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A Convenient Marriage | Tradução

Summary:

Às vezes, um casamento de conveniência pode se tornar muito mais do que isso.

Chapter 1: Capítulo 1: Prólogo

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Sirius Black pisou forte descendo as escadas até as masmorras, xingando Lucius Malfoy e Severus Snape igualmente em voz baixa. Toda essa confusão era culpa de Snape! Ele tinha certeza disso, mesmo que ainda não tivesse descoberto exatamente como a culpa poderia ser atribuída ao bastardo. Ele não estava surpreso que Lucius tivesse feito uma façanha dessas; o homem era tão escorregadio quanto uma cobra e tinha mais vidas do que um gato. Basta olhar para a maneira como ele conseguiu ficar fora de Azkaban de novo, mesmo com Voldemort morto e o resto dos Comensais da Morte mortos ou presos para sempre.

Sirius sorriu levemente. Bem, Lucius não escapou completamente da retribuição. O novo Ministro da Magia, Arthur Weasley, cuidou disso. Lucius foi despojado de grande parte de seus bens, incluindo sua mansão e suas contas bancárias em Gringott, para serem usadas para ajudar a compensar as vítimas de Voldemort. Além desses infortúnios, seu filho, Draco, foi morto na batalha final, e Narcissa se divorciou de seu marido desgraçado para retornar à sua família. Claro, Sirius não duvidava que Lucius tivesse guardado uma boa fortuna em bancos trouxas – o homem sempre foi do tipo que joga dos dois lados – mas Lucius Malfoy estava em péssimas condições aos olhos do mundo bruxo ultimamente.

Sirius franziu a testa ao se lembrar exatamente de como Lucius havia decidido restaurar a honra da família, e ainda estava franzindo a testa quando Snape abriu a porta.

— Black — Snape disse, sua voz tão quente quanto um iceberg. — Que desagradável ver você. Vá embora.

Snape começou a fechar a porta, mas Sirius enfiou o pé na porta. 

— Preciso falar com você, Snape.

— Infelizmente para você, não sinto desejo correspondente de comunicação. Se você não tirar o pé da minha porta, você e Moody logo terão algo em comum.

— É sobre Harry.

Snape franziu a testa, mas parou de tentar fechar a porta. 

— O que o pirralho fez agora?

— Dificilmente um 'pirralho' — Sirius rosnou, irritado com a ofensa ao seu amado afilhado.

— Perdão. 'A Luz Brilhante do Mundo do Quadribol', então — Snape disse com um sorriso de escárnio.

— Lucius Malfoy invocou o Colligare Gentes . Preciso que você rebata a oferta dele — disse Sirius categoricamente.

Snape piscou e soltou a porta. Com um sorriso irônico, Sirius passou por ele e entrou na sala de estar de Snape. 

— Tem alguma coisa para beber?

Snape fechou a porta, gesticulando em direção à parede forrada de estantes enquanto o fazia. Sirius se aproximou e examinou a coleção de garrafas de cristal lapidado, erguendo as sobrancelhas ao reconhecer um uísque bruxo muito bom em uma delas. Ele derramou um gole generoso em um dos copos e então, depois de olhar para o Snape atordoado, derramou um segundo copo e o levou até o homem.

— Aqui — ele disse, entregando o copo a Snape. — Você vai precisar disto.

Snape automaticamente tomou um gole e o uísque pareceu estimular seu cérebro um pouco enquanto ele imediatamente olhou para Sirius. 

— Você deve estar louco.

— O quê, você acha que Malfoy não tentaria fazer uma coisa dessas? — Sirius perguntou, acomodando-se confortavelmente no que ele imaginou ser a poltrona favorita de Snape. Ele estava começando a se divertir. Apesar da situação difícil de Harry, quase valeu a pena ver Snape desequilibrado. — Harry é o último da linhagem Potter, solteiro, e tem menos de vinte anos, além de ser o herói do mundo bruxo. Claro que Lucius tentaria agarrá-lo. É sua única esperança de ser admitido de volta à sociedade educada.

— O Colligare Gentes não é invocado há mais de cem anos — Snape apontou, franzindo a testa enquanto andava até a lareira e ficava encostado nela, olhando para as chamas. — O Ministério decretou tantas restrições ao seu uso que se tornou impraticável usá-lo.

— Malfoy evidentemente não pensa assim, e Albus diz que o homem cobriu todos os requisitos. Se não inventarmos um Campeão para Harry, Malfoy tem o direito legal de exigir a mão de Harry em casamento.

— E você quer que eu seja o Campeão de Potter — Snape disse, sua voz monótona e sem emoção. — Por quê?

Sirius deu de ombros, impotente. 

— Quem mais eu vou pedir? Tem que ser um membro de uma antiga família bruxa. Albus é velho demais, eu sou padrinho de Harry, e a maldição de Remus o desqualifica.

— Os Weasleys?

— Os três meninos mais velhos são casados, Ron está noivo, e duvido que os gêmeos ou Ginny possam vencer Lucius Malfoy em um duelo. Francamente, você é a única chance de Harry.

Snape franziu a testa enquanto tomava um gole de uísque e então se virou para olhar para Sirius. 

— Você entende que se eu concordasse em ser o Campeão de Potter, ele seria igualmente obrigado a se casar comigo.

Sirius assentiu, franzindo a testa também. 

— Melhor você do que Malfoy — ele disse relutantemente. — Você pode ser um idiota desagradável, mas pelo menos eu sei que você tem os melhores interesses de Harry no coração.

— Obrigado por esse endosso sonoro, Black — Snape disse secamente. — Potter sabe que você está aqui?

Sirius balançou a cabeça. 

— Não. Ele não sabe de nada sobre isso - sua equipe está na Itália esta semana e ele não volta até tarde da noite. Albus recebeu um aviso de Arthur esta manhã e me contatou, e eu vim direto do escritório dele para cá.

— Nesse caso, acho que deveríamos esperar para ver como o jovem Sr. Potter se sente sobre a situação — Snape disse, e Sirius pensou que ele deveria ter superado o choque, pois soava mais como seu eu sarcástico normal. — Ele pode ter um candidato mais apropriado em mente. Portanto, devo pedir que você pare de beber minha bebida cara, desocupe minha poltrona e vá para casa para aguardar seu retorno.

— Não há candidato mais apropriado, e você sabe disso — Sirius disse teimosamente. — Malfoy é um dos melhores duelistas do país. Você é o único que tem esperança de derrotá-lo.

— Black -

— Por favor — Sirius forçou a sair entre dentes cerrados. — Eu estou te implorando, Snape. Por favor, impeça Malfoy de colocar suas mãos viscosas em Harry.

Snape encarou Sirius em silêncio atordoado por um momento inteiro. Não havia um traço da arrogância usual no rosto de Black, e a sinceridade em seus olhos estava além de qualquer dúvida. 

— Tudo bem — Snape disse lentamente. — Eu farei o que estiver em meu poder - contanto que Potter concorde com isso também.

— Ele vai — Sirius disse, alívio óbvio em sua voz enquanto ele pousava seu copo e se levantava. — Eu vou garantir que ele entenda o que está em risco no minuto em que ele voltar.

Snape suspirou e esfregou a ponta do nariz. 

— Sem dúvida você vai estragar tudo completamente — ele disse irritado. — Não diga nada a Potter quando ele retornar. Traga-o aqui amanhã e discutiremos a situação completamente. Pedirei a Albus para ser meu segundo nas negociações.

Sirius assentiu e foi em direção à porta, então se virou e voltou. Hesitante, ele estendeu a mão. 

— Obrigado, Snape. Estou em dívida com você.

Snape olhou para a mão estendida e então cautelosamente, como se esperasse uma armadilha, pegou a mão de Sirius e deu-lhe uma breve sacudida antes de soltá-la. 

— Saia, Black, para que eu possa salvar o que resta da noite.

Sirius sorriu e saiu, e Snape afundou em sua poltrona favorita para tomar seu uísque e contemplar essa nova e estranha reviravolta em sua vida.

Chapter 2: Capítulo 2

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Harry seguiu seu padrinho descendo os degraus até as masmorras de Hogwarts, ainda perplexo com a insistência de Sirius de que eles viessem aqui logo de manhã. Quando Sirius foi até seu apartamento pela primeira vez, Harry não ficou nada feliz com seu pedido de companhia. Ele estava exausto depois de passar o último mês em turnê com a Inglaterra, e estava ansioso para relaxar em seu apartamento e talvez ir a uma balada com seus colegas de apartamento. Mas Sirius foi insistente, quase desesperadamente, e Harry finalmente concordou.

O primeiro pensamento de Harry foi que algo tinha acontecido com Dumbledore. No entanto, quando Sirius se virou para as masmorras, ele se perguntou se Snape estava em algum tipo de problema. Embora Voldemort não existisse mais e a maioria de seus Comensais da Morte estivessem mortos ou em Azkaban, havia alguns como Lucius Malfoy que conseguiram escapar da justiça. Qualquer um deles estaria mais do que disposto a infligir danos ao traidor Snape. Só porque ele não gostava particularmente do idiota não significava que ele não estava preocupado com ele. Então Harry ficou consideravelmente aliviado quando um Snape de aparência saudável abriu a porta de seus aposentos privados, mesmo que ele imediatamente bufasse e fosse embora para a lareira.

Harry piscou os olhos – o feitiço para corrigir sua visão tornou mais difícil se ajustar a mudanças rápidas de luz – e olhou ao redor da sala. A visão de Albus Dumbledore sentado em uma das poltronas fez o sorriso de Harry se alargar, e ele cruzou a sala para cumprimentar o bruxo idoso.

— Diretor — ele disse. — Você está parecendo bem.

— Harry, meu querido garoto. — Dumbledore sorriu carinhosamente para ele. — Ouvi coisas ótimas sobre as chances da Inglaterra na Copa do Mundo deste ano.

— Faremos o melhor que pudermos, senhor — disse Harry, sorrindo. Ele olhou de Dumbledore para Sirius e vice-versa. — Do que se trata, então?

— Lucius. Malfoy.

Harry virou-se para a lareira onde Snape estava de costas para eles. 

— Como? O que Malfoy tem a ver com isso?

— Muito, eu temo — Sirius disse pesadamente, e Harry olhou para ele. — Malfoy entrou com o Colligare Gentes em seu nome.

— O quê? — Harry disse inexpressivamente.

— O que eles estão ensinando às crianças hoje em dia? — Snape zombou. Harry o ignorou, olhando interrogativamente para Dumbledore.

Colligare Gentes significa literalmente unir linhagens — explicou Dumbledore. — É uma provisão para evitar que as antigas famílias bruxas morram completamente. Quando há apenas um membro menor de idade restante em uma linhagem familiar, outra família de sangue puro pode fazer uma petição para casar o jovem com alguém de sua própria família. O primeiro filho desse casamento é propriedade da família 'adotiva', mas todos os outros descendentes pertencem à linhagem familiar ameaçada.

— Em teoria, pelo menos — Snape disse com desdém. — Na prática, era comum que uma família de sangue puro eliminasse outra família, exceto por uma criança que seria então forçada a se casar com um de seus miseráveis ​​descendentes. Mais fácil do que negociar acordos nupciais, especialmente porque eles poderiam colher as melhores partes da herança da 'noiva'.

— Mas eu não sou uma criança e Draco Malfoy está morto.

— Você tem menos de vinte e um anos, a maioridade segundo o Colligare Gentes — disse Snape, — e Lucius Malfoy está bem vivo.

Ele quer se casar comigo? — Harry perguntou, fazendo uma careta de desgosto.

— Ah, Potter tem um pingo de inteligência, afinal — disse Snape ironicamente.

Sirius olhou feio para Snape. 

— Segure a onda, Snape. Isso não está ajudando em nada.

— Então o que eu tenho que fazer? — Harry exigiu. — Você não vai deixar Malfoy se casar comigo, vai?

Dumbledore suspirou. 

— Infelizmente, não temos muitas opções nesse assunto. Lucius preencheu a papelada necessária, e você é o último da linhagem Potter.

— Há outra alternativa — Sirius disse hesitantemente. — Para impedir exatamente o tipo de abuso que Snape estava descrevendo, uma emenda foi feita ao Colligare Gentes . O grupo em questão – você – pode escolher um Campeão. Seu Campeão então lutaria um duelo de bruxos com Malfoy, o vencedor leva tudo.

— Isso é um alívio — disse Harry, sorrindo para Sirius. — Então, quem vai lutar contra Malfoy, Sirius - você ou o Diretor?

Para sua surpresa, Sirius se recusou a encará-lo. 

— Não é tão fácil assim, Harry. Se seu campeão vencer, você tem que se casar com ele. Eu não posso porque sou seu padrinho. Albus está acima dos requisitos de idade, Remus está desqualificado por causa de sua maldição, e o restante de seus amigos são casados ​​ou não são habilidosos o suficiente para lutar contra Malfoy.

— Então, quem sobra? — Harry perguntou impacientemente. Os olhos de Sirius deslizaram para Snape e então retornaram à contemplação do chão da masmorra. — Não. Ah, não. Você está me zoando.

— Estou igualmente feliz com a ideia — Snape disse secamente. — No entanto, não há outras alternativas.

— Snape não poderia simplesmente lutar com ele e ficarmos noivos, e então cancelar antes do casamento? — Harry perguntou. — Poderíamos dizer que somos incompatíveis. Ninguém duvidaria disso.

— E Malfoy poderia mais uma vez registrar a Colligare Gentes — Snape disse em um tom de voz entediado. — Pessoalmente, não estou preparado para continuar desafiando Malfoy pelos próximos dois anos até você completar vinte e um anos ou Malfoy se cansar do jogo.

— Mas seria uma formalidade, certo? — Harry disse, com um tom de desespero na voz. — Nós não seríamos realmente casados; seriam apenas as coisas legais.

— Se você está se referindo à consumação do casamento, temo que isso também seja um requisito. — Harry empalideceu e Snape sorriu. — O quê, assustado com o pensamento da nossa noite de núpcias, Potter? Prometo ser gentil.

— Bastardo — Harry sibilou para ele.

— Senhores — Dumbledore disse calmamente. — Isso não nos leva a lugar nenhum.

Harry virou-se para seu padrinho, olhando-o desesperadamente. 

— Sirius, não deixe que eles façam isso comigo.

Sirius suspirou. 

— Na verdade, Harry, fui eu quem pediu para Snape fazer isso por você.

— 'Implorou' é o termo que eu usaria — disse Snape, sorrindo novamente.

Harry piscou. Se Sirius havia implorado a Snape, seu amargo rival, para se casar com Harry, então isso era mortalmente sério. 

— Merda.

— Um resumo colorido, mas ainda assim apropriadamente descritivo da situação — Snape disse. — Você dificilmente pode estar mais angustiado com essa reviravolta dos eventos do que eu.

Harry bufou. 

— Certo. Aposto que você não resistiria à oportunidade de me humilhar mais uma vez.

— Essa é uma compensação deste acordo — Snape disse. — E há a questão de garantir um herdeiro para a linhagem Snape.

Harry revirou os olhos. 

— Caso tenha escapado à sua atenção, eu sou um homem.

— Caso tenha escapado ao seu conhecimento, sou um mestre em poções.

Harry empalideceu. 

— Existem poções que podem engravidar um homem?

Snape suspirou e apertou a ponta do nariz entre os dedos. 

— Por que eu me dou ao trabalho de tentar ensinar alguma coisa a esses imbecis? — ele murmurou. — Sim, Potter, há várias poções para permitir que um bruxo homem tenha filhos. Caso contrário, dado o grande número de bruxos gays na população, teríamos morrido há séculos.

— Oh. — Harry não tinha pensado sobre isso. Na verdade, ele não tinha pensado muito sobre relacionamentos recentemente. Após o desastre com Cho Chang em seu quinto ano, ele desistiu de tentar entender as garotas e se concentrou em matar Voldemort. Depois de deixar a escola, ele foi recrutado pelo time de quadribol da Inglaterra, que o manteve ocupado pelos últimos dois anos. Ele estava tão ocupado tentando provar a si mesmo que não tinha tempo para mais do que uma curta sessão com sua mão direita antes de adormecer na maioria das noites.

Às vezes ele pensava em namorar, principalmente quando via Ron e Hermione juntos, mas as únicas pessoas interessadas queriam o Menino-Que-Sobreviveu, não apenas o Harry. Ele bufou; bem, pelo menos ele sabia que Snape não o queria por sua fama. Claro, isso levantou outra questão.

— Hum, e se eu não for... você sabe — ele gaguejou, corando.

Snape revirou os olhos dramaticamente. 

— Sua eloquência me espanta, Potter. E se você não for o quê?

Harry olhou feio para ele. 

Gay . E se eu não gostar de homens assim?

Snape deu de ombros.  

— Isso não importa. Este será um casamento de conveniência, não uma união amorosa, Potter. Não me importo com o que você faça, desde que seja discreto. Se decidirmos ter filhos, devemos garantir que meu herdeiro seja um Snape, mas, fora isso, realmente não me importo.

O queixo de Harry caiu. 

— Você está me dando permissão? Para te trair?

— Moral trouxa de classe média — Snape murmurou.

— Isso significa que você se sentiria livre para me trair também?

— Sim — Snape disse com naturalidade. — Não que eu tenha muita inclinação para flertes. Estou muito ocupado para essas coisas.

Harry olhou feio para Snape e começou a dizer algo sobre a moral de Snape, mas Dumbledore interrompeu. 

— Presumo que você aceitará Severus como seu Campeão, Harry?

Harry suspirou e esfregou a ponta do nariz. 

— Parece que não tenho muita escolha. Entre Snape e Malfoy, eu escolho Snape a qualquer momento. — Ele se aproximou de Snape, até que eles estavam a apenas alguns centímetros de distância, e olhou para o homem mais alto. — Só me diga que você pode vencê-lo.

Snape zombou. 

— Com meus olhos fechados.

— Bem, mantenha-os abertos, se não se importa — Harry retrucou, e Snape piscou diante da força no tom do homem mais jovem. — É do meu futuro que estamos falando.

Chapter 3: Capítulo 3

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Na primeira semana de abril, Harry se viu andando de um lado para o outro na pequena sala para onde fora enviado no prédio do Ministério. Foram três semanas frustrantes: entrar com seu apelo, se encontrar com o oficial do Ministério designado para seu caso, ouvir Sirius e Dumbledore negociando o contrato de casamento... Este último foi particularmente perturbador, pois ele foi forçado a perceber que teria que mudar toda a sua vida. Ele teria que se mudar com Snape, para começar. Não que dividir um apartamento com dois companheiros de equipe fosse uma felicidade perfeita - ele nunca parecia conseguir tomar um banho quente - mas era a vida dele, e seu apartamento, não de outra pessoa.

