Actions

Work Header

Céu de Brigadeiro

Summary:

O alpha Gellert Grindelwald fará tudo o que estiver ao seu alcance para ajudar seu ômega, Albus Dumbledore.

Esta fic é uma continuação de Troca Equivalente, mas pode ser lida em separado.

Notes:

English version

(See the end of the work for more notes.)

Work Text:

O carro fez uma curva fechada demais, cantando pneu, e subiu na calçada, quase atropelando um pobre cachorro que por ali caminhava, alheio ao enorme risco que corria. O veículo então parou terrivelmente perto de umas mercadorias empilhadas do lado de fora do armazém e seu ocupante pulou para fora depois de se desenroscar do cinto de segurança com alguma dificuldade.

- Oh, Sr. G., eu não esperava te ver por aqui no vilarejo tão cedo! - uma voz rústica o cumprimentou assim que ele escancarou a grande porta de vidro da loja, fazendo o sininho preso na parte de cima dela tilintar com muita força. 

O dono do mercado era até bem simpático para um muggle. Muito solícito, ele sempre dava um jeito de arranjar tudo o que Grindelwald precisava. Desde diesel para o gerador até revistas de tricot novas para Albus.

Se havia alguém no mundo que poderia ajudá-lo naquele momento de desespero, este alguém era ele. 

- Eu também não esperava vir, - Grindelwald respondeu, ofegante - mas é uma emergência. O senhor precisa me ajudar! É caso de vida ou morte!

- Minha nossa, aconteceu alguma coisa com seu ômega? O bebê está bem?

- Sim, eles estão bem, mas, francamente, não sei dizer por quanto tempo. Tudo depende do senhor! Por favor, não me decepcione!

O homem engoliu em seco:

- O que eu puder ajudar, doutor… - ele falou, já quase tão tenso e nervoso quanto o próprio Grindelwald.

- Por favor, me diga que o senhor tem… - e Grindelwald se interrompeu para checar um garrancho muito feio que ele havia feito às pressas antes de sair de casa - Leite condensado, chocolate em pó e… manteiga?

Grindelwald nunca se sentiu tão feliz na vida por abrir a carteira e poder pagar por uma compra.

 


 

- Ok, vamos lá… - ele falou, ajustando os óculos de leitura no nariz - primeiro de tudo, eu preciso de uma panela…

- Amor… - uma voz manhosa se fez ouvir por detrás dos seus ombros, mas Grindelwald não lhe deu atenção. 

- Não me desconcentre, Albus! O que eu estou fazendo aqui é muito sério e eu não posso errar! Por Merlin, como eu sou burro, por que eu não comprei duas latas de leite condensado? E se eu cometer algum erro? E se eu queimar tudo? 

- Mas, amor, eu tô com muita, muita vontade mesmo de comer brigadeiro…

Sim, foram exatamente com estas mesmas palavras que ele havia sido acordado há um par de horas, Grindelwald lembrava bem. Desejo de comer brigadeiro. E o que era um brigadeiro? Um doce brasileiro! De todos os países, Albus havia escolhido ter desejo justamente por um maldito doce de um país perdido na distante América do Sul! 

E se ele não comesse um brigadeiro naquela mesma noite, aconteceria a pior das tragédias! Sua linda filha nasceria com cara de brigadeiro! 

E Grindelwald jamais permitiria que uma coisa dessas acontecesse com sua amada filhinha! Mesmo que ele não fizesse a menor ideia do que seria uma cara de brigadeiro. 

- Aguenta firme, Albus! - ele implorou - Eu vou preparar este brigadeiro nem que seja a última coisa que eu faça! - Grindelwald prometeu, sem sequer olhar na direção do seu ômega. 

- Tá bem, amor! Mas lembre-se: a minha vida e a da nossa filha estão nas suas mãos! 

Grindelwald realmente achava que não poderia ficar mais nervoso.

Pelo visto ele estava enganado. 

- Ok, Gellert, você consegue! Tudo que você precisa fazer é misturar o leite condensado, o chocolate e a manteiga no fogo baixo até desgrudar do fundo da panela… seja lá o que isso signifique… não parece nada complicado! 

Mexeu aquele doce como se a sua vida dependesse disso. 

- Amooooor, tá cheirando tão bem! - uma voz vinda do outro cômodo ronronou quando o cheiro do chocolate quente se espalhou pela minúscula casa - Já tá pronto?! 

