Go Communities Portuguese
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Citação sugerida:
Centro de Programas de Comunicação (CCP) da Escola Bloomberg de Saúde Pública da
Universidade Johns Hopkins (2011). Avante Comunidades! Mobilização Comunitaria para a
Redução da Vulnerabilidade da Rapariga ao HIV/SIDA. Baltimore, Maryland. Developed under the
terms of USAID Contract No. GHH-1-00-07-00032-00, Project SEARCH, Task Order 01.
Introdução.........................................................................................................................................................................9
Como Usar este Manual...................................................................................................................................... 11
Símbolos-chave .................................................................................................................................................... 14
Monitoria do Processo de Mobilização Comunitária............................................................................... 15
1º Passo: Explore as causas da vulnerabilidade das raparigas ao HIV/SIDA com o Grupo Focal........43
2º Passo: Planifique e realize o evento para lançamento do processo.............................................. 44
3º Passo: Explore as causas da vulnerabilidade
das raparigas ao HIV com a comunidade alargada.................................................................................. 44
4º Passo: Analise a informação obtida e defina prioridades de acção............................................... 46
5º Passo: Partilhe os resultados com a comunidade
e estabeleça consensos na definição de prioridades ............................................................................. 46
6ª ETAPA: AVALIAÇÃO CONJUNTA: Avaliar esforços colectivos para a protecção das raparigas
ao HIV.............................................................................................................................................................................. 77
As contribuições técnicas foram dadas por Patricia Poppe, Ma-Umba Mabiala, Jane Brown, Carol
Underwood, Jessica Fehringer, Tinaye Mmusi, Maipelo Madibela, Assana Magombo, Dorothy
Nyasulu, Enni Panizzo e pelos membros do Grupo de Trabalho Técnico sobre Género da PEPFAR e
das equipas da PEPFAR Botsuana, Malawi e Moçambique.
A fotografia da capa foi feita por Jane Brown, e cedida por cortesia da Photoshare.
Por seu turno, o projecto Avante Raparigas! é implementado pelo Centro de Programas de
Comunicação (CCP) da Escola Bloomberg de Saúde Pública da Universidade Johns Hopkins
e tem como objectivo reforçar os programas relativos ao género em todo o mundo através de
desenvolvimento e expansão de novas abordagens e das já existentes com vista à redução do risco
de infecção pelo HIV das raparigas adolescentes. Como forma de partilhar os resultados destas
iniciativas de forma global, está disponível, para além deste Manual, um conjunto de materiais-
chave, incluindo ferramentas inovadoras para a avaliação da vulnerabilidade da rapariga, bem
como um conjunto completo de materiais de programas, e materiais vários para auxiliar os
decisores políticos e dinamizadores de programas na promoção de raparigas e comunidades
fortes em todo o mundo. Para aceder ao conjunto total de recursos “Avante Raparigas!” visitar
http://www.k4health.org, http://www.aidstar-one.com ou contactar a Agência Norte-americana
para o Desenvolvimento Internacional no seguinte endereço: GHCommunicationsTeam@usaid.gov
Muitos programas de prevenção do HIV não abordam estes e outros factores que tornam a
rapariga mais vulnerável ao HIV/SIDA e não envidam tantos esforços para envolver as raparigas.
Avante Raparigas! todavia, espera mudar esta atitude, dando mais ênfase às necessidades das
raparigas adolescentes.
• Avante Estudantes! Habilidades para a Vida ao Nível da Escola para Raparigas e Rapazes:
Manual do Professor. Este manual ajuda professores a ensinar aos alunos uma gama de
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Ao longo deste processo você ajudará a comunidade a identificar as suas forças e a trabalhar
em conjunto com os seus membros, planificando e implementando as actividades que possam
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Os provérbios locais podem ser usados como instrumentos úteis para expressar a
importância do trabalho colectivo, como por exemplo:
“Mutu Umodzi susenza denga” (“Uma mão não pode erguer o tecto”)
Malawi
“Kgetsi ya tsie e kgonwa ka go tshwaraganelwa” (“A união faz a força”)
Botswana
“Moono m’moza khulipale! “ (“Uma mão não tem força”)
Moçambique
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Dica Útil
Ferramenta Útil
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Instruções para Mobilizadores: Preencha este formulário em cada reunião ou evento realizado como
parte do Processo de Mobilização Comunitária. Deve incluir reuniões com líderes reuniões alargadas e
reuniões com Grupos Focais. Inclui, de igual modo, eventos organizados pela comunidade tais como:
comícios ou dramatizações.
Localidade: ______________________________________________________
Eu, o Mobilizador
Líderes Comunitários
O Grupo Focal
Outro (especificar):
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Assunto
Decisão Tomada
Próximas Etapas/
actividades planificadas
Problemas Encontrados
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1ª ETAPA:
Preparar-se: Fortalecer as capacidades e as qualidades do
Mobilizador
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• As raparigas têm menos oportunidades para frequentar a escola ou para prosseguirem os seus
estudos;
• As raparigas têm menos acesso a informação acerca do HIV/SIDA;
• As raparigas têm menos oportunidades económicas do que os rapazes, o que pode levá-las a
prostituirem-se;
• O papel tradicional para a rapariga impede-a de serem mais assertivas;
• As raparigas casam-se e iniciam a sua actividade sexual mais cedo do que os rapazes;
• As raparigas têm maior probabilidade de serem vítimas de violência sexual do que os
rapazes;
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Talvez você já saiba um pouco ou mesmo muito acerca das comunidades nas quais você vai
trabalhar. Mas você pode ainda não ter tido a oportunidade de trabalhar especificamente os temas
relacionados com a vulnerabilidade das raparigas ao HIV. Nesse caso, é importante definir alguns
assuntos-chave ligados às comunidades onde vai trabalhar que podem ser importantes para as
actividades de mobilização das mesmas.
Um dos recursos que acompanha este manual é uma colecção de recursos visuais
ou Álbum Seriado sobre a Vulnerabilidade da Rapariga ao HIV/SIDA. Estes devem
ser usados para fortalecer o conhecimento sobre vários aspectos ligados à
vulnerabilidade da rapariga. Podem, de igual modo, serem usados para estimular
conversas com os membros comunitários durante o processo de mobilização
comunitária. Por exemplo, durante a análise das causas da vulnerabilidade da
rapariga na Etapa 3, os Recursos podem ser usados para levantar mais questões e
não para reflectir com mais profundidade no assunto. De igual modo, podem ser
usados durante o processo de monitoria e avaliação como lembretes do assunto
debatido pela comunidade.
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Ainda que haja uma vasta gama de questões relacionadas com a vulnerabilidade da
rapariga, as comunidades não precisam de interiorizar tudo de uma só vez. O que é
importante ter em mente é que a comunidade pode ter um impacto positivo, agindo
em qualquer das áreas, ou focando um assunto de cada vez.
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• Um grupo de pessoas que partilha determinados recursos (por exemplo, o mesmo poço ou
mercado);
• Um grupo de pessoas que comungam a mesma religião;
• Uma família;
• Uma aldeia;
• Um grupo de aldeias; e
• Uma nação
Uma comunidade é simplesmente um grupo de pessoas que partilha algo em comum. Contudo,
embora tenham interesses comuns ou necessidades, é importante relembrar que sempre haverá
diferenças dentro de uma mesma comunidade.
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Assunto Visto
Você tem uma boa percepção sobre os assuntos fundamentais relacionados com
a vulnerabilidade das raparigas ao HIV/SIDA?
Se tiver alcançado estes requisitos, está na hora de passar para a Etapa 2: Organizar para Acção
Comunitária: Aprender a trabalhar em conjunto, criar relações e incentivar a participação.
Se tiver ainda perguntas ou preocupações sobre quaisquer destas áreas, não se esqueça de expor
isto ao seu supervisor. Os Mobilizadores de outras comunidades também podem ajudá-lo; lembre-
se de entrar em contacto com eles.
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• Convoque uma reunião formal e informal com os líderes da comunidade para uma altura
conveniente. Assegure-se que se vai reunir com uma variedade de líderes, tais como, os
grupos étnicos, de género, de uma certa idade ou religião. Você pode reunir-se com eles
individualmente ou em pequenos grupos dependendo de com quem você vai se reunir.
Por exemplo, talvez não seja conveniente misturar os líderes formais com os líderes não
formais.
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• Tente identificar os nomes que são repetidos pelos diferentes líderes – eles podem ser bons
representantes da comunidade lembre-se de que as pessoas geralmente decidem participar
na reunião segundo o sentimento de pertença ao grupo ou pelo que a reunião aparenta ser.