Claro, seria infinitamente pior estar nas garras de Malfoy. Hermione tinha lido tudo sobre o assunto e o informou que, sob a lei, tudo que Harry possuía pertenceria legalmente a Malfoy até que ele completasse vinte e um anos: seu cofre, seu salário, até mesmo suas roupas e posses. Malfoy poderia até cancelar seu contrato de quadribol. E então havia a questão dos filhos.

Pelo menos Snape estava disposto a ser razoável - ou pelo menos Dumbledore, como representante de Snape, estava. Snape estava disposto a tratá-lo como um adulto - o que tornava sua situação atual duplamente irritante. Foi o funcionário do Ministério que o levou para essa sala de espera, "para sua própria segurança", como se ele fosse uma criança. Ele havia lutado contra Voldemort, pelo amor de Deus! Certamente ele poderia lidar com algo como assistir a um duelo de bruxos.

Harry passou a mão pelo cabelo, desgrenhando-o completamente. Embora tivesse se vestido com cuidado em suas melhores vestes esta manhã em homenagem à ocasião, ele havia abandonado sua veste externa há muito tempo. Ele também desabotoou a gola da camisa enquanto andava de um lado para o outro, sentindo-se tão nervoso quanto um kneazle em uma sala cheia de krups.

— Isso é estúpido — ele reclamou pela quinta vez. — É da minha vida que estamos falando. Por que não posso assistir ao duelo?

Ron, Hermione e Remus Lupin trocaram olhares divertidos antes de olharem novamente para o amigo.

— Normalmente, a pessoa em disputa é uma criança — Hermione o lembrou, tendo lido sobre o assunto quando Harry lhe contou sobre sua situação. — Seria muito assustador para uma criança assistir a um duelo de bruxos.

— Sem mencionar a distração para seu Campeão — Lupin acrescentou. — Severus vai precisar de toda vantagem que puder obter contra Lucius Malfoy.

Harry se virou para ele, com um olhar ansioso no rosto. 

— Você acha que ele é bom o suficiente para derrotar Malfoy?

— Severus é um excelente duelista — Lupin disse suavemente. — Eu mesmo pratiquei com ele nas últimas duas semanas.

— Sim, mas Malfoy é um sonserino trapaceiro — Ron ressaltou.

Lupin sorriu. 

— Severus também. — Ele estendeu a mão para agarrar o ombro de Harry. — Seja paciente, Harry. Sirius e Albus estão lá com ele, e eles vão nos avisar no minuto em que o duelo acabar.

Harry suspirou. 

— Eu sei. — Ele olhou para o relógio e gemeu. — Por quanto tempo essa maldita coisa vai continuar?

— Relaxa, Harry — Ron disse e lhe entregou um copo de água gelada da mesa de refrescos. Ele duvidava que Harry fosse capaz de engolir qualquer outra coisa. — Você sabe como o Ministério é sobre essas coisas. O sujeito que está oficiando provavelmente ainda está falando sobre as regras e coisas assim.

Harry lançou-lhe um olhar agradecido enquanto pegava o copo de água. Ron amadurecera muito nos últimos anos, ele percebeu, e nem sequer fizera birra quando descobriu com quem Harry tinha que se casar. O Ministério estava em frangalhos depois da guerra, e Ron abandonara seus próprios planos de ajudar seu pai, o novo Ministro da Magia, a endireitar as coisas. Harry achou apropriado que a recompensa de Ron fosse ser Chefe do Departamento de Jogos e Esportes Mágicos após a descoberta de que Ludo Bagman estava do lado de Voldemort.

— Obrigado, Ron — ele disse e se jogou em uma das cadeiras. — Estou feliz que vocês dois estejam aqui comigo.

— Onde mais estaríamos? — Ron perguntou, sorrindo para ele. — Assim como nos velhos tempos, vendo você no meio de uma confusão.

Hermione assentiu enquanto se sentava do outro lado dele. Ela havia tirado um tempo dos estudos em Ciências Sociais e Políticas em Royal Holloway para estar com ele hoje, e ele estava grato por ela estar lá. 

— Embora eu não aprove toda essa lei arcaica, poderia ter sido pior. O Professor Snape não é tão horrível assim, quando você o conhece.

Harry suspirou e esperou que ela estivesse certa.

Quase quinze minutos depois, a porta se abriu e Sirius quase caiu dentro da sala. Harry saiu da cadeira em um instante.

— Sirius? Está tudo bem? A luta acabou? Quem ganhou?

— Quem ganhou? — Sirius perguntou, com um sorriso no rosto. — Snape, é claro. Eu disse que ele era o melhor homem para o trabalho, por mais que eu odeie admitir. E não ouse dizer isso a ele.

Harry cedeu em alívio. 

— Snape venceu.

— Foi uma disputa acirrada, no entanto — Sirius admitiu. — Malfoy lançou algumas maldições das quais eu nunca tinha ouvido falar, muito menos visto. Deu um trabalho duro para Snape por um tempo.

— Ele está bem? — Harry perguntou, preocupado. O homem estava lutando para protegê-lo, afinal, não importava o que Harry sentia por ele pessoalmente.

— Ele vai ficar bem. Eles estão remendando ele agora, e então você pode entrar - 

— Remendando ele? — Harry disse bruscamente. — Que diabos… — Ele saiu correndo da sala na direção do Salão de Duelos, e Sirius correu atrás dele.

— Harry! Espera! O que você pensa que está fazendo? — ele berrou enquanto seguia o jovem bruxo. Ron, Hermione e Lupin trocaram um olhar, então Hermione agarrou a túnica de Harry e eles foram atrás dele.

Enquanto isso, Harry irrompeu no Salão de Duelos para encontrar o lugar em caos. Lucius Malfoy estava deitado no chão, seu queixo inchado e seu sangue pingando de um lábio cortado em sua elegante camisa branca. A camisa em si estava chamuscada em vários lugares, assim como o longo cabelo loiro. Lucius parecia estar inconsciente também.

Os outros na sala estavam ignorando Lucius em favor do homem sentado no chão com a cabeça inclinada para trás, um lenço manchado de sangue pressionado contra seu nariz prodigioso. Dumbledore estava olhando para Snape com carinho divertido, e quando Harry entrou, ele olhou para cima e sorriu.

— Harry! Entre, meu caro rapaz. Estávamos prestes a mandar chamá-lo. Não, Severus — ele acrescentou, pressionando o ombro do homem sentado. — Fique onde está e deixe Poppy terminar seu trabalho.

Harry piscou quando reconheceu Madame Pomfrey, e se perguntou por que ela estava ali em vez de um dos medibruxos do Ministério. Ela também não parecia muito satisfeita, pois estava murmurando algo sobre "brigar como hooligans comuns" enquanto despejava algo na garganta de Snape.

— Achei que fosse um duelo de bruxos — disse Harry quando Sirius se juntou a Harry na porta, — não uma briga de socos.

— Foi — riu um homem parado ao lado. Pela aparência de suas vestes, Harry decidiu que era um membro do Ministério, provavelmente ali para validar o duelo. — O Sr. Snape estava devolvendo a varinha do Sr. Malfoy quando ele – o Sr. Malfoy, quero dizer – disse alguma coisa. Deixou o Sr. Snape furioso, isso sim. Deu um soco na boca do cara. É claro que Malfoy acertou seu próprio golpe – não dá para errar aquele nariz por muito, não é mesmo? –, mas Snape o derrubou no chão.

Ele riu novamente, então estendeu a mão para Harry. 

— Parabéns, Sr. Potter. Se você apenas assinar este documento – aqui, e então novamente aqui. — Harry assinou. — Muito bem, senhor. — Ele tocou o documento e ele se duplicou em dois pergaminhos. Ele enrolou um deles e o entregou a Harry. — Para as testemunhas assinarem. Eu o verei novamente amanhã para verificar se o casamento foi consumado, mas até lá eu lhe desejo alegria, Sr. Potter. Sr. Potter- Snape, melhor dizendo. Bom dia.

Harry olhou para o pergaminho, olhou para as costas do homem que se afastava, depois olhou de volta para o pergaminho. Droga, ele pensou fracamente. Acho que acabei de me casar.

— Harry? — Harry olhou para cima e viu Dumbledore olhando para ele, preocupação clara em seus olhos. — Você está bem, meu garoto?

Harry silenciosamente entregou o pergaminho a Dumbledore, e o diretor rapidamente o examinou antes de assentir rapidamente. 

— Eu sabia que poderíamos contar com Ignatius para organizar a papelada corretamente. Parabéns, Harry.

— Eu sou...casado, então? — Harry perguntou.

Os olhos astutos de Dumbledore o estudaram. 

— Vai ficar tudo bem, Harry, no final. Você verá.

— Sim, senhor — Harry disse automaticamente, mesmo se perguntando como Dumbledore poderia pensar isso.

Ele olhou para onde Madame Pomfrey finalmente havia terminado com Snape. Harry não conseguiu evitar olhar para Snape enquanto ele se levantava. Este era o homem que o odiara durante todos os seus anos em Hogwarts e agora estava irrevogavelmente casado com ele. Snape havia abandonado suas vestes longas em favor da túnica e calças mais curtas de estilo duelo que ele usava quando Harry estava no segundo ano, e Harry não pôde deixar de notar que elas ficavam bem nele. Elas estavam piores para o uso no momento, rasgadas e chamuscadas em mais do que alguns lugares, e um rasgo particularmente longo e irregular havia reduzido a perna direita de sua calça a farrapos. Harry estremeceu ao pensar no que isso havia feito com a perna de Snape. Havia um corte parcialmente curado na bochecha esquerda de Snape também, e seu cabelo estava completamente desgrenhado.

Pela primeira vez, Harry foi forçosamente atingido pelo risco que este homem havia assumido em seu nome – outro em uma série de riscos, na verdade. Ele estava dilacerado por sentimentos conflitantes de gratidão e ressentimento, e forçou sua atenção para longe de Snape, focando em vez disso no rosto preocupado de seu padrinho.

— Harry? — Sirius perguntou.

Harry conseguiu esboçar um sorriso. 

— Estou bem. Então – o que acontece depois? — Foi só depois que ele perguntou que ele se perguntou se realmente queria saber.

Chapter 4: Capítulo 4

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O que aconteceu depois, aparentemente, foi uma festa na casa de Snape.

Correção - a casa deles, conforme o contrato assinado em suas mãos.

Harry ficou parado no meio da sala de estar de Snape – Dumbledore havia providenciado chaves de portal para levá-los à casa de Snape – olhando para o pergaminho que ele ainda segurava na mão. Parecia surreal, quase tão bizarro quanto a visão de Sirius se servindo na suntuosa mesa de bufê do outro lado da sala, ou Rony oferecendo seus educados parabéns a Snape. Harry olhou fixamente para o pergaminho e teve que resistir à vontade de jogá-lo na lareira e gritar: “Primeiro de abril!”

— Eu fico com isso, Potter — Snape disse bruscamente, e Harry relutantemente soltou o pergaminho agora amassado.

Ele observou entorpecido enquanto Snape colocava o pergaminho e uma pena em uma pequena mesa lateral. Dumbledore imediatamente caminhou até a mesa e assinou, e então, para sua surpresa, Ron.

— Do que se trata? — Harry perguntou a Hermione.

Ela olhou para ele surpresa. 

— Todas as testemunhas são obrigadas a assinar, Harry, certificando que o casamento ocorreu e que Snape ofereceu a hospitalidade adequada à festa nupcial.

Harry estremeceu ao ouvir a palavra “nupcial” e disse, irritado: 

— 'Hospitalidade adequada'? Eles tiram pontos se os sanduíches não tiverem as bordas cortadas ou algo assim?

Hermione lançou-lhe um olhar desaprovador. 

— Sério, Harry. Eu achei que você seria mais grato ao Professor Snape. Ele acabou de salvá-lo de ter que se casar com Lucius Malfoy.

Harry de repente sentiu tudo menos gratidão. Não era assim que ele esperava que seu casamento fosse, nas poucas vezes em que pensou em se casar. Ele se lembrou das fotos do casamento de seus pais com todos os amigos ao redor, e comparou isso ao seu não casamento com ponta de varinha e esta pequena recepção miserável, e se sentiu terrivelmente enganado pelo Destino. Ele não se importava em estar agindo como um pirralho mimado no momento. Mais uma vez, ele teve uma chance de algo “normal” arrancada dele, e ele não sabia quem odiar mais: Malfoy, Sirius ou Snape.

— Certo — Harry disse amargamente. — Não consigo dizer o quão emocionado estou.

—Bem, você deveria estar — ela disse firmemente. — Vista isso — ela acrescentou, entregando a ele seu robe formal. — E endireite sua gola.

Ele lançou-lhe um olhar incrédulo, não acreditando que ela estava preocupada com suas roupas quando sua vida estava desmoronando ao seu redor. 

— Por que você está se preocupando com minha aparência? Snape é aquele cujas vestes estão em farrapos! Por que você não dá dicas de moda a ele?

— Essas são marcas de honra, Harry — ela explicou pacientemente. — Os elfos domésticos preservarão as vestes dele para que seus descendentes possam ver o quão bem ele lutou por você. Honestamente, você não leu o livro que eu te dei?

— Como se eu quisesse aprender mais sobre toda essa confusão, considerando que é Snape .

Hermione olhou para ele de um jeito que fez Harry de repente se sentir como se tivesse dez anos. 

— Você não acha que já é hora de crescer?

O queixo dele caiu e ele observou surpreso enquanto ela cruzava a sala para assinar o pergaminho, então foi até Snape. Ela devia estar dando os parabéns porque Snape inclinou a cabeça gravemente e disse algo em resposta a ela que - pela primeira vez - pareceu ser educado. Ela gesticulou na direção de Harry, e quando Snape olhou, o olhar do homem capturou Harry. A expressão de Snape era inescrutável, seus olhos intensos, e Harry corou enquanto desviava os olhos.

— Ele não é tão ruim, Harry.

Harry olhou para Lupin em descrença. 

— Você também não! Depois de tudo que ele disse e fez com você - você está tentando me fazer acreditar que ele é apenas uma alma doce e incompreendida?

Lupin riu. 

— Não, não isso. Severus é um bastardo sorrateiro e conivente. Sua língua pode descascar sua pele e seu sarcasmo vai murchar sua alma. Ele é teimoso e opinativo até demais, pode guardar rancor por mais tempo do que qualquer um que eu conheço - exceto talvez Sirius - e ele é cego contra aqueles que não conseguem atingir seus padrões. — Ele fez uma pausa. — Ele é perspicaz e inteligente também, absolutamente comprometido com seus princípios - por mais peculiares que sejam - e sacrificará sua vida sem pensar duas vezes por duas pessoas. Albus Dumbledore é uma. Você é a outra.

Harry piscou. 

— Você está tentando me dizer que Snape está apaixonado por mim?

Lupin balançou a cabeça. 

— De jeito nenhum. Não acho que ele saiba o que é amor, embora o que ele sente por Albus possa chegar perto. O que não é surpreendente, dado seu passado. — Seus olhos astutos pareciam perfurar Harry. — Eu acho que você também não.

Defensivamente, Harry disse: 

— Ei! Eu amo muitas pessoas! Sirius, e Ron, e Hermione, e... e...

— Harry — Lupin disse gentilmente, colocando uma mão em seu ombro. — Você se importa com os outros, sim, mas eu não acho que você confia em alguém o suficiente para amá-los de verdade. Mas talvez um dia… — Ele apertou o ombro de Harry e sorriu. — É melhor eu ir assinar o pergaminho de casamento agora. Parece que Severus está se preparando para jogar todos nós fora.

Harry se virou para ver que a festa estava, de fato, acabando. Na verdade, Hermione e Ron estavam indo em sua direção, obviamente vindo para se despedir. O pânico de repente o dominou - o que ele deveria fazer, sozinho aqui com Snape? A resposta foi imediatamente óbvia, e ele podia sentir seu rosto corando.

— Respire, cara, ou você nunca vai sobreviver à lua de mel — Rony o provocou, e então disse: — Ai! — quando Hermione lhe deu uma cotovelada forte.

Hermione ignorou seu noivo enquanto abraçava Harry. 

— Parabéns, Harry. Vai ficar tudo bem - apenas tenha um pouco de fé.

Harry tentou sorrir, mas sabia que parecia forçado. 

— É — ele disse. — Volte para uma visita quando tiver tempo.

Ron assentiu e abraçou Harry também. 

— Só me avise quando Snape estiver fora e eu apareço. Talvez fazer um pub crawl uma noite.

— Rony!

— Pare com isso, Hermione. Você sabe que Snape não vai querer me ver mais do que eu quero vê-lo. Ele provavelmente vai contar a prata no minuto em que eu for embora.

Harry riu disso e disse adeus. Lupin veio se despedir também, e antes que Harry percebesse, ele estava parado na sala apenas com Sirius. Ele olhou ao redor furtivamente.

— Onde está Sna… — Ele fez uma pausa, sem saber como chamar o homem que agora era seu marido. “Snape” não parecia certo, mas “Severus” parecia muito estranho em sua boca.

— Subiu para se preparar — disse Sirius. — Você precisa fazer o mesmo.

Harry corou e disse: 

— Hum, sim, eu acho. Onde...?

— Siga-me. Snape me mostrou seu quarto mais cedo.

Harry seguiu Sirius escada acima, seus pés pareciam pesar uma tonelada. Quando entraram no quarto, Sirius olhou para ele e suspirou. 

— Harry, não é tão ruim assim. Se você não suporta a ideia de Snape te tocando desse jeito, finja que é outra pessoa com quem você esteve.

Harry corou e olhou ao redor do quarto para não ter que olhar para seu padrinho. Agora, ele não estava muito feliz com o homem, e sabia que isso transpareceria em seus olhos.

O quarto era realmente muito bom. Era um quarto masculino, decorado em azul, creme e carvalho claro. Uma grande janela parecia dar para o terreno, e uma cadeira de leitura aconchegante estava colocada na frente dela. Havia uma porta aberta na parede à sua direita - provavelmente levando ao banheiro, já que um grande guarda-roupa preenchia o resto do espaço ao longo daquela parede. Uma cama grande ocupava a parede à sua esquerda, e Harry percebeu que seus olhos eram inexoravelmente atraídos para ela. Uma camisola antiquada estava pendurada na cama e Harry rapidamente desviou o olhar.

— Não teve mais ninguém — ele murmurou, percebendo que Sirius estava olhando para ele com preocupação.

— O quê? — Sirius exclamou. Ele agarrou o braço de Harry e o puxou para que pudesse ver o rosto de Harry. — Você está me dizendo que você é um -

— Virgem — disse Harry com um suspiro.

— Merlin nos salve — Sirius gemeu. — Por que você não disse nada? Eu poderia ter te levado para um lugar que eu conheço e cuidado disso.