- Sim e não! - Grindelwald respondeu, apagando o fogo - Está no ponto, mas precisa esfriar um pouco antes de eu enrolar as bolinhas e jogar o granulado de chocolate em cima…

- Ah, não sou capaz de esperar tanto! - Dumbledore protestou, invadindo a cozinha.

- Mas… 

- Me dá essa panela aqui! E a colher, claro.

- Co… como é que é? 

E Dumbledore se apoderou da panela ainda quente, pegou um bom bocado do doce com uma colher, soprou, soprou, soprou e foi comendo o doce pelas beiradas.

- Ai, que delícia! Era tudo que eu queria comer! Obrigado, amor! 

E, depois de horas, finalmente o oxigênio voltou aos pulmões de Grindelwald. Sua filha estava salva e ele podia voltar a dormir. 

Exausto, drenado, ele andou até a cama de casal e deitou-se lentamente do lado esquerdo do colchão sem sequer se dar ao trabalho de tirar a roupa. 

Foi só aí que ele percebeu que Albus não estava usando nada além de um grosso par de meias de lã.

- Por que você está sem roupa? - ele perguntou, incrédulo, enquanto Albus andava para lá e para cá, chupando a colher de pau cheia de brigadeiro.

- A última camisola que eu trouxe está apertada demais na barriga. Eu não estava conseguindo dormir…

- Mas Albus, tá frio demais! Você vai ficar doente…

- Prefiro passar frio do que dormir apertado! - ele respondeu, indiferente, pegando mais brigadeiro com a colher e enfiando na boca.

Grindelwald olhou longamente para o seu ômega. Cabelos ruivos bem bagunçados, barriguinha redonda de sete meses, um par de meias vermelhas e amarelas e… nada mais. 

Irresistível.

Antes de se dar conta, Grindelwald já estava parado de pé por trás do corpo do seu ômega,  com os lábios colados na sua nuca:

- Gellert…

- Você não deveria me provocar tanto… - ele falou sentindo aquele cheiro tão doce de ômega - ou vou acabar sendo forçado a colocar mais um neném aí dentro dessa sua barriga.

- Já disse que não funciona assim… - Dumbledore explicou, rindo e inclinando o pescoço na direção dos beijos do seu Alpha. 

- Quem disse que não? Não custa nada tentar… - ele falou enquanto arrancava sua própria roupa o mais rápido que conseguia. 

Grindelwald então puxou a panelinha e a colher de pau das mãos de Dumbledore e calou seus frágeis protestos com um beijo. 

Seu Albus estava com gosto de chocolate! 

- Melhor doce do mundo esse brigadeiro… - Gellert suspirou ao devorar a boca de Albus. 

O ruivo apenas se deixou derreter naquele beijo apaixonado e seus braços envolveram o pescoço do seu marido enquanto os lábios dele desciam pelo pescoço e beijavam a cicatriz da junção com o ombro, a marca que provava que aquele ômega seria dele para sempre.

Mais beijos molhados até chegar na barriga, que foi beijada e acariciada como se fosse algo sagrado, e então Grindelwald desceu mais, ajoelhando-se no chão de pedra para dar a devida atenção ao membro inchado do ruivo. Dumbledore jogou a cabeça para trás, segurando-se nos cabelos do seu Alpha ao sentir-se envolvido por aquela boca tão sedenta e, por alguns segundos, não houve nada além dos gemidos do ômega e da boca cheia de saliva do alpha.

Mas, Grindelwald queria mais, muito mais! Seus dedos deslizaram pelas nádegas de Dumbledore, acariciando-as com cuidado antes de abrir espaço entre elas e, sem parar de chupá-lo, seus dedos o invadiram, fazendo seu amante gemer ainda mais alto.

- Gellert… me come… por favor… - Dumbledore implorou, já no auge da excitação. 

Grindelwald estava mais do que disposto a ceder aos desejos daquele omega e devorá-lo como se ele fosse um brigadeiro. Ele o puxou pelos quadris para a cama e o colocou de quatro, parando por alguns instantes para admirar seu delicioso ômega esperando por ele, ansioso. 

No instante seguinte, sua boca estava colada na abertura tão molhada do seu ômega, arrancando dele um grito rouco de pura excitação. A língua do Alpha o invadiu sem pedir licença, devorando-o como se ele fosse uma iguaria rara, amando-o como só um alpha poderia fazer com seu ômega.

O ruivo então se ofereceu ainda mais para aquela língua, buscando mais do que tudo suas carícias famintas, aceitando de bom grado cada segundo de prazer que seu Alpha queria lhe dar. 

