Laurales
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Laurales é uma ordem de plantas com flor (divisão Magnoliophyta), pertencente à classe Magnoliopsida, que inclui cerca de 2500-2800 espécies validamente descritas, agrupadas em 85-90 géneros repartidos por 7 famílias. São maioritariamente árvores e arbustos com distribuição natural nas regiões tropicais e subtropicais, com poucos géneros a ocorrerem em regiões temperadas. As espécies mais conhecidas pertencem às famílias Lauraceae (loureiro, caneleira, abacateiro e sassafrás) e Calycanthaceae (género ornamental Calycanthus). A ordem é considerada um grupo basal de angiospérmicas, incluída no clado Magnoliid, por vezes incluída nas Magnoliales, das quais é filogeneticamente próxima.
Descrição
[editar | editar código-fonte]Os fósseis de Laurales mais antigos que se conhecem ocorrem em formações do Cretáceo Inferior. É possível que a origem antiga desta ordem seja uma das razões para a sua grande diversidade morfológica. De facto, presentemente, não existe propriedade comum que possa servir para unificar todos os membros das Laurales. Este facto é por vezes utilizado para invocar o incorrecta circunscrição desta ordem. A presente classificação é baseada em recentes dados moleculares e análises genéticas.
As Laurales são principalmente plantas perenifólias, lenhosas, com folhas simples e coreáceas. Os plastídeos apresentam cristalóides de proteína. Os nódulos são unilacunares. As folhas são opostas ou verticiladas. Os feixes vasculares dos pecíolos são curvos.
As flores ocorrem em inflorescências cimosas. As flores são períginas, com hipanto, com os carpelos muitas vezes incorporados num receptáculo carnudo, lenhoso na maturação do fruto. Da mesma forma, em geral existem estaminódios internos. Por carpelo ocorre um (ou dois) óvulo de inserção basal. O arquespório é multicelular. O estilódio é longo. O pólen é inaperturado.
Os frutos apresentam uma única semente, são em geral cápsulas indeiscentes, em geral drupas ou bagas.
Taxonomia
[editar | editar código-fonte]A primeira indicação de que as Laurales não seriam um agrupamento natural, ou seja filogeneticamente justificável, foi publicada por Johannes Gottfried Hallier em 1905. Aquele sistemata considerava o agrupamento como derivado das Magnoliales e, portanto, parafilético quando considerado isoladamente.
Durante parte do século XX, a ordem Laurales incluiu geralmente o género Amborella e as espécies presentemente integradas nas Austrobaileyales e Chloranthaceae, situação que apenas se alterou em definitivo com o advento das técnicas de biologia molecular. os dados obtidos com recurso a essa técnicas vieram demonstrarque a inclusão destes taxa tornava muito difícil determinar as relações filogenéticas dentro da ordem Laurales e entre as Laurales e outros grupos.[3]
Tendo em conta os resultados obtidos com recurso à biologia molecular, as seguintes família foram incluídas na ordem Laurales pelo Angiosperm Phylogeny Group no sistema de classificação APG III,[4][5] situação que é mantida no sistema APG IV:
- Ordem Laurales Juss. ex Bercht. & J.Presl
- Calycanthaceae Lindl., nom. cons.
- Siparunaceae Schodde
- Gomortegaceae Reiche, nom. cons.
- Atherospermataceae R.Br.
- Hernandiaceae Blume, nom. cons.
- Monimiaceae Juss., nom. cons.
- Lauraceae Juss., nom. cons.
A estrutura pode ser representada pelo seguinte cladograma:
Magnoliids |
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No antigo sistema de Cronquist, as Laurales incluíam um conjunto de famílias ligeiramente diferente:
- Família Amborellaceae (actualmente na ordem Amborellales)
- Família Calycanthaceae
- Família Gomortegaceae
- Família Hernandiaceae
- Família Idiospermaceae (= Calycanthaceae pro parte)
- Família Lauraceae
- Família Monimiaceae (Cronquist incluia Atherospermataceae e Siparunaceae na família Monimiaceae)
- Família Trimeniaceae (não atribuída, incluída no grupo basal)
- ↑ Angiosperm Phylogeny Group (2009). «An update of the Angiosperm Phylogeny Group classification for the orders and families of flowering plants: APG III». Botanical Journal of the Linnean Society. 161 (2): 105–121. doi:10.1111/j.1095-8339.2009.00996.x. Consultado em 6 de julho de 2013. Arquivado do original (PDF) em 25 de maio de 2017
- ↑ «Order Calycanthales». Consultado em 6 de abril de 2017. Arquivado do original em 11 de julho de 2013
- ↑ Susanne S. Renner (1999). «Circumscription and phylogeny of the Laurales: evidence from molecular and morphological data». American Journal of Botany. 86 (9): 1301–1315. JSTOR 2656778. PMID 10487818. doi:10.2307/2656778 Full text (pdf).
- ↑ Angiosperm Phylogeny Group (2003). «An update of the Angiosperm Phylogeny Group classification for the orders and families of flowering plants: APG II». Botanical Journal of the Linnean Society. 141 (4): 399–436. doi:10.1046/j.1095-8339.2003.t01-1-00158.x. Consultado em 30 de janeiro de 2006. Arquivado do original em 22 de dezembro de 2007
- ↑ Soltis, P. S.; Soltis, D. E. (2004). «The origin and diversification of Angiosperms». American Journal of Botany. 91 (10): 1614–1626. PMID 21652312. doi:10.3732/ajb.91.10.1614
Ver também
[editar | editar código-fonte]Referências
[editar | editar código-fonte]- «Laurales» (em inglês). ITIS (www.itis.gov). 22 de Agosto de 2006
- Renner, Susanne S. (May 2001) Laurales. In: Nature Encyclopedia of Life Sciences. London: Nature Publishing Group. doi:10.1038/npg.els.0003695 Abstract, Full text (pdf).
- Renner S.S. (1999). Circumscription and phylogeny of the Laurales: evidence from molecular and morphological data. American Journal of Botany 86 (9): 1301-1315. Abstract, Full text (pdf).
- Endress P.K., Igersheim A. (1997). Gynoecium diversity and systematics of the Laurales. Botanical Journal of the Linnean Society 125 (2): 93-168. doi:10.1006/bojl.1997.0113 Abstract.
- «Ordem Laurales na Flora Digital de Portugal - Jardim Botânico UTAD»
- K.J. Perleb (1826). Lehrbuch der Naturgeschichte des Pflanzenreichs p. 174. Magner, Freiburg im Breisgau, Deutschland.
- Renner, Susanne S. (May 2001) Laurales. In: Nature Encyclopedia of Life Sciences. Londres: Nature Publishing Group. doi:10.1038/npg.els.0003695 Abstract, Full text (pdf).
- Renner S.S. (1999). Circumscription and phylogeny of the Laurales: evidence from molecular and morphological data. American Journal of Botany 86 (9): 1301-1315. Abstract, Full text (pdf).
- Endress P.K., Igersheim A. (1997). Gynoecium diversity and systematics of the Laurales. Botanical Journal of the Linnean Society 125 (2): 93-168. doi:10.1006/bojl.1997.0113 Abstract.