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Go Communities Portuguese

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A elaboração deste manual foi possível graças ao generoso apoio do povo Americano através
do Plano de Emergência do Presidente para o Alívio da SIDA (PEPFAR) e da Agência Norte-
americana para o Desenvolvimento Internacional (USAID) nos termos do artigo nº. GHH-I-00-07-
00032-00, USAID | Project SEARCH, Ordem de trabalho 01. O conteúdo do mesmo é da exclusiva
responsabilidade da “Avante Raparigas!” e não reflecte necessariamente os pontos de vista da
PEPFAR ou do Governo dos Estados Unidos da América.

Citação sugerida:
Centro de Programas de Comunicação (CCP) da Escola Bloomberg de Saúde Pública da
Universidade Johns Hopkins (2011). Avante Comunidades! Mobilização Comunitaria para a
Redução da Vulnerabilidade da Rapariga ao HIV/SIDA. Baltimore, Maryland. Developed under the
terms of USAID Contract No. GHH-1-00-07-00032-00, Project SEARCH, Task Order 01.

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Índice
Agradecimientos.............................................................................................................................................................7
Abreviaturas......................................................................................................................................................................8

Introdução.........................................................................................................................................................................9
Como Usar este Manual...................................................................................................................................... 11
Símbolos-chave .................................................................................................................................................... 14
Monitoria do Processo de Mobilização Comunitária............................................................................... 15

1ª ETAPA: PREPARAR-SE: Fortalecer e as capacidades na qualidade de mobilizador.............. 18

1ª Passo: Informação acerca da Abordagem do Avante Raparigas!.................................................... 19


2º Passo: Informação acerca da Vulnerabilidade da Rapariga ao HIV/SIDA .................................... 20
3º Passo: Informação acerca do processo de mobilização e do Ciclo de Acção Comunitário... 22

2ª ETAPA: ORGANIZAR-SE PARA A ACÇÃO COMUNITÁRIA: Aprender a trabalhar em conjunto,


criar relações e incentivar a participação...................................................................................................... 26

1º Passo: Identificar e reunir-se com líderes principais............................................................................ 27


2º Passo: Planificar a 1ª reunião comunitária.............................................................................................. 29
3º Passo: Realizar a 1ª reunião comunitária e formar o Grupo Focal.................................................. 30
4º Passo: Formar uma equipa de Avaliação ............................................................................................... 32
5º Passo: Reunir-se com o Grupo Focal e desenvolver as suas capacidades .................................. 33

Ferramentas úteis para a 2ª Etapa................................................................................................................... 36


Ferramenta 1: Lista de verificação da planificação da 1ª reunião........................................................ 37
Ferramenta 2: Determinar o Plano de Trabalho do Grupo Focal e da Equipa de Avaliação ...... 39
Ferramenta 3: Como Lidar com um conflito................................................................................................ 40

3ª ETAPA: PROMOVER O DIÁLOGO COMUNITÁRIO: Discutir aspectos ligados á vulnerabilidade


da rapariga face ao HIV/SIDA............................................................................................................................... 42

1º Passo: Explore as causas da vulnerabilidade das raparigas ao HIV/SIDA com o Grupo Focal........43
2º Passo: Planifique e realize o evento para lançamento do processo.............................................. 44
3º Passo: Explore as causas da vulnerabilidade
das raparigas ao HIV com a comunidade alargada.................................................................................. 44
4º Passo: Analise a informação obtida e defina prioridades de acção............................................... 46
5º Passo: Partilhe os resultados com a comunidade
e estabeleça consensos na definição de prioridades ............................................................................. 46

Ferramentas úteis para a 3ª Etapa................................................................................................................... 47


Ferramenta 4: Desenho da árvore do problema........................................................................................ 48
Ferramenta 5: Liderando o grupo de discussão......................................................................................... 51
Ferramenta 6: Definir prioridades de acção................................................................................................. 53

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4ª ETAPA: DEFINIR CONSENSO E PLANIFICAR EM CONJUNTO: Desenvolver um plano conjunto
para fortalecer as raparigas.................................................................................................................................. 54

1º Passo: Fazer o mapeamento dos recursos locais.................................................................................. 55


2º Passo: Encontre e seleccione as soluções para os problemas.......................................................... 57
3º Passo: Elabore um Plano de Acção da Comunidade........................................................................... 58
4º Passo: Apresente o Plano de Acção para à Comunidade alargada
(faça uma revisão dos aspectos que achar necessários) ....................................................................... 62

Ferramentas úteis para a 4ª Etapa................................................................................................................... 63


Ferramenta 7: Encontrar soluções juntamente com “Margolis Wheel”............................................. 64
Ferramenta 8: Decidir sobre as soluções...................................................................................................... 66

5ª ETAPA: ASSUMIR UMA ACÇÃO CONJUNTA: Trabalhar em conjunto para fortalecer as


comunidades................................................................................................................................................................ 68

1º Passo: Continue a desenvolver as habilidades do Grupo Focal....................................................... 69


2º Passo: Lidar com o conflito........................................................................................................................... 69
3º Passo: Acompanhe o progresso da comunidade................................................................................. 71
4º Passo: Informe a comunidade dos progressos na obtenção dos resultados............................. 72

Ferramentas úteis para a 5ª Etapa................................................................................................................... 73


Ferramenta 9: Ficha de Capacitação............................................................................................................... 74
Ferramenta 10: Folha de trabalho da comunidade................................................................................... 76

6ª ETAPA: AVALIAÇÃO CONJUNTA: Avaliar esforços colectivos para a protecção das raparigas
ao HIV.............................................................................................................................................................................. 77

1º Passo: Identifique o que a comunidade deseja aprender e alcançar............................................ 78


2º Passo: Conduza uma avaliação participativa......................................................................................... 78
3º Passo: Análise os resultados......................................................................................................................... 79
4º Passo: Partilhe as informações e histórias de sucesso com a comunidade ............................... 79
5º Passo: Preparar-se para reorganizar e actualizar o Plano de Acção da Comunidade.............. 80

Anexo 1: O Guia de Campo dos Facilitadores Comunitários ................................................................ 81

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Agradecimentos
Este Guia foi adaptado por Joanna Skinner, a partir do Manual “How to Mobilize Communities
for Health and Social Change” by L. Howard-Grabman and G. Snetro, Health Communication
Partnership, 2003.

As contribuições técnicas foram dadas por Patricia Poppe, Ma-Umba Mabiala, Jane Brown, Carol
Underwood, Jessica Fehringer, Tinaye Mmusi, Maipelo Madibela, Assana Magombo, Dorothy
Nyasulu, Enni Panizzo e pelos membros do Grupo de Trabalho Técnico sobre Género da PEPFAR e
das equipas da PEPFAR Botsuana, Malawi e Moçambique.

Gostaríamos de agradecer a várias organizações cujos materiais foram adaptados ou utilizados


neste guia, particularmente a:

• Health Communication Partnership Zambia. Simplified Guide to Participatory Planning and


Partnerships.
• ”The Community Tool Box” website, available at: http://ctb.ku.edu
• International HIV/AIDS Alliance (2006). All together now! Community mobilisation for VIH/AIDS.
Brighton, UK.
• International VIH/AIDS Alliance (2006). Tools together now! 100 participatory tools to mobilise
communities for VIH/AIDS. Brighton, UK.
• Figueroa, M.E., Kincaid, D.L., Rani, M., Lewis, G. (2002). Communication for Social Change: An
Integrated Model for Measuring the Process and Its Outcomes (The Communication for Social
Change Working Paper Series: No.1). New York, NY: The Rockefeller Foundation.

A fotografia da capa foi feita por Jane Brown, e cedida por cortesia da Photoshare.

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Abreviaturas
APP Associação de Pais, Encarregados de Educação e Professores
CAC Ciclo de Acção Comunitária
CCP Centro de Programas de Comunicação
GF Grupo Focal
GGI Iniciativa Avante Raparigas
HIV Vírus de Imunodeficiência Humana
LEL Ligação Escola-Comunidade
ONG Organização não-governamental
SIDA Síndrome de Imunodeficiência Adquirida

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Introdução

Bem-vindo à Avante Raparigas!


O presente Avante Comunidades! Manual de Mobilização Comunitária para a Redução da
Vulnerabilidade da Rapariga ao HIV/SIDA da visa fortalecer as competências dos facilitadores a
sensibilizar as comunidades acerca da vulnerabilidade da rapariga ao HIV/SIDA.

Introdução à Avante Raparigas!


O que é Avante Raparigas?

O Avante Comunidades! Manual de Mobilização Comunitária para a Redução da


Vulnerabilidade da Rapariga ao HIV/SIDA foi concebido no âmbito de Avante Raparigas!, com
o financiamento da Agência Norte-americana para o Desenvolvimento Internacional (USAID) no
âmbito do Plano de Emergência do Presidente para o Alívio da SIDA (PEPFAR), um projecto de
3 anos (2007-2010) que visa reduzir a prevalência do HIV no seio de raparigas adolescentes
vulneráveis, com idades compreendidas entre os 10 e os 17 anos, no Botswana, Malawi e
Moçambique.

Por seu turno, o projecto Avante Raparigas! é implementado pelo Centro de Programas de
Comunicação (CCP) da Escola Bloomberg de Saúde Pública da Universidade Johns Hopkins
e tem como objectivo reforçar os programas relativos ao género em todo o mundo através de
desenvolvimento e expansão de novas abordagens e das já existentes com vista à redução do risco
de infecção pelo HIV das raparigas adolescentes. Como forma de partilhar os resultados destas
iniciativas de forma global, está disponível, para além deste Manual, um conjunto de materiais-
chave, incluindo ferramentas inovadoras para a avaliação da vulnerabilidade da rapariga, bem
como um conjunto completo de materiais de programas, e materiais vários para auxiliar os
decisores políticos e dinamizadores de programas na promoção de raparigas e comunidades
fortes em todo o mundo. Para aceder ao conjunto total de recursos “Avante Raparigas!” visitar
http://www.k4health.org, http://www.aidstar-one.com ou contactar a Agência Norte-americana
para o Desenvolvimento Internacional no seguinte endereço: GHCommunicationsTeam@usaid.gov

Porquê promover raparigas mais fortes e comunidades mais fortes?


A meta da Avante Raparigas! é potenciar uma acção individual e colectiva positiva com
vista a promover vidas saudáveis. As raparigas e as suas comunidades relacionaram a
frase “raparigas fortes” com o poder que estas possuem de agir, com o serem capazes
de resistir aos insultos e aos abusos, perseguindo os próprios sonhos. Entenderam que
“Comunidades fortes” são as comunidades com o poder de trabalhar em conjunto.
As comunidades consideraram a expressão “raparigas fortes, comunidades fortes”
como um tema unificador e inspirador.

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Porque é que o foco está nas raparigas e não nos rapazes?
Tantos os rapazes como as raparigas, os homens e as mulheres são vulneráveis ao HIV/SIDA. Não
obstante, as evidências mostram que as raparigas e mulheres jovens são mais vulneráveis ao HIV.
Por exemplo:

• As raparigas têm menos oportunidades de acesso à educação ou de prosseguir os seus estudos;


• As raparigas têm menos acesso a informação relativa ao HIV/SIDA;
• As raparigas têm um menor acesso a oportunidades económicas relativamente aos rapazes, o
que pode levá-las a troca de sexo pelo dinheiro;
• Os papéis tradicionais podem de algum modo, desencorajar as raparigas de serem assertivas;
• Muitas raparigas casam-se e iniciam a vida sexual muito cedo, comparativamente aos rapazes; e,
• As raparigas têm mais possibilidades de serem vítimas de violência sexual do que rapazes.

Muitos programas de prevenção do HIV não abordam estes e outros factores que tornam a
rapariga mais vulnerável ao HIV/SIDA e não envidam tantos esforços para envolver as raparigas.
Avante Raparigas! todavia, espera mudar esta atitude, dando mais ênfase às necessidades das
raparigas adolescentes.

Conceito “vulnerabilidade da rapariga ao HIV”


Raparigas “vulneráveis” ao HIV são raparigas em grande risco de contrair o HIV, quando
comparadas com outras raparigas. As raparigas órfãos, raparigas que abandonam
escola muito cedo, raparigas socialmente marginalizadas e imigrantes e/ou aquelas
que vivem em condições precárias constituem o grupo das raparigas mais vulneráveis
ao HIV. Estes factores, conjugados com outros traços característicos tais como, o abaixo
conhecimento de si mesmas, a fraca auto-estima, o consumo de álcool, as influências
sociais e as relações com pais muitas das vezes contribuem significativamente para o
elevado risco da rapariga às infecções pelo HIV.

Como Usar os Recursos do Avante Raparigas!


Os Recursos do Avante Raparigas! Foram concebidos para apoiar programas de ajuda que
visam essencialmente reduzir a vulnerabilidade da rapariga ao VIH/SIDA através do seu apoio às
comunidades,estabelecimentos de ensino,aos pais e às raparigas jovens,recorrendo à sensibilização
participada, a acções comunitárias e a ferramentas de desenvolvimento de competências. Estas
ferramentas foram testadas numa fase piloto nos três países implementados, em particular Malawi,
Moçambique e Botswana e revistos e adaptados com base nas contribuições dos facilitadores e
participantes destes três países.

Avante Raparigas! compreende cinco (5) Manuais, nomeadamente:

• Avante Estudantes! Habilidades para a Vida ao Nível da Escola para Raparigas e Rapazes:
Manual do Professor. Este manual ajuda professores a ensinar aos alunos uma gama de

10

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competências para a vida que os ajudam, ao mesmo tempo, a prevenirem-se do HIV/SIDA.
• Avante Professores! Criar um Ambiente Seguro e Favorável para as Raparigas na Escola:
Manual de Capacitação para Professores e Funcionários das Escolas. Este manual ajuda
o pessoal escolar a compreender e a reforçar os seus papéis como pessoas protectoras das
raparigas vulneráveis às infecções pelo HIV.
• Avante Famílias! Desenvolvendo Competências nos adultos de forma a comunicarem
melhor com os Jovens: Manual de Formação. Este manual ajuda pais, educadores e outros
adultos interessados a comunicar-se melhor com pessoas jovens no seu dia-a-dia. O programa
visa essencialmente fortalecer as competências de comunicação dos adultos nas relações que
estabelecem com os jovens.
• Avante Comunidades! Manual de Mobilização Comunitária para a Redução da
Vulnerabilidade da Rapariga ao HIV/SIDA - Este manual ajuda a fortalecer as competências
dos Facilitadores de Mobilização Comunitária no que concerne a redução da vulnerabilidade
da Rapariga ao HIV/SIDA.
• Avante Raparigas! Habilidades para a Vida das Raparigas ao Nível Comunitário : Manual
de Treinamento – Este Manual foi concebido para reforçar as competências para a vida das
raparigas, na faixa etária entre os 13 e os 17 anos de idade, que não estão matriculadas nos
estabelecimentos de ensino ou que se encontram em situações vulneráveis.

Estes instrumentos incluem Manuais adicionais sobre como 1) Incrementar as Oportunidades


Económicas para as Raparigas Vulneráveis e suas Famílias; e 2) Melhorar o Apoio Comunitário
às Raparigas Vulneráveis através da Rádio.

O pacote de ferramentas do Avante Raparigas! foi concebido para combater os factores


múltiplos que tornam a rapariga vulnerável, de forma a que todos os seus componentes sejam
implementados como um pacote. No caso de não haver fundos para a implementação do pacote
completo de materiais, os componentes do programa podem também ser implementados
independentemente.

Ideias fundamentais deste Manual


O processo e as actividades sugeridas baseiam-se nas seguintes ideias fundamentais:

• Todo o indivíduo tem a capacidade de cuidar melhor da sua saúde;


• As comunidades sabem como resolver da melhor forma os seus problemas de saúde. As
melhores soluções são as que são encontradas localmente; uma comunidade forte não fica
sempre à espera da ajuda que venha de fora.
• A ajuda entre pessoas e famílias numa comunidade pode resolver melhor os problemas do
que os esforços de uma pessoa isolada.
• Uma participação integrando todos os membros da comunidade é muito importante; as
opiniões de todas as pessoas, homens e mulheres, jovens e pessoas mais velhas são igualmente
válidos.
• O HIV/SIDA afecta a todos, daí a necessidade de envolver toda a gente no processo de
prevenção.

Ao longo deste processo você ajudará a comunidade a identificar as suas forças e a trabalhar
em conjunto com os seus membros, planificando e implementando as actividades que possam

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reduzir a vulnerabilidade das raparigas ao HIV/SIDA, com sucesso.

Os provérbios locais podem ser usados como instrumentos úteis para expressar a
importância do trabalho colectivo, como por exemplo:

“Mutu Umodzi susenza denga” (“Uma mão não pode erguer o tecto”)
Malawi
“Kgetsi ya tsie e kgonwa ka go tshwaraganelwa” (“A união faz a força”)
Botswana
“Moono m’moza khulipale! “ (“Uma mão não tem força”)
Moçambique

Como Usar este Manual


O Manual foi concebido para os Mobilizadores com vista a apoiá-los no seu trabalho com as
comunidades em actividades que visem a redução da vulnerabilidade da rapariga ao HIV/SIDA.
Define-se como Mobilizador, neste Manual, a pessoa da organização que trabalha com facilitadores
comunitários que assumem o papel de liderança no processo de Mobilização. Este consiste em 6
etapas do Ciclo da Acção Comunitária (CAC). O CAC é um conjunto de etapas simples que os
membros comunitários podem seguir com vista a desenvolverem uma acção de forma organizada
e estratégica rumo à protecção das raparigas vulneráveis nas suas respectivas comunidades.

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Ciclo da Acção Comunitária para a Redução da Vulnerabilidade da Rapariga ao HIV/SIDA
O Manual é composto essencialmente por cinco (5) componentes fundamentais:

(1) Instruções passo-a-passo


Cada etapa do CAC inclui uma série de etapas a serem seguidas para se atingir um determinado
estágio. Embora a ordem destas etapas seja baseado nas experiências de outros locais, o
mobilizador pode ajustar a sequência com vista a adequá-lo melhor a cada comunidade. No final
de cada etapa, existe uma lista de verificação que ajuda a avaliar se o mobilizador está preparado
para passar à etapa seguinte.

(2) Ferramentas úteis para usar durante a mobilização


No final de cada etapa, são apresentadas ferramentas úteis sugeridas nas instruções passo a passo
acima referidas. Estas ferramentas podem ser copiadas e adaptadas às necessidades de cada
comunidade. Existe um total de 10 (dez) ferramentas no Manual.

(3) Monitoria do Processo de Mobilização


Os formulários de avaliação ajudarão os Mobilizadores a acompanhar os progressos do processo
de mobilização comunitária em conformidade com o prescrito abaixo.

(4) Guia de Campo de Facilitadores Comunitários (Anexo 1)


O Manual inclui também instruções passo-a-passo para os facilitadores comunitários que orientam
as respectivas comunidades no processo de mobilização comunitária. O Guia de Campo dos
Facilitadores Comunitários articula os papéis específicos a serem assumidos pelos facilitadores
comunitários que integram o processo. Deve ser fornecida uma cópia deste manual a cada
facilitador comunitário, no inicio do processo, caso as disposições financeiras assim o permitirem.

(5) O Álbum Seriado e Guião para Facilitadores


O Álbum seriado apresenta imagens e explicações sobre tópicos importantes acerca do HIV/
SIDA e da vulnerabilidade da rapariga, num formato de uso fácil. O Guião para Facilitadores
tem instruções passo-a-passo e orientações sobre a forma de usar o Album Seriado durante o
processo de mobilização para estimularem o diálogo comunitário, tendo em vista a redução da
vulnerabilidade da rapariga ao HIV/SIDA. O Álbum seriado esta disponivel de forma eletronica na
pacote de ferramentas no CD-ROM ou pacote de ferramentas no CD-ROM ou visite http://www.
k4health.org ou http://www. aidstar-one.com.

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Símbolos-chave
Neste Guia de Campo irá encontrar vários símbolos que o irão ajudar a explorar os diferentes
formulários de informação.

Dica Útil

Ferramenta Útil

Lembrete sobre como usar os recursos visuais ou Álbum Seriado

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Monitoria do Processo de Mobilização
Comunitária
O que é monitoria? Monitoria é o processo de verificação das actividades a serem desenvolvidas,
tendo em vista avaliar se as mesmas são estão a ser desencadeadas em conformidade com os
prazos e os planos estabelecidos. Ao longo deste processo devemos perguntar-nos a nós mesmos
“ Será que estamos a desenvolver as actividades planificadas?” Na verdade, este processo ajuda
a identificar quaisquer problemas que possam surgir ao longo do processo e as mudanças
necessárias a serem feitas para dar respostas a estes mesmos problemas.

Porquê monitorar? A monitoria do processo de mobilização comunitária ajuda a registar o que


foi feito e a avaliar se estamos no caminho certo.

Como monitorar? A parte mais significante do processo de monitoria é a honestidade no que


concerne ao registo de informação. Por exemplo, quando 5 pessoas participam numa reunião,
o formulário de monitoria deve reflectir a verdadeira participação na reunião, que é de 5. Com
a representação precisa e correcta do que terá acontecido podemos trabalhar juntos para
compreender aquilo que fizemos melhor e os erros cometidos e procurar soluções para quaisquer
dificuldades enfrentadas.

Qual é o objectivo dos instrumentos de Monitoria?


Os instrumentos de Monitoria visam essencialmente documentar a frequência, participação,
liderança e conteúdo das reuniões e eventos. Este formulário deve ser preenchido em cada reunião
ou evento realizado como parte do Processo de Mobilização Comunitária.

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Formulário 1: Ficha de Monitoria do Processo de Mobilização Comunitária

Instruções para Mobilizadores: Preencha este formulário em cada reunião ou evento realizado como
parte do Processo de Mobilização Comunitária. Deve incluir reuniões com líderes reuniões alargadas e
reuniões com Grupos Focais. Inclui, de igual modo, eventos organizados pela comunidade tais como:
comícios ou dramatizações.

