Gramática de emoções
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FRÉDÉRIQUE LANGUE
Dos dois lados do Atlântico, a história das sensibilidades move as linhas divisórias do conhecimento
“Sensibilidades: escrita e leitura da alma”. Este foi o título da contribuição de Sandra Pesavento, falecida especialista em
história cultural do Brasil, em uma publicação que havíamos dedicado às "sensibilidades na história", no âmbito de uma
colaboração permanente sobre o tema das sensibilidades. Neste breve ensaio, procuro retornar a essa corrente
historiográfica que se afirmou há algumas décadas na linhagem da história social, como Arlette Farge e Alain Corbin a
praticaram, ao insistir nos vínculos tecidos durante muitos anos entre os historiadores — e especialmente as
historiadoras — em ambos os lados do Atlântico, inclusive no Brasil.
A história das sensibilidades tem a especificidade de revisitar as margens da história das representações, restaurar
situações e objetos silenciados, ao mesmo tempo em que revela um modo específico e inédito de escrever a história.
Contribui, portanto, para afirmar uma memória diferente do passado, uma memória plural, no sentido de que tende a
reabilitar os “esquecidos pela história”, especialmente as mulheres e o mundo mestiço. As sensibilidades inspiram de
fato a sociabilidade das elites e das "classes subalternas", informam e dão ritmo ao tempo no dia a dia. O espaço público
desempenha aqui o papel de "caixa de ressonância" para palavras e linguagens, imaginações sociais, opiniões públicas
emergentes, rumores e ecos da rua — em uma palavra, para notícias no sentido foucaultiano do termo. As paisagens
sensoriais e a "cultura sensível" que essa forma de escrever a história torna visíveis, pelo menos perceptíveis ao leitor de
A história
sensibilidade
a reabilit
“esque
históri
especialme
mulheres e o
mestiç
hoje, implicam, portanto, um desvio por um contexto social inevitável, mas também por uma "antropologia sensorial".
Assim, a abordagem histórica mobilizará fontes alternativas, literatura, práticas estéticas ou artísticas e formas ainda
mais recentes de mediação (história visual) e encenação da narrativa histórica.
Nesse posicionamento plural, enredam-se um passado distante e os seus ecos num tempo presente, agora assumido na
sua subjetividade. No campo latino-americano, a abordagem dos acontecimentos, tanto de suas escalas quanto de seus
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atores, tende a definir essa história que subverte os limites disciplinares, revisitando as margens e as paixões,
privilegiando o contexto em vez de uma definição estritamente conceitual e muitas vezes centrada na Europa. Agora,
combinam-se as sensibilidades (a montante, visões do mundo que dão particular importância aos sentidos, aos afetos, a
um ambiente percebido em suas diferentes escalas) e seu resultado, ou seja, as emoções. Estas são frequentemente
apreendidas pelos especialistas em história social como expressões de um sentimento (revolta, medo, paixão etc.),
consequências de uma situação social ou política, e abordadas de forma mais pontilhista do que a partir de uma história
de sensibilidades inscritas num contexto e na diacronia dos fatos culturais e sociais. De campo de pesquisa já
reconhecido, essa abordagem da escrita da história pretende prestar contas, passando de um lado do Atlântico ao outro,
de modo reflexivo, tanto individual como coletivo.
Desde os anos 2000, diversos projetos de pesquisa permitiram o intercâmbio entre pesquisadores americanistas que
invocavam “sensibilidades”. Reuniram pesquisadores dos dois lados do Atlântico, alguns estabelecidos, outros em
formação e empenhados em realizar suas teses. Tive a oportunidade de coordenar alguns desses projetos (um deles com
Sandra Pesavento), que deram origem a seminários e encontros periódicos sob a forma de uma dezena de conferências e
jornadas anuais de estudo, seguidas de publicações de trabalhos coletivos (nada menos de quatro trabalhos publicados
na França, na Espanha e no Brasil), atas de conferências e jornadas de estudo distribuídas principalmente na revista Nue
vo Mundo Mundos Nuevos, mas também na revista Caravelle. Ao longo de nossas colaborações, perspectivas históricas
e antropológicas se uniram, a partir dos chamados estudos “do sensível”, ou, mais precisamente, das metamorfoses da
“condição sensível”, em um diálogo dos mais frutíferos. Podemos, portanto, falar de uma verdadeira conjuntura sensível,
e de “viagens de uma historiadora” (expressão da tese de Luciana Gransotto sobre a “internacionalização” da carreira
acadêmica de Sandra Pesavento) antes mesmo que o “governo das emoções” – para usar o título de um livro da filósofa
Victoria Camps – e sua capacidade de estruturar o mundo, ou mesmo que a “sociedade dos afetos”, em sua apreensão
muito contemporânea ou mesmo imediata do político, tenham aderido a essa abordagem histórica.
