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Imigração francesa no Brasil: diferenças entre revisões

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A '''imigração francesa no Brasil''' foi o movimento migratório ocorrido principalmente nos séculos XIX e XX de grupos de franceses para várias regiões do Brasil. Os franco-brasileiros (em [[Língua francesa|frânces]]: ''Franco-Brésiliens'') são [[brasileiros]] que possuem [[ascendência]] [[França|francesa]] ou pessoas nascidas na França radicadas no Brasil.<ref name="Não_nomeado-xvj--1">{{Citar web |url=http://www.ambafrance-br.org/IMG/pdf/27-06-13-La_France_et_le_Bresil_en_chiffre_2013.pdf |titulo=La France et le Bresil en chiffre|acessodata=11 de fevereiro de 2014 |arquivourl=https://web.archive.org/web/20140116131612/http://www.ambafrance-br.org/IMG/pdf/27-06-13-La_France_et_le_Bresil_en_chiffre_2013.pdf |arquivodata=16 de janeiro de 2014 |urlmorta=yes }}</ref>
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A comunidade francesa no Brasil é a segunda maior comunidade francesa da América Latina (depois da Argentina com 6,8 milhões de descendentes). Atualmente, a população de franco-brasileiros está estimada em 1.5 milhão de pessoas.<ref>{{Citar web |url=http://www.ambafrance-br.org/IMG/pdf/27-06-13-La_France_et_le_Bresil_en_chiffre_2013.pdf |titulo=Cópia arquivada |acessodata=11 de fevereiro de 2014 |arquivourl=https://web.archive.org/web/20140116131612/http://www.ambafrance-br.org/IMG/pdf/27-06-13-La_France_et_le_Bresil_en_chiffre_2013.pdf |arquivodata=16 de janeiro de 2014 |urlmorta=yes }}</ref>


== História ==
== História ==
No século XIX, por volta de 1847, franceses e alguns belgas, e posteriormente brasileiros, criaram a ''Colônia Dr. Faivre'', às margens do [[rio Ivaí]], localidade rebatizada de [[Teresa Cristina (Cândido de Abreu)|Teresa Cristina]], no município de [[Cândido de Abreu]], no [[Paraná]].<ref name=pref_curitiba>{{citar web|url=https://www.curitiba.pr.gov.br/noticias/livro-fala-da-imigracao-francesa-no-parana/21100|título=Livro fala da imigração francesa no Paraná|publicado=Prefeitura Municipal de Curitiba|data=17 de novembro de 2010|acessodata=2022-12-11}}</ref><ref>{{citar web|url=https://www.gazetadopovo.com.br/vida-e-cidadania/uma-utopia-socialista-a-beira-do-ivai-0aubiagxjvu6f1iqa5ns7b4ni/amp/|título=Uma utopia socialista à beira do Ivaí|autor=Diego Antonelli|publicado=Gazeta do Povo|data=31 de maio de 2013|acessodata=2022-12-11}}</ref> Ainda na mesma época, na década de 1850,<ref>{{citar web|url=https://www.gazetadopovo.com.br/vida-e-cidadania/quando-um-consul-destemido-desbravou-o-litoral-do-parana-9fxeokvuf2ii9vvti23dfkdam/amp/|título=Quando um cônsul destemido desbravou o litoral do Paraná|autor=Diego Antonelli|publicado=Gazeta do Povo|data=17 de janeiro de 2014|acessodata=2022-12-11}}</ref> franceses se estabeleceram na [[Colônia de Superaguy]], na baía de [[Paranaguá]].<ref>{{citar web|url=https://books.google.com.br/books?id=PfcQbSCUw6UC&pg=PA32&lpg=PA32&dq=colonia+superaguy&source=bl&ots=wbDkRs2Nsh&sig=ACfU3U0Lj1jva4VbHnNTZNTZoOfHxBdHhg&hl=pt-BR&sa=X&ved=2ahUKEwjAu5Hn24TnAhWOF7kGHb_2B-0Q6AEwAnoECAcQAQ#v=onepage&q=colonia%20superaguy&f=false |título=Franceses no Brasil: séculos XIX - XX |autor=Laurent Vidal, Tânia Regina De Luca|data=|acessodata=2022-12-11}}</ref> Em 1868 foi criada a ''Colônia Argelina'' na região que hoje é o bairro do [[Bacacheri]],<ref>{{citar web|url=http://curitibaemdados.ippuc.org.br/anexos/1975_Hist%C3%B3rico%20do%20Bairro%20Bacacheri.pdf|titulo=Histórico dos Bairros de Curitiba - Bairro Bacacheri|autor=Curitiba em Dados|publicado=Instituto de Pesquisa e Planejamento Urbano de Curitiba - IPPUC|data=|acessodata=2022-12-11}}</ref><ref>{{citar web|url=https://www.gazetadopovo.com.br/imoveis/novas-obras-em-bairro-antigo-43ocw57clno2ed9rlbnuteh5a/|titulo=Novas obras em bairro antigo|autor=Daliane Nogueira|publicado=Gazeta do Povo|data=17 de julho de 2010|acessodata=2022-12-11}}</ref> em [[Curitiba]].<ref>{{citar web|url=https://acervodigital.ufpr.br/handle/1884/57897|título=Imigrantes franceses no Paraná: o caso da Colônia Argelina (1868-1890)|autor=Chimentão, Bárbara Letícia|publicado=Universidade Federal do Paraná |data=2018|acessodata=2022-12-11}}</ref> Em Curitiba é realizado desde 1988 pela Aliança Francesa a ''Festa da Francofonia''.<ref>{{citar web|url=https://g1.globo.com/pr/parana/noticia/2019/03/25/evento-em-curitiba-celebra-cultura-dos-paises-de-lingua-francesa-com-gastronomia-cinema-teatro-e-musica.ghtml|título=Evento em Curitiba celebra cultura dos países de língua francesa com gastronomia, cinema, teatro e música|publicado=G1 PR|data=25 de março de 2019|acessodata=2022-12-11}}</ref> Estima-se que na década de 2010 o Paraná tinha cerca de seiscentas famílias descendentes de franceses.<ref name=pref_curitiba/><ref>{{citar web|url=https://www.tribunapr.com.br/mais-pop/livro-destaca-imigracao-francesa-no-parana/amp/|título=Livro destaca imigração francesa no Paraná|autor=Cintia Végas|publicado=Tribuna do Paraná|data=2022-12-11|acessodata=2022-12-11}}</ref>
Afora as invasões francesas à [[Invasões francesas do Brasil#Da Paraíba ao Ceará|Paraíba e Ceará]], ao [[França Antártica|Rio de Janeiro]] e ao [[França Equinocial|Maranhão e Pará]], ainda durante o [[século XVI]], a primeira grande leva de [[franceses]] ao país aconteceu com a [[Transferência da corte portuguesa para o Brasil|transferência da família real e da corte portuguesa para o Brasil]], em [[1808]].