— Não é uma doença — Harry disse irritado. — E não vejo como contratar uma prostituta teria ajudado.

— Eu não quis dizer isso — Sirius protestou, passando os dedos pelos cabelos. — É que... bem, eu tinha perdido a minha quando tinha quinze anos, e seu pai tinha passado por pelo menos metade das meninas e meninos quando saímos da escola.

Snape não, Harry esperava. Isso seria muito estranho. Em voz alta, ele disse: 

— Eu não sou meu pai.

Sirius suspirou. 

— Eu sei que não é, Harry. Percebi isso anos atrás. E olha, só para você não se preocupar, James e Snape nunca fizeram isso, eu juro.

Harry sentiu sua ira se esvair e sentou-se na cama. Não era culpa de Sirius, afinal. 

— Desculpe. Acho que estou um pouco nervoso.

— Você tem o direito de estar — Sirius admitiu. — Só relaxe e deixe acontecer. Snape saberá o que está fazendo. — Sirius fez uma pausa. — Espero.

Harry gemeu e se jogou de volta na cama. 

— Ótimo. Simplesmente ótimo — ele murmurou. — Olha, você não precisa esperar aqui. Remus provavelmente está esperando você voltar para casa.

Sirius lançou-lhe um olhar perplexo. 

— Harry, eu sou seu segundo. Vou ficar aqui esta noite, para verificar o casamento.

Harry podia sentir todo o sangue sumir de seu rosto. 

— Você vai assistir?

Sirius lançou-lhe um olhar de dor. 

— Claro que não. Albus e eu estaremos sentados do lado de fora do quarto, guardando-a.

Harry conseguiu dar um sorriso fraco. 

— De pessoas tentando entrar, ou de mim tentando sair?

— É tradicional — disse Sirius, dando de ombros.

— Maravilhoso — Harry murmurou.

— É melhor você se trocar antes que Snape chegue — disse Sirius, pegando a camisola.

— Hum, sem querer ofender, Sirius, mas eu uso pijama para dormir.

— Não esta noite, não — Sirius disse. — É - 

— Eu sei. Tradicional. — Ele começou a tirar as roupas, irritado demais para se importar com o dano que estava causando a elas. Depois de tirar a camisa, ele puxou a camisola sobre a cabeça e sentou-se para tirar os sapatos e a calça. Ele debateu sobre tirar a cueca, mas a ideia de ficar parado em um vestido sem nada por baixo era um pouco demais.

Levantando-se novamente, ele disse: 

— Bem, como estou?

Sirius de repente o abraçou forte. 

— Deus, Harry, sinto muito por fazer você passar por isso. Eu deveria ter encontrado outro jeito.

Harry enterrou o rosto no ombro de Sirius. 

— Não havia — ele disse rispidamente. — Melhor Snape do que Malfoy.

— É — Sirius murmurou. — Mas não muito.

Harry percebeu que, agora que o perigo de Malfoy havia acabado, a antiga animosidade de Sirius em relação a Snape estava aumentando novamente e ficou quase feliz em ouvir a porta se abrir.

— Tudo pronto? — Dumbledore perguntou ao entrar no quarto, com um sorriso genial no rosto.

— Hum, sim — Harry disse, se livrando do abraço de Sirius. Ele olhou para Snape e percebeu que o homem estava vestido com uma camisola também. Ele se perguntou se o outro homem estava usando algo por baixo, e corou quando desviou o olhar.

— Certo — Sirius disse, parecendo desconfortável também. — Bem. Nós ficaremos lá fora, então. Guardando. Boa noite, Harry.

Harry podia ver Snape sorrindo enquanto Sirius saía da sala a uma curta distância, e ele fez uma careta. Dumbledore suspirou e balançou a cabeça, então sorriu para os dois. 

— Desejo a vocês dois muita alegria — ele disse formalmente.

Harry sabia que estava corando novamente, mas ficou surpreso ao ver que Snape de repente parecia incerto. 

— Albus...

Dumbledore tocou gentilmente a bochecha de Snape, e Harry ficou surpreso ao ver ternura no gesto. 

— Vai ficar tudo bem, meu querido garoto. Você verá.

A boca de Snape se torceu. 

— Talvez você pense assim, mas eu não acredito mais em milagres.

— Está tudo bem, Severus; eu acreditarei neles por você. — Ele deu um tapinha na bochecha de Snape antes de recuar. — E eu acredito em você.

Harry observou Dumbledore sair do quarto, fechando a porta com segurança atrás de si, então olhou para Snape. Surpreendentemente, o homem parecia quase tão envergonhado quanto ele .

— Hum, e agora? — Harry disse, cuidadosamente sem olhar para a cama.

— Eu acho que isso seria óbvio, até para você, Potter. — Snape andou até a pequena mesa perto da janela, despejou o frasco ali em um copo e voltou para Harry. — Aqui. Beba isso.

Harry bebeu, e então tardiamente se perguntou o que Snape lhe dera. 

— O que era isso?

Snape fez uma careta para ele. 

— Garoto idiota - você deveria ter perguntado antes de beber. Eu poderia ter envenenado você.

— A essa altura, veneno seria uma benção — Harry murmurou, olhando para a cama inquieto. — Nós realmente temos que fazer isso?

— Sim — Snape disse categoricamente. — Aquele idiota intrometido do Ministério estará de volta a uma hora ímpia da manhã, Potter. Ele nos fará tomar Veritaserum e afirmar que o casamento foi consumado. Se não for, o contrato é imediatamente anulado e a reivindicação de Malfoy terá precedência. — Ele zombou de Harry. — E eu prometo a você que seu choramingo de mocinha não impressionará Lucius nem um pouco.

— Eu não estou choramingando! — Harry disse, olhando feio para Snape. Ou pelo menos ele tentou olhar feio. Por alguma razão estranha, seus músculos pareciam relutantes em obedecê-lo. — O que você me deu?

— Um relaxante simples. — Snape deu-lhe um pequeno empurrão em direção à cama. — Ocorreu-me que isso poderia ser melhor se você não estivesse petrificado de medo ou vomitando suas tripas.

— Você acha? — Harry disse sarcasticamente. Ele sentou na cama, aliviado que o mundo pareceu parar de girar quando ele fez isso.

— Agora, quanto ao assunto em questão — Snape disse rapidamente, movendo-se para o outro lado da cama e colocando sua varinha na mesa de cabeceira. — Não haverá nenhuma bobagem romântica como beijos. Eu fico por cima exclusivamente. Estou disposto a ser flexível no que diz respeito a posições, então se você tem uma preferida, agora é a hora de mencioná-la - sério, Potter, se você se envergonha tão facilmente, é um milagre que você consiga transar.

— Eu não — Harry murmurou. — Quer dizer, eu não transei.

Snape congelou no lugar e então se virou lentamente para ele. 

— Como? O que você disse?

Harry limpou a garganta. 

— Eu disse que não. Transei, quero dizer. Essa é minha primeira vez.

— Pelas bolas de Merlin — Snape gemeu, sentando-se na cama como se a força tivesse subitamente abandonado seu corpo. — Por que você não contou a ninguém que era virgem, Potter?

— Eu contei — disse Harry. — Sirius. Só esta noite. E agora você.

— Só... Potter, é possível que alguém seja mais idiota que você?

Harry olhou feio para ele. 

— Qual o problema com isso?

— O 'problema', Potter — Snape rosnou para ele, — é que eu não sou a ideia de ninguém de uma primeira vez ideal. Se você tivesse falado, um acordo prévio poderia ter sido feito - 

— Se eu quisesse pagar alguém para fazer sexo comigo — Harry disse entre dentes cerrados. — Eu teria feito isso antes. Não sou um completo idiota. Eu estava... esperando.

Snape franziu a testa. 

— Para quê? — Harry corou e mordeu o lábio, então desviou o olhar, e Snape entendeu. — Malditos sejam todos os idealistas grifinórios! O quê, esperando que seu Amor Verdadeiro o arrebate e o leve para viver feliz para sempre, Potter?

— Você acha que poderia me chamar de 'Harry'? — Harry retrucou. — Afinal, somos casados ​​e estamos na cama juntos. Acho que um pouco de informalidade é apropriado.

— Pot- Harry — Snape disse, rangendo os dentes. — O amor verdadeiro é um mito. Se você tiver sorte, você se apaixona por alguém que é igualmente apaixonado por você, alguém que você pode tolerar mais tarde, quando a novidade tiver passado.

O pensamento era deprimente, e Harry teria ficado deprimido se não fosse pelo fato de que ele estava relaxado demais no momento para se importar. 

— E você? — ele perguntou distraidamente. — Foi sua primeira vez com alguém por quem você 'se apaixonou'?

Ele tentou imaginar Snape dilacerado pela luxúria e achou impossível imaginar. Embora, na verdade, o homem não fosse tão feio à luz de velas, e seu cabelo parecia surpreendentemente macio e limpo. Deve ter se lavado um pouco antes de ir para a cama, Harry pensou. Ele corou, mais do que um pouco assustado por achar Snape atraente de alguma forma.

Snape não pareceu notar. Em vez disso, ele olhou feio para Harry. 

— Isso não é da sua conta. Basta dizer que tenho experiência suficiente para tornar isso tolerável para nós dois. E isso é tudo que direi sobre o assunto.

Harry sorriu pesarosamente. 

— Ainda me protegendo, Professor?

Os lábios de Snape se contraíram e por um momento Harry pensou que ele também iria sorrir. 

— O hábito parece ser difícil de quebrar.

— Bem, odeio te dizer isso, mas não estou mais relaxado — Harry disse com um suspiro. — Tem mais alguma daquela poção em mãos?

— Seria prejudicial para você tomar mais tão cedo — respondeu Snape.

Harry fez uma careta para ele. 

— Você acha que poderia usar palavras comuns de vez em quando? Só pela novidade?

Snape revirou os olhos. 

— Garoto idiota. Se você tomasse outra dose agora, isso te deixaria relaxado e em coma. Claro o suficiente para você?

— Sim — disse Harry.

— Ainda deve haver efeitos residuais suficientes — disse Snape. — Deite-se e feche os olhos. Respire lenta e uniformemente, e deixe sua mente divagar.

Harry obedeceu e percebeu que seu corpo relaxou rapidamente de novo. Houve uma mudança na cama ao lado dele e um murmúrio baixo de “Nox”. Ele abriu os olhos ligeiramente e ficou aliviado ao perceber que o quarto estava em total escuridão. Ele não achava que conseguiria fazer isso se soubesse que Snape estava olhando para ele.

— Vire-se de lado — a voz de Snape murmurou na escuridão, e Harry estremeceu. Ele nunca tinha realmente notado aquela voz antes - provavelmente porque ela geralmente o menosprezava - mas na escuridão soava como mel escuro sendo derramado sobre seu corpo.

Ele se virou de lado e sentiu Snape se aproximar atrás dele. 

— Relaxe, Harry — o homem murmurou e Harry sentiu dedos fortes massageando suas costas e ombros. Com um suspiro, ele se deixou relaxar completamente, confiando em Snape para ajudá-los a passar por essa provação o mais facilmente possível.

— Bem, você pode seguir as instruções, afinal — a voz de Snape murmurou e Harry bufou, mas ele estava relaxado demais para se importar. — Você vai sentir um leve formigamento agora, nada com que se preocupar.

Harry sentiu o formigamento ao redor e dentro de sua bunda, e ele pulou. 

— Você poderia ter dito onde eu sentiria o formigamento — ele reclamou. — O que foi isso?

— Feitiço de limpeza e lubrificação — Snape murmurou. — Certamente você se lembra da palestra sobre educação sexual no seu sexto ano?

— Pomfrey não disse nada sobre feitiços — Harry retrucou. — Embora lubrificante fosse um dos seus tópicos favoritos - aplicado manualmente.

— Os feitiços são mais completos — disse Snape brevemente.

E menos pessoal, Harry pensou. Ele não estava nem um pouco surpreso que Snape escolheu esse método, e estava realmente aliviado. O pensamento de Snape cutucando sua bunda com os dedos era muito desagradável. Não que ele estivesse excitado no momento, em todo caso.

As mãos de Snape estavam se movendo pela parte inferior das costas agora, esfregando círculos calmantes. 

— Você prefere ficar com as camisolas ou tirá-las?

Harry sentiu-se um pouco enjoado com a ideia de ficar completamente nu na cama com Snape e disse apressadamente: 

— Ficar com eles. Se não tiver problema.

— Não faz diferença para mim — Snape respondeu. Suas mãos se moveram para baixo e então ele suspirou. — Você precisará tirar sua roupa íntima, no entanto.

Harry corou. Ele estava mais uma vez grato pela escuridão enquanto puxava sua camisola para remover a cueca ofensiva. A mão de Snape o imobilizou enquanto ele puxava a camisola de volta para o lugar, e ele se perguntou o quão claramente o outro homem conseguia enxergar no escuro.

— Deixe-a aqui — Snape disse. — Isso só vai atrapalhar.

— Certo — Harry murmurou e se perguntou se ele poderia ficar mais vermelho. Evidentemente ele poderia, porque quando a mão inquisitiva de Snape tocou seu pau, ele pôde sentir sua pele queimando e não conseguiu evitar se afastar. — O que você está fazendo?

Snape suspirou. 

— Será mais fácil para você se estiver excitado, mas se preferir que eu não...

Harry limpou a garganta. 

— Tudo bem, então. Vá em frente, se for preciso.

— Obrigado por essa aprovação entusiasmada — Snape disse amargamente, mas ele estava tocando o pau de Harry novamente, então supôs que Snape não poderia estar muito chateado com ele.

Parecia... estranho ter outra pessoa tocando-o daquele jeito, estranho e de alguma forma mais intenso do que se tocar. Snape parecia saber exatamente o que fazer, agarrando-o do jeito que gostava e acariciando-o eficientemente até a dureza. Os olhos de Harry se fecharam enquanto o prazer o enchia, e ele não conseguiu evitar gemer.

— Bom — disse a voz de Snape perto de seu ouvido, e seus olhos se abriram de repente. Ele quase tinha esquecido que era Snape fazendo isso com ele. Outra série de golpes e ele não se importava se era o próprio Voldemort, contanto que não parasse de fazer isso . Uma instrução murmurada de Snape o fez deslizar uma perna para frente, então algo sólido cutucou seu traseiro.

— Expire e empurre para fora ao mesmo tempo — a voz de Snape instruiu, então fez uma pausa. — Potter, você está prestando atenção?

— Mmmm — Harry concordou. Ele não tinha a mínima ideia do que Snape estava dizendo, mas não importava. O prazer fervia em suas veias, formigando em sua pele.

— Ah, pelo amor de Merlin... Potter, me obedeça ou eu paro.

Snape parecia irritado - e sério - então Harry recuperou células cerebrais o suficiente para se concentrar em fazer o que Snape havia instruído. Algo grosso e quente pressionou-o, e por um momento ele esqueceu como respirar. Não doeu propriamente, mas ele se sentiu desconfortavelmente cheio. Então Snape estava acariciando-o novamente, firme e forte, e Harry esqueceu tudo sobre o que estava acontecendo atrás dele em favor de seu pau e do clímax que de repente rugia sobre ele como um trem de carga.

Ele estava vagamente ciente de Snape estremecendo e ofegando atrás dele, mas sua mente e corpo estavam muito apagados para se importar com qualquer coisa. Ele pensou ter ouvido Snape perguntar algo a ele em um tom de voz preocupado, mas como isso era claramente impossível, ele permitiu que o sono o reivindicasse completamente.

Chapter 5: Capítulo 5

Chapter Text

Harry acordou lentamente, rolou de costas e se espreguiçou – e imediatamente desejou não ter feito isso.

— Droga!

Uma voz ao lado dele disse secamente: 

— Observador, não é? E se você tivesse simplesmente prestado atenção ontem à noite, não estaria tendo esse problema.

Harry abriu os olhos e olhou feio para Snape. 

— Cai fora, Snape.

Snape levantou um pequeno frasco e zombou dele. 

— Eu não seria tão precipitado, Potter. Tenho em minhas mãos os meios para aliviar o que o aflige.

— O que você quer que eu faça? Que te dê um beijo em troca? — Harry retrucou.

— Ontem à noite, eu teria dado a você de graça. Esta manhã... um 'por favor' será suficiente.

— Por favor — Harry resmungou. Snape destampou o frasco e entregou a ele, e Harry engoliu. — Deus, você não faz nada que tenha um gosto decente?

— Pare de choramingar, Potter.

Antes que Harry pudesse responder, houve uma batida na porta do quarto e então ela se abriu. O funcionário do Ministério que Harry conhecera no dia anterior entrou apressado, com um sorriso radiante no rosto, com Dumbledore e Sirius logo atrás dele.

— Bom dia, bom dia! — disse o oficial alegremente.

Harry viu Snape estremecer e presunçosamente notou que seu novo marido não parecia ser muito uma pessoa matinal. Harry se apoiou contra a cabeceira da cama, puxando as cobertas até o pescoço, e esperou pela explosão.

No entanto, antes que Snape pudesse dizer qualquer coisa, o oficial colocou sua pasta na cama e estava tirando papéis de dentro dela. 

— Estou tão feliz que vocês dois estão acordados, e não vou tomar mais do seu tempo do que o necessário. Há apenas alguns pequenos formulários para preencher. Primeiro, algum de vocês comeu ou bebeu alguma coisa esta manhã?

— Não — Snape disse secamente.

— Sim — disse Harry. — Hum, uma poção para dor.

Sirius rosnou. 

— Por que você precisava tomar uma poção para dor, Harry? — ele exigiu, olhando feio para Snape.

Snape lançou a Sirius um dos seus olhares mais irritantemente presunçosos e Dumbledore disse apressadamente: 

— Isso não tem importância agora.

— Você tem uma amostra da poção? — perguntou o funcionário do Ministério.

Harry entregou-lhe o frasco e o homem bateu nele com sua varinha. 

— Certo. Apenas um analgésico básico e relaxante muscular. Não deve interferir com o Veritaserum de forma alguma. — Ele colocou o frasco em um envelope e o colocou em sua pasta, então começou a vasculhar. — Agora, eu sei que tenho um frasco dele aqui em algum lugar...

— Permita-me, Ignatius — disse Dumbledore, estendendo um frasco transparente.

O oficial pegou o frasco e deu uma batidinha com sua varinha. Um olhar de alegria cruzou seu rosto. 

— Sim, isso vai servir muito bem, muito bem mesmo! Uma amostra tão pura de Veritaserum com a qual já tive o prazer de trabalhar. Sua, Professor? — ele perguntou, olhando para Snape.

— Sim, é um dos lotes de Severus — Dumbledore afirmou. — Isso será um problema?

