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Sa vz. 23

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
CZ Modelo 25
Tipo Submetralhadora
Local de origem  Tchecoslováquia
História operacional
Em serviço 1948–presente
Utilizadores Ver Usuários
Guerras Invasão da Baía dos Porcos
Guerra Colonial Portuguesa
Guerra do Vietnã
Guerra Civil do Camboja
Guerra Civil da Nigéria
Guerra Civil da Rodésia
Guerra Civil Moçambicana
Guerra sino-vietnamita
Invasão de Granada[1]
Guerra Civil de El Salvador
Guerra Civil Libanesa
Conflitos na Irlanda do Norte
Guerra Civil Síria
Histórico de produção
Fabricante Česká zbrojovka Uherský Brod
Período de
produção
1948–1968
Especificações
Peso 3,27 kg vazia (modelos com coronha dobrável Sa 25, Sa 26)
3,5 kg vazia (modelos com coronha fixa de madeira Sa 23, Sa 24)
Comprimento 445 mm com coronha dobrada (Sa 25, Sa 26)
686 mm com coronha estendida ou fixa
Comprimento 
do cano
284 mm
Cartucho 7,62×25mm Tokarev
9×19mm Parabellum
Sistema de suprimento Carregador de 24 ou 40 tiros (Sa 23, Sa 25, em 9mm)
Carregador de 32 tiros (Sa 24, Sa 26, em 7,62×25mm)
Mira Alça e massa de mira

A CZ Modelo 25 (originalmente, Sa 25 ou Sa vz. 48b/samopal vz. 48b - samopal vzor 48 výsadkový, "submetralhadora paraquedista modelo 1948") foi talvez a mais conhecida de uma série de submetralhadoras projetadas pela Tchecoslováquia introduzidas em 1948. Havia quatro submetralhadoras geralmente muito semelhantes nesta série: a Sa 23, Sa 24, Sa 25 e Sa 26. O projetista principal foi Jaroslav Holeček (1923-1997), engenheiro-chefe da fábrica de armas Česká zbrojovka Uherský Brod.

Samopal Vz 25.

A série Sa 23 utiliza uma ação direta de recuo por gases, sem culatra travada, e dispara a partir da posição do ferrolho aberto. Elas também usam um gatilho progressivo para selecionar entre fogo semiautomático e fogo totalmente automático. Puxar levemente o gatilho irá disparar um único tiro. Puxar o gatilho mais para trás em um movimento contínuo disparará de forma totalmente automática, até que o gatilho seja liberado ou o carregador esteja vazio.

A série Sa 23 eram de submetralhadoras com um ferrolho telescópico, em que a parte dianteira do ferrolho móvel se estende para a frente além da extremidade traseira do cano, envolvendo esse cano. Esse recurso reduz significativamente o comprimento necessário da submetralhadora e permite melhor equilíbrio e manuseio. O manuseio foi aprimorado ainda mais usando uma única empunhadura vertical que abriga o carregador e o mecanismo de gatilho, aproximadamente centralizado ao longo do comprimento da arma. O receptor da arma era usinado a partir de um único tubo de aço circular.

O projeto das submetralhadoras da série Sa 23 é mais notável no Ocidente por ter inspirado o projeto de ferrolho telescópico, operado por recuo de gases e de ferrolho aberto da submetralhadora Uzi, um pouco posteriormente.[2]

Desenho demonstrando as posições da coronha estendida e dobrada.

A submetralhadora CZ/Sa/vz teve algumas variações mas o sistema permaneceu basicamente o mesmo. Os primeiros modelos seguiam a norma internacional 9×19mm Parabellum enquanto os seguintes incorporariam o sistema do bloco soviético.

  • O Sa 23 (vz. 48a) foi a primeira variante, usando uma coronha fixa de madeira e disparando munição padrão 9×19mm Parabellum. Tem um cabo de pistola vertical reto e um carregador de munição. Carregadores foram emitidos com capacidade de 24 e 40 tiros.
  • O Sa 25 (vz. 48b) foi a segunda variante e talvez a mais conhecida, usando uma coronha de metal dobrável, ainda disparando munição 9×19mm Parabellum. Exceção à coronha dobrável, é idêntico à Sa 23 e usa os mesmos carregadores de 24 e 40 tiros.