Nome do Mobilizador: _____________________________________________

Localidade: ______________________________________________________

Data: _______________ Etapa do CAC: ________

Tipo de Evento: __________________________________________________

Hora do Início: ____________________ Hora do Encerramento: _________________


1) Conte o número aproximado de participantes no evento e registe abaixo

Mulheres Homens Raparigas Rapazes Total


18+ Anos 18+ Anos 10-17 10-17
Número de
Participantes

Organizador Marcar (χ)

Eu, o Mobilizador

Líderes Comunitários

O Grupo Focal

Outro (especificar):

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2) Quem organizou esta reunião?
3) Que etapas específicas do Ciclo da Acção Comunitária ou factores que contribuem para a
vulnerabilidade da rapariga foram discutidas nesta reunião?
Exemplos de questões: Acesso ao álcool, abandono escolar, abuso sexual, relações com adultos,

Assunto

Decisão Tomada

Próximas Etapas/
actividades planificadas

Problemas Encontrados

Problemas resolvidos? Como?

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conhecimento e atitudes sobre HIV/SIDA, comportamento sexual, práticas tradicionais e ritos de
iniciação, oportunidades económicas, etc.

1ª ETAPA:
Preparar-se: Fortalecer as capacidades e as qualidades do
Mobilizador

A 1a Etapa consiste em 3 Passos:


1. Informação acerca da abordagem do Avante Raparigas!
2. Informação acerca da vulnerabilidade da Rapariga ao HIV/SIDA; e
3. Informação acerca do processo de mobilização comunitária e do Ciclo de Acção a nível
comunitário.

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1ª Passo: Informação acerca da Abordagem do Avante Raparigas!

Qual é o enfoque do Avante Raparigas!?


O Avante Raparigas! tem como objectivo reduzir a vulnerabilidade da rapariga às infecções do
HIV. A pesquisa mostra que as raparigas são mais vulneráveis ao HIV do que rapazes, mulheres
e homens. Esta abordagem reconhece que a vulnerabilidade ao HIV ultrapassa a dimensão
individual. As raparigas têm uma maior probabilidade de contraírem o vírus do HIV como resultado
da fraca inserção social, baixa auto-estima, falta de informação, pobreza, fraca relação com os pais.
A abordagem do Avante Raparigas! reconhece que as raparigas são influenciadas por amigos,
familiares, comunidades e pelas políticas nacionais. Este abordagem responde às necessidades
das raparigas adolescentes entre os 10 e 17 anos de idade através de um trabalho conjunto com
a comunidade que compreende raparigas, rapazes, mulheres e homens.

Porquê é que o enfoque está nas raparigas e não nos rapazes?


Avante Raparigas! reconhece que tanto os rapazes como as raparigas, homens e mulheres são
vulneráveis ao HIV/SIDA. Contudo, as evidências mostram que as raparigas e as mulheres jovens
são as mais vulneráveis ao HIV por várias razões, por exemplo:

• As raparigas têm menos oportunidades para frequentar a escola ou para prosseguirem os seus
estudos;
• As raparigas têm menos acesso a informação acerca do HIV/SIDA;
• As raparigas têm menos oportunidades económicas do que os rapazes, o que pode levá-las a
prostituirem-se;
• O papel tradicional para a rapariga impede-a de serem mais assertivas;
• As raparigas casam-se e iniciam a sua actividade sexual mais cedo do que os rapazes;
• As raparigas têm maior probabilidade de serem vítimas de violência sexual do que os
rapazes;

Qual é o objectivo geral do Processo de Mobilização Comunitária do Avante


Raparigas!?
Avante Raparigas! tem como objectivo reunir os membros comunitários para assegurar que as
raparigas tenham uma vida feliz e saudável e sejam protegidas do HIV/SIDA até concluirem a sua
formação académica.

Quais são os principais objectivos do Avante Raparigas! no processo de


mobilização comunitária?
1. Aprofundar o conhecimento das raparigas sobre o risco de infecção pelo HIV/SIDA;
2. Elevar o compromisso dos membros comunitários para trabalharem em conjunto com vista à
protecção das raparigas; e
3. Apoiar os membros comunitários nos esforços feitos no sentido de proteger as raparigas do
HIV/SIDA.

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2º Passo: Informação acerca da Vulnerabilidade
da Rapariga ao HIV/SIDA
O que é preciso saber sobre a vulnerabilidade das raparigas ao HIV/SIDA?
Antes de trabalhar com as comunidades, os Mobilizadores devem certificar-se de que as mesmas
têm um bom conhecimento acerca dos assuntos fundamentais relacionados com a vulnerabilidade
das raparigas ao HIV/SIDA.

Talvez você já saiba um pouco ou mesmo muito acerca das comunidades nas quais você vai
trabalhar. Mas você pode ainda não ter tido a oportunidade de trabalhar especificamente os temas
relacionados com a vulnerabilidade das raparigas ao HIV. Nesse caso, é importante definir alguns
assuntos-chave ligados às comunidades onde vai trabalhar que podem ser importantes para as
actividades de mobilização das mesmas.

Um dos recursos que acompanha este manual é uma colecção de recursos visuais
ou Álbum Seriado sobre a Vulnerabilidade da Rapariga ao HIV/SIDA. Estes devem
ser usados para fortalecer o conhecimento sobre vários aspectos ligados à
vulnerabilidade da rapariga. Podem, de igual modo, serem usados para estimular
conversas com os membros comunitários durante o processo de mobilização
comunitária. Por exemplo, durante a análise das causas da vulnerabilidade da
rapariga na Etapa 3, os Recursos podem ser usados para levantar mais questões e
não para reflectir com mais profundidade no assunto. De igual modo, podem ser
usados durante o processo de monitoria e avaliação como lembretes do assunto
debatido pela comunidade.

Os referidos recursos abrangem uma gama de assuntos, incluindo:


• Um panorama das várias formas de transmissão do HIV, bem como as formas de prevenção;
• Um resumo das experiências relativas à vulnerabilidade da rapariga ao HIV/SIDA recolhidas a
partir das discussões com as comunidades locais, pelo programa Avante Raparigas!
• Questões-chave que afectam a vulnerabilidade da rapariga face ao HIV/SIDA. Alguns destes
factores apresentam riscos apenas para as raparigas, tais como a violência enquanto outros
podem, tal com as relações familiares, constituir um factor de risco ou pelo contrário diminuírem
a propensão para o contágio pelo vírus da SIDA;
• Papéis do género;
• Conhecimentos e atitudes sobre o HIV;
• Comportamento sexual;
• Álcool;
• Violência e o abuso sexual;
• Relacionamento com a família;
• Relacionamento com os amigos;

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• Educação;
• Cuidados de saúde;
• Pobreza e as oportunidades económicas,
• Ritos de iniciação;
• Ideias que podem ser usadas pelas comunidades para trabalhar em conjunto na abordagem
da vulnerabilidade da rapariga face ao HIV/SIDA.

Ainda que haja uma vasta gama de questões relacionadas com a vulnerabilidade da
rapariga, as comunidades não precisam de interiorizar tudo de uma só vez. O que é
importante ter em mente é que a comunidade pode ter um impacto positivo, agindo
em qualquer das áreas, ou focando um assunto de cada vez.

Como abordar a vulnerabilidade da rapariga ao HIV/SIDA


Ao discutir o projecto e a vulnerabilidade da rapariga ao HIV/SIDA com os membros comunitários,
é importante usar um tipo de linguagem simples e directa. Por exemplo, em vez de usar palavras
pragmáticas tais como “vulnerabilidade”,“indicadores” ou “avaliação” usar a linguagem mais directa
tais como “raparigas que são sexualmente abusadas”, “raparigas com risco de ser infectadas pelo
HIV”, “ver se estamos no bom caminho” e procurar saber como é que as coisas mudaram como
resultado das nossas acções”.

Como abordar algumas questões mais sensíveis


Os factores que tornam a rapariga mais vulnerável ao HIV/SIDA requerem uma abordagem que
envolve algumas questões difíceis, tais como as relações sexuais e o abuso sexual. Embora nunca
seja fácil falar sobre estes assuntos, há formas que podem tornar o diálogo mais fácil. As estratégias
de comunicação incluem:

• Aprofundar o conhecimento – quanto mais confiante estiver no domínio do conhecimento


relativos às questões tratadas, mais fácil será a sua abordagem na discussão.
• Sinta-se à-vontade consigo mesmo – ao mostrar o seu desconforto relativamente aos assuntos
abordados, pode tornar os assuntos ainda mais difíceis para os outros.
• Focalizar no assunto – o objectivo da discussão não é apenas falar sobre sexo. Consiste em falar
de questões importantes tais como as desistências escolares das raparigas devido a gravidez
ou o uso de álcool na comunidade.
• Usar eufemismos delicados – todas as línguas e culturas possuem palavras que são melhor
aceites do que palavras muito directas tais como “sexo” ou “vagina”.
• Criar um ambiente confortável – reunir as pessoas que tenham o mesmo perfil, por sexo ou
por idades, pois isto facilita a abordagem de questões sensíveis.
• Usar técnicas de comunicação como a dramatização ou os contos – orientando o foco da
conversa no drama ou na história, as pessoas têm menos probabilidades de se sentirem
ameaçadas e vão conseguir ser mais objectivas na sua análise.

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3º Passo: Informação acerca do processo de mobilização e do Ciclo
de Acção comunitários
O que é uma comunidade?
Uma comunidade é um conceito vago e pode descrever muitos grupos diferentes de pessoas. Por
exemplo, uma comunidade pode ser:

• Um grupo de pessoas que partilha determinados recursos (por exemplo, o mesmo poço ou
mercado);
• Um grupo de pessoas que comungam a mesma religião;
• Uma família;
• Uma aldeia;
• Um grupo de aldeias; e
• Uma nação

Uma comunidade é simplesmente um grupo de pessoas que partilha algo em comum. Contudo,
embora tenham interesses comuns ou necessidades, é importante relembrar que sempre haverá
diferenças dentro de uma mesma comunidade.

O que é mobilização Comunitária?


Mobilização comunitária é o processo cujo objectivo é o de reunir pessoas, com vista a partilhar
uma visão, promover o diálogo, fortalecer as capacidades e assumir e realizar acções colectivas no
sentido da resolução de problemas que afectam toda a comunidade. Esta mobilização faz com que
a pessoa se sinta como membro da comunidade, mesmo no caso de não estarem directamente
ligados aos assuntos.

O que é o Ciclo de Acção Comunitária?


O Ciclo de Acção Comunitária (CAC) consiste num conjunto de etapas que podem ser seguidas
pelos membros comunitários com vista a implementar uma determinada acção de protecção das
raparigas vulneráveis nas suas comunidades, de forma participativa e sistemática.

As Etapas fundamentais do Ciclo de Acção Comunitária são:

1ª ETAPA: PREPARAR-SE: Fortalecer as capacidades na qualidade de mobilizador da Avante


Raparigas!
Os Mobilizadores aprendem as formas de mobilizar as comunidades onde eles
trabalharão, para os assuntos fundamentais relativos à vulnerabilidade das raparigas ao
HIV/SIDA e compreendem a importância de envidar os maiores esforços para a protecção
da rapariga.

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2ª ETAPA: ORGANIZAR-SE PARA ACÇÃO COMUNITÁRIA: Aprender a trabalhar em
conjunto, criar relações e incentivar a participação
Nesta Etapa, os Mobilizadores estabelecem contacto directo com a comunidade;
primeiro através de reuniões com os líderes e representantes da comunidade, e depois
com todos os seus membros, que serão igualmente convidados para uma reunião
alargada. Nesta reunião, os interessados formam o “Grupo Focal”. Os mobilizadores
trabalharão no sentido de conduzir a comunidade no processo de protecção da rapariga
dos vários factores de vulnerabilidade. De igual modo nesta etapa será seleccionada
uma “Equipa de avaliação” que irá avaliar o programa de modo a observar de forma clara
o processo de mobilização comunitária.

3ª ETAPA: PROMOVER O DIÁLOGO COMUNITÁRIO: Explorar a vulnerabilidade das raparigas


ao HIV/SIDA
Os Mobilizadores irão explorar e discutir os assuntos referentes à vulnerabilidade das
raparigas à infecção pelo HIV/SIDA, primeiro com o Grupo Focal de cada comunidade e,
depois com a comunidade alargada de modo a identificarem as principais razões que
estão por detrás da vulnerabilidade da rapariga ao HIV.

4ª ETAPA: DEFINIR CONSENSO E PLANIFICAR EM CONJUNTO: Desenvolver um plano para


fortalecer as raparigas
O Grupo Focal irá trabalhar com a comunidade para encontrar respostas aos principais
problemas identificados na 3ª Etapa. Depois, irá ajudar a comunidade a desenvolver um
Plano de Acção que surja organicamente da comunidade, definindo o momento em que
vão entrar em acção.

5ª ETAPA: ASSUMIR UMA ACÇÃO CONJUNTA: Trabalhar em conjunto para fortalecer as


comunidades
Os Mobilizadores irão ajudar a comunidade a implementar os seus planos de acção,
incluindo no processo de monitoria das actividades.

6ª ETAPA: AVALIAÇÃO CONJUNTA: Avaliar esforços colectivos para a protecção das


raparigas do HIV
Os Mobilizadores irão trabalhar com o Grupo de Avaliação na administração e avaliação
da participação. Estas informações podem ser usadas para melhorar as acções da
comunidade. Este também é o momento para começar a partilhar histórias de sucesso e
para encontrar novos caminhos!

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Qual é o papel dos Mobilizadores?
Os Mobilizadores têm o seguinte papel nas comunidades:

• Estabelecer boas relações com as comunidades.


• Trabalhar em conjunto com os facilitadores comunitários na sua qualidade de membros
comunitários e de orientadores do processo.
• Criar uma consciência e interesse relativamente ao assunto da vulnerabilidade da rapariga
face ao HIV/SIDA.
• Facilitar e acompanhar o processo de mobilização comunitária.
• Encorajar a comunidade a avaliar os seus próprios recursos.
• Fixar metas realistas: ser honesto com a comunidade sobre o que o projecto irá ou não prover.

Comportamento e Atitudes de um bom Mobilizador


Lista de verificação para a 1ª Etapa:

Comportamento/ Atitude Por Exemplo…

Ouvir no lugar de ensinar Estabelecer contacto visual


Não interromper
Comentar a partir do que foi dito por alguém
Usar comunicação positiva não verbal

Aprenda com as pessoas Deixar as pessoas darem o seu testemunho


Usar modelos

Relaxar no lugar de correr Dar tempo suficiente para os comentários e perguntas


Dar oportunidade às pessoas de apresentarem mais ideias
Dar tempo para momentos de silêncio se as pessoas
quiserem pensar

Respeitar o conhecimento Respeitar os pontos de vista de cada pessoa


local Reconhecer as contribuições de todos

Manter consciência de Tenha cuidado com os seus próprios juízos e preconceitos


atitudes e comportamentos
de cada pessoa

Tornar as coisas simples Evitar misturar vários tipos de linguagem


Não usar linguagem técnica ou programática

Não culpar as pessoas Não culpar, pois isto cria inimigos

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Continuação da tabela de Comportamentos e Atitudes de um bom Mobilizador

Comportamento/ Atitude Por Exemplo…

Dar responsabilidade às Dar oportunidade aos membros comunitários para


pessoas locais assumirem papéis de orientadores

Procurar abranger os Usar as estruturas comunitárias existentes para identificar


que mais difíceis são de pessoas úteis e, fora das estruturas identificar aqueles que
abranger geralmente são deixados de lado.

Instigar a diversidade no Não fique satisfeito com apenas uma resposta


lugar de equilíbrio Encoraje as contribuições de todos os participantes

Lista de verificação para a 25ª Etapa:

Assunto Visto

Você entendeu os objectivos e o que Avante Raparigas! espera da mobilização


comunitária?

Você tem uma boa percepção sobre os assuntos fundamentais relacionados com
a vulnerabilidade das raparigas ao HIV/SIDA?

Você está preparado para assumir o seu papel de líder?

Se tiver alcançado estes requisitos, está na hora de passar para a Etapa 2: Organizar para Acção
Comunitária: Aprender a trabalhar em conjunto, criar relações e incentivar a participação.

Se tiver ainda perguntas ou preocupações sobre quaisquer destas áreas, não se esqueça de expor
isto ao seu supervisor. Os Mobilizadores de outras comunidades também podem ajudá-lo; lembre-
se de entrar em contacto com eles.

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2ª ETAPA
ORGANIZAR-SE PARA A ACÇÃO COMUNITÁRIA: Aprender
a trabalhar em conjunto, criar relações e incentivar a
participação

Esta etapa compreende cinco (5) passos:


1. Identificar e reunir-se com líderes-chave;
2. Planificar a primeira reunião comunitária;
3. Realizar a 1ª reunião comunitária e formar o Grupo Focal;
4. Formar a Equipa de Avaliação; e
5. Reunir-se com o Grupo Focal para desenvolver as capacidades do mesmo.

Já que conhece as questões-chave ligadas à vulnerabilidade da Rapariga ao HIV/ SIDA, é o momento


oportuno para se aproximar formalmente da comunidade e começar a envolvê-la nestas acções.

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1º Passo: Identificar e reunir-se com líderes-chave
Neste nível, os Mobilizadores aprendem com os líderes locais várias questões relativas à
comunidade. A sua equipa provavelmente já se reuniu com alguns líderes para confirmar a
sua participação no projecto. Isto significa que algumas das pessoas com quem irá falar já têm
consciência das actividades do programa e estão com vontade de começar!

• Identificar os líderes formais e informais no seio da comunidade. Para identificar os líderes


informais, peça aos membros da comunidade para sugerir as pessoas que eles acham que
são mais respeitadas e influentes na comunidade.

Quem são os líderes?

Os Líderes formais incluem pessoas como os chefes, os delegados das vilas, os


representantes políticos e do governo, os líderes religiosos, os representantes eleitos
ou outras pessoas com importância social designados oficialmente.

Líderes informais incluem aqueles que tem influência no seio da comunidade,


mesmo se não tenham sido oficialmente nomeados ou eleitos. Por exemplo os
capitães de equipa, líderes de grupos teatrais, líderes tradicionais, professores e outros.

• Convoque uma reunião formal e informal com os líderes da comunidade para uma altura
conveniente. Assegure-se que se vai reunir com uma variedade de líderes, tais como, os
grupos étnicos, de género, de uma certa idade ou religião. Você pode reunir-se com eles
individualmente ou em pequenos grupos dependendo de com quem você vai se reunir.
Por exemplo, talvez não seja conveniente misturar os líderes formais com os líderes não
formais.

• O objectivo principal destas reuniões é de formar e apoiar os líderes chaves no projecto


e procurar envolvê-los na planificação da primeira reunião da comunidade. Peça também
a cada líder com quem você se vai reunir para sugerir outros membros de renome nas
comunidades que poderiam ajudar na planificação da primeira reunião.

O que abordar com os líderes da comunidade?

• Apresente-se e apresente também o propósito. Lembre-se de que o seu propósito é de


trabalhar juntamente com eles. NÃO diga:“vim aqui organizar-vos para participarem do Avante
Raparigas!’’. Diga antes alguma coisa como ”gostaríamos de trabalhar com os membros da
comunidade de modo a criar um ambiente seguro e protegido para que as raparigas estejam
protegidas do HIV/SIDA’’. É importante manter esta atitude de parceria, de modo a desenvolver
relações de confiança no trabalho com a comunidade.
• Apresente o seu projecto e o papel dos parceiros nas acções de implementação.
• Informe-os de que a implementação do projecto se inicia com a formação da comunidade. O
processo de formação será levado a cabo e gerido pela comunidade por si só.

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• Peça ajuda e um envolvimento activo dos líderes: explore as acções concretas e reais que a
comunidade possa levar a cabo.
• Esta é também uma boa oportunidade para aprender mais sobre o papel de cada lidar na
comunidade e para aprender mais sobre a comunidade em geral e compreender que factores
poderiam afectar a participação da comunidade no Avante Raparigas!. Algumas das questões
potenciais que você pode perguntar são:

• Há quanto tempo você vive/faz parte desta comunidade?


• Quais acha que são os pontos mais fortes da sua comunidade quando enfrenta novos
desafios?
• Quais são os maiores desafios que já enfrentaram ao tentar lidar com uma problema da
comunidade.
• Como é que a decisão sobre a alocação dos recursos (financeiros, humanos, etc.) é
tomada na comunidade?
• Alguma vez os grupos ou as organizações comunitários trabalharam juntos em assuntos
relacionados com o HIV/SIDA ou noutros assuntos de interesse da comunidade? Se sim,
em que assuntos? Que grupos? O que é que eles fizeram? Quais foram os resultados?
• Que individualidades e grupos ou organizações devemos incluir em quaisquer esforços
da comunidade para reduzir a vulnerabilidade das raparigas ao HIV/SIDA?

• Tente identificar os nomes que são repetidos pelos diferentes líderes – eles podem ser bons
representantes da comunidade lembre-se de que as pessoas geralmente decidem participar
na reunião segundo o sentimento de pertença ao grupo ou pelo que a reunião aparenta ser.

Como lidar com os líderes difíceis?

• Seja paciente – não desista – continue a trabalhar com eles.


• Procure saber porque é que eles estão sendo difíceis. Será que eles têm algo a perder? Você
enervou-os com alguma falta de respeito, como por exemplo chegar tarde? Pode ser algo
fácil para ultrapassar ou algo mais profundo.
• Fale com as outras pessoas que tiverem já trabalhado com estes líderes no passado – procure
saber mais sobre eles; quais são as suas objecções, como é que os outros conseguiram
trabalhar com eles.
• Utilize como intermediários pessoas que tenham influência sobre o líder – os membros da
família, a esposa, colegas, supervisora, etc., e tente que estes estejam do seu lado.
• Assegure que você reconhece publicamente as contribuições das pessoas, por pequena
que seja, e que está a exprimir a sua gratidão.