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• Trabalhe com esses líderes comunitários para planear a primeira reunião da comunidade.
Isto irá envolver vários aspectos logísticos tais como quando e onde decorrerá a reunião e a
decisão sobre a agenda da reunião. Use as ferramentas 1, “lista de verificação da planificação
da primeira reunião da comunidade” para o auxiliar.
• Sugerir aos líderes comunitários que se prepararem para a participação usando as redes locais
tais como, os grupos de mulheres, as igrejas e as mesquitas, para difundir a informação sobre
os resultados esperados da reunião. Por outro lado, você deve colocar convocatórias, por
exemplo nos mercados, por outros meios. Faça circular a notícia cerca de uma semana antes –
não com demasiada antecedência a ponto de as pessoas se esquecerem nem muito próximo
a ponto de as pessoas não poderem participar nas reuniões.
• Use anúncios públicos para recordar as datas dos encontros, pouco antes da sua realização.
Algumas pessoas podem querer participar, mas terem de enfrentarem dificuldades ou condições
adversas para tal. Por exemplo, pode ser que tradicionalmente as mulheres e os jovens não sejam
envolvidos; as pessoas podem estar ocupadas com trabalhos e compromissos familiares; algumas
podem não pensar que a reunião lhes diz respeito; outras podem ser tímidas ou ter vergonha de
falar em público ou podem não confiar na utilidade das suas contribuições. Para superar estas
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• Use a agenda desenvolvida nas etapas anteriores para os assuntos a tratar na reunião. A reunião
não deverá ser muito formal – permita que todos façam perguntas sem apressá-los; caso estes
não se sintam prontos para responder, avance para o tópico seguinte.
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Lembre-se de que tudo o que disser e fizer na primeira reunião é crucial. Se as pessoas
não estiverem interessadas ou convencidas a agir sobre a vulnerabilidade das
raparigas, é pouco provável que participem nos futuros eventos.
Algumas questões que deve ter em mente incluem:
A Equipa de Avaliação é o grupo cujo objectivo é o de realizar a avaliação das actividades no final
do processo. Ao seleccionar os Membros da Equipa de Avaliação logo no início do processo, estes
tornam-se observadores cuidadosos do processo no decorrer do mesmo e podem assim avaliá-lo
efectivamente no final.
• Líderes comunitários;
• Membros das organizações ou dos grupos comunitários;
• Raparigas e rapazes adolescentes;
• Homens e mulheres; e
• Membros comunitários com experiência e interesse na avaliação, tais como os
funcionários da saúde.
• Logo que tiver formado o Grupo de Avaliação, é boa ideia chegar a um consenso sobre as
regras básicas dos membros da equipa, tais como a pontualidade nas reuniões, participação
de todos nas discussões, etc.
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Incentivos
O uso de incentives monetário para que as pessoas possam aderir pode causar
problemas. Por exemplo, se os incentivos deixarem de existir no futuro, é provável
que a participação também pare. Recorde às pessoas que existem vários incentivos
não monetários tais como, a criação de uma comunidade segura para as suas filhas e
a protecção das mesmas do HIV/SIDA. É preferível trabalhar com um pequeno grupo
envolvido e interessado em tratar da questão da vulnerabilidade das raparigas ao HIV/
SIDA e em melhorar a saúde da sua comunidade do que com um grupo interessado
apenas nos incentivos monetários.
• Se houver muito poucos voluntários que queiram aderir ao Grupo Focal na reunião da
comunidade, veja se há outras pessoas que poderão estar eventualmente interessadas. Por
exemplo, você poderia pedir aos que se voluntariaram para incentivarem outros a juntarem-se
a eles. Ou então pedir aos líderes comunitários para indicarem alguns potenciais candidatos.
Ao formar os grupos, certifique-se de que os diferentes grupos da comunidade estão ali
representados de forma a que o projecto seja reflexo da comunidade. Por exemplo, os jovens
e os adultos estão lá representados? E os homens e mulheres? E todas as diferentes religiões
e etnias?
• O Grupo Focal não deve ser demasiado grande a ponto de dificultar a realização das actividades.
Se você tiver muitas pessoas interessadas em se juntar ao grupo, trabalhe com eles para decidir
o modo como a selecção das pessoas que vão formar a liderança do Grupo Focal vai ser feita.
A liderança do grupo terá a responsabilidade de se reunir regularmente e de conduzir o resto
do grupo.
• No primeiro encontro com o Grupo Focal, é importante escrever os seus papéis chaves, tal
como foi descrito nas etapas anteriores. Eles não vão ‘dirigir’ a comunidade. Pelo contrário,
eles vão ajudar a comunidade a trabalhar em conjunto. Você deve explicar o Ciclo de Acção da
Comunidade que eles vão usar para trabalhar com a comunidade.
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Capacitação
Os Mobilizadores podem dar uma assistência valiosa ao Grupo Focal, através do desenvolvimento
das suas habilidades, em áreas que vão ajudá-los a treinar a comunidade. Algumas das habilidades
importantes são:
Ao introduzir uma nova questão, use uma abordagem participativa e interactiva. A dramatização
é uma boa forma de transmitir habilidades práticas. Por exemplo, poderiam ser desencadeadas as
seguintes actividades:
Praticar o falar em público sobre o HIV/SIDA: Peça cada membro do GF para se levantar em
frente da reunião ou sentar-se em pequenos grupos de discussão e explicar um dos aspectos
da vulnerabilidade das raparigas como se estivessem a falar para um grupo dos membros da
comunidade. Faça o exercício dirigindo-o para públicos diferentes, por exemplo, peça-lhes para
explicarem o assunto do álcool aos jovens, às mulheres e aos homens. Desta forma, eles podem
praticar a forma de ajustar a sua linguagem e a mensagem que transmitem aos seus ouvintes.
Encoraje os participantes a partilharem o que mais gostaram na explicação de cada questão e dar
sugestões para o melhoramento de cada um.
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Fez todos os esforços para obter uma máxima participação, especialmente das
mulheres e jovens, na primeira reunião da comunidade?
Você trabalhou com o Grupo Focal para aprender a lidar com diferentes
opiniões e compromissos?
Se você alcançou tudo isto, está na hora de passear para a Etapa 3: PROMOVER DIÁLOGO
COMUNITÁRIO: Explorar a vulnerabilidade das raparigas ao HIV/SIDA.
Se ainda tiver questões ou dúvidas sobre qualquer um destas áreas, lembre-se de as apresentar
ao seu supervisor. Os Mobilizadores das outras comunidades também podem ajudar, portanto
lembre-se de se manter em contacto com eles.
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Participantes
Quem foi convidado e quantos participantes pensa que irão assistir? Que métodos você vai usar
para marcar os encontros e encorajar a participação?
Quando?
O tempo, a data e a duração da reunião devem ser convenientes para todos os membros da
comunidade. Faça um aviso prévio aos membros da comunidade antes da reunião para que eles
se possam preparar para participar. Tente ajustar a agenda para uma hora e meia. Se as pessoas
quiserem ficar mais tempo é porque elas estão entusiasmadas o que é bom sinal mas não deixe
que a reunião seja tão longa que as pessoas fiquem aborrecidas.
Onde?
Em alguns casos, há possibilidade de escolha de alguns espaços dentro da comunidade. Quando
existir essa possibilidade de escolha, a equipa deverá considerar o tamanho do espaço, o tempo
ou outras condições que possam afectar a conveniência de um determinado espaço, etc.
Agenda
O objectivo da reunião visa consciencializar os membros da comunidade sobre a necessidade
de proteger a rapariga do HIV/SIDA e despertar o interesse da comunidade em participar em
acções com vista a reduzi-la. Outro objectivo da reunião é o de identificar voluntários que estejam
dispostos a formar o Grupo Focal. Use estes objectivos para iniciar a agenda e decida quais os
tópicos a serem abordados e em que ordem. Calcule também de forma rigorosa o tempo que cada
tópico irá tomar.
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Pode ser útil convidar os membros influentes e respeitados da comunidade para falarem durante a
reunião. Por exemplo, os enfermeiros ou os representantes da organização local podiam fazer uma
avaliação do HIV/SIDA. Tenha a certeza de que todos os oradores estão atentos aos constrangimentos
ligados ao tempo da reunião e à necessidade de serem simples e concisos.
Participação em actividades
Como a participação será encorajada e apoiada? Que actividades vão ser usadas na reunião? Por
exemplo, pequenos grupos de discussão, canções, jogos, e outras actividades de dramatização.
