Chapter Text
Bloom mexia no seu suéter enquanto andava pelos corredores. As aulas haviam acabado de terminar e ela disse para as meninas que iria para a biblioteca, mas, ao invés disso, andou até a sala dos professores.
Seu corpo inteiro estava desconfortavelmente quente desde do seu descontrole no dia anterior. Já que Flora conseguiu curar Musa sem muito problema -e a adaga de gelo não havia feito muito dano- elas decidiram não contar sobre o ocorrido, pois Musa insistiu que tecnicamente foi culpa dela desde do começo.
Musa tentou conversar com Riven, mas ele desapareceu assim que teve certeza de que nenhuma delas estava ferida seriamente.
Bloom parou em frente a uma porta verde-escura e gentilmente bateu, depois de tempo, foi permitida entrar.
Ela abriu a porta do escritório de Griselda, limpando o suor das mãos na calça.
“Sente-se.” Griselda ofereceu a Bloom um pouco de chá e alguns biscoitos. Ela não parecia para Bloom com o tipo de professora que preparava petiscos para os alunos, “No que posso ajudá-la?”
Bloom apertou os punhos, ao ponto das suas unhas furarem as palmas das mãos, na tentativa de acalmar seus nervos, “Eu ahm… Estou tendo algumas dificuldades com a minha magia na última semana e meia.”
“Que tipo de problemas?”
“Estou perdendo controle.”
Griselda franziu o cenho levemente e inclinou a cabeça, “Bom, Bloom, você só esteve aqui por alguns meses, é normal que ainda não tenha total controle.”
“Isso parece ser diferente. Tipo… acontece do nada.”
Griselda lentamente serviu uma xícara de chá para si mesma, “Isso acontece quando está brava?”
“Sim, e dois dias atrás, quando estava tendo um pesadelo, Flora tentou me acordar… Eu queimei o braço dela.”
“Está tendo esses pesadelos recentemente?”
“Sim.”
Griselda olhou para as mãos de Bloom, “Consigo perceber que está preocupada.”
Bloom tentou piscar as lágrimas que estavam se formando no canto de seus olhos, “Eu só não quero continuar machucando meus amigos.”
“Estou assumindo que você veio até mim em vez de Kathy, porque não queria que ela tentasse te fazer sentir-se melhor ou aliviar a situação.”
“Sim.”
Griselda inclinou-se na mesa, “Estou feliz que veio, Bloom. Há uma situação relacionada aos seus poderes que planejávamos lhe contar apenas quando você atingisse um nível maior de controle, mas acredito que seja melhor discutirmos isso agora.”
Bloom ficou apreensiva, sabia que suas circunstâncias eram estranhas; uma fada em um planeta com magia morta e sem nenhum meio de saber de onde sua magia veio, “O que é?”
“Receio que você não tenha nascido com a sua magia. Ela foi concedida a você.”
“O que? O que você quer dizer com isso?”
Griselda franziu o cenho, hesitando, “Me siga, seria melhor se a Senhorita Faragonda me ajudasse a explicar.”
Bloom a seguiu pelos corredores, seu coração batendo muito rápido no peito. Elas entraram na sala da diretora e Griselda, rapidamente, explicou o motivo da visita para Faragonda.
Faragonda convidou Bloom para se sentar com uma voz calma e serviu-lhe café, em vez de chá.
“Durante suas aulas, detectamos vestígios de uma marca residual de feitiço na sua magia. Isso, combinado com o selo mágico quebrado que Kathy detectou, nos levou a acreditar que alguém transferiu sua magia para você.” Faragonda disse em um tom suave, mas Bloom pode perceber que era um assunto sério pelo olhar nos olhos dela.
“É por causa disso que estou perdendo o controle?”