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2º Passo: Planificar a 1ª reunião comunitária
• Tente formar um grupo de líderes com interesses comuns para planificar a primeira reunião.
Se a diferença de interesses for muito importante, eles tenderão a disputar-se ao invés de
se ajudarem a organizar. Às vezes um número de 2-3 pessoas pode ser suficiente se estes
forem eficientes na capacidade de reunirem a comunidade. Caso não, você poderá precisar de
identificar outros líderes formais e informais.

• Trabalhe com esses líderes comunitários para planear a primeira reunião da comunidade.
Isto irá envolver vários aspectos logísticos tais como quando e onde decorrerá a reunião e a
decisão sobre a agenda da reunião. Use as ferramentas 1, “lista de verificação da planificação
da primeira reunião da comunidade” para o auxiliar.

• Sugerir aos líderes comunitários que se prepararem para a participação usando as redes locais
tais como, os grupos de mulheres, as igrejas e as mesquitas, para difundir a informação sobre
os resultados esperados da reunião. Por outro lado, você deve colocar convocatórias, por
exemplo nos mercados, por outros meios. Faça circular a notícia cerca de uma semana antes –
não com demasiada antecedência a ponto de as pessoas se esquecerem nem muito próximo
a ponto de as pessoas não poderem participar nas reuniões.

• É essencial encorajar a participação de todos os sectores da sociedade, especialmente as


mulheres e os jovens. Alguns destes grupos podem hesitar em participar, o que obrigará a um
esforço extra para convidá-los pessoalmente. Certifique-se também de que convida aqueles
que já estão a trabalhar nestes assuntos ou em assuntos similares, tais como as organizações
com sede na comunidade, grupos de mulheres, clubes juvenis, etc. Você pode também
consultar estas pessoas sobre que pessoas ou orgãos específicos devem ser convocados.

Lembre-se ainda que os Mobilizadores ajudam na organização do evento, e que o


apelo à participação deve partir dos membros comunitários, para que os esforços
surjam de dentro da comunidade.

• Use anúncios públicos para recordar as datas dos encontros, pouco antes da sua realização.

Superando as barreira de participação


Se a comunidade for grande, você pode precisar de organizar mais do que uma reunião
introdutória. Trabalhe com os representantes das comunidades para decidir sobre isto, tendo em
conta a distância, o transporte, o local e o tamanho de espaço disponível para a reunião. Se houver
mais de uma reunião introdutória, os avisos devem ser feitos separadamente, para cada reunião.

Algumas pessoas podem querer participar, mas terem de enfrentarem dificuldades ou condições
adversas para tal. Por exemplo, pode ser que tradicionalmente as mulheres e os jovens não sejam
envolvidos; as pessoas podem estar ocupadas com trabalhos e compromissos familiares; algumas
podem não pensar que a reunião lhes diz respeito; outras podem ser tímidas ou ter vergonha de
falar em público ou podem não confiar na utilidade das suas contribuições. Para superar estas

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barreiras, trabalhe com os membros da comunidade que costumam organizar as reuniões para
identificar estas dificuldades e desenvolver estratégias de superação.

E se as mulheres não comparecerem nas reunião da comunidade?


É essencial que as mulheres participem nas reuniões da comunidade. Nos casos em que
normalmente estas são excluídas de tais eventos, poderá ser necessário fazer reuniões separadas
ou sessões de grupos pequenos com mulheres da comunidade.

Porque é que só os homens é que falam nas reuniões?


Em algumas comunidades, observou-se que as mulheres e os jovens não conseguem falar
livremente diante de pessoas mais velhas ou do sexo masculina. Se isso acontecer, faça as
discussões em pequenos grupos para dotar as mulheres e os jovens de oportunidade de se
expressarem separadamente. Eles devem ter a oportunidade de partilharem os seus pensamentos
com o grupo alargado de uma forma apropriada ao seu contexto.

3º Passo: realizar a 1ª reunião comunitária e formar o Grupo Focal


• Antes da reunião, visite o local para garantir que esteja limpo e que há assentos em número
suficiente. Se o local a usar for um sítio que normalmente é mantido trancado, alguém se deve
responsabilizar por obter as chaves. Certifique-se também de que fez a revisão da agenda.

Lembre-se de preencher o formulário de monitoria constante no início deste Guia de


Campo para cada reunião ou actividade da comunidade!

• Use a agenda desenvolvida nas etapas anteriores para os assuntos a tratar na reunião. A reunião
não deverá ser muito formal – permita que todos façam perguntas sem apressá-los; caso estes
não se sintam prontos para responder, avance para o tópico seguinte.

O que discutir na primeira reunião da comunidade

• Certifique-se de que alguém da comunidade o vai apresentar e convidá-lo a tomar


a palavra.
• Explique que começou por falar com os líderes comunitários sobre as formas
de criar um ambiente seguro e de protecção para as raparigas assim como para
protegê-las do HIV/SIDA e que nesta comunidade gostaria de discutir este assunto
com todos.

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• Através dos recursos visuais ou Álbum Seriado sobre o HIV/SIDA do Avante
Raparigas! apresente uma visão geral do que já aprendeu sobre a vulnerabilidade
das raparigas a partir das discussões com as outras comunidades fazendo
perguntas aos membros comunitários sobre a vulnerabilidade da rapariga ao HIV/
SIDA na sua comunidade. Ajudar os membros comunitários a chegar à conclusão
de que a vulnerabilidade das raparigas ao HIV/SIDA é um problema e é algo sobre
o qual eles precisam de realizar acções colectivas. É importante apresentar dados
concretos sobre o assunto, por exemplo, o número das raparigas nesta comunidade
ou distrito que abandonaram a escola devido a gravidez no último ano. Você pode
também usar dramatização para despertar a consciência de que a vulnerabilidade
das raparigas ao HIV/SIDA é efectivamente um problema.
• Faça-lhes saber que haverá reuniões de supervisão para falar sobre estes assuntos
com mais profundidade e identificar possíveis soluções.
• Assegure-se de que a reunião tem espaço para a discussão e deixe os membros
da comunidade fazerem perguntas, levantar questões que lhes dizem respeito e
expressar os seus medos. Deixe que os representantes da comunidade respondam
ao maior número de questões possível.
• Finalmente, pergunte os participantes quem é que gostaria de fazer parte do
‘’Grupo Focal’’. Nota: dependendo das normas comunitárias, os participantes
podem preferir nomear alguns membros comunitários para o Grupo Focal. Explique
que o Grupo Focai irá liderar os esforços da comunidade no tratamento da questão
da vulnerabilidade das raparigas e irá envolver todos os membros da comunidade
na discussão deste assunto e na busca de soluções. Encoraje a participação de
todo o tipo de pessoas – não use apenas aqueles que tradicionalmente estão
envolvidos neste tipo de actividades. É também importante assegurar a formação
de um Grupo Focal que seja representativo – tentando obter membros de
diferentes pontos geográficos, ou de subdivisões dentro da comunidade.
• Os papéis chaves do Grupo Facilitador são:
• Reunir as pessoas para discutirem o assunto com profundidade
• Trazer pessoas de fora com conhecimentos particulares tais como o pessoal
dos centros de saúde ou os representantes das organizações sediadas na
comunidade, para dentro da comunidade
• Assegure-se de que todos têm oportunidade de participar e de ser ouvidos
• Ajude os membros da comunidade a organizarem-se e a realizar acções
• Importa enfatizar os benefícios que as pessoas podem ter pela sua participação
no Grupo Focal. Por exemplo, eles irão desenvolver as suas próprias habilidades,
ter oportunidade de conhecer novas pessoas, ajudar na protecção das raparigas e
realizar acções com um impacto duradouro dentro das suas comunidades. Lembre
que quando as raparigas estão saudáveis, isto beneficia a comunidade inteira!
• Estabeleça a data, o tempo e o local com aqueles que estão interessados em
participar no Grupo Focal. Se algumas pessoas não estiverem preparadas para se
comprometerem imediatamente, encoraje-os a reflectirem sobre isso e a participar
nesses encontros de supervisão, caso estejam interessados.
• Peça as pessoas para comunicarem os detalhes e os resultados da reunião àqueles
que não participaram na reunião.

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• A criação de um relacionamento de confiança com a comunidade leva tempo. As pessoas
podem não ter um interesse imediato nas questões relacionadas com a vulnerabilidade das
raparigas ou podem estar hesitantes sobre a sua capacidade de agir neste sentido. Se houver
dificuldades na eleição de um representante do Grupo Focal durante a primeira reunião,
poderá ser necessário convocar mais uma reunião alargada da comunidade ou com pequenos
grupos para criar relações mais fortes.

Lembre-se de que tudo o que disser e fizer na primeira reunião é crucial. Se as pessoas
não estiverem interessadas ou convencidas a agir sobre a vulnerabilidade das
raparigas, é pouco provável que participem nos futuros eventos.
Algumas questões que deve ter em mente incluem:

• Usar uma linguagem verbal apropriada (simples, directa).


• Usar uma linguagem não verbal apropriada.
• Estar convencido da necessidade de agir sobre a vulnerabilidade das raparigas.
• Explicar a ligação que existe entre o HIV e os factores de vulnerabilidade (educação,
violência, etc.).
• Ter uma atitude positiva.
• Dar oportunidades para as pessoas fazerem perguntas.
• Escutar quando os outros falam e responder devidamente às suas questões.
• Assegurar-se de que as mulheres e os jovens exprimem as suas opiniões.
• Reforçar a ideia de que apenas as comunidades podem salvar as raparigas do HIV/SIDA.

4º Passo: Formar uma equipa de Avaliação

A Equipa de Avaliação é o grupo cujo objectivo é o de realizar a avaliação das actividades no final
do processo. Ao seleccionar os Membros da Equipa de Avaliação logo no início do processo, estes
tornam-se observadores cuidadosos do processo no decorrer do mesmo e podem assim avaliá-lo
efectivamente no final.

• No processo da composição da equipa de avaliação, incluir muitas pessoas e grupos que se


pretende que participem ou que tenham algum interesse no projecto;

• Líderes comunitários;
• Membros das organizações ou dos grupos comunitários;
• Raparigas e rapazes adolescentes;
• Homens e mulheres; e
• Membros comunitários com experiência e interesse na avaliação, tais como os
funcionários da saúde.

• Logo que tiver formado o Grupo de Avaliação, é boa ideia chegar a um consenso sobre as
regras básicas dos membros da equipa, tais como a pontualidade nas reuniões, participação
de todos nas discussões, etc.

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Durante a composição da equipa de avaliação, considerar grupos que sejam dinâmicos,
com credibilidade, diversidade de pontos fortes e fracos, disponibilidade e também as
questões logísticas dos membros da equipa.

5º Passo: Reunir-se com o Grupo Focal e desenvolver as suas


capacidades

• Logo que as pessoas e os grupos manifestarem interesse na participação, desenvolver as


capacidades do Grupo Focal que irá orientar os esforços em nome da comunidade. Este
processo constitui uma das etapas mais importantes do trabalho dos Mobilizadores.

Incentivos
O uso de incentives monetário para que as pessoas possam aderir pode causar
problemas. Por exemplo, se os incentivos deixarem de existir no futuro, é provável
que a participação também pare. Recorde às pessoas que existem vários incentivos
não monetários tais como, a criação de uma comunidade segura para as suas filhas e
a protecção das mesmas do HIV/SIDA. É preferível trabalhar com um pequeno grupo
envolvido e interessado em tratar da questão da vulnerabilidade das raparigas ao HIV/
SIDA e em melhorar a saúde da sua comunidade do que com um grupo interessado
apenas nos incentivos monetários.

• Se houver muito poucos voluntários que queiram aderir ao Grupo Focal na reunião da
comunidade, veja se há outras pessoas que poderão estar eventualmente interessadas. Por
exemplo, você poderia pedir aos que se voluntariaram para incentivarem outros a juntarem-se
a eles. Ou então pedir aos líderes comunitários para indicarem alguns potenciais candidatos.
Ao formar os grupos, certifique-se de que os diferentes grupos da comunidade estão ali
representados de forma a que o projecto seja reflexo da comunidade. Por exemplo, os jovens
e os adultos estão lá representados? E os homens e mulheres? E todas as diferentes religiões
e etnias?

• O Grupo Focal não deve ser demasiado grande a ponto de dificultar a realização das actividades.
Se você tiver muitas pessoas interessadas em se juntar ao grupo, trabalhe com eles para decidir
o modo como a selecção das pessoas que vão formar a liderança do Grupo Focal vai ser feita.
A liderança do grupo terá a responsabilidade de se reunir regularmente e de conduzir o resto
do grupo.

• No primeiro encontro com o Grupo Focal, é importante escrever os seus papéis chaves, tal
como foi descrito nas etapas anteriores. Eles não vão ‘dirigir’ a comunidade. Pelo contrário,
eles vão ajudar a comunidade a trabalhar em conjunto. Você deve explicar o Ciclo de Acção da
Comunidade que eles vão usar para trabalhar com a comunidade.

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• Assim que Grupo Focal estiver constituído e perceber o seu papel, você vai precisar de torná-
lo numa equipa efectiva. Uma parte deste processo consiste em chegar a um acordo com eles
em relação às normas do grupo. Use a ferramenta 2, ‘’Estabelecimento das normas do Grupo
Focal’’, para dirigir a discussão com o Grupo Focal. Note que você pode referir-se ao grupo
como ‘’ equipe de trabalho’’, ‘’ comité’’ ou qualquer outro nome. Para cada propósito deste
manual, eles serão denominados de ‘’Grupo Focal’’.

Capacitação
Os Mobilizadores podem dar uma assistência valiosa ao Grupo Focal, através do desenvolvimento
das suas habilidades, em áreas que vão ajudá-los a treinar a comunidade. Algumas das habilidades
importantes são:

• Técnicas e instrumentos de formação da comunidade.


• Liderança participativa.
• Técnicas de articulação entre os vários intervenientes.
• Falar em público e comunicação.
• Negociação.
• Resolução de conflitos e de problemas.

O desenvolvimento de habilidades é um processo contínuo ao longo da formação.


Não precisa de ser completado todo duma vez.

Dar oportunidade de participação aos líderes comunitários, quer formais ou informais


no desenvolvimento de capacidades e na aquisição de informação acerca do processo
de mobilização comunitária a fim de que sejam envolvidos no processo desde o
inicio.

Os Mobilizadores desempenham um papel importante no desenvolvimento das habilidades do


GF e na formação das técnicas da comunidade; assim, ensine o grupo a manusear as diferentes
ferramentas que constam no Manual do Campo.

Ao introduzir uma nova questão, use uma abordagem participativa e interactiva. A dramatização
é uma boa forma de transmitir habilidades práticas. Por exemplo, poderiam ser desencadeadas as
seguintes actividades:

Praticar o falar em público sobre o HIV/SIDA: Peça cada membro do GF para se levantar em
frente da reunião ou sentar-se em pequenos grupos de discussão e explicar um dos aspectos
da vulnerabilidade das raparigas como se estivessem a falar para um grupo dos membros da
comunidade. Faça o exercício dirigindo-o para públicos diferentes, por exemplo, peça-lhes para
explicarem o assunto do álcool aos jovens, às mulheres e aos homens. Desta forma, eles podem
praticar a forma de ajustar a sua linguagem e a mensagem que transmitem aos seus ouvintes.
Encoraje os participantes a partilharem o que mais gostaram na explicação de cada questão e dar
sugestões para o melhoramento de cada um.

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Pratique habilidades de negociação: Peça os membros do GF para montarem uma peça onde 2
ou 3 deles desempenham o papel de membros do GF e os outros 2 ou 3 desempenham o papel de
proprietários de bares locais. Forme duas ‘’ equipas’’ e dê-lhes 10 a 15 minutos para prepararem a
forma de negociar o assunto da não permitissão dos jovens abaixo de 18 anos comprarem álcool nos
seus bares. Em seguida, peça às equipes para dramatizarem a negociação durante cerca de 10 minutos
e tentarem chegar a um acordo. No final peça ao resto dos participantes para analisarem a discussão
e para sugerirem possíveis alternativas que possam ter ajudar a obter melhores resultados.

Que outros exercícios poderia realizar?

Lidar com opiniões diferentes e aprender a comprometer-se


É melhor evitar, na medida do possível, os conflitos, encorajando uma comunicação aberta,
focalizada em objectivos partilhados, que promova o desenvolvimento de uma equipa que respeite
as diferenças de opinião. Mas os conflitos podem surgir dentro do Grupo Focal ou entre os grupos
da comunidade alargada. Por exemplo, alguns membros do Grupo Focal podem querer trabalhar
com a polícia para tratar assuntos de estudo e outros podem achar que essa não é a melhor
estratégia. Ou, os membros da comunidade que tentam encerrar os bares que servem bebidas
alcoólicas a menores de idade, podem encontrar uma resistência por parte dos proprietários dos
barres ou dos membros da comunidade.

Ao negociar as situações de conflito, é melhor focalizar-se nas soluções “win/win”,


ou “ganha-ganha’’, em que ambas as partes conseguem algo que pretendem. Desta
forma, cada lado nunca poderá obter 100% do que desejaria mas beneficia de alguma
forma de modo que ambos os lados saem a ganhar. Veja a ferramenta 3 ‘‘ Lidando com
o conflito’’ nalgumas das fases do processo de lidar com o conflito e na negociação de
soluções.

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Lista de verificação para a 2ª Etapa:

Assunto Marcar (X)

Você reuniu-se com os líderes chaves para obter informação sobre a


comunidade e planificar o primeiro encontro alargado?

Fez todos os esforços para obter uma máxima participação, especialmente das
mulheres e jovens, na primeira reunião da comunidade?

As opiniões e ideias das mulheres e jovens formam ouvidas?

As opiniões e ideias dos outros subgrupos foram ouvidas?

Você formou o Grupo Focal?

O GF já desenvolveu as normas a seguir?

Você ajudou o GF no desenvolvimento de habilidades úteis?

Você trabalhou com o Grupo Focal para aprender a lidar com diferentes
opiniões e compromissos?

Você formou a Equipa de Avaliação e explicou-lhes o seu papel neste processo?

Se você alcançou tudo isto, está na hora de passear para a Etapa 3: PROMOVER DIÁLOGO
COMUNITÁRIO: Explorar a vulnerabilidade das raparigas ao HIV/SIDA.

Se ainda tiver questões ou dúvidas sobre qualquer um destas áreas, lembre-se de as apresentar
ao seu supervisor. Os Mobilizadores das outras comunidades também podem ajudar, portanto
lembre-se de se manter em contacto com eles.

Ferramentas úteis para a 2ª Etapa

Ferramenta 1: Lista de verificação da planificação da 1ª reunião.

Ferramenta 2: Determinar o Plano de Trabalho do Grupo Focal e da Equipa de Avaliação.

Ferramenta 3: Como Lidar com um conflito.

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Ferramenta 1: lista de verificação da planificação da 1ª reunião

Objectivo: Esta lista de verificação vai ajudá-lo a lembrar-se de aspectos a ter em


conta quando estiver a programar e a preparar a primeira reunião com a comunidade
alargada.

Participantes
Quem foi convidado e quantos participantes pensa que irão assistir? Que métodos você vai usar
para marcar os encontros e encorajar a participação?

Quando?
O tempo, a data e a duração da reunião devem ser convenientes para todos os membros da
comunidade. Faça um aviso prévio aos membros da comunidade antes da reunião para que eles
se possam preparar para participar. Tente ajustar a agenda para uma hora e meia. Se as pessoas
quiserem ficar mais tempo é porque elas estão entusiasmadas o que é bom sinal mas não deixe
que a reunião seja tão longa que as pessoas fiquem aborrecidas.

Onde?
Em alguns casos, há possibilidade de escolha de alguns espaços dentro da comunidade. Quando
existir essa possibilidade de escolha, a equipa deverá considerar o tamanho do espaço, o tempo
ou outras condições que possam afectar a conveniência de um determinado espaço, etc.

Agenda
O objectivo da reunião visa consciencializar os membros da comunidade sobre a necessidade
de proteger a rapariga do HIV/SIDA e despertar o interesse da comunidade em participar em
acções com vista a reduzi-la. Outro objectivo da reunião é o de identificar voluntários que estejam
dispostos a formar o Grupo Focal. Use estes objectivos para iniciar a agenda e decida quais os
tópicos a serem abordados e em que ordem. Calcule também de forma rigorosa o tempo que cada
tópico irá tomar.

Uma agenda típica desta reunião pode incluir:

• Apresentação e explicação do objectivo da reunião.


• Visão geral sobre a vulnerabilidade da rapariga ao HIV/SIDA.
• Reconhecimento prévio dos esforços actuais levados a cabo por outros grupos e pelos outros
membros da comunidade.
• Breve descrição dos processos que as comunidades podem usar para entrarem em acção.
• Levantamento dos interessados em fazer parte do ‘’Grupo focal’’ ou da “Equipa de Avaliação”;
• Discussão sobre a forma de envolvimento dos membros da comunidade de acordo com os
seus interesses.
• Determinar o local e a data do próximo encontro do Grupo Focal e da Equipa de Avaliação.

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Facilitadores
Quem vai orientar a reunião? Quem vai preparar ou vai dirigir a reunião? Assegure-se de que todo o
processo é dirigido pela comunidade. Se as pessoas disserem: ‘’ o GI e o GV chamaram-nos para a sua
reunião’’, com certeza que o envolvimento na acção colectiva será menos efectiva. Na realidade eles
podem pensar o que é que o GI e GV vão fazer por nós? Por outro lado, se eles virem que a reunião
está a ser realizada por outros membros da comunidade, será mais provável que pensem em como a
reunião pode servir para melhorar a comunidade em que vivem.

Pode ser útil convidar os membros influentes e respeitados da comunidade para falarem durante a
reunião. Por exemplo, os enfermeiros ou os representantes da organização local podiam fazer uma
avaliação do HIV/SIDA. Tenha a certeza de que todos os oradores estão atentos aos constrangimentos
ligados ao tempo da reunião e à necessidade de serem simples e concisos.

Participação em actividades
Como a participação será encorajada e apoiada? Que actividades vão ser usadas na reunião? Por
exemplo, pequenos grupos de discussão, canções, jogos, e outras actividades de dramatização.

