UNIVERSIDADE DE LISBOA
FACULDADE DE LETRAS
DEPARTAMENTO DE GEOGRAFIA
PATRIMÓNIO GEOMORFOLÓGICO DA
UNIDADE TERRITORIAL DE ALVAIÁZERE:
INVENTARIAÇÃO, AVALIAÇÃO E VALORIZAÇÃO
JOÃO PAULO FORTE
MESTRADO EM GEOGRAFIA
ÁREA DE ESPECIALIZAÇÃO EM GEOGRAFIA FÍSICA,
RECURSOS E RISCOS AMBIENTAIS
2008
UNIVERSIDADE DE LISBOA
FACULDADE DE LETRAS
DEPARTAMENTO DE GEOGRAFIA
PATRIMÓNIO GEOMORFOLÓGICO DA
UNIDADE TERRITORIAL DE ALVAIÁZERE:
INVENTARIAÇÃO, AVALIAÇÃO E VALORIZAÇÃO
JOÃO PAULO FORTE
MESTRADO EM GEOGRAFIA
ÁREA DE ESPECIALIZAÇÃO EM GEOGRAFIA FÍSICA, RECURSOS E RISCOS AMBIENTAIS
Dissertação orientada pelo Prof. Doutor Gonçalo Teles Vieira
e Prof. Doutor Lúcio Cunha
2008
Ás gentes de Alvaiázere e Ansião, para que conheçam e
conservem o seu valioso património natural e cultural
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Agradecimentos
Várias são as pessoas às quais agradeço o facto de me terem ajudado no decorrer deste
trabalho de investigação, seja através da transmissão de conhecimentos, aconselhamento e/ou
ajudas várias.
Em termos académicos e pessoais, tenho a agradecer ao Professor Doutor Gonçalo
Vieira, que desde cedo me motivou para esta aventura. Lembro-me do dia em que em pleno
corredor da faculdade me questionou se estaria interessado em ser orientado por ele. Talvez o
passo decisivo para que eu abrisse os horizontes, foi o facto de ter tido a possibilidade de
frequentar em 2006 o curso “Geomorphosites and Landscape” em Bagnes, na Suíça. Para que
isso fosse possível, muito contribuiu a carta de recomendação enviada ao Professor Doutor
Emmanuel Reynard pelo Prof. Doutor Gonçalo Vieira.
O despertar para o tema que deu origem ao título desta dissertação de Mestrado foi
também possibilitado pela disciplina “avaliação e valorização de recursos geomorfológicos”,
dada pelo Prof. Doutor Gonçalo Vieira. Ali, foi a partida para a longa viagem que é
consubstanciada nesta breve contribuição para o conhecimento de uma área que já há largos
anos me fascina. O meu sincero e humilde obrigado pela motivação para o tema, pela ajuda
nas dúvidas que me acompanharam desde o início, pela correcção dos meus textos e
sugestões, bem como por todo o conhecimento transmitido ao longo de todo este tempo.
Agradeço também ao Professor Doutor Lúcio Cunha, que co-orientou esta dissertação.
O seu conhecimento profundo sobre toda a região ajudou à compreensão de uma área que não
é facilmente percepcionada. Sem o seu extenso e completo trabalho que dedicou em 1989 à
região na qual se enquadra a minha área de estudo, bem como de muitos outros trabalhos
sobre a região, teria sido bem mais difícil levar a bom porto este trabalho. Agradeço-lhe
também as sugestões e correcções feitas.
Ao Professor Doutor José Luís Zêzere agradeço a motivação no ano curricular.
Ao Professor Doutor José Brilha e Doutor Paulo Pereira, pela partilha de
conhecimento e discussão sobre a temática do património geomorfológico, bem como pela
cedência de alguma bibliografia.
Ao Professor Doutor Luís Vítor Duarte e ao Dr. Luca Dimucio, pela cedência de
alguma bibliografia sobre o património geológico e geomorfológico.
Agradeço, também, ao Sr. Élio da Associação de Defesa do Património – Albaiaz, pela
partilha de algum conhecimento sobre parte da área de estudo. Ao Sr. Hélder Ferreira
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agradeço o facto de me ter questionado sobre algo que se veio a confirmar ser mesmo uma
pegada de dinossáurio.
Ao Karst Research Institute, em Postjna na Eslovénia, na pessoa da Professora
Doutora Metka Petric, que através do Programa Marie Curie Actions permitiu que eu
frequentasse três cursos especializados sobre o carso e os seus valores. Foi muito importante
ir à descoberta do “berço do carso”, onde muito aprendi.
Ás palavras de incentivo do Professor Doutor Arthur Palmer e à sua esposa, que no
Simpósio “Time in Karst” de 2007 no Karst Research Institute, me dirigiram palavras sinceras
de incentivo pelo meu trabalho, depois de observarem atentamente o poster que eu tinha
exposto a retratar a minha investigação. Vindo de um dos maiores especialistas mundiais do
carso é algo de muito motivador.
Em termos pessoais e humanos, deixo agora uma grande nota de apreço e de
agradecimento a algumas das pessoas com as quais tenho convivido nos últimos três anos e
que de alguma forma me ajudaram.
Diz-se que mãe há só uma. Esta expressão é bem verdade, mas no meu caso é
incompleta já que, além de mãe, faz de pai, irmão e irmã. Apesar de não ser uma pessoa
perfeita não posso dizer que também o seja, já que todos temos falhas, mas a minha mãe é
desde há vários anos uma referência na minha vida, ajudando-me nos bons e maus momentos.
Os amigos são também uma base na qual nos revemos, com os quais podemos falar e
pedir ajuda em alguns dos momentos da vida. Diz-se que os amigos são para as ocasiões.
Nisso tive sorte, já que tive amigos daqueles com os quais se pode contar. Um enorme
obrigado à Sara e ao João, pois eles apoiaram-me muito nos últimos três anos. Foi com eles
que falei sobre as coisas boas e as menos boas da vida académica e pessoal. Foi, aliás, no
apartamento deles que pernoitei muitas noites durante as aulas e/ou deslocações a Lisboa,
tendo sempre um prato a mais na mesa. Agradeço, também, a ajuda neste aspecto do meu
colega, geógrafo, Estêvão Pereira, bem como à Ana.
Não me esqueço também da pessoa que mais me tem apoiado emocionalmente no
último ano, sem a qual este trabalho poderia não ter chegado a bom porto. No momento em
que fiquei desempregado vivi tempos muito difíceis, mas a Cinda estava bem perto e não me
deixou cair. Foi ela que me apoiou emocionalmente naquele momento perturbante, foi ela que
me tem dado a fundamental base emocional e psicológica para continuar a ser quem sou, algo
que nunca hei-de esquecer. Agradeço-lhe a partilha de pontos de vista, é importante ter
alguém muito próximo que entenda a temática da geoconservação. O facto de discutirmos de
forma imparcial este tema permitiu que algumas das minhas dúvidas ficassem esclarecidas.
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Agradeço-lhe ainda a leitura dos textos, a qual permitiu algumas melhorias, quer no texto quer
nas figuras e tabelas.
Aos meus colegas do Grupo Protecção Sicó – GPS, que após conhecerem a minha
investigação, em 2007, entraram em contacto comigo para troca de impressões. Desde essa
altura, temos desenvolvido actividades que visam a protecção e promoção do carso. Agradeço
especialmente ao Sérgio Medeiros e Gustavo Medeiros, já que foram eles que, entre outros,
me indicaram ao início um dos meus locais preferidos, o campo de megalapiás da Mata.
Á Câmara Municipal de Alvaiázere, nas pessoas do Dr. Álvaro Simões e,
especialmente, do Eng.º José Luís, que além da motivação durante o tempo em que estive ao
serviço desta entidade, sempre se mostrou pessoa interessada, imparcial e honesta. A sua
ajuda, especialmente no ano curricular, foi determinante, já que foi justo na altura em que saía
mais cedo do trabalho para me deslocar a Lisboa, compreendendo que podemos dar e receber
de uma forma equilibrada. O meu obrigado pela compreensão e justeza no tratamento
enquanto profissional, além da cedência da cartografia necessária para este trabalho.
Á museóloga e amiga Mestre Paula Cassiano, pela partilha de conhecimento sobre
toda a região, pois a arqueologia é algo que está intrinsecamente ligado à minha área de
estudo.
Ao Dr. Valério António, colega de profissão, pela ajuda em algumas questões
problemáticas dos Sistemas de Informação Geográfica.
Á Intergraph, nas pessoas do Eng.º João Santos e Eng.º Francisco Madeira, pela
cedência gratuita de uma licença académica do GeoMedia Professional, programa com o qual
trabalhei em toda a temática associada aos SIG´s.
Agradeço também à Câmara Municipal de Ansião, na pessoa do meu colega geógrafo,
Jorge Feio, pela cedência de cartografia e ortofotomapas.
Por último, mas não menos importante, às gentes de Ansião e, especialmente, aos
alvaiazerenses pela motivação e carinho com que sempre me trataram.
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Resumo
Património geomorfológico da Unidade Territorial de Alvaiázere:
inventariação, avaliação e valorização
A Unidade Territorial de Alvaiázere situa-se na região centro de Portugal, no domínio
da Orla Meso-Cenozóica Ocidental. É uma área complexa do ponto de vista litoestrutural.
Outro factor que contribui para o reconhecimento da sua importância é o seu valor
geocultural, consubstanciado pela existência de um vasto património de importância nacional
e internacional, representando o maior povoado da Idade do Bronze da Península Ibérica,
situado na Serra de Alvaiázere, o melhor exemplo.
Os principais objectivos da presente dissertação são a inventariação, a caracterização e
a avaliação dos locais de interesse geomorfológico da área da Unidade Territorial de
Alvaiázere, como contributo para a sua valorização. Para a atingir estes objectivos foi
elaborado um plano de trabalho dividido em duas partes principais: a primeira, baseada no
trabalho de gabinete, consistiu em pesquisa bibliográfica; enquanto que a segunda se baseou
no trabalho de campo e num levantamento sistemático com vista à identificação de potenciais
Locais de Interesse Geomorfológico. Foi aplicada a metodologia de avaliação do património
geomorfológico desenvolvida e aplicada no Parque Natural de Montesinho, por Pereira
(2006), que se apoia na caracterização geomorfológica de base, considerando duas etapas
principais: a inventariação e a quantificação.
A partir do trabalho de campo foram identificados 30 potenciais Locais de Interesse
Geomorfológico (LIGeom). Decorrida a avaliação qualitativa, seleccionaram-se 16 LIGeom,
tendo sido feita a sua caracterização. Posteriormente, procedeu-se à valoração destes locais,
através de critérios baseados fundamentalmente nos vários tipos de valor associados, naturais
ou não, bem como nas limitações ou restrições ao uso enquanto LIGeom. Finalizou-se esta
fase com a comparação e seriação dos resultados.
Os resultados obtidos contribuíram para destacar a importância dos Locais de Interesse
Geomorfológico panorâmicos, e permitiram propor uma estratégia de geoconservação para a
Unidade Territorial de Alvaiázere. A elaboração de painéis descritores de paisagem, o
desenvolvimento de percursos e rotas, a requalificação de alguns edifícios sem uso, bem
como o uso das novas tecnologias, apresentam-se como soluções para a valorização e
divulgação do património geomorfológico nesta área.
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Os valores geoculturais apurados destacam-se como mais-valias deste território
socioeconomicamente deprimido e justificam o desenvolvimento e aplicação de uma
estratégia comum de valorização e divulgação a nível intermunicipal.
Palavras-chave: património geomorfológico, carso, inventariação, avaliação, valorização,
Alvaiázere.
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Abstract
Geomorphological heritage in the Territorial Unit of Alvaiázere:
Inventory, assessment and promotion
The Territorial Unit of Alvaiázere is located in Central Portugal in terrains of the
Western Meso-Cenozoic sedimentary basin, a major morphostructural unit in Portugal.
Tectonic played an important role in the evolution of landforms in this area. The main
lithology is limestone giving origin to a set of karst phenomena. Karren or lapias, enclosed
hollows of moderate dimensions (dolines), karst valleys, water swallows, caves and cave
deposits, karst springs, among others, give a very particular interest to this region. Another
important element in the region is the geocultural value, depicted by the existence of a
significant heritage at the national and international level (e.g. the largest Bronze Age
settlement of the Iberian Peninsula).
The main aims of this thesis are the inventory, characterization and evaluation of the
geomorphosites of the Territorial Unit of Alvaiázere. The methodological framework
consisted on an early stage of extensive bibliographical review, followed by detailed field
work for recognition of potential geomorphosites. For the evaluation of geomorphosites the
methodology developed Pereira (2006) was applied, supported by the geomorphological
characterization, considering two main stages: inventory and quantification.
During field work thirty potential geomorphosites were identified and after the
qualitative evaluation stage, sixteen of them were selected and characterized. Subsequently,
they were valuated following criteria for geovalues, as well as for restriction of use. Finally,
comparisons between geomorphosites were conducted and the final rank calculated. The
scores emphasised the significance of panoramic geomorphosites and allowed for the
development of a proposal for a geoconservation strategy for the Territorial Unit of
Alvaiázere. The development of interpretative landscape panels, pedestrian trails, the recovery
of three old buildings, as well the use of new technologies are good answers to the valuation
and diffusion of the geomorphological heritage of the region.
The geocultural values stand out as broad interests of this territory that is
socioeconomically week and justify the development of a common strategy in
geoconservation at the intermunicipal level.
Key-words: geomorphological heritage, karst, inventory, assessment, promotion, Alvaiázere.
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Índice geral
Agradecimentos ……………………………………………………………………………... iii
Resumo ……………………………………………………………………………………… vi
Abstract ……………………………………………………………………………………… ix
Índice de figuras …………………………………………………………………………….. xv
Índice de quadros …………………………………………………………………………… xix
Nota introdutória …………………………………………………………………………… 1
Capítulo 1: Introdução à geodiversidade …………………………………………………. 5
1.1. O conceito de geodiversidade …………………………………………………………… 5
1.2. Os valores da Geodiversidade ………………………………………………………….... 8
1.2.1. Valor intrínseco ………………………………………………………………………... 9
1.2.2. Valor cultural ………………………………………………………………………….. 9
1.2.3. Valor estético ………………………………………………………………………….. 9
1.2.4. Valor económico ……………………………………………………………………... 10
1.2.5. Valor funcional ………………………………………………………………………. 12
1.2.6. Valor científico e educativo ………………………………………………………….. 12
1.3. Ameaças à Geodiversidade …………………………………………………………….. 13
1.3.1. A exploração de recursos geológicos e geomorfológicos …………………………… 14
1.3.2. O desenvolvimento de obras e estruturas ……………………………………………. 14
1.3.3. A florestação, desflorestação e a agricultura ………………………………………… 16
1.3.4. As actividades turísticas e recreativas ……………………………………………….. 17
1.3.5. A colheita de amostras geológicas para fins não científicos e o geovandalismo ……. 17
1.3.6. Iliteracia cultural …………………………………………………………………….. 18
1.4. A geodiversidade no carso …………………………………………………………….. 19
1.5. A geoconservação no Mundo ………………………………………………………….. 23
Capítulo 2: Sistematização do património geomorfológico ……………………………... 27
2.1.Os conceitos de património geológico e geomorfológico ………………………………. 27
2.2.Principais tipologias de Património Geológico e Geomorfológico …………………….. 29
2.3.Estudos sobre património geomorfológico e geológico em Portugal …………………... 31
| xi|
2.4.O património geomorfológico no panorama internacional ……………………………... 37
2.5.Relação entre geomorfologia, cultura e paisagem ……………………………………… 39
2.6.Divulgação do património geomorfológico: Sistemas de Informação Geográfica, painéis
interpretativos, multimédia e internet …………………………………………………... 42
2.7.Inventariação, cartografia e avaliação do património geomorfológico ………………… 44
2.8.Métodos e técnicas de avaliação de Locais de Interesse Geomorfológico ……………... 45
2.8.1. Metodologias de avaliação de Locais de Interesse Geomorfológico ……………….. 45
2.8.2. Representação cartográfica de geossítios …………………………………………… 51
2.9.Enquadramento legislativo: o caso português …………………………………………... 54
Capítulo 3: Características geográficas da Unidade Territorial de Alvaiázere ……….. 59
3.1. Enquadramento geográfico …………………………………………………………….. 59
3.2. Quadro físico da Unidade Territorial de Alvaiázere …………………………………… 62
3.2.1. Enquadramento geológico ……………………………………………………………. 62
3.2.2. Enquadramento geomorfológico ……………………………………………………... 66
3.3. Aspectos do clima da região de Alvaiázere ……………………………………………. 72
3.3.1 Características gerais do clima ………………………………………………………... 72
3.3.2. O clima e o desenvolvimento do carso ………………………………………………. 74
3.3.2. Clima e geoturismo: potencialidades ………………………………………………… 75
3.4. Património geomorfológico e a Rede Natura 2000 ……………………………………. 78
Capítulo 4: Avaliação do património geomorfológico da Unidade Territorial de
Alvaiázere ………………………………………………………………………………….. 81
4.1. A metodologia usada na avaliação do património geomorfológico ……………………. 81
4.1.1. As etapas na avaliação do património geomorfológico ……………………………… 81
4.1.2. A caracterização geomorfológica da área de estudo …………………………………. 82
4.1.3. A inventariação dos locais de interesse geomorfológico …………………………….. 83
4.1.3.1. Avaliação qualitativa dos potenciais Locais de Interesse Geomorfológico ………... 83
4.1.3.2. Selecção dos locais de interesse geomorfológico …………………………………. 84
4.1.3.3. A caracterização dos Locais de Interesse Geomorfológico ………………………... 85
4.1.4. A quantificação do património geomorfológico ……………………………………... 86
4.1.4.1. A avaliação numérica ……………………………………………………………… 87
4.1.4.2. Seriação dos Locais de Interesse Geomorfológico ………………………………… 90
4.2. A avaliação de LIGeom na Unidade Territorial de Alvaiázere ………………………... 92
| xii|
4.2.1. Introdução ……………………………………………………………………………. 92
4.2.2. Inventariação dos Locais de Interesse Geomorfológico da Unidade Territorial de
Alvaiázere …………………………………………………………………………………... 93
4.3. Caracterização dos Locais de Interesse Geomorfológico ……………………………… 99
4.3.1. LIGeom1 – Canhão fluviocársico da Ribeira das Barrocas ………………………….. 99
4.3.2. LIGeom2 – Vale da Mata …………………………………………………………… 101
4.3.3. LIGeom3 – Depressão fluviocársica de Alvaiázere ………………………………… 102
4.3.4. LIGeom4 – Algar da Água ………………………………………………………….. 104
4.3.5. LIGeom5 – Algar do Casal Soeiro ………………………………………………….. 105
4.3.6. LIGeom6 – Fórnia da Cruz …………………………………………………………. 106
4.3.7. LIGeom7 – Fórnia da Ucha ……………………………………………………...…. 108
4.3.8. LIGeom8 – Fórnia do Bofinho ……………………………………………………… 110
4.3.9. LIGeom9 – Dolina do Bofinho ……………………………………………………... 111
4.3.10. LIGeom10 – Megalapiás da Mata …………………………………………………. 113
4.3.11. LIGeom11 – Depósito de vertente da Serra de Alvaiázere ……………………...… 114
4.3.12. LIGeom12 – Cascalheiras de gravidade da Serra de Alvaiázere ………………….. 115
4.3.13. LIGeom13 – Senhora dos Covões ………………………………………………… 117
4.3.14. LIGeom14 – Lapiás da Serra de Alvaiázere ………………………………………. 119
4.3.15. LIGeom15 – Topo da Serra de Alvaiázere ………………………………………... 120
4.3.16. LIGeom16 – Senhora da Ameixieira ……………………………………………… 121
4.4. Quantificação, avaliação e seriação dos Locais de Interesse Geomorfológico ………. 123
4.4.1. Valor científico (VCi) ………………………………………………………………. 126
4.4.2. Valor adicional (VAd) ……………………………………………………………… 126
4.4.3. Valor geomorfológico (VGm) ……………………………………………………… 126
4.4.4. Valor de uso (VUs) …………………………………………………………………. 127
4.4.5. Valor de protecção (VPr) …………………………………………………………… 127
4.4.6. Valor de gestão (VGt) ………………………………………………………………. 128
4.4.7. Valor total (VT) ……………………………………………………………..……… 128
4.4.8. Ranking final (Rk) ………………………………………………………………….. 129
4.5. Notas acerca dos Locais de Interesse Geológico da Unidade Territorial de Alvaiázere 130
4.6. Conclusão …………………………………………………………………………….. 132
| xiii|
Capítulo 5: Uma proposta de estratégia para a valorização e divulgação do património
geomorfológico da Unidade Territorial de Alvaiázere ………………………………… 133
5.1. A importância da valorização e divulgação do património geomorfológico …………. 133
5.2. Propostas de valorização e divulgação dos Locais de Interesse Geomorfológico da
Unidade Territorial de Alvaiázere …………………………………………………………. 135
5.2.1. Introdução …………………………………………………………………………... 135
5.2.2. Painéis de interpretação geomorfológica da paisagem: alguns exemplos ………….. 135
5.2.3. Percursos e rotas de interpretação da paisagem …………………………………….. 138
5.2.3.1. Percursos pedestres ……………………………………………………………….. 139
5.2.3.2. Percursos de BTT ………………………………………………………………… 144
5.2.3.3. Percurso Geoturístico para jipes ………………………………………………….. 148
5.2.3.4. Materiais de apoio aos percursos pedestres ………………………………………. 150
5.2.4. Infraestruturas de apoio a visitantes ………………………………………………… 154
5.2.5. Utilização de meios electrónicos para valorização e divulgação do património
geomorfológico ……………………………………………………………………………. 156
5.3. Conclusão …………………………………………………………………………….. 157
Conclusões ………………………………………………………………………………... 159
Bibliografia ………………………………………………………………………………. 165
Anexos ……………………………………………………………………………………. 181
| xiv|
Índice de figuras
1.1 – Paisagem com elevado valor estético: Mjodfjell, Noruega …………………………… 10
1.2 – Recursos de valor geopolítico elevado: Petróleo (A1) e água (A2) …………………... 11
1.3 – Exemplos de ameaças à geodiversidade: Destruição de uma moreia para construção de
pistas de esqui em Mont-Fort, Alpes Suíços (A1); Construção de espelho de água, Ansião
(A2); Desflorestação e agricultura no Parque Natural da Serra da Malagueta, Cabo Verde
(A3); Destruição de Lajes Calcárias, Serra de Alvaiázere (A4) ……………………………. 15
1.4 – Porte e densidade da vegetação na vertente Norte da colina do Castelo, como resultado
do abandono da agricultura …………………………………………………………………. 17
2.1 – Hierarquização dos conceitos de geodiversidade, património geológico e património
geomorfológico ……………………………………………………………………………... 28
2.2 – Interligação entre a componente superficial e a componente subterrânea do carso ….. 32
2.3 – Sistematização do património geomorfológico ………………………………………. 35
2.4 – Geoforma cársica na Serra de Alvaiázere …………………………………………….. 36
2.5 – Painel interpretativo de apoio a percurso pedestre: Geopark de Lesbos, Grécia …….. 43
2.6 – Inventário de geomorfossítios: Vale de Blenio e região de Lucomagno ……………... 49
2.7 – Inventário de geomorfossítios culturais na região de Trient …………………………. 50
2.8 – Mapa do património geomorfológico do Maciço de Sicó ……………………………. 53
3.1 – Enquadramento geográfico dos concelhos de Ansião e Alvaiázere ………………….. 59
3.2 – Limite da Unidade Territorial de Alvaiázere, compreendendo os concelhos de Ansião e
Alvaiázere …………………………………………………………………………………... 60
3.3 – Modelo Digital de Terreno da região de Alvaiázere ………………………………….. 61
3.4 – Localização da área de estudo no contexto das Unidades morfoestruturais de Portugal
Continental ………………………………………………………………………………….. 63
3.5 – Excerto da Carta Geológica de Portugal 1: 500 000, referente à região de Sicó ……... 64
3.6 – Síntese das unidades litostratigráficas da região de Ansião e Alvaiázere ……………. 65
3.7 – Cortes geológicos das serras de Alvaiázere e Ariques ……………………………….. 67
3.8 – Vista panorâmica para os interflúvios que constituem parte da Unidade Territorial de
Alvaiázere …………………………………………………………………………………... 67
3.9 – Esboço litológico e tectónico da região que compreende o Maciço de Sicó …………. 69
3.10 – Unidades morfo-estruturais no Maciço de Sicó ……………………………………... 70
3.11 – Localização de algumas das estações meteorológicas da região de Alvaiázere …….. 72
| xv|
3.12 - Evolução da precipitação anual (1969-1999) nas estações meteorológicas de Alvaiázere
e Rego da Murta …………………………………………………………………………….. 73
3.13 - Gráfico termo-pluviométrico da Estação Meteorológica de Bencanta – Normal
Climatológica 1961/1990 …………………………………………………………………… 74
3.14 - Nevoeiro de radiação a meio da manhã de um dia do mês de Janeiro de 2006,
observado a partir do Clube de Caçadores de Pousaflores, impedindo a visualização da Serra
do Castelo …………………………………………………………………………………… 76
3.15 - Habitats de base geomorfológica na Unidade Territorial de Alvaiázere …………….. 78
4.1 – Etapas e subetapas da avaliação do património geomorfológico na área da Unidade
Territorial de Alvaiázere ……………………………………………………………………. 92
4.2 – Localização geográfica dos Potenciais Locais de Interesse Geomorfológico da Unidade
Territorial de Alvaiázere ……………………………………………………………………. 94
4.3 – Localização geográfica dos Locais de Interesse Geomorfológico na Unidade Territorial
de Alvaiázere ………………………………………………………………………………... 98
4.4 – Aspecto do fundo do sector montante do canhão fluviocársico da Ribeira das
Barrocas …………………………………………………………………………………… 100
4.5 – Canhão fluviocársico do vale da Mata, com elementos geomorfológicos em destaque,
visto do topo da vertente Norte da Serra de Alvaiázere …………………………………… 101
4.6 – Depressão fluviocársica de Alvaiázere, observada a partir da Senhora dos Covões ... 103
4.7 – Vista sobre a entrada do Algar da Água, com planta da cavidade ………………….. 104
4.8 – Pormenor de parte do tecto do algar do Casal Soeiro e de depósito de enchimento do
algar, com estratificação …………………………………………………………………... 106
4.9 – Vista sobre a fórnia da Cruz e sobre depósito Quaternário, com corte em pormenor . 107
4.10 – Fórnia da Ucha, destacando o controle litoestrutural na morfologia local ………… 109
4.11 – Vista sobre a fórnia do Bofinho ……………………………………………………. 110
4.12 – Vista sobre a dolina do Bofinho, tendo como fundo a Aldeia do Bofinho ………… 112
4.13 – Tipologias dos megalapiás da Mata (a-Pedunculado; b-dorso; c-torre; d-arco) …… 113
4.14 – Depósito de vertente da Serra de Alvaiázere ………………………………………. 115
4.15 – Pormenor de cascalheira de gravidade, em cone, com granoclassificação do alto para a
base ………………………………………………………………………………………… 116
4.16 – Vista panorâmica a partir da Senhora dos Covões …………………………………. 118
4.17 – Tipologias de lapiás no topo Norte da Serra de Alvaiázere ………………………... 119
4.18 – Vista panorâmica parcial a partir do vértice geodésico de Alvaiázere …………….. 120
4.19 – Vista panorâmica parcial da Senhora da Ameixieira ………………………………. 121
| xvi|
4.20 - Localização geográfica dos Locais de Interesse Geológico da Unidade Territorial de
Alvaiázere …………………………………………………………………………………. 131
5.1 – Fases de implementação de uma estratégia de geoconservação para aplicação na
Unidade Territorial de Alvaiázere …………………………………………………………. 134
5.2 – Painel informativo da Enseada da Armação Nova e Praia do Telheiro (Parque Natural do
SW Alentejano e Costa Vicentina) ………………………………………………………... 136
5.3 – Painel informativo do Monumento Natural das pegadas dos dinossáurios da Serra de
Aire (PNSAC) ……………………………………………………………………………... 136
5.4 – Representação esquemática de formato gráfico e tipo de conteúdos adoptado em painéis
interpretativos produzidos para o Parque Natural de Montesinho ………………………….137
5.3 Percurso pedestre do trilho das fórnias ………………………………………………... 140
5.4 Percurso pedestre do trilho do Bofinho …………………………………………………141
5.5 Percurso pedestre do trilho do Campo ………………………………………………… 142
5.6 Percurso pedestre do trilho dos megalapiás …………………………………………… 143
5.7 Percurso pedestre do trilho das duas serras ……………………………………………. 144
5.8 – Percurso BTT da rota das serras …………………………………………………….. 146
5.9 – Percurso BTT da rota Alba ………………………………………………………….. 147
5.10 - Percurso TT geoturístico da rota das serras ………………………………………… 149
5.11 – Exemplo de painel de apoio ao percurso pedestre “Trilho dos megalapiás” ………. 151
5.12 – Exemplo de folheto (face) de apoio ao percurso pedestre “Trilho dos megalapiás” . 152
5.13 – Exemplo de folheto (verso) de apoio ao percurso pedestre “Trilho dos megalapiás” 153
5.14 – Antiga Escola Primária do Bofinho ………………………………………………... 154
5.15 – Edifício dos caçadores, na Serra da Ameixieira, Ansião …………………………... 155
5.16 – Antiga Escola Primária de Ariques ………………………………………………… 155
5.17 – Exemplo de layout de apresentação de CD-ROM interactivo ……………………... 157
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Índice de quadros
1.1 – Tabela representativa dos valores da geodiversidade ………………………………….. 8
1.2 – Objectivos da geoconservação para os 8 elementos da geodiversidade ……………… 16
3.1 – Dados demográficos dos concelhos de Ansião e Alvaiázere …………………………. 61
4.1 – Subetapas da inventariação e quantificação do património geomorfológico …………. 81
4.2 – Atributos a considerar para a selecção dos locais de interesse geomorfológico ……… 85
4.3 – Tabela de avaliação quantitativa de 5 locais hipotéticos, com os 7 indicadores (VCi;
VAd; VGm; VUs; VPr; VGt; VT) considerados na metodologia ………………………….. 90
4.4 – Tabela de seriação de 5 locais hipotéticos, para os 7 indicadores, com o ranking final
(Rk) …………………………………………………………………………………………. 91
4.5 – Listagem dos Potenciais Locais de Interesse Gomorfológico (PLIGeom) da Unidade
Territorial de Alvaiázere ……………………………………………………………………. 95
4.6 – Listagem dos Locais de Interesse Geomorfológico (LIGeom) da Unidade Territorial de
Alvaiázere …………………………………………………………………………………... 97
4.7 – Resultados da avaliação numérica dos Locais de Interesse Geomorfológico da Unidade
Territorial de Alvaiázere …………………………………………………………………... 124
4.8 – Seriação dos LIGeom da Unidade Territorial de Alvaiázere ………………………... 125
4.9 – Lista de LIG identificados na Unidade Territorial de Alvaiázere …………………… 130
5.1 – Locais de interesse geocultural existentes na Unidade Territorial de Alvaiázere …… 139
5.2 – Locais de interesse geomorfológico e geológico, visitados na Rota das Serras e na Rota
Alba ………………………………………………………………………………………... 145
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Nota introdutória
Nota introdutória
O património geomorfológico é actualmente um tema em destaque na comunidade
científica portuguesa e internacional, e não só geólogos, mas especialmente geomorfólogos
têm vindo a desenvolver trabalhos em torno desta temática. Apesar deste facto, são ainda
poucos os trabalhos que visam a inventariação de geossítios e em especial geomorfossítios,
sendo ainda menos os que incluem não só a inventariação, mas também a sua avaliação.
