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Sexo anal

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
Dois homens praticando sexo anal.

O sexo anal é uma prática sexual que se caracteriza pela introdução do pênis no interior do ânus do parceiro sexual, seja ele mulher ou homem (relação heterossexual ou homossexual), ou não-binário. Entre humanos, tal prática é tida como uma forma de se obter prazer durante a relação sexual para satisfação de um ou ambos os participantes. Segundo alguns especialistas, tal atividade não causa dano à elasticidade anal[carece de fontes?], tampouco doenças como hemorróidas,[1] mas essa opinião não é generalizada.

A prática do sexo anal sem proteção pode ser uma via de transmissão de doenças sexualmente transmissíveis, pois a mucosa anal é muito mais permeável a agentes externos que a pele comum (ou mesmo a mucosa vaginal).

Anatomia e prática sexual

Durante o sexo anal o pênis é introduzido no ânus do parceiro sexual.

O ânus e o reto são a última seção do aparelho digestivo, que basicamente é uma extensa mucosa altamente irrigada e com alto poder de absorção. No total, esse último segmento mede — do ânus em si até a curva obtusa do sigmoide — 18 cm (15 cm dos quais pertencentes ao canal retal).[2]

A região anal é uma das zonas erógenas mais sensíveis do corpo humano.

Informações

Mulher introduzindo um strap-on dildo no ânus de um homem.
Cerâmica da Grécia Antiga representando uma prostituta a ser penetrada por um cliente (o dinheiro está no saco pendurado na parede). ca. 480-470 DC; depositado em uma coleção privada em Munique.

O sexo anal é uma relação que normalmente traz prazer ao praticante ativo, já que a musculatura do ânus é mais apertada do que a da vagina e a pressão sobre o pénis é maior.[3]

No praticante passivo, ou seja aquele cujo ânus está sendo penetrado, quer homem quer mulher, o prazer nem sempre é garantido porque, dada a complexidade da preparação prévia, muitos entusiastas acabam por atropelar o tempo necessário para o devido relaxamento da musculatura em questão, nomeadamente através de anilingus (também chamado beijo grego ou beijo negro) ou de outra qualquer actividade similar. Quando os cuidados adequados são devidamente atendidos, o prazer do praticante passivo pode ser alcançado, especialmente no homem pro-orgástico até, devido à repetida massagem da próstata através da parede do reto.

A prática da penetração anal pode envolver, em simultâneo, a estimulação do clítoris (quando o praticante passivo é uma mulher), ou do pénis (quando o praticante passivo é um homem), o que facilitaria o orgasmo.[4]

Existe, porém, o receio popular de que a prática constante do sexo anal, ao longo de anos, possa afrouxar a musculatura do ânus; Entretanto, alguns estudos científicos de médicos e sexólogos não confirmam este receio a não ser em caso de intercurso com um pénis anormalmente grosso.[5]

Riscos à saúde

Sexo anal entre homens.

O sexo anal expõe os participantes a dois perigos principais: infecções, devido ao elevado número de microorganismos infecciosos não encontrados em outros locais do corpo, e danos físicos ao ânus e ao reto, devido à vulnerabilidade dos dois. Além disso, a penetração pode ser dolorida.[6] O sexo anal é frequentemente associado com hemorróidas, prolapso anal, dor no canal anal, úlceras e fissuras.[7]

Recentes estudos têm comprovado que o risco destes pontos citados anteriormente está a aumentar entre os homens que fazem sexo com homens. Do mesmo modo, um relatório de 1992 realizado em Porto Rico demonstrou que 40% dos homens fazem sexo anal com as mulheres, e poucos deles afirmaram usar preservativo.[8] O sexo anal sem o uso de proteção é muitas vezes referido como barebacking.[9]

AIDS e outras doenças infecciosas

As membranas mucosas do reto.