Documentação do processo da reunião e dos resultados


É importante registar o que acontece nas reuniões para se terem documentadas as actividades
passadas e para que os participantes aprendam com as suas experiências. Delegue esta
responsabilidade em alguém antes da reunião.

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Ferramenta 2: Determinar o Plano de Trabalho do
Grupo Focal e da Equipa de Avaliação

Objectivo: este exercício ajuda, tanto o grupo focal como a equipa de avaliação, a
definir um plano de trabalho conjunto. Você pode usar este modelo para facilitar a
discussão com os membros do grupo.

1. De que forma os membros dos Grupos querem trabalhar em conjunto?


2. Querem eleger os líderes oficiais do grupo?
3. Como serão definidos os papéis e as responsabilidades?
4. Qual será a forma de se comunicar entre si? Quantas vezes irão se encontrar?
5. Qual é o papel que o Grupo focal atribui aos Mobilizadores?
6. Que normas os participantes querem fixar para o grupo; por exemplo, (confidencialidade,
pontualidade, respeito pela opinião dos outros, colocar questões no caso de não perceber
algo, etc.)?
7. Como é que os membros do Grupo Focal vão registar o processo e os resultados das suas
reuniões, actividades e resultados?

Registo de actividades

O registo das actividades pode ser feito por escrito mas também se podem usar outras
formas, tais como gravações ou desenhos. Alguns grupos podem não querer registar
as reuniões, particularmente se não confiarem na forma como as informações irão
ser usadas. Porém, se você explicar as vantagens de ter as reuniões documentadas, é
provável que os participantes concordem em tomar as suas próprias decisões sobre
como serão mantidos os registos e de como serão usados.

8. O Grupo focal quer ter um nome? Às vezes algo tão simples como um nome por ajudar um
grupo novo a desenvolver um sentido de identidade e de responsabilidades partilhadas.

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Ferramenta 3: Como Lidar com um conflito

Objectivo: Esta ferramenta fornece os cinco passos principais a dar para lidar com
o conflito de forma satisfatória. Este conflito pode surgir no meio do GF ou entre os
GF e as pessoas ou grupos da comunidade alargada. Por exemplo, alguns membros
do GF podem querer trabalhar com a esquadra focalizando-se no estupro, enquanto
outros membros não sentem que esta seja a melhor estratégia ou ainda não a aceitem.
Outra situação possível é que os membros da comunidade tentem fechar os bares que
servem álcool a menores e, neste caso, podem enfrentar a resistência dos donos dos
bares ou dos outros membros da comunidade. Nesta perspectiva, o GF pode pensar
em soluções ‘’ win/win’’ .

Existe cinco etapas principais para lidar com o conflito com sucesso, nas escolas locais por
exemplo: Usemos o assunto de fortalecer a ligação escola-comunidade (LEC) como um exemplo
para vermos como podemos caminhar passo a passo. Neste exemplo os administradores e os
professores mostraram resistência em trabalhar com LEC, tendo tido conflitos com a comunidade.
Como negociar com eles?

1. Entenda o conflito
• Quais são os nossos interesses? Um exemplo pode ser o de proteger as raparigas na escola
• Com que aspecto estamos realmente preocupados neste conflito? Por exemplo, criar um
ambiente seguro para as raparigas na escola.
• O que queremos nós? Por exemplo, uma LEC forte que tenha influência nos professores e
direcção da escola.
• O que precisamos nós? Por exemplo, precisamos do compromisso da direcção e dos professores
para trabalharem na LEC.
• Que tipo de acordo se poderia alcançar? Por exemplo, marcar duas reuniões em cada trimestre
entre professores e a LEC.
• Quais são os interesses das pessoas que mostram algum tipo de oposição? Por exemplo, um
interesse pode ser o de manter a sua autoridade.
• O que é que eles querem? Por exemplo, enfraquecer a LEC.
• O que eles precisam? Por exemplo, ter a certeza de que eles ainda mantêm a sua autoridade.

2. Comunique com a outra parte


• Escute atentamente a outra parte para compreender as suas opiniões, divergências,
preocupações e identificar as áreas de interesse comum a fim de atingir um ponto de
equilíbrio.
• Fazer pergunta e recolher mais informações;
• Incentivar a participação de pessoas interessadas;
• Se as pessoas ficarem nervosas, tente desculpar-se ao invés de se exaltar. Desculpar-se é
geralmente uma técnica compensadora.
• Seja objectivo, concreto, mas flexível. Por exemplo a comunidade quer o envolvimento dos
pais na escola mas espera que os pais sejam flexíveis na abordagem e no método.

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3. Chuva de ideias: possíveis soluções
• Reúna com um grupo pequeno de ambos os lados para uma concertação de ideias.
• Certifique-se de que o local de encontro é um lugar informal onde as pessoas se possam sentir
confortáveis e seguras.
• Encontre um facilitador imparcial, alguém que possa estruturar a reunião sem compartilhar os
seus próprios sentimentos sobre o conflito.
• Olhe para todos os interesses que as pessoas da oposição têm. Há algum interesse comum?
• Trabalhe para trazer à superfície todas as ideias possíveis. Não julgue ou critique as ideias
porque isso pode inibir as pessoas a pensarem criticamente.
• Procure soluções de ‘’ganha-ganha’’, em que ambas as partes conseguem algo que pretendem,
por exemplo ‘’ a escola concorda em trabalhar com a LEC mas uma ou duas vezes por ano’’. Este
é um bom ponto de partida para a comunidade construir futuramente.
• Ache um modo para facilitar a tomada de decisões pelos seus oponentes.

4. Escolhe a melhor solução


• Reveja a sua chuva de ideias.
• Marque as melhores ideias que você propôs.
• Qual é a solução que é mais favorável para ambos os grupos? Essa solução é a melhor?

5. Explore alternativas
Há vezes em que, apesar do trabalho árduo, não é possível encontrar uma solução aceitável. Pense
nas seguintes perguntas antes e depois das negociações:

• Que ponto você quer trazer para as negociações? Por exemplo, se a escola concorda em ter as
reuniões mas sem discutir sobre os assuntos chaves que são importante para a comunidade
como as relações sexuais entre os professore e alunas.
• Quais são as suas alternativas se você não puder chegar a um acordo com o seu oponente?
• Quais são os prós e os contra de cada alternativo?
• Que opções são realísticas e práticas?
• Que alternativas podia ter a sua oposição?
• O que você poderia fazer para melhorar a sua alternativo face à alternativo dos outros?

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3ª ETAPA
PROMOVER DIÁLOGO COMUNITÁRIO: Discutir aspectos
ligados à vulnerabilidade da rapariga face ao HIV/SIDA
Existem cinco fases nesta etapa:
1. Explore as causas da vulnerabilidade das raparigas ao HIV/SIDA com o Grupo Focal.
2. Planifique e realize o evento para lançamento do processo.
3. Explore as causas da vulnerabilidade das raparigas ao HIV com a comunidade alargada.
4. Analise a informação obtida e defina prioridades de acção.
5. Partilhe os resultados com a comunidade e estabeleça consensos na definição de
prioridades.

A 3ª etapa é a parte crucial do processo de formação, mas também é muito aprofundada.

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1º Passo: Explore as causas da vulnerabilidade
das raparigas ao HIV/SIDA com o Grupo Focal

• O Grupo Focal precisa de informação correcta sobre a vulnerabilidade das raparigas ao HIV/
SIDA. Mesmo que alguns dos membros possam ter conhecimento do assunto, é importante
para eles explorar e discuti-lo com maior profundidade.

• Uma boa forma de fazer isto, é usar as três análises constantes da árvore do problema. Veja a
ferramenta 4 para as directrizes de como o fazer.

• Depois de fazer a árvore do problema, é importante pedir ao Grupo Focal para reflectir sobre
algumas questões antes de sair para explorar o assunto com a comunidade alargada. Estas
podem ser, por exemplo:

• Porque é que você está interessado em trabalhar acerca da vulnerabilidade das


raparigas ao HIV/SIDA?
• Tens alguma experiencia de trabalhar com o HIV/SIDA ou com os jovens no passado?
Que resultados obteve?
• As pessoas desta comunidade olham para as raparigas adolescente (de 10-17 anos
de idade) como sendo vulneráveis ao HIV/SIDA? Caso não, porque não e o que é
que nós precisamos de fazer para convencê-los?
• As pessoas desta comunidade já deram alguns passos para proteger as raparigas
do HIV? Como é que nós podemos envolvê-los?

Incentivar as pessoas a falar da Vulnerabilidade da rapariga


Ao discutir a vulnerabilidade das raparigas, é importante fazer perguntas simples,
claras que tragam o assunto para uma realidade mais próximo da do dia-a-dia. Por
exemplo, ao falar da relação entre o álcool e a vulnerabilidade da rapariga ao HIV/
SIDA, você pode fazer uma série de perguntas tais como: você conhece pessoas na
comunidade que se embebedam? Sim. O que é que acontece quando eles estão
embriagados?... Elas falam muito, caiem… que mais fazem eles?... Fazem sexo... você
acha que eles usam preservativo? Não…

• O número de sessões que é necessário para desencadear esta acção pode variar. O Grupo
Focal deve sentir-se à vontade para falar do assunto e perceber na medida do possível quais os
seus sentimentos actuais, as suas práticas e crenças em relação à vulnerabilidade das raparigas
ao HIV/SIDA. Contudo, eles não precisam de ser peritos em assuntos relacionados com o
HIV/SIDA ou em assuntos juvenis. Lembre-se que os papéis chaves do Grupo Focal são de:

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• Reunir as pessoas para discutir o assunto com profundidade.
• Chamar outras pessoas com conhecimento especial sobre o assunto, tais como
funcionários dos centros de saúde, ou representantes das organizações sediadas
na comunidade.
• Assegurar-se de que todos têm oportunidade de participar e de serem ouvidos
• Organizar os membros da comunidade para a acção.

2º Passo: Planifique e realize um


evento de lançamento do processo

• Trabalhe com o Grupo Focal para preparar um evento comunitário de lançamento do processo
de formação. Este servirá para apresentar os outros membros componentes do programa do
Avante Raparigas!

• Fale com o pessoal do Avante Raparigas! para planear o evento. Por exemplo, quando, onde é
que vai decorrer, o que vai acontecer, como é que as pessoas serão convocadas para participar,
quem vai dirigir a reunião, que comidas e bebidas serão fornecidos, o que é que vai ser discutido,
etc.

O objectivo do evento de lançamento é:


• Apresentar as actividades do Avante Raparigas! que vão decorrer na comunidade e
encorajar a participação de todos.
• Motivar os membros da comunidade a realizar acções pessoais através do seu envolvimento
nas discussões e actividades que o Grupo Focal irá dinamizar nas semanas ou meses
seguintes.

3º Passo: Explore as causas da vulnerabilidade das


raparigas ao VIH/SIDA com a comunidade alargada

Não se esqueça de preencher o formulário de monitoria que se encontra no inicio


deste Manual, para cada reunião ou actividade da comunidade!

Agora que o Grupo Focal já explorou e discutiu a vulnerabilidade das raparigas ao HIV/SIDA, é
necessário que eles planifiquem a discussão deste assunto com a comunidade alargada.

• A primeira etapa é a de decidir como envolver a comunidade alargada na discussão do assunto.


Os métodos interactivos abaixo indicados são apenas algumas das sugestões possíveis. Que
outros métodos interactivos você poderia usar?

• Antes de iniciar a discussão com a comunidade alargada, é importante que o Grupo Focal
recolha informação e dados sobre as questões-chave relacionados com a vulnerabilidade das

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raparigas. Por exemplo, quantas raparigas ficaram grávidas no ano passado? Quantas raparigas
vivem com um adulto na família? Quantas pessoas desistiram da escola? Esta informação
pode ser obtida nas escolas, centro de saúde ou através do conhecimento geral das pessoas
da comunidade. Os Mobilizadores devem rever criticamente os dados recolhidos para se
assegurarem que se estão a basear em factos e não em meras especulações. O Grupo Focal
pode usar estes dados durante as reuniões com os membros da comunidade para reforçar a
percepção sobre o assunto.

Método interactivo para explorar e discutir a vulnerabilidade das raparigas ao


HIV/SIDA

Introduza estes métodos no Grupo Focal e explique como é que os mesmos podem ser usados para
explorar o assunto. O Grupo Focal pode decidir se deve usar apenas um deles ou a combinação
de vários métodos. Eles podem igualmente ter ideias de como juntar e cruzar a informação, tais
como, contar uma história.

Análise da árvore do problema. Explorar com profundidade as causas subjacentes de um


problema, no seio de um pequeno grupo. Isto ajuda a identificar as principais questões e potenciais
soluções. Use a Ferramenta 4 “ Desenho do Árvore do Problema”.

Discussão em grupo. Organize as pessoas que têm algo em comum em pequenos grupos para
discutir o assunto. A discussão em grupo propicia um ambiente de confiança para as pessoas se
expressarem, embora algumas possam ainda hesitar em dizer o que pensam em frente de outras
pessoas.

Trabalho em pequenos grupos numa sessão alargada. Durante a reunião do grupo alargado,
é possível discutir muitos assuntos, usando pequenos grupos. Divida os participantes em grupos
de 5-6 pessoas e atribua a cada grupo uma questão ou um tópico. Por exemplo, um dos grupos
pode falar sobre os cuidados sanitários, outro sobre a educação, etc. Dê tempo para cada grupo
discutir ate que ponto esse assunto afecta a vulnerabilidade das raparigas ao HIV/SIDA. No final,
peça a uma pessoa de cada grupo para apresentar o sumário das suas conclusões e peça ao grupo
alargado para colocar questões e partilhar as suas opiniões.

Dramatização. Um indivíduo ou grupo da comunidade desenvolve e apresenta uma dramatização


relacionada com o assunto enquanto os outros membros da comunidade observam. Os dramas
são uma boa forma de iniciar uma discussão. Por exemplo, ao tratar um assunto tão sensível como
o estupro, às vezes é mais fácil as pessoas falarem sobre uma situação fictícia do que falarem delas
próprias ou de outras pessoas da comunidade.

Qualquer que seja a técnica usada, assegure-se de que a informação obtida é


cuidadosamente registada pelo Grupo Focal. Esta informação deve ser guardada
num lugar seguro.

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4º Passo: Analise a informação obtida
e defina a prioridade de acção

Agora, que o Grupo Focal já obteve informação junto da comunidade sobre o que torna as
raparigas vulneráveis ao HIV/SIDA, é altura de se pensar nos resultados.

• Reúna a documentação de todas as discussões com a comunidade alargada. Reveja-as em


grupo para lembrar aos participantes o que já foi tratado.

• Conheça as diferentes opiniões dos indivíduos e grupos – atenção para não misturar todas as
respostas porque isto pode fazê-lo perder as diferenças importantes que há entre os indivíduos
e grupos.

• Tente focalizar-se nos temas principais e não em pequenos detalhes. Depois dos participantes
dominarem os assuntos principais e de terem definido as prioridades, então pode tratar dos
detalhes que sejam relevantes.

• Para ajudar a decidir sobre as prioridades, use a Ferramenta 6, “definição de prioridades para
acção”. É melhor limitar as prioridades a dois ou três assuntos.

5º Passo: Partilhe os resultados com a comunidade e estabeleça


consensos na definição de prioridades

• Depois de o GF fazer a revisão da informação recolhida e colocar os problemas por ordem


de prioridade, discuta e chegue a um acordo sobre forma como vão partilhar a informação
recolhida, incluindo os resultados das discussões da comunidade e das causas prioritárias da
vulnerabilidade das raparigas propostas como base para a acção.

• É importante apresentar a informação de modo a torná-la interessante para a comunidade.


Por exemplo, o GF pode usar um quadro de anúncios com figuras ou desenhos que
representam a prioridade e marca-se uma reunião com a comunidade alargada ou apresenta-
se uma dramatização ou uma canção. Você pode pensar em outros métodos para trabalhar o
assunto?

• Assegure-se de que os membros da comunidade têm oportunidade de fornecer um feedback


das prioridades de acção. Estas devem ser abertamente discutidas com os membros da
comunidade até se chegar a um acordo.

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Lista de verificação da 3ª Etapa:

Assunto Visto

O GF discutiu a vulnerabilidade das raparigas ao HIV/SIDA?

O GF fez o lançamento do evento em colaboração com a comunidade?

O GF discutiu a vulnerabilidade das raparigas ao HIV/SIDA com a comunidade


alargada?

Houve participação das mulheres e das raparigas nesta discussão?

O GF analisou a informação colhida?

O GF usou a informação obtida para identificar as duas ou três causas da


vulnerabilidade das raparigas ao HIV/SIDA que sejam prioritárias para a
acção?

Os resultados das análises foram partilhados com a comunidade. Haverá


consenso sobre os assuntos prioritários?

Se você alcançou tudo isto, é tempo para avançar para a Etapa 4: DEFINIR CONSENSO E PLANIFICAR
EM CONJUNTO: desenvolver um plano conjunto para fortalecer as raparigas.

Se você ainda tiver questões e dúvidas em relação a estas áreas, não se esqueça de as partilhar
com o seu supervisor. Os Mobilizadores de outras comunidades também o podem ajudar, por isso
mantenha-se em contacto com eles.

Ferramentas úteis para a 3ª Etapa

Ferramenta 4: Desenho da árvore do problema.

Ferramenta 5: Liderando o grupo de discussão.

Ferramenta 6: Definir prioridades de acção.

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Ferramenta 4: Desenho da árvore do problema

Objectivo: este exercício ajuda a explorar e discutir as causas profundas da


vulnerabilidade da rapariga ao HIV/SIDA e verifica se a comunidade toma iniciativas
em resposta às causas subjacentes mais do que aos efeitos. Este exercício é também
conhecido como “análise de causas profundas”

1. Desenhe uma árvore com folhas, ramos, tronco e raízes. (Nota: este exercício visa dar à sua
comunidade uma ideia de como reflectir com base nas causas reais dos problemas. Neste
exercício o desenho pode não se parecer muito com uma árvore, mas deve conter ideias e
conceitos. Um exemplo de uma árvore de problema é apresentado na próxima página).

2. Explique que o tronco da árvore representa o problema (vulnerabilidade das raparigas ao HIV/
SIDA). As raízes são as causas do problema e os ramos e as folhas são os efeitos. Assim como
na árvore, cada problema tem raízes muito profundas. Se tratarmos apenas dos efeitos, não
teremos qualquer impacto sobre o problema, mas se cortarmos a árvore pela raiz, podemos
eliminar as causas do problema.

3. Desta forma, vamos analisar as principais causas da vulnerabilidade das raparigas. Em primeiro
lugar, faça um círculo no meio de um pedaço largo de papel ou no quadro branco, ou qualquer
outro material disponível e escreva nele ‘’Raparigas que estão a ser infectadas pelo HIV/ SIDA’’.

4. Comece por perguntar ao grupo “quais são as causas mais comuns da infecção das raparigas
pelo HIV/SIDA?”

5. Para cada motivo dado, desenhe um círculo fora do círculo principal e escreva a respectiva
razão. Desenhe uma linha que liga cada motivo ao círculo principal. Dependendo do nível de
escolaridade do grupo, poderá ser mais útil desenhar figuras ao invés de escrever os motivos.

6. Assim que os participantes tiverem identificado as razões principais, pegue em cada razão e
pergunte ‘’ Quais são as principais causas? por exemplo, as escolas são lugares inseguros ou as
pesso.

Ao questionar repetidamente“Mas porquê?”,os participantes irão explorar as razões mais profundas


da vulnerabilidade das raparigas ao HIV/SIDA.

Algumas comunidades podem decidir não se focalizar especificamente nas raparigas.


Por exemplo, eles podem decidir tratar do assunto da desistência escolar de todos
os jovens, incluindo os rapazes. Isto pode ser apropriado mas é importante que os
Mobilizadores encorajem as comunidades a dar uma atenção especial às necessidades
das raparigas.

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Exemplo de uma árvore de problema

Vulnerabilidade das
raparigas ao
HIV/SIDA

Se pergunte primeiro “Porquê as


raparigas nesta comunidade são
vulneraveis ao HIV/SIDA?” Registe
as respostas na linha seguinte.

Fazem sexo
Vão a bares e com homens Abandonaram Estas são causas
ficam bebadas em troca de a escola imediatas.
dinheiro

Logo para cada causa


imediata, pergunte “Porquê?”
Veja exemplo no diagrama
seguinte.

Estas são causas


subjacentes (que não
Causa Causa Causa Causa
são visiveis ou
subjacente subjacente subjacente subjacente
identificáveis a primeira
vista). Tambem podem
ser pesquisadas com
mais profundidade.

Vamos usar o exemplo do abandono da escola pelas raparigas para demonstrar até que ponto
este assunto pode ser explorado em profundidade.

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Exemplo de uma árvore de problemas – com -profundidade

Não podem Raparigas


pagar a taxa abandonam a Primeiro pergunte “Por que as
de ingresso escola cedo raparigas abandonam a escola?
escolar

Estas são causas


Engravidaram imediatas.

Logo para cada causa imediata pergunte


“Por que?” Por exemplo “Por que as
Não têm raparigas nao têm interesse na escola?”
interesse na
escola
Não têm Sentem
estímulo dos pressão de
pais ou ganhar
professores dinheiro logo

Não se sentem
seguras na
escola
Os professores
pedem sexo as A latrina é
garotas em solitaria
troca de notas

Lembre-se de que estes são apenas exemplos de possíveis causas. Os membros da comunidade irão
usar este processo para identificar as causas à medida que eles as forem observando na comunidade.

Você poderá achar importante discutir ‘’ os ramos’’ e as ‘’folhas’’- por exemplo, as consequências
do problema. Isto pode ajudar os membros da comunidades a compreender até que ponto a
vulnerabilidade das raparigas ao HIV pode levar a uma vasta gama de problemas, para além do
próprio HIV. Mas lembre-se de que a comunidade precisa de tratar das causas básicas e não dos
efeitos se eles pretenderem que haja um verdadeiro impacto sobre o problema.