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Objectivo: este exercício ajuda, tanto o grupo focal como a equipa de avaliação, a
definir um plano de trabalho conjunto. Você pode usar este modelo para facilitar a
discussão com os membros do grupo.
Registo de actividades
O registo das actividades pode ser feito por escrito mas também se podem usar outras
formas, tais como gravações ou desenhos. Alguns grupos podem não querer registar
as reuniões, particularmente se não confiarem na forma como as informações irão
ser usadas. Porém, se você explicar as vantagens de ter as reuniões documentadas, é
provável que os participantes concordem em tomar as suas próprias decisões sobre
como serão mantidos os registos e de como serão usados.
8. O Grupo focal quer ter um nome? Às vezes algo tão simples como um nome por ajudar um
grupo novo a desenvolver um sentido de identidade e de responsabilidades partilhadas.
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Objectivo: Esta ferramenta fornece os cinco passos principais a dar para lidar com
o conflito de forma satisfatória. Este conflito pode surgir no meio do GF ou entre os
GF e as pessoas ou grupos da comunidade alargada. Por exemplo, alguns membros
do GF podem querer trabalhar com a esquadra focalizando-se no estupro, enquanto
outros membros não sentem que esta seja a melhor estratégia ou ainda não a aceitem.
Outra situação possível é que os membros da comunidade tentem fechar os bares que
servem álcool a menores e, neste caso, podem enfrentar a resistência dos donos dos
bares ou dos outros membros da comunidade. Nesta perspectiva, o GF pode pensar
em soluções ‘’ win/win’’ .
Existe cinco etapas principais para lidar com o conflito com sucesso, nas escolas locais por
exemplo: Usemos o assunto de fortalecer a ligação escola-comunidade (LEC) como um exemplo
para vermos como podemos caminhar passo a passo. Neste exemplo os administradores e os
professores mostraram resistência em trabalhar com LEC, tendo tido conflitos com a comunidade.
Como negociar com eles?
1. Entenda o conflito
• Quais são os nossos interesses? Um exemplo pode ser o de proteger as raparigas na escola
• Com que aspecto estamos realmente preocupados neste conflito? Por exemplo, criar um
ambiente seguro para as raparigas na escola.
• O que queremos nós? Por exemplo, uma LEC forte que tenha influência nos professores e
direcção da escola.
• O que precisamos nós? Por exemplo, precisamos do compromisso da direcção e dos professores
para trabalharem na LEC.
• Que tipo de acordo se poderia alcançar? Por exemplo, marcar duas reuniões em cada trimestre
entre professores e a LEC.
• Quais são os interesses das pessoas que mostram algum tipo de oposição? Por exemplo, um
interesse pode ser o de manter a sua autoridade.
• O que é que eles querem? Por exemplo, enfraquecer a LEC.
• O que eles precisam? Por exemplo, ter a certeza de que eles ainda mantêm a sua autoridade.
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5. Explore alternativas
Há vezes em que, apesar do trabalho árduo, não é possível encontrar uma solução aceitável. Pense
nas seguintes perguntas antes e depois das negociações:
• Que ponto você quer trazer para as negociações? Por exemplo, se a escola concorda em ter as
reuniões mas sem discutir sobre os assuntos chaves que são importante para a comunidade
como as relações sexuais entre os professore e alunas.
• Quais são as suas alternativas se você não puder chegar a um acordo com o seu oponente?
• Quais são os prós e os contra de cada alternativo?
• Que opções são realísticas e práticas?
• Que alternativas podia ter a sua oposição?
• O que você poderia fazer para melhorar a sua alternativo face à alternativo dos outros?
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• O Grupo Focal precisa de informação correcta sobre a vulnerabilidade das raparigas ao HIV/
SIDA. Mesmo que alguns dos membros possam ter conhecimento do assunto, é importante
para eles explorar e discuti-lo com maior profundidade.
• Uma boa forma de fazer isto, é usar as três análises constantes da árvore do problema. Veja a
ferramenta 4 para as directrizes de como o fazer.
• Depois de fazer a árvore do problema, é importante pedir ao Grupo Focal para reflectir sobre
algumas questões antes de sair para explorar o assunto com a comunidade alargada. Estas
podem ser, por exemplo:
• O número de sessões que é necessário para desencadear esta acção pode variar. O Grupo
Focal deve sentir-se à vontade para falar do assunto e perceber na medida do possível quais os
seus sentimentos actuais, as suas práticas e crenças em relação à vulnerabilidade das raparigas
ao HIV/SIDA. Contudo, eles não precisam de ser peritos em assuntos relacionados com o
HIV/SIDA ou em assuntos juvenis. Lembre-se que os papéis chaves do Grupo Focal são de:
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• Trabalhe com o Grupo Focal para preparar um evento comunitário de lançamento do processo
de formação. Este servirá para apresentar os outros membros componentes do programa do
Avante Raparigas!
• Fale com o pessoal do Avante Raparigas! para planear o evento. Por exemplo, quando, onde é
que vai decorrer, o que vai acontecer, como é que as pessoas serão convocadas para participar,
quem vai dirigir a reunião, que comidas e bebidas serão fornecidos, o que é que vai ser discutido,
etc.
Agora que o Grupo Focal já explorou e discutiu a vulnerabilidade das raparigas ao HIV/SIDA, é
necessário que eles planifiquem a discussão deste assunto com a comunidade alargada.
• Antes de iniciar a discussão com a comunidade alargada, é importante que o Grupo Focal
recolha informação e dados sobre as questões-chave relacionados com a vulnerabilidade das
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Introduza estes métodos no Grupo Focal e explique como é que os mesmos podem ser usados para
explorar o assunto. O Grupo Focal pode decidir se deve usar apenas um deles ou a combinação
de vários métodos. Eles podem igualmente ter ideias de como juntar e cruzar a informação, tais
como, contar uma história.
Discussão em grupo. Organize as pessoas que têm algo em comum em pequenos grupos para
discutir o assunto. A discussão em grupo propicia um ambiente de confiança para as pessoas se
expressarem, embora algumas possam ainda hesitar em dizer o que pensam em frente de outras
pessoas.
Trabalho em pequenos grupos numa sessão alargada. Durante a reunião do grupo alargado,
é possível discutir muitos assuntos, usando pequenos grupos. Divida os participantes em grupos
de 5-6 pessoas e atribua a cada grupo uma questão ou um tópico. Por exemplo, um dos grupos
pode falar sobre os cuidados sanitários, outro sobre a educação, etc. Dê tempo para cada grupo
discutir ate que ponto esse assunto afecta a vulnerabilidade das raparigas ao HIV/SIDA. No final,
peça a uma pessoa de cada grupo para apresentar o sumário das suas conclusões e peça ao grupo
alargado para colocar questões e partilhar as suas opiniões.
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Agora, que o Grupo Focal já obteve informação junto da comunidade sobre o que torna as
raparigas vulneráveis ao HIV/SIDA, é altura de se pensar nos resultados.
• Conheça as diferentes opiniões dos indivíduos e grupos – atenção para não misturar todas as
respostas porque isto pode fazê-lo perder as diferenças importantes que há entre os indivíduos
e grupos.
• Tente focalizar-se nos temas principais e não em pequenos detalhes. Depois dos participantes
dominarem os assuntos principais e de terem definido as prioridades, então pode tratar dos
detalhes que sejam relevantes.
• Para ajudar a decidir sobre as prioridades, use a Ferramenta 6, “definição de prioridades para
acção”. É melhor limitar as prioridades a dois ou três assuntos.
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Assunto Visto
Se você alcançou tudo isto, é tempo para avançar para a Etapa 4: DEFINIR CONSENSO E PLANIFICAR
EM CONJUNTO: desenvolver um plano conjunto para fortalecer as raparigas.
Se você ainda tiver questões e dúvidas em relação a estas áreas, não se esqueça de as partilhar
com o seu supervisor. Os Mobilizadores de outras comunidades também o podem ajudar, por isso
mantenha-se em contacto com eles.
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1. Desenhe uma árvore com folhas, ramos, tronco e raízes. (Nota: este exercício visa dar à sua
comunidade uma ideia de como reflectir com base nas causas reais dos problemas. Neste
exercício o desenho pode não se parecer muito com uma árvore, mas deve conter ideias e
conceitos. Um exemplo de uma árvore de problema é apresentado na próxima página).