O presente trabalho tem como objectivo principal a inventariação e avaliação do
património geomorfológico da Unidade Territorial de Alvaiázere, área cársica que abrange
parte dos concelhos de Alvaiázere e de Ansião, no distrito de Leiria. Interessa-nos quantificar
objectivamente alguns dos valores associados às geoformas presentes nesta área, que se insere
no Maciço de Sicó, de forma a que seja possível fazer comparações entre os geomorfossítios
avaliados, mas também possibilitando a sua comparação a um nível regional e nacional.
Importa então analisar os tipos de geoformas em termos da sua dimensão, génese e processos
associados, avaliando-se o seu valor sob diferentes perspectivas.
A necessidade da avaliação do património geomorfológico na Unidade Territorial de
Alvaiázere prende-se com o facto de esta área não ter sido ainda alvo de trabalhos de
inventariação e avaliação de geossítios ou geomorfossítios, mas também por ser necessário
proteger geoformas vulneráveis à acção antrópica. Há mesmo, várias delas, a que o Homem
desde cedo deu uma dimensão muito particular, seja pela implantação de povoados (por ex.:
na Idade do Bronze), seja pelo modo de vida, adaptado às características naturais próprias
deste território.
Criando soluções e possibilidades que possam garantir a preservação do património
geomorfológico, pode conseguir-se não só protege-lo, mas também valorizá-lo de alguma
forma, destacando-se neste âmbito as potencialidades do geoturismo ou mesmo, do turismo
científico. Desta forma, podemos apresentar propostas, desenvolver conteúdos e linhas de
acção que visem a valorização e divulgação do património geomorfológico da Unidade
Territorial de Alvaiázere.
O último objectivo deste trabalho é disponibilizar aos municípios de Ansião e
Alvaiázere informação de base para a criação de uma estratégia de geoconservação na região.
Para levar a cabo as tarefas propostas, escolhemos a metodologia desenvolvida e
aplicada ao Parque Natural de Montesinho por Pereira (2006). É um método que apresenta
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Nota introdutória
muitas vantagens, pois não só é aplicável em áreas de qualquer dimensão e com diferentes
características geomorfológicas, bem como inclui critérios que avaliam vários tipos de valor
associados às geoformas, enunciados no capítulo 1. Nesse capítulo, após análise bibliográfica,
fazemos uma apresentação concisa sobre os valores representados pela geodiversidade,
componente do geossistema pouco conhecida e percepcionada aos olhos do cidadão.
Consideramos que boa parte do sucesso das políticas associadas à geoconservação pode
passar pela informação do público em geral de todos este valores, muitos deles estruturantes
para a sociedade, mesmo que ela não se aperceba da sua importância.
No capítulo 2 enunciamos as noções de património geológico e geomorfológico,
hierarquizando os conceitos de geodiversidade, património geológico e património
geomorfológico. Apesar de para nós o património geomorfológico se inserir dentro do
património geológico, considerámos que o primeiro representa, por si próprio, uma disciplina
que importa diferenciar de alguma forma no domínio das metodologias de inventariação e
avaliação de geossítios, por isso o termo geomorfossítios. Daí a apresentação das principais
tipologias de património geológico e geomorfológico, aprofundando o caso português. Neste
capítulo destacamos também a ligação intrínseca entre a geomorfologia, a cultura e as
paisagens, dando exemplos que demonstram a importância estrutural desta ligação a vários
níveis e de variadas formas. Introduzimos a temática dos Sistemas de Informação Geográfica,
a sua importância e algumas potencialidades no que concerne aos métodos e técnicas de
avaliação de Locais de Interesse Geomorfológico (LIGeom) e posterior representação
cartográfica. Finalizamos este capítulo com a questão da legislação que aborda, directa ou
indirectamente, a temática da geoconservação, destacando aquela mais pertinente e a ter em
conta para quem trabalha neste domínio, tendo em vista a eventual protecção de
geomorfossítios.
No capítulo 3 faz-se o enquadramento da Unidade Territorial de Alvaiázere,
destacando-se o quadro físico da região, quer do ponto de vista da geologia, quer em termos
geomorfológicos. Destacamos algumas das dificuldades que se nos apresentaram neste
domínio, onde importa referenciar a falta de informação, nomeadamente cartografia geológica
à escala 1: 50 000 e 1: 200 000 de toda a área de estudo, facto sempre limitador num estudo
como este. Apesar disso, consideramos que, dado o facto de este trabalho ser um primeiro
contributo no domínio da inventariação e avaliação do património geomorfológico, estas
limitações poderão ser ultrapassadas futuramente e aí, é nossa intenção investir mais e melhor
neste domínio.
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Nota introdutória
No capítulo 4 procede-se à inventariação e avaliação do património geomorfológico da
Unidade Territorial de Alvaiázere. Partindo do mapa geomorfológico elaborado através da
interpretação de fotografia aérea, com auxílio de estereoscópio e posterior tratamento da
informação nos programas informáticos Ilwis e GeoMedia Professional (licença académica),
teve-se a base fundamental num estudo deste género. Seguidamente, enunciamos as etapas na
avaliação do património geomorfológico, que passam, fundamentalmente, pela inventariação
e quantificação. Desde a escolha dos potenciais Locais de Interesse Geomorfológico, ao
ranking final dos Locais de Interesse Geomorfológico, explicamos as fases que levam a que,
por fim, seja possível a comparação entre os LIGeom, caracterizando-os do ponto de vista
geomorfológico, quanto à génese, dimensão e processos associados. Os resultados numéricos
são ainda alvo de comparação com vista à determinação das suas reais potencialidades e usos
em termos de valorização e divulgação enquanto LIGeom. Na parte final deste capítulo
enunciam-se ainda alguns locais de interesse geológico (LIG) existentes na Unidade
Territorial de Alvaiázere, uns já conhecidos mas não referenciados como LIG e outros ainda
desconhecidos. Desta forma, a sua existência fica registada e salvaguardada a sua possível
inclusão em trabalhos futuros de inventariação e avaliação de LIG na região.
O capítulo 5 apresenta a parte crucial do trabalho, onde pretendemos valorizar e
divulgar o património geomorfológico avaliado, com vista a uma possível estratégia
intermunicipal de geoconservação. Consideramos não só os LIGeom, mas também os LIG, os
locais de interesse geocultural e, mesmo, arqueológico. Desde o início do estudo, em especial
na escolha do método para avaliar os LIGeom e os valores a eles associados, que
considerámos fulcral a ligação intrínseca entre os valores intrínseco, cultural, estético,
económico, funcional, científico e educativo. Apresentamos algumas ideias e linhas de acção
a pensar para um futuro muito próximo, destacando-se aqui a elaboração de painéis de
interpretação da paisagem, que pretendemos desenvolver em trabalhos futuros. Em termos
práticos desenvolvemos percursos e rotas de interpretação da paisagem, seja percursos
pedestres, de BTT e mesmo um percurso turístico, de baixo impacte ambiental, para jipes. No
âmbito dos percursos pedestres, apresentamos um exemplo de painel de apoio a um dos
percursos e um exemplo de um folheto de apoio a este mesmo percurso. Em termos de
infraestruturas de apoio a geoturistas, propomos a recuperação de duas antigas escolas
primárias e de um antigo edifício de caçadores. Estas três infraestruturas recuperadas
poderiam fazer parte de um projecto intermunicipal a desenvolver pelas Câmaras Municipais
de Ansião e Alvaiázere, agrupando-as num centro único de interpretação da natureza, quer no
domínio da biodiversidade quer no domínio da geodiversidade. Propomos também a criação
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Nota introdutória
de uma geopousada, conceito que julgamos inexistente em Portugal em termos turísticos, mas
que pretende ser um espaço próprio para os geoturistas. Finalizamos o capítulo com uma
breve conclusão que agrupa as principais ideias a reter no domínio da valorização e
divulgação dos LIGeom, onde os meios electrónicos podem ter uma palavra, podendo
contribuir de forma decisiva para o sucesso de uma estratégia de geoconservação para a
região.
Concluímos o trabalho com uma sistematização dos resultados obtidos, destacando a
importância da análise das fichas em anexo e do mapa geomorfológico da área que
compreende a Unidade Territorial de Alvaiázere.
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Capítulo 1
Introdução à geodiversidade
Capítulo 1: Introdução à geodiversidade
1.1. O conceito de geodiversidade
Contrariamente ao conceito de biodiversidade, já muito visionado e percepcionado
pelo público através dos notáveis documentários da BBC vida selvagem, Discovery channel,
canal Odisseia e da revista National Geographic, o conceito de geodiversidade é ainda
praticamente desconhecido para o cidadão. Enquanto que a biodiversidade se refere à
componente viva da Natureza (biótica), a geodiversidade refere-se à componente não viva da
Natureza (abiótica).
Jacques Cousteau e David Attenborough, contribuíram de forma decisiva para a
massificação do conceito de biodiversidade, especialmente em documentários televisivos, e
moldaram positivamente a visão do público face ao mundo natural, mas fundamentalmente no
que respeita à sua componente biótica. Também, por exemplo, as campanhas da Greenpeace
contribuíram para a visibilidade da biodiversidade face à geodiversidade, sendo esta a
“metade esquecida” da conservação da Natureza (Sharples, 2002).
Será mais fácil, de facto, direccionarmos a atenção da sociedade para a biodiversidade,
já que o número de espécies animais e vegetais é grande e a riqueza visual a elas associada é
substancial, portanto mais apelativa do ponto de vista mediático. No que concerne à
geodiversidade e tendo em conta o desconhecimento dos seus modos de funcionamento por
parte do grande público, a atenção da sociedade é direccionada, porventura, a um menor
número de pontos de interesse. Mesmo assim, estes mesmos pontos de interesse, como é o
caso dos solos são o garante de valores biológicos, representando a Amazónia um bom
exemplo.
Muita da biodiversidade existente na Terra, há milhões de anos atrás, está aliás
gravada na enciclopédia da geodiversidade, já que os fósseis são um dos seus valores. Por
outro lado a geodiversidade não pode, ao contrário dos elementos da biodiversidade ser criada
em cativeiro, caso de espécies em vias de extinção (Pemberton, 2000).
De certa forma, podemos mesmo afirmar que a base de boa parte da biodiversidade se
deve à diversidade geológica (Pemberton, 2000; Gray, 2005). Importa, pois, discutir o que é e
o que representa a geodiversidade, de forma a compreender melhor o planeta em que vivemos
e a podermos tomar decisões mais sustentadas.
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Capítulo 1
Introdução à geodiversidade
Vários autores se têm debruçado nos últimos anos sobre a temática da geodiversidade,
seja a nível internacional (Pemberton, 2000; Gray, 2004; Sharples, 2002), seja a nível
nacional (Brilha, 2004; Pereira, P. 2006). Não sendo nosso intuito dissecar toda a temática
associada à geodiversidade, nem todos os autores associados à mesma, importa sim explicitar,
de forma concisa, este conceito e alguns dos autores que trabalham num tema de grande
importância.
Havendo diferentes definições de geodiversidade, consideraremos duas, que apesar de
não coincidirem no seu todo, se complementam nos seus pontos essenciais.
A primeira definição é proposta pela Royal Society for Nature Conservation, entidade
do Reino Unido e é assumida por Brilha (2005), no principal livro português sobre a temática
da geoconservação, como a melhor definição de geodiversidade: “A geodiversidade consiste
na variedade de ambientes geológicos, fenómenos e processos activos que dão origem a
paisagens, rochas, minerais, fósseis, solos e outros depósitos superficiais que são o suporte
para a vida na Terra.”
Na segunda definição, citada por Gray (2004), Stanley (2001) refere que a
geodiversidade é a ligação entre as sociedades, paisagens e cultura; é a variedade de
ambientes geológicos, fenómenos e processos que formam as paisagens, rochas, minerais,
fósseis e solos, os quais permitem a existência de vida na Terra.
No âmbito deste trabalho consideramos as duas definições como válidas. A primeira,
porque representa plenamente o conceito de geodiversidade e a segunda porque complementa
a primeira com um elemento fundamental que é o factor antrópico, o qual tem marcados
reflexos nas paisagens. Note-se, no caso português, o exemplo do Douro vinhateiro,
Património da Humanidade.
Gray (2004) refere que o termo geodiversidade foi inicialmente utilizado em 1993 por
Sharples, em estudos sobre conservação geológica e geomorfológica na Tasmânia, seguindose a utilização por autores, como Kiernau (1994) e Dixon (1995). Entra neste âmbito a palavra
geoconservação, que tem como objectivo a conservação e gestão do património geológico e
processos naturais a ele associado (Brilha, 2005). Portanto, a geodiversidade é um conceito
que apenas na década de 90 do séc. XX começou a surgir regularmente no vocabulário
científico, contudo a geodiversidade representa milhões de anos de evolução da Terra.
Quando observamos o planeta a diferentes escalas, visionamos frequentemente,
diferentes processos a decorrer (Strahler & Strahler, 2002). A interligação entre os
subsistemas da geosfera (a atmosfera, a hidrosfera, a litosfera e a biosfera), correspondem a
processos complexos, que produzem uma série de ambientes geológicos, fenómenos e
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Capítulo 1
Introdução à geodiversidade
processos, que dão origem a paisagens muito diversificadas, rochas, minerais, fósseis, solos e
outros depósitos superficiais (Royal Society for Nature Conservation), factores identificativos
da geodiversidade.
Uma questão também importante na falta de divulgação da temática associada à
geodiversidade, é o facto de alguns dos investigadores das ciências da Terra, não estarem
devidamente sensibilizados para a conservação, mas também estarem ligados às indústrias
extractivas, facto que tem dificultado o sucesso da vertente pedagógica e da geoconservação
(Pemberton, 2000). Apesar disto, há, no caso português, bons exemplos de divulgação, caso
das acções da Geologia no Verão (programa Ciência Viva no Verão), promovido pela
Agência Nacional para a Cultura Científica e Tecnológica, cujo número de acções e
participantes se tem vindo a multiplicar de ano para ano.
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Capítulo 1
Introdução à geodiversidade
1.2. Os valores da Geodiversidade
A geodiversidade representa uma série de valores que importa descrever, para que o
cidadão compreenda a necessidade de conservar, minimizando os impactos e perdas da sua
acção (Gray, 2004) (quadro 1.1) . Sharples (2002; 2003) e Gray (2004) identificam e discutem
esses valores, que apresentamos de seguida.
Exemplos
Valor Intrínseco
Valor Cultural
Valor Estético
Valor Económico
Valor Funcional
Valor Científico
1 - Valor intrínseco
Componente abiótica livre da valoração do homem
2 - Folclore
"Devils Tower”
3 - Histórico/Arqueológico
"Alibates Flint Quarries"
4 - Espiritual
"Chief Mountain"
5 - Sensação de pertença
Jonh Muir em Yosemite
6 - Paisagens locais
Som das ondas; Pisoteio da areia
7 - Geoturismo
Grand Canyon; Yellowstone
8 - Actividades de lazer
Escalada; Espeleologia; etc
9 - Apreciação via meios de comunicação
Documentários sobre a Natureza
10 - Actividades voluntárias
Recuperação de minas; Construção de trilhos
11 - Inspiração artística
Pinturas
12 - Energia
Carvão; Petróleo; Gás; etc
13 - Minerais indústriais
Potássio; Caulite; etc
14 - Minerais metálicos
Ferro; Prata; Zinco; Ouro; etc
15 - Minerais de construção
Rocha; Agregados; Calcários; Betumes
16 - Gemas
Diamantes; Safiras; etc
17 - Fósseis
Tiranossauros; Lojas de fósseis
18 - Solo
Produção de alimentos; Madeira; etc
19 - Plataformas
Infraestruturas e construção em terra
20 - Armazenamento e reciclagem
Armazenamento de CO2; Aquíferos
21 - Saúde
Nutrientes e minerais; paisagens terapêuticas
22 - Enterros
Enterros; Armazenamento de resíduos vários
23 - Controle de poluição
As rochas enquanto filtro da água
24 - Química da água
Água mineral; etc
25 - Funções do solo
Agricultura; Floresta; etc
26 - Funções do geossistema
Processos costeiros, fluviais, etc
27 - Funções do ecossistema
Habitats e biodiversidade
28 - Pesquisa científica
História da Terra; evolução; etc
29 - História da pesquisa
Identificação de desconformidades; etc
30 - Monitorização ambiental
Mudanças climáticas; Poluição
31 - Educação
Estudos de campo / treino especializado
Quadro 1.1 – Quadro representativo dos valores da geodiversidade (Gray 2005).
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Capítulo 1
Introdução à geodiversidade
1.2.1. Valor intrínseco
O valor intrínseco é um dos aspectos mais complexos na avaliação da geodiversidade,
já que é subjectivo. A subjectividade inerente ao valor intrínseco advém da dificuldade de
quantificação deste valor e da sua ligação com as perspectivas filosóficas e religiosas de cada
sociedade e cultura (Brilha, 2005). Apesar deste facto, é um conceito fundamental o facto de
que algumas componentes abióticas valerem por si próprias, mesmo que a sociedade não lhe
possa dar algum tipo de valor utilitário (Gray, 2004).
1.2.2. Valor cultural
Brilha (2005) refere que o valor cultural é conferido pelo Ser Humano quando se
reconhece uma forte interdependência entre o seu desenvolvimento social, cultural e/ou
religioso e o meio que o rodeia. É um valor que está fortemente dependente da relação entre
Homem e meio, ao contrário do valor intrínseco.
No valor cultural da geodiversidade, incluem-se as questões da história, arqueologia,
folclore local, religião e aspectos de índole geológica ou geomorfológica. Por vezes estes
últimos aspectos são reconhecidos como identificadores de uma região, como é o caso da
região Terras de Sicó, onde o carso é uma marca de identidade.
1.2.3. Valor estético
O valor estético está fundamentalmente associado à paisagem e à sua qualidade
enquanto elemento visual. Este pode ser alvo de uma avaliação muito diferenciada de pessoa
para pessoa, mas boa parte dará importância a este valor, mesmo que cidadão não se aperceba
que está a olhar para uma “janela” da geodiversidade (Brilha, 2005). A sua percepção é
condicionada em primeiro lugar por aspectos geológicos e geomorfológicos (fig. 1.1), mesmo
que não nos apercebamos que a estrutura geológica e o relevo são o “esqueleto das paisagens”
(Ribeiro, 2001).
Facto citado por Brilha (2005) é a questão da associação entre a geodiversidade e a
pintura. Salgueiro (2001) refere a descoberta da paisagem através da pintura, a qual teve um
impacto na visão do cidadão sobre o mundo. Algumas das principais obras de arte no domínio
da pintura, tiveram como base paisagens. Claude Monet e Pierre-Auguste Renoir são alguns
dos exemplos mais conhecidos no domínio da pintura no século XIX.
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Capítulo 1
Introdução à geodiversidade
Figura 1.1 – Paisagem com elevado valor estético: Mjodfjell, Noruega.
1.2.4. Valor económico
Um valor que todos reconhecem, independentemente do domínio científico, seja
económico ou ambiental, é a importância dos recursos naturais, mais precisamente dos
recursos geológicos e geomorfológicos. Os recursos geológicos que a sociedade utiliza e dos
quais depende em larga medida, são resultado de uma geodiversidade notável, a mesma que
permite a existência de uma miríade de produtos úteis no nosso dia-a-dia, desde a pasta de
dentes ao alcatrão.
O conhecimento adquirido pelo Homem nas últimas décadas, bem como a evolução
exponencial das tecnologias nos últimos dois séculos, permitiu a transformação de vários
materiais, que por si só não teriam valor económico, mas que quando aliados a outros
materiais com propriedades específicas, têm um valor económico acrescentado, caso de
minerais utilizados na composição de tintas, ou mesmo da areia utilizada no fabrico do vidro.
Conhecer a geodiversidade é, por isso uma mais valia económica.
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Capítulo 1
Introdução à geodiversidade
a) Valor geopolítico
Uma subdivisão que consideramos cada vez mais pertinente na temática da
geodiversidade é a importância geopolítica da mesma (Velho, 2006). Não se reportando
directamente ao valor económico, o valor geopolítico faz no entanto parte dele, já que apesar
de ser transversal a outros valores, a importância reflecte-se a nível económico.
Ocorrem já há algumas décadas alguns geoconflitos que se referem à disputa de
recursos decorrentes da geodiversidade (Velho, 2006), neste caso, os recursos minerais (fig.
1.2 – A2), uma das facetas da geodiversidade. A guerra no Iraque, é talvez o exemplo mais
recente e concreto de como a busca de recursos minerais fósseis por potências mundiais,
transforma toda a agenda mundial. Por estas razões consideramos a inclusão deste valor de
forma autónoma nos valores referidos por Gray (2004).
Outro facto decorrente da geodiversidade neste domínio, que assume cada vez mais
uma importância geopolítica, são os recursos aquíferos (fig.1.2 – A1). A água é um foco de
tensões entre povos, com o esgotamento de muitos aquíferos e poluição de outros.
A1
A2
Figura 1.2 – Recursos de valor geopolítico elevado: Petróleo (A1) e água (A2)
(Fotografias cedidas por Alexandre Ramalheiro).
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Capítulo 1
Introdução à geodiversidade
1.2.5. Valor funcional
Há toda uma série de elementos naturais que têm um papel funcional a nível
ambiental. As formas de relevo e os solos são o garante da continuidade dos processos
naturais, seja a nível biótico, seja abiótico (Gray, 2004). Face à importância dos elementos
naturais, este mesmo autor diferencia dois tipos de valor da geodiversidade, seja de carácter
utilitário para o Homem ou não:
O valor in situ, significa que, partindo de uma base física, o substrato, o
Homem realiza ali todas as suas actividades, caso da construção de casas e
prática da agricultura.
O valor aplicado à base dos ecossistemas ou processos físicos, que significa,
por exemplo, a utilidade do subsolo para o armazenamento de água (recursos
aquíferos).
1.2.6. Valor científico e educativo
A ciência é um motor de desenvolvimento das sociedades, mas sem elementos
representativos da geodiversidade mais difícil será estudar o meio físico de forma a
compreendermos o planeta em que vivemos.
Preservar a geodiversidade é manter objectos de estudo científicos, condição
fundamental para que a ciência possa avançar neste domínio. Mas nem tudo se restringe à
investigação científica, pois há que mostrar ao cidadão os vários aspectos associados ao
mundo abiótico, o potencial da geodiversidade enquanto recurso pedagógico é grande.
Conhecendo os valores da geodiversidade, a sociedade terá tendencialmente mais
sensibilidade em proteger estes valores.
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Capítulo 1
Introdução à geodiversidade
1.3. Ameaças à Geodiversidade
Por vezes, pensa-se que as formas de relevo são imutáveis e não necessitam de
qualquer tipo de gestão (Pemberton, 2000). Diríamos até, que será mais fácil um cidadão ficar
incomodado pelo corte de uma árvore de grande porte, do que pelo desaterro de uma colina,
mesmo que a árvore tenha pouco mais de um século e a colina tenha alguns milhões de anos.
É precisamente este, um dos factos que nunca é referido ao cidadão, mesmo em acções de
educação ambiental, que versam quase invariavelmente o mundo biótico. Facto recente, que
em nosso entender será muito importante para colmatar esta falha, é a iniciativa “Rocha
amiga”, no âmbito do Ano Internacional do Planeta Terra, que poderá ter um papel
pedagógico fundamental enquanto parte do enorme puzzle que é a Educação Ambiental. Este
projecto procurou despertar não só os alunos das escolas, bem como a população em geral
«para a omnipresença e importância das rochas no dia-a-dia do cidadão, dando apoio e
providenciando os materiais essenciais para a sua vida, desde abrigo, substrato para o
desenvolvimento de plantas e animais, aplicações tecnológicas, etc».
A acção antrópica é, por vezes, a maior ameaça à geodiversidade, colocando em risco
não só alguns dos valores presentes em muitas das áreas em que intervém, mas também
algumas das suas actividades.
Tsvetkova (2005) refere um caso particular, no município de Boboy Dol (Bulgária),
onde a extracção de minério pôs em causa valores como os solos e culturas, devido à poluição
criada por este mesmo aproveitamento da geodiversidade. A elevada concentração de metais
pesados provocou também casos de doenças cancerígenas, mostrando quanto grave pode ser
uma intervenção por parte do homem sobre o meio físico. Um caso semelhante em Portugal é
o das minas da Panasqueira, onde a extracção de volfrâmio coloca há mais de um século
problemas graves de poluição das águas.
Gray (2004) sistematiza os principais impactos na geodiversidade devido à acção
humana:
Perda total de um elemento da geodiversidade;
Perda parcial ou dano físico;
Fragmentação de interesse;
Perca de visibilidade;
Perca de acesso;
Interrupção de processos naturais;
Poluição;
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Capítulo 1
Introdução à geodiversidade
Impacto visual.
Estes mesmos impactos podem ser derivados de uma série de acções específicas sobre
a geodiversidade, que, segundo Gray (2004) e, seguindo em parte o exemplo de Brilha (2005),
de uma forma simplificada, abrangem a exploração de recursos geológicos e
geomorfológicos, o desenvolvimento de obras e estruturas, florestação, desflorestação e
agricultura, actividades turísticas, colheita de amostras geológicas e iliteracia cultural.
1.3.1. A exploração de recursos geológicos e geomorfológicos
Uma das ameaças com maior impacto visual, é a exploração de recursos geológicos
e/ou geomorfológicos. As pedreiras são um exemplo bastante expressivo enquanto ameaça
aos recursos geológicos, não pela extracção em si, mas sim pela quantidade de recursos
extraídos globalmente. Um dos problemas fundamentais da extracção destes recursos é o
impacto paisagístico. Um exemplo encontra-se na vertente Sul da Serra de Sicó, sendo
constituído por dois locais de extracção de brita, em que uma destas pedreiras é das maiores
da Europa. É importante ainda notar que muitas pedreiras abandonadas em Portugal não são
sequer objecto de recuperação paisagística, dezenas de exemplos das quais podem ser
observadas no Maciço de Sicó (Cunha, 1990). Um raro bom exemplo está a ocorrer no
Concelho da Batalha, onde uma parceria entre município e empresa privada, irá permitir a
recuperação paisagística em grande escala numa antiga pedreira.
Outra das ameaças na extracção dos recursos geológicos, é a extracção de raros filões
e a destruição de formas de relevo (Gray, 2004) ou o desaparecimento de depósitos raros,
utilizados, por exemplo, para a construção civil.
1.3.2. O desenvolvimento de obras e estruturas
A actividade antrópica utiliza o meio físico enquanto base para as suas
actividades do dia-a-dia e isto implica, cada vez mais, a expansão da área ocupada, seja
devido à expansão urbana, seja à construção de estradas ou de infra-estruturas. O problema a
que geralmente se assiste é, fundamentalmente, a execução destas mesmas obras não ter
sempre em conta a minimização de alguns impactes (fig. 1.3), os estudos de impacte
ambiental ou mesmo as avaliações de incidência ambiental, que, em regra, não contemplam
os impactos sobre a geodiversidade (Brilha, 2005). A geoconservação não é geralmente
considerada nestes estudos (quadro 1.2). Este facto constata-se, por exemplo, na construção
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Capítulo 1
Introdução à geodiversidade
de estradas, urbanizações, barragens ou infra-estruturas, como espelhos de água (fig. 1.3 –
A2) e ultimamente em alguns parques eólicos, instalados em áreas muito sensíveis do ponto
de vista patrimonial (natural ou cultural). Neste âmbito Silva et al. (2006), referem a
destruição de lajes graníticas na Serra da Cabreira devido à construção de parques eólicos.