A história das sensibilidades ou mesmo das emoções, pelo menos no contexto latino-americano, compartilha com a
abordagem europeia uma série de leituras da história social, de Lucien Febvre a Johan Huizinga, com um desvio por Max
Weber e as "paisagens sensíveis" de Alain Corbin, ou ainda Arlette Farge e o "curso normal das coisas" ou "dizer e dizer
mal", ou seja, uma abordagem dos modos de ver, sentir ou ouvir num passado mais ou menos distante (sobretudo o
século XIX, mas também o século XVIII). Não se trata aqui de estabelecer uma genealogia intelectual de uma história
particularmente ampla e tentada pela “psicologia profunda”. Essa configuração, porém, tenderia a explicar, pelo menos
inicialmente, a aparente falta de legitimidade da história das sensibilidades. Para a América Latina, ainda que sejam
identificáveis leituras e influências desse tipo, especialmente entre os pesquisadores que aderiram aos projetos
mencionados, a história das sensibilidades se baseia antes de tudo, e desde muito cedo, na abertura radical trazida pela
história das representações para o período moderno e o alegado "gosto" pelo arquivo. No contexto do Novo Mundo,
também seria oportuno relembrar o papel desempenhado por Roger Chartier, autor-chave da genealogia sensível em sua
versão latino-americana. Suas obras e sua abordagem das representações sociais marcaram particularmente a escola
brasileira e a argentina, mas não somente. Essa nova maneira de escrever a história reforça também uma orientação,
não só em termos de história e representações culturais, mas também centrada na vida cotidiana, nas esferas pública e
privada, se considerarmos os vínculos com a história da família, da honra (ver o tema essencial da limpieza de sangre ou
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honra para os tempos modernos) e da sexualidade, e, por fim, as normas sociais e morais aplicadas a partir de
instituições dominadas pelas elites coloniais ou republicanas.
Para o espaço latino-americano, desenham-se assim, desde o período colonial e ainda mais ao longo do século XIX,
configurações sensíveis. Mais recentemente, outras ciências humanas e sociais se interessaram pelas sensibilidades ou
pelas emoções (em particular, a antropologia e a sociologia). Os conflitos muitas vezes revelam isso, em um cenário
urbano: conflitos de bairro, brigas e controle social convivendo com certas formas de sociabilidade encontradas na
“violência elegante” dos duelistas bonaerenses (Sandra Gayol para o século XIX, também revisitado através da
sociabilidade dos cafés e do tema da honra). O caos sensorial da vida cotidiana (os ruídos e cheiros da cidade) dá lugar à
manifestação de emoções individuais e coletivas durante as quais emergem, com muita frequência, figuras femininas:
recordamos aqui o papel do insulto ou das marcas carregadas pelo corpo das mulheres da Puebla porfiriana, mais
precisamente suas prostitutas vindas da França para o México (na obra de Rosalina Estrada).
Como mostram os arquivos judiciais ou eclesiásticos, a rua é um espaço de vida, partilha e oposição, frequentado por
todas as categorias sociais, ainda que as elites tenham os seus próprios lugares de sociabilidade, sobretudo no que diz
respeito às mulheres da alta sociedade (tertulias, salones). As sensibilidades urbanas parecem, portanto, mais bem
documentadas do que nas áreas rurais se considerarmos a produção historiográfica latino-americana, ainda que os
projetos de pesquisa mencionados tenham incluído abordagens para um período às vezes posterior sobre o tema da
fronteira, inclusive em sua dimensão antropológica ou espacial (suas leituras indígenas, ou a colonização dos espaços em
Luc Capdevila sobre o Paraguai). Essas circunstâncias explicam as óbvias interseções entre história urbana, história do
crime e dos desvios, história da justiça, muitas vezes a partir de uma perspectiva marcada pelo gênero (Chile, Argentina),
que gozam de certo sucesso historiográfico há vários anos.
O período das independências abrirá caminho para as emoções revolucionárias, sendo a menor frequência de fontes
sensorial da
tidiana (os
e cheiros da
compensada em parte pelos relatos de viajantes estrangeiros. Imediatamente remete à outra percepção do espaço
colonial e de seus habitantes. Predominam as emoções coletivas ligadas aos fenômenos naturais, como evidencia o
arcebispo de Caracas em 1812: é a ira de Deus que se expressa por meio desse castigo. No entanto, as mensagens dos
) dá lugar à
sentidos permanecem muito presentes e muitas vezes remetem ao lugar da mulher no espaço público: sua presença
estação de
incomoda, provoca, a “fraqueza” inerente ao seu sexo perturba. As fontes literárias e a iconografia, mesmo oriundas do
s individuais
romantismo que inspira as elites educadas, destacam os “pecados da capital” e estabelecem um imaginário da cidade.
as durante
s emergem,
uita
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Elas permitirão que os pintores, à medida que avançamos no século XIX, esbocem para o espaço hispano-americano uma
gramática de emoções. É o caso, em um contexto mais pacífico, do pintor Jean-Baptiste Debret, com suas paisagens
urbanas brasileiras celebrando a presença da mulher negra, escrava muitas vezes representada em interiores, numa
espécie de cartografia da emoção dirigida pelo observador, entre cultura, afetos e sensibilidades, acontecimentos e
experiência do tempo.