Também no Paraná, as colônias no Vale do Assungui, no município de [[Cerro Azul (Paraná)|Cerro Azul]], receberam imigrantes franceses durante o Império. Porém, com o tempo boa parte dessa população migraria para outras áreas. Segundo o historiador Romário Martins "...''em 1875 tinha a Colônia Assungui 1.824 habitantes, sendo 875 brasileiros, 338 franceses''", além de imigrantes de outras nacionalidades.<ref name=romario_martins>{{citar web|url=https://books.google.com.br/books?id=xRorAQAAMAAJ&pg=PA354&dq=italiana+tibagi&hl=pt-BR&sa=X&ved=0ahUKEwjK5cnk3LbpAhXDJbkGHQZMBug4PBDoAQhpMAk#v=onepage&q=italiana%20tibagi&f=false|titulo=História do Paraná|autor=Romário Martins|publicado=Farol do Saber|data=1995|acessodata=2022-12-11}}</ref>
[[João VI de Portugal|D. João VI]] patrocinou a vinda da ''[[Missão Artística Francesa|Missão Artística]]'' que trouxe ao Brasil, em [[1816]], franceses como o [[pintor]] [[Joachim Lebreton]] com o seu secretário [[Pierre Dillon]], o pintor histórico [[Jean Baptiste Debret]], o pintor de paisagens e cenas históricas [[Nicolas-Antoine Taunay]] com o seu filho [[Félix Émile Taunay]] – ainda apenas um jovem aprendiz, o [[arquiteto]] [[Auguste Henri Victor Grandjean de Montigny]] junto com seus discípulos [[Charles de Lavasseur]] e [[Louis Ueier]], o [[escultor]] [[Auguste Marie Taunay]], o gravador [[Charles-Simon Pradier]], o [[Mecânico (profissional)|mecânico]] [[François Ovide]], o [[ferreiro]] [[Jean Baptiste Leve]], o serralheiro [[Nicolas Magliori Enout]], os peleteiros Pelite e Fabre, os carpinteiros [[Louis Jean Roy]] com o seu filho Hypolite e o auxiliar de escultor [[François Bonrepos]]. Muitos deles trouxeram suas famílias, criados e outros auxiliares. Pinassi acrescenta ainda o músico [[Sigismund Neukomm]]. 6 meses mais tarde, uniram-se ao grupo o escultor [[Marc Ferrez]] (tio do fotógrafo Marc Ferrez) e o gravador de [[medalha]]s [[Zéphyrin Ferrez]].