2. Explique que o tronco da árvore representa o problema (vulnerabilidade das raparigas ao HIV/
SIDA). As raízes são as causas do problema e os ramos e as folhas são os efeitos. Assim como
na árvore, cada problema tem raízes muito profundas. Se tratarmos apenas dos efeitos, não
teremos qualquer impacto sobre o problema, mas se cortarmos a árvore pela raiz, podemos
eliminar as causas do problema.
3. Desta forma, vamos analisar as principais causas da vulnerabilidade das raparigas. Em primeiro
lugar, faça um círculo no meio de um pedaço largo de papel ou no quadro branco, ou qualquer
outro material disponível e escreva nele ‘’Raparigas que estão a ser infectadas pelo HIV/ SIDA’’.
4. Comece por perguntar ao grupo “quais são as causas mais comuns da infecção das raparigas
pelo HIV/SIDA?”
5. Para cada motivo dado, desenhe um círculo fora do círculo principal e escreva a respectiva
razão. Desenhe uma linha que liga cada motivo ao círculo principal. Dependendo do nível de
escolaridade do grupo, poderá ser mais útil desenhar figuras ao invés de escrever os motivos.
6. Assim que os participantes tiverem identificado as razões principais, pegue em cada razão e
pergunte ‘’ Quais são as principais causas? por exemplo, as escolas são lugares inseguros ou as
pesso.
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Vulnerabilidade das
raparigas ao
HIV/SIDA
Fazem sexo
Vão a bares e com homens Abandonaram Estas são causas
ficam bebadas em troca de a escola imediatas.
dinheiro
Vamos usar o exemplo do abandono da escola pelas raparigas para demonstrar até que ponto
este assunto pode ser explorado em profundidade.
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Não se sentem
seguras na
escola
Os professores
pedem sexo as A latrina é
garotas em solitaria
troca de notas
Lembre-se de que estes são apenas exemplos de possíveis causas. Os membros da comunidade irão
usar este processo para identificar as causas à medida que eles as forem observando na comunidade.
Você poderá achar importante discutir ‘’ os ramos’’ e as ‘’folhas’’- por exemplo, as consequências
do problema. Isto pode ajudar os membros da comunidades a compreender até que ponto a
vulnerabilidade das raparigas ao HIV pode levar a uma vasta gama de problemas, para além do
próprio HIV. Mas lembre-se de que a comunidade precisa de tratar das causas básicas e não dos
efeitos se eles pretenderem que haja um verdadeiro impacto sobre o problema.
1. Haverá pessoas (por exemplo homens e mulheres) que vêem as coisas de forma diferente?
2. Haverá resultados surpreendentes? Porque é que são surpreendentes?
3. Que conclusões podemos tirar a partir dos resultados?
4. Que resultados têm uma implicação mais importante nas actividades futuras? Porquê?
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Objectivo: Este exercício vai ajudá-lo a suscitar discussões de grupo, para explorar
o que as pessoas sabem, pensam e sentem sobre o assunto da vulnerabilidade da
rapariga ao HIV/SIDA.
Preparação
1. Trabalhe com o Grupo Focal para elaborar uma lista dos diferentes tipos de pessoas na
comunidade com quem se pode reunir. É importante agrupar as pessoas segundo as suas
afinidades de modo a que possam falar mais livremente. Por exemplo, um grupo de raparigas
jovens, outro de raparigas mais velhas, outro de homens adultos, outro de professores, etc.
2. Será que o Grupo Focal pretende orientar uma sessão com cada membro do grupo ou com
mais? O ideal é que cada grupo seja composto por cerca de 6 – 10 elementos.
3. Decidir sobre as questões sobre quais os Grupos de Discussão irão se debruçar. O ideal é ter
3 -5 questões principais. Isto irá permitir que os participantes tenham tempo suficiente para
discutir cada questão com profundidade. Por exemplo, você poderá começar por uma questão
genérica, tal como “ porque é que as raparigas correm risco de se infectarem com HIV/SIDA”,
ou usar uma questão mais específica tal como “ qual é a influência dos pais sobre o risco das
raparigas contraírem o HIV/SIDA?”
4. Encontre um espaço calmo na comunidade onde os grupos se possam reunir. Pode ser à
sombra de uma árvore ou numa sala de aulas depois do horário lectivo. Assegure a devida
permissão para usar o espaço escolhido.
5. Definir o tempo em que cada grupo irá se encontrar. Assegure-se que tal tempo é conveniente
para todos os membros da comunidade. Tenha atenção particular às ocupações do tempo das
mulheres devidas aos seus deveres familiares. Estime a duração de cada discussão. Deve haver
tempo suficiente para a discussão dos pormenores pelos grupos, porém a duração não deve
ser tão longa a ponto de criar aborrecimento nas pessoas (o tempo ideal é de uma hora).
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1. Um dos membros do Grupo Focal deverá moderar o grupo enquanto o outro faz o registo do
que estiver a ser discutido.
3. Em seguida, o facilitador deve informar aos participantes do Objectivo do grupo. Por exemplo,
“descobrir o que é que as pessoas nesta comunidade pensam e sentem em relação à
vulnerabilidade da rapariga ao HIV/SIDA”. Pedir aos participantes para guardarem sigilo sobre
qualquer assunto que for discutido no encontro.
4. Após as apresentações, use o Guião de perguntas elaboradas para o efeito para moderar a
discussão.
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Objectivo: Esta ferramenta pode ser usada pelo Grupo Focal para decidir quais causas
da vulnerabilidade das raparigas constituem prioridades para a acção.
1. Pergunte ao Grupo Focal “ quais foram as causas principais da vulnerabilidade da rapariga que
foram identificadas pela comunidade?”. Registe as respostas e coloque-as à mesa. Caso o nível
de escolaridade do grupo seja baixo, pode usar símbolos ou outros objectos para representar
as causas.
3. Peça os participantes para pensarem em cada causa e decidirem sobre o número de grãos de
feijão a colocar para cada. Peça-lhes para que no acto da tomada das suas decisões tomem em
consideração as seguintes questões:
• Quantas pessoas são afectadas por isto?
• Qual é o impacto deste assunto?
• O que é que está sendo feito para solucionar este assunto? Se sim, as medidas tomadas
estão a ser eficazes?
• Os membros da comunidade têm motivação para fazer algo face à situação
confrontada?
4. Peça aos participantes para USAR os seus grãos de feijão para pontuarem cada problema
numa escala de 1-5, onde 1 representa “não é importante” e 5 é “muito importante”.
5. Assim que todos tiverem terminado, marque o número dos grãos de feijão para cada
problema.
6. Discuta os resultados com o grupo, com referência às questões chaves a ter em conta. Obtenha
consenso relativo aos 3 assuntos mais relevantes para a tomada de acção, tomando em conta
os recursos disponíveis.
53
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Tendo o plano de Acção escrito, isto irá ajudar o Grupo Focal e a comunidade a levarem a cabo as
actividades e a poder ver se estão a cumprir devidamente aquilo que foi planificado.
• O Grupo Focal deve juntar um grupo maior de membros da comunidade, sem excluir as
mulheres e os jovens. Lembre-se que é importante que toda a gente seja ouvida.
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• Por exemplo, se o álcool for um assunto prioritário para a comunidade, o mapa poderá incluir
locais onde se situam os bares e as outras fontes de álcool, ou outros lugares onde os jovens
tomam álcool, ou ainda o posto da polícia ou o pessoal de segurança que deveria obrigar o
cumprimento de tais leis, e ainda os clubes juvenis onde os jovens se deviam ocupar, etc.
• Casas.
• Instituições (igrejas, mesquitas, escolas, centros de saúde).
• Polícia ou Segurança.
• Mercados e lojas.
• Bares.
• Clubes juvenis.
• Campos de jogos.
• Locais onde ficam os líderes comunitários ou outras pessoas influentes.
• Fontenárias.
• Canais de Comunicação, tais como, estações de rádio ou mensagens.
• Acrescente quaisquer outros recursos que a comunidade achar importante para constarem do
mapa, como estradas e meios opcionais de transporte.
• Em seguida, pense em qualquer membro ou recurso de fora da comunidade que poderia ser
útil para tratar o assunto. Marque-o fora dos limites do mapa.
• O Grupo focal deve copiar o mapa inteiro com todos os detalhes no pedaço de papel para
ficar sempre na posse deste.
56
Assim que o Grupo Focal tiver trabalhado com a comunidade na identificação das acções prioritárias
a serem desencadeadas em relação à vulnerabilidade das raparigas ao HIV/SIDA, é altura de pedir
à comunidade para dar ideias e soluções.