— Não, de fato! Nós do Departamento de Contratos Mágicos raramente temos a chance de trabalhar com as 'coisas boas', por assim dizer — Ignatius disse, sorrindo para Dumbledore e depois para Snape. — Eu serei a inveja dos meus colegas, posso te dizer isso. Professor, se você me deixar colocar duas gotas na sua língua?

Parecendo atordoado pelo elogio, Snape abriu a boca sem questionar, e Ignatius cuidadosamente colocou duas gotas em sua língua. Ele então se moveu para o outro lado da cama e repetiu o procedimento com Harry.

— Agora, apenas algumas perguntas para completar o contrato. — Depois de fazer com que eles verificassem suas identidades, ele disse: — O casamento foi completamente consumado ontem à noite?

— Sim — Snape disse rapidamente.

Harry pareceu duvidoso. 

— O que você quer dizer com 'completamente'? Se você quer dizer, Snape me fodeu - sim, ele fodeu. Se você quer dizer se eu o fodi - 

— Isso será o bastante, Potter — Snape disse friamente.

Harry fez uma careta para ele. 

— Não é você que está querendo saber.

— Sim, sim, está tudo bem — Ignatius disse apressadamente. Ele rabiscou seu nome na parte inferior do contrato, então fez Dumbledore e Sirius testemunharem. Uma vez feito isso, ele o enrolou, bateu com sua varinha, e uma fita com um selo de aparência oficial foi enrolada ao redor.

— Está feito, então — ele disse rapidamente, colocando o contrato dentro da pasta. — Eu arquivarei isso quando voltar ao escritório. Se você desejar uma cópia oficial para seus arquivos pessoais, uma estará disponível após 30 dias. — Ele apertou as mãos de Harry e Snape. — Parabéns, cavalheiros. Espero que seu contrato seja muito benéfico para vocês dois. Albus, se você me mostrar a saída?

— Certamente, Ignatius — disse Dumbledore, e o seguiu para fora da sala.

Houve um silêncio ameaçador na sala por um momento depois que a dupla saiu, então Sirius disse: 

— Por que Harry precisava de uma poção para dor, Snape? O que você fez com ele?

Snape sorriu. 

— Ora, deflorei seu garoto virgem, é claro. E lembre-se, foi ideia sua.

— Bastardo — Sirius rosnou, então se virou para Harry. — Você está bem? Ele te machucou?

Harry foi pego pelas demandas do Veritaserum ainda correndo por seu sistema. Por um lado, Snape tinha sido notavelmente atencioso na noite anterior, e Harry não tinha percebido nenhuma dor na hora. Por outro lado, Harry tinha sentido um desconforto considerável esta manhã, e ainda estava se sentindo bastante sensível. Seu estômago se revirou.

— Preciso usar o banheiro. — Ele correu para o banheiro e imediatamente vomitou o conteúdo do estômago.

Ele estava vagamente ciente de outra pessoa entrando no banheiro enquanto tentava convencer suas entranhas a pararem de vomitar. 

— Aqui — disse uma voz calma, e um copo com uma substância de aspecto leitoso apareceu diante dele. Ele o pegou e forçou um gole, e ficou surpreso quando a substância não voltou a subir imediatamente. Na verdade, a substância pareceu interromper os espasmos, sem mencionar o giro da sala ao seu redor.

— Obrigado — ele murmurou. — Conveniente ser casado com um mestre de Poções, eu suponho.

— Eu dificilmente faria você vomitar até a morte na manhã seguinte ao nosso casamento — Snape disse secamente. — Pense no que isso faria com a minha reputação. — Harry deu uma risada involuntária. — Seu padrinho foi embora. Tome banho, escove os dentes e volte quando terminar. Os elfos domésticos terão o café da manhã esperando.

A porta do banheiro fechou com um clique e Harry se arrastou para ficar de pé. Tomando seu tempo, ele tomou um banho completo e escovou os dentes duas vezes. Decidindo que não podia mais adiar o inevitável, ele voltou para o quarto.

Um baú de aparência familiar estava no final da cama, e Harry ficou surpreso ao perceber que suas coisas já tinham chegado de seu apartamento. Ele abriu o guarda-roupa para ver que os elfos domésticos já tinham pendurado suas roupas, e então franziu a testa ao perceber que suas roupas eram as únicas penduradas ali. Uma rápida olhada na cômoda verificou que suas coisas ocupavam apenas as gavetas.

— O Mestre Harry está precisando de alguma coisa?

Harry se virou para ver uma elfa doméstica vestida com um pano de prato imaculado parado ao lado da cama. 

— Hum, sim. As coisas do Professor Snape. Suas roupas e tal. Onde estão?

A elfa doméstica pareceu surpreso. 

— No quarto do Mestre Severus, senhor.

Harry franziu a testa, absorvendo o fato de que Snape aparentemente guardava suas coisas em outro cômodo, e se perguntou com raiva se o homem achava que Harry roubaria seus pertences preciosos.

— Posso ajudar o Mestre Harry a se vestir?

— Não — Harry disse brevemente, abrindo as gavetas para tirar uma camisa, jeans e sua cueca mais confortável. — Mas você pode me mostrar onde o basta - onde fica o "Mestre Severus" quando eu estiver vestido. — Ele se vestiu rapidamente e tentou, sem sucesso, fazer alguma coisa no cabelo, depois desistiu. — Posso saber seu nome? — perguntou ele à elfa doméstica enquanto a seguia para fora do quarto.

— Eu sou Pippa, senhor — a elfa doméstica disse com um sorriso brilhante, e começou a tagarelar alegremente sobre a casa e os outros ocupantes enquanto ela o conduzia escada abaixo até a sala de jantar. Harry achou que ela parecia muito alegre para alguém a serviço de Snape - ele meio que esperava que os servos de Snape estivessem se encolhendo de medo.

— Café da manhã, Mestre Harry, senhor — disse Pippa, enquanto eles entravam na sala de jantar. Harry viu que Snape já estava sentado à mesa, escondido atrás do Profeta Diário, e seus olhos se arregalaram ao ver a mesa pesadamente carregada. — Tem alguma coisa que você esteja precisando, Mestre Harry?

— Hum, não — disse Harry, sentindo-se um pouco enjoado ao ver toda aquela comida.

Snape colocou a cabeça para fora do papel e lançou-lhe um olhar impaciente. 

— Sente-se e coma, Potter. Meus elfos domésticos aparentemente acham que você está definhando em nada; isso é tudo em sua homenagem.

— Hum, acho que não consigo comer muita coisa — disse Harry enquanto se sentava cuidadosamente.

Snape lançou-lhe um olhar avaliador. 

— Pippa, pegue o frasco roxo no meu banheiro, por favor. — Harry levantou uma sobrancelha ao som de Snape dizendo “por favor” e mordiscou cautelosamente um pedaço de torrada. A elfa doméstica retornou com o item solicitado e Snape despejou metade dele em um copo de suco de abóbora, mexeu e então entregou a Harry. — Beba isso. Vai ajudar a acalmar os efeitos nauseantes do Veritaserum.

Harry pareceu duvidoso, mas tomou um gole do suco. Para sua surpresa, ele permaneceu no estômago, e ele bebeu o resto. Seu estômago imediatamente parou de revirar e ele suspirou de alívio.

Harry olhou para Snape na mesa, querendo agradecer pela poção, e viu que ele havia se escondido atrás do jornal novamente. Na primeira página, Harry viu que a notícia sobre suas núpcias já havia sido divulgada. “Menino que Sobreviveu se Casa em Segredo” estava estampado na frente do jornal, e embaixo havia fotos separadas dele e de Snape. A foto de Snape o encarava do outro lado da mesa e ele o encarou de volta, lembrando-se de repente de que estava bravo com Snape.

— Há algum motivo para suas coisas estarem em outro cômodo?

Snape abaixou o papel e lançou-lhe um olhar questionador. 

— Eu tinha a impressão de que quartos separados seriam preferíveis para você, assim como para mim.

Harry piscou para isso, e sentiu uma onda repentina de alívio ao perceber que não teria que dormir com Snape toda noite. 

— Hum, sim.

— Nas ocasiões em que eu desejar uma união conjugal, é claro que irei informá-lo antes de ir ao seu quarto.

O estômago de Harry embrulhou novamente. 

— Eu...

— Não deve ocorrer mais do que uma ou duas vezes por mês, pois estou bastante acostumado a satisfazer minhas próprias necessidades — Snape continuou. — Espero que seja aceitável para você?

— É — Harry disse melancolicamente. Afinal, era parte do contrato de casamento e Snape tinha o direito de pedir mais. Inferno, ele poderia pedir um bebê, se quisesse um.

Snape observou Harry brincando com sua comida. 

— Algo errado, Potter?

— Não. Eu só… — Harry suspirou. — Todo mundo sempre fala sobre o quão importante é o sexo, mas é só... bem, foi ok, mas não foi fantástico.

— Vou me esforçar para proporcionar mais satisfação na próxima vez — disse Snape secamente.

Harry corou. 

— Não é isso que eu quero dizer. O jeito que você... quando você me tocou daquele jeito... foi legal. Foi melhor do que quando eu me toco. Mas a outra parte... as pessoas realmente gostam disso?

Snape deu de ombros. 

— É bastante prazeroso para quem está penetrando, e me foi dado entender que muitos gostam de ser penetrados. Eu mesmo acho que ser penetrado é menos do que satisfatório.

— É — Harry disse, cutucando os ovos com o garfo. — Não que eu esteja reclamando ou algo assim. — Ele olhou para Snape. — E você não é passivo.

— Não — Snape disse brevemente. — Se você deseja experimentar os prazeres de ficar por cima, terá que procurar em outro lugar. — Ele dobrou o jornal e o colocou sobre a mesa. — Agora, se você já terminou de torturar esses ovos, eu lhe darei um tour pela casa antes de começar a trabalhar.

Harry assentiu e terminou seu chá. 

— Terminei.

— Muito bem, então. — Snape se levantou e começou a falar no que Harry reconheceu como sua voz de sermão. — Esta, como você pode ver, é a sala de jantar. O café da manhã e o jantar serão servidos aqui sempre que qualquer um de nós estiver na casa. Você pode almoçar quando e onde quiser. Por aquela porta ficam as cozinhas. Temos dois elfos domésticos; por favor, evite importuná-los a qualquer hora do dia ou da noite. Se você defende as crenças de sua amiga Granger sobre os direitos dos elfos domésticos, eu preferiria que você as guardasse para si. Pippa e Toby estão comigo há muitos anos, e eu me acostumei bastante com eles.

— Certo — disse Harry, revirando os olhos.

Levando Harry para o saguão, ele gesticulou em direção à sala que Harry tinha visto na noite anterior durante a recepção.

— Essa é a sala de estar, e a biblioteca fica ao lado dela - não que você tenha qualquer utilidade para ela. No final deste corredor fica meu laboratório. Você não deve - por nenhuma razão que não seja uma emergência terrível - entrar no meu laboratório. Entendido?

Maravilhoso, Harry pensou enquanto assentia. Minha casa pelos próximos Deus-sabe-quantos anos, e eu me sinto como um hóspede indesejado nela.

— Lá em cima, há três quartos, cada um com banheiro privativo — Snape disse, gesticulando em direção às escadas. — Você já viu seu quarto. O meu é ao lado, e o quarto de hóspedes é do outro lado do corredor. — Snape respirou fundo e disse, no tom de alguém severamente preparado para ser sociável, mesmo que isso o matasse. — Sinta-se à vontade para convidar seus amigos para uma visita. No entanto, se você planeja convidar seu padrinho, gentilmente me informe para que eu possa fazer planos para estar em outro lugar.

Harry sorriu, sentindo-se estranhamente aquecido pelas concessões de Snape.

— Eu, é claro, retornarei a Hogwarts no final da semana, quando os alunos retornarem das férias de Páscoa. No entanto, tentarei retornar durante o ano letivo quando minha agenda permitir, assim como no verão e nas férias — Snape continuou. — Eu apreciaria se você me fornecesse uma cópia de sua agenda, para que eu saiba quando seus jogos ocorrerão.

Harry levantou uma sobrancelha. 

— Está virando fã, Snape? Ou só com medo de sentir minha falta?

Snape olhou para ele. 

— Ainda há aqueles por aí que gostariam de nada mais do que lhe fazer um mal, Potter. Lucius Malfoy, em particular, não vai aceitar essa mudança em seus planos graciosamente. Se você desaparecesse, ajudaria saber se você foi sequestrado ou estava simplesmente correndo atrás do seu traseiro pelo Campo.

Isso soou razoável e Harry concordou. Snape relaxou um pouco e liderou o caminho através de uma porta francesa para um lindo pátio pequeno. 

— Aqui estão os jardins. Eles não são extensos, no entanto, eles fornecem muitos dos ingredientes para minhas poções, então eu apreciaria se você e seus companheiros não os destruíssem.

— Ei! Eu não faço alvoroço - ou pelo menos não faço isso há anos!

— Claro — Snape disse secamente. — Mantenha seu quadribol voando para o campo aberto a oeste da casa, por favor. Em dias bons, os elfos domésticos servem chá da tarde aqui no terraço. Você é bem-vindo para se juntar a mim, ou não, como preferir. Se tiver alguma preferência quanto a chá ou bolos, diga a Pippa.

Harry assentiu e se virou para estudar a casa. 

— É muito bonita, Snape, mas não é nada do que eu imaginava.

O lábio de Snape se curvou. 

— Você esperava algo parecido com a Mansão Malfoy - grande e pretensiosa? Quando eu nasci, a família Snape tinha sido reduzida à pobreza refinada, retendo pouco além de nossa linhagem e nosso orgulho. Meus primos distantes residem nos restos em ruínas da casa ancestral; eu não vou lá desde que era menino. — Ele olhou para a casa e Harry pôde ver a satisfação em seu rosto. — Esta é minha; eu comprei a terra e a construí. Um dia, posso passá-la para meus herdeiros.

Harry rapidamente se afastou daquele assunto, gesticulando em direção a um pequeno prédio do outro lado do terraço. 

— O que é isso?

— Isso, Sr. Potter, é seu.

Harry franziu a testa. 

— Meu o quê?

— Seu escritório ou sala de trabalho pessoal - o que você quiser. Você pode guardar seu lixo lá, por mim.

— Meu? — Harry perguntou, sem ousar acreditar.

Snape franziu a testa. 

— O conceito é muito difícil para você entender, Potter?

Harry o ignorou enquanto andava até o prédio e abriu a porta, então olhou para dentro. Não era grande, mais ou menos do tamanho da casa de Hagrid, mas era limpo, brilhante e fresco com possibilidades. Havia uma sensação de novidade sobre isso, e Harry se virou para olhar para Snape com surpresa.

— Não é muito, comparado ao seu ambiente luxuoso anterior — Snape disse friamente.

Harry sorriu. Seu último lugar tinha sido um apartamento mobiliado, compartilhado com outros dois membros da equipe. Antes disso, tinha sido um pequeno dormitório com quatro colegas de quarto. E antes disso...

— É perfeito — ele murmurou, passando a mão sobre as paredes lisas. Era novo - Harry teria apostado sua vida nisso. Snape deve ter mandado construir isso só para ele. Ele sentiu um aperto estranho na garganta.

Snape zombou. 

— Não tente me bajular, Potter. Comparado com a casa dos seus parentes trouxas - 

— É o paraíso — disse Harry, continuando a circular pela sala, absorvendo a sensação do lugar. — Os Dursleys me trataram como lixo - eles me mantiveram debaixo da escada por dez anos. Quando minha carta de Hogwarts chegou, eles me colocaram no segundo quarto de Dudley, mas apenas porque estavam com medo. Claro, eles colocaram barras nas janelas e me trancaram lá dentro na maior parte do tempo.

Snape franziu a testa. 

— Por que eles fariam isso?

Harry suspirou e esfregou a cabeça. 

— Porque eles odiavam magia e tudo relacionado a ela, inclusive eu. Acho que eles achavam que poderiam matá-la de fome ou espancá-la de mim. — Ele deu a Snape um sorriso pálido. — Não funcionou, é claro.

Ainda franzindo a testa, Snape estudou o rosto de Harry como se procurasse sinais de que o jovem estivesse mentindo.

— É claro — ele murmurou. — ‘Aquilo que não nos mata -’

— …nos fortalece — Harry concluiu com um pequeno sorriso.

Snape levantou uma sobrancelha. 

— Eu não sabia que você lia Nietzsche, Potter.

— Não — respondeu Harry. — Foi em 'Conan, o Bárbaro'. — Diante do olhar vazio de Snape, ele disse prestativamente: — Um filme trouxa. Vi na TV uma noite quando os Dursleys estavam fora.

Snape revirou os olhos. 

— Pirralho impossível.

Harry sentiu uma sensação de calor percorrer seu corpo. Já, isso tinha a sensação de algo familiar e seguro. 

— Idiota insuportável.

Snape gesticulou para a sala vazia. 

— Você pode mobiliá-la como quiser. Pippa e Toby estão cientes dos mercadores com quem tenho contas.

Harry franziu a testa. 

— Eu tenho meu próprio dinheiro — ele disse bruscamente. — Eu posso pagar minhas próprias coisas.

— Bom — Snape disse, parecendo nem um pouco incomodado com a declaração de Harry. — Meu salário, embora generoso, não é extenso, e prefiro gastá-lo em outras coisas.

— Tudo bem — respondeu Harry.

— Bem, agora que resolvemos isso, tenho trabalho a fazer. Já perdi muito do meu tempo esta manhã — Snape disse e se virou para sair.

Harry mordeu o lábio; ele sabia que Snape estava fazendo o melhor que podia, e não era justo açoitar o homem por seu próprio orgulho. 

— Professor — ele disse rapidamente, então decidiu que isso não soava certo. — Snape...er, Severus.

Snape se virou para ele, erguendo uma sobrancelha. 

— Há alguma razão pela qual você está recitando meu título e meus nomes?

— Só estou tentando descobrir como devo chamá-lo — respondeu Harry.

Snape pareceu considerar por um momento. 

— Severus será aceitável — ele disse.

Harry assentiu. 

— E eu apreciaria se você me chamasse de 'Harry' em vez de 'Potter'. — Ele sorriu ironicamente. — Afinal, é 'Potter-Snape' agora, certo?

— Certo — Snape disse, então pareceu se lembrar de algo. Ele tirou uma caixa do bolso. — Isto também é seu. Eu teria dado a você ontem, mas não pareceu haver um momento apropriado.

Ele parecia estranho, diferente de seu eu seguro de si, e Harry se lembrou do jeito que Snape olhou para Dumbledore na noite anterior. Harry se sentiu desconfortável ao ver Snape demonstrando algo menos que controle completo, e ele rapidamente abriu a caixa. 

— Um anel?

Snape assentiu. 

