Resumo O presente trabalho promove uma reflexão crítica acerca das questões sociais presentes na obra cinematográfica Capitães da Areia (2011) da direção de Cecília Amado, baseado na literatura homônima de Jorge Amado. Com efeito, a abordagem recairá sobre a realidade retratada pela película, em especial no que toca às dificuldades suportadas pelas crianças do enredo que, marginalizadas pela sociedade e pelas instituições públicas, lutavam pela sobrevivência através da criminalidade. Sob um prisma mais acurado das idiossincrasias da realidade da época, primeiras décadas do século XX, será possível discorrer acerca da perda de identidade dos infantes, que se divorciavam de qualquer lembrança do passado, de suas famílias e de si mesmos, vez que a única importância de suas vidas resumia-se a garantir a sobrevivência naquele momento. A despeito do momento histórico já longínquo, se verá que a temática se apresenta ainda atual, permanecendo hodiernamente o descompromisso efetivo do Poder Público com a preservação da vida e identidade das crianças abandonadas. Palavras-chave Capitães da areia, crianças abandonadas, marginalização infantil. Abstract 1 Autores: Sérgio Quezado Gurgel e Silva (Brasil) e Márcio Rafael Gazzineo (Brasil) para a disciplina de História do Direito, integrante da matriz curricular do Curso de Doutorado em Direito da Universidade de Buenos Aires (UBA).