Forte (2007) refere a destruição de extensas áreas de lapiás de várias tipologias nas Serras de
Ariques e Alvaiázere (fig. 1.3 – A4), também, devido à construção deste género de
infraestruturas.
Figura 1.3 – Exemplos de ameaças à geodiversidade: Destruição de uma moreia para construção de
pistas de esqui em Mont-Fort, Alpes Suíços (A1); Construção de espelho de água, Ansião (A2);
Desflorestação e agricultura no Parque Natural da Serra da Malagueta, Cabo Verde (A3); Destruição de
Lajes Calcárias, Serra de Alvaiázere (A4).
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Capítulo 1
Introdução à geodiversidade
Categoria
Rocha
Mineral
Fósseis
Formas de relevo
Ocorrência
Objectivo da gestão da geoconservação
Rara
Manter a integridade da amostra
Comum
Manter a exposição e encorajar a "recolha responsável"
Raro
Manter a integridade da amostra
Comum
Manter a exposição e encorajar a "recolha responsável"
Raro
Sempre que possível manter no local original
Comum
Manter a exposição e encorajar a "recolha responsável"
Manter a integridade das formas de relevo e encorajar
a restauração do aspecto original
Paisagem
Manter a topografia, amostras de rocha e processos
naturais e encorajar o restauro da paisagem original
Processos
Manter e recuperar a integridade dos processos
Solos
Manutenção da qualidade do solo, quantidade e função
Outros georrecursos
Encorajar o uso sustentável e valorizar o seu uso num
contexto histórico, mas também moderno
Quadro 1.2 – Objectivos da geoconservação para os 8 elementos da geodiversidade (Gray 2005).
1.3.3. A florestação, desflorestação e a agricultura
O crescimento da vegetação pode constituir, por si só, um factor de ocultação das
características geológicas (Brilha, 2005). Antes do fenómeno conhecido como “êxodo rural”,
muitas áreas do interior de Portugal eram cuidadas, os campos agricultados e o mato cortado.
Hoje em dia, amplas áreas estã abandonadas, promovendo não só o agravar da problemática
dos incêndios, mas também o ocultamento de elementos geológicos e geomorfológicos de
elevado valor, até então visíveis (fig. 1.4). Os incêndios promovem também a erosão dos
solos, já que com extensas áreas desflorestadas
e sem vegetação, estes facilmente são
erodidos pelas primeiras chuvas do Outono (fig. 1.3 – A3).
Algumas regiões foram radicalmente transformadas em poucas décadas, caso do
Alentejo no século XX, em benefício de práticas agrícolas, ameaçando parte da
geodiversidade desta região, já que a agricultura intensiva facilmente causa impactes muito
negativos sobre os solos e erosão dos mesmos. A utilização de adubos é também factor de
grande ameaça de um dos valores mais esquecidos da geodiversidade, os recursos aquíferos.
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Capítulo 1
Introdução à geodiversidade
Figura 1. 4 – Porte e densidade da vegetação na vertente Norte da colina do Castelo, como resultado do
abandono da agricultura.
1.3.4. As actividades turísticas e recreativas
Cada vez mais em voga, as actividades turísticas e recreativas representam um
mercado com muito potencial. O rotulado “turismo verde” é cada vez mais um objecto
apetecido, especialmente pelos habitantes das grandes cidades, que, muitas vezes, sem
referências, se deslocam a áreas muito sensíveis e frequentemente provocam impactos
negativos sobre locais muito apelativos, mas também muito frágeis do ponto de vista
ambiental. Cunha & Vieira (2004), referem esta problemática, a qual é agravada pelo facto de
estas áreas de grande valor patrimonial não terem muitas vezes planos de gestão, ou mesmo
inventários de elementos em risco.
1.3.5. A colheita de amostras geológicas para fins não científicos e o geovandalismo
A questão da recolha de amostras geológicas para fins não científicos é problemática
em alguns casos (Brilha, 2005). Havendo em alguns casos fósseis ou amostras geológicas
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Capítulo 1
Introdução à geodiversidade
raras, é fundamental preservar estas mesmas amostras, não as recolhendo, senão para fins
científicos.
Reimold (2005) introduz o conceito de geovandalismo, havendo mesmo casos em que
são os próprios cientistas que promovem a depredação de recursos geológicos através de
sondagens ou perfurações, por vezes em locais muito sensíveis. O mesmo autor propõe a
criação para estes casos de um código de ética, o qual quebrado poderia levar à desacreditação
profissional do cientista.
1.3.6. Iliteracia cultural
Uma outra ameaça referida por Gray (2004), é a falta de informação da sociedade
sobre os valores da geodiversidade. Brilha (2005), refere a iliteracia cultural, termo mais
abrangente para esta ameaça muito presente nas sociedades actuais.
Consideramos mesmo a iliteracia cultural, a ameaça mais grave à geodiversidade, já
que a própria classe política, não tem um conhecimento razoável sobre a temática,
impossibilitando por vezes a protecção em termos legislativos de locais com efectivo interesse
geológico e/ou geomorfológico. Schmidt et al. (2005) referem ainda a neste âmbito a falta de
informação dos autarcas sobre a vertente da conservação da Natureza.
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Capítulo 1
Introdução à geodiversidade
1.4. A geodiversidade no carso
Em algumas regiões muito povoadas, situadas em áreas cársicas, os problemas
decorrentes da expansão urbana agravam-se. A cada década que passa, apresentam-se novos
problemas derivados da cada vez maior concentração da população nestas áreas
particularmente frágeis e vulneráveis a vários tipos de intervenções antrópicas. Sendo as
regiões cársicas áreas de valor reconhecido, a nível científico ou de outros tipos de valor
(Gray, 2004), estas têm sido descritas em vários estudos, como áreas de grande importância
na temática do património geomorfológico.
Em 1972, surgiu uma das primeiras publicações que demonstrava e discutia a
importância do carso no âmbito do património geomorfológico. Sweeting (1972) discute em
pormenor os principais grupos de formas cársicas, considerando que a hidrologia é um dos
mais importantes aspectos no estudo do carso.
Ford & Williams (2007) destacam, no âmbito hidrológico, a franca dependência da
população a nível mundial dos recursos aquíferos em áreas cársicas, sendo que 20 a 25% do
total da população depende largamente, ou inteiramente, dos recursos aquíferos existentes
nestas áreas, facto que demonstra a importância considerável dos mesmos (Petric, 2002). Em
relação a Portugal Continental, Almeida et al. (1995), citando Lobo-Ferreira & Oliveira
(1995), referem que cerca de 70% do total da água utilizada tem como origem os aquíferos.
Apesar do elevado valor deste recurso para o Homem e do seu significado em termos
de património geomorfológico, o mesmo é muito sensível em termos ecológicos, já que as
regiões cársicas são particularmente frágeis e vulneráveis a danos, quando comparados com a
maioria dos sistemas naturais. A razão deste facto tem a ver com a natureza do sistema
hidrológico cársico, onde muito facilmente a poluição é transmitida à rede de condutas
naturais e cavidades (Ford & Williams, 2007).
Ford & Williams (2007), referem também que as rochas carbonatadas são importantes
em quase todos os aspectos das nossas vidas, dando como exemplo os ciclos do carbono e do
cálcio, fundamentais para a concentração de dióxido de carbono na atmosfera. As rochas
carbonatadas contêm também a chave da história das variações do nível médio do mar, pelo
menos no último milhão de anos, além claro, do facto de os espeleotemas conterem também o
registo paleoambiental dos continentes num período semelhante.
Crispim (1986), por sua vez, refere a importância do carso, a nível hidrológico.
No domínio do endocarso (conjunto de formas e processos cársicos que se
desenvolvem em profundidade - Rodrigues et al. 2007), Neves et al. (2003) mostram a
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Capítulo 1
Introdução à geodiversidade
importância do sistema espeleológico do Dueça no domínio do património geomorfológico,
considerando o mesmo como tendo valor tanto no contexto regional bem como nacional.
Consideramos, neste âmbito, que o endocarso é a metade esquecida do carso
Smith-Hamilton (2006) sublinha que as grutas são uma biblioteca que armazena a
história da Terra, referindo que o carso significa uma base de conhecimento com muitas
especificidades que não se encontram em mais nenhum sistema natural. As estalagmites e as
estalactites são, por exemplo, bons elementos de estudo no que concerne por exemplo ao
estudo das variações climáticas ocorridas desde hà milhões de anos.
Bakalowicz (2004), destaca por seu lado, o facto do epicarso (ou zona epicársica, a
porção superior do carso profundo - Rodrigues et al. 2007) surgir como um interface essencial
entre a biosfera e o carso em si, criando paisagens características do carso, não só à superfície,
mas também em profundidade. Refere também os fragmentos acumulados nas bases das
vertentes, muitas vezes formados por processos de crioclastia durante o Quaternário. O
mesmo facto é destacado por Rodrigues (1998), sendo que a autora sublinha a importância
dos depósitos e formas que «testemunham processos de evolução e paleoambientes
correlativos de períodos frios quaternários».
Duarte (2002, 2003) demonstra a importância da sedimentação ocorrida no Jurássico,
em três áreas específicas, em termos científicos e educacionais, e o seu potencial nacional,
bem como internacional, referindo-se a S. Pedro de Moel, Peniche e Rabaçal.
Ainda no domínio geológico, com ligações intrínsecas ao património geomorfológico,
Galopim de Carvalho (1999), destaca implicitamente a importância do carso na temática da
geoconservação, pois a maior parte das ocorrências geológicas reporta-se a ocorrências de
várias tipologias em áreas cársicas. O mesmo autor refere, também noutra publicação mais
recente (Galopim de Carvalho, 2006), que «muitas ocorrências calcárias como, por exemplo
um campo de lapiás, o rendilhado subterrâneo de estalactites e estalagmites no interior dos
maciços calcários, uma jazida com pegadas de dinossáurios na laje do fundo de uma
pedreira abandonada… são documentos, tantas vezes monumentais, de uma história antiga
de milhões de anos, com valor pedagógico e cultural…».
Abreu & Silveira e Lorena (2005) relembram a importância das formações lapiárias da
Granja dos Serrões e de Santa Eulália, monumentos geológicos com enorme potencial
paisagístico e ambiental.
Cunha (1990) estuda a diversidade morfológica regional da área que compreende o
Maciço de Sicó, identificando várias tipologias de formas cársicas, bem como os processos
que lhe estão subjacentes, além de vários tipos de depósitos de cobertura. Mais tarde, Cunha
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Capítulo 1
Introdução à geodiversidade
& Vieira (2004) voltam a referir esta última área, onde destacam o património
geomorfológico característico desta região cársica, que «encerra actualmente um conjunto
diversificado de elementos geomorfológicos (grutas, exsurgências, dolinas, canhões
fluviocársicos…)» referindo que estas características são afinal uma imagem de marca da
região, além da importância científica e cultural em termos das riquezas que encerram.
Anicic & Perica (2003) discutem um dos factores fundamentais na temática do carso,
as características estruturais das paisagens cársicas mediterrâneas, as quais contêm uma série
de valores culturais extremamente importantes e que persistem desde o neolítico (SmithHamilton, 2006). Durante um tempo histórico contínuo nas áreas cársicas uma paisagem
específica evoluiu devido a factores climáticos, geomorfológicos, topográficos bem como
sócio-económicos (Anicic & Perica, 2003). Estes últimos autores sublinham que a maior
qualidade destas paisagens é derivada das características muito particulares de uso do solo,
que constituem uma das mais vulneráveis heranças espaciais em todo o mediterrâneo.
O conjunto de valores acima referenciados levou Cunha et al. (1996) a elaborarem um
roteiro numa área geograficamente delimitada como “Terras de Sicó”, notando que «grande
parte das suas características morfológicas, paisagísticas e ambientais… são derivadas do
facto de ali estarem presentes rochas calcárias e aos processos de evolução cársica do
relevo». É, pois uma região onde o carso é um elemento preponderante no património
geomorfológico.
Temos, assim, uma série de autores que nas últimas décadas deram o seu contributo na
questão do carso e da sua importância na vasta temática a que o património geomorfológico
se associa. Pretendeu-se dar uma ideia, por temáticas, da vastidão de temas relacionados com
o carso e a sua associação à temática ainda mais vasta do património geomorfológico.
A publicação, recente, de um glossário ilustrado de termos cársicos (Rodrigues et al.
2007) é exemplificativo da crescente importância do carso na temática do património
geomorfológico, resumindo-se numa obra, todos os termos até há pouco dispersos por várias
publicações.
Finalizamos este capítulo com a referência a dois institutos de investigação que
consideramos representarem inequivocamente a importância do carso no mundo científico, o
Karst Waters Institute (http://www.karstwaters.org), situado nos Estados Unidos da América e
o Karst Research Institute (http://kras.zrc-sazu.si/), situado na Eslovénia. São institutos que
têm nos últimos anos dado um avanço muito concreto no que concerne ao conhecimento
associado ao carso e à sua crescente importância no universo do património geomorfológico.
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Capítulo 1
Introdução à geodiversidade
Seria injusto, não falar também no caso português, onde um dos bons exemplos se
situa perto da nascente do Alviela: o carsoscópio (http://www.alviela.cienciaviva.pt/). Este é
um espaço onde a temática associada ao carso, se pode agora desenvolver de forma
pedagógica, mostrando de modo interactivo o papel que este pode ter no nosso dia a dia e as
implicações que podem ter as acções antrópicas, muitas vezes negativas para um ambiente
altamente vulnerável a usos insustentáveis, as quais muitas das vezes são dificilmente
recuperáveis (Ford & Williams, 2007).
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Capítulo 1
Introdução à geodiversidade
1.5. A geoconservação no Mundo
São já vários os exemplos demonstrativos da evolução da geoconservação um pouco
por todo o mundo, sendo que esta questão está especialmente desenvolvida na Austrália,
Nova Zelândia e Tasmânia (Pemberton, 2000, 2003; Sharples, 2002, 2007; Jerie et al. 2001).
No caso da Nova Zelândia, Pemberton (2000) refere que as medidas de geoconservação
tiveram início em 1887, aquando da criação do Parque Nacional de Tongariro, que cobria uma
área de vulcões activos. Actualmente tem áreas protegidas que preservam formas de relevo,
como por exemplo formas do modelado cársico locais.
Relativamente à Austrália, a geoconservação teve o seu início em 1870, com a
protecção de grutas. Apesar deste facto pioneiro, pouco mais se avançou até 1960
(Pemberton, 2000). Na década seguinte surgiram os inventários de monumentos geológicos
em algumas regiões e implementou-se, em 1970, o National Parks & Wildlife Act, que
potenciou a criação de vários parques naturais e nacionais (Gray, 2004). Documento muito
importante neste país, é o “Australian Natural Heritage Charter”, que resulta de um esforço
para estruturar uma série de informações importantes para uma boa gestão de locais de
interesse geológico e geomorfológico. É, fundamentalmente, um documento de boas práticas
que deveria ser também criado para o caso português.
No que respeita à Tasmânia, podemos encontrar uma vasta rede de informação útil,
quer para o cientista, quer para o cidadão comum, são caso disso os guias para a protecção de
grutas em meio cársico, documentos muito importantes, já que agrupam uma série de
informações
dispersas
(http://www.dpiw.tas.gov.au/inter.nsf/WebPages/RPIO-
4YQ925?open). Encontramos ainda, neste endereço electónico, uma base de dados relativa à
geoconservação, a “Tasmanian Geoconservation Database”, que é um bom exemplo a seguir.
Nos Estados Unidos, a criação de vários parques nacionais promovida de forma
organizada pelo governo, é considerada por Gray (2004), como sendo o início da conservação
a nível mundial. O estabelecimento do Parque Nacional de Yellowstone em 1872 é um marco
na história da geoconservação. Apesar deste ter sido um marco na geoconservação, a maioria
dos parques nacionais um pouco por todo o Mundo tem tido como base para a sua criação
aspectos biológicos e não geológicos.
No caso europeu, vários autores (por ex: Grube & Wiedenbein, 1992; Pereira, A.
1995; Galopim de Carvalho, 1999; Panizza, 2001; Duarte, 2002; Reynard, 2003; Gray, 2004;
Vieira & Cunha, 2004; Serrano & Trueba, 2005; Brilha, 2005; Burek & Potter, 2006; Pereira,
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Capítulo 1
Introdução à geodiversidade
P. 2006; Gauchon et al. 2006) têm trabalhado nas últimas duas décadas para desenvolver os
conceitos e aplicações relativas à vasta questão da geoconservação.
O Reino Unido é talvez o país onde o tema da geoconservação está mais evoluído, não
só no meio científico mas também na sociedade. Talvez o caso mais conhecido seja a
preservação das estrias glaciares de Agassiz em Edimburgo, em 1840 (Gray, 2004). O
envolvimento da sociedade na geoconservação é, aliás, muito importante no Reino Unido, já
que desde cedo ocorreram iniciativas com vista à promoção e protecção do património
geológico
e
geomorfológico.
São
casos
notáveis,
iniciativas
como
os
Sítios
Geológicos/Geomorfológicos de Importância Regional (RIGS), onde o cidadão se envolve
activamente de forma voluntária na protecção, divulgação e valorização do património,
havendo inclusivamente um guia que pode ser utilizado por qualquer interessado na matéria
(http://www.ukrigs.org.uk/html/ukrigs.php). Estão estabelecidos também os Planos de Acção
Local para a Geodiversidade, que tiveram na sua génese uma abordagem iniciada da base
(sociedade) para o topo (entidades governamentais), ao contrário dos Planos de Acção Local
para a Biodiversidade (Burek & Potter, 2006). Este facto tem permitido um maior sucesso por
parte destes planos, mesmo apesar de o número de organizações ligadas à defesa da
biodiversidade ser ali muito maior do que às ligadas à geodiversidade (Gray, 2004).
Apesar do desenvolvimento, em torno da temática da geodiversidade, a primeira
publicação a nível internacional dedicada inteiramente à questão da geodiversidade, surge
com a obra de Murray Gray, mas apenas em 2005, facto demonstrativo do “atraso” deste tema
relativamente à biodiversidade (Brilha, 2005). Esta obra de referência apresenta um resumo
do tema, agrupando o vasto conhecimento disperso a nível mundial.
Outros países, como a Espanha, deram também os primeiros passos na questão da
geoconservação com a primeira contribuição deste país para o projecto dos geossítios, em que
se iniciou uma estratégia comum de inventariação dos sítios de interesse geológico (GarciaCortés et al. 2001). Em 2002 surge a proposta de estratégia Andaluza para a conservação da
geodiversidade, iniciativa ímpar no panorama espanhol, que pretendia promover um conjunto
de projectos para inventariar, avaliar e proteger o património geológico desta região
espanhola, que reconhece a importância da geodiversidade para o desenvolvimento
sustentável.
Em Portugal, a geodiversidade tem vindo a tornar-se um tema de importância não só a
nível académico, mas também a nível sócio-económico. Em 2006 surgiu o primeiro
geoparque português, inserido na rede europeia de geoparques. Estará também prestes a surgir
o segundo geoparque no concelho de Arouca (Sá et al. 2006). No meio académico e
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Capítulo 1
Introdução à geodiversidade
científico, certas entidades têm-se distinguido, na busca de formas de promover a
geodiversidade e a geoconservação. A Associação Europeia para a Conservação do
Património Geológico (PROGEO – Grupo Português), tem tido um papel fundamental neste
âmbito, promovendo várias iniciativas a nível académico e científico. Está neste momento a
decorrer um projecto nacional de inventariação do património geológico no âmbito da
Associação Portuguesa de Geomorfólogos (APGeom), onde se inclui também a inventariação
do património geomorfológico.
O caso mais visível e com melhores resultados, no que concerne à geodiversidade e
geoconservação é o modelo estabelecido com a criação da rede europeia de geoparques
(http://www.europeangeoparks.org/), que tem tido um papel fundamental na evolução e
visibilidade da componente abiótica da Natureza.
Já com outra dimensão e com o apoio da Organização das Nações Unidas para a
Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO), a criação de uma rede mundial de geoparques
(http://www.worldgeopark.org) tem tido também um papel notável para a visibilidade da
geodiversidade e a sua importância para o desenvolvimento local. Neste âmbito Xun & Ting
(2005) referem os beneficios socio-económicos no estabelecimento de geoparques na China.
A UNESCO tem, assim tido um papel preponderante na divulgação e promoção do
património geológico e geomorfológico, bem como da geodiversidade, sendo como que uma
matriz que agrupa os vários tipos de valor da geodiversidade.
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Capítulo 1
Introdução à geodiversidade
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Capítulo 2
Sistematização do património geomorfológico
Capítulo 2: Sistematização do património geomorfológico
2.1. Os conceitos de património geológico e geomorfológico
O património geomorfológico é um tema actual, nomeadamente em áreas cársicas.
Interessa, pois, reunir alguma da informação disponível sobre a temática, de modo a
enquadrar melhor a questão. Importa, em primeiro lugar, diferenciar alguns dos termos que
adiante serão referidos, mas muitas vezes confundidos, talvez também pela diversidade de
termos que encontramos na bibliografia nacional e internacional (Brilha, 2005).
Na impossibilidade de proteger toda a geodiversidade, conceito já abordado no
capítulo 1, interessa conservar as ocorrências geológicas que possuam inegável valor
científico, pedagógico, cultural, turístico, ou outros – os geossítios (Brilha, 2005). Este autor
define geossítio como a «ocorrência de um ou mais elementos da geodiversidade (aflorantes
quer em resultado da acção de processos naturais quer devido à intervenção humana), bem
delimitado geograficamente e que apresente valor singular do ponto de vista científico,
pedagógico, cultural, turístico, ou outro.» (p.52).
O conjunto dos geossítios inventariados e caracterizados numa dada área ou região, é
considerado por Brilha (2005) como património geológico. Este, sendo constituído por locais
e objectos geológicos que devido ao seu conteúdo devam ser valorizados e preservados,
engloba vários tipos de Locais de Interesse Geológico (LIG), de acordo com as áreas
científicas da geologia (fig. 2.1), podendo ser, entre outros, património mineralógico,
paleontológico ou geomorfológico (Pereira, 2006).
Galopim de Carvalho (1999) classifica as ocorrências geológicas com características
de monumentalidade, os geomonumentos, caracterizando-os em três níveis, em termos de
escala:
- Geomonumento a nível do afloramento, que representa pequenas ocorrências
geológicas e/ou paleontológicas, com dimensão na ordem das dezenas de metros.
- Geomonumento a nível do sítio, envolve áreas já de maior dimensão, na ordem da ou
das centenas de metros, no geral susceptíveis de delimitação.
- Geomonumento a nível de paisagem, já numa escala quilométrica, que representa
uma vasta área com pontos de interesse geológico e geomorfológico, passíveis de serem
abarcados no seu todo a partir de um ou vários pontos de observação.
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Capítulo 2
Sistematização do património geomorfológico
Por seu lado, Brilha (2005) prefere a utilização do termo geossítio relativamente aos
termos geótopo ou geomonumento.
Figura 2.1 – Hierarquização dos conceitos de geodiversidade, património geológico e
património geomorfológico.
Por outro lado, o património geomorfológico, será o conjunto de formas de relevo e
depósitos correlativos que, pelas suas características genéticas e de conservação, pela sua
raridade e/ou originalidade, pelo seu grau de vulnerabilidade, ou ainda, pela maneira como se
combinam espacialmente (a geometria das formas de relevo), evidenciam claro interesse
científico (Pereira, 1995). Neste domínio, Reynard (2003) diferencia os geossítios, de base
geológica, dos geomorfossítios, de cariz eminentemente geomorfológico.
O presente trabalho centra-se essencialmente sobre o património geomorfológico em
meio cársico, mas não será esquecida a sua ligação intrínseca com o património geológico.
Consideramos, tal como Brilha (2005), que muitas vezes a compartimentação destes termos é
muito negativa para a conservação e gestão do património geológico e dos processos naturais
a ele associados.
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Capítulo 2
Sistematização do património geomorfológico
2.2. Principais tipologias de Património Geológico e Geomorfológico
Interessa agora apresentar as várias definições e várias tipologias propostas pelos
vários autores, de forma a melhor enquadrar o património geomorfológico.
Segundo Reynard (2003), existem dez tipos de geótopo:
Estruturais;
Paleontológicos;
Sedimentológicos;
Mineralógicos, petrográficos e geoquímicos;
Estratigráficos;
Geomorfológicos;
Hidrológicos e hidrogeológicos;
Espeleológicos;
Geohistóricos;
Culturais.
Xun & Ting (2005) acrescentam a estas categorias, mas já no contexto da denominada
herança geológica (geoheritage), as categorias referentes à herança glacio-geológica,
vulcânica e à perigosidade natural (geohazard) e agrupando aí herança geológica e
geomorfológica numa só classe.
Já Dingwall et al. (2005), referem no panorama da classificação do património a nível
global, a existência de treze classes, algumas já referenciadas por outros autores,
acrescentando no entanto outras categorias:
Sistemas montanhosos (as maiores áreas montanhosas do mundo)
Sítios onde o interesse é a nível de fósseis existentes
Sistemas fluviais, lacustres e deltaicos (sistemas continentais resultantes de uma
erosão em larga escala promovida por rios e desenvolvimento de sistemas de
drenagem, lagos, pântanos e deltas)
Sistemas cársicos e cavernícolas (processos hidrológicos subterrâneos e formas de
relevo, em conjunto com a suas expressão superficial)
Sistemas costeiros (o papel da água nas margens oceânicas)
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Capítulo 2
Sistematização do património geomorfológico
Corais, atóis e ilhas oceânicas (características geo e biológicas e/ou de características
vulcânicas em áreas oceânicas ou com influências oceânicas)
Glaciares e calotes polares (o papel significativo do gelo no desenvolvimento das
formas de relevo em áreas alpinas ou polares, incluindo influências periglaciares e
nivais)
Idades do gelo (caracteríticas da expansão e regressão da calote polar, isostasia,
mudanças do nível do mar e registos biogeográficos associados)
Sistemas desérticos áridos e semi áridos (sistemas terrestres e caracteríticas que
reflictam o papel dominante do vento, os processos eólicos, acção fluvial intermitente
como agente de desenvolvimento de formas de relevo e evolução da paisagem)
Impacto de meteoritos (evidências físicas do impacto de meteoritos e mudanças que
derivaram do mesmo, como por exemplo extinções)
Pereira, P. (2006) e Pereira et al. (2006) consideram a existência de nove categorias
temáticas no que concerne ao património geomorfológico português:
Geoformas graníticas;
Geoformas vulcânicas;
Geoformas cársicas;
Geoformas residuais;
Geoformas tectónicas;
Geoformas fluviais;
Geoformas litorais;
Paisagens culturais;
Geoformas glaciárias e periglaciárias.
A estas categorias temáticas poder-se-ia acrescentar mais uma categoria, as geoformas
eólicas, muito dinâmicas e presentes em muitas regiões de Portugal.
Meireles et al. (1999), diferenciam alguns locais de interesse geológico (LIG´s) no
inventário aplicado ao Parque Natural de Montesinho (PNM):
Mineralógicos;
Petrológicos;
Paleontológicos;
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Capítulo 2
Mineiro;
Tectónico;
Geomorfológico.
Sistematização do património geomorfológico
Como podemos observar, a temática do património geológico e geomorfológico é
muito abrangente e algo complexa, já que abarca diferentes conceitos vindos de disciplinas
que hoje em dia seguem caminhos algo diferenciados, a geologia e a geomorfologia.
2.3. Estudos sobre património geomorfológico e geológico em Portugal
Apesar de apenas nos últimos anos a expressão “património geomorfológico" ter
começado a surgir com regularidade em publicações e trabalhos académicos em Portugal,
anteriormente já alguns autores tinham discutido a importância e a especificidade de vários
locais onde o factor geomorfológico seria determinante em termos de componente ambiental.
Pereira, A. (1995) definiu com precisão o termo “património geomorfológico”,
criando uma matriz que agrupou todas as perspectivas sobre o património geomorfológico,
facto este determinante para a evolução da investigação. No mesmo artigo foi proposta, por
semelhança com os “corredores ecológicos” ou corredores verdes” a criação de corredores
geomorfológicos, definidos como «a faixa cujas formas de relevo, solos e depósitos
correlativos se combinam constituindo um património geomorfológico […]. Engloba sítios de
interesse científico particular, que funcionam como verdadeiros indicadores de evolução de
paisagem.» (p.17).
Ferreira & Vieira (1999) elaboram um guia sobre os Locais de Interesse
Geomorfológico do Parque Natural da Serra da Estrela e descrevem a tipologia das formas
graníticas ali existentes. Relativamente à geomorfologia glaciária da Serra da Estrela, referem
a existência de património geomorfológico derivado da paisagem de erosão e também das
formas de acumulação, nomeadamente moreias, que constituem, devido à sua raridade, um
rico património geomorfológico no território português.
