Escola Sociologia e Políticas Publicas

Neste pequeno ensaio, procura-se refletir sobre o efeito da reflexão estática que os ecrãs tecnológicos na sociedade contemporânea colocam nos indivíduos, nomeadamente, nos mais jovens, e no paradoxo visão narcísica/oportunidade de liberdade que pode colocar-se e, a partir daqui, defender-se a importância da educação artística como elemento de exercício da liberdade, a partir da possibilidade da folha (tela, ecrã) em branco – a educação artística como elemento construtor de democracia e de cidadania.

I was reading a book by Alain Corbin and Hervé Mazurel-Histoire des sensibilités. The book highlights what we don't always see or want to see: sensory percepBons, emoBons, feelings, passions, are organized in given cultural frameworks, they are not immutable or the same from era to era, from society to society. In other words, the way we get emoBonal and feel is

Os Almotacés de Lisboa (século XVIII)
Após estabelecer uma contextualização histórica a partir de referências ao edil curul do Império Romano, aos muthasib islâmicos e às Ordenações do Reino, a presente dissertação estabelece o enquadramento do cargo de almotacé em Lisboa durante o século XVIII, no que se refere às suas competências, modos de acesso, prazo dos mandatos e renovação, além das condições remuneratórias.
É comum dizer-se que as pessoas fazem os cargos muito mais do que os cargos fazem as pessoas. Mediante o levantamento dos nomes dos seiscentos e cinquenta almotacés da Lisboa setecentista pretende-se identificar, personalizadamente, cada um desses protagonistas da história municipal lisbonense. Após uma incursão pela teoria dos ofícios, procede-se à caracterização do cargo sob a perspetiva da apetência pelo mesmo - quem o requeria e quem dele se escusava - e procura estabelecer-se a descrição de um perfil típico do almotacé setecentista visando determinar se o mesmo corresponde a uma categoria social.
Ao traçar-se o quadro evolutivo da atividade regulatória a partir do terramoto de 1755, dando especial atenção às alterações introduzidas em Lisboa pela administração centralista de Sebastião José de Carvalho e Melo, perspetivam-se as implicações para o exercício dos almotacés que decorreram da transferência de poderes e competências da esfera municipal para a Junta do Comércio e Intendência Geral da Polícia.
Por fim, enfoca-se a perda de estatuto do cargo e as consequentes mudanças no modo do seu funcionamento, relacionando-as com os novos ventos de mudança que propiciavam a queda do antigo regime.
Palavras-chave: Almotacé, Ofícios, Lisboa, Regulação.


ABSTRACT
Lisbon Almotacés (18th century)
After establishing an historical contextualization from references to the curule aedile of the Roman Empire, the islamic muthasib and the Ordenações do Reino (Ordinances of the Kingdom), the present dissertation establishes the framework of the position of almotacé in Lisbon during the 18th century, in terms of its attributions, career access path, mandate duration and renewal, and remuneration.
It is a common thing to say that man makes the position more often than the position makes the man. The compilation of the names of the six hundred and fifty almotacés of 18th century Lisbon intends to identify each and every one of such protagonists of the municipal history of Lisbon. After a review of the theory of crafts, a characterization of the office position is made in terms of its attractiveness – those who requested it, and those who avoided it – and an attempt is made to establish the typical profile of the 18th century almotacé, aiming to determine if a correspondence exists with a particular social category.
By depicting the evolutionary framework of the regulatory activity beginning with the 1755 earthquake, taking into special consideration the changes introduced in Lisbon by the centralist administration of Sebastião José de Carvalho e Melo, a perspective is given on the implications for the activity of the almotacés decurring from the transfer of powers and competences from the municipal sphere to the Junta do Comércio and Intendência Geral da Polícia.
Lastly, the loss of social status that affected the office position and the consequent changes in its way of functioning are brought into sharp focus, in connection with the winds of change that propitiated the fall of the old regime.