• É importante obter o maior número de ideias possível sobre como tratar cada causa. A
Ferramenta 7, “Encontrar soluções juntamente com “Margolis Wheel”, é um método eficaz para
a produção de ideias criativas.
• Assim que tiver uma lista de ideias e soluções, é altura de decidir sobre que soluções a
comunidade deve adoptar. O Grupo Focal pode usar a Ferramenta 8,“ Decidir sobre as soluções”,
para seleccionar os mais apropriados e eficazes para a comunidade pôr em prática.
57
• Uso de Ideias que terminam com os recursos visuais ou Álbum Seriado sobre a
vulnerabilidade da rapariga ao HIV/SIDA com vista a iniciar a discussão acerca das
soluções possíveis;
• Reflectir em torno de estratégias que tenham sido usadas no passado que
redundaram num sucesso. O que fez com que fossem um sucesso? Como é que se
pode aplicar estas estratégias para resolver este problema?
• Reflectir em torno do que é melhor feito por uma outra comunidade que conhece.
Que habilidades, sistemas e recursos contribuem para o sucesso da referida
comunidade?
Os aspectos-chave do plano de acção devem assegurar que toda a gente esteja de acordo sobre:
58
• Depois de listadas todas as actividades, volte atrás e preencha o resto do quadro, incluindo
quem será responsável pela execução de cada actividade, os recursos necessários para levar a
cabo as actividades e, numa linha separada, os indicadores do progresso.
59
60
As raparigas não Um código de Ter um encontro com a Margaret, etc. Ter encontro com a Número dos encontros
GoCommunities_PortugueseFINAL_Rev1.indd 61
estão seguras na conduta para todos os direcção dos professores direcção dos professores com a direcção dos
escola. professores. para elaborar um código na próxima semana. professores.
de conduta.
Decidir sobre um código Ter um código de A escola deve ter um
de conduta final. conduta até Janeiro de código de conduta no
Elevar a consciência dos 2010. lugar (sim/não).
professores, alunos, pais
em relação ao novo código % De professores/
Elaborar um processo de alunos/pais com
denúncia dos professores conhecimento do
que assediam os alunos código.
sexualmente.
Estabeleça associações
do tipo Pais - professores.
Os Bares servem Elevar o conhecimento Realizar uma reunião Grupo Focal. Local de Realizar a planificação Número de proprietários
álcool às comunitário em relação com os proprietários reunião, de reuniões em de bares que
raparigas jovens. às leis que restringem dos bares, membros participanteda Setembro de 2010. participaram na reunião.
o consumo de álcool a comunitários e convocatória da
determinadas idades. membros do governo reunião. Realizar a reunião em % de bares a não
Pressionar os para rever as restrições Outubro de 2010. servirem álcool a
proprietários dos actuais relativas ao raparigas jovens.
bares a respeitarem as consumo de álcool
leis que restringem o
consumo do álcool a
determinadas idades.
61
4/25/2011 4:15:45 PM
Passo 4: Apresente o Plano de Acção para a comunidade alargada
(faça uma revisão dos aspectos que achar necessários)
• Uma vez feito o Plano de Acção da Comunidade, o Grupo Focal deverá organizar uma reunião
com o resto da comunidade e com as organizações que já trabalharam na área.
• Fazer a comunidade sentir que pode agir em conjunto, e pensar no que fazer para melhorar
vários aspectos do seu funcionamento;
• Envolver outros grupos, organizações da comunidade, líderes comunitários, líderes
religiosos e provedores de saúde para apoiarem o Plano de Acção;
• Ver que recursos são necessário;
• Envolver as mulheres e os jovens;
• Encorajar os membros da comunidade que não foram envolvidos no plano, e propor-lhes
que também participem.
• Peça comentários e sugestões sobre o Plano de Acção à comunidade. Que dificuldades podem
surgir? Como podem ser superadas? Quem mais poderia ser envolvido?
62
Se você alcançou tudo isto, está na hora de se avançar para a Etapa 5: ASUMIR UMA ACÇÃO
CONJUNTA: Trabalhar em conjunto para fortalecer as comunidades.
Se você ainda tiver perguntas ou preocupações sobre quaisquer destas áreas, não se esqueça
de as expor ao seu supervisor. Os mobilizadores das outras comunidades podem igualmente ser
capazes de ajudar, assim, lembre-se de se manter em contacto com elas.
63
2. Um grupo de 4 ou 5 vai se sentar em círculo com as pessoas viradas para fora. Outro grupo
com igual número de participantes vai se sentar virado para dentro, ficando cada um dos
participantes atrás de outro membro do grupo, virado para dentro. O círculo interior vai servir
de ‘consultores’’ – pessoas que vão dar conselhos aos problemas; e o círculo de virado para fora
será composto por aqueles que ‘’procuram soluções’’, pessoas que estão a procura de solução
para os problemas.
3. Atribua uma das causas prioritárias da vulnerabilidade das raparigas identificadas para a acção a
cada procurador de soluções.
64
5. Assim que o tempo se esgotar, os que procuram por soluções levantam-se e aproximam-se da
direita da cadeira. Os consultores permanecem sentados. Os que procuram por soluções repetem
o processo com o consultor seguinte.
6. Continue com as consultorias até que cada procurador de soluções tenha consultado todos os
membros do círculo.
7. Peça os participantes para trocar de lugares e de papel de modo que os antigos consultores
sejam os que procuram por soluções e vice-versa. Repita o exercício.
2. Quem é que vai tentar alguma coisa que vocês nunca tinham pensado fazer antes da realização
deste exercício?
Encorajar as pessoas a lançarem uma chuva de ideias. Elas terão tempo para pensarem
nas que gostariam de pôr em acção na etapa seguinte.
65
Esta ferramenta é a mesma que foi usada para definir as causas prioritárias da
vulnerabilidade da rapariga e agora pode ser usada para definir soluções prioritárias.
Para cada causa prioritária da vulnerabilidade da rapariga que o Grupo Focal tiver decidido,
siga as seguintes etapas para decidir sobre que soluções eles irão pôr em prática.
1. Pergunte ao Grupo Focal “para a primeira área de prioridade, que soluções é que foram
identificadas pelas comunidades?”. Registe-as num papel e coloque-as na mesa. Se o nível
de literacia do grupo for baixo, pode usar símbolos ou outros objectos para representar as
causas.
3. Peça os participantes para pensarem em cada solução e decidirem quantos grãos de feijão
iriam colocar para cada. Peça-lhes para, na sua tomada de decisão, terem em conta as seguintes
questões:
• Nós podemos fazer isto? Dispomos dos recursos necessários, habilidades e tempo?
• Existirão possibilidades de atingir os resultados?
• Temos apoio dos líderes?
• A solução será facilmente percebida por todos?
• Quanto é que vai durar?
• Quantas pessoas esta solução vai afectar?
• Esta solução estará já a ser praticada? Se sim, tem-se revelado eficaz?
4. Peça os participantes para usarem o feijão para pontuarem cada solução numa escala de 1-5,
onde 1 é o menos exequível/eficaz e 5 o mais exequível e eficaz.
5. Assim que todos tiverem terminado, calcule o número dos graus de feijão para cada solução.
6. Discute os resultados com o grupo, com referência à exequibilidade e eficácia. Procure entrar
em acordo com todos sobre as soluções a pôr em acção, com o uso dos recursos disponíveis.
66
Cuidado com as soluções que podem gerar conflito, isto é em que na tentativa de
solucionar um problema se cria um impacto negativo. Por exemplo se o problema
for o assédio das raparigas ao venderem os bens no mercado à noite e a comunidade
decide mandar as mães parar de enviar as filhas a vender produtos isto pode originar
numa grande pobreza no seio da família. Logo é necessário identificar uma solução
alternativa tal como criar um ambiente seguro dentro do mercado para as raparigas
sob supervisão dos adultos.
67
As preparações já terminaram. Você trabalhou juntamente com o Grupo Focal e com os outros
membros da comunidade, facilitando a elaboração de um Plano de Acção detalhado para
mobilizar a comunidade para as questões da vulnerabilidade das raparigas ao HIV/AIDS.
Nesta etapa, pressupõe-se que o plano esteja a ser implementado pela comunidade tal como
planificado, e que esteja bem definido o seu papel para os apoiar nas suas actividades.