No domínio do carso, Cunha (2003) faz um ponto de situação relativamente aos
maciços do sector setentrional da orla mesocenozóica ocidental portuguesa, em particular em
Outil, Serra da Boa Viagem e Sicó/Alvaiázere. Destaca a complementaridade dos processos
exo e endocársicos na construção da paisagem e na relação intrínseca entre geomorfologia e
espeleologia. Este último aspecto, apesar de ser muito importante na temática do património
geomorfológico, carece de muita atenção por parte da comunidade científica, já que além de
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Capítulo 2
Sistematização do património geomorfológico
ser uma vertente com muito potencial, a falta de conhecimento leva a que as populações não
só não desfrutem do mesmo, mas também tenham acções que afectam a sua integridade. Este
facto tem implicações negativas em termos do ordenamento do território, já que entre outras,
se poluem os recursos aquíferos (fig. 2.2).
As grutas e/ou cavidades são ainda o parente pobre do património geomorfológico
(Abreu et al. 2003) e com isso tem-se perdido um rico património. Neves et al. (2003)
destacam a importância do sistema espeleológico do Dueça, nos contextos regional e
nacional. Os autores referem que este sistema ainda terá de ser alvo de exploração e
investigação mais aprofundada de forma a confirmar o seu elevado potencial científico e
pedagógico. Actualmente, o Centro de Interpretação do Sistema Espeleológico do Dueça é o
responsável por esta tarefa (http://www.cm-penela.pt/cised.php).
Figura 2.2 – Interligação entre a componente superficial e a componente subterrânea do carso.
(Fonte: http://www.dpiw.tas.gov.au/inter.nsf/Attachments/SJON-5MD73U/$FILE/MoleCreekCaves.pdf)
Cunha (2003a) resume a importância dos espaços cársicos e da sua valorização em
termos económicos, onde o património natural, nomeadamente o património geomorfológico,
representam uma mais valia para as políticas de desenvolvimento local e regional. No mesmo
ano, Cunha (2003b) destaca também as potencialidades das áreas montanhosas em termos de
paisagem, património natural, recursos aquíferos e valores culturais que estas encerram.
Por vezes, paisagens que têm uma forte componente cultural são afectadas pela
construção de obras ou infra-estruturas várias como é o recente exemplo dos parques eólicos
em algumas áreas, caso da Serra da Cabreira (Silva et al. 2006), ou mesmo pelo abandono ou
especulação imobiliária de áreas muito aprazíveis. Abreu et al. (2005 a/b) caracterizam a
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Capítulo 2
Sistematização do património geomorfológico
evolução do Sítio Classificado da Granja dos Serrões (Decreto-Lei nº 393/91), um dos
campos de lapiás constituintes da Pedra Furada, em Sintra, afectado pelo avanço da
construção. Este último caso, é sintomático da situação actual em Portugal face à protecção do
património geomorfológico e/ou geológico. Do pouco que se encontra protegido, a maior
parte está ao abandono (Abreu et al. 2005 b).
No entanto, existem em Portugal bons exemplos de divulgação do património
geomorfológico e/ou geológico. Rodrigues et al. (2006) apresentam um percurso pedestre na
Serra da Cabreira com interesse geomorfológico, dando destaque às geoformas graníticas
localmente conhecidas como “lousas”, que nos últimos anos têm desaparecido devido à acção
humana e que são consideradas como um bem científico, estético e com um potencial
geoturístico relevante.
O conhecimento geológico e geomorfológico no apoio do ordenamento a nível
municipal são considerados por Carvalho et al. (2006) como fundamentais para um correcto
ordenamento do território. Estes autores elaboraram mesmo uma carta com sítios de interesse
geológico e geomorfológico do concelho de Vila Velha de Ródão, caso muito raro no
panorama autárquico nacional.
O conhecimento dos georrecursos assume-se desta forma como uma mais valia para o
ordenamento do território. Galopim de Carvalho (2003) define georrecurso como o «recurso
de natureza geológica, que pode ser; a) económico, como por exemplo o petróleo, o gás
natural, um minério, uma rocha ornamental, etc., e; b) cultural, representado por uma
qualquer ocorrência geológica (uma rocha ou uma sequência rochosa, uma jazida fossilífera,
etc.) de valor documental com interesse no estudo e demonstração de certos acontecimentos
ocorridos no passado geológico da Terra.»
A nível dos Parques Naturais em Portugal, o conhecimento geomorfológico é também
fundamental para o ordenamento. Pereira (2006) confirma-o e estabelece algumas bases
conceptuais do património geomorfológico, bem como da sua avaliação, aplicando-as ao
Parque Natural de Montesinho.
No Parque Natural do Douro Internacional, Ferreira et al. (2003) caracterizam locais
de interesse geológico (LIG), definindo os mesmos (citando Duque et al. 1983; Elízaga, 1988)
, como «locais e objectos geológicos que pela sua favorável exposição e conteúdo, constituem
documentos que testemunham a história da Terra…». Estes, quando considerados no seu
conjunto definem-se como património geológico. Na inventariação dos LIG, consideraram os
miradouros, locais que permitem uma análise geomorfológica, áreas de interesse geológico
específico, afloramentos de interesse geomorfológico, paleontológico, estratigráfico,
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Capítulo 2
Sistematização do património geomorfológico
tectónico, hidrogeológico, petrológico e mineralógico. Áreas de exploração/utilização de
materiais geológicos, nomeadamente locais de extracção de matéria primas, foram também
considerados.
Na revisão do Plano de Ordenamento do Parque Natural da Serra de Aire e Candeeiros
(PNSAC), é dedicado um capítulo ao património geológico, onde é reconhecida a importância
da geologia (versão – Março de 2007). No entanto, é referido que existem atrasos no
tratamento deste património e que estas falhas serão colmatadas numa fase mais adiantada
deste Plano de Ordenamento. Este, distingue as diferentes áreas com valor patrimonial,
exemplificando com os campos de lapiás, dolinas, poljes e grutas. Distingue também o
exocarso do endocarso, facto sempre útil numa análise sistémica do carso, pois muitas vezes o
endocarso é relevado para segundo plano.
A associação da geomorfologia de um geossítio com a arqueologia é retratada por
Cunha et al. (2006), destacando o papel destas duas ciências para a evolução do
conhecimento, dando o exemplo de um estudo pluridisciplinar para o conhecimento da génese
e evolução do canhão fluvio-cársico do Vale das Buracas.
Por seu lado Brilha et al. (2005) sistematizam o conhecimento do património
geológico em Portugal, seguindo os parâmetros instituídos internacionalmente. Identificam a
nível nacional os geossítios mais relevantes e a nível regional encetam esforços com geólogos
espanhóis de forma a criar uma estrutura ibérica, possibilitando desta forma a integração de
geossítios em inventários internacionais.
No domínio da sistematização do património geomorfológico, Vieira & Cunha (2004),
estabelecem alguns dos princípios orientadores (fig. 2.3), avançando com critérios de
classificação que podem ser adoptados. Os autores definem três critérios fundamentais para
uma análise concreta deste tema, a importância científica, o valor educativo e o significado
cultural.
a) A importância científica – Neste critério, consideram-se parâmetros como o valor, a
diversidade e o estado de conservação. Raridade e originalidade são outros dos
parâmetros referidos, sendo destacado pelos autores que uma forma rara ou mesmo
mais original implica na maior parte dos casos, um maior interesse (fig. 2.4).
b) O valor educativo – Os elementos geomorfológicos são considerados enquanto
recurso pedagógico. É referido também o aspecto didáctico, pois o património
geomorfológico permite actividades no campo, fornecendo a componente prática
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Capítulo 2
Sistematização do património geomorfológico
necessária para o público e escolas. É também referido o património geomorfológico
enquanto recurso turístico.
Figura 2.3 – Sistematização do património geomorfológico (Vieira & Cunha, 2004).
c) O significado cultural – É referido o factor histórico, por vezes determinante para
alguns elementos geomorfológicos, dando-lhes um valor acrescido, à semelhança do
valor espiritual, onde os autores estabelecem uma relação entre determinadas formas
de relevo e crenças/culto religioso, ou mesmo lendas.
Vieira & Cunha (2004) ressalvam que os objectivos desta sistematização do
património não são os de promover processos de “musealização” do património
geomorfológico, retirando-os do contexto em que surgiram, mas sim os da «preservação do
contexto paisagístico e morfogenético em que se enquadram, possibilitando a observação e
estudo da dinâmica morfológica/morfogenética que a todo o momento influencia/condiciona
a sua evolução, potenciando a sua utilidade enquanto recurso educativo».
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Capítulo 2
Sistematização do património geomorfológico
Figura 2.4 – Geoforma cársica na Serra de Alvaiázere.
Dando um exemplo a nível internacional e referindo-se aos processos de
musealização, Panizza & Piacente (2005) sublinham que uma visão/abordagem estática sobre
o património geomorfológico tem limitado consideravelmente as suas potencialidades como
recurso e que apenas com uma visão integrada das componentes ambientais as políticas de
gestão e conservação poderão ter sucesso. Os autores concluem, referindo que um factor
fundamental para o sucesso das políticas de preservação do património geomorfológico, passa
inevitavelmente pelo desenvolvimento de estratégias concertadas capazes de o promover. O
património deve ser também alvo de medidas de protecção e conservação, suportadas com
uma base legal e financiadas pelo estado, sendo que o sucesso destas medidas passa também
por acções de divulgação e sensibilização por parte de entidades públicas e privadas, devendo
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Capítulo 2
Sistematização do património geomorfológico
estar ser preferencialmente dotadas de quadros especificamente preparados no domínio da
geomorfologia e geologia.
2.4. O património geomorfológico no panorama internacional
Grube & Wiedenbein (1992) realçaram já na década de 90 do século XX, o papel
determinante que as Ciências da Terra devem ter na protecção dos geótopos, os quais são
muitas vezes representativos da diversidade do património terrestre, necessitando desta forma
de um nível de protecção adequado à sua situação, relativamente à sua integridade. Estes
autores referem que, ao contrário dos biótopos, o património geocientífico é imóvel e não se
reconstitui perante a sua destruição, o que significa que necessita de uma estratégia de
protecção específica.
Jerie et al. (2001) referiram, no âmbito da geomorfologia cársica, o papel do estudo da
diversidade dos rios, nomeadamente na Tasmânia. Estes autores estudaram a representação
geomorfológica dos rios numa área que é reserva natural e sugerem um método de
identificação da geodiversidade associada aos rios, examinando a sua variação numa base
regional.
Presente, quer no domínio do património geológico, quer no domínio do património
geomorfológico, está o trabalho de Zouros (2005), centrado na riqueza patrimonial da região
de Aegean (Grécia) e na consciencialização do público sobre este género de valor patrimonial.
Um exemplo, além de outros referidos (Pemberton, 2000; Coratza, 2003; Anicic &
Perica, 2003; Panizza & Piacente, 2003; Gray, 2004/2005; Pereira, 2006) onde existe uma
forte componente cultural é retratado por Kranjc & Liu (2001): a Lunan «Shilin» (floresta de
rocha) é uma região na China que devido às suas particularidades geomorfológicas se tornou
muito atractiva do ponto de vista turístico, tendo em 1999 o número de visitantes ultrapassado
os dois milhões (Kranjc & Liu, 2001). Este facto teve fortes impactos na região, e algum deste
património sob intensa pressão imobiliária, foi destruído, o que originou medidas restritivas
para uma correcta gestão desta região candidata a património da humanidade.
Pemberton (2000), refere no caso da Tasmânia, alguns exemplos de destruição de
Locais de Interesse Geomorfológico, no decorrer de actividades antrópicas em áreas
sensíveis:
Destruição ou inundação de metade dos locais com fósseis do Terciário e Quaternário
identificados nos últimos cem anos;
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Capítulo 2
Sistematização do património geomorfológico
Destruição de locais de interesse geológico através de corte de taludes de estrada;
Remoção para investigação de fósseis raros existentes em grutas;
Inundação de uma área onde existiu um lago único a nível global, o lago Pedder;
Destruição de moreias no Vale de Mersey através de desaterros;
Erosão de formas fluviais muito significativas do ponto de vista científico no rio
Gordon;
Erosão dos solos após incêndios em áreas de turfeira.
Cossu et al. (2005) relacionam as condições meteorológicas adversas e a destruição de
geomorfossítios relevantes na ilha da Sardenha em Itália. Um episódio de grande pluviosidade
ocorrido entre os dias 6 e 9 de Dezembro de 2004, destruiu e/ou afectou locais de grande
interesse não só científico, mas também turístico e cénico. Este episódio foi potenciado pela
desflorestação, incêndios, pastoreio de áreas sensíveis e algumas obras hidráulicas de
deficiente eficiência.
Na Tasmânia, no que concerne à protecção do património geomorfológico, o
Departamento de Indústrias Primárias e Água, destaca numa página de internet
(http://www.dpiw.tas.gov.au/inter.nsf/WebPages/RPIO4YQ8DW?open#Protectingkarstareas) algumas das formas de protecção e gestão de regiões
cársicas, aspecto que ainda está muito aquém em termos de divulgação.
Na mesma linha, a União Internacional para a Conservação da Natureza e Recursos
Naturais (IUCN) promove a discussão da protecção de regiões cársicas e grutas, através de
linhas de acção que permitam ao cidadão conhecer algumas medidas básicas de protecção
deste património (http://www.dpiw.tas.gov.au/inter.nsf/WebPages/RPIO-4YQ925?open).
Destacamos também, no caso inglês, a UKRIGS, uma associação que encoraja a
fruição, conservação e promoção dos Locais Regionais de Interesse Geológico e
Geomorfológico (RIGS). Autores como Burek & Potter (2006) têm elaborado trabalhos vários
de síntese sobre geoconservação, elaborando planos de acção disponíveis a qualquer cidadão
interessado na matéria.
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Capítulo 2
Sistematização do património geomorfológico
2.5. Relação entre geomorfologia, cultura e paisagem
Acções cada vez mais globais transformam as paisagens, levando muitas vezes à sua
artificialização e também à sua estandardização. As paisagens contêm muitas vezes elementos
patrimoniais (bióticos e abióticos), que com a estandardização das mesmas se perdem,
perdendo-se património ainda não devidamente identificado e compreendido nos seus mais
variados valores, sejam eles intrínsecos, ecológicos ou antropocêntricos (Sharples, 2003).
A associação entre os elementos geomorfológicos, as várias culturas e o seu reflexo
nas paisagens é algo de importante, já que esta interligação além de resultar em relevantes
marcos culturais, é uma temática que pode aproximar o cidadão da geomorfologia, quando
transmitida de forma pedagógica. A paisagem é afinal um espaço acessível à observação
(Ribeiro, 2001).
Em algumas regiões de Portugal, bem como noutros países, o factor paisagístico é
determinante na a identificação dos habitantes para com a sua terra, além de visitantes que
devido às particularidades cénicas visitam estas regiões. Desta forma a paisagem enquanto
valor ambiental, assume-se como uma mais valia (Cunha, 2003a), inclusivamente em áreas
montanhosas, que por vezes estão sujeitas a algum abandono, mas que frequentemente
representam um grande potencial paisagístico (Cunha , 2003b).
Cunha et al. (1996), sintetizam, num roteiro sobre as Terras de Sicó, todo o
conhecimento até então disperso por várias obras sobre esta região cársica. Dividem a mesma
em oito unidades territoriais, individualizadas por parâmetros geomorfológicos, apresentando
as suas mais valias paisagísticas e ambientais que tornaram esta região muito particular em
termos patrimoniais.
A ligação entre as componentes antrópica e natural e o seu reflexo a nível paisagístico
é explorada por Pereira et al. (2006), sendo destacadas as relações entre as actividades
humanas e o contexto geomorfológico em que se inserem. Neste domínio, Panizza & Piacente
(2003) referem a cada vez maior acção do homem enquanto Ser geomorfológico, modelando
o relevo de uma forma inimaginável há algumas décadas atrás. As paisagens culturais são
também componentes do património geomorfológico, mesmo que pouco exploradas, sendo
exemplos a região do Alto Douro Vinhateiro e do Castelo de Almourol.
Por seu lado, Reynard (2003) relaciona aspectos geomorfológicos que têm reflexos na
criação das paisagens, referindo a abordagem naturalística e a abordagem humanísticocultural. A primeira considera a paisagem objectiva, enquanto que a segunda considera a
paisagem subjectiva, resultando esta dupla abordagem numa paisagem geomorfológica, a qual
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Capítulo 2
Sistematização do património geomorfológico
é a porção do contexto geomorfológico que é percepcionado e visto pelo Homem. Este autor
refere que a paisagem geomorfológica numa abordagem humanístico-cultural, implica uma
relação com o Ser Humano e que este poderá carregá-la de valor, o qual pode ser científico,
cultural, ecológico, estético e/ou económico.
Ler a paisagem não está ao alcance de todos, pois constitui uma aprendizagem
relacionada em parte com os conceitos de geodiversidade e geoturismo (Azevedo & Pimentel,
2006a). A maioria dos cidadãos desconhece os processos naturais, algo que efectivamente é
difícil de compreender. Através de actividades como a leitura da paisagem, este poderá com
as visitas de campo e com os elementos geológicos e geomorfológicos, compreender afinal a
origem da paisagem e das formas de relevo, tornando-o não só um conhecedor desta temática
como porventura um cidadão interessado na preservação de muitos destes elementos de maior
interesse científico e paisagístico (Azevedo & Pimentel, 2006b).
Os interesses científico e didático são referidos por Azevedo (2006) como base para
uma estratégia de geoturismo na bacia do Tejo português, onde além da beleza paisagística,
alia-se uma grande diversidade de locais de interesse patrimonial com uma forte componente
cultural, ligada à implantação de vários povoados desde a pré-história. Neste âmbito,
Pemberton (2000) demonstra a ligação entre elementos geológicos e/ou geomorfológicos e
culturas, dando o exemplo dos aborígenes australianos e a Ayers rock (Uluru).
Herencia (2002) elaborou um estudo numa região de Espanha onde ocorreu uma
reabilitação paisagística.. Este trabalho foi efectuado numa área com grande valor ambiental e
cultural, no Parque Natural da Peñalara, onde se procedeu à restauração ambiental, com
destaque para a recuperação das formas originais da paisagem, nomeadamente da
geomorfologia e coberto vegetal.
Vieira & Cunha (2004) no que concerne à recuperação de elementos da paisagem,
referem que só através da existência de uma classificação de elementos geomorfológicos será
possível o desenvolvimento de estratégias concertadas de recuperação, conservação e
protecção dos elementos de paisagem, os quais pelas suas características geomorfológicas
conferem originalidade e espectacularidade a muitas paisagens. Consideram também que os
elementos geomorfológicos são um factor estruturante das paisagens.
Gentizon (2003), num caso de estudo aplicado também a uma reserva natural,
relaciona a geomorfologia e a paisagem dentro das reservas naturais de “Les Grangettes e
Pirreuse”. Refere que a opinião pública não percepciona a importância da geomorfologia na
origem dos diferentes biótopos e que mesmo os grupos de protecção da Natureza não a
reconhecem. Existindo mais de 1700 reservas naturais na Suiça, , nenhuma delas protege
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Capítulo 2
Sistematização do património geomorfológico
elementos geomorfológicos. Existe apenas uma comissão para proteger os blocos erráticos na
Suiça (1867) e um inventário federal das paisagens, sítios e monumentos naturais de
importância nacional.
Tal como Reynard (2003), Gentizon (2003) refere a expressão de paisagem
geomorfológica e considera que a protecção desta, permite a conservação da própria dinâmica
natural que afinal é responsável pela formação de certos biótopos. A questão dos elementos
geomorfológicos estarem ausentes de protecção e valorização nas reservas naturais na Suíça,
deve-se ao facto de serem considerados como imóveis e abióticos, portanto, sem interesse de
protecção (Gentizon, 2003).
Pereira, D. (2007), contextualizando a questão da geomorfologia e do património
geomorfológico nas áreas protegidas de Portugal, refere que mesmo que de forma não
intencional, a demarcação das áreas protegidas teve como base parâmetros geomorfológicos,
sendo estas localizadas maioritariamente em ambientes de montanha. Destaca o predomínio
das geoformas residuais e fluviais nas áreas protegidas sobre as litorais, graníticas, glaciárias,
tectónicas e cársicas, finalizando com o facto de que «sob o ponto de vista da divulgação e
valorização do património natural, as componentes geológica e geomorfológica revelam a
vantagem de serem quase sempre observáveis, independentemente da estação do ano ou de
outros factores que são susceptíveis de condicionar a observação da componente biológica»,
a qual é alvo da maioria das acções de conservação e valorização dentro das áreas protegidas.
Grube & Wiedenbein (1992) sublinham que o desaparecimento dos geótopos significa
uma perda irreparável de bens naturais e culturais, resultando este facto num empobrecimento
e uniformização da paisagem.
Pereira, A. et al. (2006) dão o exemplo de Marvão e Portalegre, referindo-se às formas
de relevo como componentes da geodiversidade e da estruturação da paisagem, constituindo
desta forma valores intrínsecos, bem como outros valores como os da funcionalidade dos
sistemas biofísicos, valores culturais e estéticos. Ao considerarem-se numa meso-escala,
incluem-se também nos valores estéticos por estruturarem o território e criarem paisagens
distintas (Pereira, A. et al. 2006).
Coratza (2003), no seu trabalho acerca da valorização de alguns locais de interesse
geológico em Itália, centra a sua abordagem na ligação entre a geomorfologia e a cultura,
factor que torna estes locais potencialmente muito interessantes para o desenvolvimento de
itinerários culturais e turísticos e rotas educacionais e pedagógicas. Citando Bini & Poli
(2003), refere que o envolvimento das populações é fundamental, devendo as mesmas
participar e discutir estes processos, aproximando desta forma as ciências da Terra das
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Capítulo 2
Sistematização do património geomorfológico
populações e fazendo-as compreender a relação entre os bens culturais (arqueológicos,
históricos, arquitectónicos, etc) e a composição física do ambiente (Coratza, 2003).
Anicic & Perica (2003) estudaram a paisagem cársica no mediterrâneo, a qual evoluiu
durante vários séculos, formando uma paisagem muito peculiar, não só devido às variadas
condições
climáticas,
geomorfológicas
e
topográficas,
bem
como
às
condições
socioeconómicas. Esta, caracteriza-se por uma diversidade baseada em características
estéticas de origem natural e cultural. Segundo estes autores a maior qualidade destas
paisagens deriva do padrão de uso do solo agrícola único, que constitui uma das heranças
patrimoniais mais valiosas do Mediterrâneo.
Precisamente a estética e a pertinência são consideradas como essenciais por Goudie
(2002), para tornar a geomorfologia como uma disciplina que apele ao público em geral e a
potenciais estudantes, referindo que se tem negligenciado o estudo das formas de relevo em
detrimento dos processos a ela associados. Sublinha que o estudo e a explicação de paisagens
visualmente atractivas, bem como demonstrar a utilidade da disciplina para a sociedade,
deverão ser áreas mais desenvolvidas pelos geomorfólogos.
Através de uma análise integral da paisagem, o homem poderá percepcionar também a
sua acção enquanto agente geomorfológico (Panizza & Piacente, 2003), compreendendo em
parte os aspectos positivos e negativos da sua acção e respectivos impactos na paisagem, da
qual usufrui todos os dias.
2.6. Divulgação do património geomorfológico: Sistemas de Informação Geográfica,
painéis interpretativos, multimédia e internet
Os Sistemas de Informação Geográfica (SIG) e as novas tecnologias assumem-se cada
vez mais como importantes ferramentas para a gestão e divulgação do património
geomorfológico e geológico e devem ser encarados como uma prioridade, já que, além da
componente da gestão, podem potenciar, de uma forma exponencial, a sua divulgação a um
vasto público (Brilha et al. 1999).
Além dos SIG, variados materiais multimédia disponibilizados na Internet, ou CDROM´s, são referidos por Brilha et al. (1999) como instrumentos de divulgação do património
natural e cultural do Parque Nacional da Peneda-Gerês. Cunha & Vieira (2004), destacam
também o papel destas tecnologias na criação de um modelo de gestão para várias actividades
nos espaços de montanha, exemplificando com os casos das Serras de Sicó e Montemuro,
diferenciadas nas suas características geológicas e geomorfológicas e posição geográfica
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Capítulo 2
Sistematização do património geomorfológico
ocupada, mas pertencentes ambas à Rede Natura 2000. Neste âmbito é destacado o uso destas
tecnologias na inventariação de património geomorfológico, bem como na gestão criteriosa
destes espaços muito frágeis do ponto de vista ambiental.
Outro exemplo, é dado por Pereira (2003), que recorre à utilização de painéis
interpretativos (fig. 2.5) para a divulgação do património geológico nas áreas protegidas do
Noroeste de Portugal. Este autor considera que a sensibilização do público, no que concerne à
cultura científica de base geológica, constitui um desafio para toda a comunidade geológica.
No domínio do património geomorfológico, Pereira, P. (2006) demonstra a importância deste
tipo de painéis e a sua utilidade para a elaboração de actividades pedonais de índole
pedagógica nesta região, onde já Pereira et al. (2004) tinham referenciado esta questão, ainda
que de forma mais generalista.
Figura 2.5 – Painel interpretativo de apoio a percurso pedestre: Geopark de Lesbos, Grécia.
Pinto (2007) destaca o papel dos SIG na divulgação do potencial turístico e científico
dos geomonumentos em Portugal Continental, tendo desenvolvido um SIG que reúne a
informação mais relevante acerca dos mesmos, valorizando assim este património. Vieira e
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Capítulo 2
Sistematização do património geomorfológico
Cunha (2006), aproveitando as potencialidades dos SIG apresentam algumas metodologias de
análise e inventariação do património geomorfológico no Maciço de Sicó.
2.7. Inventariação, cartografia e avaliação do património geomorfológico
Apenas nos últimos anos a questão da inventariação do património geomorfológico
tem começado a surgir de modo sistemático em alguns trabalhos científicos no âmbito de
inventariação de geossítios ou ainda mais recentemente no âmbito dos geomorfossítios.
Entidades como a Associação Portuguesa de Geomorfólogos (APGeom) ou como a ProGEO
– Portugal, têm apostado nesta questão. Brilha (2005) destaca que em Portugal não existe uma
estratégia de identificação, caracterização e conservação do património geológico. O mesmo
autor refere que o conhecimento que existe encontra-se disperso e resulta de acções pontuais
de vários investigadores.
Meireles et al. (1999), no inventário de locais de interesse geológico do Parque
Natural
de
Montesinho
(PNM),
diferenciam
aspectos
geológicos
de
aspectos
geomorfológicos, algo que por vezes não acontece em estudos sobre LIG.
Grandgirard (1999) no que concerne à avaliação de geótopos, propõe uma reflexão
acerca dos processos de inventariação pois parte dos problemas metodológicos devere-se à
falta de consideração de alguns aspectos que considera fundamentais, como definirem-se os
objectivos para um processo de avaliação deste género de património; saber o que se vai
avaliar e as razões da avaliação; e após este facto, saber como elaborar o processo. O mesmo
autor sugeriu que o seu artigo sirva de “check-list” para os investigadores desta temática
seguirem, oferecendo uma base para desenvolver um método efectivo de avaliação. Além da
avaliação dos elementos naturais, Grandgirard (1999) considera a avaliação de elementos
culturais, arqueológicos e/ou históricos, religiosos, económicos, turísticos e paisagísticos.
Panizza (2001) define o geomorfossítio como a forma de relevo à qual pode ser dado
um determinado valor. Na inventariação do património geomorfológico devem ser tomados
em conta parâmetros que não de índole científica. Num exemplo mais recente, Duarte (2003)
refere um pequeno inventário de outras variáveis (educacionais, sócio-culturais e
paisagísticas), capazes de auxiliar projectos de valorização de locais, naquele caso,
correspondentes a aplicações a S. Pedro de Moel e Peniche.
Pereira et al. (2006), propõem a inventariação do património geomorfológico
português por categorias temáticas, já referidas (cap. 2.2.), fundamentando a importância do
seu trabalho com o facto de um inventário constituir uma ferramenta para a melhor
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Capítulo 2
Sistematização do património geomorfológico
organização do património geomorfológico existente em território nacional, bem como um
meio fundamental para efectuar uma correcta abordagem junto das entidades com
competências legais no domínio da protecção deste património. Neste âmbito Ferreira et al.
(2003) sublinham que a inventariação e a caracterização do património geológico constitui um
importante instrumento de apoio à elaboração de planos de ordenamento.
Garcia-Cortés (2001) inicia uma estratégia circunscrita ao caso espanhol, mas baseada
nas directrizes estabelecidas pela comunidade geocientífica, nomeadamente pela União
Internacional para a Conservação da Natureza (IUCN). Através do projecto “Geosites”, dá
início a um inventário que permita o estabelecimento de várias estratégias de geoconservação,
que tem como objectivo a conservação e gestão do património geológico e processos naturais
a ele associados (Brilha, 2005).
Um caso muito particular em Espanha é a estratégia andaluza para a conservação da
geodiversidade, que no domínio da inventariação, avança para uma metodologia para a
realização de um inventário sistematizado de georrecursos da Andaluzia..