Segundo o [[Censo demográfico do Brasil de 1920|Censo Republicano de 1920]], 31.984 franceses moravam no Brasil.<ref>Recenseamento Geral do Brasil em 1920. Volume 4, Parte 1. "População por sexo, estado civil e nacionalidade". p. 317</ref> [[São Paulo (estado)|São Paulo]] contava com a maior parte desses imigrantes, contabilizando 13.576 estrangeiros de tal nacionalidade.<ref>Ibidem.</ref> Em seguida, vinham o Distrito Federal (que na época era a cidade do [[Rio de Janeiro (cidade)|Rio de Janeiro]]) com 10.538 franceses e o [[Rio Grande do Sul]] com 4.216.<ref>Idem, pp. 313 a 316</ref> No estado de São Paulo, as cidades com os maiores números eram a [[São Paulo (cidade)|capital]] (3.859), [[Santos]] (581), [[Campinas]] (389), [[Taubaté]] (371) e [[Ribeirão Preto]] (361).<ref>Idem. pp. 827 a 866</ref> No Rio Grande do Sul, [[Porto Alegre]] tinha 2356 franceses, seguido de [[Pelotas]] (775) e [[Rio Grande (Rio Grande do Sul)|Rio Grande]] (730).<ref>Idem. pp. 800 e 801</ref>
Entre [[1819]] a [[1940]], [[franceses]] imigraram para o Brasil. Muitos destes chegaram por volta de [[1884]] a [[1925]], mais de 25.000 imigrantes franceses neste período. Fontes apontam que imigraram para o Brasil por volta de 100.000 franceses entre [[1850]] e [[1965]]. A comunidade francesa no Brasil alega que 592 imigrantes chegaram em [[1888]], e 5.000 imigrantes em [[1915]]. Foi estimado que 14.000 franceses viviam no Brasil em [[1912]], o que resulta em 9% do total de franceses que vivia na [[América Latina]].

No Paraná, as colônias no Vale do Assungui receberam imigrantes franceses durante o Império. Porém, com o tempo boa parte dessa população migraria para outras áreas.

Segundo o Censo Republicano de 1920, 31.984 franceses moravam no Brasil.<ref>Recenseamento Geral do Brasil em 1920. Volume 4, Parte 1. "População por sexo, estado civil e nacionalidade". p. 317</ref> [[São Paulo (estado)|São Paulo]] contava com a maior parte desses imigrantes, contabilizando 13.576 estrangeiros de tal nacionalidade.<ref>Ibidem.</ref> Em seguida, vinham o Distrito Federal (que na época era a cidade do [[Rio de Janeiro (cidade)|Rio de Janeiro]]) com 10.538 franceses e o [[Rio Grande do Sul]] com 4.216.<ref>Idem, pp. 313 a 316</ref> No estado de São Paulo, as cidades com os maiores números eram a [[São Paulo (cidade)|capital]] (3.859), [[Santos]] (581), [[Campinas]] (389), [[Taubaté]] (371) e [[Ribeirão Preto]] (361).<ref>Idem. pp. 827 a 866</ref> No Rio Grande do Sul, [[Porto Alegre]] tinha 2356 franceses, seguido de [[Pelotas]] (775) e [[Rio Grande]] (730).<ref>Idem. pp. 800 e 801</ref>


== Ver também ==
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* [[Franco-canadianos]]
* [[Franco-canadianos]]


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Edição atual tal como às 14h58min de 3 de agosto de 2024

França Franco-brasileiros Brasil
População total
Regiões com população significativa
Línguas
Português. Uma minoria de descendentes fala francês.[1]
Religiões
Predominantemente o catolicismo.[1]
Grupos étnicos relacionados
brasileiros brancos, outros franceses e franco-canadense.[1]