68
Se o Grupo Focal enfrentar conflitos difíceis, poderá ser útil usar a Ferramenta 7:
Encontrar soluções juntamente com Margolis Wheel. Ao invés de encontrar soluções
para os problemas prioritários da vulnerabilidade da rapariga, peça aos pesquisadores
para pensarem nos problemas que enfrentam no acto da implementação do seu
plano de acção, por exemplo,“ os membros da comunidade não estão a participar nos
nossos eventos”, e busque soluções potenciais.
Problema: um indivíduo ou grupo tenta impedir certas acções, normalmente porque estas
ameaçam os seus interesses individuais ou do seu grupo.
• Você envolveu este indivíduo ou grupo na Passo da planificação? Ele/ela/eles aceitaram o
plano?
• Você sabe por que motivos os participantes querem impedir a acção?
• Os participantes e o grupo podem trabalhar para juntos negociarem uma solução?
• Os participantes podem pensar em acções alternativas que poderiam se mais viáveis para o
grupo e também para os participantes?
69
Problema: A actividade proposta não parece ter efeito na redução da vulnerabilidade das
raparigas.
• Você deu tempo suficiente para que os efeitos observáveis possam ocorrer?
• Se sim, mas nenhuma mudança ocorreu, reveja a análise feita pela comunidade sobre as causas
e as potenciais soluções. As actividades realizadas estão realmente em concordância com as
causas? Se não, como é que elas podem ser revistas?
• Será que eles sentem que os seus esforços não são reconhecidos?
• Encoraje o Grupo Focal a dar alguns “prémios” àqueles que exercem maior esforço. Os
prémios podem ser simplesmente um agradecimento feito pelos Mobilizadores nas
reuniões públicas.
Problema: as comunidades querem se ocupar de actividades que não tem relação directa ou
indirecta com o Objectivo da redução da vulnerabilidade das raparigas ao HIV/ SIDA.
• Encoraje as comunidades a seguirem os seus planos para proteger as raparigas contra o
HIV/SIDA, mas encoraje-os também a descobrirem outros projectos para a comunidade
70
O GF já seleccionou alguns indicadores de sucesso para cada actividade como parte dos seus
esforços para fazer o Plano de Acção da Comunidade. Agora que as actividades estão a ser levadas
acabo, você pode ajudar o GF a monitorar os seus esforços e os progressos alcançados.
O que significa Monitoria? Monitoria implica verificar o que nós estamos a fazer, examinando se
estamos a cumprir os prazos e se estamos a fazer o que é correcto e foi por nós planificado. Nós
devemos continuamente perguntar-nos se “ Estamos a fazer o que está no Plano de Acção?” e a
monitoria também nos ajuda a identificar qualquer problema que surja e os ajustes que precisam
de se feitos para fazer face a estes problemas.
• O GF deve encontrar-se regularmente para assegurar que cada grupo responsável ou a pessoa
responsável está a honrar os seus compromissos. Se houver demoras ou problemas, o grupo
tem de decidir sobre as mudanças necessárias antes que seja demasiadamente tarde.
71
• As reuniões devem incluir uma revisão regular do plano de acção e documentação dos
progressos, dificuldades enfrentadas e decisões tomadas para superar essas dificuldades.
• Os assuntos que surjam da monitoria deverão ser tratados de modo a melhorar o Plano de
Acção da comunidade.
O diálogo contínuo com a comunidade inteira é importante para manter o apoio e o entusiasmo
pelo Plano de Acção da comunidade e pelas suas actividades.
• Estas actualizações também constituem momentos úteis para encorajar a que mais membros
da comunidade sejam envolvidos. Algumas pessoas mais tímidas podem inibir-se de se juntar
aos esforços colectivos no início mas depois de verem o progresso das actividades podem
ganhar interesse e tornarem-se mais activas. Encoraje este tipo de envolvimento, procurando
captar maior número possível de elementos comprometidos com o Plano de Acção; quanto
maior for o efeito destas acções, maior será a adesão da comunidade para alcançar os resultados
na redução da vulnerabilidade das raparigas ao HIV/SIDA!
72
Se você alcançou tudo isto, é altura de avançar para a Etapa 6: AVALIACAO CONJUNTA: avaliar os
esforços colectivos para proteger as raparigas ao HIV.
Se você ainda tiver perguntas ou preocupações sobre quaisquer destes aspectos, não se esqueça
de expor isto ao seu supervisor. Os mobilizadores comunitários de outras comunidades também
podem ajudá-lo. Assim, lembre-se de se manter em contacto com eles.
73
• A seguir, peça ao GF para avaliar a sua própria habilidade para levar a cabo a actividade. Eles
reúnem todas as habilidades necessárias? Por exemplo, eles conseguem falar livremente em
frente de outros grupos grandes? Eles sabem lidar com conflitos? Registe isto na terceira
coluna.
• Para cada uma destas áreas, Como é que o GF pode ser fortalecido? Podem ser usados recursos
existentes na comunidade ou o GF deve buscar ajuda de fora para esta actividade? Registe isto
na coluna seguinte.
74
Actividade proposta Conhecimentos e Auto-avaliação de Áreas a fortalecer Como é que os Quem pode
(extraída directamente Habilidades necessários habilidades necessárias conhecimentos e as ajudar a construir
do Plano de Acção da para levar a cabo a acção habilidades serão conhecimentos
Comunidade) fortalecidos? Que métodos e habilidades?
GoCommunities_PortugueseFINAL_Rev1.indd 75
serão usados? (quem pode (Mobilizadores, outras
fortalecer a capacidade organizações, etc.)
da comunidade, ou onde
buscar ajuda externa para
esta actividade?)
Trabalhar com a escola na Conhecimento de Pedro (um professor no Conhecimento de Capacidades de Mobilizadores, outros
elaboração de um código capacidades de GF) conhece o sistema capacidades de negociação na reunião professores.
de conduta. negociação de código de educacional. negociação de código do GF e falar com
conduta nacional de um nacional de conduta. Organização Nacional dos
sistema educacional. Professores (ONP) acerca
do código nacional de
conduta.
75
4/25/2011 4:15:47 PM
Ferramenta 10: Folha de trabalho da comunidade
1. Para cada causa da vulnerabilidade das raparigas, crie um quadro conforme o modelo abaixo.
2. Na primeira coluna escreva as actividades planeadas para fazer face a tal causa.
3. Na coluna seguinte, escreva quantas actividades foram planificadas.
4. Numa base regular, actualize esta lista de verificação com o número de actividade que estão
sendo levadas a cabo.
5. Os GF podem usar esta lista de verificação para discutir se eles estão a realizar as actividades
propostas de acordo com os prazos e se estão a cumprir aquilo que foi planeado. Se as
actividades estiverem atrasadas, esta lista de verificação ajuda ao GF a lembrar-se de redobrar
os seus esforços para completar as actividades ou voltar ao Plano de Acção se verificarem que
o Plano não foi realista.
Exemplo:
76
77
• O que aconteceu?
• Que actividades foram eficazes? Que actividades não foram eficazes?
• Quais foram os sucessos? Quais foram os insucessos?
• Até que ponto nós alcançámos as nossas metas?
• Qual foi o custo?
• O que é que deveria ter sido feito de forma diferente?
• O que ainda está por ser feito?
• Qual é a visão futura da comunidade?
• Quais foram ou são as capacidades da comunidade para entrar em acção?
• Quando a equipa de avaliação souber o que deseja aprender e alcançar, deverá decidir que
métodos usar. Alguns métodos úteis incluem:
78
• Para começar a análise, os membros de Equipa de Avaliação deve rever a informação recolhida.
Ver o quadro de análise apresentado abaixa. Isso ajudará a Equipa a organizar a informação de
várias fontes, relacionada com a mesma pergunta.
Análise
Resultados Actual
Resultados (porquê? O que
(o que foi Lição aprendida Recomendações
esperados contribuiu para
alcançado)
estes resultados)
• Se houver muita informação, a equipa pode decidir dividir-se em grupos menores para
responder a perguntas específicas e posteriormente partilhar a informação.
• A Equipa de Avaliação deve decidir então como vai partilhar a informação e alcançar os seus
objectives. A Equipa deve convocar uma reunião com os membros da comunidade? Executar
uma dramatização? Representar uma história por meio de desenhos?
• Tenha a certeza de que obteve sucesso! Reconheça os esforços feitos pelos membros da
comunidade, faça com que eles se sintam elogiados, assim será mais provável que eles possam
aderir a uma acção futura.
79
• Se a comunidade tiver avançado ao ponto de achar que esta tarefa foi executada
satisfatoriamente, e que é altura de assumir outro assunto para resolver, então é o momento
de recomeçar o ciclo de acção da comunidade.