“Um pouco.” Griselda sentou-se ao lado da ruiva, "A transferência de magia é um processo incrivelmente complexo. Uma das desvantagens é a fonte natural do poder. A maioria das fadas consegue invocar sua magia mais facilmente quando se sentem felizes ou em paz. Como sua magia foi transferida, ela é invocada instintivamente pela última emoção que o antigo dono da magia sentiu antes de passá-la para você."
“Então…”
Faragonda encostou para trás na cadeira. "Quem quer que tenha transferido sua magia para você, a última coisa que sentiram ao fazê-lo provavelmente foi medo e raiva, e é por isso que essas emoções invocam seus poderes de forma mais instintiva e rápida do que outras emoções mais positivas."
Griselda continuou, "E como essas emoções são negativas, isso facilita para que você perca o controle."
Bloom se manteve quieta por alguns segundos, “Então, tecnicamente, minha magia não me pertence.”
“Pertence. Quando uma fada, bruxa ou qualquer tipo de criatura mágica transfere sua magia para outra, eles renunciam qualquer controle ou posse sobre essa magia.”
Faragonda levantou e pegou um livro azul-pálido de uma estante, “Sua magia é sua e de mais ninguém. Isso apenas significa que você pode ocasionalmente ter dificuldades para controlá-la, especialmente quando está com raiva ou medo. Este livro contém alguns exercícios que devem ajudar você a controlar seus poderes.”
Griselda falou depois, “Em Defesa, vou lhe ensinar uma tática específica de fadas de fogos para concentrar sua raiva em sua respiração ao invés do toque.”
Lentamente, Bloom pegou o livro, fazendo seu melhor para não chorar, “Muito obrigada.”
“É para isso que estamos aqui. Agora, tem mais alguma dúvida?”
“Não, acho que estou satisfeita por agora.”
“Bom, se pensar em alguma pergunta, não hesite em nos procurar. É para isso que estamos aqui.”
Bloom assentiu e se levantou, voltando para seu dormitório, com o peso em seus ombros um pouco mais leve.
***
Timmy pode não ser o melhor em socialização e em ler pessoas. Mas ele sabia que não estava imaginando a tensão que estava aumentando desde do Dia da Rosa.
Ele tinha certeza que Riven e Brandon iriam pular um no outro a qualquer momento. Timmy perguntou para Sky o que havia acontecido e o moreno disse que Brandon havia exagerado um pouco no Dia da Rosa, dizendo algo que realmente irritou Riven, mas o moreno se recusava a elaborar o que havia sido dito.
Então, no momento, Timmy e Sky estavam sentados na pequena cozinha, fazendo alguns ajustes em suas phantoblades enquanto Riven fazia sua lição de casa na mesa e Brandon limpava suas armas, quando de repente o loiro se virou para Riven e perguntou, “Como você conhece a Darcy?”
Timmy achava que iria se sufocar com a pressão inundando a sala quando Riven lentamente olhou, tirando sua atenção da lição de casa.
Brandon continuou, “Stella mencionou que vocês pareciam que se conheciam.”
Riven debochou, voltando sua atenção para o caderno, “Não é da sua conta.”
“Talvez, mas você poderia ter pelo menos mencionado que conhecia uma das bruxas que estão aterrorizando nossas amigas por quase quatro meses.”
Riven rangeu os dentes, “Eu não sabia que era ela.”
“Você conhece várias bruxas chamadas Darcy?”
“Conhecia ela como Jennie. E não conversamos há anos. E elas pararam, não pararam? Não muda o que fizeram para melhor, mas pelo menos elas pararam.”
Sky tocava na bainha da sua espada, nervosamente, “Ei, Timmy, para quando que é aquele trabalho de estratégia?”
Antes que Timmy pudesse mudar de tópico, Brandon colocou sua espada na mesa e se aproximou do arroxeado, “Se você não conversa com ela há anos, então por que você estava com ela quando as garotas foram atacadas?”
“Trombei com ela no Dia da Rosa. Ela queria explicar algumas coisas sobre do por que estavam atacando as meninas e por que ela… sobre outras coisas.”