Discutir os resultados da árvore de problema


Assim que o grupo tiver completado as árvores de problema é importante eles discutirem o que
identificaram. Por exemplo:

1. Haverá pessoas (por exemplo homens e mulheres) que vêem as coisas de forma diferente?
2. Haverá resultados surpreendentes? Porque é que são surpreendentes?
3. Que conclusões podemos tirar a partir dos resultados?
4. Que resultados têm uma implicação mais importante nas actividades futuras? Porquê?

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Ferramenta 5: Liderando o grupo de discussão

Objectivo: Este exercício vai ajudá-lo a suscitar discussões de grupo, para explorar
o que as pessoas sabem, pensam e sentem sobre o assunto da vulnerabilidade da
rapariga ao HIV/SIDA.

Preparação

1. Trabalhe com o Grupo Focal para elaborar uma lista dos diferentes tipos de pessoas na
comunidade com quem se pode reunir. É importante agrupar as pessoas segundo as suas
afinidades de modo a que possam falar mais livremente. Por exemplo, um grupo de raparigas
jovens, outro de raparigas mais velhas, outro de homens adultos, outro de professores, etc.

2. Será que o Grupo Focal pretende orientar uma sessão com cada membro do grupo ou com
mais? O ideal é que cada grupo seja composto por cerca de 6 – 10 elementos.

3. Decidir sobre as questões sobre quais os Grupos de Discussão irão se debruçar. O ideal é ter
3 -5 questões principais. Isto irá permitir que os participantes tenham tempo suficiente para
discutir cada questão com profundidade. Por exemplo, você poderá começar por uma questão
genérica, tal como “ porque é que as raparigas correm risco de se infectarem com HIV/SIDA”,
ou usar uma questão mais específica tal como “ qual é a influência dos pais sobre o risco das
raparigas contraírem o HIV/SIDA?”

4. Encontre um espaço calmo na comunidade onde os grupos se possam reunir. Pode ser à
sombra de uma árvore ou numa sala de aulas depois do horário lectivo. Assegure a devida
permissão para usar o espaço escolhido.

5. Definir o tempo em que cada grupo irá se encontrar. Assegure-se que tal tempo é conveniente
para todos os membros da comunidade. Tenha atenção particular às ocupações do tempo das
mulheres devidas aos seus deveres familiares. Estime a duração de cada discussão. Deve haver
tempo suficiente para a discussão dos pormenores pelos grupos, porém a duração não deve
ser tão longa a ponto de criar aborrecimento nas pessoas (o tempo ideal é de uma hora).

6. Convidar as pessoas a participarem nos grupos de discussão. Os membros do Grupo Focal


podem ter ideias de quem poderia participar; porém, certifique-se de que ele abrange todas
os sectores da comunidade e não apenas os conhecidos do Grupo Focal.

7. Sempre que alguém concorde em participar, forneça-lhe as informações relativas à data, à


hora e ao local do encontro com o grupo.

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Durante a Discussão

1. Um dos membros do Grupo Focal deverá moderar o grupo enquanto o outro faz o registo do
que estiver a ser discutido.

2. O facilitador deverá pedir aos participantes para se apresentarem.

3. Em seguida, o facilitador deve informar aos participantes do Objectivo do grupo. Por exemplo,
“descobrir o que é que as pessoas nesta comunidade pensam e sentem em relação à
vulnerabilidade da rapariga ao HIV/SIDA”. Pedir aos participantes para guardarem sigilo sobre
qualquer assunto que for discutido no encontro.

4. Após as apresentações, use o Guião de perguntas elaboradas para o efeito para moderar a
discussão.

5. No final da discussão, agradeça a participação de todos.

Alguns princípios básicos para os grupos de discussão


O papel do Grupo Focal é o de fazer perguntas e ESCUTAR CUIDADOSAMENTE as
respostas do grupo, registando todas as respostas.
• Certifique-se que o Grupo Focal não induz as respostas ou censura os membros da
comunidade, caso estes discordem de uma dada resposta.
• Certifique-se que todos têm oportunidade para dizer o que pensam. Não deixe
que alguém monopolize a discussão.
• Peça a opinião das pessoas que estão em silêncio de modo a motivar a sua
participação.

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Ferramenta 6: Definir prioridades de acção

Objectivo: Esta ferramenta pode ser usada pelo Grupo Focal para decidir quais causas
da vulnerabilidade das raparigas constituem prioridades para a acção.

1. Pergunte ao Grupo Focal “ quais foram as causas principais da vulnerabilidade da rapariga que
foram identificadas pela comunidade?”. Registe as respostas e coloque-as à mesa. Caso o nível
de escolaridade do grupo seja baixo, pode usar símbolos ou outros objectos para representar
as causas.

2. Dê a cada pessoa um igual número de grãos de feijão/sementes/seixos.

3. Peça os participantes para pensarem em cada causa e decidirem sobre o número de grãos de
feijão a colocar para cada. Peça-lhes para que no acto da tomada das suas decisões tomem em
consideração as seguintes questões:
• Quantas pessoas são afectadas por isto?
• Qual é o impacto deste assunto?
• O que é que está sendo feito para solucionar este assunto? Se sim, as medidas tomadas
estão a ser eficazes?
• Os membros da comunidade têm motivação para fazer algo face à situação
confrontada?

4. Peça aos participantes para USAR os seus grãos de feijão para pontuarem cada problema
numa escala de 1-5, onde 1 representa “não é importante” e 5 é “muito importante”.

5. Assim que todos tiverem terminado, marque o número dos grãos de feijão para cada
problema.

6. Discuta os resultados com o grupo, com referência às questões chaves a ter em conta. Obtenha
consenso relativo aos 3 assuntos mais relevantes para a tomada de acção, tomando em conta
os recursos disponíveis.

7. Um dos membros do Grupo Focal deverá fazer o registo dos resultados.

Tente certificar-se de que todos têm oportunidade de partilhar as suas opiniões e de


que estejam de acordo com as prioridades estabelecidas.

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4ª ETAPA
DEFINIR CONSENSO E PLANIFICAR EM CONJUNTO:
Desenvolver um plano conjunto para fortalecer as raparigas

Existem 4 passos nesta Etapa:


1. Fazer o mapeamento dos recursos locais.
2. Procurar e seleccionar as soluções para os problemas.
3. Esboçar o Plano de Acção comunitário.
4. Apresentar o Plano de Acção à Comunidade em geral e revê-lo, se necessário.

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Durante esta etapa, você vai trabalhar com o Grupo Focal para preparar um Plano de Acção na
comunidade, de forma a reduzir a vulnerabilidade das raparigas ao HIV/SIDA. O Plano de Acção
deverá incluir:

• O quê a comunidade gostaria de fazer;


• Como será feito (que actividades serão realizadas)
• Que recursos são necessários; como e onde é que a comunidade os irá adquirir
• Quem será responsável por cada actividade e por atingir cada resultado;
• Quando e onde serão realizadas as actividades;
• Como é que a comunidade vai monitorar o progresso e como vai saber se foram alcançados
ou não os resultados desejados.

Tendo o plano de Acção escrito, isto irá ajudar o Grupo Focal e a comunidade a levarem a cabo as
actividades e a poder ver se estão a cumprir devidamente aquilo que foi planificado.

Alguns aspectos a serem considerados na planificação


Assegure-se de que os líderes comunitários apoiam e contribuem para o programa.
Assegure-se que as raparigas têm uma voz activa no processo de planificação.
Identifique e faça um levantamento dos recursos necessários .
Assegure-se que o que foi aprendido na exploração dos aspectos ligados à
vulnerabilidade das raparigas está a ser aplicado no processo de planificação.

Passo 1: Fazer o Mapeamento dos recursos locais


Depois da comunidade chegar a um acordo acerca das prioridades para as acções, trabalhe com
o Grupo Focal e com um grupo mais alargado da comunidade na elaboração de um mapa dos
recursos locais. O Objectivo do mapa é o de ajudar a comunidade a ver que recursos têm à sua
disposição para trabalharam nos assuntos definidos como prioritários, ligados à vulnerabilidade
de raparigas.

• O Grupo Focal deve juntar um grupo maior de membros da comunidade, sem excluir as
mulheres e os jovens. Lembre-se que é importante que toda a gente seja ouvida.

• Peça aos membros da comunidade para desenharem um grande mapa da comunidade no


chão, com os materiais que tiverem à disposição (papel ou quadro preto). Podem ser usados
materiais naturais como galhos e ainda folhas e pedras que podem simbolizar várias coisas. A
área representada pode incluir várias aldeias ou pode ser uma pequena área urbana.

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• Uma vez desenhado o mapa, peça-lhes para marcarem nele os recursos de que comunidade
dispõe e que podem ser-lhes úteis: (1) podem ser as causas dos problemas específicos que eles
identificaram relacionadas com a vulnerabilidade das raparigas, ou (2) algum recurso útil nas
acções comunitárias para reduzir a vulnerabilidade da rapariga;

• Por exemplo, se o álcool for um assunto prioritário para a comunidade, o mapa poderá incluir
locais onde se situam os bares e as outras fontes de álcool, ou outros lugares onde os jovens
tomam álcool, ou ainda o posto da polícia ou o pessoal de segurança que deveria obrigar o
cumprimento de tais leis, e ainda os clubes juvenis onde os jovens se deviam ocupar, etc.

As áreas comunitárias identificadas podem incluir:

• Casas.
• Instituições (igrejas, mesquitas, escolas, centros de saúde).
• Polícia ou Segurança.
• Mercados e lojas.
• Bares.
• Clubes juvenis.
• Campos de jogos.
• Locais onde ficam os líderes comunitários ou outras pessoas influentes.
• Fontenárias.
• Canais de Comunicação, tais como, estações de rádio ou mensagens.

• Acrescente quaisquer outros recursos que a comunidade achar importante para constarem do
mapa, como estradas e meios opcionais de transporte.

• Coloque uma estrela junto as áreas de riscos para pessoas jovens.

• Em seguida, pense em qualquer membro ou recurso de fora da comunidade que poderia ser
útil para tratar o assunto. Marque-o fora dos limites do mapa.

• O Grupo focal deve copiar o mapa inteiro com todos os detalhes no pedaço de papel para
ficar sempre na posse deste.

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Exemplo de mapa comunitário

Passo 2: Encontre e seleccione


as soluções para os problemas

Assim que o Grupo Focal tiver trabalhado com a comunidade na identificação das acções prioritárias
a serem desencadeadas em relação à vulnerabilidade das raparigas ao HIV/SIDA, é altura de pedir
à comunidade para dar ideias e soluções.

• É importante obter o maior número de ideias possível sobre como tratar cada causa. A
Ferramenta 7, “Encontrar soluções juntamente com “Margolis Wheel”, é um método eficaz para
a produção de ideias criativas.

Assegure que os participantes conhecem o Objectivo do encontro, se sentem seguros


e confortáveis para se exprimir, e estão motivados a pensarem com criatividade.

• Reveja as causas principais da vulnerabilidade da rapariga e a informação recolhida sobre a


disponibilidade de recursos no seio da comunidade.

• Assim que tiver uma lista de ideias e soluções, é altura de decidir sobre que soluções a
comunidade deve adoptar. O Grupo Focal pode usar a Ferramenta 8,“ Decidir sobre as soluções”,
para seleccionar os mais apropriados e eficazes para a comunidade pôr em prática.

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Dicas para soluções
Para ajudar os participantes a desenvolver soluções, o Grupo Focal deve sugerir o
seguinte:

• Uso de Ideias que terminam com os recursos visuais ou Álbum Seriado sobre a
vulnerabilidade da rapariga ao HIV/SIDA com vista a iniciar a discussão acerca das
soluções possíveis;
• Reflectir em torno de estratégias que tenham sido usadas no passado que
redundaram num sucesso. O que fez com que fossem um sucesso? Como é que se
pode aplicar estas estratégias para resolver este problema?
• Reflectir em torno do que é melhor feito por uma outra comunidade que conhece.
Que habilidades, sistemas e recursos contribuem para o sucesso da referida
comunidade?

Passo 3: Elabore um Plano de Acção da Comunidade


Agora que comunidade já seleccionou as soluções em que gostaria de implementar, o Grupo
Focal pode elaborar um Plano de Acção da comunidade que forneça mais detalhes sobre cada
actividade.

Os aspectos-chave do plano de acção devem assegurar que toda a gente esteja de acordo sobre:

• Acção a ser levada a cabo.


• Pessoa/pessoas que vão desencadear tais acções (certifique-se de que a responsabilidade é
compartilhada entre os membros do grupo e que cada pessoa tem uma actividade específica
a executar neste âmbito).
• Tempo para a acção (fixe acções imediatas, possíveis de serem realizadas a curto prazo – nos
próximos meses ou semanas).
• Recursos necessários.

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• Se existirem recursos, faça um quadro como abaixo (exemplo de um Plano de Acção da
comunidade), numa folha de papel gigante e escreva as três áreas prioritárias para a acção na
primeira coluna.

• Em seguida, preencha o que a comunidade decidiu fazer face às questões e às actividades


específicas a serem desenvolvidas. Por exemplo, se a comunidade deseja “fornecer informação
sobre o HIV”, as actividades específicas seriam “apresentar um drama uma vez por semana”
ou “trabalhar com os pastores no debate sobre a vulnerabilidade da rapariga no seio da sua
congregação”.

• Depois de listadas todas as actividades, volte atrás e preencha o resto do quadro, incluindo
quem será responsável pela execução de cada actividade, os recursos necessários para levar a
cabo as actividades e, numa linha separada, os indicadores do progresso.

E se o Grupo Focal for analfabeto?


É possível desenvolver um Plano de Acção que não exija literacia e depois procurar
alguém para registar os detalhes do Plano.

• Concorde com o grupo em relação às principais acções a serem levadas a cabo.


• Para a primeira acção, peça que se proponham voluntários para serem responsáveis.
Peça os voluntários para se juntarem todos num grupo. Repetir o pedido para cada acção.
• Assim que todos se tiverem voluntariado, pelo menos para uma acção, peça a
cada grupo para concordar no prazo e nos recursos necessários. O resto do grupo
deverá concordar.
• Finalmente, o grupo precisa de decidir sobre a forma como irá monitorar e avaliar
as suas acções. Como é que eles vão saber se alcançaram as suas metas? Tal deve
ser mensurável e observável.
• O Grupo Focal ou o Mobilizador deve fazer o registo das decisões tomadas.

Superando alguns desafios comuns do Plano de Acção da Comunidade:

Problema: não existe tempo suficiente para realizar todas as tarefas.


Resposta: ajude o Grupo Focal a definir as tarefas prioritárias e as que são menos importantes ou
reduza o tempo para cada tarefa.

Problema: o Plano de acção requer muitos recursos.


Resposta: ajude os participantes a reflectirem sobre como se podem unir a outras organizações
e a utilizarem os recursos internos e externos à sua comunidade. Esta é uma habilidade valiosa a
desenvolver e pode ser usada em projectos futuros para a melhoria da vida da comunidade. Como
alternativa pense em diferentes actividades que exijam menos recursos.

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Problema: os participantes não estão motivados.
Resposta: partilhe a sua experiência adquirida dos trabalhos noutras comunidades ou em outras
áreas. A meta não consiste em obrigar a o grupo a adoptar uma ou outra ideia mas sim a encontrar
uma estratégia particular na busca de soluções criativas.

Problema: os participantes não concordam com as soluções ou com as actividades.


Resposta: se depois de apresentar todas as razões para se optar por cada uma das estratégias, não
for possível chegaram a uma decisão, há várias coisas que podem ser feitas. Se os participantes
não chegarem a um consenso ou discordarem, deve verificar quais das estratégias podem ser
melhores. Ou então, eles podem tentar combinar as várias estratégias; ou ainda podem criar uma
ideia nova que vá ao encontro das mesmas metas, mas que seja consensual. Eles também podem
recolher mais informação sobre cada ideia antes de tomarem uma decisão definitiva.

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Exemplo de um Plano de Acção Comunitário

O que é que a Recursos


Problema Quem é responsável Quando vai iniciar e Monitoria e avaliação
comunidade gostaria de Actividades específicas Necessários terminar
fazer

As raparigas não Um código de Ter um encontro com a Margaret, etc. Ter encontro com a Número dos encontros

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estão seguras na conduta para todos os direcção dos professores direcção dos professores com a direcção dos
escola. professores. para elaborar um código na próxima semana. professores.
de conduta.
Decidir sobre um código Ter um código de A escola deve ter um
de conduta final. conduta até Janeiro de código de conduta no
Elevar a consciência dos 2010. lugar (sim/não).
professores, alunos, pais
em relação ao novo código % De professores/
Elaborar um processo de alunos/pais com
denúncia dos professores conhecimento do
que assediam os alunos código.
sexualmente.

Encontre uma organização Peça aos membros


local para ajudar na da comunidade para
construção de latrinas. providenciarem tempo e
Peça aos membros recursos.
da comunidade para Procure organizações
participarem com recursos que poderiam ajudar
humanos e materiais. na disponibilização de
fundos ou de recursos
humanos especializados.

Estabeleça associações
do tipo Pais - professores.

Os Bares servem Elevar o conhecimento Realizar uma reunião Grupo Focal. Local de Realizar a planificação Número de proprietários
álcool às comunitário em relação com os proprietários reunião, de reuniões em de bares que
raparigas jovens. às leis que restringem dos bares, membros participanteda Setembro de 2010. participaram na reunião.
o consumo de álcool a comunitários e convocatória da
determinadas idades. membros do governo reunião. Realizar a reunião em % de bares a não
Pressionar os para rever as restrições Outubro de 2010. servirem álcool a
proprietários dos actuais relativas ao raparigas jovens.
bares a respeitarem as consumo de álcool
leis que restringem o
consumo do álcool a
determinadas idades.

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Passo 4: Apresente o Plano de Acção para a comunidade alargada
(faça uma revisão dos aspectos que achar necessários)

• Uma vez feito o Plano de Acção da Comunidade, o Grupo Focal deverá organizar uma reunião
com o resto da comunidade e com as organizações que já trabalharam na área.

Esta reunião ajudará a:

• Fazer a comunidade sentir que pode agir em conjunto, e pensar no que fazer para melhorar
vários aspectos do seu funcionamento;
• Envolver outros grupos, organizações da comunidade, líderes comunitários, líderes
religiosos e provedores de saúde para apoiarem o Plano de Acção;
• Ver que recursos são necessário;
• Envolver as mulheres e os jovens;
• Encorajar os membros da comunidade que não foram envolvidos no plano, e propor-lhes
que também participem.

• Durante a reunião, ajude os membros da comunidade a encontrar formas de trabalharem em


conjunto. Há muitas formas de se fazer este encontro, e, isto pode variar de comunidade para
comunidade. Um exemplo poderia ser que depois de se compartilhar o Plano de Acção nas
igrejas locais, os seus membros assumam o compromisso de partilhar a informação sobre um
dos problemas fundamentais durante as suas reuniões regulares com os membros da igreja.

• Peça comentários e sugestões sobre o Plano de Acção à comunidade. Que dificuldades podem
surgir? Como podem ser superadas? Quem mais poderia ser envolvido?

• Depois da reunião, reveja o Plano de Acção, se necessário, baseando-se na avaliação dos


membros da comunidade.

Parabéns! Agora a comunidade tem um plano para por em acção!

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Lista de verificação para a 4ª Etapa:

Assunto Marcar (X)

Fez-se um mapeamento dos recursos da comunidade?

O Grupo Focal trabalhou com os membros da comunidade na identificação de


soluções para as causas prioritárias da vulnerabilidade da rapariga?

O Grupo focal elaborou um Plano de Acção da comunidade baseado nas


discussões com os membros da comunidade?

O plano especifica as actividades a serem levadas a cabo, quem é o responsável,


o tempo e os recursos necessários?

Existe um indicador para medir o sucesso ou o progresso da actividade?


O Plano de Acção foi apresentado à comunidade?

Houve uma revisão do Plano de Acção para incluir as opiniões da


comunidade?

Se você alcançou tudo isto, está na hora de se avançar para a Etapa 5: ASUMIR UMA ACÇÃO
CONJUNTA: Trabalhar em conjunto para fortalecer as comunidades.

Se você ainda tiver perguntas ou preocupações sobre quaisquer destas áreas, não se esqueça
de as expor ao seu supervisor. Os mobilizadores das outras comunidades podem igualmente ser
capazes de ajudar, assim, lembre-se de se manter em contacto com elas.

Ferramenta útil para a 4ª Etapa

Ferramenta 7: Encontrar soluções juntamente com “Margolis Wheel”.

Ferramenta 8: Decidir sobre as soluções.

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Ferramenta 7: Encontre soluções juntamente
com o ‘’Margolis Wheel”

Objectivo: este exercício é uma actividade que ajuda os participantes a encontrarem


soluções para fazer face às causas da vulnerabilidade das raparigas ao HIV/SIDA.
Pode ser usada com o GF ou com outros grupos na comunidade para identificar um
gama de soluções a partir das quais se pode seleccionar as que se revelarem mais
convenientes.

1. Divida os participantes em dois pequenos grupos de 4 ou 5 pessoas cada.

2. Um grupo de 4 ou 5 vai se sentar em círculo com as pessoas viradas para fora. Outro grupo
com igual número de participantes vai se sentar virado para dentro, ficando cada um dos
participantes atrás de outro membro do grupo, virado para dentro. O círculo interior vai servir
de ‘consultores’’ – pessoas que vão dar conselhos aos problemas; e o círculo de virado para fora
será composto por aqueles que ‘’procuram soluções’’, pessoas que estão a procura de solução
para os problemas.

3. Atribua uma das causas prioritárias da vulnerabilidade das raparigas identificadas para a acção a
cada procurador de soluções.

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5. A pessoa que procura por solução tem 5 minutos para descrever o seu problema para o
consultor sentado ao seu lado oposto. Por sua vez, o consultor tem também 5 minutos para
responder com um conselho. Todos os pares devem falar entre si, ao mesmo tempo. Não apressar
os participantes, caso necessitem de mais de 5 minutos, contudo tente não deixar cada par falar
mais de 10 minutos de modo a encorajar as pessoas a pensarem com rapidez e espontaneidade.