O Sa 24 e o Sa 26 foram introduzidos depois que a Tchecoslováquia se juntou ao Pacto de Varsóvia e foram redesenhados para disparar a munição de pistola do tipo soviético padrão de 7,62×25mm Tokarev.

  • O Sa 24 (vz. 48a/52) corresponde ao Sa.23, usando uma coronha fixa de madeira e disparando munição 7,62×25mm Tokarev. Pode ser visualmente diferenciada da Sa.23, pois tem um cabo de pistola e um compartimento de munição ligeiramente inclinados para a frente, embora o receptor principal e outros componentes sejam visivelmente idênticos. Foi emitido com carregadores de 32 tiros.
  • O Sa 26 (vz. 48b/52) corresponde ao Sa.25, com uma coronha de metal dobrável, mas de resto idêntico ao Sa.24, usando os mesmos carregadores de 32 tiros.

Histórico operacional

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Os modelos Sa 23 e 25 foram adotados por Cuba pouco depois da revolução, armando principalmente a Milícia Revolucionária.[3] O primeiro teste das Sa 23/25 foi a invasão da Baía dos Porcos,[3] onde os milicianos sofreram pesadas baixas contra os brigadistas contra-revolucionários mas emergiram vitoriosos ao lado dos regulares.[3] As Forças Armadas Revolucionárias (FAR) estavam no processo de absorver os equipamentos legados da era Batista, os quais incluíam material velho das guerras mundiais e até mesmo fuzis e carabinas obsoletos Krag–Jørgensen que foram supridos à milícia, junto com a compra dos fuzis FAL realizadas pelo exército de Fulgêncio Batista e com lotes ainda em processo de importação que agora eram utilizados pelo exército revolucionário.[3] Estas armas foram foram suplementadas por lotes do bloco soviético, em sua maioria submetralhadoras PPSh-41/43, fuzis tchecos Vz 52/57 e as submetralhadoras Sa 23/25;[3] estes dois últimos principalmente para a milícia, a qual travou o grosso dos combates.[3] As armas usadas na batalha estão expostas no Museu da Praia Girón.[4][5]

Ainda no início da década de 1960, estas submetralhadoras foram fotografadas quando Alberto Korda fotografou milicianas na Plaza de la Revolución em Havana, durante a sua documentação da Cuba revolucionária.[6][7][8] Dessas fotos, o retrato mais famoso envolvendo a submetralhadora Sa 23/25 foi a fotogria "La Miliciana" da cubana Idolka Sánchez, tirada em 1962.[6][9][10]

Depois que a Sa 25 foi declarada obsoleta em 1968, muitas das armas de 9mm foram vendidas em todo o mundo. As armas excedentes foram exportadas para outros países comunistas, incluindo o Vietnã do Norte. Uma cópia um tanto modificada do modelo 9×19mm Parabellum foi produzida na Rodésia no início dos anos 1970 como LDP e recebeu o apelido de "Rhogun".[11] A fabricação foi posteriormente transferida para a África do Sul, onde foi brevemente comercializado como a Sanna 77 apenas em fogo semiautomático. Algumas também foram usadas pelo Exército Republicano Irlandês (IRA) durante a guerra civil na década de 1980 e início de 1990, provavelmente fornecidos pelo Líbano.