“Quais outras coisas?”
“Coisas que não são da sua conta.”
“Podemos parar com isso, por favor?” Timmy implorou, baixando suas ferramentas, “Nós somos um time, precisamos estar do lado um do outro.”
“Timmy está certo.” Sky concordou, “Não estamos aqui para interrogar e duvidar um do outro.”
Brandon se manteve em silêncio, ainda encarando Riven, que bateu as mãos com tudo na mesa e se levantou, “Vou dar uma caminhada.”
E com isso, Riven saiu. Sky se virou para Brandon, “Sei que está frustrado, mas… não desconta isso no Riven.”
Brandon bufou, “Não estou.” Ele foi para seu quarto sem olhar para trás.
Timmy suspirou e colocou a testa na mesa, “Odeio isso.”
“Nós dois.” Sky assegurou, “Nós dois.”
***
Darcy seguiu o rastro de Riven com um feitiço. Icy foi clara que ela devia ganhar a confiança de Riven novamente, já que ele era a única forma de conseguir informações sobre as fadas.
Icy estava convicta de que acharam a Chama do Dragão, elas só precisavam confirmar. E Darcy estava determinada em achar a oportunidade perfeita para isso.
Ela tinha que provar seu valor. Então ela empurrou a porta do pequeno café e sentou-se à frente de Riven, que nem ligou em cumprimenta-la.
“Riven-”
“Não.” Ele suspirou, “O que você quer?” A voz dele soou rouca e cansada.
Darcy olhou para as mãos, “Pedir desculpas.”
“Por me jogar na parede ou por mentir?”
“Eu não- Eu não menti.”
“Você disse que tinha parado de ir atrás das fadas.”
“A vadia da Musa deu um tapa no rosto da Icy. Era para ela fingir que nada aconteceu?”
“Não estou dizendo que não foi justificado, mas… você sabe que ela podia muito bem só ter revidado com um outro tapa em vez de fazer você e Stormy correr atrás delas. Eram duas contra três.”
“As outras fadas também estavam lá.”
“Vocês não sabiam disso.”
Darcy suspirou fundo, deixando lágrimas se formarem em seus olhos, “Eu só estava seguindo as ordens de Icy. Não sou apenas a mais nova, mas também como fui a última a entrar na coven e eu ainda tenho dificuldades com os meus poderes. Eu não posso… eu não posso dizer não a elas.”
“Você pode colocar limites.”
Darcy debochou, “Bruxas em coven são irmãs, um time. O que uma quer, todas querem.”
“Não me soa nem um pouco saudável.”
“Riven.” Ela colocou uma mão no braço dele, ele ficou tenso, mas não afastou, “Eu achei uma coven, um lugar onde pertenço, sou amada e as garotas se importam comigo. Claro, as vezes é difícil e sinto que tenho que provar algo, mas minhas irmãs me apoiam. Eu preciso apoiá-las. É o jeito de bruxas. É tudo o que mais sempre quis.”
“Valeu a pena pelo menos?”
“Sim.” Não tinha nenhuma hesitação em sua voz.
Riven se afastou, “Eu estou tentando deixar a violência para trás. Tentando direcioná-la para algo bom ou que ajude. N-Não sei se vamos conseguir ser amigos igual antes se você continuar indo atrás das garotas.”
“Não vamos.” Elas vão. Em segredo e de uma maneira que não poderia ser ligado a elas. Teriam que ser cuidadosas para esconder seus rastros, “Não queremos mais problemas.”
Riven olhou para ela com tristeza no olhar, “Eu não posso confiar em você, Jennie. E-Eu não conheço mais você.”
“Mas você pode. Nós nos entendemos. Você consegue me dizer que foi completamente honesto com o seu time sobre o seu passado? Você consegue me dizer que eles nunca te julgaram ou assumiram o pior de você?”
