Manuel Ribas
Manuel Ribas | |
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28°- Interventor Federal do Paraná | |
Período | 30 de Janeiro de 1932 até 3 de Novembro de 1945 |
Antecessor(a) | João Perneta |
Sucessor(a) | Clotário de Macedo Portugal |
Dados pessoais | |
Nome completo | Manuel Carvalho Ribas |
Nascimento | 8 de março de 1873 Ponta Grossa, PR, Brasil |
Morte | 23 de janeiro de 1946 (72 anos) Curitiba, PR, Brasil |
Nacionalidade | brasileiro |
Profissão | administrador |
Manuel Ribas (Ponta Grossa, 8 de março de 1873 – Curitiba, 28 de janeiro de 1946) foi um político brasileiro.
Biografia
[editar | editar código-fonte]Filho de Augusto Lustoza de Andrade Ribas (o comendador Lustoza, deputado provincial do Paraná[1]) com Pureza de Carvalho Ribas, nasceu em Ponta Grossa. De origens portuguesas,[2] era neto do brigadeiro Ribas, que fez a expedição ao Alto Paraná a fim de guarnecer as fronteiras durante a Guerra do Paraguai.[3]
Estudou na cidade de Castro (onde casou com aos 21 anos com Zeolinda Fonseca) num internato particular e foi aluno de Rocha Pombo.[4]
Em 1897 deslocou-se para Santa Maria, Rio Grande do Sul, convidado para organizar a Cooperativa dos Empregados da Viação Férrea do Rio Grande do Sul. Realizou administração altamente proveitosa, o que lhe valeu ganhar notoriedade. Em razão disso, foi eleito em 1927, prefeito daquela cidade.[3]
Quando o interventor do Paraná, general Mário Tourinho, renunciou ao cargo, após a revolução de 1930, o presidente Getúlio Vargas foi buscá-lo em Santa Maria, pois o considerava solução conciliatória para os confrontos políticos que se desencadearam com a vacância da interventoria. Veio governar com a autoridade e prestígio de uma bem sucedida carreira na área administrativa empresarial. Assumiu dia 30 de janeiro de 1932. Permaneceu de 1932 a 1945 à frente do governo paranaense, ora como interventor de 1932 a 1934, ora como governador de 1935 a 1937, e outra vez como interventor de 1937 a 1945.[5]
Autodidata, simples, severo, era, apesar do gesto rude, um grande coração. Generoso e honesto, destacava discursos longos e homenagens protocolares. Em torno de seu procedimento singular criaram-se lendas de inefável sabor folclórico. O apelido de “Mané Facão” (ou ainda Maneco Facão) adveio-lhe do corte, a que foi obrigado, de funcionários públicos em excesso diante de um quadro financeiro caótico que lhe incumbia administrar.[5]
Apesar de parcos recursos disponíveis, realizou importantes obras básicas, sem descuidar da assistência aos pobres e desvalidos, cujos dramas muito o sensibilizavam. Construiu, por exemplo, a Estrada do Cerne, iniciada em 1935 e concluída em 1940, ligação vital ao desenvolvimento integrado do Estado, numa distância de 700 quilômetros, ligando o Paraná de Curitiba ao Porto Alvorada, com bifurcação para Londrina e Jacarezinho.[3]
Iniciou as obras das estradas de Curitiba a União da Vitória e de Ponta Grossa a Apucarana. Intensificou o fomento a agricultura, mediante a construção de escolas rurais e distribuição de sementes selecionadas; intensificou a melhoria da pecuária com a criação de cavalos de corrida, a importação de reprodutores da raça “jersey”; reaparelhou o Porto de Paranaguá; apoiou a cafeicultura, ampliou atenção à educação com a construção de escolas, de que é exemplo maior o Colégio Estadual, em Curitiba; priorizou a Saúde Pública, com a implantação de centros de assistência sanitária, laboratórios e dispensários.[5]
A Indústria Klabin localizou-se no Paraná por sua influência e apoio. A abertura à colonização do norte do Paraná foi outro empreendimento decorrente da sua visão de governante preocupado com o futuro. Segundo os críticos, seu erro maior foi permitir o desmembramento do Estado com a criação do Território do Iguaçu. Nesse episódio, todavia, prevaleceu sua fidelidade ao presidente Getúlio Vargas, após exauridas todas as gestões para impedir a mutilação.[3]
O cooperativismo encontrou nele defensor permanente, dada a grande experiência que trouxera de Santa Maria. Desprovido de títulos acadêmicos, seu desempenho em favor das atividades culturais retrata um administrador sensível e pragmático que soube estimular vocações artísticas. Entre os muitos talentos que incentivou destaca-se o mestre Poty, ao qual concedeu bolsa de estudos para estudar no Rio de Janeiro.[3]
Manuel Ribas foi destituído da interventoria no dia 29 de outubro de 1945, quando da deposição de Getúlio Vargas e o fim do Estado Novo e deixou o Palácio São Francisco (então sede do governo e atual Museu Paranaense) em 6 de novembro, após o longo predomínio na administração e política do estado.[5]
Morte
[editar | editar código-fonte]Manuel Ribas morreu em 28 de janeiro de 1946, no início da sua campanha eleitoral para o cargo de Governador do Estado.[5]
- ↑ Priscila Meier de Andrade. «Manoel Ribas». Universidade de Campinas. Consultado em 10 de junho de 2020. Arquivado do original em 18 de novembro de 2016
- ↑ Granato, Natália Cristina (outubro de 2020). «O Sucesso da Interventoria de Manoel Ribas no Paraná frente à Instabilidade da Política no Período Pós-revolução de 1930». Editora da Universidade Federal do Paraná. Revista NEP - Núcleo de Estudos Paranaenses. 6 (2): 57. Consultado em 29 de outubro de 2022
- ↑ a b c d e David Carneiro e Túlio Vargas. «Manoel Ribas». Casa Civil do Governo do Estado do Paraná). Consultado em 10 de junho de 2020
- ↑ helena Romero. «Memorial do colégio Manoel Ribas» (PDF). Universidade Federal de Santa Maria). Consultado em 10 de junho de 2020
- ↑ a b c d e «Biografia Manoel Ribas». CPDOC da Fundação Getúlio Vargas). Consultado em 10 de junho de 2020
Precedido por João Perneta |
Interventor federal no Paraná 1932 — 1945 |
Sucedido por Clotário de Macedo Portugal |