5. Assim que o tempo se esgotar, os que procuram por soluções levantam-se e aproximam-se da
direita da cadeira. Os consultores permanecem sentados. Os que procuram por soluções repetem
o processo com o consultor seguinte.

6. Continue com as consultorias até que cada procurador de soluções tenha consultado todos os
membros do círculo.

7. Peça os participantes para trocar de lugares e de papel de modo que os antigos consultores
sejam os que procuram por soluções e vice-versa. Repita o exercício.

Perguntas a fazer aos participantes depois do exercício do “Margolis Wheel”

1. Que tipo de soluções possíveis identificaram?

2. Quem é que vai tentar alguma coisa que vocês nunca tinham pensado fazer antes da realização
deste exercício?

Encorajar as pessoas a lançarem uma chuva de ideias. Elas terão tempo para pensarem
nas que gostariam de pôr em acção na etapa seguinte.

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Ferramenta 8: Decidir sobre as soluções

Objectivo: depois da comunidade identificar uma gama de soluções potenciais esta


ferramenta pode ser usada na escolha das que forem melhores e mais eficazes para
fazer face às causas principais da vulnerabilidade da rapariga.

Esta ferramenta é a mesma que foi usada para definir as causas prioritárias da
vulnerabilidade da rapariga e agora pode ser usada para definir soluções prioritárias.

Para cada causa prioritária da vulnerabilidade da rapariga que o Grupo Focal tiver decidido,
siga as seguintes etapas para decidir sobre que soluções eles irão pôr em prática.

1. Pergunte ao Grupo Focal “para a primeira área de prioridade, que soluções é que foram
identificadas pelas comunidades?”. Registe-as num papel e coloque-as na mesa. Se o nível
de literacia do grupo for baixo, pode usar símbolos ou outros objectos para representar as
causas.

2. Dê a cada pessoa o mesmo número de grãos de feijão/ sementes/seixos.

3. Peça os participantes para pensarem em cada solução e decidirem quantos grãos de feijão
iriam colocar para cada. Peça-lhes para, na sua tomada de decisão, terem em conta as seguintes
questões:
• Nós podemos fazer isto? Dispomos dos recursos necessários, habilidades e tempo?
• Existirão possibilidades de atingir os resultados?
• Temos apoio dos líderes?
• A solução será facilmente percebida por todos?
• Quanto é que vai durar?
• Quantas pessoas esta solução vai afectar?
• Esta solução estará já a ser praticada? Se sim, tem-se revelado eficaz?

4. Peça os participantes para usarem o feijão para pontuarem cada solução numa escala de 1-5,
onde 1 é o menos exequível/eficaz e 5 o mais exequível e eficaz.

5. Assim que todos tiverem terminado, calcule o número dos graus de feijão para cada solução.

6. Discute os resultados com o grupo, com referência à exequibilidade e eficácia. Procure entrar
em acordo com todos sobre as soluções a pôr em acção, com o uso dos recursos disponíveis.

O mobilizador deve auxiliar a comunidade na busca de respostas mas sem impor a


tomada de decisão do grupo.

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7. Agora faça o mesmo exercício para a segunda e a terceira causa da vulnerabilidade da
rapariga.

8. Alguém do Grupo Focal deverá registar os resultados.

As soluções seleccionadas podem ser aplicadas para o desenvolvimento de um Plano de Acção


da comunidade. Lembre-se que, se as soluções não tiverem sido seleccionadas ao mesmo tempo,
poderá ser ainda possível usá-las posteriormente, por exemplo, quando a comunidade tiver mais
recursos.

Cuidado com as soluções que podem gerar conflito, isto é em que na tentativa de
solucionar um problema se cria um impacto negativo. Por exemplo se o problema
for o assédio das raparigas ao venderem os bens no mercado à noite e a comunidade
decide mandar as mães parar de enviar as filhas a vender produtos isto pode originar
numa grande pobreza no seio da família. Logo é necessário identificar uma solução
alternativa tal como criar um ambiente seguro dentro do mercado para as raparigas
sob supervisão dos adultos.

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5ª ETAPA
ASSUMIR UMA ACÇÃO CONJUNTA: Trabalhar em conjunto
para fortalecer as comunidades

Existem 4 fases nesta etapa:


1. Continue a desenvolver as habilidades do Grupo Focal.
2. Lidar com o conflito.
3. Acompanhe o progresso da comunidade.
4. Informe a comunidade dos progressos na obtenção dos resultados.

As preparações já terminaram. Você trabalhou juntamente com o Grupo Focal e com os outros
membros da comunidade, facilitando a elaboração de um Plano de Acção detalhado para
mobilizar a comunidade para as questões da vulnerabilidade das raparigas ao HIV/AIDS.
Nesta etapa, pressupõe-se que o plano esteja a ser implementado pela comunidade tal como
planificado, e que esteja bem definido o seu papel para os apoiar nas suas actividades.

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Passo 1: Continue a desenvolver
as habilidades do Grupo Focal

À medida que a comunidade implementar o plano, os mobilizadores podem fornecer um apoio


importante na medida em que continuarem a desenvolver as habilidades do Grupo Focal dando-
lhe apoio técnico e/ ou logístico. Por exemplo, se as comunidades desejarem manter a consciência
na marcação de encontros, os mobilizadores podem participar ou convocar pessoas competentes
para ajudar a explicar assuntos chaves e para responder a algumas questões.

Para ajudar na tomada de decisão dos participantes, use a Ferramenta 9, Ficha de


Capacitação. Assim que souber quais são as habilidades e conhecimentos que
a comunidade necessita, os mobilizadores podem ser capazes de usar as suas
experiências e conhecimento para ajudar a comunidade. Se isso não for possível,
pense na existência de outros recursos no seio da comunidade que podem responder
às suas necessidades.

Passo 2: Lidar com o conflito

Apesar de ter planificado devidamente e de ter boas intenções, no Passo de implementação, as


coisas não decorrem sempre bem. Podem surgir dificuldades por várias razões.

Se o Grupo Focal enfrentar conflitos difíceis, poderá ser útil usar a Ferramenta 7:
Encontrar soluções juntamente com Margolis Wheel. Ao invés de encontrar soluções
para os problemas prioritários da vulnerabilidade da rapariga, peça aos pesquisadores
para pensarem nos problemas que enfrentam no acto da implementação do seu
plano de acção, por exemplo,“ os membros da comunidade não estão a participar nos
nossos eventos”, e busque soluções potenciais.

Problemas comuns e possibilidades de soluções

Problema: um indivíduo ou grupo tenta impedir certas acções, normalmente porque estas
ameaçam os seus interesses individuais ou do seu grupo.
• Você envolveu este indivíduo ou grupo na Passo da planificação? Ele/ela/eles aceitaram o
plano?
• Você sabe por que motivos os participantes querem impedir a acção?
• Os participantes e o grupo podem trabalhar para juntos negociarem uma solução?
• Os participantes podem pensar em acções alternativas que poderiam se mais viáveis para o
grupo e também para os participantes?

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Problema: A comunidade não tem capacidade para levar a cabo a actividade.
• Você criou um plano que preveja o desenvolvimento das habilidades da comunidade?
• A acção não é possível? Se não, como é que você pode rever a estratégia? É ideal encorajar os
membros da comunidade, começando com actividades que eles possam realizar com facilidade
e num curto período de tempo. Isto vai ajudar a construir a auto-confiança necessária para
depois realizarem as actividades mais difíceis.

Problema: A actividade proposta não parece ter efeito na redução da vulnerabilidade das
raparigas.
• Você deu tempo suficiente para que os efeitos observáveis possam ocorrer?
• Se sim, mas nenhuma mudança ocorreu, reveja a análise feita pela comunidade sobre as causas
e as potenciais soluções. As actividades realizadas estão realmente em concordância com as
causas? Se não, como é que elas podem ser revistas?

Problema: os participantes perderam o interesse pelo programa e pelas actividades.


• Eles estarão frustrados porque não vêem resultados?
• Tenha a certeza de que o sistema de monitoria identifica os sucessos e os partilha com
todos.
• Reveja as actividades e identifique os momentos em que a comunidade enfrentou
desafios difíceis.
• Que forças foram buscar para ultrapassar essas dificuldades? O que podem fazer agora
para manter a motivação e a energia?
• Dê um intervalo. Deixe as pessoas descansar e reflectirem sobre a experiência, e então,
convoque uma nova reunião para ver o que cada um quer fazer.

• Há conflitos de interesses ou as pessoas precisam de ver concretizados os desejos deles para


participarem no programa?
• Há outra causa da vulnerabilidade das raparigas que as pessoas gostariam de tratar?
• Descubra as questões que os participantes gostariam de tratar, e discuta sobre como
é que o plano poderia ser revisto. Muitas vezes, as necessidades agrícolas e outros
eventos da comunidade podem diminuir a participação. Conheça o calendário sazonal
da comunidade e identifique o tempo ideal para as actividades.
• Trabalhe com um grupo menor e com maior envolvimento.
• Dê um intervalo, depois comece novamente.

• Será que eles sentem que os seus esforços não são reconhecidos?
• Encoraje o Grupo Focal a dar alguns “prémios” àqueles que exercem maior esforço. Os
prémios podem ser simplesmente um agradecimento feito pelos Mobilizadores nas
reuniões públicas.

Problema: as comunidades querem se ocupar de actividades que não tem relação directa ou
indirecta com o Objectivo da redução da vulnerabilidade das raparigas ao HIV/ SIDA.
• Encoraje as comunidades a seguirem os seus planos para proteger as raparigas contra o
HIV/SIDA, mas encoraje-os também a descobrirem outros projectos para a comunidade

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concretizar.
• Verificar se o Avante Raparigas! não pode fornecer apoio, ajudando a comunidade a manter
contactos e a ter ligação com outras organizações que possam ter interesse pela actividade.
• Continue a trabalhar com quem está comprometido com a redução da vulnerabilidade das
raparigas. Isto pode significar trabalhar com um grupo menor ou encontrar novos membros
para participar.

Problema: existem outras organizações que estimulam a participação da comunidade


oferecendo incentivos.
• Discuta as ideias de sustentabilidade, participação voluntária e autonomia da comunidade
com os participantes.
• Continue a trabalhar com os que estão verdadeiramente interessados em proteger as raparigas
do HIV/SIDA.
• Lembre as pessoas dos incentivos não monetários, tais como, a melhoria da segurança no seio
da sua comunidade.
• Não responda oferecendo incentivos melhores! Quando os incentivos acabarem, é bem
provável que a participação daqueles que não estão suficientemente comprometidos, também
acabe.

Passo 3: Acompanhe o progresso da comunidade

O GF já seleccionou alguns indicadores de sucesso para cada actividade como parte dos seus
esforços para fazer o Plano de Acção da Comunidade. Agora que as actividades estão a ser levadas
acabo, você pode ajudar o GF a monitorar os seus esforços e os progressos alcançados.

O que significa Monitoria? Monitoria implica verificar o que nós estamos a fazer, examinando se
estamos a cumprir os prazos e se estamos a fazer o que é correcto e foi por nós planificado. Nós
devemos continuamente perguntar-nos se “ Estamos a fazer o que está no Plano de Acção?” e a
monitoria também nos ajuda a identificar qualquer problema que surja e os ajustes que precisam
de se feitos para fazer face a estes problemas.

O tipo de ferramenta a usar para recolher informação de Monitoria dependerá do


tipo de actividade. Uma ferramenta simples é uma lista de verificação do número
das actividades planeadas que de facto foram levadas a cabo. Veja a Ferramenta 10:
Folha de trabalho da comunidade.

• O GF também pode desenvolver as próprias ferramentas que o ajudará a recolher a informação


para monitorar as suas actividades.

• O GF deve encontrar-se regularmente para assegurar que cada grupo responsável ou a pessoa
responsável está a honrar os seus compromissos. Se houver demoras ou problemas, o grupo
tem de decidir sobre as mudanças necessárias antes que seja demasiadamente tarde.

71

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• É importante que o GF documente as suas próprias actividades, assim como as intervenções
da comunidade. Um membro alfabetizado do grupo deve controlar o tempo das reuniões. No
princípio, o dinamizador pode ajudar tomando notas e mostrando-lhe porque é importante
documentar as suas actividades.

• As reuniões devem incluir uma revisão regular do plano de acção e documentação dos
progressos, dificuldades enfrentadas e decisões tomadas para superar essas dificuldades.

• Os assuntos que surjam da monitoria deverão ser tratados de modo a melhorar o Plano de
Acção da comunidade.

Passo 4: Informe a comunidade dos progressos


na obtenção dos resultados

O diálogo contínuo com a comunidade inteira é importante para manter o apoio e o entusiasmo
pelo Plano de Acção da comunidade e pelas suas actividades.

• Lembre os membros do GF para discutirem regularmente com a comunidade, mantendo-a


informada sobre as actividades realizadas e os resultados alcançados.

• Os GF podem decidir sobre a forma de partilhar a informação, como já fizeram anteriormente


com o Plano de acção; eles podem desejar usar um quadro de anúncios, rádio local, chamar
a comunidade para um encontro, fazer uma dramatização ou alguma outra actividade
interessante.

• Estas actualizações também constituem momentos úteis para encorajar a que mais membros
da comunidade sejam envolvidos. Algumas pessoas mais tímidas podem inibir-se de se juntar
aos esforços colectivos no início mas depois de verem o progresso das actividades podem
ganhar interesse e tornarem-se mais activas. Encoraje este tipo de envolvimento, procurando
captar maior número possível de elementos comprometidos com o Plano de Acção; quanto
maior for o efeito destas acções, maior será a adesão da comunidade para alcançar os resultados
na redução da vulnerabilidade das raparigas ao HIV/SIDA!

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Lista de verificação da Etapa 5:

Assunto Marcar (X)

Você trabalhou com o GF para avaliar onde há necessidade de desenvolver


capacidades para levar o Plano de Acção?

O GF procura soluções para os conflitos encontrados?

O GF já desenvolveu ferramentas para colher informação de monitoria dos


progressos efectuados?
O GF usou tal ferramenta para recolher a informação?

A informação conseguida da monitoria foi analisada e os resultados serviram


de retro alimentação das actividades?

O GF informou a comunidade dos progressos que ocorreram, de forma


regular?

Se você alcançou tudo isto, é altura de avançar para a Etapa 6: AVALIACAO CONJUNTA: avaliar os
esforços colectivos para proteger as raparigas ao HIV.

Se você ainda tiver perguntas ou preocupações sobre quaisquer destes aspectos, não se esqueça
de expor isto ao seu supervisor. Os mobilizadores comunitários de outras comunidades também
podem ajudá-lo. Assim, lembre-se de se manter em contacto com eles.

Ferramentas úteis para a 5ª Etapa


Ferramenta 9: Ficha de Capacitação.

Ferramenta 10: Folha de trabalho da comunidade.

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Ferramenta 9: Ficha de Capacitação

Objectivo: esta folha de trabalho ajudará o GF a identificar os conhecimentos e


habilidades que precisam de ser fortalecidos para levar a cabo as actividades no plano
de Acção da Comunidade.

• Desenhe uma matriz grande, de acordo com o modelo abaixo (desenvolvimento de


habilidades), no chão ou num pedaço grande de papel.

• Para a primeira actividade, discuta com o GF os conhecimentos e habilidades que são


necessários para a realização daquela actividade. Registar isto na segunda coluna.

• A seguir, peça ao GF para avaliar a sua própria habilidade para levar a cabo a actividade. Eles
reúnem todas as habilidades necessárias? Por exemplo, eles conseguem falar livremente em
frente de outros grupos grandes? Eles sabem lidar com conflitos? Registe isto na terceira
coluna.

• Em que áreas o GF precisa de ser fortalecido? Registe as sugestões na coluna seguinte.

• Para cada uma destas áreas, Como é que o GF pode ser fortalecido? Podem ser usados recursos
existentes na comunidade ou o GF deve buscar ajuda de fora para esta actividade? Registe isto
na coluna seguinte.

• Em último caso, quem pode ajudar a construir os conhecimentos e habilidades? O mobilizador


pode ajudá-los a construir as suas habilidades ou conhecimentos? Que outras pessoas da
comunidade podem ajudar? Registe isto na última coluna.

• Agora, volte as outras actividades e faça estas perguntas novamente.

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Ficha de Capacitação

Actividade proposta Conhecimentos e Auto-avaliação de Áreas a fortalecer Como é que os Quem pode
(extraída directamente Habilidades necessários habilidades necessárias conhecimentos e as ajudar a construir
do Plano de Acção da para levar a cabo a acção habilidades serão conhecimentos
Comunidade) fortalecidos? Que métodos e habilidades?

GoCommunities_PortugueseFINAL_Rev1.indd 75
serão usados? (quem pode (Mobilizadores, outras
fortalecer a capacidade organizações, etc.)
da comunidade, ou onde
buscar ajuda externa para
esta actividade?)

Trabalhar com a escola na Conhecimento de Pedro (um professor no Conhecimento de Capacidades de Mobilizadores, outros
elaboração de um código capacidades de GF) conhece o sistema capacidades de negociação na reunião professores.
de conduta. negociação de código de educacional. negociação de código do GF e falar com
conduta nacional de um nacional de conduta. Organização Nacional dos
sistema educacional. Professores (ONP) acerca
do código nacional de
conduta.

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Ferramenta 10: Folha de trabalho da comunidade

Objectivo: esta lista de verificação ajudará os GF a monitorar as suas actividades


de modo a saberem se está a cumprir os prazos definidos e a realizar as actividades
conforme o Plano de Acção. Este é apenas um exemplo de ferramenta – o GF pode
desenvolver a sua própria ferramenta.

1. Para cada causa da vulnerabilidade das raparigas, crie um quadro conforme o modelo abaixo.
2. Na primeira coluna escreva as actividades planeadas para fazer face a tal causa.
3. Na coluna seguinte, escreva quantas actividades foram planificadas.
4. Numa base regular, actualize esta lista de verificação com o número de actividade que estão
sendo levadas a cabo.
5. Os GF podem usar esta lista de verificação para discutir se eles estão a realizar as actividades
propostas de acordo com os prazos e se estão a cumprir aquilo que foi planeado. Se as
actividades estiverem atrasadas, esta lista de verificação ajuda ao GF a lembrar-se de redobrar
os seus esforços para completar as actividades ou voltar ao Plano de Acção se verificarem que
o Plano não foi realista.

Actividades por Número Quando foi Número Quando foi


área de prioridade planeado planeado realizado realizado

Exemplo:

Número de dramatização feito 6 Outubro 2


sobre a vulnerabilidade das
raparigas ao HIV/SIDA

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6ª ETAPA
AVALIAÇÃO CONJUNTA: Avaliar os esforços colectivos para a
protecção das raparigas ao HIV

Existe 6 Passos nesta Etapa:


1. Identificar o que a comunidade deseja aprender e alcançar.
2. Conduzir uma avaliação participativa.
3. Analisar os resultados.
4. Partilhar a informação e os sucessos com a comunidade.
5. Preparar-se para reorganizar e actualizar o Plano de Acção.

O que é avaliação? Avaliação é a prática de recolha e uso da informação, de modo a descobrir de


que forma determinada actividade alcançou o resultado pretendido.

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Passo 1: Identifique o que a
comunidade quer aprender e alcançar
Depois da equipa formada, deve rever-se o Plano De Acção da Comunidade. Isto incluirá os
indicadores principais indicadores de sucesso para cada actividade e como e quando é que as
informações devem ser recolhidas. Além destes indicadores, a equipa de avaliação deve sentar-se
e discutir um pouco sobre a informação adicional:

• O que eles querem ou precisam de aprender a partir da avaliação?

• O que aconteceu?
• Que actividades foram eficazes? Que actividades não foram eficazes?
• Quais foram os sucessos? Quais foram os insucessos?
• Até que ponto nós alcançámos as nossas metas?
• Qual foi o custo?
• O que é que deveria ter sido feito de forma diferente?
• O que ainda está por ser feito?
• Qual é a visão futura da comunidade?
• Quais foram ou são as capacidades da comunidade para entrar em acção?

• De quem a comunidade poderia aprender mais?

Passo 2: Conduza uma avaliação participativa

• Quando a equipa de avaliação souber o que deseja aprender e alcançar, deverá decidir que
métodos usar. Alguns métodos úteis incluem:

• Entrevistas individuais detalhadas.


• Discussões em grupo.
• Análise das anotações sobre os conhecimentos e outros documentos.
• Análise da participação nas actividades.
• Cartografia social para mostrar as relações entre o antes e o agora.
• Historial dos sucessos (momentos importantes ou conquistas).
• Desenhos (como o descrever a história do projecto ou as mudanças alcançadas).
• Dramas ou peças para apresentar os marcos/ metas importantes ou eventos.
• Ordenar as actividades por ordem, das que funcionaram melhor às que não funcionaram.

• Em seguida, decida quando é que as informações serão recolhidas e por quem.

• Desenvolva algumas ferramentas para a Equipa de Avaliação recolher informações, como as


listas de verificação iguais às usadas na entrevista. Elas ajudarão a assegurar-se de que toda a
gente está a recolher o mesmo tipo de informação.

• Quando a Equipa de Avaliação começar a recolher a informação, faça lembrar a importância de


se manter um registo fiel do que eles aprenderam.

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Passo 3: Análise dos resultados

• Para começar a análise, os membros de Equipa de Avaliação deve rever a informação recolhida.
Ver o quadro de análise apresentado abaixa. Isso ajudará a Equipa a organizar a informação de
várias fontes, relacionada com a mesma pergunta.

Análise
Resultados Actual
Resultados (porquê? O que
(o que foi Lição aprendida Recomendações
esperados contribuiu para
alcançado)
estes resultados)

• Se houver muita informação, a equipa pode decidir dividir-se em grupos menores para
responder a perguntas específicas e posteriormente partilhar a informação.

