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Fernando Morais

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
Fernando Gomes de Morais
Fernando Morais
Fernando Morais
Fernando Morais em 2011
21.° Secretário Estadual da Educação de São Paulo
Período 15 de março de 1991 até 3 de setembro de 1993
Governador Luiz Antônio Fleury Filho
Antecessor(a) Carlos Estevam Martins
Sucessor(a) Luiz Patrício Cintra do Prado Filho (Secretário Interno)
Deputado Estadual por São Paulo
Período 15 de março de 1979 até 1° de fevereiro de 1987 (2 mandatos consecutivos)
Legislatura 9.ª legislatura
10.ª legislatura
Dados pessoais
Nome completo Fernando Gomes de Morais
Nascimento 22 de julho de 1946 (78 anos)
Mariana, MG, Brasil
Nacionalidade brasileiro
Partido MDB (1978-1979)
MDB (1980-atualidade)
Ocupação Jornalista
Biógrafo
Político
Escritor

Fernando Gomes de Morais (Mariana, 22 de julho de 1946) é um jornalista, biógrafo, político e escritor brasileiro. Sua obra literária é constituída por biografias e reportagens.[1]

Iniciou sua carreira no jornalismo aos 15 anos. Em 1961, era então um office boy numa revista editada por um banco em Belo Horizonte, quando teve que cobrir a ausência do único jornalista da publicação numa entrevista coletiva. Aos 18 mudou-se para São Paulo e passou pelas redações de Veja, Jornal da Tarde, Revista Visão, Folha de S.Paulo, TV Cultura e portal IG. Recebeu três vezes o Prêmio Esso e quatro vezes o Prêmio Abril.[1][2][3][4]

Seu primeiro sucesso editorial foi A Ilha, relato de uma viagem a Cuba.[5] A partir daí, abandonou a rotina das redações para se dedicar à literatura. Pesquisador dedicado e exímio no tratamento de textos, publicou biografias e reportagens que venderam mais de cinco milhões de exemplares no Brasil e em outros países.[6]

Em 2003, tentou uma vaga na Academia Brasileira de Letras, mas foi derrotado por Marco Maciel, ex-senador e ex-vice-presidente da República.[7] Em 2006 assumiu assento na Academia Marianense de Letras, em sua cidade natal.[8]

Foi deputado estadual pelo PMDB em duas ocasiões, nas legislaturas de 1978 e 1982. Também assumiu secretária estadual de Cultura (1988-1991) e de Educação (1991-1993) de São Paulo, nos governos Orestes Quércia e Luiz Antônio Fleury Filho.[9][10] Em 1998 foi candidato a vice-governador da candidatura de Orestes Quércia ao governo do Estado de São Paulo nas eleições de 1998.[10]

Ano Livro
1976 A Ilha Esta reportagem sobre Cuba tornou-se um dos maiores sucessos editoriais brasileiros e se converteu num ícone da esquerda brasileira nos anos 70. Reeditada em 2001, a obra, ampliada, inclui um caderno de fotos e um prefácio em que Morais apresenta suas impressões sobre a ilha 25 anos depois da primeira viagem.
1985 Olga Reeditada em 1994, narra a trajetória trágica de Olga Benário, recrutada pelo governo soviético para dar proteção ao líder comunista brasileiro Luís Carlos Prestes, com quem viveria um romance antes de ser presa e deportada pelo governo Vargas e morta na Alemanha nazista.
1994 Chatô, o Rei do Brasil Biografia de Assis Chateaubriand, na qual são narrados sem retoques os expedientes pouco ortodoxos por ele utilizados para construir seu império jornalístico.
2000 Corações Sujos Reconstitui a mais sangrenta página da história da imigração japonesa, a aventura da Shindo Renmei e sua vingança contra os corações sujos, assim chamados os japoneses acusados de trair sua pátria por "acreditarem" na derrota do Japão na Segunda Guerra Mundial.
2003 Cem Quilos de Ouro Coletânea na qual o autor apresenta e comenta doze reportagens assinadas por ele entre as décadas de 1970 e 1990.
2005 Na Toca dos Leões O autor esmiúça a vida de Washington Olivetto, Javier Llussá Ciuret e Gabriel Zellmeister, os fundadores da W/Brasil, uma das agências de propaganda mais premiadas do mundo.
2006 Montenegro Biografia de Casimiro Montenegro Filho, o Marechal Montenegro, pioneiro da aviação e revolucionário de 1930, que, em 1950, enfrentou Presidente da República, ministros e companheiros de farda para criar o Instituto Tecnológico de Aeronáutica (ITA).
2008 O Mago Biografia do polêmico escritor Paulo Coelho. Tentativa de suicídio, satanismo, homossexualidade, drogas e Raul Seixas fazem parte das revelações.
2011 Os Últimos Soldados da Guerra Fria Livro sobre agentes secretos de Cuba nos Estados Unidos.
2021 Lula, Volume 1 A primeira biografia de vulto de Luiz Inácio Lula da Silva.