Assunto Visto
Se você alcançou todas estas coisas, Parabéns! Você conseguiu guiar uma
comunidade com sucesso, mobilizando os seus membros em torno da
vulnerabilidade das raparigas ao HIV/SIDA.
80
O Manual inclui também instruções passo a passo para Facilitadores Comunitários ou Grupo
Focal que orientam as respectivas comunidades no processo de mobilização comunitária. O Guia
de Campo dos Facilitadores Comunitários ou Grupo Focal articula papéis específicos a serem
assumidos por facilitadores comunitários como parte do processo. Uma cópia deve ser dada a
cada facilitador comunitário no início do processo se as disposições financeiras o permitirem.
Cada etapa do CAC inclui uma série de etapas a serem seguidas para um determinado estágio.
Embora a ordem destas etapas seja baseado nas experiências de outros ambientes, o mobilizador
pode ajustar a sequência com vista a adptá-la a cada comunidade. No final de cada etapa, existe
uma lista de verificação que ajuda a avaliar se o mobilizador está preparado para passar à etapa
seguinte.
No final de cada etapa, são apresentadas ferramentas úteis sugeridas nas instruções passo a passo
acima referidas. Estas ferramentas podem ser adaptadas às necessidades de cada comunidade.
81
82
83
84
85
86
87
88
Discussão em grupo. Organize as pessoas que têm características comuns em pequenos grupos
para discutirem o assunto. A discussão em grupo fornece um ambiente confortável para as pessoas
se expressarem, embora algumas possam ainda hesitar em dizer o que pensam em frente de
outras pessoas.
Trabalho em pequeno grupo numa reunião alargada. Durante a reunião do grupo alargado, é
possível discutir muitos assuntos, usando pequenos grupos. Divida os participantes em grupos de
5-6 pessoas e atribua uma questão ou um tópico a cada grupo. Por exemplo, um dos grupos pode
falar sobre os cuidados sanitários, outro sobre a educação, etc. Dê tempo para cada grupo discutir
de que modo é que esse assunto afecta a vulnerabilidade das raparigas ao HIV/SIDA. No final, peça
a uma pessoa de cada grupo para fazer um resumo das suas conclusões e peça ao grupo alargado
para fazer perguntas e partilhar as suas opiniões.
89
• Tome conhecimento das diferentes opiniões que podem existir entre os indivíduos
e grupos – não deve juntar todas as respostas pois isto pode fazê-lo perder as
diferenças importantes existentes no seio da comunidade.
• Tente focalizar-se nos temas principais e não nos pequenos detalhes. Depois dos
participantes terem uma ideia clara sobre os assuntos principais e tiverem definido
as suas prioridades, podem então retomar os detalhes que sejam relevantes.
90
3. Desta forma, vamos analisar as principais causas da vulnerabilidade das raparigas e as suas
causas. Em primeiro lugar, faça um círculo no meio de um pedaço largo de papel ou no quadro
branco, ou qualquer outro material disponível e escreva nele ‘’Raparigas que estão a ser
infectadas pelo HIV/SIDA’’.
4. Comece por perguntar ao grupo “quais são as causas mais comuns da infecção das raparigas
pelo HIV/SIDA?”
5. Para cada motivo dado desenhe um círculo fora do círculo principal e escreva a respectiva
razão. Desenhe uma linha que liga cada motivo ao círculo principal. Dependendo do nível de
escolaridade do grupo, poderá ser mais útil desenhar figuras ao invés de escrever os motivos.
6. Assim que os participantes tiverem identificado as razões principais, pegue em cada razão e
pergunte ‘’ Quais são as principais causas? Por exemplo, as escolas são lugares inseguros ou as
pessoas não conhecem as regras da escola. Para cada resposta, desenhe um círculo e com uma
linha, faça uma correspondência entre a causa e a razão.
91
Vulnerabilidade das
raparigas ao
HIV/SIDA
Fazem sexo
Vão a bares e com homens Abandonaram Estas são causas
ficam bebadas em troca de a escola imediatas.
dinheiro
92
• Haverá pessoas (por exemplo homens e mulheres) que vêem as coisas de forma diferente?
• Haverá resultados surpreendentes? Porque é que são surpreendentes?
• Que conclusões podemos tirar a partir dos resultados?
• Que resultados têm uma implicação mais importante nas actividades futuras? Porquê?
Não se sentem
seguras na
escola
Os professores
pedem sexo as A latrina é
garotas em solitaria
troca de notas
93
Objectivo: Este exercício vai ajudá-lo a suscitar discussões com o grupo para explorar
o que as pessoas já sabem, pensam e sentem sobre o assunto da vulnerabilidade da
rapariga ao HIV/SIDA.
Preparação
1. Trabalhe com o Grupo Focal para elaborar uma lista dos diferentes tipos de pessoas na
comunidade com quem se pode reunir. É importante agrupar as pessoas segundo as suas
afinidades de modo a que possam falar mais livremente. Por exemplo, um grupo de raparigas
jovens, outro de raparigas mais velhas, outro de homens adultos, outro de professores, etc.
2. Decidir sobre as questões sobre quais os Grupos de Discussão irão reflectir. O ideal é ter de 3 a
5 questões principais.
3. Encontre um espaço calmo na comunidade onde os grupos se possam reunir. Pode ser à
sombra de uma árvore ou numa sala de aulas, fora do horário lectivo.
4. Convidar as pessoas a participarem nos grupos de discussão. Sempre que alguém aceite
participar, forneça-lhe as informações necessárias sobre a data, a hora e o local do encontro
com o grupo.
Durante a Discussão
1. Um dos membros do Grupo Focal deverá moderar o grupo enquanto o outro faz o registo do
que estiver a ser discutido.
2. O facilitador deverá pedir os participantes para se apresentarem.
3. Em seguida, o facilitador deve informar os participantes do Objectivo do grupo. Por exemplo,
“ descobrir o que é que as pessoas nesta comunidade pensam e sentem em relação à
vulnerabilidade da rapariga ao HIV/SIDA”. Pedir aos participantes para guardarem sigilo sobre
todo e qualquer assunto que for discutido no encontro.
4. Após as apresentações, use o Guião de perguntas elaboradas para o efeito para moderar a
discussão.
5. No final da discussão, agradeça a participação de todos.
94
Objectivo: Esta ferramenta pode ser usada pelo Grupo Focal para decidir sobre quais
as causas da vulnerabilidade das raparigas são prioritárias para intervenção.
4. Peça aos participantes para USAREM os seus grãos de feijão para pontuarem cada problema
numa escala de 1-5, onde 1 representa “não é importante” e 5 “é muito importante”.
5. Quando todos tiverem terminado, marque o número dos grãos de feijão para cada problema.
6. Discuta os resultados com o grupo, com referência às questões chaves a ter em conta. Obtenha
um consenso sobre os 3 assuntos mais relevantes para a realização da acção, usando os
recursos disponíveis.
7. Um dos membros do Grupo Focal deverá fazer o registo dos resultados.
95
• Uma vez desenhado o mapa, peça-lhes para marcarem nele os recursos de que comunidade
dispõe e que podem ser-lhes úteis: (1) podem ser as causas dos problemas específicos que eles
identificaram relacionados com a vulnerabilidade das raparigas. ou (2) ser algum recurso útil à
intervenção comunitária para reduzir a vulnerabilidade da rapariga.
96
• Casas.
• Instituições (igrejas, mesquitas, escolas, centros de saúde).
• Policia ou Segurança.
• Mercados e lojas.
• Bares.
• Clubes juvenis.
• Campos de jogos.
• Locais onde ficam os líderes comunitários ou outras pessoas influentes.
• Fontenárias.
• Canais de Comunicação, tais como, estações de rádio ou mensagens.
• O Grupo focal deve copiar o mapa inteiro com todos os detalhes no pedaço de papel para ficar
na posse deste.
97
Assim que o Grupo Focal tiver trabalhado com a comunidade na identificação das acções
prioritárias a serem desenvolvidas em relação à vulnerabilidade das raparigas ao HIV/SIDA, é
altura de pedir à comunidade para dar ideias de soluções.
• É importante obter o maior número de ideias possível sobre como tratar cada uma das causas.
A Ferramenta 7: Encontrar soluções juntamente com “Margolis Wheel”, é um método eficaz
para a produção de ideias criativas.
• Assim que tiver uma lista de ideias e soluções, é altura de decidir sobre que soluções a
comunidade deve adoptar. O Grupo Focal pode usar a Ferramenta 8,“ Decidir sobre as soluções”,
para seleccionar os mais apropriados e eficazes, para que a comunidade ponha em prática.