RESUMO
Do ofício de almotacé na cidade de Lisboa (século XVIII)
Após estabelecer uma contextualização histórica a partir de referências ao edil curul do Império Romano, aos muthasib islâmicos e às Ordenações do Reino, o presente artigo estabelece o enquadramento do cargo de almotacé em Lisboa durante o século XVIII, no que se refere às suas competências, modos de acesso, prazo dos mandatos e renovação, além das condições remuneratórias, traçando um quadro caracterizador do ofício de almotacé nos seus contornos e antecedentes fundamentais.
Palavras-chave: Legislação, administração municipal, almotaçaria, ofícios.


ABSTRACT
On the craft of almotacé in the city of Lisbon  (18th century)
After establishing an historical contextualization from references to the curule aedile of the Roman Empire, the islamic muthasib and the Ordenações do Reino (Ordinances of the Kingdom), the present article establishes the positioning of almotacé in Lisbon during the 18th century, in terms of its attributions, career access path, mandate duration and renewal, and remuneration, tracing a characterization framework of the craft of almotacé in it’s fundamental features and background.
Keywords: Legislation, municipal administration, almotaçaria, crafts.

In the year 1807, when the Portuguese royal family moved from Lisbon to Rio de Janeiro the seat of the Portuguese Court was transferred with them to Brazil. Nevertheless, it may be questioned if Lisbon lost ipso facto its status of capital of the kingdom or, on the contrary, preserved its old condition of «Corte» despite the absence of the Crown. This article addresses the political implications of a concept of «Corte» dissociated from the local presence of the monarchs

"Media have been confronting for more than one decade now the deregulation imposed on it's business model by the free flow of information on the internet.  This is a problem that affects not only the viability of a large industry but - more importantly - undermines the established way in which society manages and distributes the information it needs to make its collective choices.
This paper aims to demonstrate that there is value  and there is money flowing in the information model of the internet, but it is not paying for the bytes on which it flows. And, secondly, this paper will propose a new business model for the media in the digital age that is smart, sustainable and fair."

O que proponho nesta reflexão é um novo modelo de negócio para os media. Um modelo de negócio que permita conciliar os conteúdos “gratuitos” na internet, tal como actualmente os temos, com a remuneração dos conteúdos de qualidade que associamos aos media profissionais. No modelo de negócios tradicional dos jornais e revistas, o preço pago pelos consumidores pelo jornal ou revista em suporte físico alimentava toda a cadeia de produção: a distribuidora, os transportadores, o papel e, obviamente, os produtores de informação. No modelo de negócios actualmente praticado na internet, as fornecedoras de acesso cobram aos seus clientes uma tarifa assinalável por esse acesso, mas não partilham essas receitas com quem fornece os conteúdos, nomeadamente quando eles são produzidos por estruturas empresariais e profissionais qualificados que não podem subsistir essa remuneração.  Este modelo de negócio explica como é que essa remuneração pode ser feita, por acordo directo entre os media e os fornecedores de acesso, sem que a navegação seja afectada e sem que o consumidor tenha que pagar mais por qualquer conteúdo  (e muito menos negociá-lo caso a caso com cada um dos media que pretende “consumir”). Subjacente ao modelo de negócio proposto está esta ideia base fundamental: falta inteligência na rede! Com os sistemas de monitorização de que dispomos actualmente não há nenhuma razão para que a rede de distribuição digital não seja suficientemente inteligente para “perceber” que tipo de conteúdos estão a ser processados, em que quantidade e que remuneração lhes deve ser atribuída.

Neste trabalho, analisa-se a reconfiguração mediática na era da internet e as transferências de poder que ela engendra. A hipótese colocada é que as transformações operadas nos sistemas de transmissão de informação, conhecimento e cultura, a nível local, nacional e global, estão a mudar igualmente as formas e os actores do exercício de poder mediático na sociedade, tanto à escala global como local e nacional. Com a deterioração do modelo de negócio dos media tradicionais e a expansão dos modelos de negócio dos “novos media” - como a Google, o Facebook e o Twitter, por exemplo - assistimos a uma recomposição do poder económico à escala global que provoca alterações na relação de forças entre os vários intervenientes na cadeia informativa e também na articulação entre as diversas fontes de poder. Neste trabalho analisaremos primeiro a forma como a emergência da comunicação em rede influencia a redistribuição de poder nos media e na sociedade; depois olharemos para a forma como as novas ferramentas de comunicação na internet permitem incrementar o poder dos utilizadores das mesmas; e, por fim, veremos como é que as empresas de media e de tecnologias de informação e comunicação se organizam para responder às exigências da era da internet.