— É tradicional, e Malfoy vai esperar ver você usando um. Fazer o contrário levantaria suspeitas.

— Certo — disse Harry. Ele deslizou o anel em seu dedo e sentiu que ele se alterava para se encaixar perfeitamente nele. — Obrigado. — Ele olhou para cima e encontrou os olhos de Snape. — Por tudo.

Snape assentiu novamente e saiu rapidamente. Harry olhou para o anel por um longo minuto, um símbolo do quanto sua vida havia mudado, e então, determinadamente, desviou sua atenção dele e voltou para o cômodo. Seu cômodo, ele pensou com satisfação enquanto imaginava as possibilidades. Era um começo.

Chapter 6: Capítulo 6

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Snape retornou a Hogwarts no fim da semana, mas como a temporada de Quadribol havia recomeçado, Harry teve pouco tempo para notar sua ausência. Havia algumas expectativas para a Inglaterra na Copa do Mundo, e o circuito das quartas de final foi tão exaustivo, que Harry teve pouco tempo para mais do que um banho quente e um sanduíche antes de cair na cama.

Então, no início de maio, a Inglaterra perdeu a última rodada de jogos e, portanto, estava fora da disputa pela Copa. Harry se viu em casa com um tempo livre inesperado em suas mãos. Depois de dormir quase o dia todo no primeiro dia, ele passou a manhã seguinte mexendo em sua oficina. Ela tinha ficado um tanto desarrumada depois de semanas de uso pouco frequente, especialmente porque ele pediu aos elfos domésticos que deixassem o lugar aos seus cuidados. Quem imaginaria, ele pensou enquanto passava um espanador sobre a mobília, que ele gostaria de limpar depois de todos aqueles anos com os Dursleys. Talvez fosse porque era seu . Ele sentia um certo orgulho pela aparência do lugar agora que ele o havia consertado e tinha planos de passar parte de seu novo tempo livre aqui com seu padrinho e seus amigos.

A tarde o encontrou olhando as estantes de livros na biblioteca, tanto por curiosidade quanto para encontrar algo para ler. O som de alguém chegando pelo Flu na sala de estar o fez correr para dentro da sala, livro em uma mão, varinha na outra. Embora sua conexão pelo Flu fosse privada e protegida, Harry havia aprendido a não tomar nada por garantido.

Snape estava se limpando quando Harry entrou na sala e, quando olhou para cima, Harry pensou ter visto um breve lampejo de aprovação em seus olhos.

— Ah, vejo que você localizou a biblioteca — Snape disse. — Ou você estava planejando arremessar livros em intrusos?

Harry sorriu e guardou a varinha. 

— Procurando algo para me divertir — ele disse, segurando o livro.

Snape deu uma olhada no título e levantou uma sobrancelha. 

— O tratado de Icabod Flinch sobre magias defensivas e sua história? Eu ficaria impressionado se achasse que você tem a mínima ideia do que está se metendo.

O sorriso de Harry se alargou; droga, mas ele tinha perdido o homem. 

— Bastardo irritante.

— Pirralho idiota — Snape retrucou.

— Então, o que você está fazendo em casa? — Harry perguntou. — Os exames são em seis semanas - pensei que você estaria ocupado aterrorizando os alunos até deixá-los loucos.

Snape bufou. 

— A maioria dos alunos não tem juízo. No entanto, para responder à sua pergunta, é um fim de semana de Hogsmeade e a ideia de ficar trancado no castelo com alunos em um pico de açúcar era mais do que eu poderia suportar.

Harry estreitou os olhos; Snape estava evitando olhar para ele e isso não podia ser bom. 

— O que há de errado?

Snape olhou para cima e depois para longe novamente, embora Harry pudesse ver duas leves manchas de cor em suas bochechas. 

— Nada — Snape retrucou, então acrescentou timidamente. — Faz um mês hoje desde o nosso casamento, e pensei em ir junto hoje à noite, se você não tivesse outros planos.

Harry sabia exatamente o que Snape queria dizer e corou. 

— Ah. Certo. — Ele respirou fundo, pensando no contrato e na maneira como Snape lutou por ele. — Tudo bem. Não tenho planos.

Snape assentiu rapidamente. 

— Tudo bem. Acho que vou tomar um banho antes do jantar, então.

Ele saiu da sala e Harry se jogou em uma cadeira, passando uma mão levemente trêmula pelos cabelos e tentando não pensar na noite. Ele ficou francamente aliviado quando Snape o deixou sozinho depois do único encontro deles na noite de núpcias, mas ele supôs que tinha sido demais esperar que Snape tivesse achado isso igualmente insatisfatório. Ele suspirou; não havia nada que ele pudesse fazer afinal, então não havia sentido em se preocupar com isso.

A conversa no jantar foi tensa, ambos conscientes dos planos para mais tarde naquela noite. Harry se viu sentindo nostalgia daquela primeira semana após o casamento. Com os dois em casa para as férias, eles tinham adquirido o hábito de fazer refeições juntos, bem como compartilhar noites tranquilas em frente à lareira na sala de estar. Snape tinha uma gama incrível de conhecimento sobre o mundo bruxo e trouxa, e Harry tinha gostado de conversar com ele. Harry sorria; bem, na verdade, a conversa deles parecia mais um debate, mas ambos tinham gostado do exercício e ele tinha descoberto que Snape era muito mais tolerável como pessoa do que como professor.

Ele estava pensando em algumas dessas conversas quando Snape pigarreou e olhou para o homem, incerto.

— Fiquei triste em saber que a Inglaterra não estará na Copa do Mundo este ano — Snape disse, e Harry não conseguiu evitar sorrir. Era óbvio que Snape estava tentando manter uma conversa educada, algo em que ele claramente não tinha habilidade. — Madame Hooch me disse que há conversas sobre aposentar o atual apanhador, para abrir caminho para você como apanhador reserva. Ela disse que se a reserva deles estivesse jogando contra o Brasil, a Inglaterra teria vencido.

Harry deu de ombros. 

— Não necessariamente. Eloise é muito boa, e ela tem muito mais experiência do que eu. Tivemos muitas lesões este ano.

— Muita modéstia é um defeito tão grande quanto pouca, Pot-Harry.

— Não é modéstia — Harry objetou. — Eu sei que sou bom, mas jogar quadribol profissional é muito diferente do time da escola. Eu ainda tenho muito a aprender e… — Ele hesitou e então olhou para Snape. — Não tenho certeza se quero continuar jogando quadribol quando meu contrato expirar neste outono.

Snape levantou uma sobrancelha. 

— De fato? Eu pensei que isso fosse um sonho de vida.

Harry deu de ombros. 

— Na verdade, não. Quer dizer, é divertido e eu gosto de jogar, mas não parece... real, de alguma forma. É como se eu estivesse apenas desperdiçando meu tempo. — Ele suspirou. — Isso parece estúpido, eu sei - 

— Não, não é — Snape disse calmamente. — Harry, você é jovem e tem a vida inteira pela frente. Se Quadribol não é o que te apaixona, você deveria encontrar outra coisa que mexa com seu sangue.

— Como você com poções, e Hermione com Direitos das Minorias? Talvez. Não é como se eu tivesse que tomar uma decisão hoje. — O canto da boca de Harry se curvou em um sorriso. — Mas obrigada.

Ambos voltaram a atenção para seus pratos. Harry percebeu que seu apetite o havia abandonado completamente e se afastou da mesa. 

— Bem, acho que vou me lavar e, hum, me preparar — disse ele, levantando-se. Snape não olhou para cima, apenas assentiu, e Harry correu escada acima.

Ele pensou em vestir a camisola novamente, então decidiu que isso o fazia se sentir muito bobo. Pijamas serviriam tão bem quanto; ele tiraria a calça quando necessário. Ele tinha acabado de abotoar a camisa quando uma batida na porta fez seu coração pular. Ele rapidamente se deitou na cama e chamou Snape para entrar.

Como antes, Snape apagou as luzes depois de ir para a cama, preparou-o com um feitiço, então o persuadiu a ficar duro antes de entrar. Harry descobriu que não era tão estranho ou desconfortável quanto da vez anterior, embora ele ainda não conseguisse ver o que alguém poderia ganhar sendo fodido na bunda. Era óbvio o que Snape ganhava com isso. Harry podia ouvi-lo respirar como um cavalo de corrida enquanto ele mergulhava para dentro e para fora do corpo de Harry, e os tremores que sacudiam seu corpo quando ele chegava ao clímax eram indicadores óbvios de que ele tinha se divertido.

Snape obedientemente fez Harry gozar com a mão, mas Harry se sentiu estranhamente insatisfeito mesmo enquanto flutuava para baixo de um clímax que era muito melhor do que os que ele tinha com a própria mão. Não era culpa de Snape - havia obviamente algo anormal em Harry. Ele ficou deitado silenciosamente na cama, fingindo dormir, enquanto Snape limpava os dois com um feitiço, e ele fingiu não notar quando o outro homem saiu do quarto logo depois disso.

Chapter 7: Capítulo 7

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Snape saiu de manhã, deixando uma mensagem dizendo que esperava que algumas mudas chegassem em algumas semanas e que Harry se esforçasse para não destruí-las ou perdê-las.

Harry se recusou a ficar irritado com a abrupta deserção ou com a mensagem. Essa casa também era dele e, se Snape achava que ele ia ficar sentado, brincando com os polegares, ele tinha outra ideia. Em vez disso, ele planejava acabar com as preocupações do homem plantando as malditas coisas e plantando-as corretamente. Sete anos de herbologia lhe ensinaram muito, e o que ele não sabia, poderia perguntar ao Professor Sprout ou a Neville.

Ele encontrou os planos para o jardim na biblioteca, e nenhuma das plantações parecia difícil ou perigosa. Os canteiros eram fáceis de preparar, pois o solo já estava ricamente fertilizado, então era só uma questão de virar o solo e esperar as plantas chegarem. Na verdade, era bem agradável, cavar na terra rica do jardim. Seu horário favorito era de manhã cedo, quando o mundo inteiro parecia estar dormindo, e o friozinho da manhã não o incomodava enquanto trabalhava. Harry logo descobriu que estava passando muito do seu tempo livre trabalhando lá. Era mais fácil pensar, de alguma forma, com uma pá na mão, e ele se perguntou se Snape se importaria se ele também plantasse uma horta, no ano que vem. Ele teria que falar com Molly Weasley primeiro, e ter algumas ideias do que seria melhor plantar.

Duas semanas após a partida de Snape, as mudas chegaram. Harry as separou e começou a plantá-las nos vários canteiros, fazendo anotações cuidadosas em um caderno que havia encontrado sobre a data do plantio, o tipo de planta e outras informações pertinentes. Ele estava quase terminando o último canteiro quando uma voz aguda o assustou.

— Potter, o que diabos você pensa que está fazendo?

Harry olhou em volta para ver Snape olhando para ele, e ele sorriu um pouco. 

— Plantando mudas. Quer ajudar?

— Idiota! Você tem a mínima ideia do que está fazendo? — Snape retrucou.

— Na verdade — disse Harry, levantando-se e limpando as mãos em um trapo velho. — Sim, sim. Encontrei seus planos para o jardim na biblioteca. Mantive um registro cuidadoso do que plantei, onde plantei e quando plantei. E, apesar de sua opinião sobre minha inteligência, fui muito bem em herbologia. Além disso, Neville ajudou com as poucas perguntas que eu tinha.

Snape ficou branco.

— Longbottom? Aqui? No meu jardim?

Harry sorriu. 

— Na verdade, ele estava muito ocupado para vir. Aparentemente, é a época mais movimentada do ano no Botanicals. Mas ele disse que passaria em uma ou duas semanas para ver como estou indo. — Snape parecia estar dividido entre o alívio por Neville não estar lá e a preocupação com sua visita iminente. — Sinto muito se estraguei sua diversão.

Snape deu de ombros. 

— Na verdade, eu não gosto particularmente do processo de plantio, embora eu já tenha feito isso em anos passados. Os elfos domésticos geralmente cuidam das plantas depois, embora eu mesmo as colha.

— Eu cuido delas — Harry ofereceu. — Não é como se eu tivesse muito com que ocupar meu tempo ultimamente com o time em férias.

Snape inclinou a cabeça. 

— É provável que isso mude, não é? Madame Hooch me disse que a aposentadoria parece possível para seu apanhador.

Harry deu de ombros. 

— Mesmo assim, não começaremos a treinar até depois da Copa. E - eu gosto de trabalhar no jardim. Isso me dá tempo para pensar.

— Então, por todos os meios, continue a fazê-lo — Snape disse. — Qualquer coisa que melhore esse processo deve ser encorajada.

Harry fez uma saudação com um dedo e foi em direção ao galpão de ferramentas para guardar seu equipamento de jardinagem. 

— Então, o que te traz aqui? Os exames são em duas semanas - a loucura geral foi demais para você, ou você veio aqui apenas para importunar seu jardineiro? — Snape corou levemente, desviando o olhar, e Harry de repente soube.

— Ah. Certo - já faz um mês, não é? — Ele conseguiu dar um sorriso parcial. — Regular como um relógio, você é.

Snape limpou a garganta. 

— Você não precisa... se for desagradável...

Harry suspirou. 

— Olha, nós dois sabemos que você me salvou daquele bastardo do Malfoy. Se o preço que eu tenho que pagar é rolar para você uma vez por mês, acho que consigo. Estou bem ciente de que eu estaria pior com ele.

Havia duas manchas vermelhas nas bochechas de Snape e ele disse asperamente: 

— Isso não é um convite nada atraente, Potter.

— É o único em oferta, não é? — Harry correu os dedos pelos cabelos. — Tenho que tomar banho e depois vou jantar com você, tudo bem? — Sem esperar pela resposta de Snape, ele entrou na casa e subiu as escadas.

O jantar foi outra refeição tranquila. Snape estava claramente nervoso após a discussão anterior, e Harry tentou desesperadamente pensar em algo para dizer, e lembrou-se de uma conversa que ouvira do lado de fora do boticário no Beco Diagonal na semana anterior.

— Sei que você está bem cotado na disputa pelo prêmio de 'Mestre de Poções do Ano' da Cauldron Quarterly — disse ele.

Snape olhou para ele surpreso, mas assentiu. 

— As melhorias que fiz na poção Wolfsbane — ele disse como explicação.

— Sério? — Harry disse. — Eu ouvi Remus mencionar o quanto as transformações são mais fáceis agora. Ele está parecendo muito mais saudável ultimamente.

— Refeições regulares fazem isso por uma pessoa — disse Snape secamente.

— Falando em refeições regulares — Harry disse incisivamente, — Albus me disse que você está perdendo muitas delas.

Snape zombou dele. 

— Resmungando, Potter? Que dona de casa decente você está se tornando.

Harry se encolheu, mas levantou o queixo com determinação. 

— Não faz bem a ninguém se você trabalhar até a morte, Severus.

Snape olhou feio para ele, mas Harry apenas olhou feio de volta. Depois de um momento, Snape fechou os olhos e recostou-se na cadeira, esfregando a ponta do nariz. 

— Muito bem — ele disse de má vontade. — Vou tentar comparecer a mais refeições.

— Bom — Harry disse, sentindo-se estranhamente satisfeito. — De qualquer forma, teremos você em casa em algumas semanas, e tenho certeza de que Pippa e Toby vão engordar você.

Snape bufou com isso. 

— Eles tentaram fazer isso no passado, sem muito sucesso.

Harry sorriu. 

— Ah, mas agora você tem a 'pequena dona de casa' aqui para te encher o saco para comer.

— Mais como me encher o saco para me esconder na minha sala de trabalho — Snape murmurou, e então olhou para Harry do outro lado da mesa com algo notavelmente parecido com resignação em seus olhos. — Vou me arrepender daquele comentário de dona de casa, não vou?

O lábio de Harry se contraiu, mas ele estava se divertindo muito para deixar Snape escapar ainda. 

— Oh, eu definitivamente diria isso. Na verdade, acho que sinto uma dor de cabeça chegando. — Snape lançou-lhe um olhar vazio e Harry desistiu com um suspiro. — Você não tem a mínima ideia, tem? Essa é uma fala padrão para esposas trouxas quando elas querem negar sexo.

Snape pareceu alarmado com esse pensamento, e Harry não conseguiu evitar rir. 

— Relaxe, Severus. Eu não sou tão insensível. — Ele se afastou da mesa enquanto dizia. — Eu vou subir.

Quando Snape entrou no quarto de Harry um pouco mais tarde, Harry se divertiu ao ver o olhar cauteloso em seus olhos enquanto ele examinava o quarto e depois Harry. Ele pareceu achar tudo satisfatório porque relaxou um pouco e fez seu caminho habitual até a cama. Harry apagou as luzes, então deitou-se de lado e esperou enquanto Snape fazia os preparativos habituais.

Ele podia dizer que Snape estava deliberadamente tomando seu tempo, certificando-se de que Harry estava pronto para ele. Era reconfortante de certa forma, saber que Snape não arriscaria machucá-lo. Ainda assim, Harry não conseguia deixar de se sentir irritado com o homem e desejou que ele continuasse. Pareceu uma eternidade antes que Snape estivesse ofegante em conclusão, e o próprio clímax de Harry pareceu mais insatisfatório do que nunca.

Snape pareceu sentir que algo estava errado, pois assim que terminou e limpou os dois, ele se inclinou e murmurou: 

— Harry?

— O que?

— Você está...bem? Precisa de uma poção ou algo assim?

— Estou bem.

— Você prefere que eu fique aqui esta noite?

Harry suspirou. Snape estava sendo - para Snape - notavelmente indulgente. 

— Não, está tudo bem. Você não precisa ficar.

— Muito bem. — Harry tinha quase certeza de que sentiu a pressão fantasmagórica de lábios contra seu ombro antes de Snape sair da cama, mas sabendo que Snape abominava sentimentalismo romântico, ele decidiu que tinha imaginado. — Boa noite, Harry. Se precisar de alguma coisa pela manhã...

— Eu te aviso. Boa noite, Severus.

A porta do quarto abriu e fechou. Harry pensou em levantar para tomar um banho, e então decidiu que estava cansado demais esta noite. Fechando os olhos, ele se forçou a dormir e tentou não pensar no porquê de sua garganta estar tão apertada.

Chapter 8: Capítulo 8

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Snape tinha ido embora mais uma vez pela manhã e Harry se recusou a pensar sobre isso enquanto retornava à jardinagem. As próximas semanas passaram rápido. Ele convidou Ron para passar uma semana na casa, as primeiras férias que seu amigo teve desde que assumiu o Departamento de Jogos e Esportes Mágicos. Como a Universidade de Londres tinha acabado de terminar o semestre, Hermione veio por uma semana também.