Adaptações para o cinema

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Logo após o lançamento da edição americana da biografia Olga, os direitos de sua adaptação para filme foram adquiridos por um estúdio de Hollywood. Produtores americanos chegaram a anunciar que Al Pacino interpretaria Prestes.

No entanto, o filme Olga veio em 2004 a ser produzido pela Globo Filmes dirigido por Jayme Monjardim, com Camila Morgado no papel de Olga e Caco Ciocler no de Prestes.

"Chatô, o Rei do Brasil"

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O livro Chatô, o Rei do Brasil acabou por protagonizar um dos capítulos mais controversos da história do cinema brasileiro. Os direitos para o cinema foram adquiridos por Guilherme Fontes, ator sem maior experiência na produção de longas-metragens. As filmagens foram iniciadas em 1995 mas foram logo interrompidas por falta de recursos financeiros. Novas captações, autorizadas pelo Ministério da Cultura, foram feitas, mas após Fontes haver consumido R$8,6 milhões as filmagens foram definitivamente canceladas com a recusa do Tribunal de Contas da União em aceitar a prestação de contas do produtor.

O filme Chatô, o Rei do Brasil veio a ser lançado apenas em 2015.[11]

"Corações Sujos"

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Corações Sujos foi vendido para o cineasta Cacá Diegues, mas o projeto de finalizar o filme em 2005 não se concretizou.

Em 2011, foi lançado o filme Corações Sujos,[12] do diretor Vicente Amorim, que conta com o ator Tsuyoshi Ihara no elenco.

"Os Últimos Soldados da Guerra Fria"

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Os Últimos Soldados da Guerra Fria foi adaptado para o cinema por Olivier Assayas em 2019 sob o título Wasp Network, Cuban Network, Red Avispas... dependendo do país e da língua. A produção franco-espanhola é estrelada por Penélope Cruz, Édgar Ramírez, Gael García Bernal, Ana de Armas e Wagner Moura nos papéis principais. O filme foi bem recebido pela crítica, mas com reações violentas dos círculos anticastristas em Miami.[13][14]

Referências
  1. a b «Jornalista e escritor Fernando Morais é homenageado na 45ª edição do Prêmio Vladimir Herzog de Anistia e Direitos Humanos». Prêmio jornalístico Vladimir Herzog de Anistia e Direitos Humanos. Consultado em 8 de maio de 2024 
  2. A biografia de Fernando Morais no site da Companhia das Letras
  3. «Fernando Morais». Biblioteca Pública do Paraná. Consultado em 25 de outubro de 2023 
  4. «Entrevista: Fernando Morais». Prêmio Vladimir Herzog de Anistia e Direitos Humanos. Consultado em 8 de maio de 2024 
  5. «Fernando Morais: "De sua ilhota, Fidel chacoalhou o planeta"». El País. 26 de novembro de 2016. Consultado em 1 de maio de 2022 
  6. «Fernando Morais lançará primeiro tomo de livro sobre Lula até o Natal». PCdoB. Consultado em 25 de outubro de 2023 
  7. http://www.academia.org.br/noticias/marco-maciel-e-eleito-imortal
  8. Administrator (17 de janeiro de 2007). «Fernando Morais lança livro sobre as aventuras do Marechal Montenegro, em Mariana». ufop.br. Consultado em 25 de outubro de 2023 
  9. «Folha Online - Brasil - Veja o perfil político de Fernando Morais, 1º sabatinado pela Folha - 19/08/2002». www1.folha.uol.com.br. Consultado em 25 de outubro de 2023 
  10. a b «Escritor cede a apelo de Quércia». Folha de S.Paulo. 8 de julho de 2002. Consultado em 8 de maio de 2024 
  11. Depois de 20 anos de espera, "Chatô, o Rei do Brasil" entra em cartaz
  12. O site do filme "Corações Sujos" Arquivado em 13 de julho de 2014, no Wayback Machine. - Página visitada em 02/05/2012.
  13. «Netflix's 'Wasp Network' Stings Miami's Cuban Exiles». Yahoo! Finance. 3 de junho de 2020. Consultado em 1 de maio de 2022 
  14. «Netflix's 'Wasp Network' stings Miami's cuban exiles». BNN Bloomberg. 3 de julho de 2020. Consultado em 9 de maio de 2023 

Ligações Externas

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