Riven não disse nada e Darcy sabia que estava chegando em alguma coisa.
Ela colocou um dedo na manga dele e puxou essas memórias para frente, com cuidado para não deixar óbvio, “Se ficar muito, você sabe que estou aqui. E eu realmente quero me aproximar de você novamente, Riven.” Pelo menos isso não era uma mentira.
Riven fechou os olhos e não disse nada. Darcy se inclinou para frente, encostando o canto da boca dele com o dela, mas ela fingiu hesitar e se afastou. Darcy pegou sua bolsa e foi embora, mas não antes de puxar para frente memórias da infância deles juntos.
Ela raramente usava seus poderes para algo positivo, mas era bem simples quando tinha várias memórias para se escolher.
***
Riven ficou alí por um tempo, sem certeza do que pensar. Ele estava prestes a tomar um gole do seu café quando uma voz suave o chamou.
“Oi.” Era Flora, vestindo uma saia longa branca, uma blusa rosa transparente que mostrava seus ombros e flores brancas no cabelo.
“Vaza daqui.”
Ela franziu o cenho, “Okay… apenas tentando dizer oi para um amigo.”
Riven fez uma careta quando ela se virou, “Espera- isso foi uma reação escrota. Desculpa.”
Ela deu de ombros, “Todos nós temos dias ruins.”
Riven se manteve quieto por um momento, ela tinha um copo em mãos, “Você quer sentar?”
“Não quero me intrometer.”
“Você não vai.”
Flora colocou uma pequena mochila verde-pálida na mesa e se sentou.
“Estava indo para algum lugar?”
“Estava pensando em ir para o Pantano do Lodo Negro, lá tem algumas amostras que preciso ver hoje ou amanhã.”
“Você vai para o Pantano do Lodo Negro usando uma saia branca?”
“Tenho ótimos feitiços de limpezas.”
Riven sorriu de lado, “Como está a Musa?”
“Está bem, se sente mais envergonhada por ter perdido daquele jeito. Como está você? O fogo da Bloom dói pra caralho, não?”
Ele tentou não reagir surpreso por ela usar um palavrão, “Você fala como se tivesse experienciado ele?”
“Infelizmente, tenho. Ela estava tendo um pesadelo no outro dia, tentei cutucá-la e ela agarrou meu braço. Queimadura de terceiro grau.”
Riven sibilou, “Não deve ter sido nada legal.”
“Não foi.” Ela direcionou o olhar para baixo, hesitante de repente, “Então, posso perguntar o que Brandon disse para você?”
“A Bloom não disse pra você que eu apenas explodi como um animal?”
“Brandon disse para Sky, que falou para Stella, que me disse que Brandon falou algo para provocar você.”
“Estou surpreso que ele admitiu isso.”
“Então?”
Riven olhou para seu café, hesitante por um momento, “Ele disse algo como, ‘por que se importar, você provavelmente é apenas um rato de rua roubando a bolsa escolar de alguém'.”
Flora quase cuspiu seu café, “Ele falou isso? Que privilegiado bundão.”
Ele sorriu de lado, “É o que estou dizendo desde o primeiro dia. Todos são, mas pelo menos Timmy não é ignorante. Até Sky, o príncipe, é menos ignorante que o próprio escudeiro.”
Flora balançou a cabeça com desdém em silêncio. Ambos tomaram um pouco de suas bebidas em silêncio.
“Por que você perguntou pra mim sobre isso, mas não sobre Darcy?”
Ela deu de ombros, “Você pode ser impulsivo às vezes, mas não é estupido, se você está conversando com ela é porque tem uma razão. E também não é nada da minha conta.”
“Por que todo mundo não pode pensar desse jeito?”
“Pessoas amam pular para conclusões.”
“Sem querer ofender, mas me surpreende que você tenha me dado o benefício da dúvida.”