• Use as informações recolhidas para responder às perguntas identificadas durante o Acção 2.

Passo 4: Partilhe as informações e


histórias de sucesso com a comunidade
• Quando a equipe tiver terminado a sua análise, é importante que a informação seja partilhada
com a comunidade para que cada um entenda e valide os resultados e a análise.

• Ao preparar a partilha do retorno da informação, a equipa de avaliação deve pensar no que


gostaria de alcançar neste passo. Por exemplo, eles querem fornecer a informação e procurar
respostas na comunidade? Estimular a discussão? Defender algum tipo de acção?

• A Equipa de Avaliação deve decidir então como vai partilhar a informação e alcançar os seus
objectives. A Equipa deve convocar uma reunião com os membros da comunidade? Executar
uma dramatização? Representar uma história por meio de desenhos?

• Tenha a certeza de que obteve sucesso! Reconheça os esforços feitos pelos membros da
comunidade, faça com que eles se sintam elogiados, assim será mais provável que eles possam
aderir a uma acção futura.

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• Não se esqueça de compartilhar também o sucesso com as pessoas ou organizações fora
da comunidade, pois isto pode ser uma oportunidade para obter apoio para as actividades
correntes ou futuras da comunidade a partir do governo local, ONGs ou outros grupos com
recursos.

Passo 5: Prepare-se para reorganizar e actualizar


o Plano de Acção da Comunidade
• Se a comunidade acredita que ainda há trabalho por ser feito, o GF pode usar os resultados da
avaliação para decidir se é preciso reorganizar ou rever o Plano de Acção.

• Se a comunidade tiver avançado ao ponto de achar que esta tarefa foi executada
satisfatoriamente, e que é altura de assumir outro assunto para resolver, então é o momento
de recomeçar o ciclo de acção da comunidade.

Lista de verificação para a Etapa 6:

Assunto Visto

A Equipa de Avaliação identificou o que precisa aprender e alcançar?

A Equipa de Avaliação fez uma avaliação participativa das actividades da


comunidade?

Os resultados foram analisados?

Os resultados da Equipa da Avaliação foram partilhados com a comunidade


alargada?

Houve celebração dos sucessos?

Se você alcançou todas estas coisas, Parabéns! Você conseguiu guiar uma
comunidade com sucesso, mobilizando os seus membros em torno da
vulnerabilidade das raparigas ao HIV/SIDA.

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Anexo 1: O Guia de Campo dos
Facilitadores Comunitários ou Grupo Focal

O Manual inclui também instruções passo a passo para Facilitadores Comunitários ou Grupo
Focal que orientam as respectivas comunidades no processo de mobilização comunitária. O Guia
de Campo dos Facilitadores Comunitários ou Grupo Focal articula papéis específicos a serem
assumidos por facilitadores comunitários como parte do processo. Uma cópia deve ser dada a
cada facilitador comunitário no início do processo se as disposições financeiras o permitirem.

Cada etapa do CAC inclui uma série de etapas a serem seguidas para um determinado estágio.
Embora a ordem destas etapas seja baseado nas experiências de outros ambientes, o mobilizador
pode ajustar a sequência com vista a adptá-la a cada comunidade. No final de cada etapa, existe
uma lista de verificação que ajuda a avaliar se o mobilizador está preparado para passar à etapa
seguinte.

No final de cada etapa, são apresentadas ferramentas úteis sugeridas nas instruções passo a passo
acima referidas. Estas ferramentas podem ser adaptadas às necessidades de cada comunidade.

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1ª ETAPA:
PREPARAR-SE: Fortalecer as capacidades na qualidade do
Mobilizador

1ª Passo: Informação acerca da


Abordagem do Avante Raparigas!
Qual é o objectivo geral do Processo de Mobilização Comunitária do Avante Rapariga!
O Avante Raparigas! tem como objectivo reunir membros comunitários em torno do objectivo
de melhorar e tornar mais saudáveil a vida das raparigas, de modo a protegê-las do HIV/SIDA até
concluírem a sua formação académica.

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Porquê é que o foco está nas raparigas e não nos rapazes?
Avante Raparigas! reconhece que tanto os rapazes quanto as raparigas, os homens e as mulheres
são vulneráveis ao HIV/SIDA. Contudo, as evidências mostram que as raparigas e as mulheres
jovens são as mais vulneráveis ao HIV por várias razões, por exemplo:

• As raparigas têm menos oportunidades para frequentarem a escola ou para prosseguirem os


estudos;
• As raparigas têm menos acesso a informação acerca do HIV/SIDA;
• As raparigas têm menos oportunidades económicas do que os rapazes, o que pode levá-las à
prostituição;
• O papel tradicional da rapariga impede-a de ser mais assertiva;
• As raparigas casam-se e praticam sexo mais cedo do que os rapazes;
• As raparigas têm mais probabilidades de serem vitimas de violência sexual do que os
rapazes.

2º Passo: Informação acerca da Vulnerabilidade


da Rapariga ao HIV/SIDA
O que é preciso saber sobre a vulnerabilidade das raparigas ao HIV/SIDA?

Um dos recursos que acompanha este manual é um Album Seriado sobre a


Vulnerabilidade da Rapariga ao HIV/SIDA. Estes devem ser usados para fortalecer o
conhecimento vários assuntos relacionados com a vulnerabilidade da rapariga. Podem,
de igual modo, ser usados para estimular o diálogo com os membros comunitários
durante o processo de /mobilização. Por exemplo, durante a análise das causas da
vulnerabilidade da rapariga na Etapa 3, os Recursos podem ser usados para levantar
mais tópicos e não para reflectir com mais profundidade sobre um determinado
assunto. De igual modo, podem ser usados durante o processo de monitoria e avaliação
como lembretes dos vários assuntos já debatido pela comunidade.

Os referidos recursos abrangem uma grande variedade de assuntos, incluindo:


• Um panorama de várias formas de transmissão do HIV, bem como as formas de prevenção;
• Um resumo das experiências apreendidas pela Avante Raparigas! acerca da vulnerabilidade da
rapariga ao HIV/SIDA, a partir das discussões com as comunidades locais.
• Questões-chave que afectam a vulnerabilidade da rapariga ao HIV/SIDA. Alguns destes factores
apresentam riscos apenas para as raparigas, tais como a violência, enquanto outros tais como
relações com familiares ou outros adultos podem favorecer ou inibir os riscos, consoante as
relações sejam de falta de comunicação nu de abertura ao diálogo entre as gerações;
• Papéis do género;
• Conhecimentos e atitudes sobre o HIV;
• Comportamento sexual;
• Álcool;

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• Violência e abuso sexual;
• Relacionamento com a família;
• Relacionamento com amigos;
• Educação;
• Cuidados de saúde;
• Pobreza e oportunidades económicas;
• Ritos de iniciação;
• Ideias que podiam ser usadas pelas comunidades para trabalhar em conjunto na abordagem
da vulnerabilidade da rapariga ao HIV/SIDA.

Ainda que haja uma vasta gama de questões relacionadas a vulnerabilidade da


rapariga, as comunidades não precisam de interiorizar tudo de uma única vez. O que
é importante ter em mente é que a comunidade pode ter um impacto positivo, ao agir
sobre uma determinada questão em algumas das áreas de intervenção, ou focando
um assunto de cada vez.

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2ª ETAPA
ORGANIZAR-SE PARA ACÇÃO COMUNITÁRIA: Aprender
a trabalhar em conjunto, criar relações e incentivar a
participação

1º Passo: Informação acerca do processo de


mobilização e do Ciclo de Acção comunitários
O que é mobilização comunitária?
Mobilização comunitária é o processo que visa reunir pessoas em torno da partilhar de um ponto
devista, promovendo o diálogo, fortalecendo as suas capacidades e pondo em prática acções
colectivas com vista a resolver problemas que afectam toda a comunidade. Este processo faz com
que a pessoa se sinta como membro da comunidade, mesmo no caso em que as pessoas não
estejam directamente afectados pelos assuntos.

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O que é o Ciclo de Acção Comunitária?
Ciclo de Acção Comunitária (CAC) é um conjunto de etapas que podem ser seguidas pelos
membros comunitários com vista a realizar uma acção de forma participativa e sistemática para a
protecção das raparigas vulneráveis nas respectivas comunidades.

As Etapas fundamentais do Ciclo de Acção Comunitária são:

1ª ETAPA: PREPARAR-SE: Fortalecer as capacidades na qualidades do Mobilizador


Os Mobilizadores aprendem as formas de mobilizar as comunidades onde irão trabalhar, ligados às
questões fundamentais que afectam a vulnerabilidade das raparigas ao HIV/SIDA e compreendem
a importância dos esforços de protecção da rapariga.

2ª ETAPA: ORGANIZAR PARA ACÇÃO COMUNITÁRIA: Aprender a trabalhar em conjunto, criar


relações e incentivar a participação
Nesta Etapa, os Mobilizadores estabelecem contacto directo com a comunidade; primeiro através
de reuniões com os líderes e representantes da comunidade, e depois com todos os seus membros,
que serão igualmente convidados para uma reunião alargada. Nesta reunião, os interessados
formam o “Grupo Focal”. Os mobilizadores trabalharão no sentido de conduzir a comunidade no
processo de proteger a rapariga dos vários factores de vulnerabilidade. De igual modo, nesta etapa
será seleccionada uma “Equipa de avaliação” que irá avaliar o programa de modo a observar, de
forma clara, o processo de mobilização comunitária.

3ª ETAPA:PROMOVER DIÁLOGO COMUNITÁRIO: discutir os aspectos ligados à vulnerabilidade


da rapariga face ao HIV/SIDA
Os Mobilizadores irão explorar e discutir os assuntos referentes à vulnerabilidade das raparigas
à infecção pelo HIV/SIDA, primeiro com o Grupo Focal de cada comunidade e, depois com
a comunidade alargada, de modo a identificarem as principais razões que estão por detrás da
vulnerabilidade da rapariga ao HIV.

4ª ETAPA: DEFINIR CONSENSO E PLANIFICAR EM CONJUNTO: Desenvolver um plano conjunto


para fortalecer as raparigas
O Grupo Focal irá trabalhar com a comunidade para encontrar soluções para os principais
problemas identificados na 3ª Etapa. Em seguinda, ele vai ajudar a comunidade a desenvolver um
Plano de Acção que surja organicamente da própria comunidade, definindo o melhor momento
para entrarem em acção.

5ª ETAPA: ASSUMIR UMA ACÇÃO CONJUNTA: Trabalhar em conjunto para fortalecer as


comunidades
Os Mobilizadores irão ajudar a comunidade a implementar os seus planos de acção, incluindo no
processo de monitoria das actividades.

6ª ETAPA. AVALIAÇÃO CONJUNTA: Avaliar os esforços colectivos para a protecção das


raparigas ao HIV
Os Mobilizadores irão trabalhar com o Grupo de Avaliação na administração e avaliação da participação.
Estas informações podem ser usadas para melhorar as acções da comunidade. Este também é o
momento para começar a partilhar histórias de sucesso e para rever os novos caminhos!

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2º Passo: Compreender o papel do Facilitador Comunitário
O papel fundamental do Facilitador Comunitário é o de:

• Reunir pessoas para discutir as questões detalhadamente;


• Trazer algumas pessoas com conhecimentos especiais relativos a algumas questões, tais como
trabalhadores de saúde ou representantes das organizações sediadas na comunidade;
• Dar oportunidade de participação a todos os envolvidos no processo;
• Ajudar os membros comunitários a organizar-se para realizaram determinada acção.

Lidar com opiniões diferentes e aprender a comprometer-se


Ao negociar o conflito, é melhor focalizar nas soluções “win/win”. Desta forma, cada um dos lados
não obterá nunca 100% do que desejariam mas beneficiam de forma similar, de modo a ambos
estarem satisfeitos com a solução e beneficiarem com ela. Veja a Ferramenta 3: Como Lidar com
um Conflito, para algumas fases em que é necessário lidar com o conflito e negociar as soluções.

3º Passo: Entendendo as funções da Equipa de Avaliação


Os papéis-chave da equipa de avaliação são: (1) observar atentamente o processo de mobilização;
e (2) conduzir uma avaliação participativa no final do processo. A equipa de avaliação deve ter
uma participação activa e observadora no processo.

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3ª ETAPA
PROMOVER DIÁLOGO COMUNITÁRIO: Discutir aspectos
ligados a vulnerabilidade das raparigas ao HIV/SIDA

A 3ª etapa é a parte crucial do processo de formação, mas também a mais aprofundada.

1º Passo: Explore as causas da vulnerabilidade das


raparigas face ao HIV/SIDA com o Grupo Focal
O Grupo Focal precisa de informação correcta sobre a vulnerabilidade das raparigas ao HIV/SIDA.
Mesmo que alguns dos membros possam ter conhecimento sobre o assunto tratado, é importante
para eles explorar e discuti-lo com maior profundidade.

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Uma boa forma de fazer isto, é usar as três análises da árvore do problema. Veja a
Ferramenta 4 para as directrizes de como o fazer.

• Os recursos visuais ou Álbum Seriado sobre a vulnerabilidade da rapariga ao HIV/SIDA podem


ser usados para sustentar as discussões sobre as questões identificadas ou para iniciar debates
sobre questões que ainda não foram abordadas.

2º Passo: Explore as causas da vulnerabilidade das


raparigas ao HIV/SIDA com a comunidade alargada
Agora que o Grupo Focal já explorou e discutiu a vulnerabilidade das raparigas ao HIV/SIDA, eles
precisam de planear a discussão deste assunto com a comunidade alargada.

• A primeira etapa consiste em decidir como envolver a comunidade alargada na discussão do


assunto. Os métodos interactivos abaixo indicados são algumas das sugestões. Que outros
métodos interactivos você poderia pensar?

Método interactivo para explorar e discutir a vulnerabilidade das raparigas ao


HIV/SIDA

Análise da árvore do problema. Explorar com profundidade as causas subjacentes de um


problema num ambiente de pequeno grupo. Isto ajuda a identificar as principais questões e
potenciais soluções. Use a Ferramenta 4 “ Desenho de uma Árvore do Problema”.

Discussão em grupo. Organize as pessoas que têm características comuns em pequenos grupos
para discutirem o assunto. A discussão em grupo fornece um ambiente confortável para as pessoas
se expressarem, embora algumas possam ainda hesitar em dizer o que pensam em frente de
outras pessoas.

Trabalho em pequeno grupo numa reunião alargada. Durante a reunião do grupo alargado, é
possível discutir muitos assuntos, usando pequenos grupos. Divida os participantes em grupos de
5-6 pessoas e atribua uma questão ou um tópico a cada grupo. Por exemplo, um dos grupos pode
falar sobre os cuidados sanitários, outro sobre a educação, etc. Dê tempo para cada grupo discutir
de que modo é que esse assunto afecta a vulnerabilidade das raparigas ao HIV/SIDA. No final, peça
a uma pessoa de cada grupo para fazer um resumo das suas conclusões e peça ao grupo alargado
para fazer perguntas e partilhar as suas opiniões.

Dramatização. Um indivíduo ou grupo da comunidade desenvolve e apresenta uma dramatização


relacionada com o assunto enquanto os outros membros da comunidade observam. Os dramas
são uma boa forma de iniciar uma discussão. Por exemplo, ao tratar um assunto tão sensível como
o estupro, às vezes é mais fácil as pessoas falarem sobre uma situação fictícia do que falarem delas
próprias ou de outras pessoas da comunidade.

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3º Passo: Analise a informação
obtida e defina prioridades de acção
Agora que o Grupo Focal já obteve informação junto a comunidade sobre o que torna as raparigas
vulneráveis ao HIV/SIDA, é altura de reflectir sobre os resultados.

• Certifique-se de que está a documentar todas as discussões com a comunidade


alargada. Reveja-as em grupo para lembrar aos participantes o que já foi tratado.

• Tome conhecimento das diferentes opiniões que podem existir entre os indivíduos
e grupos – não deve juntar todas as respostas pois isto pode fazê-lo perder as
diferenças importantes existentes no seio da comunidade.

• Tente focalizar-se nos temas principais e não nos pequenos detalhes. Depois dos
participantes terem uma ideia clara sobre os assuntos principais e tiverem definido
as suas prioridades, podem então retomar os detalhes que sejam relevantes.

Para ajudar a decidir sobre as prioridades, use a Feramente 6: Definir prioridades de


acção. É melhor limitar as prioridades a dois ou três assuntos.

4º Passo: Partilhe os resultados com a comunidade e estabeleça


consensos na definição de prioridades
• Depois de o GF fazer a revisão da informação recolhida e colocar os problemas por ordem de
prioridade, discuta e chegue a um acordo sobre a forma como irão partilhar a mesma, incluindo
os resultados das discussões da comunidade e relativos às causas principais da vulnerabilidade
das raparigas sobre as quais a comunidade decidiu agir.

• Assegure-se que os membros da comunidade têm oportunidade de fornecer um feedback


sobre as prioridades de acção. Elas devem ser abertamente discutidas com os membros da
comunidade até que se chegue a um acordo.

Ferramentas úteis para a 3ª Etapa


Ferramenta 4: Desenho da árvore do problema.

Ferramenta 5: Liderando o grupo de discussão.

Ferramenta 6: Definir prioridades de acção.

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Ferramenta 4: Desenho da árvore do problema

Objectivo: este exercício ajuda a explorar e a discutir as causas profundas da


vulnerabilidade da rapariga ao HIV/SIDA e assegura que a comunidade toma iniciativas
para dar resposta às causas subjacentes e não aos efeitos da mesma. Este exercício é
também conhecido como “análise de causas profundas”.

1. Desenhe uma árvore com folhas, ramos, tronco e raízes.

2. Explique que o tronco da árvore representa o problema (vulnerabilidade das raparigas ao


HIV/SIDA). As raízes são as causas do problema e os ramos e as folhas são os efeitos. Assim
como a árvore, cada problema tem raízes muito profundas. Se tratarmos apenas dos efeitos,
não teremos qualquer impacto sobre o problema, mas se cortarmos a árvore pela raíz, nós
podemos eliminar o problema.

3. Desta forma, vamos analisar as principais causas da vulnerabilidade das raparigas e as suas
causas. Em primeiro lugar, faça um círculo no meio de um pedaço largo de papel ou no quadro
branco, ou qualquer outro material disponível e escreva nele ‘’Raparigas que estão a ser
infectadas pelo HIV/SIDA’’.

4. Comece por perguntar ao grupo “quais são as causas mais comuns da infecção das raparigas
pelo HIV/SIDA?”

5. Para cada motivo dado desenhe um círculo fora do círculo principal e escreva a respectiva
razão. Desenhe uma linha que liga cada motivo ao círculo principal. Dependendo do nível de
escolaridade do grupo, poderá ser mais útil desenhar figuras ao invés de escrever os motivos.

6. Assim que os participantes tiverem identificado as razões principais, pegue em cada razão e
pergunte ‘’ Quais são as principais causas? Por exemplo, as escolas são lugares inseguros ou as
pessoas não conhecem as regras da escola. Para cada resposta, desenhe um círculo e com uma
linha, faça uma correspondência entre a causa e a razão.

Ao questionar repetidamente“Mas porquê?”,os participantes irão explorar as razões mais profundas


da vulnerabilidade das raparigas ao HIV/SIDA.

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Exemplo de uma árvore de problema

Vulnerabilidade das
raparigas ao
HIV/SIDA

Se pergunte primeiro “Porquê as


raparigas nesta comunidade são
vulneraveis ao HIV/SIDA?” Registe
as respostas na linha seguinte.

Fazem sexo
Vão a bares e com homens Abandonaram Estas são causas
ficam bebadas em troca de a escola imediatas.
dinheiro

Logo para cada causa


imediata, pergunte “Porquê?”
Veja exemplo no diagrama
seguinte.

Estas são causas


subjacentes (que não
Causa Causa Causa Causa
são visiveis ou
subjacente subjacente subjacente subjacente
identificáveis a primeira
vista). Tambem podem
ser pesquisadas com
mais profundidade.

Lembre-se de que estes são apenas exemplos de possíveis causas. Os membros da


comunidade irão usar este processo para identificar as causas, à medida que eles as
observarem na comunidade.

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Discutir os resultados da árvore de problema
Assim que o grupo tiver completado a sua árvore do problema, é importante que eles discutam o
que encontraram. Por exemplo:

• Haverá pessoas (por exemplo homens e mulheres) que vêem as coisas de forma diferente?
• Haverá resultados surpreendentes? Porque é que são surpreendentes?
• Que conclusões podemos tirar a partir dos resultados?
• Que resultados têm uma implicação mais importante nas actividades futuras? Porquê?

Não podem Raparigas


pagar a taxa abandonam a Primeiro pergunte “Por que as
de ingresso escola cedo raparigas abandonam a escola?
escolar

Estas são causas


Engravidaram imediatas.

Logo para cada causa imediata pergunte


“Por que?” Por exemplo “Por que as
Não têm raparigas nao têm interesse na escola?”
interesse na
escola
Não têm Sentem
estímulo dos pressão de
pais ou ganhar
professores dinheiro logo

Não se sentem
seguras na
escola
Os professores
pedem sexo as A latrina é
garotas em solitaria
troca de notas

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Ferramenta 5: Liderando o grupo de discussão

Objectivo: Este exercício vai ajudá-lo a suscitar discussões com o grupo para explorar
o que as pessoas já sabem, pensam e sentem sobre o assunto da vulnerabilidade da
rapariga ao HIV/SIDA.

Preparação
1. Trabalhe com o Grupo Focal para elaborar uma lista dos diferentes tipos de pessoas na
comunidade com quem se pode reunir. É importante agrupar as pessoas segundo as suas
afinidades de modo a que possam falar mais livremente. Por exemplo, um grupo de raparigas
jovens, outro de raparigas mais velhas, outro de homens adultos, outro de professores, etc.
2. Decidir sobre as questões sobre quais os Grupos de Discussão irão reflectir. O ideal é ter de 3 a
5 questões principais.
3. Encontre um espaço calmo na comunidade onde os grupos se possam reunir. Pode ser à
sombra de uma árvore ou numa sala de aulas, fora do horário lectivo.
4. Convidar as pessoas a participarem nos grupos de discussão. Sempre que alguém aceite
participar, forneça-lhe as informações necessárias sobre a data, a hora e o local do encontro
com o grupo.