A visita o animou consideravelmente. Ron e Hermione ficaram encantados com a casa e com o que ele fez com sua “toca”, como ele chamava o chalé. Ele e Ron passaram horas jogando Quadribol um contra um no campo oeste enquanto Hermione se debruçava sobre os livros na biblioteca. As noites eram passadas em frente à lareira na sala de estar ou na toca, conversando ou assistindo à TV que ele conseguiu fazer funcionar lá. Snape não apareceu, embora soubesse que os amigos de Harry estavam lá, pois Harry havia mandado uma coruja para ele pedindo permissão para Hermione pegar emprestado um de seus livros. Ele havia dado sua permissão relutante, já que era Hermione, o que a agradou consideravelmente.

No último dia da visita, Harry acordou cedo e foi trabalhar no jardim. Ele havia negligenciado os canteiros nos últimos dias, não querendo desperdiçar seu precioso tempo livre com os amigos, mas eles estavam precisando desesperadamente de capina. Ele se ajoelhou e começou a trabalhar nas fileiras, arrancando ervas daninhas cuidadosamente enquanto verificava as mudas em crescimento.

— Você gostaria de uma ajudinha?

Harry olhou para cima, assustado, e sorriu quando viu Hermione parada ali perto. 

— Deveria saber que era você — ele disse. — Ron ainda está dormindo?

Hermione corou levemente e assentiu. Era um segredo aberto que ela e Ron já eram amantes, embora, até onde a família Weasley sabia, eles estavam esperando para se casar até que Hermione terminasse seus estudos na universidade trouxa. Entre o horário de trabalho de Ron e suas aulas, eles não tinham muita chance de ficar juntos, e Harry ficou feliz em dar a eles a oportunidade.

Harry não pôde deixar de invejar a facilidade que eles tinham um com o outro, no entanto, ou o fato de que ambos sabiam exatamente o que queriam fazer com suas vidas. A paixão e a compreensão de Ron pelo Quadribol revitalizaram seu departamento após a traição de Bagman. Hermione tinha uma posição esperando por ela como Advogada Especial no reestruturado Departamento de Criaturas Mágicas quando terminasse seus estudos. Comparado com o desastre limítrofe de seu casamento e suas próprias dúvidas sobre seu futuro, parecia que suas vidas eram perfeitas.

— Vamos, então — Harry disse a Hermione. — Eu tenho que capinar antes do café da manhã. Severus provavelmente vai voltar para casa neste fim de semana, e Deus me ajude se suas preciosas plantas parecerem negligenciadas.

Hermione começou a trabalhar na outra ponta da cama, e eles trabalharam em silêncio por um tempo antes de Hermione dizer calmamente: 

— Harry, o que há de errado?

Harry olhou para ela surpreso. 

— Nada.

Ela suspirou e sentou-se sobre os calcanhares. 

— Não me diga isso. Eu sei que algo está errado. Você está - eu não sei - muito quieto. E ontem à noite, quando Ron e eu fomos para a cama... te incomoda que estejamos dormindo juntos?

— Não! — Harry disse, assustado com a pergunta. — Estou bem com isso, sério.

— Então...é o Professor Snape? Há algo errado entre vocês dois?

Harry suspirou.

— Hermione, nós dois fomos forçados a nos casar com alguém que não amamos. Como algo pode estar certo entre nós?

— Ele não... te machuca nem nada, machuca? — ela perguntou ansiosamente.

— Não, não exatamente. É só que... bem... para ser honesto, eu não estou muito a fim de sexo. — Ele sabia que estava vermelho de vergonha, e olhou para o chão enquanto arrancava ervas daninhas com um pouco mais de violência do que o necessário.

— Um homem que não gosta de sexo – o que há de errado nessa visão? — Hermione disse, com um tom provocador na voz.

— Fizemos isso — fizemos sexo — três vezes, e eu odiei todas as vezes.

—  Três vezes? E vocês estão casados ​​há mais de dois meses?

Harry fez uma careta para ela. 

— Bem, você honestamente gosta de ser cutucada desse jeito?

Hermione piscou. 

— Claro que eu gosto. Nós não faríamos isso se eu - oh! — ela disse, como se algo estivesse claro de repente. — Harry, as primeiras vezes que Ron e eu fizemos sexo, bem, não foi exatamente ótimo. Nenhum de nós sabia o que estávamos fazendo, e foi estranho, e eu não tirei muito proveito disso. Mas com a prática e... e aprendendo um sobre o outro, melhorou, e agora eu amo tanto quanto Ron.

— Não acho que seja a mesma coisa entre homens — disse Harry. — Severus não é exatamente inexperiente, sabia?

— É mesmo? — Hermione perguntou.

— O quê? — Harry disse inexpressivamente.

— Experiente. Nunca o vimos com ninguém enquanto estávamos na escola, e você sabe o quão rápido histórias como essa se espalham. Talvez ele não tenha tido muito mais experiência do que você.

Harry pareceu duvidoso. —Ele parece saber o que está fazendo.

Ela lhe deu um sorriso divertido. 

— Snape admitiria se não fizesse isso? Você já tentou fazer algo diferente, como sexo oral? Ou inverter os papéis - você por cima e ele por baixo?

— Ele se recusa.

— Bem, então é isso — ela disse triunfantemente.

— É o quê? — ele perguntou, confuso.

Pacientemente, como se estivesse explicando para um idiota, ela disse: 

— Obviamente, se ele não gosta de ficar por baixo, ele não vai saber como fazer você gostar.

Harry franziu a testa para o chão enquanto pensava sobre essa ideia. Fazia sentido, mas não ajudava nem um pouco. Se Snape fosse quase tão ignorante quanto ele sobre sexo, as coisas dificilmente poderiam melhorar. 

— Então o que eu faço?

— Eu sugeriria conversar com seu marido sobre o problema — Hermione disse francamente. — Sem mencionar comprar um bom livro sobre sexo, do tipo que mostra posições e diz como fazer as coisas, como fazer um boquete.

Harry olhou para Hermione, ligeiramente chocado ao ouvi-la dizer coisas assim. 

— Eu não saberia onde encontrar algo assim - eu nem saberia como pedir!

Ela revirou os olhos para ele. 

— Sinceramente, homens! Vocês são piores em pedir ajuda com sexo do que em pedir direções. — Harry corou e ela disse, — Vou perguntar na Universidade, ver o que posso descobrir, e te aviso. Enquanto isso, fale com ele, ok?

Harry sorriu para ela com gratidão, então eles voltaram sua atenção para as ervas daninhas.

Chapter 9: Capítulo 9

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Na semana após a saída dos amigos, a vida de Harry de repente ficou agitada de novo. Com seu contrato prestes a ser renovado, a gerência do time o estava cortejando fortemente para permanecer com eles enquanto tentava não alienar Eloise Barton, a atual apanhadora. Harry teve reuniões com seu agente, com a gerência e exercícios de “construção de equipe” projetados para torná-los todos uma grande família feliz. Considerando que Eloise estava furiosa com a confusão sobre a apanhadora reserva em vez dela, um dos seus batedores ainda estava fora por invalidez e falando em processo, e os dois ex-colegas de apartamento de Harry mal falavam com ele, Harry não pensou muito em suas chances.

Harry voltou para casa depois de uma longa coletiva de imprensa da equipe, sentindo-se cansado até os ossos, e quase tropeçou em vários baús no saguão. Ele estava apenas se perguntando se tinha aparatado para a casa errada ou se os elfos domésticos estavam fazendo uma faxina de primavera tardia quando Snape entrou na sala.

— Então, você voltou, não é? — Snape disse. — Eu estava começando a me perguntar.

— Esses são seus baús? — Harry perguntou, encostando sua vassoura na parede e removendo suas vestes de quadribol. A gerência queria que todo o time estivesse com o equipamento completo para a sessão de fotos esta manhã, e ele estava se sentindo quente e cansado depois de posar por horas. — Quando você chegou em casa?

— Ontem — Snape disse brevemente. — O semestre terminou há alguns dias, se você se lembra.

— Foi? — Harry passou a mão pelos cabelos. — Desculpe. Os últimos dias foram agitados - mal consigo lembrar do meu próprio nome, muito menos de qualquer outra coisa.

— Eu posso imaginar — Snape disse secamente. — Ouvi dizer que a equipe está oferecendo triplicar seu salário se você ficar com eles. Parabéns.

— Obrigado — disse Harry. — Eu acho. Na verdade, ainda não aceitei. — Ele se sentou em uma cadeira e tirou as botas. Seus pés doíam de ficar em pé nelas por horas. — Eu ouvi sobre seu prêmio também. Mestre de Poções do Ano, além disso, ouvi dizer que você está concorrendo ao prêmio de Conquista de Vida em preparação de poções - muito bom.

— Espero que isso não seja um presságio do fim da minha vida — Snape disse, mas Harry pensou ter detectado uma pitada de satisfação no rosto do homem. — Você vai ficar em casa durante todo o tempo?

— Só algumas horas, infelizmente — disse Harry, pegando suas botas enquanto se preparava para subir as escadas. — Eles estão tendo um jantar hoje à noite com os patrocinadores do time e a imprensa, e eu tenho que comparecer. O último por um tempo, graças a Deus. Vou subir e dormir por algumas horas primeiro.

Agindo por impulso, Harry se inclinou para frente e deu um beijo na bochecha de Snape. 

— Estou feliz que você esteja em casa, Severus.

Harry teve quase certeza de ter visto prazer e surpresa nos olhos do outro homem antes de se arrastar escada acima e desabar na cama.

.

Os baús tinham sumido quando Harry desceu correndo as escadas várias horas depois, fechando os últimos botões de suas vestes sociais. Ele estava atrasado, tendo esquecido de lançar um feitiço de despertar em seu relógio antes de cair na cama. 

— Severus! — ele chamou enquanto cruzava o saguão. — Você está - ah, aí está você — ele disse enquanto o outro homem saía da sala de estar. — Estou saindo de novo - não deve passar da meia-noite, mas não espere acordado. Você sabe como as pessoas no poder adoram ouvir a si mesmas falando.

— Tudo bem, Harry — Snape disse. Ele estava segurando um pacote embrulhado em papel pardo e o levantou. — Isto chegou para você da Srta. Granger — ele disse.

— Sério? — Harry lançou um olhar curioso para o pacote. Ainda faltavam duas semanas para seu aniversário, e ele não conseguia pensar em nenhuma outra razão pela qual ela poderia estar lhe enviando um pacote. — Coloque na minha toca, se quiser. Eu dou uma olhada depois. — Ele pegou um punhado de pó de Flu da lata na lareira.

— Harry — Snape disse, e olhou ao redor inquisitivamente. — Tenha cuidado.

Desta vez, Harry teve certeza de que viu algo nos olhos de Snape, e pensou que talvez Hermione estivesse certa. Talvez eles devessem conversar. E talvez - oh, droga! ele pensou enquanto era levado para o sistema de Flu. O pacote provavelmente era um livro de sexo que ela havia encontrado para ele, mas teria que esperar até que ele voltasse mais tarde.

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Harry quase caiu na lareira, nem um pouco ajudado pelo fato de seu companheiro de equipe ter tropeçado nele enquanto saíam. Ele suspirou enquanto ajudava o outro homem a se levantar: Reggie Gordon era uma pessoa legal e um excelente caçador, mas não conseguia segurar sua bebida e tinha um olho notório errante. Sem mencionar sua mão, que agora estava vagando por partes da anatomia de Harry que não deveria.

Harry segurou suas mãos. 

— Whoa, Reggie! Movimento ilegal aí, companheiro. Mantenha as mãos na goles, tudo bem?

Reggie sorriu bêbado para ele. 

— Eu gostaria de segurar sua goles — ele disse, olhando de soslaio. Harry revirou os olhos; o convite não era apenas desinteressante, mas também não era original.

— É, bem, está tarde e tenho certeza de que há muitos outros goles por aí. — Ele guiou Reggie em direção à lareira. — Então agora que você me viu em casa - mrphh!

Reggie pode ter bebido, mas sua libido parecia aguçada, porque ele puxou Harry para um abraço e estava tentando explorar suas amígdalas com a língua. Harry o empurrou para longe. 

— Pare com isso, Reggie! Eu sou casado, pelo amor de Deus.

— Sim, ele é — veio uma voz profunda e sedosa da porta, e Harry se virou surpreso ao ver Snape encostado no batente da porta. O homem havia tirado sua túnica externa, tinha um copo de uísque na mão e parecia estar em forma apenas um pouco melhor que Reggie.

Harry suspirou. Maravilhoso, pensou. Dois deles para lidar.

Ele aproveitou a surpresa de Reggie para empurrá-lo em direção à lareira, jogando um punhado de pó e dando a direção do hotel de onde tinham acabado de sair. A equipe do hotel ou o jogaria em uma cama vazia e o deixaria ficar sóbrio, ou chamaria o gerente da equipe para cuidar dele.

Suspirando, Harry se virou para encarar seu outro problema. 

— Boa noite, Severus. Pensei ter dito para você não esperar acordado.

— E agora eu vejo o porquê — Snape disse enquanto se desenrolava do batente da porta. Harry revisou sua opinião: não completamente bêbado, apenas o suficiente para relaxar aquele controle rígido como ferro que o homem normalmente mantinha sobre seu corpo. — Esse é seu último casinho?

— Meu último o quê? — Harry perguntou incrédulo. — Reggie é só um amigo - diabos, ele nem é um amigo, só mais um dos outros do time.

— E nós somos amigos, Harry? — Snape perguntou, avançando com aquele seu andar deslizante. — Certamente não poderíamos ser chamados de amantes, não é mesmo?

Harry suspirou e fechou os olhos. 

— Seja lá o que for, Severus, não tenho energia para isso hoje à noite. Vamos conversar sobre isso de manhã, tudo bem?

— Não, não está tudo bem, Sr. Potter — Snape disse, sibilando as duas últimas palavras quase na cara de Harry. Ele se virou abruptamente, caminhando até o sofá. — Você sabia, Harry, que passei a noite lendo o livro mais delicioso? Um enviado a você por sua querida amiga, Srta. Granger.

Snape pegou um livro do sofá e girou em direção a Harry, e ele teve que admirar a maneira como Snape mantinha o equilíbrio, mesmo tão “relaxado” quanto estava. 

— Ela sabe sobre seus pequenos casos? É por isso que ela enviou isso, para ajudar você com suas conquistas?

Ele jogou o livro para Harry e ele o pegou facilmente, e então olhou para a capa com surpresa e desgosto. O Kama Sutra do Mago Gay, ele leu em letras vermelhas em negrito, e ele gemeu.

— Eu posso explicar isso, Severus — ele disse.

— Tenho certeza que você pode — Snape disse com um sorriso de escárnio. — Embora eu não tenha certeza se quero ouvir sua explicação . Você certamente me enganou todo esse tempo, bancando o virgem tímido. Suponho que a novidade dessa abordagem tenha acabado, então você teve que encontrar outra coisa para atrair sua clientela.

— Minha o quê? — Harry retrucou, começando a ficar bravo agora. Ele jogou o livro na mesa. — Você está me chamando de puta?

— Nada tão comum, tenho certeza — Snape disse, franzindo os lábios. — Não para o Menino Que Sobreviveu. Uma cortesã, pelo menos.

— É isso! — Harry retrucou. — Já chega! Vou para a cama, e de manhã posso aceitar suas desculpas - se você se humilhar o suficiente.

Ele girou nos calcanhares e saiu da sala de estar, para o saguão e para a base da escada. Antes que pudesse começar a subir, no entanto, uma mão forte o agarrou pelo braço e o girou. Os olhos de Snape estavam brilhando perigosamente, e Harry prendeu a respiração enquanto um arrepio de medo dançava por sua espinha.

— Oh, não, você não, meu marido — Snape disse suavemente, ainda segurando o braço de Harry com seu aperto forte para que Harry não pudesse se afastar. — Esta noite, você não vai me excluir nem do seu coração nem da sua cama.

Snape levantou Harry em seus braços e o carregou escada acima. Harry lutou o máximo que ousou, sem saber se deveria estar mais preocupado em derrubar os dois escada abaixo ou ceder à loucura que havia possuído Snape.

Parecia loucura. Snape abriu a porta do quarto de Harry com um chute, quebrando a madeira, mas não pareceu se importar enquanto cruzava o quarto para jogar Harry na cama. Harry tentou sair do outro lado, mas Snape foi rápido demais para ele, puxando-o de volta para a cama.

— Não, você não vai escapar de mim tão facilmente — ele disse, contendo sem esforço a resistência de Harry.

— Você não quer fazer isso — Harry protestou, tentando soltar uma mão para pegar sua varinha. — Você está chateado, bebeu demais - uma noite de sono e tudo vai parecer diferente pela manhã.

— Oh, acho que nenhum de nós dois vai conseguir descansar muito esta noite — Snape respondeu, com um sorriso malicioso no rosto. Ele capturou as mãos de Harry e as prendeu acima de sua cabeça.

Harry lutou, tentando soltar as mãos do aperto surpreendentemente forte do mestre de Poções, enquanto ao mesmo tempo tentava dar uma joelhada em sua virilha. Snape habilmente evitou essa tentativa, em vez disso, forçando as pernas de Harry a se abrirem e se acomodando firmemente entre elas. Harry engasgou quando o peso do outro homem o prendeu na cama.

— Por favor, Sev… — O apelo de Harry foi interrompido abruptamente quando Snape se inclinou e colou sua boca à de Harry. Harry ficou tão surpreso ao se ver beijado à força que engasgou, e Snape aproveitou a oportunidade para enfiar sua língua para dentro, capturando a boca de Harry completamente.

As lutas de Harry enfraqueceram quando o poder dos beijos de Snape o dominou. Ele só tinha sido beijado duas vezes antes - por Cho e depois por Reggie - mas nenhum desses beijos se comparava a este. Os beijos de Snape eram quentes e famintos enquanto ele devorava a boca de Harry, explorando e possuindo-o completamente, e Harry atordoado pensou que poderia se tornar viciado neles.

Ele estava vagamente ciente de que Snape havia soltado suas mãos capturadas, mas Harry não tinha desejo algum de encontrar sua varinha agora, apenas a necessidade dolorida de retribuir aqueles beijos devastadores. E isso provavelmente era uma coisa boa porque ele tinha a vaga ideia de que sua varinha estava em algum lugar no chão, junto com os pedaços rasgados de suas roupas. Não que ele pudesse se lembrar por que precisava de sua varinha, porque tudo o que ele queria fazer era pressionar para cima o corpo magro e nu esticado ao longo do seu.

Snape aparentemente decidiu abrir mão de sua varinha também, porque ele estava usando seus dedos para esticar e lubrificar Harry em vez do feitiço usual. Harry gemeu e se contorceu nos dedos pressionando profundamente dentro dele - e por que ele alguma vez pensou que ter os dedos de Severus ali seria nojento? Era uma benção, era o paraíso - não era nem de longe o suficiente, e ele gritou de alívio quando sentiu algo maior e mais quente do que dedos deslizarem para dentro dele.