Relativamente à avaliação e inventariação de geomorfossítios, Panizza (2001) confereles os atributos de cénico, socio-económico, cultural e científico. No que concerne ao atributo
científico, considera que este deverá ser baseado na percepção dos processos que condicionam
a evolução de um geomorfossítio e que a sua importância deverá ser avaliada segundo quatro
aspectos:
O geomorfossítio enquanto modelo de um processo geomorfológico (ex. dolina);
O geomorfossítio enquanto objecto educacional (ex. meandro);
O geomorfossítio enquanto exemplo paleogeomorfológico (ex. terraço fluvial);
O geomorfossítio enquanto suporte ecológico (pode significar um habitat exclusivo de
uma espécie animal ou vegetal, caso das grutas enquanto habitat de morcegos).
No contexto europeu, ao nível de entidades, destacamos o papel do grupo de trabalho
em geomorfossítios (Geomorphological Sites - http://www.geomorph.org/wg/wggs.html), da
Associação Internacional de Geomorfólogos (IAG) e que tem elaborado vários trabalhos e
organizado eventos acerca da temática da cartografia e inventariação do património
geomorfológico, nomeadamente dos geomorfossítios e geossítios. Outra entidade importante
é a ProGEO (http://www.sgu.se/hotell/progeo/), que tem trabalhado com vista à formulação
de uma listagem europeia integrando geossítios de excepção (Pereira et al. 2006).
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Capítulo 2
Sistematização do património geomorfológico
2.8. Métodos e técnicas de avaliação de Locais de Interesse Geomorfológico
A emergência da temática do património geomorfológico a nível internacional tem
originado vários modelos para a sua avaliação e inventariação e, em raros casos, para a sua
representação cartográfica (Pereira et al. 2007). Apesar de existirem vários métodos para
avaliação de Locais de Interesse Geomorfológico (LIGeom), ou geomorfossítios, decidimos
salientar apenas os que se relacionam com a inventariação, objectivo fulcral desta dissertação.
2.8.1. Metodologias de avaliação de Locais de Interesse Geomorfológico
Serrano et al. (2005) desenvolvem uma metodologia para a avaliação de
geomorfossítios aplicável a áreas protegidas e a uma escala local. O estudo aplica-se ao
Parque Natural dos Picos da Europa, região cársica, e centrou-se na inventariação dos
geomorfossítios e na avaliação das suas características naturais e culturais, aspectos
necessários para a gestão de uma área com estas características. No que concerne à avaliação
dos aspectos culturais, os autores seguiram as bases metodológicas de Panizza & Piacente
(2003).
Esta metodologia (Serrano et al., 2005) baseou-se na elaboração de um mapa
geomorfológico de forma a identificar as formas de relevo e processos, sendo possível assim
possível reconstituir os traços da paisagem. Tendo o mapa geomorfológico como base,
elaboraram-se fichas descritivas e analíticas utilizando-se uma por cada geomorfossítio. A
ficha inclui os elementos morfológicos mais importantes na área, a morfo-estrutura, o
substrato, as formas de relevo, a dinâmica observada, os elementos singulares, as
características culturais e humanas passadas, a fragilidade natural, o uso do solo e valores
culturais e a vulnerabilidade. A avaliação considera também três critérios fundamentais: os
valores científico, cultural e uso. Este processo resultou na selecção, classificação e avaliação
de 22 geomorfossítios de dimensão e categorias diferenciadas, tendo sido os mesmos
classificados e comparados. Finalizado o processo elaborou-se uma proposta final para, de
acordo com as prioridades de conservação, se proceder à definição de uso preferencial das
diferentes áreas.
No Geoparque da Floresta Petrificada de Lesvos (Grécia), Zouros (2005) inventariou
geossítios e geomorfossítios considerados de carácter monumental, mesmo apesar de alguns
estarem já protegidos no âmbito de uma estratégia global de promoção e gestão. Além da
inventariação, um dos objectivos desse trabalho foi permitir a existência de uma matriz
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Capítulo 2
Sistematização do património geomorfológico
comum para a comparação de geossítios e geomorfossítios na região do mar Egeu. Foi então
elaborado um inventário com 317 geossítios tendo por base a bibliografia científica,
seguindo-se a análise cartográfica e de fotografia aérea e trabalho de campo, sendo que
posteriormente se procedeu à cartografia dos elementos. Estes, foram seleccionados e
classificados em treze classes temáticas baseadas em autores como Ellis et al. (1996), Glasser,
(2001) e Gray (2004). Após esta categorização, procedeu-se à determinação de valores
numéricos para aspectos geológicos e geomorfológicos, que se basearam nos seguintes
critérios:
Valor científico e educacional (integridade, raridade, representatividade e
exemplaridade);
Beleza natural e valor estético;
Interesse cultural;
Geodiversidade;
Ameaças
potenciais
e
necessidade
de
protecção
(protecção
legal
e
vulnerabilidade);
Uso potencial (localização geográfica, acessibilidade e potencial para as
actividades económicas).
Zouros (2005) atribui, finalmente, um valor numérico, terminando este processo com a
classificação destes geossítios e geomorfossítios em cinco grupos de acordo com a sua
importância:
Internacional
Europeu
Nacional
Regional
Local
Frattini (2003) elaborou um inventário de geomorfossítios do Parque Natural Regional
de Doubs (Suíça), uma região onde dominam os fenómenos cársicos e elementos naturais a
eles associados. Para o autor o principal objectivo foi destacar a riqueza dos aspectos
geomorfológicos da área protegida de forma a promover a sua preservação e a sensibilização
do grande público. Uma das particularidades deste trabalho é o facto de incidir apenas sobre a
inventariação dos aspectos geomorfológicos, deixando de parte aspectos culturais e
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Capítulo 2
Sistematização do património geomorfológico
socioeconómicos, os quais podem ser utilizados para fins turísticos. O autor refere que estes
valores não incidem sobre o valor científico dos geomorfossítios e que desta forma os exclui.
O inventário de Frattini (2003), de escala regional e local, recorre à pesquisa
bibliográfica e trabalho de campo como componentes fundamentais e é composto por cinco
etapas de base:
1. Recenseamento dos objectos geomorfológicos (formas de relevo elementares) através
de pesquisa bibliográfica complementada pela observação no campo e análise de
cartas topográficas, geológicas, tectónica e análise de fotografia aérea com
estereoscópio;
2. Classificação dos objectos geomorfológicos em função da génese;
3. Avaliação e selecção dos diferentes objectos geomorfológicos, tendo por base os
critérios de integridade, representatividade e exemplaridade, raridade e valor
paleogeográfico;
4. Caracterização dos objectos geomorfológicos através de fichas descritivas;
5. Tratamento das fichas descritivas criando uma ficha de consulta, fundamental para os
técnicos elaborarem planos de gestão dos geomorfossítios, conduzindo à sua
preservação e valorização.
O inventário iniciou-se com o recenseamento de 304 elementos e levou à selecção de 38
geomorfossítios.
Por seu lado, Reynard et al. (2007) elaboraram um inventário de geomorfossítios na
linha de pensamento oposta, já que ao invés de Frattini consideram os valores adicionais dos
locais com valor patrimonial, caso dos valores ecológico, cultural, estético e económico,
resultando num mapa de geomorfossítios (fig. 2.6) e num mapa de geomorfossítios culturais
(fig. 2.7).
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Capítulo 2
Sistematização do património geomorfológico
Figura 2.6 – Inventário de geomorfossítios: Vale de Blenio e região de Lucomagno (Reynard et al. 2007).
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Capítulo 2
Sistematização do património geomorfológico
Figura 2.7 – Inventário de geomorfossítios culturais na região de Trient (Reynard et al. 2007).
Reynard et al. (2007) apresentam assim um novo método de avaliação de
geomorfossítios baseado em aspectos multidisciplinares, aplicando-o na prática a um Parque
Nacional de Ticino e a uma região de importância geocultural, no Valais (Val-de-Bagnes) O
método de avaliação baseia-se numa ficha de avaliação subdividida em seis partes e
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Capítulo 2
Sistematização do património geomorfológico
fundamentada numa avaliação numérica e escrita, onde são considerados os aspectos
geográficos associados aos locais e os respectivos valores. Os valores numéricos que daqui
resultam têm como base uma avaliação quantitativa e qualitativa em que são também
consideradas as ameaças de origem antrópica ou natural.
Por outro lado, Pereira (2006) sistematiza as bases conceptuais do património
geomorfológico e da sua avaliação, desenvolvendo um método aplicado ao Parque Natural de
Montesinho (PNM), metodologia que será descrita em detalhe no quarto capítulo, dada a
escolha desta metodologia no âmbito deste trabalho.
2.8.2. Representação cartográfica de geossítios
Cartoon et al. (2005) propõem directrizes para a elaboração de mapas
geomorfológicos para a identificação, selecção e avaliação de geossítios e/ou geomorfossítios,
bem como para a elaboração de mapas para o público em geral. A representação cartográfica
é um tema que os autores consideram pouco explorado, mas de importância muito relevante,
assumindo-se na actualidade como um problema para quem lida com esta questão.
O objectivo mais importante na cartografia de geossítios é o de permitir aos técnicos
vários, bem como ao cidadão uma percepção imediata do objecto no que concerne à sua
distribuição no território e representação das formas de relevo. Para que isso aconteça, os
geossítios devem ser mostrados através de uma simbologia que facilite o processo.
Actualmente, utiliza-se apenas uma simbologia de localização e não descritiva. Por outro lado
a existência de uma simbologia própria permite a subdivisão temática dos geossítios, é
portanto urgente unificar metodologias neste domínio (Cartoon et al. 2005).
Os geomorfossítios podem ocorrer de forma singular ou em grupo e os seus contornos
podem tomar várias formas. Os mesmos dividem-se em três tipos: areal, pontual e linear,
sendo que a cartografia de geomorfossítios pode tomar a forma de mapas em formato digital
ou analógico.
Os mapas em papel são importantes para cientistas e para os técnicos, sendo que a
escala e a representação cartográfica dos geomorfossítios são determinantes para se obter uma
boa leitura. Dependendo da escala a utilizar, os elementos presentes no mapa devem ser
adequados a uma correcta visualização, facilitando a sua percepção, seja dos elementos
morfológicos ou dos elementos temáticos.
No que concerne aos mapas em formato digital, o seu potencial já é outro, já que
permitem uma série de soluções e visualizações muito diferenciadas, quer por parte de
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Capítulo 2
Sistematização do património geomorfológico
especialistas ou por um turista, que através de um SIG podem gerar em breves segundos, um
mapa apenas com a informação temática que pretende. Além disto, os SIG permitem
actualizações constantes dos conteúdos, enquanto um mapa em papel é estático. O mesmo se
aplica à escala, que nos SIG ajusta a cada momento, e com isso os elementos ali presentes.
Cartoon et al. (2005 concluem afirmando que a cartografia de geomorfossítios é
fundamental para o ordenamento do território, bem como um meio efectivo para a
comunicação e difusão do conhecimento, especialmente na consciencialização da sociedade
no geral.
Na conclusão do seu trabalho de inventariação de geossítios e geomorfossítios, (ver
cap. 2.7.), Zouros (2005) deu particular atenção à representação cartográfica, mas também à
sua apresentação ao público. Produziu cartografia dos locais inventariados a três escalas (1:
1000 000;1: 500 000 e 1: 250 000) cobrindo, respectivamente, toda a área em análise, a área
costeira e as ilhas de Euboea e Creta e ainda as restantes ilhas do mar Egeu. Para a elaboração
dessa cartografia, o autor desenvolveu dezasseis pictogramas para representação gráfica dos
locais de interesse patrimonial e criou mapas em 3D, muito apelativos e explícitos para o
público em geral.
Reynard et al. (2007) elabora dois mapas que exemplificam o que pretendemos destacar neste
ponto, não só a inventariação de geomorfossítios, os seus métodos e tipologias, bem como a
sua representação em termos visuais:
O mapa de geomorfossítios culturais foi elaborado através do estudo da geomorfologia
e geologia da região, bem como de documentação histórica relativa apenas ao valor cultural.
Destacamos também alguns exemplos dados por Cunha & Vieira (2006) no domínio
da representação cartográfica do património geomorfológico. Tendo por base a sistematização
do património do Maciço de Sicó, já elaborada por Cunha & Vieira (2004), os autores
elaboraram uma base de dados em ambiente SIG, cartografando os diversos elementos
morfológicos e agrupando-os por temáticas, casos do carso, água e espeleologia. Estes
elementos foram então representados em mapas temáticos, dos quais destacamos o referente à
tipologia do carso (fig. 2.8):
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Capítulo 2
Sistematização do património geomorfológico
Figura 2.8 – Mapa do património geomorfológico do Maciço de Sicó (Vieira e Cunha, 2006).
A representação cartográfica de geomorfossítios, bem como a própria cartografia
geomorfológica aplicada a estes estudos, deverá explorada de forma a ultrapassar o pouco
desenvolvimento desta temática. Desenvolvendo metodologias neste âmbito ganha a
comunidade científica e o cidadão em geral, que compreendendo os objectos representados
num mapa temático, percepciona de forma conveniente a importância e o valor do património
geomorfológico e dos geomorfossítios.
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Capítulo 2
Sistematização do património geomorfológico
2.9. Enquadramento legislativo: o caso português
Poucas são as publicações que se dedicam à componente legislativa associada ao
património geológico e geomorfológico, destacando-se Brilha (2005), que retrata a legislação
nacional (p. 63), europeia e internacional (p. 70).
A análise da legislação é uma tarefa complexa, já que cada um de nós pode ter uma
visão e uma interpretação diferenciada sobre um objecto. É precisamente este facto, que tem
dificultado a aplicação de muita legislação. É uma tarefa talvez ingrata, mas muito útil e
crucial.
A legislação ligada ao património, encontra-se dispersa por vários Decretos-lei e
outros tipos de documentação legal afecta a entidades públicas. A Lei de Bases do Ambiente
nos seus artigos 4º, 18º e 19º, referindo-se à paisagem, destaca a sua importância para a
manutenção da pluralidade paisagística e cultural. Já no capítulo 20º considera a inventariação
e classificação determinantes para as políticas de recuperação de paisagens primitivas e
naturais notáveis.
O Decreto-Lei nº 4/2005, que aprova a Convenção Europeia da Paisagem, considera
que a «paisagem desempenha importantes funções de interesse público nos campos cultural,
ecológico, ambiental e social e que constitui um recurso favorável à actividade económica,
cuja protecção, gestão e ordenamento adequados podem contribuir para a a criação de
emprego». Destaca também que a «paisagem contribui para a formação de culturas locais e
representa uma componente fundamental do património cultural e natural europeu,
contribuindo desta forma para o bem-estar humano e para a consolidação da identidade
europeia».
A Agenda 21, apesar de ter um capítulo inteiramente ligado à biodiversidade, não
destaca o património abiótico, nem o património geomorfológico. Refere apenas os
ecossistemas de montanha e alguns aspectos ligados aos ecossistemas e sistemas aquíferos.
No entanto, destaca a importância dos inventários detalhados que têm como intuito servirem
como instrumento de gestão para planos locais e regionais de âmbito territorial.
A Estratégia Nacional de Conservação da Natureza e da Biodiversidade (ENCNB) é
também um documento importante em termos legislativos, e apesar de ser um documento
orientador para as políticas de índole territorial, retrata importantes aspectos sobre a protecção
do património natural. A estratégia assume três objectivos gerais, onde se destaca o da
conservação da Natureza e se incluem os elementos notáveis da geologia, geomorfologia e
paleontologia. Refere ainda a expressão «registo geológico», algo de destacar num
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Capítulo 2
Sistematização do património geomorfológico
documento deste género. A ENCNB considera de especial importância os estudos destinados
à promoção dos elementos notáveis do património geológico, geomorfológico e
paleontológico, tendo como objectivo final a sua protecção. Neste último aspecto considera a
elaboração de um plano de acção para este género de património, dinamizando a comunidade
científica, e que permita a inventariação, a caracterização e a avaliação dos elementos com
valor patrimonial. Desta forma, pode inclusivamente ser possível a «criação de uma rede de
monumentos naturais e a identificação de medidas para a sua salvaguarda, divulgação e
visitação».
Ainda na ENCNB, são destacadas as «medidas de apoio à preservação e valorização
dos elementos integrantes das paisagens de especial significado, em articulação com os
instrumentos de gestão territorial e estratégias de desenvolvimento rural que promovam as
actividades económicas tradicionais e a fixação das populações locais, combatendo a
desertificação do meio rural, sobretudo no interior».
Na Estratégia Nacional para o Desenvolvimento Sustentável (ENDS), nada é referido
acerca do património geomorfológico. Consideramos este facto uma falha técnica, já que para
se estabelecer uma estratégia nacional, todos os elementos deverão ser considerados para a
prossecução da mesma, inclusivamente aspectos abióticos da Natureza. Na análise SWOT
elaborada na ENDS, não é considerado o património geológico nem o geomorfológico.
A Constituição da República Portuguesa não faz qualquer referência ao património
geomorfológico. Apesar disso, no artigo 66º refere aspectos ligados à valorização da
paisagem, à criação de reservas e parques naturais e à classificação de paisagens e sítios, de
modo a garantir a conservação da Natureza e a preservação de valores culturais de interesse
histórico ou artístico. Encontramos, assim um aspecto fundamental referido por este
importante instrumento legislativo, ao considerar a importância da classificação de elementos
onde se incluem o património geomorfológico, as paisagens e os sítios.
O DL nº 613/76 de 27 de Julho vem complementar a Lei nº 9/70 (introdução na ordem
jurídica das noções de Parque Natural e Reserva Natural), definindo objectos, sítios,
conjuntos e lugares classificados, salvaguardando desta forma os valores ali existentes.
Considera neste âmbito:
1. Reservas Naturais (integrais e parques nacionais);
2. Reservas naturais parciais;
3. Reservas de recreio;
4. Paisagens protegidas;
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Capítulo 2
Sistematização do património geomorfológico
5. Objectos, conjuntos, sítios e lugares classificados;
6. Parques Naturais.
No seu artigo 2º, o DL nº 613/76 de 27 de Julho, considera aspectos muito relevantes
no domínio do património geomorfológico, como são os casos do solo, geologia, recursos
aquíferos ou mesmo das reservas geológicas. Apesar de pouco preciso refere os “acidentes
orográficos característicos” e “penedos”, destacando no entanto as “ocorrências naturais e/ou
construídas de interesse cultural, científico ou outros”. Alguns dos casos referentes ao
património geomorfológico, inserem-se nestas últimas ocorrências, as quais são enriquecidas
pelo seu interesse cultural (Panizza, 2001).
O DL nº 19/93 (Áreas protegidas) refere também a componente da classificação do
património, nomeadamente da paisagem ou outras ocorrências naturais que «pela sua
raridade, valor ecológico ou paisagístico, importância científica, cultural e social, uma
relevância especial que exija medidas específicas de conservação e gestão, em ordem a
promover a gestão racional dos recursos naturais, a valorização do património natural e
construído, regulamentando as intervenções artificiais susceptíveis de as degradar». No artigo
3º, constata-se também que são especificamente referidas as formações geológicas e/ou
geomorfológicas e espeleológicas, sendo que este último aspecto raramente é referido noutras
leis. Assim, com o DL nº 19/93, criou-se uma boa base para justificar perante as próprias
entidades públicas a avaliação e inventariação de recursos geomorfológicos, sejam ou não em
áreas protegidas.
Apesar de não o referir explicitamente, na Lei nº 107/2001 (bases da política e do
regime de protecção e valorização do património cultural), podem classificar-se geossítios ou
geomorfossítios que estejam ligados de alguma forma ao património cultural, desde que
incluídos o interesse histórico, paleontológico, arqueológico, científico, ou outros
relacionados. No artigo 4º, destaca-se o papel que as autarquias locais podem ter na
preservação e valorização destes bens, nomeadamente pelo desenvolvimento a título próprio
ou não, de políticas que visem a identificação destes bens patrimoniais, integrando-as nas
próprias políticas de ordenamento do território.
Ainda no domínio da inventariação, o artigo 17º do DL anterior, tem em conta alguns
dos critérios que devem ser levados em conta nos processos de inventariação: o interesse do
bem como testemunho simbólico ou religioso, factos históricos, valor estético, valor
paisagístico e para a investigação científica e a integridade do bem. No artigo 25º, refere que a
iniciativa deste tipo de procedimentos pode pertencer ao Estado, às Regiões Autónomas,
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Capítulo 2
Sistematização do património geomorfológico
autarquias locais ou mesmo a qualquer cidadão interessado, qualquer um destes dotado de
legitimidade, nos termos gerais.
O Decreto Legislativo Regional nº 15/2007/A, complementando o D.L.R. nº 21/93/A,
procedeu à adaptação do regime jurídico estabelecido pelo DL nº 19/93 para a Região
Autónoma dos Açores. Nos objectivos de gestão, este DL considera objectivos como valorizar
o património natural, cultural e construído e com isso promover o conhecimento, a
monitorização, conservação e divulgação dos valores ambientais neles existentes. No artigo
3º, referente à classificação e ordenamento, é colocada como prioridade a “preservação de
formações geológicas, geomorfológicas ou espeleológicas notáveis” e a protecção e
valorização das paisagens. Já no artigo 10º circunscreve as medidas de protecção relativas a
“fontes termais, montes e outras estruturas submarinas”.
Relativamente a acções que possam ocorrer em áreas de interesse patrimonial, o
D.L.R. nº 15/2007/A interdita na área correspondente a um monumento natural localizado na
Ilha Graciosa, acções relacionadas com obras que possam danificar ou destruir a superfície e o
interior das cavidades vulcânicas, exploração de recursos geológicos e eventual alteração da
morfologia do terreno, prática de actividades desportivas motorizadas, entrada ou
permanência nas cavidades vulcânicas e a posse ou comercialização de espeleotemas.
O D.L.R. nº 24/2004/M de 20 de Agosto define os objectivos para a conservação e
preservação do património geológico da região Autónoma da Madeira. Neste DLR,
destacamos o facto de serem referidos termos como “acumulações sedimentares”, “caracteres
paleontológicos” ou “colecções de objectos geológicos de valor científico, cultural, educativo
e de interesse paisagístico ou recreativo”.
No arquipélago da Madeira, a inventariação é considerada de vital importância para os
processos de classificação e catalogação do património geológico e/ou geológico, nos quais
deverão ser estabelecidos «uma série de critérios, nomeadamente o valor alto, médio, baixo,
o interesse do ponto de vista científico, didáctico e turístico e ainda a representatividade no
âmbito nacional ou local». É desta forma uma das leis mais completas que podemos observar
no contexto nacional.
Desta análise, mesmo que sucinta, podemos retirar uma conclusão fundamental, a de
que existe legislação que se enquadra perfeitamente aos objectivos da geoconservação no
geral e também no particular. Os casos dos Açores e da Madeira demonstram que é possível
elaborar leis específicas e realistas no que concerne a esta temática. Contudo, Portugal não
tem sabido interpretar e aplicar leis que já possui em alguns domínios, o que tem levado à
ocorrência de muitas situações que, do ponto de vista técnico, não são nada benéficas para a
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Capítulo 2
Sistematização do património geomorfológico
preservação de um vasto património de grande valor científico, social, cultural, económico,
entre outros. A Rede Natura 2000 representa, talvez, esta problemática, onde em muitas
situações se tem assistido à destruição de património biótico e abiótico, boa parte das vezes
devido a manifesta má interpretação dos técnicos envolvidos. Consideramos, por isso, que
seria fundamental haver uma entidade que chamasse a si a discussão da legislação no domínio
do património geológico e geomorfológico em Portugal, e centralizasse o processo de
dinamização de leis específicas para estes tipos de património e para a geoconservação no
geral.
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Capítulo 3
Características geográficas da Unidade Territorial de Alvaiázere
Capítulo 3: Características geográficas da Unidade Territorial de Alvaiázere
3.1. Enquadramento geográfico
O concelho de Alvaiázere localiza-se na região centro de Portugal continental, a Norte,
no distrito de Leiria (fig. 3.1). Para este estudo considerámos a área denominada por Cunha et
al. (1996) como “Unidade Territorial de Alvaiázere”, com algumas alterações nos seus
limites, dadas as particularidades, âmbito e objectivos deste trabalho (fig. 3.2).
Figura 3.1 – Enquadramento geográfico dos concelhos de Ansião e Alvaiázere.
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Capítulo 3
Características geográficas da Unidade Territorial de Alvaiázere
De Sul para Norte, a área em estudo compreende a colina do Castelo (359m), as serras
de Alvaiázere (618m), Pequena (427m), Ariques (486m), Castelo (Ariques - 533m), Portela
(Monte da Ovelha - 527m), Casal Soeiro (494m), Ameixieira (Quartinho - 446m) e serra do
Mouro (408m). Esta área representa uma extensão de 3384 hectares, sendo que 2208
pertencem ao concelho de Alvaiázere e 1176 a Ansião. Subdivide-se por cinco freguesias,
duas em Ansião e três em Alvaiázere (Quadro. 3.1).
Figura 3.2 – Limite da Unidade Territorial de Alvaiázere, compreendendo os concelhos de Ansião e Alvaiázere.
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Capítulo 3
Características geográficas da Unidade Territorial de Alvaiázere
Os concelhos de Ansião e Alvaiázere, apesar de muito próximos são muito díspares
em termos populacionais. Apesar de terem áreas semelhantes, Alvaiázere tem menos cinco
mil habitantes do que Ansião e uma densidade populacional substancialmente menor (1/3).
Área total
(Ha)
Concelho
Ansião
Freguesias
Chão de
Couce
Pousaflores
Concelho
Alvaiázere
Freguesias
Almoster
Alvaiázere
Pelmá
Área de estudo
(Ha)
Nº Habitantes (HM)
Densidade populacional
(Hab/km2)
17615
1176
13719
77.9
2380
2527
548
628
2218
1149
96.4
46
16048
2208
8438
52.7
2584
3172
3040
207
1788
213
791
1856
986
31.6
59.9
32.9
Quadro 3.1 – Dados demográficos dos concelhos de Ansião e Alvaiázere (Fonte: INE, censos 2001)
A Unidade Territorial de Alvaiázere representa um pequeno maciço calcário que é
parte integrante do Maciço de Sicó (Cunha, 1990), mas que se destaca relativamente a outras
duas unidades: a Noroeste a serra de Sicó e a Norte a serra de Monte de Vez (fig. 3.3).
Sublinhamos que o termo “Unidade Territorial de Alvaiázere” que será utilizado no
decorrer deste trabalho refere-se aos limites que delimitámos (fig. 3.2) com base nos limites
mais tarde definidos por Cunha et al. (1996).
Figura 3.3 – Modelo Digital de Terreno da região de Alvaiázere (PIXEL 90M com sobreelevação de 100%).
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Capítulo 3
Características geográficas da Unidade Territorial de Alvaiázere
3.2. Quadro físico da Unidade Territorial de Alvaiázere
A Unidade Territorial de Alvaiázere é uma área muito particular dos pontos de vista
natural, cultural e histórico, facto reconhecido com a sua integração na grande unidade
territorial das “Terras de Sicó”. O quadro físico, de características marcadamente cársicas,
imprime um cunho muito particular a esta região.
A área de estudo estende-se por um pequeno maciço calcário que compreende uma
série de pequenas serras e colinas, já referidas no ponto anterior, que se destacam de uma
forma muito clara relativamente à paisagem envolvente. Apesar de na sua quase totalidade, a
área de estudo se localizar no domínio da Orla Mesocenozóica Ocidental, situa-se numa zona
de transição com o Maciço Hespérico, facto reflectido na diferenciação entre os domínios do
carso, a Oeste, e do xisto, a Este e no particular em algumas das colinas ali existentes, casos
da Serra da Quinta e de Nexebra, consideradas por Cunha (1990) como “ilhas” do Maciço
Antigo, e ainda o Outeiro do Talegre, a Nordeste da Serra de Alvaiázere.
A proximidade do grande acidente que separa o Maciço Hespérico da Orla Ocidental,
a existência de uma série de falhas de direcção NNE-SSO e as características litológicas da
região, são estruturantes para a determinação do quadro físico da Unidade Territorial de
Alvaiázere, como reveremos adiante.
3.2.1. Enquadramento geológico
A região que compreende a área de estudo situa-se em termos morfoestruturais na Orla
Mesocenozóica Ocidental de Portugal Continental (fig. 3.4), sendo atravessada a Este pela
falha Porto-Tomar-Badajoz-Córdoba, que marca, localmente, o limite entre a Orla Ocidental e
o Maciço Hespérico. Feio et al. (2004), notam que a Orla Ocidental, tem origem num fosso
alongado e estreito de direcção NNE-SSW, onde a sedimentação foi progredindo durante o
Mesozóico e os materiais constituintes tiveram a sua origem maioritariamente no Maciço
Hespérico.
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Capítulo 3
Características geográficas da Unidade Territorial de Alvaiázere
Figura 3.4 – Localização da área de estudo no contexto das Unidades morfoestruturais de Portugal Continental.
A região apresenta uma elevada complexidade em termos tectónicos. Feio et al.
(2004), citando Ribeiro et al. (1979), referem que as principais deslocações se situam ao
longo de acidentes tardi-hercínicos que afectam o soco ibérico, facto este considerado como
preponderante na influência que o soco tem na cobertura mesozóica. Deste modo a cobertura
mesozóica que se estende desde perto de Aveiro, a Norte, até Tomar, a Sul, tem um
comportamento estrutural determinado pela tectónica do soco paleozóico e ante-paleozóico,
resistente e intensamente fracturado (Cunha, 1990).