Durante a Discussão
1. Um dos membros do Grupo Focal deverá moderar o grupo enquanto o outro faz o registo do
que estiver a ser discutido.
2. O facilitador deverá pedir os participantes para se apresentarem.
3. Em seguida, o facilitador deve informar os participantes do Objectivo do grupo. Por exemplo,
“ descobrir o que é que as pessoas nesta comunidade pensam e sentem em relação à
vulnerabilidade da rapariga ao HIV/SIDA”. Pedir aos participantes para guardarem sigilo sobre
todo e qualquer assunto que for discutido no encontro.
4. Após as apresentações, use o Guião de perguntas elaboradas para o efeito para moderar a
discussão.
5. No final da discussão, agradeça a participação de todos.

Alguns princípios básicos para os grupos de discussão


• O papel do Grupo Focal é de fazer perguntas e ESCUTAR ATENTAMENTE as respostas
do grupo, registando todas as respostas.
• Certifique-se de que o Grupo Focal não apresenta as respostas ou censura os
membros da comunidade, caso estes discordem com a sua resposta.
• Certifique-se de que todos têm oportunidade para dizer o que pensam. Não deixe
que ninguém monopolize a discussão.
• Peça a opinião das pessoas que estão em silêncio, de modo a motivar a sua
participação.

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Ferramenta 6: Definir prioridades de acção

Objectivo: Esta ferramenta pode ser usada pelo Grupo Focal para decidir sobre quais
as causas da vulnerabilidade das raparigas são prioritárias para intervenção.

1. Pergunte ao Grupo Focal “ quais foram as causas principais da vulnerabilidade da rapariga


que foram identificadas pela comunidade?” registe-as e coloque-as na mesa. Caso o nível de
escolaridade do grupo seja baixo, pode usar símbolos ou outros objectos para representar as
causas.
2. Dê a cada pessoa igual número de grãos de feijão/ sementes/ seixos.
3. Peça os participantes para pensarem em cada causa e decidirem sobre o número de grãos de
feijão a colocar para cada. Peça-lhes para que, no acto da tomada das suas decisões, tomem em
consideração as seguintes questões:

• Quantas pessoas são afectadas por isto?


• Qual é o impacto deste assunto?
• O que é que está sendo feito para solucionar esta questão? Se sim, tem-se revelado
eficaz?
• Os membros da comunidade têm motivação para fazer algo face a esta situação?

4. Peça aos participantes para USAREM os seus grãos de feijão para pontuarem cada problema
numa escala de 1-5, onde 1 representa “não é importante” e 5 “é muito importante”.
5. Quando todos tiverem terminado, marque o número dos grãos de feijão para cada problema.
6. Discuta os resultados com o grupo, com referência às questões chaves a ter em conta. Obtenha
um consenso sobre os 3 assuntos mais relevantes para a realização da acção, usando os
recursos disponíveis.
7. Um dos membros do Grupo Focal deverá fazer o registo dos resultados.

Tente certificar-se de que todos tiveram oportunidade de partilhar as suas opiniões e


que estão de acordo com as prioridades definidas.

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4ª Etapa
DEFINIR CONSENSO E PLANIFICAR EM CONJUNTO:
Desenvolver um plano conjunto para fortalecer as raparigas

Passo 1: Fazer o mapeamento dos recursos locais


• Peça aos membros da comunidade para desenharem um grande mapa da comunidade no
chão, com os materiais que tiverem à disposição (papel ou quadro preto). Podem ser usados
materiais naturais como galhos e ainda folhas e pedras que podem simbolizar várias coisas. A
área representada pode incluir várias aldeias ou pode ser uma pequena área urbana.

• Uma vez desenhado o mapa, peça-lhes para marcarem nele os recursos de que comunidade
dispõe e que podem ser-lhes úteis: (1) podem ser as causas dos problemas específicos que eles
identificaram relacionados com a vulnerabilidade das raparigas. ou (2) ser algum recurso útil à
intervenção comunitária para reduzir a vulnerabilidade da rapariga.

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As áreas comunitárias identificadas podem incluir:

• Casas.
• Instituições (igrejas, mesquitas, escolas, centros de saúde).
• Policia ou Segurança.
• Mercados e lojas.
• Bares.
• Clubes juvenis.
• Campos de jogos.
• Locais onde ficam os líderes comunitários ou outras pessoas influentes.
• Fontenárias.
• Canais de Comunicação, tais como, estações de rádio ou mensagens.

• O Grupo focal deve copiar o mapa inteiro com todos os detalhes no pedaço de papel para ficar
na posse deste.

Exemplo de mapa comunitário

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Passo 2: Encontre e seleccione
as soluções para os problemas

Assim que o Grupo Focal tiver trabalhado com a comunidade na identificação das acções
prioritárias a serem desenvolvidas em relação à vulnerabilidade das raparigas ao HIV/SIDA, é
altura de pedir à comunidade para dar ideias de soluções.

• É importante obter o maior número de ideias possível sobre como tratar cada uma das causas.
A Ferramenta 7: Encontrar soluções juntamente com “Margolis Wheel”, é um método eficaz
para a produção de ideias criativas.

• Assim que tiver uma lista de ideias e soluções, é altura de decidir sobre que soluções a
comunidade deve adoptar. O Grupo Focal pode usar a Ferramenta 8,“ Decidir sobre as soluções”,
para seleccionar os mais apropriados e eficazes, para que a comunidade ponha em prática.

Passo 3: Elabore um Plano de Acção da Comunidade

Os aspectos-chave do plano de acção devem assegurar que toda a gente esteja de acordo com:

• A acção a ser levada a cabo.


• A(s) Pessoa/pessoas que vão desencadear estas acções (certifique-se de que a
responsabilidade é partilhada pelos membros do grupo e que cada pessoa tem uma
actividade específica a executar neste âmbito).
• Tempo para a acção (fixe acções imediatas, possíveis de serem realizadas a curto prazo
– nos próximos meses ou semanas).
• Recursos necessários.

• Se houver recursos, desenhar uma tabela no final desta fase (por exemplo um Plano de Acção
Comunitária) numa folha grande e listar na primeira coluna as áreas prioritárias de acção.

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• Em seguida, preencha de acordo com o que a comunidade decidiu fazer face às questões e
as actividades específicas que serão desencadeadas. Por exemplo, se a comunidade deseja “
fornecer informação sobre o HIV”, as actividades específicas seriam “apresentar um drama uma
vez por semana” ou “trabalhar com os pastores no debate sobre a vulnerabilidade da rapariga
no seio da sua congregação”.

• Depois de listadas todas as actividades, volte atrás e preencha o resto do quadro, incluindo
quem será responsável pela consecução de cada actividade, os recursos necessários para levar
a cabo as actividades e, numa linha separada, os indicadores do progresso.

Uma forma alternativa de elaborar um plano de acção


É possível desenvolver um Plano de Acção que não exija literacia e depois procurar
alguém para registar os detalhes do Plano:

1. Concorde com o grupo em relação às principais acções a serem levadas a cabo.


2. Para a primeira acção, peça voluntários para serem responsáveis. Peçaos voluntários
para se juntarem todos num grupo. Repetir para cada acção.
3. Assim que todos se tiverem voluntariado, pelo menos para uma acção, peça a cada
grupo para acertarem entre si o prazo e os recursos necessários. O resto do grupo
deverá estar de acordo com que o ficar definido.
4. Finalmente, o grupo precisa de decidir sobre a forma como irá monitorar e avaliar
as suas acções. Como é que eles vão saber se puderam alcançar as suas metas? Tal
deve ser mensurável e observável;
5. O Grupo Focal ou o Mobilizador deve fazer o registo das decisões tomadas.

Passo 4: Apresente o Plano de Acção à comunidade alargada (faça


revisão dos vários aspectos, se necessário)
• Organizar uma reunião com o resto da comunidade e com as organizações que já trabalharam
na área.

• Durante a reunião, ajude os membros da comunidade a encontrar formas de trabalharem em


conjunto. Um exemplo poderia ser que depois de se partilhar o Plano de Acção nas igrejas
locais, os seus membros assumam o compromisso de partilhar a informação, sobre um dos
problemas fundamentais, durante as suas reuniões regulares com os membros da igreja.

• Solicite aos presentes comentários e sugestões sobre o Plano de Acção à comunidade.

• Depois da reunião, reveja o Plano de Acção, se necessário baseando-se na avaliação dos


membros da comunidade.

Parabéns! Agora a comunidade tem um plano para por em acção!

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Exemplo de um Plano de Acção Comunitário

O que é que a
Actividades Recursos Quando vai iniciar e Monitoria e avaliação
Problema comunidade gostaria de Quem é responsável
específicas Necessários terminar
fazer

As raparigas não Um código de Ter encontro com a Margaret, etc. Ter encontro com a Número dos encontros

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estão seguras na conduta para todos os direcção dos professores direcção dos professores com a direcção dos
escola. professores. para elaborar um código na próxima semana. professores.
Decidir sobre um código
de conduta final. Ter um código de A escola deve ter um
Elevar a consciência conduta até Janeiro de código de conduta no
dos professores, alunos, 2010. lugar (sim/não).
pais em relação ao novo
código. % De professores/
Elaborar um processo de alunos/pais com
denúncia dos professores conhecimento do
que assediam os alunos código.
sexualmente.

Encontre uma organização Peça aos membros


local para ajudar na da comunidade para
construção de latrinas. providenciarem tempo e
Peça aos membros recursos.
da comunidade para Procure organizações
participarem com recursos que poderiam ajudar
humanos e materiais. na disponibilização de
fundos ou de peritos.

Estabeleça associações
do tipo Pais - professores.

Os Bares servem Elevar o conhecimento Realizar uma reunião Grupo Focal. Local de Realizar a planificação Número de proprietários
álcool as raparigas comunitário em relação com os proprietários reunião, de reuniões em de bares que
jovens. as leis que restringem dos bares, membros participantes Setembro de 2010. participaram na reunião.
a idade ao consumo de comunitários e a
álcool. membros do governo convocatória Realizar a reunião em % de bares a não
Pressionar os proprietários para rever as restrições da reunião. Outubro de 2010. servirem álcool a
dos bares a respeitar as actuais relativas ao raparigas jovens.
leis que restringem idades consumo de álcool.
ao consumo do álcool.

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Ferramenta útil para a 4ª Etapa

Ferramenta 7: Encontrar soluções juntamente com “Margolis Wheel”.

Ferramenta 8: Decidir sobre as soluções.

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Ferramenta 7: Encontre soluções juntamente
com o ‘’Margolis Wheel”

Objectivo: Este exercício é uma actividade que ajuda os participantes a buscarem


soluções para fazer face às causas da vulnerabilidade das raparigas ao HIV/SIDA. Pode
ser usada com o GF ou outros grupos na comunidade para identificar um gama de
soluções que serão objecto de uma selecção.

1. Divida os participantes em dois pequenos grupos de 4 ou 5 pessoas cada.

2. Um grupo de 4 ou 5 vai se sentar em círculo, virado para fora. Outro grupo com igual número
de participantes vai se sentar virado para dentro, cada participante atrás do outro membro do
grupo que está virado para dentro O círculo interior vai representar os ‘consultores’’ – pessoas
que vão dar conselhos aos problemas; e o círculo de virado para fora será composto por
aqueles que ‘’procuram soluções’’, pessoas que estão a procura de solução para os problemas.

3. Atribua umas das causas prioritárias da vulnerabilidade das raparigas identificadas para a acção a
cada “procurador de soluções”.

4. A pessoa que procura por solução tem 5 minutos para descrever o seu problema ao consultor
sentado do seu lado oposto. Por sua vez, o consultor tem também 5 minutos para responder
com um conselho. Todos os pares devem falar entre si ao mesmo tempo. Não deve apressar os
participantes, caso estes necessitem de mais 5 minutos; contudo tente não deixar cada par falar
durante 10 minutos, de modo a encorajar as pessoas a pensarem com rapidez e espontaneidade.

5. Assim que o tempo se tiver esgotado, os que procuram por soluções levantam-se e aproximam-
se da direita da cadeira. Os consultores permanecem sentados. Os que procuram por soluções
repetem o processo com o consultor seguinte.

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6. Continue com as consultorias até que cada procurador de soluções tenha consultado todos no
círculo.

7. Peça os participantes para trocarem de lugares e de papel de modo a que os antigos consultores
se tornem nos que procuram por soluções e vice-versa. Repita o exercício.

Perguntas a fazer aos participantes depois do exercício do “Margolis Wheel”

1. Que tipo de soluções possíveis vocês identificaram?

2. Quem é que vai tentar alguma coisa que vocês nunca tinham pensado em fazer antes de
fazerem este exercício?

Encoraje as pessoas a lançarem uma chuva de ideias. Eles terão tempo para pensarem
nas que gostariam de pôr em acção na etapa seguinte.

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Ferramenta 8: Decidir sobre as soluções

Objectivo: depois da comunidade ter identificado uma gama de soluções potenciais


esta ferramenta pode ser usada na escolha das melhores e mais eficazes soluções para
fazer face às causas principais da vulnerabilidade da rapariga.
Esta ferramenta é a mesma que foi usada para definir as causas principais da
vulnerabilidade da rapariga – agora pode ser usada para definir soluções prioritárias.

Para cada causa prioritária da vulnerabilidade da rapariga que o Grupo Focal tiver decidido,
siga as seguintes etapas para decidir sobre que soluções eles irão por em prática.

1. Pergunte ao Grupo Focal “ para a primeira área de prioridade, que soluções é que foram
identificadas pelas comunidades?” registe num papel e coloque na mesa. Se o nível de literacia
do grupo for baixo, pode usar símbolos ou outros objectos para representar as causas.

2. Dê a cada pessoa o mesmo número de grãos de feijão/ sementes/seixos.

3. Peça os participantes para pensarem em cada solução e decidir quantos grãos de feijão iriam
colocar para cada. Peça-lhes para, na sua tomada de decisão, terem em conta as seguintes
questões:

• Nós podemos fazer isto? Dispomos dos recursos necessários, habilidades e tempo?
• Existirão possibilidades de atingir os resultados?
• Temos apoio dos líderes?
• A solução será facilmente percebida por todos?
• Quanto tempo é que vai durar?
• Quantas pessoas esta solução vai afectar?
• Esta solução estará já a ser praticada? Se sim, é eficaz?

4. Peça os participantes para usarem o feijão para pontuarem cada solução numa escala de 1-5,
onde 1 é “o menos exequível/eficaz” e 5 “o mais exequível e eficaz”.

5. Assim que todos tiverem terminado, calcule o número dos grãos de feijão para cada solução.

6. Discute os resultados com o grupo, com referência à exequibilidade e eficácia. Procure entrar
em acordo com todos sobre as soluções a por em acção, com o uso dos recursos disponíveis.

7. Agora faça o mesmo exercício para a segunda e a terceira causa da vulnerabilidade da


rapariga.

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5ª ETAPA
ASSUMIR UMA ACÇÃO CONJUNTA: Trabalhar em conjunto
para fortalecer as comunidades

Nesta etapa, pressupõe-se que o plano esteja a ser implementado pela comunidade tal como
planificado, e que esteja claro o seu papel para os apoiar nas suas actividades.

Passo 1: Como Lidar com os Desafios


• Apesar de ter planificado devidamente e de ter boas intenções, no Passo de Implementação,
as coisas não decorrem sempre da melhor forma. Pode haver dificuldades, por várias razões.

• Se o Grupo Focal enfrenta conflitos difíceis, poderá ser útil usar a Ferramenta 7: Encontrar
soluções juntamente com “Margolis Wheel”. Ao invés de encontrar soluções para os problemas
principais ligados à vulnerabilidade da rapariga, peça aos pesquisadores para pensarem
nos problemas que enfrentam no momento da implementação do seu plano de acção, por

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exemplo, “ os membros da comunidade não estão a participar nos nossos eventos”, e busque
potenciais soluções.

Passo 2: Acompanhe o progresso da comunidade

O que significa Monitoria? Monitoria implica verificar o que estamos a fazer, examinando se
estamos a cumprir os prazos e se estamos a fazer o que é correcto e foi por nós planificado. Nós
devemos continuamente perguntar-nos se “ Estamos a fazer o que está no Plano de Acção?”. A
monitoria também nos ajuda a identificar quaisquer problemas que surjam e os ajustes que
precisam de se feitos para fazer face a estes problemas.

• O tipo de ferramenta a usar para recolher informação de Monitoria dependerá do


tipo de actividade. Uma ferramenta simples é uma lista de verificação do número
das actividades planeadas; aquelas que de facto foram levadas a cabo. Veja a
Ferramenta 10: Folha de trabalho da comunidade.

• O GF deve encontrar-se regularmente para assegurar que cada grupo responsável


ou a pessoa responsável está a honrar os seus compromissos. Se houver demoras
ou problemas, o grupo tem de decidir sobre as mudanças necessárias, antes que
se torne demasiada tarde.

• Os assuntos que surgem a partir da monitoria devem ser abordados de modo a


melhorar o Plano de Acção da comunidade.

Passo 3: Informe a comunidade dos progressos


na obtenção dos resultados

O diálogo contínuo com toda a comunidade é importante para manter o apoio e o entusiasmo
relativos ao Plano de Acção da comunidade e pelas suas actividades.

• Lembre os membros do GF para discutirem regularmente com a comunidade, mantendo-a


informada sobre as actividades realizadas e os resultados alcançados.

• Estas actualizações também constituem momentos úteis para encorajar a que mais membros
da comunidade sejam envolvidos.

Ferramentas úteis para a 5ª Etapa


Ferramenta 10: Folha de trabalho da comunidade.

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Ferramenta 10: Folha de trabalho da comunidade

Objectivo: Folha de Trabalho da Comunidade ajudará os GF a monitorar as suas


actividades, de modo a saberem se se está a cumprir os prazos definidos e a realizar as
actividades conforme o Plano de Acção. Este é apenas um exemplo de ferramenta – o
GF pode desenvolver os seus próprios instrumentos.

1. Para cada causa da vulnerabilidade das raparigas, crie um quadro conforme o modelo abaixo.

2. Na primeira coluna escreva as actividades planeadas para fazer face a tal causa.

3. Na coluna seguinte, escreva quantas actividades foram planificadas.

4. Numa base regular, actualize esta lista de verificação com o número de actividade que estão
sendo levadas a cabo.

5. Os GF podem usar esta lista de verificação para discutir se eles estão a realizar as actividades
propostas, conforme os prazos e se estão a cumprir com o que foi planeado. Se as actividades
estiverem atrasadas, esta lista de verificação ajuda ao GF a lembrar-se de redobrar os seus
esforços para completar as actividades ou a voltar ao Plano de Acção se se verificar que o
Plano não foi realista.

Actividades por Número Quando foi Número Quando foi


área de prioridade planeado planeado realizado realizado
Exemplo:

Número de dramatizações 6 Outubro 2


feitas sobre a vulnerabilidade
das raparigas ao HIV/SIDA

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6ª ETAPA
AVALIAÇÃO CONJUNTA: Avaliar os esforços colectivos para a
protecção das raparigas ao HIV

Passo 1: Identifique o que a comunidade quer aprender e alcançar


A equipa de avaliação deve sentar-se e discutir um pouco sobre o Plano de Acção Comunitária.

• O que eles querem ou precisam de aprender a respeito da avaliação? Algumas questões a


colocar incluem:
• O que aconteceu?
• Que actividades foram eficazes? Que actividades não foram eficazes?
• Quais foram os sucessos? Quais foram os insucessos?
• Até que ponto nós alcançámos as metas definidas?
• Qual foi o custo?
• O que é que deveríamos ter feito de forma diferente?

• De quem a comunidade poderia aprender mais?

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Passo 2: Conduza uma avaliação participativa

• Quando a equipa de avaliação souber o que deseja aprender e alcançar, deverá decidir que
métodos usar. Alguns métodos úteis incluem:

• Entrevistas individuais detalhadas.


• Discussões em grupo.
• Análise de participação em actividades.
• Histórias de sucesso (momentos importantes ou conquistas).
• Desenhos (como o descrever a história do projecto ou as mudanças alcançadas).
• Dramas ou peças para apresentar os marcos/ metas importantes ou eventos.
• Ordenar as actividades, das que funcionaram melhor às que não funcionaram de todo.

• Em seguida, decida quando é que as informações serão recolhidas e por quem.

• Desenvolva algumas ferramentas para a Equipa de Avaliação recolher informações, como as


listas de verificação iguais às usadas na entrevista. Elas ajudarão a assegurar-se de que toda a
gente está a recolher o mesmo tipo de informação.

Passo 3: Análise dos resultados

Para começar a análise, os membros de Equipa de Avaliação devem rever a informação recolhida.
Ver o quadro de análise como apresentado abaixa. Isso ajudará a Equipa a organizar a informação
relacionada com a mesma pergunta oriunda de várias fontes.

Resultados Análise
Resultados Actuais (porquê? O que Lição aprendida Recomendações
esperados (o que foi contribuiu para
alcançado) estes resultados)

• Use as informações recolhidas para responder às perguntas identificadas durante o Acção 2.

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Passo 4: Partilhe as informações e histórias
de sucesso com a comunidade

Quando a equipa tiver terminado a sua análise, é importante que a informação seja partilhada
com a comunidade para que cada um entenda e valide os resultados e a análise.

Passo 5: Prepare-se para reorganizar e


actualizar o Plano de Acção da Comunidade

• Se a comunidade acredita que ainda há trabalho por ser feito, o GF pode usar os resultados da
avaliação para decidir se é preciso reorganizar ou rever o Plano de Acção.

• Se a comunidade tiver avançado, a ponto de achar que esta tarefa foi executada
satisfatoriamente, assumindo outro assunto para resolver, está na hora de recomeçar o ciclo
de acção da comunidade.

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