- Gellert… eu não vou aguentar muito mais tempo… - Dumbledore finalmente se rendeu e suplicou, incapaz de suportar mais tanto prazer. 

Era tudo o que Grindelwald esperava ouvir. 

Posicionando-se por trás do ômega, o alpha tratou de acariciar suas costas antes de puxá-lo docemente pelos quadris. O encaixe foi profundo, delicioso, perfeito. Grindelwald mordeu os lábios e respirou muito fundo, tentando se controlar. Por mais que os dois fizessem aquilo praticamente todos os dias, às vezes mais de uma vez por dia, ele sempre, sempre se via tendo que lutar bravamente contra uma vontade louca de gozar no segundo em que se via por inteiro dentro do seu Albus. Sempre tão macio, sempre tão morno, sempre tão apertado e ansioso por recebê-lo!

- Delicioso… - Grindelwald suspirou, empurrando os seus quadris o máximo que podia, querendo se enfiar dentro do seu ômega ainda mais - Não existe nada melhor do que isso… - ele então afastou os quadris até restar apenas a ponta do seu membro, arrancando um suspiro carente no seu amante - nada! - voltou de novo a preenchê-lo, sem pressa, até o fundo - Nada! - se retirou de novo, um pouco mais rápido - Nada! - entrou novamente, desta vez com mais força.

As coxas de Dumbledore não paravam de tremer e ele passou a buscar aquele membro duro a cada investida, querendo tudo, absolutamente tudo, tudo o que aquele homem tinha para lhe dar. Durante um tempo, o quarto foi dominado pelo som de carne batendo contra carne, quando Grindelwald finalmente perdeu o controle e passou a entrar e sair cada vez mais rápido, mais forte, segurando com firmeza os quadris do seu ômega, amando cada milímetro daquele corpo. 

Mordendo os lábios, ele deu uma olhada no seu ômega, naquela barriga redonda e tão linda, antes prometer a si mesmo que ainda colocaria muitos, muitos filhos no mundo e que eles precisariam de muita criatividade para pensar em todos os nomes possíveis começados pela letra A.

Alheio aos pensamentos daquele Alpha, seu Albus apenas o recebia, gemendo cada vez mais alto, querendo mais e mais e mais…

- Goza para mim, vai? - Grindelwald pediu, trincando os dentes, excitado, sem diminuir o ritmo das estocadas - Goza, Albus! Goza! Goza!

E como um bom ômega, o ruivo obedeceu imediatamente, gozando e uivando de prazer.

Era tudo que Grindelwald precisava para gozar também, empurrando seus quadris contra o corpo daquele ômega o máximo que era capaz.

O nó os prendeu juntos logo em seguida, mas Dumbledore já era mais do que íntimo daquela sensação e sabia que precisava se manter muito parado, enquanto Grindelwald apenas mordiscava e lambia a cicatriz que marcava a ligação entre eles.

Terminaram os dois abraçados na cama, Grindelwald encaixado perfeitamente por trás de Dumbledore, ambos aquecidos por um grosso cobertor e pelo calor da lareira. 

- Eu te amo, Albus. - ele finalmente sussurrou no ouvido do seu ômega - Mais do que tudo.. tudo…

Dumbledore sorriu docemente. 

Disso, ele não tinha a menor dúvida.

 


 

Uma sacudida delicada tentou arrancá-lo dos seus doces sonhos, onde ele segurava firme em seus braços uma linda trouxinha com um bebê bem redondinho e tão quentinho…

- Amor… acorda, amor… - a voz ronronante insistia em lhe arrancar daquele sonho, mas sua menina era tão lindinha, tão perfeitinha, tão ruivinha… ele queria tanto descobrir a cor dos olhos dela, mas a neném dormia a sono solto em seus braços e alguém o chamava com  insistência… - Amoooor…

Insistente… Insistente… 

- O que fooooi? - a voz do loiro saiu quase como um choramingo, enquanto ele ainda tentava se apegar ao sonho com todas as suas forças.

- Amor… eu tô com muita, muita vontade, de comer dulce de leche

Grindelwald abriu os olhos. Nunca, em tempo algum sua filha nasceria com cara de doce de leite! Ele a queria redondinha, lindinha e ruivinha, exatamente como nos seus sonhos.

Não havia outro jeito! Levantou-se, decidido, afinal de contas, ele era um Alpha e tinha uma missão!

Notes:

Esta autora está ciente de que o brigadeiro só foi inventado em 1945 e que o carro da história também foi descrito de uma forma completamente anacrônica, mas viva a licença poética. :-)

Series this work belongs to: