realmente pode acontecer, sem que precisemos nos aventurar nem por cinco minutos no futuro. |
— Matt Fowler, escrevendo para o portal IGN.[24] |
No agregador de críticas Rotten Tomatoes, "Shut Up and Dance" recebeu uma classificação de 64%, com base em 22 revisões de críticos especializados, o que indica recepção positiva.[25] O episódio foi avaliado com cinco de cinco estrelas por Robbie Collin (The Daily Telegraph)[19] e por Martin Meany (Goosed.ie)[26]; quatro de cinco estrelas por Paty Stacey (Irish Independent)[16] e recebeu uma nota B de Zach Handlen (The A.V. Club).[21] Os temas do episódio tiveram recepção mista. Mullane escreveu que o enredo teve pouca profundidade, restringindo-se a uma simples história de "pessoas más que fazem coisas ruins e depois são punidas por isso".[17] Gilbert considerou-o redundante em relação ao episódio "White Bear", enfatizando que não havia "nenhuma mensagem clara ou momento de redenção para tirar dele".[20] Por outro lado, Handlen aprovou os temas do episódio, elogiando sua "intenção de forçar questões morais que fazem com que todos se sintam horríveis".[21] Meany, por sua vez, elogiou a simplicidade do conflito que Kenny enfrenta.[26]
A atuação de Alex Lawther no papel de Kenny foi bastante elogiada. Em revisão publicada no The Hollywood Reporter, Tim Goodman a descreveu como "uma das melhores coisas de 2016",[27] Handlen concordou que Lawther é "o verdadeiro destaque" do episódio,[21] ao passo que Mullane escreveu que ele estava "soberbo no papel principal".[17] Dzieza enalteceu a interpretação de Lawther do "desespero adolescente",[23] enquanto Framke comentou que a representação de Kenny feita pelo ator foi "tremenda, desesperada, comovente". Framke afirmou ainda que o "desempenho incrível e vulnerável" de Lawther a fez "simpatizar com seu terror", o que é crucial para a reviravolta. [22]
A atuação de Jerome Flynn como Hector também foi bem recebida. Mullane escreveu que o ator encarna um personagem "desprezível na medida certa, nunca se tornando uma caricatura",[17] enquanto Framke elogia sua "raiva acumulada", descrevendo o personagem como "rude, direto ao ponto" e "furioso com seu total desamparo".[22] Dzieza elogiou o contraste "inquietante" de Flynn entre "aspereza e simpatia utilitária".[23] Collin opinou que "os detalhes deliciosamente horríveis do desempenho de Flynn vendem a situação de seu personagem em um piscar de olhos".[19] Entretanto, Handlen comentou que, embora Flynn "faça um bom trabalho", o episódio não é uma "vitrine" para ele.[21]
Os críticos ficaram divididos quanto à eficácia do tom do episódio. Matt Fowler, do IGN, opinou que o enredo é "notavelmente impressionante"[24] ao passo que Stacey o achou "fantasticamente tenso".[16] Gilbert, por sua vez, comentou que "parecia muito um teste de resistência",[20] enquanto Framke enfatizou que não há muito suspense antes da reviravolta final.[22] Fitz-Gerald experimentou um "crescente sentimento de ansiedade" à medida que "a desesperança de Kenny como uma marionete para sociopatas anônimos torna-se palpável",[18] mas Adam Chitwood, do Collider, achou a tensão muito frustrante,[28] e Handlen escreveu que o episódio "não é chato de forma alguma, mas também não é tão envolvente assim ".[21] Gilbert o considerou mais perturbador do que qualquer episódio anterior,[20] ao passo que Dzieza comentou que a estética do episódio é "fria e claustrofóbica".[22] Dzieza disse ainda que o "mal-estar" até a reviravolta é "bem orquestrado", mas considerou o final "uma decepção".[23] Stacey disse que o episódio foi "obscuramente divertido",[16] e Gilbert destacou que as cenas envolvendo a amiga da esposa de Hector, Karen, continham um pouco do humor mais sombrio da série.[20]
Os críticos reagiram de forma mista à reviravolta final em que Kenny é revelado como pedófilo. Handlen opinou que "não é suficientemente poderosa para compensar tudo o que veio antes",[21] e Framke enfatizou que "não é impactante o suficiente".[22] Fitz-Gerald afirmou que chegou quase a odiar, mas que, ao mesmo tempo, também adorou esse desfecho.[18] Mullane o considerou "um soco no estômago", mas criticou que "também invalida qualquer tentativa de empatizar com qualquer um desses personagens".[17] Dzieza comentou que o desfecho demonstrou que "o episódio está mais interessado em transformar gadgets em armas de máxima humilhação do que em dizer algo mais interessante sobre como funciona a humilhação digital".[23] Em contrapartida, Mullane opinou que o final do episódio "captura perfeitamente o humor sombrio da peça e a inevitável claustrofobia da situação dessas pessoas".[17]
O diretor James Watkins foi elogiado por Mullane e Collin por criar tensão,[17][19] com Collin escrevendo que Watkins "mantém sua câmera firme e ávida" durante os momentos de tensão e as sequências de perseguição de Kenny.[19] No entanto, o episódio foi criticado por Framke e Chitwood, com Framke atribuindo os pontos negativos à mudança do programa para a Netflix.[22][28]
Rankings de episódios de Black Mirror
[editar | editar código-fonte]"Shut Up and Dance" figurou em vários rankings, elaborados por críticos, do maior ao pior episóio da série. Matt Donnelly e Tim Molloy (TheWrap), bem como Corey Atad (Esquire) o colocaram em oitavo lugar em suas respectivas listas;[29][30] Morgan Jeffery (Digital Spy) e Charles Bramesco (Vulture), em quinto;[31][32] Ed Power (The Telegraph), em décimo oitavo;[33] Aubrey Page (Collider) e Travis Clark (Business Insider), em décimo nono;[34][35] e James Hibberd (Entertainment Weekly), em vigésimo terceiro.[36]
Após o lançamento da quinta temporada, Brian Tallerico, escrevendo para a Vulture, classificou a atuação de Lawther no papel do Kenny como a décima primeira melhor performance da série.[37] Além disso, Proma Khosla, do website Mashable, classificou as 22 produções de Black Mirror, com exceção de Bandersnatch, conforme o tom adotado em cada uma, concluindo que que "Shut Up and Dance" foi o segundo episódio mais sombrio depois de "The Waldo Moment".[38]
O episódio também aparece nos rankings, elaborados por críticos, dos 19 episódios da primeira à quarta temporada. Eric Anthony Glover (Entertainment Tonight), o colocou em quarto lugar,[39] ao passo que Steve Greene, Hanh Nguyen e Liz Shannon Miller (IndieWire), em décimo sétimo.[40]
Outros críticos classificaram os 13 episódios das três primeiras temporadas de Black Mirror. Brendan Doyle (Comingsoon.net) colocou "Shut Up and Dance" em quarto lugar em sua lista de dez melhores episódios;[41] Mat Elfring (GameSpot), em décimo;[42] Andrew Wallenstein (Variety), em décimo primeiro;[43] Jacob Hall (/Film) e Adam David (CNN Philippines), em décimo terceiro.[44][45]
Entre os críticos que listaram os seis episódios da terceira temporada por ordem de qualidade, Jacob Stolworthy e Christopher Hooton (The Independent) classisificaram "Shut Up and Dance" em primeiro lugar,[46] enquanto que Paul Tassi (Forbes) e Liam Hoofe (Flickering Myth) o consideraram o segundo melhor episódio da série.[47][48]
Ver também
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