Habermas, Baudrillard e McLuhan representam três das principais linhas científicas de análise global do fenómeno dos media e da sua interacção com a sociedade. No entanto, qualquer dessas análises é anterior à emergência da internet como meio massivo de distribuição de informação, com as manifestações que conhecemos hoje. O objectivo deste trabalho é analisar de que forma a internet actual se inscreve, ou não, nas teses de cada um desses autores, através do mapeamento das suas teses e das dos seus sucessores; e perceber se as características da internet obrigaram à revisão das teses desses autores, pelos próprios ou pelos seus sucessores. Examinaremos, por ordem cronológica, as teses de Marshal McLuhan, Jean Braudrillard e Jürgen Habermas, confrontaremos as teorias de cada um deles com os desafios que hoje lhes coloca a internet e, por fim, procuraremos tirar conclusões sobre se a manifestação social actual da internet obrigou ou não a uma revisão das teses de cada um.

Neste trabalho iremos analisar de que forma o discurso político pode ser limitado e condicionado pelas características da sociedade em rede. Tomaremos como referência para análise a carta enviada no dia 5 de Novembro de 2012 por António José Seguro, Secretário-Geral do Partido Socialista, a Pedro Passos Coelho, Primeiro-Ministro, em resposta a um convite deste para a “refundação do memorando de entendimento” com a Troika. Começaremos por fazer uma resenha teórica sobre aquilo que mudou na sociedade em rede em termos de comunicação. Depois faremos um enquadramento do contexto político em que surge o referido convite e a respectiva resposta, procurando destacar os constrangimentos que esse contexto impõe ao discurso político. De seguida analisaremos a referida carta em três momentos: primeiro através de um conjunto de notícias publicadas nos meios de comunicação que a anunciaram mas sem revelar o seu teor, funcionando portanto como uma espécie de “pré-texto”; depois dissecando a própria carta nas suas estratégias enunciativas mais marcantes; e por fim analisando as leituras que foram feitas da mesma na blogosfera política, funcionando como uma espécie de “pós-texto”. A hipótese que pretendemos demonstrar, com esta análise em concreto, é que as transformações operadas na sociedade em rede constituem um importante elemento de limitação e condicionalismo das condições de controlo do discurso político.

Quase um quarto de século depois da criação da world wide web, os mass media continuam com dificuldades em encontrar um modelo de negócio sustentável no quadro do novo paradigma de comunicação instituído pela sociedade em rede ligada por computadores. Neste trabalho analisamos a evolução dos mass media por comparação com um conjunto de empresas nativas da internet: Google, Facebook, Twitter, YouTube, etc. Procuraremos demonstrar que a função que antes era desempenhada pelos mass media está agora crescentemente a ser desempenhada por esse conjunto de empresas a que chamamos os “novos media”. Começaremos por analisar as características da sociedade em rede e a forma com afectam o modelo de negócio e a função social dos mass media. Olharemos para a evolução das audiências e das receitas dos media tradicionais e exemplificaremos com dados da revista semanal Autohoje. De seguida analisaremos o modelo de negócio e a função social dos novos media - Google, Facebook, Twitter, YouTube, etc - e a forma como um e outra se inscrevem na arquitectura da comunicação em rede. Em seguida analisaremos de que forma os “novos media” fazem a mediação da informação em sociedade e analisaremos como é que isso indicia uma redução do valor unitário da informação e que consequências tem em termos sociais.

Neste trabalho pretende-se analisar a influência que podem ter os fãs de uma marca na criação de valor para essa marca, tendo como objecto de estudo as marcas de automóveis e os fenómenos de fandom que lhes estão associados. A hipótese subjacente é que os fãs das marcas de automóveis desenvolvem uma conotação de especialistas nas matérias referentes à análise desse produto, que exercem uma recomendação da marca de que são fãs em vários fóruns, incluindo nos fóruns online de que fazem parte, e que, em resultado da conjugação desses dois estatutos - de fãs e de especialistas - a sua acção adiciona valor, tanto às plataformas online nas quais participam como às marcas que advogam. Analisaremos primeiro os conceitos teóricos subjacentes à investigação. Depois faremos um levantamento de trabalhos anteriormente publicado sobre este tipo de fandom. E, numa terceira parte, analisaremos o fórum Autohoje online para perceber se acrescenta valor à revista semanal à qual está associado, e para ver de que forma os fãs das várias marcas de automóveis interagem entre si, dentro do fórum, na defesa e recomendação da marca da sua preferência.