Segundo Feio et al. (2004), citando Ribeiro et al. (1984), o soco ibérico terá
funcionado como uma microplaca durante a orogénese alpina, sofrendo no Mesozóico os
movimentos distensivos relacionados com a abertura do Atlântico e, no Cenozóico, os
movimentos compressivos associados à aproximação Europa-África.
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Capítulo 3
Características geográficas da Unidade Territorial de Alvaiázere
Segundo Mougenot (1989), as principais fases tectónicas terão sido os movimentos
distensivos no Liásico, Jurássico superior e no Cretácico inferior e os movimentos
compressivos no Eocénico, Miocénico e Quaternário.
As falhas tardi-hercínicas que afectam o Maciço Hespérico estão bem individualizadas
na Orla Ocidental, sendo que é precisamente ao longo destas falhas profundas e estruturantes
em termos de tectónica regional, que ocorrem as deformações mais intensas da cobertura
mesozóica (Feio et al. 2004).
Através da análise da carta geológica de Portugal Continental à escala 1: 500 000,
podemos observar a tectónica de fracturação que ocorre na área que compreende a Unidade
Territorial de Alvaiázere (fig. 3.5), reflectindo-se numa densidade de falhas e fracturas
assinalável. Cunha (1990) destaca esta tectónica de fracturação, principal responsável pelo
desenvolvimento do relevo à escala regional.
Figura 3.5 – Excerto da Carta Geológica de Portugal 1: 500 000, referente à região de Sicó.
O conjunto de falhas, como em escadaria tectónica (Cunha, 1990), que se observa na
área tem direcções próximas de N-S a NNE-SSW, sublinhando as faixas dos diferentes tipos
litológicos (Crispim, 1986). Este facto manifesta-se claramente em termos morfológicos na
paisagem. Cunha (1990) refere a serra de Alvaiázere como o último degrau desta escadaria
tectónica, onde se localiza o ponto mais alto de todo o Maciço de Sicó (618m).
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Capítulo 3
Características geográficas da Unidade Territorial de Alvaiázere
O facto da área de estudo estar localizada no bordo da Orla Ocidental, numa área de
transição com o Maciço Hespérico e com o bordo NW da Zona de Ossa Morena, confere-lhe
características muito particulares em termos litológicos. Crispim (1986) refere a boa
representação das formações do soco da bacia nesta região, de idade precâmbrica e
paleozóica, além dos primeiros depósitos de enchimento do Fosso Lusitaniano,
fundamentalmente constituídos por conglomerados, arenitos e argilas do Triásico.
Numa análise sucinta das unidades litostratigráficas que ocorrem na região
compreendida entre Ansião, a Norte, e Alvaiázere, a Sul (fig. 3.6), podemos observar de Este
para Oeste, uma extensa mancha dos primeiros sedimentos a serem depositados no fosso
Lusitaniano, principalmente conglomerados, arenitos e argilas do Triásico (Crispim, 1986),
sobrepostos a formações antemesozóicas. Estas formações podem ser observadas no terreno,
já que as Serras da Quinta e Nexebra, além do Outeiro do Talegre, são constituídas por
ortognaisses migmatíticos e terão ficado salientes devido a erosão diferencial (Crispim, 1986).
Figura 3.6 – Síntese das unidades litostratigráficas da região de Ansião e Alvaiázere
(Crispim, 1986). Pc-P – Complexo antemesozóico do soco da Bacia; Gs – Detrititos da
base do Mesozóico; Ld – Dolomitos e calcaritos margosos (Liásico inferior); Lm –
Margas e calcaritos margosos (Liásico Médio e Superior); Dg – Calcaritos compactos
das Serras de Ansião (Dogger); M – Calcaritos oncolíticos e calcaritos brechóides
(Malm); Cr – Detrititos da Bacia de Sarzedela-Ansião (essencialmente Cretácico).
Seguem-se os calcários dolomíticos, do Liásico inferior e as margas e calcários do
Liásico calco margoso, situadas a Norte e Sul de Ansião e a Oeste e Sul de Alvaiázere. Em
contacto com estes, temos os calcários de Sicó, responsáveis pelas maiores elevações na
região, nomeadamente as serras de Alvaiázere, Ariques, Castelo, Portela, Casal Soeiro e
Ameixieira. Já a Sudoeste, ocorrem os calcários do Malm (Jurássico Superior) e em quase
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Capítulo 3
Características geográficas da Unidade Territorial de Alvaiázere
todo o sector Este da região afloram os grés do Cretácico, pertencentes à extensa Bacia
Cretácica de Ansião. Ocorrem ainda, já a Noroeste de Alvaiázere em Almoster, em pequenas
manchas, as areias e argilas de Pombal e Redinha.
É importante referir que após o Jurássico Superior, a Orla Ocidental ficou quase
sempre emersa, sendo que as primeiras superfícies de erosão subaérea, desenvolvidas nos
calcários jurássicos, ficaram cobertas por espessas séries detríticas resultantes das sucessivas
fases de erosão do Maciço Hespérico (Feio et al. 2004).
3.2.2. Enquadramento geomorfológico
Além da estrutura, a morfologia da região que compreende a Unidade Territorial de
Alvaiázere, é condicionada pela litologia, facto com profundos reflexos na paisagem regional.
A dinâmica geomorfológica é fortemente condicionada pela litologia e as suas consequências
em termos de “erosão diferencial” possibilitaram a existência de sectores muito diferenciados
em termos morfológicos (Cunha, 1990).
Os relevos salientes que observamos na Unidade Territorial de Alvaiázere (fig. 3.7)
estão ligados aos afloramentos calcários do Jurássico médio, condicionando fortemente a
morfologia de toda a área (Cunha, 1990), nomeadamente através de fenómenos cársicos que
genericamente conduzem a uma forte penetração das águas superficiais no interior da massa
calcária.
A rede hidrográfica tem nestes afloramentos jurássicos uma fraca expressão,
ocorrendo apenas alguns cursos de água ocasionais, caso da Ribeira da Barroca, a Sul, e no
Vale da Mata, no sector central. Crispim (1986) destaca a circulação dos aquíferos na região
de Ansião e a Sudoeste da área de estudo, onde se localiza a nascente do Olho do Tordo, uma
exsurgência temporária. Já Cunha (1990) demonstra a circulação hipogeia maioritariamente
de SW para a área relativa à Unidade Territorial de Alvaiázere.
Aos topos das serras de Ameixieira, Casal Soeiro e Portela (sector norte da área de
estudo) correspondem os calcários margosos do Aaleniano, enquanto que aos topos das serras
de Ariques e Alvaiázere (sector Sul da área de estudo), correspondem os calcários compactos
e duros do Bajociano-Batoniano, bem visíveis no canhão fluviocársico da Ribeira da Barroca.
Este área representa então um conjunto de relevos salientes na área em estudo (fig. 3.8), que
corresponde quase na sua totalidade à Unidade Territorial de Alvaiázere.
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Capítulo 3
Características geográficas da Unidade Territorial de Alvaiázere
Figura 3.7 – Cortes geológicos das serras de Alvaiázere e Ariques (Cunha, 1990). F- Falha certa; F`- Falha
provável; 1- “Grés de Silves” (Triásico-Hetangiano); 2- Dolomias e calcários dolomíticos (Liásico inferior; 3Margas e calcários margosos (Liásico médio e superior); 4- Calcários margosos (Aaleniano); 5- Calcários
(Bajociano-Batoniano); 6- “Arenitos de Carrascal” (Cretácico inferior); 7- Conglomerados (Plio-Quaternário), 8
– Aluviões (Quaternário).
Figura 3.8 – Vista panorâmica para os interflúvios que constituem parte da Unidade Territorial de
Alvaiázere.
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Capítulo 3
Características geográficas da Unidade Territorial de Alvaiázere
Cunha (1990) destaca os calcários jurássicos como os responsáveis por quase toda a
gama de formas cársicas, superficiais e de profundidade existentes na área em estudo.
O fundo da depressão fluviocársica de Alvaiázere, no Sudeste da área de estudo, é
ocupado em grande parte por dolomias e calcários dolomíticos do Liásico inferior, que
apresentam fraca resistência aos agentes erosivos. A formação desta depressão que se estende
por 3 km dever-se-á, precisamente, ao comportamento mais brando destes materiais (Crispim,
1986). Na depressão fluviocársica de Alvaiázere, podemos encontrar uma série de
sumidouros, onde as águas superficiais dos cursos de água perenes se perdem. Nesta
depressão estão referenciados dois sumidouros (Crispim, 1986; Cunha, 1990), mas estão
identificados pelo menos mais dois nesta área.
A Oeste da área de estudo, podemos observar a ocorrência de calcários margosos e
margas, enquanto que a Norte destes últimos, ocorrem os grés e argilas do Cretácico superior
ao Pliocénico.
Numa extensa área a Este da Unidade Territorial de Alvaiázere observam-se os grés de
Silves (fig. 3.9). Cunha (1990) destaca a importância em termos geomorfológicos das rochas
do Maciço Hespérico, já que são os principais constituintes da maioria dos depósitos que se
sobrepõem aos calcários. Mais a Norte e a Sul de Alvaiázere, bem como a Este de Ansião
observa-se uma cobertura de formações do Quaternário. No sector Norte da área de estudo
ocorrem as margas e calcários margosos do Liásico médio e superior. Podemos observar as
mesmas nas fórnias da Cruz, na serra da Ameixieira e da Ucha, na serra do Casal Soeiro.
Quanto aos traços geomorfológicos que subdividem a região em várias unidades
morfo-estruturais (fig. 3.10), Cunha (1990) destaca:
As colinas dolomíticas, a Norte de Ansião.
As depressões calcomargosas, a Norte de Ansião.
As Serras e Planaltos Calcários, onde inclui a já referida área de estudo como fazendo
parte dos pequenos planaltos e serras orientais.
As áreas diapíricas, a Este de Alvaiázere
As áreas deprimidas orientais.
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Capítulo 3
Características geográficas da Unidade Territorial de Alvaiázere
Figura 3.9 – Esboço litológico e tectónico da região que compreende o Maciço de Sicó (Cunha, 1990).
1- Formações superficiais (essencialmente Quaternário); 2- Tufos calcários (Quaternário); 3- Grés e argilas
(Cretácico superior a Pliocénico); 4- “Calcários apinhoados da Costa de Arnês” (Cretácico médio); 5- “Arenitos
de Carrascal” (Cretácico inferior); 6- Arenitos finos (Kimeridgiano-Portlandiano); 7- Calcários margosos e
margas (Orfordiano-Kimeridgiano); 8- Calcários (Bajociano-Batoniano); Calcários margosos (Aaleniano); 10Margas e calcários margosos (Liásico médio e superior); 11- Dolomias e calcários dolomíticos (Liásico inferior);
12- “Grés de Silves” (Jurássico inferior e Triásico); Xistos, Grauvaques, Quartzitos, Gneisses e granitos
(Precâmbrico e Paleozóico); 14- Falha certa; 15- Falha provável.
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Capítulo 3
Características geográficas da Unidade Territorial de Alvaiázere
Figura 3.10 – Unidades morfo-estruturais no Maciço de Sicó (Cunha, 1990). 1-Falhas e escarpas de falha
principais; 2- Idem, prováveis; 3 – Serras e planaltos calcários; 4- Depressões calcomargosas; 5- Colinas
dolomíticas; 6- Áreas deprimidas marginais; 7- Maciço Hespérico.
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Capítulo 3
Características geográficas da Unidade Territorial de Alvaiázere
Para a área que compreende a Unidade Territorial de Alvaiázere, distinguem-se duas
unidades morfo-estruturais: as serras e planaltos calcários e as áreas deprimidas marginais. Às
serras e planaltos calcários corresponde grande parte da área de estudo, enquanto que uma
pequena parte no sector Sudeste representa parte da depressão fluviocársica de Alvaiázere.
Em contacto com o limite oriental da área de estudo encontramos ainda o Maciço Antigo, se
bem que tenha tradução em termos morfológicos no Outeiro do Talegre.
Como é referido por Feio et al. (2004), ao contrário do que acontece no Maciço
Hespérico, onde dominam as superfícies de aplanamento, nesta região da Unidade Territorial
de Alvaiázere as condições de instabilidade tectónica, bem como a diversidade litoestrutural,
não foram favoráveis à manutenção de aplanamentos extensos. Facilmente passamos
rapidamente de uma área deprimida para uma serra, caso da depressão fluviocársica de
Alvaiázere e da Serra de Alvaiázere. Há também um notável contraste entre estas duas
unidades, associado a uma imponente escarpa de falha, tendo a vertente Este da serra um
comando de quase 300m face à depressão sobranceira à Vila de Alvaiázere, tornando-se desta
forma uma serra imponente no contexto regional.
Em termos geomorfológicos, é também importante salientar os depósitos de vertente
quaternários observados nesta área, bem como as escombreiras de gravidade, elementos
importantes para qualquer estudo de índole geomorfológica nesta área. Estes elementos serão
destacados no próximo capítulo.
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Capítulo 3
Características geográficas da Unidade Territorial de Alvaiázere
3.3. Aspectos do clima da região de Alvaiázere
3.3.1 Características gerais do clima
A caracterização climática da região que engloba Ansião e Alvaiázere encontra-se
condicionada por nenhuma das estações meteorológicas próximas ter dados em simultâneo
para a precipitação e para a temperatura, além de outros parâmetros climáticos. Este facto
limita uma análise de pormenor e remete-nos para uma análise mais sucinta com base nos
dados climáticos disponíveis, nomeadamente das estações meteorológicas de Alvaiázere e
Rego da Murta (http://snirh.pt/), informações disponibilizadas pelo Instituto do Ambiente
(Atlas
do
Ambiente
Digital
-
http://www.iambiente.pt/atlas/est/index.jsp)
e
outra
documentação dispersa existente. Salientamos que devido à falta de dados, utilizámos ainda
os dados da estação de Bencanta (Coimbra) para uma leitura de conjunto sobre as
características climáticas da região, nomeadamente os dois parâmetros climáticos que mais
influência exercem na dinâmica hidrológica e erosiva, a precipitação e a temperatura.
As estações meteorológicas de Almoster, a Oeste da Serra de Alvaiázere, Ansião e
Chão de Couce (fig. 3.11), possuem dados apenas para a precipitação desde 1980 até ao ano
de 2000, enquanto que as estações meteorológicas de Alvaiázere e Rego da Murta (a Sul de
Alvaiázere) têm dados da precipitação média mensal desde 1970 até 2000. Relativamente à
temperatura, apenas a estação de Ansião tem dados sobre a temperatura média mensal, mas
apenas de 1980 a 2000.
Figura 3.11 – Localização de algumas das estações meteorológicas da região de Alvaiázere (1-Ansião; 2 – Chão
de Couce; 3- Almoster; 4- Alvaiázere; 5- Rego da Murta).
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Capítulo 3
Características geográficas da Unidade Territorial de Alvaiázere
O clima desta região insere-se no domínio bioclimático pré-atlântico, apresentando
características típicas do clima mediterrâneo com verões quentes e secos (Alcoforado, 1994),
centrados essencialmente nos meses de Julho e Agosto e com um regime anual de
precipitação marcadamente mediterrâneo com valores muito reduzidos (10/16mm) ou mesmo
nulos. Os meses de Janeiro e Dezembro são os meses que apresentam valores de precipitação
mais elevados, na ordem dos 140mm (Rego da Murta) a 180mm (Alvaiázere).
Na análise dos dados destas duas estações meteorológicas referentes ao período
que decorre entre 1969 e 1999 (fig. 3.12), observa-se uma marcada irregularidade dos valores
de precipitação, registando-se no entanto uma oscilação geral em torno dos 1000mm anuais.
A média de precipitação anual neste período para Alvaiázere é de 1193mm, apresentando um
máximo de 1750mm em 1969 e um mínimo de 542mm em 1979. Relativamente à estação
meteorológica do Rego da Murta, a média é ligeiramente inferior, cerca de 1033mm,
apresentando um máximo anual de 1457mm em 1996 e um mínimo de 668mm em 1989.
2000
1800
1600
1400
1200
1000
800
600
400
200
0
99
97
19
95
19
93
19
91
19
89
19
87
19
85
19
83
19
81
19
79
19
77
19
75
19
73
19
71
19
19
19
69
Alvaiázere
Rego da Murta
Figura 3.12 – Evolução da precipitação anual (1969-1999) nas estações meteorológicas de Alvaiázere e Rego da
Murta (dados: http://snirh.pt/)
Em termos de precipitação e relativamente à estação meteorológica de Bencanta,
situada a Norte de Condeixa, uma análise comparativa dos valores (fig. 3.13) mostra que não
diferem muito das médias das estações meteorológicas de Alvaiázere e do Rego da Murta,
registando-se em termos gerais apenas um aumento da precipitação no mês de Março. No que
concerne à temperatura, o regime anual é simples e os valores médios oscilam entre os 10ºC
em Janeiro e os 20ºC em Agosto. Os meses mais quentes apresentam valores de temperatura
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Capítulo 3
Características geográficas da Unidade Territorial de Alvaiázere
máxima média a rondar os 30ºC, enquanto que os meses mais frios apresentam temperaturas
mínimas médias na ordem dos 2ºC.
Figura 3.13 – Gráfico termo-pluviométrico da Estação Meteorológica de Bencanta – Normal Climatológica
1961/1990 (Fonte: http://www.cm-coimbra.pt/ficheiros/200_servicos/CMDFCI/PMDFCI/PMDFCICoimbra_protect.pdf)
3.3.2. O clima e o desenvolvimento do carso
A abundância de água favorece a evolução do carso, enquanto os climas áridos ou
climas frios, condicionam o seu desenvolvimento devido à escassez de água. Estes tipos de
clima limitam fortemente a taxa de dissolução dos calcários, permitindo que outros processos
geomorfológicos dominem a evolução do relevo (Ford & Williams, 2007). Compreende-se
assim a importância que o clima tem para a modelação do relevo nas regiões calcárias, sendo
uma componente fundamental na dinâmica hidrológica e erosiva de uma região como é a
Unidade Territorial de Alvaiázere, criando ou destruindo muito do património geológico
existente. Cunha (1990) refere a ausência de escoamento superficial como uma das principais
características dos maciços calcários carsificados, destacando o facto de a maior parte da água
que cai nestas áreas entrar na rede de galerias através de algares e lapiás, entre outros.
Os valores de escoamento ocorridos em regiões húmidas influenciam a taxa anual de
dissolução dos calcários e, por conseguinte, a evolução da paisagem, mas não
necessariamente o estilo morfológico da topografia cársica (Sweeting, 1972; Ford &
Williams, 2007). Os mesmos autores referem que a variação das temperaturas é significativa
para o desenvolvimento do relevo essencialmente através da sua influência:
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Capítulo 3
Características geográficas da Unidade Territorial de Alvaiázere
No balanço hídrico (via evapotranspiração);
Na taxa das reacções químicas e, por isso, na distribuição vertical da dissolução;
Nos processos bioquímicos que levam à acidificação da água infiltrada.
Referem, por último, que as formas de deposição são também influenciadas pela
temperatura via evaporação e processos biológicos.
A Unidade Territorial de Alvaiázere é destacada Crispim (1986) no que se refere à
taxa de dissolução dos calcários, com estimativas que situam a taxa de dissolução entre 80 a
100mm/1000 anos.
Cunha (1990), por seu lado, tenta quantificar também a velocidade de erosão,
baseando-se em dois tipos de dados: a quantidade de água que percorre os sistemas
hidrológicos cársicos superficial e profundo e o teor em carbonatos das águas dos cursos
superficiais e das exsurgências, encontrando valores semelhantes a Crispim (1986).
No que concerne às características da paisagem que se verificam hoje em todo o
Maciço de Sicó, onde a Unidade Territorial de Alvaiázere se insere, Cunha (1990) refere a
importância dos períodos quentes mais áridos (de carsificação subaérea e sob cobertura
gresosa) e dos períodos quentes mais húmidos ocorridos durante o Cretácico final e todo o
Terciário, período em que o clima terá sido de tipo tropical a subtropical, com importantes
flutuações nos totais pluviométricos. O mesmo autor refere também a importância da
exumação fluvial, a favor das coberturas gresosas ainda presentes, ocorrida já no Quaternário,
período em que são sobretudo as flutuações climáticas que explicam as fases de carsificação,
de encaixe da rede hidrográfica e mesmo de evolução das vertentes.
Os factores acima mencionados contribuíram decisivamente para o desenvolvimento
do património geológico e geomorfológico existente na Unidade Territorial de Alvaiázere.
3.3.2. Clima e geoturismo: potencialidades
O clima é um elemento fundamental na questão das actividades que visem a
valorização divulgação e divulgação do património geomorfológico, pois pode significar uma
limitação ou uma potencialidade para as actividades ligadas ao geoturismo. As
potencialidades do clima para os visitantes são algo que deve ser explorado por quem trabalha
no domínio da geoconservação, já que este facto pode funcionar como elemento
condicionante ou potenciador em termos de divulgação do património geológico e
geomorfológico, justificando-se desta forma uma breve nota sobre esta temática.
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Capítulo 3
Características geográficas da Unidade Territorial de Alvaiázere
O geoturismo é uma modalidade do turismo de natureza, integrada no ecoturismo,
surgindo assim como uma actividade importante na conservação, valorização e divulgação do
património geológico (Araújo, 2005), que pode também contribuir de forma integrada para o
desenvolvimento de uma região (Gabriel, 2005).
Uma das grandes potencialidades do geoturismo é o facto de, regra geral, poder ser
praticado durante todo o ano, não estando sujeito a sazonalidade, caso do turismo massificado
de praia. Através da análise sucinta de alguns parâmetros e indicadores climáticos da região
que compreende os concelhos de Ansião e Alvaiázere, poderemos percepcionar melhor de que
forma o clima potencia ou não actividades várias ligadas em especial ao geoturismo,
permitindo uma informação útil ao potencial visitante. Importa pois destacar alguns dos
aspectos que têm de ser tomados em conta numa primeira análise.
O índice de conforto térmico será um dos factores a ter mais em conta neste âmbito, já
que em certos períodos em que este valor será baixo, causando um acentuado desconforto ao
visitante. Este facto poderá ser mais acentuado em duas situações, nos meses mais frios, onde
a temperatura mínima média ronda os 3ºC e nos meses mais quentes, nomeadamente em Julho
e Agosto, onde a temperatura máxima do mês mais quente ultrapassa os 31ºC. Em média
ocorrem 2400 a 2700 horas de sol por ano nesta região, factor muito positivo em termos de
atractividade de visitantes
A variável climática que consideramos ser a mais importante a ter em conta nesta
região, especialmente no período de inverno, são os nevoeiros de radiação (fig.3.14), os quais
nos meses mais frios limitam fortemente a visualização de muitos dos elementos geológicos e
geomorfológicos, durante os períodos da manhã antecedidos por noites de céu limpo e com
grande arrefecimento da superfície.
Figura 3.14 – Nevoeiro de radiação a meio da manhã de um dia do mês de Janeiro de 2006, observado
a partir do Clube de Caçadores de Pousaflores, impedindo a visualização da Serra do Castelo.
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Capítulo 3
Características geográficas da Unidade Territorial de Alvaiázere
Outros parâmetros climáticos, como é o caso da precipitação, não são impeditivos da
realização de actividades de divulgação do património geomorfológico. O clima húmido, com
uma humidade relativa elevada (70%), revela-se favorável para a prossecução das actividades
de divulgação a propor no 5º capítulo.
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Capítulo 3
Características geográficas da Unidade Territorial de Alvaiázere
3.4. Património geomorfológico e a Rede Natura 2000
A Rede Natura 2000 é uma rede europeia que promove a protecção da biodiversidade,
mas também os habitats. Contudo, em vários tipos de habitats os valores geológicos e
geomorfológicos são de extrema importância, pois são a base da sua existência. Na Unidade
Territorial de Alvaiázere, estão cartografados dois habitats que têm como base parâmetros
eminentemente geomorfológicos (fig. 3.15.). O primeiro refere-se às lajes calcárias (8240), e
o segundo às grutas não exploradas pelo turismo (8310).
Figura 3.15 – Habitats de base geomorfológica na Unidade Territorial de Alvaiázere.
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Capítulo 3
Características geográficas da Unidade Territorial de Alvaiázere
As lajes calcárias são protegidas pelo Decreto-lei nº 140/99, de 24 de Abril – Anexo
B-1 e pela Directiva 92/43/CEE – Anexo I. Referimos também um facto importante no que
concerne aos serviços prestados por este habitat, a educação e a ciência. Das ameaças a este
habitat, a principal é a exploração das pedreiras.
No que se refere às grutas não exploradas pelo turismo, este habitat está sujeito à
mesma protecção legal que as lajes calcárias, se bem que republicado pelo DL nº 49/2005, de
24 de Fevereiro. Nos serviços prestados por este habitat são referidos especialmente, o
fornecimento de água, a informação estética e a educação e ciência. No que concerne às
ameaças, são destacadas pelo decreto-lei: o turismo, a exploração de pedreiras, actividades
espeleológicas e visitas descuidadas, lixo e a pilhagem de formações geológicas. Neste último
aspecto, quando são referidas as orientações de gestão, é destacada a necessidade de se
reforçar a fiscalização.
Tendo em conta estes aspectos e de acordo com as observações de campo, não
podemos deixar de constatar alguns factos pertinentes:
A escala utilizada na delimitação dos habitats em causa (1: 100 000) não permite
definir limites rigorosos;
Os limites do habitat ”lajes calcárias”, além de pouco rigorosos, são muito
incompletos, pois há outras áreas com as mesmas características e que não estão
cartografadas, como sucede nos casos da serra dos Ariques, Portela, Casal Soeiro e
Ameixieira;
A delimitação do habitat “grutas não exploradas pelo turismo” já se pode considerar
mais acertada, uma vez que, na falta de um estudo revisto e mais completo sobre as
cavidades existentes, a melhor solução é, de facto, delimitar as áreas com cavidades.
Através do estudo prospectivo realizado em 1981 e 1982 pelo Núcleo de Espeleologia
da Associação de Estudantes da Universidade de Aveiro, podemos observar que para a
área levantada, a precisão da localização da maior parte das cavidades é a correcta.
Apesar deste facto, esta delimitação aplica-se apenas à área levantada pelos
espeleólogos no concelho de Alvaiázere, já que outras cavidades há que não estão
referenciadas, caso das localizadas perto das antenas instaladas na serra da Ameixieira,
no concelho de Ansião, e que detectámos durante os trabalhos de campo.
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Capítulo 3
Características geográficas da Unidade Territorial de Alvaiázere
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Capítulo 4
Avaliação do património geomorfológico na Unidade Territorial de Alvaiázere
Capítulo 4: Avaliação do património geomorfológico da Unidade Territorial de
Alvaiázere
4.1. A metodologia usada na avaliação do património geomorfológico
Tendo sido já referidos no capítulo 2.8 vários métodos de inventariação e avaliação do
património geomorfológico, cingimo-nos agora ao método utilizado neste trabalho.
Pereira (2006) estabelece as bases conceptuais para a análise do património
geomorfológico e para a sua avaliação, aplicando-as ao caso português, procurando, desta forma,
clarificar todos os critérios, considerados desde a fase inicial de selecção dos locais até à fase de
avaliação quantitativa. Optámos por aplicar esta metodologia por ser um aplicável em áreas de
qualquer dimensão e com diferentes características geomorfológicas, englobando genericamente
todas as variáveis nas diferentes fases a ter em conta num processo de avaliação, que se pretende
o mais abrangente possível.
4.1.1. As etapas na avaliação do património geomorfológico
Pereira (2006) define duas etapas fundamentais no processo de avaliação do património
geomorfológico: a inventariação e a quantificação (quadro 4.1.).
A inventariação tem como objectivo principal a definição dos locais de interesse
geomorfológico (LIGeom) da área em análise, tendo um carácter qualitativo. Esta etapa
subdivide-se em quatro subetapas, iniciando-se com a identificação dos potenciais locais de
interesse geomorfológico (a); a que se segue a sua avaliação qualitativa (b) de forma a que se
possa fazer uma selecção efectiva dos locais de interesse geomorfológico (c); que, de seguida
serão caracterizados (d).
Etapas
Subetapas
Inventariação a) Identificação dos potenciais locais de interesse geomorfológico
b) Avaliação qualitativa
c) Selecção dos locais de interesse geomorfológico
d) Caracterização dos locais de interesse geomorfológico
Quantificação e) Avaliação numérica
f) Seriação
Quadro 4.1 – Subetapas da inventariação e quantificação do património geomorfológico (Pereira, 2006).
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Capítulo 4
Avaliação do património geomorfológico na Unidade Territorial de Alvaiázere
A quantificação é uma etapa onde são dados valores numéricos aos locais analisados.
Divide-se em duas subetapas principais: a primeira consiste na avaliação numérica, onde diversos
critérios vão ser pontuados (e), seguindo-se uma análise dos resultados e seriação final dos locais.
Nesta fase inicial, Pereira (2006) refere a importância da utilização deste método implicar
um prévio conhecimento geomorfológico da área de estudo, permitindo deste modo a existência
de uma base que suporte as várias subetapas consideradas.
4.1.2. A caracterização geomorfológica da área de estudo
Boa parte do processo de avaliação tem como base a caracterização geomorfológica, facto
já posto em evidência por Serrano et al. (2005). Por isso, o conhecimento geomorfológico da área
de estudo é fundamental. Este, pode consistir num estudo geomorfológico de base e/ou na análise
bibliográfica. Fundamentalmente para um estudo que incida na avaliação de locais de interesse
geomorfológico, importa conhecer bem a geologia e geomorfologia da área proposta (Pereira,
2006).
