Chapter Text
Era a véspera do aniversário de 17 anos de Park Jimin, e ela não poderia estar mais ansiosa pelo dia seguinte. Todos sabiam que ao completar essa idade a pessoa recebia uma marca no fim de suas costas, podendo ser qualquer coisa, desde algum objeto significativo para os dois, até a primeira palavra que o outro lhe diria, passando por uma “mancha” distinta que sua alma gêmea teria uma igual. Jimin estava nervosa para saber sua marca, pois todos os seus amigos já tinham mais de dezessete anos — incluindo o garoto que ela gostava —, e ela queria saber se algum deles seria sua alma gêmea; chegava a suspirar pensando nisso.
Seus pais, assim como a maioria dos casais, não eram almas gêmeas. Era muito complicado conseguir encontrar sua metade complementar em um mundo com mais de 7 bilhões de pessoas. Jimin queria muito que não fosse como os outros casais e encontrasse seu complemento, queria ser feliz e amada ao lado da pessoa predestinada a ela.
Seus pais já haviam mandado-a se aquietar e dormir várias vezes, mas ela simplesmente não conseguia! Como queriam que se acalmasse no dia anterior a uma data tão importante?
Revirou-se mais uma vez na cama e olhou em seu celular: faltava um minuto para o início do dia seguinte. Ansiedade corroía seu corpo todo e toda a mínima sonolência que possa ter aparecido em algum momento da noite desapareceu por completo.
Meia-noite. Jimin correu em direção ao banheiro e logo levantou a camisa, ficando de costas para o espelho. Contorceu-se toda para tentar enxergar o fim de suas costas, e quando finalmente conseguiu, não viu nada. A garota entrou em pânico. Começou a se remexer, jogou mais luz em cima do ponto em que deveria haver sua marca, mas não encontrava-a de jeito nenhum. Após alguns minutos surtando, tentou se acalmar, dizendo a si mesma “A marca deve aparecer apenas no horário em que nasci. É, deve ser isso. E eu só nasci à tarde, não apareceria agora”.
Com isso em mente, Jimin voltou ao seu quarto e deitou-se novamente na cama, mas não conseguiu dormir por muito tempo, sucumbindo ao cansaço horas depois do sol já ter nascido.
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— Bom dia, filha! — sua mãe saudou-a ao entrar na cozinha. Jimin olhou o relógio na parede e viu que estava no início da tarde — Já viu sua marca? Tenho certeza que sim, do jeito que você tava inquieta ontem. Vamos lá, me mostre, me mostre! Ah, parece até que foi ontem que você nasceu.
— Bom dia, mãe. Bom dia, pai. Sim, mãe, já procurei minha marca, mas não achei nada. Deve aparecer apenas na hora em que nasci, então ainda tenho mais umas duas horas para ela aparecer. — Jimin tentou soar calma e indiferente para não preocupar os pais, mas por dentro estava se sentindo extremamente mal e agitada por toda a situação.
Seu pai e sua mãe se olharam, com semblantes preocupados. Ambos sabiam que o que a garota falou não era verdade, afinal, os dois já tinham passado por aquilo, mas preferiram não comentar nada para não assustar a filha.
Os minutos passaram lentamente e as horas mais ainda, e Jimin ainda tentava parecer não estar abalada, apesar de seus pais perceberem que não era verdade
Algum tempo depois do horário do nascimento da garota, a mesma se encaminhou lentamente ao banheiro e checou suas costas. Nada ainda. Sentiu seu mundo desabar. Não sabia o que fazer. E se fosse quebrada? E se tivesse algum problema e não tivesse alma gêmea? Eram muitas perguntas na cabeça dela, e não tinha ideia a qual se firmar.
Os pais da garota resolveram levá-la à sua pediatra, mas nem a médica entendia o que poderia ter acontecido. Nunca havia escutado falar em um caso em que a pessoa não tivesse uma marca em sua aniversário de 17 anos, não sabia o que poderia ser feito, então apenas mandou-a voltar para casa e esperar para ver o que iria acontecer.
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Jimin se fechou no quarto por dias, e não quis falar com ninguém, saía apenas para comer e usar o banheiro. Isso durou até que sua mãe se cansou e obrigou-a a sair do quarto. “Isso não é o fim do mundo. Não vai adiantar nada ficar aí nesse quarto se lamuriando toda. E daí que você é diferente? A vida segue. Você ainda está viva e bem saudável!”, Jimin se lembra de sua mãe falando.
— Vai no mercado pra mim, tô precisando das coisas que tão na lista da geladeira e você tá precisando sair. — E com isso Jimin saiu de casa, achando melhor não contrariar a mais velha.