A insistência no tema dos afetos e das paixões, derivadas justamente das sensibilidades, e a gradual consideração da
dimensão de gênero nessa abordagem, vêm acompanhadas por um deslocamento para o tempo presente, sendo agora
levados em conta os usos do passado e a tensão memória/história. Apesar da proliferação de publicações (inclusive em
francês) e do sucesso alcançado pela história das sensibilidades para a América, a América Latina continua sendo a
grande ausente das sínteses esclarecedoras produzidas sobre o tema, ainda que se proponha uma dimensão
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comparativa, “internacional”. Ela não figura entre os “cinquenta clássicos” da história das sensibilidades publicados no
dossiê especial da revista Vingtième Siècle em 2014. Em Science & Emotions after 1945 – A transatlantic perspective,
obra de Frank Biess e Daniel M. Gross que visa legitimar as emoções como objeto de estudo a partir de várias disciplinas
(ciências humanas e sociais, medicina, neurociências, psiquiatria), oferece-se uma explicação que pode ser interessante:
na esteira de um persistente racionalismo pós-guerra, as emoções teriam sido relegadas às margens disciplinares e
permanentemente associadas à esfera privada. Referências mais recentes, no entanto, destacam “comunidades
emocionais” e “léxicos emocionais”.
Não teriam as sensibilidades, e as emoções que delas resultam, sido pegas nessas condições apenas nas margens da
história, diante de uma experiência sensorial encerrada em definições socialmente determinadas? Diante da discussão
anterior, verifica-se que a história das sensibilidades favorece novos vieses, fontes (re)valorizadas e reinterpretadas,
objetos reafirmados, mas sobretudo uma história social, diferentemente da historiografia anglo-saxônica, mais centrada
na antropologia clássica – especialmente a da família – ou na psicologia cognitiva e nos estudos da linguagem. Da
maioria dessas publicações emerge uma expressão padronizada das emoções. Estas remetem a momentos femininos,
até mesmo a uma moralidade das emoções, que contrasta com a frieza burguesa, sobretudo para o século XIX. A emoção
na política, salvo em abordagens muito mais contemporâneas (envolvendo o estatuto da mulher nos séculos XX e XXI, e
emoções de protesto – ligadas, por exemplo, a revoluções ou guerras civis), seus paroxismos violentos, nem sempre se
impõem na história do mundo ibérico. A história das sensibilidades e das emoções apresenta-se a este respeito como
uma categoria de análise transversal, que percorre principalmente a história social, incluindo a das pessoas anônimas.
Nesse sentido, a história das sensibilidades parece reforçar a abordagem em termos de gênero e vice-versa. Os estudos
sobre as mulheres e a justiça testemunham amplamente isso, mesmo que ainda existam muitos trabalhos sobre a
história das mulheres – em conexão com a história da justiça – que não têm a intenção de ser incluídos na categoria de
gênero. A explicação é, sem dúvida, das mais simples: as mulheres tendem a trabalhar com mulheres, salvo exceções,
como a notável História das emoções (2016) publicada em português em 2020, que comporta vários volumes editados…
por homens. É uma história dos(as) esquecidos(as), das "vozes do silêncio" (segundo a expressão de Mary del Priore) que
voltam à frente do palco, apesar de um efeito Matilda que continua até hoje, inclusive no campo acadêmico. As
transgressões nas relações e status atribuídos aos dois sexos são a oportunidade perfeita para abordar a imagem que as
mulheres têm de si mesmas, e que às vezes se esforçam para contornar. É o caso da aristocrata crioula, que sai à noite
disfarçada de homem para se juntar ao amante, ou das tertúlias estritamente femininas, que, ainda em Caracas do
século XVIII, destacam um espaço igualitário (o das “9 musas”), que também estava muito avançado na reflexão política
às vésperas da Revolução de Independência da Venezuela.
Os comportamentos femininos, ou, mais precisamente, a sexualidade das mulheres, levam à perdição, para as
autoridades religiosas. Festas e bailes são ocasião para transgressões atribuídas à "fragilidade da mulher", supostamente
menos responsável do que o homem certamente envolvido, mas que dificilmente será mencionado nos arquivos
judiciais, sobretudo se pertencer a uma classe social alta (elites). Ser mulher, pobre e de cor concentra as potencialidades
desviantes. Os próprios crimes apresentam uma faceta de gênero também nos escritos e depoimentos da época — o
veneno, por exemplo, é apresentado por escribas, autoridades e juízes como uma arma especificamente feminina. O
tema da honra, que abordamos em nossas obras de história cultural mexicana e especialmente venezuelana, oferece
uma ilustração esclarecedora disso, inclusive no mundo mestiço, que distorce a seu favor a legislação colonial. O mesmo
acontece em outras partes da América espanhola (ou seja, no Chile, estudado por Verónica Undurraga).