Harry arqueou-se para cima, tentando obter mais daquele calor delicioso para dentro, e prendeu seus tornozelos juntos atrás da cintura de Snape para puxá-lo para mais perto. Snape pressionou beijos mordazes sobre seu rosto e pescoço, sua voz aveludada murmurando obscenidades deliciosas misturadas com elogios no ouvido de Harry.

— Se mova! — Harry implorou enquanto agarrava seu amante. — Por favor! — Snape se moveu, puxando seu pau quase para fora do corpo de Harry, e Harry gemeu com a perda. Então ele estava batendo de volta, forte e rápido, e algo dentro de Harry se iluminou com prazer ardente.

— Sim! — ele gritou. — Deus - sim - de novo!

Snape moveu as pernas de Harry para seus ombros, dobrando-o quase ao meio, mas Harry não se importou porque seu amante estava batendo nele agora, atingindo aquele lugar maravilhoso dentro dele com cada estocada. Era incrível, inebriante, sentir as estocadas poderosas do corpo de seu amante e o calor avassalador de sua própria resposta - e por que ele não sabia que poderia ser assim? Agora ele sabia por que as pessoas amavam tanto sexo - ele queria que isso durasse para sempre, ele queria que nunca parasse, ele queria tocar aquela luz gloriosa que pairava fora de seu alcance.

E então ele estava . Ele podia sentir seu corpo se contraindo enquanto faíscas corriam por cada nervo e músculo, podia sentir uma umidade ardente se espalhando por sua barriga, e ele uivou seu prazer para a noite. Snape estava ofegante e xingando acima dele, preso nas garras de seu próprio clímax, e era demais para Harry.

Seu último pensamento antes de cair na escuridão feliz foi: “Eu realmente preciso lembrar de enviar uma nota de agradecimento para Hermione”.

Chapter 10: Capítulo 10

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Harry lentamente foi ficando acordado, embora ele determinadamente mantivesse os olhos fechados contra a luz da manhã. Ele não estava pronto para acordar completamente ainda, mas ele se permitiu um alongamento luxuoso, deliciosamente ciente de todas as dores e sofrimentos em seu corpo. Ele ainda estava exausto dos esforços da noite, mas ele não conseguia deixar de sorrir. Que noite tinha sido! Ele nunca suspeitou que seu marido pudesse ser um amante tão incrível, e ele mal podia esperar para repetir a experiência.

Ele estendeu uma mão inquisitiva, buscando o corpo de seu amante, mas encontrou apenas a cama vazia. Franzindo a testa, ele abriu os olhos para confirmar que estava sozinho e olhou ao redor do quarto. Sim, definitivamente havia duas pessoas naquela cama e as marcas em seu corpo eram provas do fato de que eles fizeram sexo selvagem, então não tinha sido um sonho estranho. Os restos de suas roupas estavam espalhados pelo chão, então isso também tinha sido real. Talvez Severus estivesse no chuveiro? Ou talvez ele fosse apenas um madrugador?

Harry cuidadosamente se levantou para sentar e olhou ao redor. Ali, na mesa de cabeceira ao lado dele, estavam sua varinha, um frasco de aparência familiar e um pedaço de pergaminho dobrado. Sentindo uma sensação sinistra de mau presságio, Harry pegou o pergaminho.

Harry,

Lamento profundamente o tratamento que lhe dei ontem à noite. Como você deve ter notado, eu havia ingerido mais álcool do que seria sensato. Também parece que desenvolvi uma inesperada tendência ao ciúme, o que resultou em minha agressão sem princípios à sua pessoa. Não vou pedir que me perdoe - eu não mereço esse perdão. Pela primeira vez em minha vida, eu queria algo puro e, em minha tolice, eu o destruí.

Em outras circunstâncias, eu a aconselharia a pedir o divórcio, alegando meus maus-tratos, mas, no momento, isso só possibilitaria que Lucius Malfoy colocasse as mãos em você. Portanto, eu me mudei para Hogwarts e permanecerei lá durante todo o nosso casamento. Não precisa temer que eu faça exigências indesejadas ao seu corpo e você está livre para procurar outra companhia. Quando a ameaça dos Malfoy tiver passado, pedirei o divórcio, liberando-o para procurar um companheiro mais digno. A casa e todo o seu conteúdo restante são e continuarão sendo seus. Considere isso uma compensação, embora inadequada, pelo que você suportou em minhas mãos.

Severus Snape

Harry jogou as cobertas para trás e, sem se importar com sua nudez, correu para fora do quarto e desceu as escadas até a sala de trabalho de Snape. A porta não estava mais protegida, e quando Harry a abriu, ficou surpreso ao ver que o lugar estava vazio. Era verdade, então. Severus tinha ido embora.

Ele entrou na biblioteca em seguida, esperando encontrá-la similarmente desnudada, e ficou surpreso ao encontrá-la intacta. Por alguma razão, isso fez com que lágrimas viessem aos seus olhos, e ele murmurou, “Oh, Severus,” enquanto acariciava a lombada de um dos livros preciosos do marido. Saindo da biblioteca, ele lentamente subiu as escadas, parando por um momento para olhar para o quarto de Snape. Ele nunca tinha estado lá e ficou surpreso ao encontrá-lo decorado em vermelho vinho e verde escuro em vez de preto, mas não ficou surpreso ao encontrar o guarda-roupa e a cômoda vazios.

Lentamente, ele voltou para seu próprio quarto e sentou-se na cama. Pegou a carta e leu-a novamente, seu coração doendo enquanto a extensão total de sua perda se aprofundava. Como Snape poderia deixá-lo agora, assim que eles finalmente resolveram seu problema sexual, e assim que Harry percebeu o quanto ele amava -

A cabeça de Harry se levantou bruscamente. Claro! Snape estava trabalhando sob a suposição de que Harry ainda considerava isso um casamento de conveniência. Ele não tinha ideia do quanto Harry tinha gostado da noite passada - ou o quanto Harry tinha começado a sentir por Snape. E Harry iria se certificar de que ele soubesse exatamente disso, agora mesmo.

Harry vestiu um robe e voltou para o escritório. Ele pensou em ir de Flu para Hogwarts para confrontar seu marido errante, mas decidiu que Snape poderia precisar de um pouco de distância para resolver as coisas, e se Harry o pressionasse de alguma forma, ele apenas plantaria seus pés teimosos e se recusaria a ouvir. Uma carta era uma ideia muito melhor.

Tirando um pedaço de pergaminho da escrivaninha, ele escreveu:

Severus Snape,

Você é um idiota.

Parecia que eu estava lutando para fugir? Ok, talvez no começo eu estivesse, mas bem no ponto em que você começou a explorar minhas amígdalas com a língua, eu me rendi e fui junto para o passeio. E que passeio foi esse! O único arrependimento que tenho é que você não estava lá quando acordei esta manhã, para que pudéssemos fazer tudo de novo.

Volte para casa, Sev. Sinto sua falta e preciso de você. Eu te amo.

Seu Harry

Enquanto ele observava Hedwig voar para longe com o bilhete preso à perna, ele se sentiu confiante de que teria seu marido de volta. Afinal, ele era tão teimoso quanto Snape, e era muito mais determinado.

Harry se virou para voltar para o andar de cima para tomar banho e se vestir, e avistou o Kama Sutra sobre a mesa. Ele o pegou e folheou as páginas, corando um pouco com as imagens. Então ele sorriu e colocou o livro debaixo do braço enquanto subia as escadas. Afinal, ele tinha tempo para matar até que seu amante retornasse, e uma pequena pesquisa preencheria as horas vazias. Além disso, seria divertido surpreender Snape quando ele voltasse.

Não, Severus Snape não tinha chance.

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Harry estudou criticamente seu reflexo no espelho e decidiu com um suspiro que isso bastaria. Suas novas vestes verdes pareciam muito bonitas e destacavam seus olhos e ele decidiu usá-las abertas sobre sua camisa e calças pretas, ambas escolhidas porque se ajustavam ao seu corpo como uma luva. Ele tinha acabado de reaplicar o feitiço de barbear e sua pele estava lisa e sem pelos. Seu cabelo - bem, ele suspirou novamente e aceitou que não havia muito que pudesse fazer com ele.

Ele olhou para o relógio na lareira e notou que o ponteiro tinha se aproximado da marca “Hora de encontrar Severus”. Ele fez uma careta enquanto enfiava sua varinha em um bolso interno de sua túnica. Não era exatamente o que ele queria, mas levou quase duas semanas inteiras para convencer Snape a encontrá-lo pessoalmente para discutir a situação, e ele só teve sucesso porque concordou em encontrar Snape em um restaurante, não na casa.

Harry olhou para a cama - a cama deles no que antes era o quarto de Severus - uma última vez. Ele verificou a gaveta da mesa de cabeceira para ter certeza de que os novos suprimentos estavam à mão, só para o caso de ele ter sucesso esta noite. Ele sorriu; Severus Snape pode ser o homem mais teimoso vivo com um complexo de culpa de uma milha de largura, mas Harry era teimoso também, e muito determinado a fazer o que queria.

Mudar-se para o quarto de Severus foi apenas uma das mudanças que ele fez nas últimas duas semanas. Após cuidadosa consideração, ele informou seu agente e a gerência do time da Inglaterra que havia decidido não renovar seu contrato. Ele não sabia exatamente o que queria fazer com o resto de sua vida, mas tinha algumas ideias e agora tinha tempo para experimentá-las. Harry também queria explorar a ideia de começar uma família, o que ele certamente não poderia fazer enquanto jogava Quadribol.

Mas o mais importante primeiro: ele tinha que convencer o marido a voltar para casa.

Harry foi de Flu até o restaurante e não ficou surpreso ao descobrir que tinha chegado antes de Snape. Ele deixou o garçom mostrar-lhe a mesa e pediu uma garrafa de champanhe, esperando que esta noite fosse uma celebração.

— Ora, ora — disse uma voz sedosa e familiar. — Se não é Harry Potter. É um prazer vê-lo novamente.

Harry olhou feio para Lucius Malfoy enquanto ele se aproximava da mesa. 

— Malfoy — ele disse desagradavelmente. — O sentimento não é mútuo.

Lucius riu suavemente, e Harry estremeceu com a malícia gélida nele. 

— Sinto muito em ouvir que você se sente assim. Eu estava esperando que pudéssemos conversar e... renovar nosso conhecimento.

— Desculpe, Malfoy, mas tenho outros planos. Meu marido — disse Harry, um pouco maliciosamente, — vai se juntar a mim para o jantar.

— Ah. Bem, nesse caso, deixe-me lhe oferecer um menu — disse Lucius, entregando-lhe um. — Posso recomendar o Peixe do Dia? — Quando Harry tocou no menu, sentiu uma sensação de puxão terrivelmente familiar atrás do umbigo e a voz sumindo de Lucius. — É você .

Chapter 11: Capítulo 11

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Harry acordou em um quarto escuro e estranho, com a cabeça doendo e um gosto amargo na boca. Ele percebeu que estava amarrado pelas mãos e pelos pés, além de amordaçado, e que seu manto estava faltando. Ele ainda estava usando suas outras roupas, mas se a superfície macia abaixo dele fosse uma cama, como ele suspeitava, ele não as usaria por muito tempo.

O dia estava piorando rapidamente.

O que o intrigou foi o que Lucius pensou que conseguiria com isso. Estuprar Harry não faria diferença no contrato de casamento entre ele e Snape - seu marido havia estipulado no documento original que ambos eram livres para ter amantes. Isso poderia causar um revés na reconciliação de Harry com Severus, mas certamente o outro homem o perdoaria, sabendo que foi forçado. Além disso, Harry entraria com acusações contra Lucius que o mandariam para Azkaban com certeza. A menos que... Lucius tivesse capturado Snape também? Ele planejava matar o outro homem, então se casar e dormir com Harry à força?

O pensamento fez Harry sentir arrepios na espinha, e foi com olhos temerosos e desafiadores que ele encarou Lucius quando o homem entrou na sala.

Lucius colocou a vela que estava carregando na mesa de cabeceira e olhou para Harry com um olhar de júbilo nos olhos. 

— Ah, Sr. Potter. Que bom que você aceitou meu convite — ele disse enquanto removia a mordaça.

Harry olhou para ele. 

— É Potter-Snape, e se você acha que vai se safar dessa, você está redondamente enganado.

— Mas eu já me safei disso— Lucius disse suavemente. — Eu tenho você, e se você acha que o estimável Severus Snape virá correndo para resgatá-lo, deixe-me assegurar que ele não saberá onde procurar por você. Ninguém o encontrará até que seja tarde demais.

Harry estremeceu com o tom malicioso na voz do homem. Isso era mais do que Lucius recuperando seu lugar na sociedade; era pessoal. 

— Tarde demais para quê?

Lucius puxou uma faca e a ergueu na luz da vela, e o coração de Harry pulou na garganta. Lucius sorriu. 

— Duvido que você reconheça esse gosto na boca - poções nunca foram seu ponto forte, não é? Tenho certeza de que seu marido - em breve ex -marido - reconheceria, no entanto.

Harry empalideceu. 

— Veneno?

— Agora, meu caro Harry, o bem que me faria envenenar você? — Lucius riu. Ele colocou a ponta da faca no centro do peito de Harry, apenas perfurando o tecido de sua camisa, e lentamente a puxou para baixo do peito de Harry. A camisa de seda foi cortada tão suavemente quanto uma faca quente cortando manteiga. Lucius sorriu para sua obra e se virou para as mangas.

— Embora eu admita que seria uma certa satisfação me livrar da sua existência irritante — ele disse, cortando a manga direita e então a puxando para longe do corpo de Harry, — tenho necessidades mais... urgentes no momento.

Ele similarmente se desfez da manga esquerda, então rasgou os restos da camisa. 

— Impressionante, Sr. Potter — ele disse, passando a ponta da faca logo acima da superfície do peito de Harry e circulando um de seus mamilos. — Muito impressionante. Quadribol é tão bom para a forma masculina, você não acha?

Lucius colocou a faca na mesa de cabeceira ao lado de sua varinha, então sentou-se na lateral da cama. Casualmente, ele tirou suas botas enquanto seus olhos passavam rapidamente pelo corpo de Harry. Harry se recusou a recuar sob o olhar lascivo de Lucius, e o encarou em vez disso.

— Não, não é veneno. O que você ingeriu é uma poção de gravidez masculina. Seu propósito é preparar o corpo masculino para a procriação, fornecendo o óvulo e o útero necessários para a concepção.

Os olhos de Harry se arregalaram e o sorriso de Lucius também. 

— Pode levar algumas... tentativas, mas nas próximas vinte e quatro horas você, Harry, estará carregando meu filho.

Harry olhou para ele. 

— Eu me recuso a ter seu bebê, Malfoy.

— Receio que você tenha pouca escolha nesse assunto — disse Lucius friamente, desabotoando seu manto de seda.

— A menos que você planeje me manter amarrado nesta cama durante todo o tempo em que estiver grávido, encontrarei uma maneira de me livrar dele e sair daqui — Harry retrucou.

— Uma gravidez mágica não pode ser interrompida - não sem matar a 'mãe' também. E quanto a sair daqui... bem, não haveria muito sentido nisso, haveria? Para onde você iria? De volta a Severus?

Lucius riu. 

— Sua criança tola, você deveria ter estudado a lei Colligare Gentes com mais cuidado. Afinal, ela foi criada para fornecer herdeiros - herdeiros legítimos . Se a 'noiva' engravidar de uma criança que não seja do marido, o contrato será imediatamente anulado.

Lucius se levantou e deixou seu manto cair no chão, mostrando que estava nu por baixo. Harry engoliu em seco, então se encolheu quando Lucius pegou sua varinha e a faca. Ele lentamente abriu as laterais das calças de Harry.

— O que, meu caro Harry, me deixa livre para reivindicar você e nosso querido filho. Não é totalmente ético, mas a sociedade nos perdoará por deixar nossa 'paixão' nos levar.

Ele acenou com a varinha e a calça de Harry foi rasgada. Lucius sorriu, e Harry se arrependeu de ter decidido ficar sem cueca esta noite. 

— Ora, Harry! Que garoto travesso! E uma surpresa tão doce para o querido Severus - não que ele vá conseguir aproveitar.

—Eu não teria tanta certeza disso. — Uma nova voz, suave e mortal, fez Harry virar a cabeça para olhar surpreso e aliviado para seu marido parado na porta, varinha na mão.

Lucius suspirou enquanto apontava sua própria varinha para Snape. 

— Sério, Severus, você está se tornando bem cansativo. Como você me encontrou - não, deixe-me adivinhar. — Ele tocou a mão esquerda de Harry com a ponta da faca, traçando o anel em seu dedo. — Um feitiço de rastreamento? — Quando Snape deu um passo à frente, Lucius aplicou um pouco de pressão na faca, perfurando a pele. Harry engasgou quando uma gota de sangue escorreu pela lâmina afiada e respingou nos lençóis imaculados.

Snape congelou e Lucius riu, um som baixo e feio. 

— Talvez seja ainda melhor que você tenha nos encontrado, Severus. Você será forçado a assistir enquanto eu estupro seu precioso Harry, engravidando-o com meu filho. Assistir enquanto você o perde para sempre, enquanto você não pode fazer nada para salvá-lo.

— Não tenha tanta certeza disso, Malfoy — Snape rosnou.

Lucius se moveu, quase mais rápido do que Harry podia ver, e a faca agora estava na garganta de Harry. 

— Oh, tenho certeza — ele ronronou. — Varinha no chão, Severus, e nem pense em ser espertinho. — Snape se abaixou lentamente e colocou a varinha no chão. — Agora chute-a para baixo da cama - gentilmente! Não queremos danificá-la, queremos?

Snape obedeceu. Harry podia ver a fúria frustrada nos olhos do marido, e sabia que se Lucius fizesse apenas um movimento errado, Snape o mataria. Sua mente trabalhava rápido, tentando descobrir uma maneira de sair dessa situação. Tudo o que ele podia esperar era que Lucius exagerasse, ficasse confiante demais e desse a ele ou Severus uma chance de agir.

— Muito bem. Agora, sente-se naquela cadeira. Você deve conseguir ter uma boa visão dos procedimentos de lá — disse Lucius.

Os olhos de Snape encontraram os de Harry e ele fez um pequeno movimento brusco com a cabeça. Harry, imaginando que ele queria que Harry chamasse a atenção de Lucius por um momento, puxou as amarras em suas mãos como se estivesse tentando se soltar.

Lucius virou a cabeça brevemente para encará-lo. 