A imigração francesa no Brasil foi o movimento migratório ocorrido principalmente nos séculos XIX e XX de grupos de franceses para várias regiões do Brasil. Os franco-brasileiros (em frânces: Franco-Brésiliens) são brasileiros que possuem ascendência francesa ou pessoas nascidas na França radicadas no Brasil.[1]

No século XIX, por volta de 1847, franceses e alguns belgas, e posteriormente brasileiros, criaram a Colônia Dr. Faivre, às margens do rio Ivaí, localidade rebatizada de Teresa Cristina, no município de Cândido de Abreu, no Paraná.[2][3] Ainda na mesma época, na década de 1850,[4] franceses se estabeleceram na Colônia de Superaguy, na baía de Paranaguá.[5] Em 1868 foi criada a Colônia Argelina na região que hoje é o bairro do Bacacheri,[6][7] em Curitiba.[8] Em Curitiba é realizado desde 1988 pela Aliança Francesa a Festa da Francofonia.[9] Estima-se que na década de 2010 o Paraná tinha cerca de seiscentas famílias descendentes de franceses.[2][10]

Também no Paraná, as colônias no Vale do Assungui, no município de Cerro Azul, receberam imigrantes franceses durante o Império. Porém, com o tempo boa parte dessa população migraria para outras áreas. Segundo o historiador Romário Martins "...em 1875 tinha a Colônia Assungui 1.824 habitantes, sendo 875 brasileiros, 338 franceses", além de imigrantes de outras nacionalidades.[11]

Segundo o Censo Republicano de 1920, 31.984 franceses moravam no Brasil.[12] São Paulo contava com a maior parte desses imigrantes, contabilizando 13.576 estrangeiros de tal nacionalidade.[13] Em seguida, vinham o Distrito Federal (que na época era a cidade do Rio de Janeiro) com 10.538 franceses e o Rio Grande do Sul com 4.216.[14] No estado de São Paulo, as cidades com os maiores números eram a capital (3.859), Santos (581), Campinas (389), Taubaté (371) e Ribeirão Preto (361).[15] No Rio Grande do Sul, Porto Alegre tinha 2356 franceses, seguido de Pelotas (775) e Rio Grande (730).[16]

Referências
  1. a b c d «La France et le Bresil en chiffre» (PDF). Consultado em 11 de fevereiro de 2014. Arquivado do original (PDF) em 16 de janeiro de 2014 
  2. a b «Livro fala da imigração francesa no Paraná». Prefeitura Municipal de Curitiba. 17 de novembro de 2010. Consultado em 11 de dezembro de 2022 
  3. Diego Antonelli (31 de maio de 2013). «Uma utopia socialista à beira do Ivaí». Gazeta do Povo. Consultado em 11 de dezembro de 2022 
  4. Diego Antonelli (17 de janeiro de 2014). «Quando um cônsul destemido desbravou o litoral do Paraná». Gazeta do Povo. Consultado em 11 de dezembro de 2022 
  5. Laurent Vidal, Tânia Regina De Luca. «Franceses no Brasil: séculos XIX - XX». Consultado em 11 de dezembro de 2022 
  6. Curitiba em Dados. «Histórico dos Bairros de Curitiba - Bairro Bacacheri» (PDF). Instituto de Pesquisa e Planejamento Urbano de Curitiba - IPPUC. Consultado em 11 de dezembro de 2022 
  7. Daliane Nogueira (17 de julho de 2010). «Novas obras em bairro antigo». Gazeta do Povo. Consultado em 11 de dezembro de 2022 
  8. Chimentão, Bárbara Letícia (2018). «Imigrantes franceses no Paraná: o caso da Colônia Argelina (1868-1890)». Universidade Federal do Paraná. Consultado em 11 de dezembro de 2022 
  9. «Evento em Curitiba celebra cultura dos países de língua francesa com gastronomia, cinema, teatro e música». G1 PR. 25 de março de 2019. Consultado em 11 de dezembro de 2022 
  10. Cintia Végas (11 de dezembro de 2022). «Livro destaca imigração francesa no Paraná». Tribuna do Paraná. Consultado em 11 de dezembro de 2022 
  11. Romário Martins (1995). «História do Paraná». Farol do Saber. Consultado em 11 de dezembro de 2022 
  12. Recenseamento Geral do Brasil em 1920. Volume 4, Parte 1. "População por sexo, estado civil e nacionalidade". p. 317
  13. Ibidem.
  14. Idem, pp. 313 a 316
  15. Idem. pp. 827 a 866
  16. Idem. pp. 800 e 801
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