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Não podemos encerrar este percurso pelas possibilidades e caminhos abertos pela história das sensibilidades sem
reafirmar os vínculos que unem a abordagem da injustiça social à história das mulheres e ao gênero.. De fato, pode-se
falar de um conluio entre os diferentes tipos de histórias praticados pelos(as) historiadores(as) que mencionamos. Seus
percursos mostram uma preocupação com o lugar das mulheres nos movimentos sociais diante da afirmação de uma
conversão à história do íntimo e, mais geralmente, a favor das margens da história, dimensão que também se encontra
nos(as) autores(as) de obras coletivas. Um grande valor da história das sensibilidades e emoções consiste, portanto, em
mover as linhas divisórias do conhecimento histórico. Um número da revista Critique (agosto-setembro de 2017) insiste
assim no trabalho realizado por Michèle Perrot, com base em fontes muitas vezes literárias ou correspondências
voluntariamente negligenciadas pela história acadêmica, numa abordagem que nem por isso renuncia às implicações
políticas subjacentes aos estudos sobre as mulheres ou o gênero. Essa abordagem impõe a presença do real, da
experiência dessas mulheres do passado, marginalizadas nas fontes, com exceção das fontes judiciais e eclesiásticas,
quando se trata de punir ou redimir, ou médicas, também ali na forma de exclusão nos séculos XIX e XX. Dos dois lados
do Atlântico, a proposta e o trabalho de arquivos se unem no encontro com temas pouco ou nunca abordados, de jornais
esquecidos, conflitos sufocados, arquivos policiais para o século XIX e a contemporaneidade, retirando a mulher apenas
da história familiar ou da demografia histórica e restaurando os rumores, os ecos da rua e da vida cotidiana.
As configurações emocionais identificadas, portanto, combinam violência, convulsões políticas e a transformação das
emoções em discursos políticos. Muitos dos arquivos consultados têm como atores mulheres, pertencentes a todas as
categorias sociais, do povo à aristocracia colonial ou à burguesia dos séculos “republicanos”. O que revela sua presença
nos arquivos predominantemente judiciais é muitas vezes um conflito causado pelo desvio das normas morais e sociais.
Nesse sentido, as relações entre justiça e medicina contribuem muito para a divulgação da representação da mulher nos
séculos XIX e XX, culpada ou pecadora. Por meio dessa história de mulheres literalmente arrancadas de seu silêncio pela
história das sensibilidades, vem à tona uma história dos anônimos, contextualizada pelos detalhes fornecidos ou
mascateados pelas testemunhas, muitas vezes mais interessantes do que a própria denúncia: um bairro, uma
comunidade, uma casa ganham vida ali com a sintaxe da época, incluindo os insultos. A emoção aparece: aquela sentida,
das atmosferas populares, de seus atores “de baixo” (muitas vezes as mulheres). Essa abordagem "aberta" e a
genealogia que faz a história das sensibilidades e das emoções mostram que a história não se escreve apenas com
tratados jurídicos, decretos policiais ou com os ditames de uma ciência médica muitas vezes constituída como juiz. Ela é
aqui um campo de emoção, afetos e sensibilidades. Muitas brigas e violências, envolvendo sobretudo mulheres, ocorrem
Vem à
história
anônim
conte
pelos de
forne
forn
mascateado
testemunh
bairr
comun
casa ganha
ali com a sin
época, inclu
insulto
do lado de fora, no espaço urbano, em locais de sociabilidade popular como indicamos, com uma consequência principal:
não se pode separar a violência exercida contra as mulheres da violência da mulher, numa transgressão dos universos
normativos no espaço público.
Tentativas recentes de balanços historiográficos agora destacam a ligação inevitável entre sensibilidades coletivas,
emoções e política, e a necessidade epistemológica de estudar suas convergências tanto historiográficas quanto
políticas, não apenas os "regimes de historicidade" mas também os "regimes emocionais" que se sobrepõem a ela. Essa
história cultural fora dos trilhos é, portanto, muito mais do que uma abordagem marginal das experiências do tempo,
inclusive num tempo presente marcado pelo ressurgimento do passado e pela globalização da memória. ///
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Frédérique Langue é diretora de Pesquisa do
Referências Bibliográficas
Instituto de História do Tempo Presente, do
Centro Nacional de Pesquisa Científica da França
(CNRS-IHTP).
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Editorial
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