— Impaciente, meu bichinho? Estarei com você em um momento. Mas primeiro — ele disse, voltando sua atenção para Snape que estava sentado calmamente na cadeira, seus braços nos braços da cadeira, — eu tenho algumas pontas soltas para amarrar.  — Ele sacudiu sua varinha e cordas finas imediatamente amarraram os braços de Snape na cadeira. Satisfeito, Lucius voltou sua atenção para Harry, mas Harry captou o brilho da luz de uma vela em uma pequena lâmina sob o braço de Snape, e se encheu de esperança.

— Agora, meu querido Harry, é hora de cuidar de você. — Lucius acenou sua varinha enquanto soltava a faca, e ela pairou no ar acima da cabeça de Harry, com a ponta para baixo. — Você sabia que você e Severus têm algo em comum, no que me diz respeito? — ele perguntou, circulando a cama e observando sua presa com um brilho nos olhos. Ele acenou sua varinha novamente e a corda que prendia as pernas de Harry desapareceu. — Eu fui seu primeiro amante, e serei seu último.

— Ah, eu pensei que ele devia ter tido um amante terrivelmente ruim antes de mim — Harry disse ironicamente. — Considerando que ele não tinha ideia da maneira certa de tratar seu parceiro quando nos casamos.

Snape franziu a testa ligeiramente, mas Harry o ignorou. Haveria tempo para remediar o orgulho ferido de Snape mais tarde - se eles sobrevivessem. Ele se concentrou em Lucius, que o estava encarando, e disse: — Pensei que você apenas enfiasse ali e batesse forte. Sem delicadeza, sem estilo. Você ficará feliz em saber que ele melhorou muito, embora eu duvide que você tenha melhorado.

—Cale a boca—, disse Lucius entre dentes enquanto estava de pé ao lado da cama, com os punhos cerrados.

— A última vez que fizemos amor, foi tão bom, tão intenso, que desmaiei de prazer. — Harry olhou para Lucius e inclinou a cabeça ligeiramente. — Quando foi a última vez que você fez alguém desmaiar durante o sexo - e dor não conta.

— Estou avisando… — Lucius rosnou enquanto subia na cama.

— É por isso que Narcissa te deixou? — Harry perguntou, afetando profundo interesse no assunto. — O que você acha, Sev?

— Bem, havia rumores nos círculos dos Comensais da Morte de que ela estava tão insatisfeita em casa que dormia com qualquer um. Até mesmo MacNair.

— Isso é mentira! — Lucius retrucou, e começou a se virar para Snape, varinha na mão.

Harry viu que Snape estava cortando furtivamente suas amarras, e sabia que tinha que focar a atenção de Lucius de volta nele. 

— Claro, com um idiota desse tamanho, não estou surpreso. Você já pensou em um feitiço de alargamento? Eles não são tão difíceis de aprender, sabia. Ou uma poção - imagino que Sev possa preparar uma para você.

— Como vocês, jovens, dizem — Snape disse suavemente, e Harry pôde ver que ele tinha uma mão livre e estava trabalhando na outra. — 'Já passei por isso'.

— Cale a boca, cale a boca! — Lucius estalou, empurrando rudemente as pernas de Harry para que ele pudesse se acomodar entre elas. — Eu não posso fazer isso com todo esse barulho que vocês dois estão fazendo!

— Ansiedade de desempenho? — Harry disse solicitamente. — Eu posso entender como isso pode ser um problema. Aqui - deixe-me ajudar. — Ele levantou o pé e chutou, rápido e forte - bem nos órgãos genitais nus de seu suposto estuprador, então rapidamente jogou todo o seu peso em um rolamento para o lado direito.

Lucius engasgou e caiu de lado na cama, enrolado em um nó protetor em volta de seu pau abusado. Liberto de seu controle, a faca mergulhou, ponta primeiro, e se cravou no colchão atrás da cabeça de Harry. Snape estava do outro lado do quarto, quase antes de ela pousar. Ele pegou a faca e a usou para cortar as cordas que prendiam as mãos de Harry, então a jogou para o lado e puxou Harry para seus braços.

— Você está bem? — Snape exigiu, quase esmagando Harry com seu abraço. — Você está machucado?

— Estou bem — Harry suspirou. — Preciso de - um pouco de ar - 

Snape o soltou abruptamente, girando para agarrar a varinha de Lucius. O homem loiro ainda estava se contorcendo na cama em agonia óbvia, e um sorriso cruel tocou os lábios de Snape. 

— Bem, Lucius, você certamente fez uma besteira com isso. Você não prestou atenção nas suas aulas de estupro na parte sobre subjugar sua vítima?

— Sev.

Snape ignorou Harry, sua atenção completamente focada em Lucius, e seus olhos endureceram. Harry viu a morte de Lucius naqueles olhos, mas no momento, ele pensou que Malfoy estava em agonia demais para se importar.

— É uma sorte para você — Snape disse, sua voz suave e mortal, — que os Aurores estarão aqui em breve, ou eu te mataria agora mesmo por ousar tocar o que é meu . E eu te aconselharia a rezar para ser enviado para Azkaban. É a única coisa que me impedirá de tirar sua vida miserável.

Ouviu-se o som de pés correndo do lado de fora, e vários bruxos irromperam na sala. Snape virou-se para Harry, tirou sua capa e rapidamente a envolveu em volta do homem nu. Os lábios de Harry se contraíram com a possessividade da ação e ele murmurou: 

— Meu herói.

Snape olhou para ele, então de repente tocou a parte de trás da cabeça de Harry.

— Você está sangrando — ele disse em uma voz monótona.

— Só um arranhão — Harry o assegurou. — Quando a faca desceu.

Os olhos de Snape se arregalaram de alarme, e ele se levantou, puxando Harry com ele. 

— Eu vou te levar para o St. Mungos -

— Severus — Harry disse firmemente, segurando o rosto de seu amante para que ele pudesse ter sua atenção total. — Estou bem . Só preciso ir para casa, tudo bem?

Snape olhou para os Aurores que estavam segurando o nu e ainda se contorcendo Lucius Malfoy. 

— Vocês precisam de algum de nós mais?

O Auror líder balançou a cabeça. 

— Podemos arquivar os relatórios iniciais, Professor. Relataremos que o Sr. Potter estava sendo contido contra sua vontade, e a condição do Sr. Malfoy fala por suas intenções. Quando o Sr. Potter se recuperar um pouco de sua provação, ele pode ir ao Ministério para registrar uma queixa, mas temos o suficiente para segurar o Sr. Malfoy até lá. — Ele estendeu a túnica verde de Harry. — Encontramos isso lá embaixo, senhor. Pela descrição do garçom, achamos que poderia ser do Sr. Potter.

— Obrigado — disse Harry, e verificou se a varinha ainda estava no lugar.

Snape pegou sua própria varinha debaixo da cama, então quebrou a varinha de Lucius com grande satisfação e entregou os pedaços aos Aurores. Ele pegou Harry nos braços e disse, — Vamos para casa.

Chapter 12: Capítulo 12

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Eles aparataram no terraço dos fundos, e Harry olhou para a casa, sentindo-se extremamente feliz por estar em casa novamente. Os elfos domésticos ficaram muito felizes em ver os dois, e se preocuparam com Harry enquanto ele se sentava no sofá da sala de estar, trazendo-lhe comida e bebida enquanto Snape silenciosamente limpava e tratava o arranhão na parte de trás de sua cabeça. Depois de comer metade de um sanduíche e beber um copo de suco, Harry garantiu a eles que estava satisfeito, eles finalmente o deixaram em paz.

Harry suspirou e se virou para ver que Snape estava sentado na outra ponta do sofá, observando-o. Havia um olhar intenso em seus olhos que fez o coração de Harry começar a bater mais rápido.

— Bem, Sr. Potter — Snape disse secamente. — Parece que você subornou completamente meus elfos domésticos, assim como se apropriou do meu jardim e perturbou minha casa.

Harry sorriu para ele. 

— Foi um presente — ele disse, e estendeu a mão para puxar Snape para mais perto.

Snape resistiu, e havia um olhar estranhamente inseguro em seu rosto novamente. 

— Harry, sobre o que aconteceu na outra noite... Recebi a impressão pelas suas cartas de que - há uma possibilidade de você me perdoar?

Harry sorriu. 

— Nada a perdoar, a menos que você não pretenda repetir essa performance. — Harry se inclinou para mais perto e murmurou no ouvido de Snape, — Você foi incrível. — Ele se divertiu ao ver as bochechas do normalmente frio e controlado mestre de Poções ficarem vermelhas, e puxou Snape para mais perto. Dessa vez ele não resistiu, e Harry disse, — E eu também tenho lido esse livro.

— Você leu? — Snape perguntou, e Harry pôde sentir o calor subindo do corpo de seu amante.

— Mmm-hmm. — Ele mordiscou o lóbulo da orelha de seu amante. — É uma boa hora para lhe dizer que me mudei para seu quarto também?

Snape levantou uma sobrancelha. 

— Você? Posso perguntar por quê?

Harry deu de ombros. 

— Parecia inútil ter quartos separados quando vamos dividir uma cama todas as noites.

— Vamos? — Snape perguntou, envolvendo os braços em volta de Harry. — Parece um pouco presunçoso da sua parte.

— Oh, é pior do que isso — Harry disse tristemente. — Temo que serei um amante muito exigente. Você precisará de uma poção para me acompanhar. — Snape virou a cabeça e capturou os lábios de Harry, beijando-o com uma intensidade que fez os dedos dos pés de Harry se curvarem e roubaram seu fôlego. — Ou não — ele ofegou quando Snape finalmente o soltou.

— Acho que posso me acostumar com sua presença constante na minha cama — disse Snape, levantando Harry do sofá e levando-o em direção às escadas.

Harry deslizou um braço em volta da cintura de seu amante enquanto eles começavam a subir. 

— Além disso, tenho planos para meu antigo quarto.

Snape levantou uma sobrancelha. 

— Se você pretende convidar seu padrinho infernal para fazer sua casa aqui, eu vou bater o pé.

— Não, embora eu espere que ele e Remus venham aqui com frequência. Eles são bons com crianças e precisaremos de babás — Harry disse placidamente. — Mas precisaremos de um berçário. Afinal, tenho a linhagem da família Potter para restaurar, sem mencionar o herdeiro Snape obrigatório.

Snape parou no corredor e se virou para Harry. 

— Harry, se isso é sobre Malfoy e aquela poção...

Harry balançou a cabeça. 

— Não, na verdade, tenho pensado nisso nas últimas duas semanas, e é algo que quero fazer. Sempre quis fazer parte de uma família, uma família de verdade . E — ele disse, inclinando-se para mordiscar o lóbulo da orelha de seu amante, — já que amanhã é meu aniversário...

Snape sorriu. 

— Você quer engravidar pelo seu presente, é isso? — Harry sorriu e assentiu. — Acredito que eu conseguiria fazer o favor. A poção deve ser eficaz por mais quarenta horas. No entanto — ele disse, levando Harry para seu quarto, — tenho outros planos para esta noite.

— Você tem? — Harry perguntou, surpreso.

Snape parou ao lado da cama dele - a cama deles - e mais uma vez se virou para pegar Harry em seus braços. 

— Eu tenho. Eu quero que você faça amor comigo.

— Você quer dizer… — Harry engoliu em seco. — Você quer que eu fique por cima?

Snape se inclinou para acariciar o pescoço de Harry. 

— Você parecia estar se divertindo imensamente da última vez, e por que você deveria ter toda a diversão?

Harry não precisou ser questionado duas vezes.

Ao contrário do acoplamento frenético da outra noite, dessa vez o ato sexual foi lento e deliberado. As roupas foram lentamente descartadas e a pele foi adorada à medida que era exposta. Os beijos eram trocados, aumentando de intensidade à medida que a paixão aumentava. As mãos acariciavam e cutucavam, acalmavam e seduziam. Carinhos murmurados se misturavam a obscenidades murmuradas, enquanto a carne quente se esfregava em um êxtase encharcado de suor.

Enquanto Harry deslizava para o calor avassalador do corpo de seu amante, ele pensou que morreria de pura felicidade. Nunca houve nada tão intenso, tão perfeito, e ele pensou que permaneceria assim de bom grado pelo resto de sua vida. Ele olhou para o rosto de seu amante enquanto lentamente os balançava em direção à conclusão, maravilhado com o prazer refletido naqueles olhos escuros, o êxtase suavizando as feições afiadas. A cabeça de Snape foi jogada para trás, expondo sua garganta aos beijos de Harry, e enquanto Harry aproveitava a oferta, ele podia sentir seu amante convulsionando sob ele. Foi o suficiente para puxar a própria liberação de Harry dele, e ele enterrou seu rosto contra o pescoço de Snape enquanto ele engasgava e estremecia.

— Eu te amo, Harry.

Era pouco mais que um sussurro, mas para Harry poderia muito bem ter sido gritado. Ele levantou a cabeça e olhou para o rosto de seu amante, e ficou impressionado com o que viu ali. Gentilmente, ele beijou os lábios de Snape e sorriu.

— Eu também te amo.

Os braços de Snape o envolveram, puxando-o para baixo para descansar em seu peito, e Harry foi de bom grado. Ainda havia coisas para resolver, planos a serem feitos, mas por enquanto ele estava contente em descansar, seguro dentro dos braços do amor.

Chapter 13: Capítulo 13: Epílogo

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O terraço estava transbordando de pessoas felizes e tagarelas, espalhando-se pela grama e pelos jardins. Harry avaliou com pesar os danos e ficou grato por não ter começado o plantio de primavera ainda, ocupado como estava com outras coisas. O que Snape diria sobre a “devastação” em seus jardins era previsível, mas depois de um ano de casamento, Harry sabia algumas maneiras de desviar sua ira. Algumas delas nem precisavam de uma cama, pensou ele com um sorriso.

Ele cuidadosamente mudou o pacote em seus braços e olhou de volta para dentro da casa. As mesas da sala de jantar gemiam sob o peso da comida empilhada sobre elas, e o hall de entrada agora ostentava uma fonte da qual fluía ponche de champanhe. Pippa e Toby se moviam entre os convidados com bandejas de guloseimas, quase fora de si de alegria pela oportunidade de encher mais pessoas até estourar.

Harry olhou para sua toca enquanto passava, e se divertiu, embora não se surpreendeu, ao descobrir que Arthur Weasley estava presenteando vários outros bruxos com as maravilhas da “tellyfision” trouxa, enquanto outro grupo de bruxos estava reunido em volta do equipamento de quadribol de Harry, discutindo os prós e contras de várias vassouras. Ele passou rapidamente por eles, não querendo ser arrastado para nenhuma discussão barulhenta no momento.

Ele vagou pelo caminho em direção ao campo oeste, onde cobertores e cadeiras tinham sido espalhados para que seus convidados se acomodassem, e sorriu para um grupo de crianças que estavam aglomeradas ao redor de Sirius enquanto ele tentava mostrar a elas como empinar uma pipa. Sirius estava claramente em seu elemento, e Remus estava deitado em um cobertor próximo, rindo das palhaçadas de seu amante.

— Bem, Harry — disse uma voz familiar atrás dele. — Você parece ter se saído muito bem, considerando tudo.

Harry se virou para sorrir para Hermione e assentiu. 

— Nada mal – nenhuma catástrofe maior, de qualquer forma.

— Eu quis dizer você — ela disse, estendendo a mão para tocar sua bochecha. — Eu acho que nunca vi você tão feliz.

Seu sorriso se alargou, mas ele disse: 

— Você deveria ter chegado aqui há duas semanas — ele disse. — Naquela época, eu não estava nem de longe tão feliz.

— Ficamos sabendo — disse Ron, juntando-se a eles e colocando um braço em volta de Hermione. — Sirius disse que você estava chamando Snape de todos os nomes possíveis.

— E mais um pouco — Harry concordou. — Mas valeu a pena — ele disse, olhando afetuosamente para o bebê dormindo em seus braços. Como se estivesse ciente da observação do pai, o bebê se mexeu e acordou, soltando um grito vigoroso de infelicidade.

— Tudo bem — Snape disse irritado, materializando-se ao lado do marido. — O que você fez para deixá-lo irritado dessa vez?

— Olhei para ele.

— Bem, isso explica — Snape disse, alcançando seu filho. Em questão de segundos, ele tinha o bebê aninhado na curva de seu braço, fungando silenciosamente enquanto chupava a ponta do dedo de seu pai. — Sinceramente, Potter, se você não consegue lidar com uma criança melhor do que isso, não poderá ter mais. — Ele saiu em direção a um contingente de professores de Hogwarts com o bebê, agora satisfeito.

— Promessas, promessas — Harry gritou para ele, então se virou para seus amigos. Hermione parecia estar em choque leve, enquanto Ron estava sorrindo largamente.

— Agora, isso eu tinha que ver para crer.

Harry deu o braço a seus amigos e começou a caminhar lentamente atrás de seu esposo e filho. —Ele é realmente muito bom com o bebê. Acho que é porque eles são muito parecidos - Nathan definitivamente herdou os genes de Snape.

Ron estremeceu. 

— Eis um pensamento assustador.

— Lembra de um ano atrás, Harry? — Hermione perguntou. — Eu pensei que você ia fazer um buraco no chão, andando de um lado para o outro daquele jeito. Não sei se você ficou mais aliviado ou apavorado quando descobriu que Snape tinha vencido o duelo.

— Ambos — admitiu Harry. — Achei que era o pior dia da minha vida, que minha vida estava arruinada e nada mais seria o mesmo.

— Não é a mesma coisa — Ron apontou. — Você está morando nesta casa no campo em vez de um apartamento na cidade, você é casado e tem um bebê em vez de viver a vida de solteiro, e você não está mais jogando Quadribol. Não é a mesma coisa de jeito nenhum.

Harry olhou ao redor para a multidão reunida - seus amigos, suas famílias, seus professores e colegas de Hogwarts, seus antigos companheiros de equipe, Neville, seu parceiro em seu novo negócio de cultivo de ervas - todos os quais tinham vindo para ajudá-los a celebrar seu primeiro aniversário e o nascimento de seu filho. Ele olhou para Sirius, agora enterrado sob uma pilha de crianças risonhas, e pensou em como ele havia arriscado o amor de seu afilhado para garantir sua vida. Ele olhou para Dumbledore, que estava sorrindo para o rosto de seu novo afilhado, e se lembrou de como o diretor havia dito que tudo daria certo. Ele olhou para seu marido, carrancudo com irritação fingida para Dumbledore no momento, mas quase visivelmente irradiando contentamento. E ele olhou para seu filho, balançando-se nos braços de seu marido com um olhar semelhante de irritação, já tão querido para ambos.

— Não, não é — Harry disse, e soltou um profundo suspiro de contentamento. — É melhor.

Fim.