A garota comprou tudo o que lhe foi pedido, e andava distraída de volta para casa. Do nada, sentiu uma pancada em seu tronco e viu que se tratava de uma menina que havia esbarrado em si, e estava quase caindo. Jimin largou tudo no chão e foi ajudar a outra a se equilibrar, já que a mesma parecia não ter ideia do que estava acontecendo.
— Cuidado com o seu entorno, você poderia ter se machucado feio.
A garota, que Jimin percebeu se chamar “Kook” por conta de um crachá que estava usando, a olhou espantada, e a mais nova não estava entendendo nada.
Tão de repente quanto o esbarrão que haviam dado, Kook se virou de costas e levantou a barra da camisa que usava, dando a chance de Jimin ver que havia uma marca com “Cuidado” escrito na base de sua coluna.
— O que é isso? Não estou entendendo nada. Você tá bem? Ah, espera, a primeira palavra que te falei foi “Cuidado”, não foi? Por isso está me mostrando sua marca? Mas eu sou defeituosa, não tenho marca nenhuma, então não se preocupe, não devo ser sua alma gêmea. Por que não me reponde? — ela estava toda esbaforida, falando rápido e com a testa franzida. Que audácia da garota de não respondê-la!
A menina mais velha encarou os olhos de Jimin com enorme seriedade, enquanto a mais nova a mirava com confusão.
Kook apontou para os próprios lábios e em seguida fez um sinal de “não” com o dedo. E Jimin percebeu.
Kook era muda.
Notes:
Se não entenderam o final: a marca das duas (Jimin e Kook) era a primeira palavras que uma falaria para a outra. Jimin não tem a própria porque Kook é muda, então não teria como falar nada para ela.
Chapter 2: Extra 1
Notes:
Ent, esse n era o extra q eu queria postar, mas “só” tive 1 ano pra escrever. Aí como, eu n queria deixar o aniversário dele (e o meu) em branco, escrevi essa coisinha curta, meio sem sentido e aleatória.
(See the end of the chapter for more notes.)
Chapter Text
Kook já nascera muda. Foi uma falha genética que os médicos não tinham como prever ou remediar, então seus pais logo se adaptaram. Aprenderam a libras, procuraram escolas especializadas em deficiências e procuraram os mais diversos métodos para não inibirem a garota de se comunicar com o mundo ou se sentir excluída. Foram eles que deram a ideia à garota d ter sempre um bloquinho para escrever o que queria dizer, apesar de ela sempre esquecer disso, e proporcionaram uma vida normal com amigos diversos. Mesmo os amigos da escola serem deficitários em algo, ela sempre foi incentivada a conversar com crianças consideradas “normais”, para poder crescer já acostumada com a maior parte do mundo.
Jimin aprendeu tudo isso no curto espaço de duas semanas, já que ficou fascinada por sua alma gêmea e quis aprender tudo sobre ela. As duas se encontravam quase todo dia na cafeteria que Kook trabalhava para conversarem. Além do poder da marca, ambas desenvolveram um sentimento gostoso de pertencimento, cada vez mais inventando desculpas para se verem e se apaixonando.
Ficaram enrolando o namoro por 2 anos, até que Kook finalmente resolveu agir. Foi em um momento aleatório, quando as duas estavam andando sem rumo pela rua — Kook simplesmente parou, olhou pra Jimin e perguntou “quer namorar comigo?”. Obviamente Jimin aceitou com um sorriso, mas as duas deixaram pra comemorar quando chegassem na casa da Kook, onde passaram a noite toda se amando e mimando uma a outra.
Notes:
Postada originalmente no Spirit Fanfics: https://www.spiritfanfiction.com/historia/decimo-setimo-aniversario-de-jimin-10616442
Chapter Text
— Kook! Cadê você?
Duas batidas soaram no quarto, então Jimin correu para o cômodo.
— Você não vai acreditar no que chegou! Lembra aquela blusa que a gente comprou há um mês? Aquela daquela lojinha famosa, que você adora os sapatos. Chegou hoje! Achei que fosse demorar pelo menos mais uma semana — a garota tagarelou enquanto corria pra namorada.
— Olha eu! — animada, parou de frente para a outra garota, vestindo a blusa um tamanho maior que o seu. — Ficou enorme!
“Você tá linda, meu amor”, Kook sinalizou com um sorriso no rosto.
Jimin rodopiou um pouco pelo quarto pra mostrar a blusa de diversos ângulos, parando de vez em quando para dar um selinho na outra.
É, as duas eram umas bobas apaixonadas.
