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Aelita

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Aelita
Аэлита
Aelita (prt)
Aelita, a Rainha de Marte (bra)
 União Soviética
1924 •  pb •  111 min 
Gênero ficção científica
Direção Yakov Protazanov
Roteiro Aleksei Fajko
Fyodor Otsep
Baseado em Aelita de Alexei Tolstoy
Elenco Yuliya Solntseva
Igor Ilyinsky
Nikolai Tseretelli
Nikolai Batalov
Vera Orlova
Cinematografia Emil Schünemann
Yuri Zhelyabuzhsky
Direção de arte Yuri Zheliabovsky
Figurino Aleksandra Ekster[1][2]
Companhia(s) produtora(s) Mezhrabpom-Rus[3]
Lançamento 30 de setembro de 1924[3]
Idioma filme mudo com intertítulos em russo

Aelita (título em Portugal) ou Aelita, a Rainha de Marte (título no Brasil) (em russo: Аэлита) é um filme mudo soviético de ficção científica de 1924, livremente baseado no romance homónimo de Alexei Tolstoy, e dirigido por Yakov Protazanov.[1][3] Foi o primeiro filme soviético de ficção científica.[1][2]

A história tem lugar entre 1921 e 1923, após o final da Guerra Civil Russa e o início da Nova Política Económica. O filme começa com misteriosos sinais de rádio oriundos de Marte sendo captados em todo o mundo. Los e Spiridonov, dois engenheiros moscovitas, estão entre aqueles que recebem as mensagens. Los começa a fantasiar sobre a sua origem, ao mesmo tempo que Aelita, filha de Tuskub, regente de Marte, usa um telescópio para espiar a vida na Terra e se foca nele. Los começa a preencher os sonhos de Aelita, enquanto que este fica obcecado com a mensagem e fantasia com Aelita. O casamento de Los com a sua mulher Natasha desmorona-se devido à crescente obcecação deste com as mensagens, e Los acaba aceitando um trabalho no leste da Rússia, afastando-se de casa por algum tempo. Quando regressa, dispara sobre Natasha durante um acesso de ciúmes, acreditando que esta lhe tinha sido infiel com Ehrlich, um aristocrata trapaceiro.[1]

Los decide então assumir a entidade de Spiridonov, que entretanto havia emigrado, e constrói uma nave espacial para ir ao encontro de Aelita. Decide levar consigo Gusev, um revolucionário aborrecido com o seu casamento, e parte para Marte desconhecendo que Kravtsov, um detetive amador que estava investigando Spiridonov, também está a bordo. Em Marte, Los e Aelita encontram-se finalmente, mas Aelita transforma-se momentaneamente em Natasha aos olhos de Los, e este é tomado pela culpa. Tuskub manda então prender os três terráqueos e Aelita, que também matou para poder estar com Los. Na prisão, Gusev consegue instigar os trabalhadores presos a revoltar-se contra o regime ditatorial de Tuskub. Aelita oferece-se para liderar a revolução, que acaba por derrubar Tuskub, mas aproveita a situação para estabelecer o seu próprio regime. Horrorizado com o sucedido, Los luta com Aelita numa escadaria, mas quando consegue empurrá-la para a morte vê que na verdade era com Natasha que estava lutando.[1]

Los acorda então de um sonho e verifica que na realidade está na plataforma de uma estação, pouco depois de ter disparado sobre Natasha. É então revelado que a misteriosa mensagem de Marte era apenas um fragmento de um anúncio de pneus. Perturbado pelo sonho e pela imagem de Natasha, Los regressa à cena do crime para descobrir que falhou os disparos e que esta está viva, e os dois fazem as pazes.[1]

Receção e crítica

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Figurino de Aelita, por Aleksandra Ekster.

Aelita foi um grande êxito entre o público.[1][3] A primeira exibição do filme, em 30 de setembro de 1924, foi precedida por uma campanha publicitária nos jornais Pravda e Kinogazeta, e a fachada do cinema foi decorada com imagens gigantes de Aelita e Tuskub, colunas iluminadas e formas geométricas semelhantes à decoração marciana do filme. A procura por bilhetes não teve precedentes, e o próprio Protazanov se viu impedido de estar presente na estreia devido às multidões.[3] No entanto, foi muito criticado pelos críticos oficiais do regime, que questionaram a dedicação do filme à Revolução e o facto de se afastar demasiado do romance de Tolstoy,[1][3] e o próprio Tolstoy se mostrou desapontado com este.[3]

Em 1925, Protazanov recebeu um prémio por Aelita numa exposição internacional de artes decorativas e industriais realizada em Paris.[3]

Embora a ficção científica não se tenha imediatamente afirmado enquanto género cinematográfico na União Soviética, Aelita teve um impacto importante fora do país.[1] Os seus enormes cenários, radical guarda-roupa e visão distópica de uma sociedade futurista influenciaram o filme Metrópolis (1927) de Fritz Lang,[1][3] e o uso do sonho no enredo, tão criticado na época, tornar-se-ia num efeito psicológico padrão no cinema Ocidental durante a década de 1940, sendo atualmente tão comum que é considerado um cliché.[1] O tratamento dado por Protazanov ao romance de Tolstoy viria ainda a ser imitado em outros filmes de ficção científica soviéticos, como Stalker (1979) de Andrei Tarkovski e Dni zatmeniya (1989) de Alexandr Sokurov, que também foram despojados dos elementos de ficção científica dos romances em que se baseiam para se focar mais na moral terrena e em questões filosóficas.[1]

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Referências
  1. a b c d e f g h i j k l Andrew J. Horton (10 de janeiro de 2010). «Science Fiction of the Domestic: Iakov Protazanov's Aelita». Praga: Central Europe Review. Central Europe Review (em inglês). 2 (1). ISSN 1212-8732. Consultado em 29 de agosto de 2013. Arquivado do original em 4 de abril de 2005 
  2. a b «Aelita». Cinecartaz. Público.pt. Consultado em 29 de agosto de 2013 
  3. a b c d e f g h i John DeBartolo. «"Aelita, Queen of Mars" (1924)». Reviews (em inglês). Silents Are Golden. Consultado em 1 de junho de 2010. Cópia arquivada em 24 de julho de 2013 

Ligações externas

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