Flora desviou o olhar, claramente hesitante enquanto falava, “Eu sei como é quando ninguém acredita em você. Tendo pessoas correndo para defender todos, menos vocês. E também sinto que… nós, ratos de rua, devemos ajudar um ao outro, né?”
Riven quase derrubou o próprio café, “Você? Rato de rua?”
“Por um tempo, mas entendo a surpresa, sei esconder muito bem.”
“Claramente, nunca teria pensado na possibilidade. Posso perguntar como?”
Flora estalou a língua e inclinou-se para frente, “Então… meu pai, ele era um bom pai no começo, mas aí ele teve um momento difícil depois que os pais dele morreram. Ele começou a beber e quando perdeu o emprego, começou a apostar e só parava quando perdia tudo. Minha mãe disse a ele que o largaria caso não parasse, mas ele que foi embora primeiro.”
“Que merda.”
“Yep. Mas não antes de pegar tudo. A poupança da minha mãe, o dinheiro da minha faculdade, tudo. Fomos despejadas de casa. Sabe, Linphea ama dizer que seus habitantes são os mais simpáticos e gentis da dimensão. Isso é papo furado. Eventualmente, uma antiga amiga da minha mãe ouviu sobre nossa situação e nos deixou ficar por um tempo na casa dela até minha mãe se estabilizar novamente, e desde então as coisas estão boas.”
“No meu caso, foi minha mãe que foi embora. Mas meu pai é provavelmente pior.” as palavras saíram da sua boca antes que conseguisse processar o que estava dizendo. Era surpreendente, o quão facilmente foi se abrir nesse curto período de tempo.
Mas Flora não reagiu com pena, em vez disso, ela torceu o nariz, “Mano, foda-se os pais.”
Ele riu, “Vou brindar por isso.” os dois brindaram com suas canecas, rindo.
Flora baixou a cabeça, “É um pouco difícil ver as vezes… Não me entenda errado, eu amo as garotas, mas algumas vezes a Stella não consegue decidir qual vestido de marca usar e isso me faz querer jogar todas as maquiagens caras dela na privada. E me sinto horrível por pensar nisso.”
“Entendo. Eu realmente entendo.”
“Não é culpa deles, mas… você não consegue ser ignorante pelo resto da vida.”
Riven olhou para sua bebida, “Fico feliz que não deixou os tempos difíceis mudarem você.”
Ela debochou, “Oh, eu fiquei amargurada, acredite, mas… aprendi que só estava machucando a mim mesma.” Ela hesitou antes de continuar, “Olha, não vou fingir que sei sobre você ou sua situação, mas o que quer que seja… você não precisa passar por isso sozinho. E se você, em algum momento, precisar de ajuda ou quiser conversar ou… se apenas quiser sair e dar um fuck you pra vida, você tem meu número.”
Ele tentou não mostrar muitas emoções, “Obrigada, Flora. Mesmo.”
A morena piscou para ele, “Bom, então vou para o Pantano do Lodo Negro. Acho que hmm, nos vemos por aí?”
“Claro, tenha cuidado.”
Ela abriu um sorriso enquanto se levantava e saia do café.
Riven não tinha certeza de como se sentia, claro, era bom que ele não era o único do grupo que não havia crescido privilegiado. Mas ele não era fã de como foi tão fácil de se abrir. Riven não estava acostumado com isso. Ele supôs que poderia descrever Flora como uma espécie de cobertor humano de conforto.
Riven não estava acostumado com pessoas estando lá para ele. Até as poucas pessoas que ele já confiou, em um ponto da vida, havia o deixado com ainda mais problemas de confiança, mas Flora parecia ter sido honesta. Ele queria acreditar nela.
Riven suspirou enquanto se levantava, pelo menos parecia que tinha uma aliada e, no momento, estava grato por isso, especialmente com Brandon o pressionando e duvidando dele. Ele sentia que iria precisar da ajuda caso a tensão com seu time continuasse a aumentar.