A caracterização geomorfológica deverá fornecer como informações de base (Pereira,
2006):
O enquadramento geomorfológico regional;
As formas e os processos geomorfológicos;
A referência aos factores estruturantes, caso da litologia, estrutura, processos,
dinâmica e clima, e aos factores condicionantes, caso das actividades antrópicas;
Destaques geomorfológicos da área, nomeadamente as peculiaridades científicas,
estéticas, ecológicas e/ou geoculturais, com definição das áreas mais interessantes
e/ou com maior concentração de elementos geomorfológicos em destaque;
Cartografia geomorfológica simplificada, com representação das principais
características geomorfológicas da área;
Outros elementos naturais e culturais em destaque e a sua relação com os elementos
geomorfológicos ali presentes.
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Capítulo 4
Avaliação do património geomorfológico na Unidade Territorial de Alvaiázere
4.1.3. A inventariação dos locais de interesse geomorfológico
Pereira (2006) destaca que a identificação dos potenciais locais de interesse
geomorfológico, baseada na caracterização geomorfológica da área, deverá obedecer a uma série
de critérios:
A importância científica da área, consubstanciada na existência de trabalhos
científicos anteriores;
Valor estético, pela valorização de aspectos ligados às peculiaridades e características
de dimensão do local em comparação com outros locais na mesma área, seja à escala
regional ou nacional;
A associação de elementos geomorfológicos e culturais (exemplos dos castros,
práticas agrícolas, entre outros);
A associação de elementos ecológicos e geomorfológicos (exemplo da vegetação
específica associada a habitats – Rede Natura 2000).
Após tidos em conta os aspectos acima referidos, bem como outros que estejam
associados às características particulares da área de estudo, os locais deverão ser alvo de uma
listagem, sendo georreferenciados com um código único de identificação.
4.1.3.1. Avaliação qualitativa dos potenciais Locais de Interesse Geomorfológico
Considerada por vários autores, como por exemplo Reynard (2003); Serrano & GonzálezTrueba (2005); Pereira (2006) como uma das etapas fundamentais no decorrer do processo de
avaliação, a avaliação qualitativa corresponde à escolha dos locais de interesse geomorfológico,
baseada num bom conhecimento da área e na identificação acima referida. É importante notar
também o facto de que os sítios identificados como locais com potencial geomorfológico,
deverão ser sujeitos ao mesmo tipo de avaliação qualitativa. Neste âmbito, Pereira (2006)
apresenta uma ficha de avaliação de Potenciais Locais de Interesse Geomorfológico (PLIGeom)
(Ficha A - anexo).
Esta ficha deverá ser preenchida para cada um dos locais, permitindo uma avaliação
qualitativa prévia. A ficha subdivide-se em três partes:
a) Na primeira, parte procede-se à identificação do local, onde são referidos o nome, o tipo de
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Capítulo 4
Avaliação do património geomorfológico na Unidade Territorial de Alvaiázere
local, no que concerne à sua magnitude, a categoria temática em que se insere, bem como a sua
localização geográfica.
b) Na segunda parte, procede-se à avaliação qualitativa do local, em que deverá ser escolhida
uma das opções (nulo; muito baixo; baixo; médio, elevado; muito elevado) para cada um dos
valores referidos (estético, cultural e ecológico). Pereira (2006) refere que nesta fase, deverá ser
efectuado um exercício de comparação entre os sítios avaliados, dando o exemplo de um Local
de Interesse Geomorfológico (LIGeom) incluído numa área onde este poderá ser considerado
com valor científico muito elevado (a nível local ou regional), em comparação com outros locais
de interesse geomorfológico dentro da mesma área, facto que não acontecerá se essa comparação
for estabelecida a nível nacional.
No que diz respeito à potencialidade de uso como Local de Interesse Geomorfológico,
consideram-se a acessibilidade e a visibilidade, com cinco opções para a sua avaliação (de muito
difícil/fraca a muito fácil/boa). Importante destacar, é o facto de se considerarem outros tipos de
valor (naturais, culturais, etc), que são uma mais valia no processo de avaliação, associados
também ao uso actual dos locais com potencial interesse geomorfológico. A necessidade de
protecção é um factor muito importante a ter em conta, pelo uso que o sítio possa ter, daí a
inclusão de três opções (de fraca/adequada a avançada/insuficiente) em cada um dos dois
aspectos a ter em conta, a deterioração e a protecção.
c) Na terceira e última parte, deverão ser destacados em breves linhas, os principais aspectos
relacionados com o valor, as potencialidades de uso e a necessidade de protecção do local
avaliado, justificando-se as opções.
Esta ficha, é numa primeira análise, uma avaliação qualitativa dos potenciais locais de
interesse geomorfológico, representando em boa parte, quer o conhecimento do avaliador sobre a
área em estudo, quer de aspectos vários derivados da avaliação, dependentes do avaliador.
4.1.3.2. Selecção dos locais de interesse geomorfológico
Após finalizada a selecção dos potenciais locais de interesse geomorfológico, segue-se a
inventariação dos locais de interesse geomorfológico, que resulta numa listagem de síntese.
Através das informações disponíveis na ficha A (em anexo), e tendo em conta o somatório
dos atributos A, B e C (quadro 4.2.), seleccionam-se os locais de interesse geomorfológico.
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Capítulo 4
Avaliação do património geomorfológico na Unidade Territorial de Alvaiázere
A
B
Locais com valor científico muito elevado
Locais panorâmicos com valor elevado:
situados dentro da área em análise; com visibilidade boa ou muito boa;
com alcance visual sobre outros locais isolados ou áreas com valor
elevado
Locais isolados ou áreas com valor elevado:
não visíveis de locais panorâmicos com valor muito elevado;
com outros tipos de valore e/ou usos;
com necessidade de protecção.
C
Quadro 4.2 – Atributos a considerar para a selecção dos Locais de Interesse Geomorfológico, segundo Pereira
(2006).
Pereira (2006) refere que o critério mais importante para o processo de selecção é o valor
científico, independentemente do tipo de local (isolado, área ou panorâmico), destacando também
que os locais considerados como de valor elevado, em qualquer um dos seus tipos (científico,
ecológico, cultural ou estético), têm obrigatoriamente de possuir também os atributos definidos
em B (locais panorâmicos) ou em C (locais isolados e áreas) de forma a serem seleccionados.
Desta forma será possível obter uma listagem mais objectiva, evitando selecções pessoais por
parte do avaliador.
4.1.3.3. A caracterização dos Locais de Interesse Geomorfológico
Através desta subetapa, pretende-se caracterizar detalhadamente cada um dos LIGeom,
não só a nível geomorfológico mas também de outras características relevantes para a sua gestão
enquanto Local de Interesse Geomorfológico. Nesse sentido, Pereira (2006) propõe uma ficha de
caracterização de Locais de Interesse Geomorfológico (Ficha B - anexo). Esta ficha agrupa várias
informações:
Geomorfologia;
Interesse patrimonial;
Potencialidade de uso;
Cartografia;
Ilustração fotográfica.
Esta informação constitui a base de dados fundamental para a prossecução do processo de
avaliação, bem como para posterior gestão dos LIGeom (Pereira, 2006).
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Capítulo 4
Avaliação do património geomorfológico na Unidade Territorial de Alvaiázere
A primeira folha da ficha consiste na identificação, no tipo e local (isolado; área;
panorâmica), a/as categoria/s temáticas em que se insere (granítico, tectónico, glaciário,
vulcânico, litoral, periglaciário, cársico, fluvial, de vertente, residual, eólico ou geo-cultural) e na
localização geográfica.
A segunda folha integra a descrição geomorfológica, com uma componente de ilustração
fotográfica.
A terceira folha, inclui uma síntese do local, que engloba a descrição sumária, a(s)
litologia(s), os interesses geomorfológicos principais e a evolução geomorfológica. Segue-se o
interesse patrimonial, onde há a referir os tipos de valor (científico, ecológico, cultural, estético e
económico) e o grau de importância, onde se elabora uma breve consideração qualitativa em
termos geomorfológicos. A ficha inclui ainda espaço para a cartografia geomorfológica
simplificada.
Na quarta e última folha da ficha B, é contemplado o uso e gestão do local, onde se
inserem parâmetros como a acessibilidade, visibilidade, outros tipos de valor, usos actuais, o
estado de conservação, a vulnerabilidade, o estatuto legal, as povoações e equipamentos e algum
tipo de intervenção necessária ou possível para a requalificação do local.
4.1.4. A quantificação do património geomorfológico
Pormenor destacado por vários autores, como Reynard (2003 e 2005), Serrano &
González-Trueba (2005), Zouros (2005) e Pereira (2006) é o facto de muitos dos trabalhos de
inventariação de património geomorfológico não considerarem a fase da quantificação,
inventariando apenas na base do conhecimento prévio do avaliador, o qual utiliza metodologias
de carácter maioritariamente qualitativo.
Para que a avaliação dos Locais de Interesse Geomorfológico seja, como se pretende,
mais detalhada e precisa, será necessário quantificar os valores associados a este locais, seja de
cariz geomorfológico ou outros já referidos. Atribuindo valores numéricos a um local, será
possível fazer avaliações mais objectivas, quer do próprio local, quer na comparação com outros
locais diferenciados.
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Capítulo 4
Avaliação do património geomorfológico na Unidade Territorial de Alvaiázere
4.1.4.1. A avaliação numérica
Para que seja possível quantificar os valores associados a cada um dos LIGeom, Pereira
(2006) propõe uma ficha de avaliação numérica (ficha C - anexo), a qual é preenchida após a sua
caracterização na ficha B. Os critérios encontram-se divididos por indicadores secundários,
enquadrados em indicadores principais. Estes últimos são o valor geomorfológico (VGm) e o
valor de gestão (VGt), enquanto os indicadores secundários são o valor científico (VCi), o valor
adicional (VAd), o valor de uso (VUs) e o valor de preservação (VPr). O somatório do valor
científico (VCi) com o valor adicional (VAd) dá o valor geomorfológico do LIGeom (VGm),
enquanto que a soma do valor de uso (VUs) com o valor de preservação (VPr), dá o valor de
gestão do LIGeom (VGt).
É também destacada por Pereira (2006) a importância da separação entre os critérios de
uso e os critérios de preservação dos LIGeom, já que pode ser esse o fundamento da avaliação,
auxiliando desta forma a leitura final dos resultados, onde em termos quantitativos VGm e VGt
têm a mesma importância, com um valor de 10 pontos. É também atribuída pontuação máxima de
5,5 a VCi, de 4,5 a VAd, de 7 a VUs e de 3 a VPr.
A primeira página da ficha C (em anexo) é para preenchimento da identificação do
LIGeom, bem como dos somatórios referentes ao VGm, VCi, VAd, VGt, VUs e VPr. Na segunda
página procede-se à quantificação do valor científico (VCi) e do valor adicional (VAd), que deve
ter em atenção todos os aspectos colocados em evidência na caracterização dos LIGeom,
elaborada através da ficha B (anexo).
Para o cálculo do valor científico (VCi), incluem-se os seguintes critérios:
Abundância/raridade (Ar) – É valorizada a raridade do(s) objecto(s) geomorfológico(s),
bem como a sua dimensão, no contexto da área em análise (pontuação máxima de 1).
Integridade (I) – É valorizada a inexistência de deterioração do(s) objecto(s)
geomorfológico(s), seja de origem natural ou antrópica (pontuação máxima de 1).
Representatividade (R) – É valorizado o contexto geomorfológico, bem como uma boa
facilidade de explicação deste mesmo contexto a leigos em geomorfologia (pontuação
máxima de 1).
Diversidade (D) – É valorizada a ocorrência de variados elementos geomorfológicos com
interesse científico (pontuação máxima de 1).
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Capítulo 4
Avaliação do património geomorfológico na Unidade Territorial de Alvaiázere
Elementos geológicos (G) – É valorizada a ocorrência de elementos geológicos com
interesse científico (pontuação máxima de 1).
Conhecimento científico (K) – É valorizada a existência de trabalhos académicos
relevantes, tendo como objecto de estudo o(s) objecto(s) geomorfológico(s) valorizado(s)
neste local (pontuação máxima de 0,5).
Abundância/raridade a nível nacional (An) – É valorizada a raridade do(s) objecto(s)
geomorfológico(s), bem como a sua dimensão, no contexto nacional (pontuação máxima
de 0,5).
Para a estimação do valor adicional (VAd), incluem-se os seguintes critérios:
Valor cultural (Cult) – É valorizada a relação entre o LIG e as actividades antrópicas,
nomeadamente aspectos culturais físicos ou imateriais resultantes das condições
geomorfológicas, além de geoformas derivadas da acção antrópica (pontuação máxima de
1,5).
Valor estético (Estet) – Critério baseado na opinião do avaliador, que deve ter em conta a
singularidade do LIGeom bem como da sua dimensão, diversidade de elementos,
harmonia, presença de vegetação natural e água, ausência de deterioração antrópica e
proximidade de visualização (pontuação máxima de 1,5).
Valor ecológico (Ecol) – É valorizada a relação entre o LIGeom e a ocorrência de
espécies biológicas (pontuação máxima de 1,5 mas dependente da maior ou menor
percepção da relação entre habitats e geomorfologia).
Na terceira e última folha da ficha C, quantificam-se dois indicadores, o valor de uso
(VUs) e o valor de protecção (VPr).
Para o valor de uso (VUs) incluem-se os seguintes critérios:
Acessibilidade (Ac) – É valorizada a facilidade de deslocação ao LIGeom por meio de
transporte adequado para grupos de visitantes, caso de autocarros ou mini-autocarros
(pontuação máxima de 1,5).
Visibilidade (V) – É valorizada a facilidade de observação do/s objecto/s
geomorfológico/s com importância, sem necessidade de recorrer a quaisquer género de
equipamentos, nem deslocações de monta (pontuação máxima de 1,5).
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Capítulo 4
Avaliação do património geomorfológico na Unidade Territorial de Alvaiázere
Uso geomorfológico (Ug) – É valorizado o reconhecimento do local como de interesse
geológico ou geomorfológico e a sua utilização ou divulgação enquanto tal (pontuação
máxima de 1).
Outros usos (U) – É valorizada a existência de outros tipos de valor (naturais ou culturais)
e a sua divulgação ou utilização derivada da existência destes mesmos valores (pontuação
máxima de 1).
Protecção (P) – É valorizada a inexistência de limitações legais ao uso destes locais como
LIGeom (pontuação máxima de 1).
Equipamentos (E) – É valorizada a existência, a variedade e a proximidade de oferta de
alojamento, factor este preponderante numa estratégia de divulgação de LIGeom, bem
como de outros equipamentos necessários a visitantes (pontuação máxima de 1).
Para o valor de protecção (VPr), incluem-se os seguintes critérios:
Integridade (Ip) – É valorizada a inexistência de deterioração do LIGeom, seja de origem
antrópica ou natural (pontuação máxima de 1).
Vulnerabilidade (Vu) – Critério de previsão, que valoriza a inexistência de
vulnerabilidade decorrente do uso do local enquanto LIGeom (pontuação máxima de 2).
Pereira (2006), no que concerne aos dois critérios enquadrados no VPr, refere que estes
dizem respeito ao estado de deterioração do LIGeom em contextos temporais diferenciados.
Enquanto que a integridade (Ip) considera os impactes passados (de origem antrópica ou natural),
a vulnerabilidade (Vu) considera danos expectáveis no local, decorrentes do seu uso enquanto
LIGeom.
Em locais panorâmicos, o critério de valor de uso (VUs) e o critério de vulnerabilidade
(Vu), referem-se apenas ao local de observação.
Agrupando em termos numéricos na ficha C boa parte dos aspectos considerados na ficha
B, temos agora todos os aspectos quantificados, permitindo desta forma uma comparação entre os
diferentes LIGeom.
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Capítulo 4
Avaliação do património geomorfológico na Unidade Territorial de Alvaiázere
4.1.4.2. Seriação dos Locais de Interesse Geomorfológico
Finalizada a componente numérica da quantificação propriamente dita, é possível fazer
comparações entre os diferentes LIGeom, objectivo final da fase de quantificação. Para que isso
seja possível, Pereira (2006) propõe a apresentação dos resultados numéricos, que consideram os
indicadores e respectivos critérios numa tabela de quantificação (quadro 4.3.). Em cada coluna
estão expressos os valores resultantes da avaliação quantitativa de cada um dos critérios
analisados em cada um dos indicadores (VCi; VAd; VGm; VUs; VPr; VGt). Em que o VGm =
VCi + VAd, enquanto que o VGt = VUs + VGt. O valor total (VT) é um indicador de conjunto
que corresponde ao VGm +VGm de cada um dos LIGeom, representando no final a soma de cada
uma das pontuações atribuídas em cada um dos critérios.
L1
L2
L3
L4
L5
VCi
4,83
3,58
3,75
2,94
4,58
VAd
1,88
2,62
3,62
1,37
2,58
VGm
6,71
6,20
7,37
4,31
7,16
VUs
3,55
5,12
3,27
3,11
4,07
VPr
2,25
2,75
1,75
2,50
2,75
VGt
5,80
7,87
5,02
5,61
6,82
VT
12,51
14,07
12,39
9,92
13,98
Quadro 4.3 – Tabela de avaliação quantitativa de 5 locais hipotéticos, com os 7 indicadores
(VCi; VAd; VGm; VUs; VPr; VGt; VT) considerados na metodologia de Pereira (2006).
Com esta tabela podemos efectuar uma comparação entre os vários LIGeom, a qual
deverá ser complementada com uma tabela de seriação (quadro 4.4.), sendo possível desta forma
percepcionar melhor as diferenças e amplitudes entre os LIGeom. Na eventualidade de surgirem
pontuações de igual valor, o valor científico (VCi) é o valor que vai determinar qual dos LIGeom
fica em primeiro lugar face a outro de igual valor.
Na tabela hipotética de avaliação quantitativa (quadro 4.3.), o lugar nº 2 apesar de ser o
penúltimo em termos de VGm, ficou em primeiro lugar em termos de valor total (VT), em
virtude de ter conseguido a melhor pontuação no valor de gestão (VGt). Por seu turno o local nº 4
fica em último lugar no VGm e em penúltimo lugar no VGt, fruto da sua reduzida pontuação nos
critérios VCi e VAd e também do VUs e do VPr, relegando-o para o último lugar no valor total
(VT).
De forma a minimizar a importância das pontuações absolutas obtidas no valor total (VT)
na comparação entre os locais de interesse geomorfológico e valorizar o equilíbrio nas
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Capítulo 4
Avaliação do património geomorfológico na Unidade Territorial de Alvaiázere
pontuações obtidas nos sete indicadores considerados (VCi; VAd; VGm; VUs; VPr; VGt; VT),
introduz-se uma coluna na tabela de seriação (quadro 4.4.) que representa o ranking final (RK).
Este valor é obtido através da soma das posições de cada LIGeom em cada um dos indicadores na
tabela de seriação já ordenada, quanto menor for o valor do LIGeom, através da soma da sua
ordem em cada um dos sete indicadores, maior será a sua valoração (Pereira, 2006).
1º
2º
3º
4º
5º
VCi
L1 (4,83)
L5 (4,58)
L3 (3,75)
L2 (3,58)
L4 (2,94)
VAd
L3 (3,62)
L2 (2,62)
L5 (2,58)
L1 (1,88)
L4 (1,34)
VGm
L3 (7,37)
L5 (7,16)
L1 (6,71)
L2 (6,20)
L4 (4,31)
VUs
L2 (5,12)
L5 (4,07)
L1 (3,55)
L3 (3,27)
L4 (3,11)
VPr
L5 (2,75)
L2 (2,75)
L4 (2,50)
L1 (2,25)
L3 (1,75)
VGt
L2 (7,87)
L5 (6,82)
L1 (5,80)
L4 (5,61)
L3 (5,02)
VT
L2 (14,07)
L5 (13,98)
L1 (12,51)
L3 (12,39)
L4 (9,92)
RK
L5 (14)
L2 (15)
L1 (21)
L3 (23)
L4 (32)
Quadro 4.4 – Tabela de seriação de 5 locais hipotéticos, para os 7 indicadores, com o ranking final (Rk) segundo
Pereira (2006).
Na tabela de seriação são tidas em conta as posições dos indicadores secundários na
tabela, na medida em que se deverá considerar cada um dos temas mais importantes da avaliação,
não se cingindo apenas aos indicadores principais, podendo estes últimos camuflar disparidades
entre o valor científico (VCi) e o valor adicional (VAd), além de disparidades entre o valor de
uso (VUs) e o valor de preservação (VPr). Por último, o local hipotético nº 2 apesar de ter ficado
na 4º posição em termos de valor geomorfológico (VGm), consegue o primeiro lugar no valor de
gestão (VGt). Desta forma este local fica muito valorizado no ranking final (RK), conseguindo
posicionar-se em 2º lugar.
A posição dos LIGeom no ranking final depende do seu resultado numérico no VGm e/ou
no VGt, no caso de ter uma posição de topo num destes indicadores, a sua valorização face ao
ranking final será maior. Caso a sua posição no topo seja efectiva quer no VGm quer no VGt,
melhor será o seu posicionamento no ranking final, caso do local hipotético nº 5.
A posição obtida por cada um dos LIGeom no ranking final (Rk) será determinante para o
suporte de decisões relativas a acções de divulgação sobre estes mesmos locais. A partir da
análise dos valores finais obtidos por cada um dos indicadores, cada um dos LIGeom poderá ter
objectivos diferenciados em termos de divulgação, os quais poderão consistir em acções que
promovam a sua conservação, divulgação, integração em percursos pedestres ou outro género de
roteiros, bem como a instalação de painéis descritores de paisagem.
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Capítulo 4
Avaliação do património geomorfológico na Unidade Territorial de Alvaiázere
4.2. A avaliação de Locais de Interesse Geomorfológico na Unidade Territorial de
Alvaiázere
4.2.1. Introdução
O inventário dos locais de interesse geomorfológico existentes na Unidade Territorial de
Alvaiázere, é o primeiro passo do método de avaliação, segundo as seguintes etapas e subetapas
definidas na figura 4.1.:
Inventariação
1. Identificação locais
(potenciais)
2. Avaliação qualitativa
(Ficha A)
3. Selecção dos locais de
interesse geomorfológico
4. Caracterização (Ficha B)
Quantificação
5. Avaliação numérica
(Ficha C)
6. Seriação
Figura 4.1 – Etapas e subetapas da avaliação do património geomorfológico na área da
Unidade Territorial de Alvaiázere (Pereira, 2006 – modificado).
A primeira subetapa da avaliação, a identificação de locais potenciais de interesse
geomorfológico, consistiu na análise de trabalhos científicos sobre a região de estudo e no
reconhecimento de campo. Após esta fase, procedeu-se ao preenchimento da ficha de avaliação
de potenciais locais de interesse geomorfológico (Ficha A - anexo), que permitiu seleccionar os
locais de interesse geomorfológico efectivos. Tendo estes seleccionados, procedeu-se à sua
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Capítulo 4
Avaliação do património geomorfológico na Unidade Territorial de Alvaiázere
caracterização detalhada, usando a ficha B (anexo). Seguiu-se a quantificação através da ficha de
avaliação numérica de locais de interesse geomorfológico (Ficha C - anexo). Desta forma, cada
um dos LIGeom foi pontuado quanto aos seus valores científico (VCi), adicional (VAd),
geomorfológico (VGm), uso (VUs), protecção (VPr), gestão (VGt) e valor total (VT). Através da
seriação de cada um dos valores numérico presentes em cada indicador, obteve-se o seu ranking
final (Rk).
Devido ao elevado número de fichas, remetem-se as mesmas, devidamente preenchidas,
para anexo, apresentando-se seguidamente os resultados de todo o processo de avaliação.
4.2.2. Inventariação dos Locais de Interesse Geomorfológico da Unidade Territorial de
Alvaiázere
a) Identificação dos potenciais locais de interesse geomorfológico
A identificação dos potenciais locais de interesse geomorfológico da Unidade Territorial
de Alvaiázere (fig. 4.2), foi baseada no detalhado conhecimento de campo da área de estudo por
parte do autor, e pela análise dos dois trabalhos científicos estruturantes sobre a região das Terras
de Sicó, no domínio da geologia e geomorfologia Crispim (1986) e Cunha (1990).
Todos os pontos referidos na caracterização geomorfológica (ponto 4.1.2.), foram tidos
em conta e reconhecemos que o conhecimento pluridisciplinar de uma área como esta é uma mais
valia em termos de informação útil. Assim, ao contrário de Frattini (2003), que considera apenas
os aspectos geomorfológicos, este inventário abrange valores adicionais, à semelhança de
Reynard et al. (2007).
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Capítulo 4
Avaliação do património geomorfológico na Unidade Territorial de Alvaiázere
Figura 4.2 – Localização geográfica dos Potenciais Locais de Interesse Geomorfológico da
Unidade Territorial de Alvaiázere (Fonte da cartografia 1:5 000 – Edinfor).
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Capítulo 4
Avaliação do património geomorfológico na Unidade Territorial de Alvaiázere
Identificaram-se 30 potenciais Locais de Interesse Geomorfológico (quadro 4.5.),
concentrados genericamente em redor da Serra de Alvaiázere e Serras do Casal Soeiro e
Ameixieira. Relativamente aos tipos de locais, quanto à sua magnitude, 3 são panorâmicos, 13 de
tipo área e 14 de tipo isolado.
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Nome (PLIGeom)
Canhão Fluviocársico da Ribeira da Barroca
Topo da Serra de Alvaiázere
Dolina do Bofinho
Fórnia do Bofinho
Dolina da Serra 1 (fetos)
Dolina da Serra 2 (Mata)
Dolina da Serra 3
Campo de Megalapiás da Mata
Túnel do tempo – Arco cársico
Senhora dos Covões
Cascalheiras de gravidade - vertente NE Serra Alva
Cascalheiras de gravidade - vertente Sul S. Ariques
Cascalheiras de gravidade - vertente O S. Alva
Campo de lapiás em Mesa Serra Portela
Campo de lapiás Serra Alvaiázere (var. tipologias)
Campo de lapiás em Mesa Serra Ariques
Depressão fluviocársica de Alvaiázere
Exploração mineira da Porta
Fórnia da Ucha
Fórnia da Cruz
Canhão fluviocársico do Vale da Mata
Cornija calcária da Serra do Casal Soeiro
Algar da Água
Algar do Casal Soeiro
Dolina dos Ariques
Dolina do Casal Soeiro
Dolina da Colina do Castelo
Depósito de vertente da Serra de Alvaiázere
Miradouro da Serra da Ameixieira
Abrigo rochoso - vertente NE Serra Castelo
Tipo de Local
Área
Panorâmico
Área
Área
Isolado
Área
Isolado
Área
Isolado
Panorâmico
Isolado
Isolado
Isolado
Área
Área
Área
Área
Área
Área
Área
Área
Isolado
Isolado
Isolado
Isolado
Isolado
Isolado
Isolado
Panorâmico
Isolado
Quadro 4.5 – Listagem dos Potenciais Locais de Interesse Geomorfológico (PLIGeom) da Unidade Territorial de
Alvaiázere.
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Capítulo 4
Avaliação do património geomorfológico na Unidade Territorial de Alvaiázere
b) Avaliação qualitativa
Preenchida a ficha A, para cada um dos Potenciais Locais de Interesse Geomorfológico,
procedeu-se a uma comparação efectiva entre os mesmos, de modo a ter uma ideia concreta do
real valor dos mesmos. A avaliação do valor do objecto geomorfológico, a necessidade da sua
protecção e a potencialidade do seu uso enquanto local de interesse geomorfológico, parâmetros
que permitiram determinar os locais de interesse geomorfológico efectivos.
Consideramos determinante para o sucesso de uma avaliação deste género, o grau de
conhecimento do avaliador sobre todos os aspectos presentes na sua área de estudo (naturais,
culturais, etc), pois quanto maior for o seu grau de conhecimento maior será a probabilidade de
sucesso na implementação de uma estratégia de geoconservação a aplicar em qualquer área. Com
este último facto, todo o processo a jusante ficará mais sustentado e por isso com maiores
perspectivas de sucesso, nomeadamente da divulgação destes locais com importância
patrimonial.
c) Selecção dos locais de interesse geomorfológico
Tendo em conta o quadro 4.2, que representa os atributos a considerar para a selecção dos
locais de interesse geomorfológico, identificaram-se 16 locais de interesse geomorfológico (fig.
4.3), centrados exclusivamente nas Serras de Alvaiázere e Serras de Ameixieira, Casal Soeiro.
Relativamente ao tipo de local, 3 são panorâmicos, 4 isolados e 9 de tipo área (quadro 4.5.).
No que concerne aos locais panorâmicos, dois deles têm um grande campo de visão que
se estende em dias de boa visibilidade até uma distância de cerca de 100 km (no topo da Serra de
Alvaiázere), enquanto que outro tem já um campo de visão mais diminuto, representando no
entanto uma distância de algumas dezenas de km.
Os locais de tipo área têm todos uma dimensão quilométrica, correspondendo a formas de
média dimensão. Já os locais de tipo isolado representam formas na ordem das dezenas de
metros, sendo a de maior dimensão a dolina do Bofinho, com um diâmetro de 50 metros e cerca
de 15m de profundidade, enquanto que o algar da água tem apenas 20 metros de extensão e o
algar do Casal Soeiro aproximadamente 30 metros de extensão, não ultrapassando estes dois
últimos a profundidade de 10m.