Referências
  1. a b Russell, Lee E. (1985). Grenada 1983. Col: Men-at-Arms (em inglês). M. Albert Mendez. Oxford: Osprey Publishing. p. 45. ISBN 9780850455830. OCLC 12477300 
  2. Hogg, Ian V. (1979). Guns and How They Work (em inglês). Nova York: Everest House. p. 157. ISBN 0-89696-023-4. OCLC 5716535 
  3. a b c d e f g De Quesada, Alejandro (2009). The Bay of Pigs: Cuba, 1961. Col: Elite (em inglês). Stephen Walsh. Oxford: Osprey Publishing. p. 60, 62. ISBN 978-1846033230. OCLC 260208882 
  4. Krott, Rob (19 de junho de 2015) [Abril de 2000]. «The Bay of Pigs Museum: Playa Giron, Cuba». Chipotle Publishing. Small Arms Review (em inglês). Vol. 3 (Nº 7). Consultado em 5 de abril de 2023 
  5. Krott, Rob (23 de abril de 2022). «Museu da Baía dos Porcos: Playa Girón, Cuba». Warfare Blog. Tradução Filipe do A. Monteiro. Small Arms Review. Consultado em 6 de abril de 2023 
  6. a b c Do Amaral, Filipe (27 de abril de 2022). «Milicianas cubanas com submetralhadoras tchecas». Warfare Blog. Consultado em 6 de abril de 2023 
  7. Chang, Richard (12 de agosto de 2011). «Getty offers photographic views of Cuba». Orange County Register (em inglês). Consultado em 6 de abril de 2023 
  8. Bunyan, Dr Marcus. «Cuban revolution». Art Blart (em inglês). Consultado em 6 de abril de 2023 
  9. Morales, Manuel (5 de junho de 2015). «Alberto Korda's Women's Portraits at Madrid's Cerralbo Museum». Repeating Islands (em inglês). El País. Consultado em 6 de abril de 2023 
  10. Elizalde, Alejandra García (25 de outubro de 2018). «La miliciana de Korda». Granma.cu (em espanhol). Consultado em 6 de abril de 2023 
  11. Anorak (11 de novembro de 2013). «On This Day In Photos - Rhodesia In Crisis: Ian Smith Issues A Unilateral Declaration of Independence». Flashbak (em inglês). Consultado em 6 de abril de 2023 
  12. a b c d Popenker, Maxim (27 de outubro de 2010). «Sa. 23». Modern Firearms (em inglês). Consultado em 5 de abril de 2023 
  13. McCollum, Ian (19 de junho de 2019). «Sanna 77: A Czech SMG Turned South African Carbine». YouTube (em inglês). Forgotten Weapons. Consultado em 5 de abril de 2023 
  14. Jowett, Philip (2016). Modern African Wars (5): The Nigerian-Biafran War 1967-70. Col: Men-at-Arms (em inglês). Raffaele Ruggeri. Oxford: Osprey Publishing. p. 22. ISBN 978-1472816092. OCLC 933722215 
  15. a b c d e f g h i j k Jones, Richard D.; Ness, Leland S., eds. (27 de janeiro de 2009). Jane's Infantry Weapons 2009/2010 (em inglês) 35ª ed. Coulsdon: Jane's Information Group. ISBN 978-0-7106-2869-5. OCLC 769660119 
  16. a b c Bonn International Center for Conversion; Bundeswehr Verification Center. «SA vz 23 / 25». SALW Guide: Global distribution and visual identification 
  17. a b c Bonn International Center for Conversion; Bundeswehr Verification Center. «SA vz 24 / 26». SALW Guide: Global distribution and visual identification 
  18. Grey Tiger. «World Infantry Weapons: Libya». World Inventory (em inglês). Consultado em 5 de abril de 2023. Arquivado do original em 5 de outubro de 2016 
  19. Thomas, Nigel (2002). Germany's Eastern Front Allies (2): Baltic forces. Col: Men-at-Arms (em inglês). Darko Pavlovic, Carlos Caballero Jurado. Oxford: Osprey Publishing. p. 40. ISBN 9781841761930. OCLC 48153528 
  20. Do Amaral, Filipe (20 de agosto de 2021). «FOTO: Guerrilheiros anti-soviéticos na Lituânia». Warfare Blog. Centro de Pesquisa do Genocídio e Resistência da Lituânia. Consultado em 6 de abril de 2023