Os aspectos-chave do plano de acção devem assegurar que toda a gente esteja de acordo com:
• Se houver recursos, desenhar uma tabela no final desta fase (por exemplo um Plano de Acção
Comunitária) numa folha grande e listar na primeira coluna as áreas prioritárias de acção.
98
• Depois de listadas todas as actividades, volte atrás e preencha o resto do quadro, incluindo
quem será responsável pela consecução de cada actividade, os recursos necessários para levar
a cabo as actividades e, numa linha separada, os indicadores do progresso.
99
O que é que a
Actividades Recursos Quando vai iniciar e Monitoria e avaliação
Problema comunidade gostaria de Quem é responsável
específicas Necessários terminar
fazer
As raparigas não Um código de Ter encontro com a Margaret, etc. Ter encontro com a Número dos encontros
GoCommunities_PortugueseFINAL_Rev1.indd 100
estão seguras na conduta para todos os direcção dos professores direcção dos professores com a direcção dos
escola. professores. para elaborar um código na próxima semana. professores.
Decidir sobre um código
de conduta final. Ter um código de A escola deve ter um
Elevar a consciência conduta até Janeiro de código de conduta no
dos professores, alunos, 2010. lugar (sim/não).
pais em relação ao novo
código. % De professores/
Elaborar um processo de alunos/pais com
denúncia dos professores conhecimento do
que assediam os alunos código.
sexualmente.
Estabeleça associações
do tipo Pais - professores.
Os Bares servem Elevar o conhecimento Realizar uma reunião Grupo Focal. Local de Realizar a planificação Número de proprietários
álcool as raparigas comunitário em relação com os proprietários reunião, de reuniões em de bares que
jovens. as leis que restringem dos bares, membros participantes Setembro de 2010. participaram na reunião.
a idade ao consumo de comunitários e a
álcool. membros do governo convocatória Realizar a reunião em % de bares a não
Pressionar os proprietários para rever as restrições da reunião. Outubro de 2010. servirem álcool a
dos bares a respeitar as actuais relativas ao raparigas jovens.
leis que restringem idades consumo de álcool.
ao consumo do álcool.
4/25/2011 4:15:53 PM
Ferramenta útil para a 4ª Etapa
101
2. Um grupo de 4 ou 5 vai se sentar em círculo, virado para fora. Outro grupo com igual número
de participantes vai se sentar virado para dentro, cada participante atrás do outro membro do
grupo que está virado para dentro O círculo interior vai representar os ‘consultores’’ – pessoas
que vão dar conselhos aos problemas; e o círculo de virado para fora será composto por
aqueles que ‘’procuram soluções’’, pessoas que estão a procura de solução para os problemas.
3. Atribua umas das causas prioritárias da vulnerabilidade das raparigas identificadas para a acção a
cada “procurador de soluções”.
4. A pessoa que procura por solução tem 5 minutos para descrever o seu problema ao consultor
sentado do seu lado oposto. Por sua vez, o consultor tem também 5 minutos para responder
com um conselho. Todos os pares devem falar entre si ao mesmo tempo. Não deve apressar os
participantes, caso estes necessitem de mais 5 minutos; contudo tente não deixar cada par falar
durante 10 minutos, de modo a encorajar as pessoas a pensarem com rapidez e espontaneidade.
5. Assim que o tempo se tiver esgotado, os que procuram por soluções levantam-se e aproximam-
se da direita da cadeira. Os consultores permanecem sentados. Os que procuram por soluções
repetem o processo com o consultor seguinte.
102
7. Peça os participantes para trocarem de lugares e de papel de modo a que os antigos consultores
se tornem nos que procuram por soluções e vice-versa. Repita o exercício.
2. Quem é que vai tentar alguma coisa que vocês nunca tinham pensado em fazer antes de
fazerem este exercício?
Encoraje as pessoas a lançarem uma chuva de ideias. Eles terão tempo para pensarem
nas que gostariam de pôr em acção na etapa seguinte.
103
Para cada causa prioritária da vulnerabilidade da rapariga que o Grupo Focal tiver decidido,
siga as seguintes etapas para decidir sobre que soluções eles irão por em prática.
1. Pergunte ao Grupo Focal “ para a primeira área de prioridade, que soluções é que foram
identificadas pelas comunidades?” registe num papel e coloque na mesa. Se o nível de literacia
do grupo for baixo, pode usar símbolos ou outros objectos para representar as causas.
3. Peça os participantes para pensarem em cada solução e decidir quantos grãos de feijão iriam
colocar para cada. Peça-lhes para, na sua tomada de decisão, terem em conta as seguintes
questões:
• Nós podemos fazer isto? Dispomos dos recursos necessários, habilidades e tempo?
• Existirão possibilidades de atingir os resultados?
• Temos apoio dos líderes?
• A solução será facilmente percebida por todos?
• Quanto tempo é que vai durar?
• Quantas pessoas esta solução vai afectar?
• Esta solução estará já a ser praticada? Se sim, é eficaz?
4. Peça os participantes para usarem o feijão para pontuarem cada solução numa escala de 1-5,
onde 1 é “o menos exequível/eficaz” e 5 “o mais exequível e eficaz”.
5. Assim que todos tiverem terminado, calcule o número dos grãos de feijão para cada solução.
6. Discute os resultados com o grupo, com referência à exequibilidade e eficácia. Procure entrar
em acordo com todos sobre as soluções a por em acção, com o uso dos recursos disponíveis.
104
Nesta etapa, pressupõe-se que o plano esteja a ser implementado pela comunidade tal como
planificado, e que esteja claro o seu papel para os apoiar nas suas actividades.
• Se o Grupo Focal enfrenta conflitos difíceis, poderá ser útil usar a Ferramenta 7: Encontrar
soluções juntamente com “Margolis Wheel”. Ao invés de encontrar soluções para os problemas
principais ligados à vulnerabilidade da rapariga, peça aos pesquisadores para pensarem
nos problemas que enfrentam no momento da implementação do seu plano de acção, por
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O que significa Monitoria? Monitoria implica verificar o que estamos a fazer, examinando se
estamos a cumprir os prazos e se estamos a fazer o que é correcto e foi por nós planificado. Nós
devemos continuamente perguntar-nos se “ Estamos a fazer o que está no Plano de Acção?”. A
monitoria também nos ajuda a identificar quaisquer problemas que surjam e os ajustes que
precisam de se feitos para fazer face a estes problemas.
O diálogo contínuo com toda a comunidade é importante para manter o apoio e o entusiasmo
relativos ao Plano de Acção da comunidade e pelas suas actividades.
• Estas actualizações também constituem momentos úteis para encorajar a que mais membros
da comunidade sejam envolvidos.
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1. Para cada causa da vulnerabilidade das raparigas, crie um quadro conforme o modelo abaixo.
2. Na primeira coluna escreva as actividades planeadas para fazer face a tal causa.
4. Numa base regular, actualize esta lista de verificação com o número de actividade que estão
sendo levadas a cabo.
5. Os GF podem usar esta lista de verificação para discutir se eles estão a realizar as actividades
propostas, conforme os prazos e se estão a cumprir com o que foi planeado. Se as actividades
estiverem atrasadas, esta lista de verificação ajuda ao GF a lembrar-se de redobrar os seus
esforços para completar as actividades ou a voltar ao Plano de Acção se se verificar que o
Plano não foi realista.
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• Quando a equipa de avaliação souber o que deseja aprender e alcançar, deverá decidir que
métodos usar. Alguns métodos úteis incluem:
Para começar a análise, os membros de Equipa de Avaliação devem rever a informação recolhida.
Ver o quadro de análise como apresentado abaixa. Isso ajudará a Equipa a organizar a informação
relacionada com a mesma pergunta oriunda de várias fontes.
Resultados Análise
Resultados Actuais (porquê? O que Lição aprendida Recomendações
esperados (o que foi contribuiu para
alcançado) estes resultados)
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Quando a equipa tiver terminado a sua análise, é importante que a informação seja partilhada
com a comunidade para que cada um entenda e valide os resultados e a análise.
• Se a comunidade acredita que ainda há trabalho por ser feito, o GF pode usar os resultados da
avaliação para decidir se é preciso reorganizar ou rever o Plano de Acção.
• Se a comunidade tiver avançado, a ponto de achar que esta tarefa foi executada
satisfatoriamente, assumindo outro assunto para resolver, está na hora de recomeçar o ciclo
de acção da comunidade.
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