Notes:
Não foi nada como eu queria (de novo), mas esse ano eu esqueci por completo dessa fic, escrevi ontem de última hora e nem sabia o q escrever. Ficou bem ruinzinho e sem nexo, mas eu não queria deixar passar em branco, ent foi isso.
Obrigada a todos q leram
Chapter 4: Extra 3
Notes:
Adivinha quem voltou com mais um extra na mesma data e horário d todos os anos?
Tava relendo os outros caps e vi vários erros, mas n tenho coração pra mudar pra n alterar as datas d postagem, ent vai ficar assim mesmo.
Essa fic se tornou uma att por ano d slice of life (pedaço de vida) das jikook, deu vontade d comemorar o aniversário do Jimin (e o meu) assim, me apeguei a essas duas.
N tem necessariamente uma linha do tempo entre esses extras, ent os acontecimentos desse e dos últimos 2 caps podem ter sido nessa ordem ou não, no mesmo dia ou n etc. N faz diferença, d qualquer modo.
Uma coisa q esqueci d comentar no primeiro extra é q teve um comentário do tipo "tem um extra e um brigadeiro numa mesa, o brigadeiro rolou, mas e o extra será q rola??" q confesso q me motivou a escrever kdosnsosn
A cada favorito eu fico muito feliz. Obrigada por gostarem!
Já beberam água hj? N se esqueçam!
(See the end of the chapter for more notes.)
Chapter Text
Era a primeira vez que Jimin e Kook precisavam fazer compras pro apartamento delas. Estavam tão animadas para isso, era um marco importante no relacionamento.
Decidiram ir de manhã cedo, pois queriam fazer o próprio almoço com as coisas que comprassem, bem casalsinho doméstico. No mercadinho do bairro, tinha uma boa variedade de tudo o que precisariam para abastecer o apê, eram vários corredores para poderem explorar juntas.
– Kook, bebê, vai querer o que pra hoje?
"Carne? Uns vegetais também pra jogar junto", a mais nova respondeu.
As duas seguiram pelo mercado, comprando o necessário e o desnecessário, sempre de implicância e carinho uma com a outra. A cena era bonitinha para qualquer um que visse, pareciam tanto no próprio mundo fofo que dava até uma aquecida no coração dos mais céticos.
Em um momento, resolveram se separar, para facilitar as compras e ir mais rápido, já estavam cansando de ficar longe do sofá.
– Amor, qual marca você prefere? – Jimin gritou pela namorada; a garota momentaneamente não percebeu que não receberia uma resposta sonora.
Por isso, foi correndo pro corredor em que a namorada estava, com um sorrisinho no rosto de quem diz "desculpa, não me odeia por isso", onde encontrou Kook com uma cara de "sério?".
– Oi, bebê, amor da minha vida, coisa mais linda do mundo… Desculpa, tá, ato falho meu – Jimin disse abraçando a outra.
"Sem problema, você sabe que eu não me incomodo" Kook a respondeu com um beijinho no rosto. "A gente pode arranjar um método pra se comunicar quando não estiver perto, vai facilitar…" A garota ficou pensativa, tentando encontrar uma solução.
– Já sei! – Jimin respondeu toda animada – A gente pode aprender código morse, pelo menos o básico, porque aí vai dar pra batucar um lugar e se escutar! Eu sou genial, fala só.
Kook apenas conseguiu sorrir boba – sua namorada era incrível.
Notes:
até ano q vem! 💛
A minha ideia é todo ano no mesmo dia e horário postar um capítulo novo da vidinha dessas duas, mas não prometo até qnd vou conseguir manter. Eu n sou escritora, ent mtas vezes é difícil eu conseguir pensar em uma cena pra escrever, e qnd penso n consigo escrever. Esse capítulo, por exemplo, eu já tinha pensado como queria q fosse em janeiro, mas só em julho consegui escrevê-lo, pq simplesmente as palavras n vinham, e só escrevi pq um dia eu me forcei a sentar e escrever d qualquer jeito. Também, tem o fato d q agora eu n tenho mais a rotina d aulas da escola, q eu já termino e começo o ano sabendo quais vão ser meus horários, ent n tenho 100% d certeza se vou ter tempo, ânimo e ideia pra escrever e depois postar o cap. Eu quero muito manter esse projeto q eu me propus a fazer, pq é algo q me deixa feliz e eu gosto disso d todo ano aumentar um pouquinho a história dessas duas, mas tenho q colocar o pé no chão e encarar q talvez n seja possível manter pra sempre. Espero q eu consiga até ficar bem velhinha 💛