This paper analyzes the reconfiguration of the media in the age of the Internet and the transfers of power that it generates. The hypothesis considered is that the transformations occurring in the way information knowledge and culture are transmitted - locally, nationally and globally -  are also changing the ways and actors who exercise media power in society, wether at global, local or national scale. With the deterioration of the business model of traditional media and the expansion of the business models of the "new media"- such as Google, Facebook and Twitter, for example - we witness a change in the economic power on a global scale that causes changes in the relation of forces between the various agents in the information chain and also in the relationship between the various sources of power. In this paper we first analyze how the emergence of the networked communication paradigm influences the redistribution of power in the media and in society, then we will look at how the new tools of communication on the Internet allow users to increase their power, and finally we'll see how the corporate media and the new information and communication technologies companies are organized to thrive in the age of the Internet

A emergência da Sociedade em Rede introduziu mudanças significativas na forma como os agentes sociais produzem, distribuem e consomem informação, conhecimento e cultura. Uma dessas mudanças corresponde à alteração fundamental do sistema de codificação da informação, que passou de predominantemente analógico antes da Sociedade em Rede para sobretudo digital depois dela. Neste trabalho argumentaremos que a passagem da codificação analógica para a digital constitui o substrato tecnológico sobre o qual se organizam as apropriações sociais das tecnologias de informação e comunicação. Começaremos por analisar as características da codificação digital por oposição à codificação analógica, em seguida analisaremos de que forma a codificação digital condiciona o modo de produzir, distribuir e consumir informação e concluiremos avaliando como é que isso altera as condições sociais em que essa produção, distribuição e consumo acontecem.

Na sociedade em rede conectada por comunicação mediada por computador, a produção, distribuição e consumo de informação e de bens culturais é cada vez mais dominantemente feita no formato digital. E esse facto altera não só os conteúdos informativos e culturais, mas também a forma de os apreender e incorporar no quotidiano social dos indivíduos. Neste trabalho partimos de uma análise às características mais marcantes e distintivas do formato digital de codificação face ao formato analógico para encontrar uma correspondência com o tipo de novas literacias evidenciadas pelos nativos digitais e desse modo estabelecer uma dicotomia entre esta geração e as anteriores. A hipótese subjacente a este trabalho é que os novos formatos digitais de produção, distribuição e consumo de informação, conhecimento e cultura na sociedade em rede são apropriados socialmente pelos indivíduos mediante novas literacias de media. Começaremos por analisar quais são as características distintivas dos novos media digitais, depois analisaremos quais as literacias evidenciadas pela actual geração de nativos digitais face à geração anterior a partir de estudos e análises já publicadas e, por fim, concluiremos analisando de que forma essas literacias são úteis nos outros campos de desenvolvimento da sociedade em rede.

Neste trabalho irei esboçar as linhas principais do projecto de investigação que pretendo desenvolver neste mestrado, centrado na temática do valor económico e social da informação no quadro da sociedade em rede. O trabalho estará dividido em cinco partes principais. Na primeira parte procederei à definição e explicação do tema. Na segunda parte abordarei os objectivos do trabalho de investigação a realizar. A terceira parte tratará de definir os conceitos principais envolvidos e formular as hipóteses do estudo. Na quarta parte procederei à operacionalização dos conceitos e à escolha das melhores metodologias para os estudar, assim como definir um calendário para a respectiva efectivação. E, na quinta parte, falarei de quais os resultados que espero obter com esta pesquisa. Iniciarei este trabalho com uma introdução que explica as motivações para o desenvolvimento deste estudo e terminarei uma antevisão das linhas de pesquisa futura que ele poderá abrir.