A principal doença que pode ser transmitida com o sexo anal é a AIDS, através do vírus HIV.[10] O vírus do papiloma humano (o qual pode resultar em câncer anal),[11] a febre tifóide[12] e vários outros tipos de doença podem ser associados com a infecção da matéria fecal ou o intercurso sexual no geral. Entre elas estão: amebíase, clamídia, Criptosporidíase, infecções de escherichia coli, gonorreia, hepatite A, hepatite B, hepatite C, herpes, vírus do papiloma humano, herpesvirus humano (HHV-8);[13] linfogranuloma venéreo, Mycoplasma hominis, Mycoplasma genitalium, piolho do púbis, salmonelose, shigella, sífilis, tuberculose e Ureaplasma urealyticum.[14][15][16]

A alta concentração de glóbulos brancos perto ao reto, juntamente com o risco de cortes na região aumentam o risco da transmissão do vírus HIV, porque o retrovírus do HIV se reproduz nas células do sistema imunitário Linfócito T/CD4. O uso de preservativos é uma forma clinicamente recomendada para diminuir o risco de infecções. O sexo anal sem proteção é a forma mais arriscada em termos de transmissão do HIV.[17][18]

Ver também

Referências
  1. «Terra Networks» 🔗. Sexo/infográficos/Sexo Anal. Consultado em 1 de setembro de 2014 
  2. Colon, Rectum, and Anus, University of Tennessee, South College PA Surgical Course.
  3. Colégio Web. «Sexo Anal». Consultado em 11 de janeiro de 2012 
  4. «Temperos Pessoais». Consultado em 11 de janeiro de 2012 
  5. UOL. «Psicólogo Pedrosa Responde: É verdade que o sexo anal pode lacerar a musculatura do ânus?». Consultado em 11 de janeiro de 2012. Arquivado do original em 6 de janeiro de 2012 
  6. Pornography: the production and consumption of inequality By Gail Dines, Robert Jensen, Ann Russo; p80
  7. Primary Care in Obstetrics and Gynecology: A Handbook for Clinicians By Joseph S. Sanfilippo, Roger P. Smith; p408
  8. Crandon JE. Int Conf AIDS. 1992 Jul 19-24; 8: D527 (abstract no. PoD 5830) Hertford College, Oxford University, UK; "A study concerning HIV related knowledge, attitudes, and behaviours in a sample of Puerto Rican men and its relevance to AIDS education, prevention and outreach in San Juan, Puerto Rico."[1] Arquivado em 15 de julho de 2007, no Wayback Machine. Accessed 27 September 2007
  9. Partridge, Eric; Dalzell, Tom; Victor, Terry (2006), The New Partridge Dictionary of Slang and Unconventional English: A-I, ISBN 9780415259378 reprint ed. , Taylor & Francis, p. 92, Bareback - to engage in sex without a condom. 
  10. What are the Dangers of Anal Sex?, SexInfo, University of California at Santa Barbara, acesso 2007-04-29
  11. Anal Cancer in Gay & Bisexual Men, LGBTHealthChannel, retrieved 2007-04-29
  12. Sexual Transmission of Typhoid Fever: A Multistate Outbreak among Men Who Have Sex with Men, Reller, Megan E. et al., Clinical Infectious Diseases, volume 37 (2003), pages 141 – 144, retrieved 2007-04-29
  13. John Pauk, M.D., M.P.H., Meei-Li Huang, Ph.D., et al., "Mucosal Shedding of Human Herpesvirus 8 in Men" New England Journal of Medicine 343 19: 1369 - 1377
  14. Diseases From Anal Sex Arquivado em 17 de outubro de 2007, no Wayback Machine. Harold Oster, MD, iVillage, retrieved 2007-04-29
  15. Tuberculosis, The Mayo Clinic, retrieved 2007-04-29
  16. «High Prevalence of Sexually Transmitted Diseases Among Men Who Have Sex With Men in Jiangsu Province, China». Jornal of American Sexually Transmitted Diseases Association. 33 (2): 118–123. Fevereiro de 2006. doi:10.1097/01 
  17. High-Risk Sexual Behavior by HIV-Positive Men Who Have Sex with Men --- 16 Sites, United States, 2000—2002, MMWR Weekly, October 1, 2004 / 53(38);891-894, retrieved 2007-04-29
  18. The truth about barebacking Dr. Jeffrey Klausner, PlanetOut, retrieved 2007-04-29

Ligações externas

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