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Capítulo 4
Avaliação do património geomorfológico na Unidade Territorial de Alvaiázere
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Nome (LIGeom)
Canhão Fluviocársico da Ribeira da Barroca
Canhão Fluviocársico do Vale da Mata
Depressão Fluviocársica de Alvaiázere
Algar da Água
Algar do Casal Soeiro
Fórnia da Cruz
Fórnia da Ucha
Fórnia do Bofinho
Dolina do Bofinho
Campo de Megalapiás da Mata
Depósito de Vertente da Serra de Alvaiázere
Cascalheiras de gravidade da Serra de Alvaiázere
Senhora dos Covões - Miradouro
Campo de Lapiás da Serra de Alvaiázere
Topo da Serra da Serra de Alvaiázere - Miradouro
Capela da Serra da Ameixieira - Miradouro
Tipo de Local
Área
Área
Área
Isolado
Isolado
Área
Área
Área
Isolado
Área
Isolado
Área
Panorâmico
Área
Panorâmico
Panorâmico
Quadro 4.6 – Listagem dos Locais de Interesse Geomorfológico (LIGeom) da Unidade Territorial de Alvaiázere.
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Capítulo 4
Avaliação do património geomorfológico na Unidade Territorial de Alvaiázere
Figura 4.3 – Localização geográfica dos Locais de Interesse Geomorfológico na
Unidade Territorial de Alvaiázere (Fonte da cartografia 1:5 000 – Edinfor).
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Capítulo 4
Avaliação do património geomorfológico na Unidade Territorial de Alvaiázere
4.3. Caracterização dos Locais de Interesse Geomorfológico
Para a caracterização dos locais de interesse geomorfológico, utilizou-se a ficha B (em
anexo), na qual são definidas as principais características geomorfológicas de cada um dos
LIGeom, além do seu valor patrimonial (científico, cultural e estético) e das suas potencialidades
de uso enquanto local de interesse geomorfológico.
4.3.1. LIGeom1 – Canhão fluviocársico da Ribeira das Barrocas
O canhão fluviocársico da Ribeira das Barrocas (ver ficha em anexo) situa-se na freguesia
de Pelmá, no concelho de Alvaiázere. É um local do tipo área e uma altitude média do fundo de
vale de 190m (fig. 4.4).
Neste canhão fluviocársico, com 500 metros de extensão, encontramos vários elementos
geomorfológicos e geológicos de interesse, destacando-se as buracas situadas na base das paredes
calcárias do vale, que no seu troço inferior são verticais, tendo um comando de 20 metros. Para
montante deste canhão fluviocársico, aproveitando uma linha de fragilidade, onde se pode
observar uma falha, formaram-se 3 marmitas de gigante numa bancada calcária de grandes
dimensões. No sector intermédio, na base da vertente, localiza-se um provável depósito de
vertente, situado num meandro, constituído por uma matriz fina e cimentada, com alguns clastos
angulosos, indicando um reduzido transporte, de pequena dimensão. As bancadas calcárias do
Dogger foram entalhadas pela acção da água, resultando na existência de três cascatas.
A circulação da água através da ribeira das Barrocas faz-se de forma subterrânea, sendo
este escoamento à superfície ocasional. A rede hidrográfica da depressão de Alvaiázere terá sido
capturada por este curso de água já durante o Quaternário (Crispim, 1986) e a cerca de 1km deste
sector do vale encaixado, situa-se a exsurgência do Olho do Tordo.
A observação deste vale no seu conjunto é dificultada pela vegetação, obrigando o
visitante a deslocar-se através do talvegue ao longo de toda a extensão do canhão fluviocársico.
O acesso a este LIGeom faz-se através da estrada que atravessa a Ribeira das Barrocas,
vindo pela Aldeia do Bofinho, apenas a 500m. Dali, tem de se percorrer a pé um pequeno
caminho ruderalizado até chegar ao início das paredes verticais do canhão, onde se começam a
observar as geoformas maior valor.
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Capítulo 4
Avaliação do património geomorfológico na Unidade Territorial de Alvaiázere
Figura 4.4 – Aspecto do fundo do sector montante do canhão fluviocársico da Ribeira das Barrocas.
O local não tem uso actual, apenas é utilizado em parte como trajecto de rebanho de gado
caprino, reflexo da dureza do terreno face a quaisquer tipo de actividade antrópica. Nenhuma das
formas referidas apresenta vulnerabilidade significativa face ao uso como Local de Interesse
Geomorfológico.
Toda a área onde se insere este LIGeom é parte integrante da Rede Natura 2000 e em
termos de PDM de Alvaiázere situa-se numa área agro-florestal.
Em termos de equipamentos de apoio a actividades, apenas a 6 km na Vila de Alvaiázere
podemos encontrar alguns serviços e equipamento básicos.
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Capítulo 4
Avaliação do património geomorfológico na Unidade Territorial de Alvaiázere
4.3.2. LIGeom2 – Vale da Mata
O Vale da Mata (ver ficha em anexo) é, à semelhança do LIGeom1, um canhão
fluviocársico (fig. 4.5), mas de maiores dimensões, com cerca de 1000 metros de extensão. Situase no vale da Mata, entre as Serras de Alvaiázere e Ariques. É um local de tipo área situado na
freguesia de Alvaiázere com uma altitude média do fundo de vale entre os 250 e os 350m.
É um local fortemente condicionado por dois acidentes tectónicos, de orientação EsteOeste e Norte-Sul respectivamente, tendo evoluído após as bancadas calcárias do Dogger terem
sido entalhadas pela erosão facilitada pela linha de fragilidade promovida essencialmente pelo
acidente tectónico referido (Cunha, 1990).
O acesso ao local faz-se através da estrada municipal nº 348, a qual atravessa a meia
vertente toda a extensão do vale da Mata. O acesso ao fundo de vale, onde se localizam a maior
parte dos pontos de interesse geomorfológico é apenas possível através de alguns caminhos
ruderalizados, os quais se devem ao pisoteio de rebanhos de gado caprino.
Figura 4.5 – Canhão fluviocársico do vale da Mata, com elementos geomorfológicos em destaque,
visto do topo da vertente Norte da Serra de Alvaiázere.
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Capítulo 4
Avaliação do património geomorfológico na Unidade Territorial de Alvaiázere
Apenas um terço do fundo de vale é visitável devido à impenetrabilidade da vegetação.
As condições de visita são muito difíceis, mas podem observar-se buracas localizadas na escarpa
do sector jusante do vale, embutidas nas paredes verticais do troço inferior das vertentes. No
sector montante do fundo de vale, na base da vertente Sul da Serra de Ariques, encontra-se um
depósito de vertente constituído por clastos angulosos de reduzida dimensão (2 a 5 cm)
fortemente cimentados à superfície e com uma matriz avermelhada na base, entalhada pelo curso
de água temporário.
A partir da EM 348 logo a seguir ao lugar da Marzugueira, encontra-se um bom ponto de
observação transversal do canhão fluviocársico do vale da Mata, obtendo-se um excelente
enquadramento, face às vertentes rectilíneas e ao imponente comando das mesmas (60m), e de
onde se podem observar as cascalheiras de gravidade situadas na vertente Sul da Serra de
Ariques, seja em talude ou em cones individualizados, constituídas também por clastos angulosos
heterométricos de pequena dimensão, mas, neste caso, sem matriz.
Este local pode ser vulnerável ao uso enquanto local de interesse geomorfológico. Se for
utilizada apenas a EM 348 para acesso, o local não terá vulnerabilidade, mas se forem abertos
acessos para o depósito de vertente, estes podem instabilizar o talude, levando à sua destruição
parcial. No que concerne às cascalheiras de gravidade, se estas forem alvo de pisoteio poderão ser
fortemente afectadas, daí a sua alta vulnerabilidade.
Encontram-se nesta área vários pontos de interesse cultural, incluindo antigos moinhos de
água no fundo do vale, muros de suporte ao olival que se prolonga pelas vertentes do vale, bem
como vestígios arqueológicos medievais. Trata-se de uma área afecta à Rede Natura 2000.
Em termos de equipamentos e serviços, Alvaiázere situa-se a apenas 4 km com uma série
de equipamentos importantes para actividades várias de uso deste local como de interesse
geomorfológico.
4.3.3. LIGeom3 – Depressão fluviocársica de Alvaiázere
A depressão fluviocársica de Alvaiázere (ver ficha em anexo) é um local de tipo área (fig.
4.6), situando-se a Este da Serra de Alvaiázere, na freguesia de Alvaiázere, com uma altitude
média de 280m. Trata-se de uma depressão fluviocársica, de dimensão superior a dois
quilómetros quadrados, com fundo talhado nos calcários dolomíticos, prolongando-se por uma
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Capítulo 4
Avaliação do património geomorfológico na Unidade Territorial de Alvaiázere
extensão com cerca de 2km de comprimento e 1,2km de largura. Os materiais aflorantes são as
margas e os calcários margosos do Liásico, com ligeira inclinação para Oeste. No bordo Este da
depressão surgem os dolomitos do Liásico inferior, enquanto que o seu bordo Oeste é constituído
pelos calcários do Dogger (Crispim, 2086). A Oeste situa-se a Serra de Alvaiázere e a Este uma
colina alongada talhada em materiais antemesozóicos (ortognaisses migmatíticos), enquanto que
a Sul se localizam formações superficiais, essencialmente Quaternário (Cunha, 1990). Podemos
também encontrar outros pontos de interesse geomorfológico e geológico, como dois sumidouros
e pegadas de dinossáurios.
O acesso faz-se a partir da Vila de Alvaiázere, e uma série de estradas municipais que
circundam toda a depressão, sendo que uma a atravessa. Além destas estradas, outras há em terra
batida, através das quais se pode cruzar boa parte desta geoforma.
O local é um marco cultural na região, conhecido por “Olival de Alvaiázere”, estando por
isso bem conservado. Apesar deste facto a vulnerabilidade de alguns sectores poderá ser elevada,
derivada da projectada estrada de grandes dimensões que servirá a Vila de Alvaiázere. No entanto
o risco de degradação por uso enquanto local de interesse geomorfológico é diminuto.
O local tem também outros aspectos culturais relevantes, como caminhos ancestrais
(“caminho da missa”) e uma antiga fábrica de sinos. Toda a área está inserida na Rede Natura
2000 e em termos de PDM situa-se em áreas agro-florestais, RAN e REN.
A grande proximidade à Vila de Alvaiázere, sede de concelho, facilita o acesso a
equipamentos e serviços ali existentes, de apoio a actividades que incidam sobre este LIGeom.
Figura 4.6 – Depressão fluviocársica de Alvaiázere, observada a partir da Senhora dos Covões.
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Capítulo 4
Avaliação do património geomorfológico na Unidade Territorial de Alvaiázere
4.3.4. LIGeom4 – Algar da Água
O algar da Água (ver ficha em anexo) é uma cavidade situada no topo da Serra de
Alvaiázere, a 600m de altitude. Localiza-se na freguesia de Alvaiázere e é um local de tipo
isolado. Trata-se de um algar (fig. 4.7) formado nos calcários do Dogger, sendo uma forma
indiciadora de uma carsificação antiga (Crispim, 1986). A abertura da cavidade permite fácil
acesso a visitantes ocasionais.
Figura 4.7 – Vista sobre a entrada do Algar da Água, com planta da cavidade (N.E.A.E.U.A. – 1982).
O interior do algar é constituído por duas galerias com dimensão aproximada 10m cada
uma, podendo observar-se vários espeleotemas, estalagmites e estalactites. Na primeira galeria a
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Capítulo 4
Avaliação do património geomorfológico na Unidade Territorial de Alvaiázere
visualização das formas é facilitada pela existência de luz natural a partir da entrada e a partir de
uma pequena abertura no tecto dessa mesma galeria, enquanto que para a visualização da segunda
galeria já é necessária iluminação artificial.
O algar da água é de extrema importância em termos ecológicos, já que é abrigo nacional
de morcegos, estando protegido por legislação própria e pela Rede Natura 2000.
O acesso ao local faz-se através da estrada que nos leva até ao topo da Serra de
Alvaiázere, daí por via pedonal através de uma série de caminhos ruderalizados, até à entrada do
algar, distante cerca de 500m do vértice geodésico (618m) da Serra de Alvaiázere.
A vila de Alvaiázere situa-se a 5 km deste local, tendo uma série de serviços e
equipamentos de suporte a actividades relacionadas entre outros com o eventual uso do LIGeom,
o qual não é de todo aconselhável, dada a alta vulnerabilidade do mesmo.
4.3.5. LIGeom5 – Algar do Casal Soeiro
O algar do Casal Soeiro (fig. 4.8) é uma cavidade (ver ficha em anexo) situada a escassos
metros do lugar do Casal do Soeiro, na freguesia de Chão de Couce. É um local de tipo isolado,
situado a 380m de altitude.
A entrada deste algar é complexa, já que apenas com material espeleológico se concede
aceder ao interior da cavidade. Chegando ao fundo de um poço vertical com cerca de 6 metros, a
movimentação faz-se sem dificuldade.
O algar tem cerca de 30 metros de extensão e é talhado nos calcários do Dogger, tendo
parte do seu fundo preenchido com depósitos vermelhos argilosos, observando-se no sector
terminal estratificação na base do depósito. Consegue-se, contudo visualizar vários espeleotemas
bem desenvolvidos, caso de estalactites e estalagmites de dimensão razoável (até 2m), além de
cortinas e bandeiras.
O acesso ao local faz-se a partir da Vila de Ansião, rumo ao Casal Soeiro, passando no
lugar do Ribeirinho. Ansião, sede de concelho, dista 3km deste LIGeom, tendo uma série de
equipamentos de apoio a actividades. Contudo não é aconselhável a utilização deste local como
LIGeom, dada a sua alta vulnerabilidade. Consideramos, no entanto, que a sua vulnerabilidade
intrínseca é reduzida, pois sem equipamento especializado é impossível o acesso à cavidade.
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Capítulo 4
Avaliação do património geomorfológico na Unidade Territorial de Alvaiázere
Nas proximidades deste LIGeom localiza-se um antigo lagar e uma série de pequenos
poços utilizados para armazenamento do engaço do lagar, tratando-se de pontos de interesse
cultural. Existe também uma casa antiga, não recuperada, propriedade do Núcleo de Espeleologia
da Universidade de Aveiro.
Figura 4.8 – Pormenor de parte do tecto do algar do Casal Soeiro e de depósito de enchimento do algar,
com estratificação.
4.3.6. LIGeom6 – Fórnia da Cruz
A fórnia da Cruz (ver ficha em anexo) localiza-se perto do lugar do Ribeirinho, na
freguesia de Chão de Couce, situando-se o seu fundo a uma altitude de 350m. É um local de tipo
área, não tendo, no entanto, dimensão quilométrica, onde podemos encontrar vários elementos
com importância a nível geológico e geomorfológico.
A sua localização prende-se com factores litológicos e estruturais, tendo o entalhe da
bancada calcária colocado a descoberto uma camada, com espessura de 100 metros, de margas e
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Capítulo 4
Avaliação do património geomorfológico na Unidade Territorial de Alvaiázere
calcários margosos (Crispim, 1986), originando uma forma quase perfeita em anfiteatro (fig. 4.9),
com diâmetro inferior a 650 metros. No sector montante da fórnia, o fundo está preenchido por
um depósito quaternário, abarrancado por duas linhas de água principais.
Este depósito, composto por materiais de origem provavelmente crioclástica, é constituído
superficialmente por clastos calcários angulosos homométricos, de dimensão média de 2 a 5cm
(pormenor destacado no corte vertical da figura 4.9.), estando coberto por uma matriz
avermelhada, com de 0,5m espessura. No sector jusante deste depósito os clastos apresentam uma
dimensão na ordem dos 10 a 20cm. Na base das vertentes rectilíneas, o depósito tem uma
espessura de até 3 metros, mas a uma distância de 200 metros para jusante, a espessura já é
diminuta (0,5m). O depósito assenta sobre uma bancada calcomargosa, posta a descoberto pela
acção dos cursos de água temporários.
Figura 4.9 – Vista sobre a fórnia da Cruz e sobre depósito Quaternário, com corte em pormenor.
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Capítulo 4
Avaliação do património geomorfológico na Unidade Territorial de Alvaiázere
O acesso ao local é facilitado por dois estradões em terra batida, provenientes do lugar do
Ribeirinho, sendo possível o uso de automóvel. O sector montante da fórnia é visitável apenas via
pedonal através dos terrenos ou pelo fundo dos dois barrancos, tendo sempre boa visibilidade. A
partir do topo da vertente Sudeste, tem-se uma excelente vista de conjunto sobre a fórnia.
No afloramento margoso a elevada concentração de fósseis, nomeadamente amonóides e
bivalves, é bastante expressiva, aspecto confirmado pela Professora Doutora Vanda Faria,
aquando da visita ao local em 2007.
No sector montante e intermédio da fórnia, há um extenso olival, enquanto que no sector
jusante há vinha. Na área encontram-se cerca de 9 poços, para apoio à agricultura, sendo alguns
deles poços de pedra e com métodos de extracção antigos, sendo estes elementos culturais a
destacar.
O estado de conservação de toda a área é bom, enquanto que a sua vulnerabilidade é
reduzida para o conjunto e elevada para os afloramentos fossilíferos. Relativamente ao depósito
quaternário, a sua vulnerabilidade é reduzida. Toda esta área é parte integrante da Rede Natura
2000, enquanto que face ao PDM de Ansião é considerada como REN.
Em termos de equipamentos e serviços, Ansião (sede de concelho) dista 3km deste
LIGeom.
4.3.7. LIGeom7 – Fórnia da Ucha
A fórnia da Ucha (ver ficha em anexo) localiza-se entre as Serras do Casal Soeiro e da
Portela. É um local de tipo área, de dimensão inferior a 1km, situado na freguesia de Chão de
Couce, estando o seu fundo a uma altitude de 370m.
Trata-se de uma fórnia mais estreita e alongada do que a fórnia da Cruz, mas com uma
génese formação semelhante: as bancadas calcárias do Jurássico médio, mais resistentes, foram
erodidas, expondo as bancadas margosas e calcomargosas do Jurássico superior (fig. 4.10), numa
espessura inferior a 100 metros. Observam-se nas vertentes rectilíneas, vários barrancos que
entalharam as camadas menos resistentes (margas e calcários margosos), à excepção de uma
pequena colina calcomargosa, localizada no sector montante da fórnia. Nesta pequena colina a
concentração de fósseis é elevada, observando-se especialmente amonóides.
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Capítulo 4
Avaliação do património geomorfológico na Unidade Territorial de Alvaiázere
A jusante da fórnia localiza-se um vale que se estende por 1,5km até ao lugar da Serra do
Mouro, sendo entalhado nos calcários do Dogger e de fundo em U. No sector terminal deste vale,
constata-se a existência de pequenos depósitos de vertente, constituídos por clastos calcários
envoltos numa matriz vermelha, parcialmente desmantelados (Crispim, 1986).
A acessibilidade faz-se apenas por uma estrada, desde o lugar da Serra do Mouro, através
da EM 1094 ou então por uma nova continuação da estrada em terra batida já existente, através
da serra da Portela. Neste último local de acesso tem-se uma vista panorâmica sobre a fórnia,
percepcionando-se facilmente o controlo litoestrutural na morfologia.
Na área referente exclusivamente à fórnia não há qualquer tipo de uso, e apenas no vale
há um pequeno olival. Com visibilidade reduzida, observa-se um pequeno curso de água
ocasional que escoa a partir de pequenos barrancos localizados na fórnia a montante.
Figura 4.10 – Fórnia da Ucha, destacando o controle litoestrutural na morfologia local.
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Capítulo 4
Avaliação do património geomorfológico na Unidade Territorial de Alvaiázere
O estado de conservação da fórnia da Ucha é bom, apesar de terem ocorrido alguns danos
na abertura do seguimento do estradão já existente. Toda a área é parte integrante da Rede Natura
2000, enquanto que em termos de PDM de Ansião, é REN.
Relativamente a equipamentos e serviços, Ansião localiza-se a 4,5km e o Avelar a 6,5km.
4.3.8. LIGeom8 – Fórnia do Bofinho
A fórnia do Bofinho (ver ficha em anexo), situa-se na transição entre a Serra pequena e a
serra de Alvaiázere, na freguesia de Alvaiázere, tendo o fundo a uma altitude de 220m. É um
local de tipo área diferenciando-se das outras duas fórnias localizadas dentro da Unidade
Territorial de Alvaiázere, sendo esta de menor dimensão (fig. 4.11), com um diâmetro inferior a
400 metros e vertentes rectilíneas.
Figura 4.11 – Vista sobre a fórnia do Bofinho.
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Capítulo 4
Avaliação do património geomorfológico na Unidade Territorial de Alvaiázere
A diferenciação litológica dos calcários do Dogger e das margas e calcários margosos está
bem expressa em termos visuais, onde o limite da vegetação faz genericamente a separação dos
calcários do Jurássico médio com as margas e calcários margosos do Jurássico inferior. Nesta
mesma transição localiza-se a meia vertente uma pequena exsurgência que serve de ponto de
encontro a rebanhos de gado caprino.
Na vertente Oeste da Serra de Alvaiázere (vertente esquerda da fórnia) localiza-se o
acidente tectónico que faz a transição entre a Serra de Alvaiázere e a Serra Pequena,
prolongando-se esta falha até ao Vale da Mata.
O acesso à fórnia faz-se através do lugar do Bofinho, através de um estradão só acessíveis
a veículos todo-o-terreno, sendo que a partir do sector jusante da fórnia, apenas por via pedonal
se consegue aceder a este LIGeom.
O estado de conservação do local é bom e a sua vulnerabilidade ao uso enquanto local de
interesse geomorfológico é reduzida, e apenas a abertura de eventuais acessos se apresenta como
potencial ameaça. Toda a área faz parte da Rede Natura 2000. O fundo deste fórnia é preenchido
por um extenso olival que se prolonga para Sul.
A vila de Alvaiázere localiza-se a cerca de 6km com alguns equipamentos e serviços
relevantes para o uso deste local enquanto LIGeom.
4.3.9. LIGeom9 – Dolina do Bofinho
A dolina do Bofinho (ver ficha em anexo) localiza-se entre a Aldeia do Bofinho e o lugar
do Bofinho, situados na freguesia de Pelmá, a uma altitude de 210metros (topo). É um local de
tipo isolado, sendo uma dolina de tipo funil com cerca de 50m de diâmetro e 15m de
profundidade (fig. 4.12), apresentando-se como a maior da região.
Devido ao porte arbóreo da vegetação, a visualização da (geo)forma no seu todo é muito
dificultada, encontrando-se, contudo a dolina em perfeito estado de conservação. Facto relevante,
é o de esta dolina estar associada a um acidente tectónico que segue para Norte, bordejando
também a fórnia do Bofinho. A presença desta falha terá possibilitado a existência de uma fissura
de absorção que terá facilitado a formação desta dolina. Na bordadura desta (geo)forma
encontramos um espelho de falha, de orientação Norte/Sul, posto a descoberto pela abertura de
um estradão, sem que tivesse ficado afectado.
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Capítulo 4
Avaliação do património geomorfológico na Unidade Territorial de Alvaiázere
O acesso à dolina do Bofinho faz-se através da EM 1118, sendo que entre a Aldeia do
Bofinho e o lugar do Bofinho se entra num caminho em terra batida, ao longo de 50m, que nos
leva ao local. Este é acessível por automóvel, se necessário.
Actualmente o único uso que se faz da dolina é florestal (carvalhal), com a particularidade
de um local tão pequeno pertencer a um tão elevado número de pessoas (minifúndio).
A vulnerabilidade do local é moderada, já que poderá haver a tendência de colmatar o seu
fundo com resíduos vários, apesar de que não será fácil, dada a sua inclusão na Rede Natura 2000
e ser RAN.
Figura 4.12 – Vista sobre a dolina do Bofinho, tendo como fundo a Aldeia do Bofinho.
Alvaiázere, encontra-se a cerca de 5km, com alguns equipamentos e serviços de apoio a
actividades relacionadas com o uso deste local enquanto LIGeom.
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Capítulo 4
Avaliação do património geomorfológico na Unidade Territorial de Alvaiázere
4.3.10. LIGeom10 – Megalapiás da Mata
O campo de megalapiás da Mata (ver ficha em anexo) estende-se desde a colina do
Castelo, a Sul da Serra de Alvaiázere, até aos Covões, a Norte. Trata-se de um local de tipo área,
inferior a um quilómetro quadrado, que se prolonga desde os 210m até aos 410 metros de
altitude, situado na freguesia de Alvaiázere. Destacamos o facto de ser a primeira vez que este
local é retratado num trabalho de investigação, sendo desta forma desconhecido em termos
científicos.
No campo de megalapiás da Mata, podem ser observadas várias tipologias de megalapiás
derivadas da forte dissolução dos calcários, caso dos megalapiás pedunculado, em dorso, em torre
e em arco, com dimensões muito variadas (fig. 4.13), alguns destes são inacessíveis, devido à
densidade da vegetação arbustiva e arbórea, que a tornam impenetrável.
Figura 4.13 – Tipologias dos megalapiás da Mata (a-Pedunculado; b-dorso; c-torre; d-arco).
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Capítulo 4
Avaliação do património geomorfológico na Unidade Territorial de Alvaiázere
O campo de megalapiás situa-se numa área de fragilidade, associado à escarpa de falha da
Serra de Alvaiázere, sobranceira à depressão fluviocársica de Alvaiázere, observando-se em
alguns dos megalapiás um nível de brechas, devido a movimentos de deslizamento
sindeposicionais (Soares, 1984).
Podemos encontrar várias pias cársicas de dissolução nos calcários do Dogger, elementos
culturais muito importantes, por representarem uma forma de armazenamento natural de água
para actividades antrópicas até há poucas décadas.
Apenas em alguns terrenos particulares, em pequenas hortas, se cultiva os mesmos,
representando no entanto uma área muito diminuta. A vulnerabilidade é muito diminuta, apesar
de uma pequena extensão se situar em área urbana, sendo a restante área agro-florestal. Toda a
área é parte integrante da Rede Natura 2000.
A vila de Alvaiázere situa-se a 3,5km deste LIGeom, tendo infraestruturas de apoio para
actividades neste local (enquanto LIGeom), casos do parque de campismo, de um parque de
merendas (Mata do Carrascal).
4.3.11. LIGeom11 – Depósito de vertente da Serra de Alvaiázere
O depósito de vertente da Serra de Alvaiázere (ver ficha em anexo), situa-se a meio da
vertente Este, convexo-côncava, perto do lugar da Porta, a cerca de 490m de altitude (fig. 4.14).
É um local de tipo isolado, com cerca menos de 100m2 situado na freguesia de Alvaiázere. É
constituído por clastos angulosos de 2 a 3cm, fortemente cimentados na parte superficial do
depósito (1m) e com matriz calcomargosa na parte intermédia. Uma característica particular deste
depósito de vertente é o de se situar a meia vertente e não na base da vertente, caso do depósito
de vertente do Vale da Mata (quadro 4.4). Por comparação com outros situados na Serra de Sicó
(Poço de Condeixa, Vale das Buracas e Vale do Poio) a sua génese poderá ser atribuída ao
período frio do Riss (Cunha, 1988).
O acesso ao depósito de vertente é difícil, e faz-se através da EM 348, passando o lugar da
Porta, corta-se à esquerda seguindo o caminho que nos leva até ao depósito de água; seguindo
cerca de 500m, tem de se seguir um trilho pedestre de declive acentuado, que nos leva até ao
local.
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Capítulo 4
Avaliação do património geomorfológico na Unidade Territorial de Alvaiázere
Este local não apresenta qualquer tipo de uso, inserindo-se também em Rede Natura 2000
e em termos de PDM de Alvaiázere, insere-se nos espaços naturais e RAN. A vila de Alvaiázere
situa-se a 4km, tendo os já referidos equipamentos e serviços inerentes a uma sede de concelho.
Figura 4.14 – Depósito de vertente da Serra de Alvaiázere.
4.3.12. LIGeom12 – Cascalheiras de gravidade da Serra de Alvaiázere
As cascalheiras de gravidade da Serra de Alvaiázere (ver ficha em anexo), local de tipo
isolado, estendem-se por uma área subjacente à escarpa de falha da Serra de Alvaiázere, no seu
topo Nordeste, situando-se na freguesia de Alvaiázere a uma altitude média de 570metros. Ali
podemos observar escombreiras de gravidade em talude e em cones individualizados, numa
extensão aproximada de 400 metros de comprimento e cerca de 50m de largura (fig. 4.15).
Estas escombreiras são alimentadas pela cornija localizada no topo da vertente, sendo o
acumular dos fragmentos facilitado por uma rechã presente na vertente, numa área de grande
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Capítulo 4
Avaliação do património geomorfológico na Unidade Territorial de Alvaiázere
instabilidade em termos de movimento de massa. Os clastos calcários angulosos são
heterométricos em termos de conjunto, sendo no troço superior do cone (fig. 4.15) de dimensão
reduzida (3 a 8cm) e no troço inferior, blocos e maiores que 50cm.
A acessibilidade ao local é muito difícil e algo perigosa, devido ao declive. Através do
corte dos Gamenhos, na EM 348, até ao lugar da Porta, depois de jipe pela estrada que segue para
a Serra pequena. Adiante, no final do eucaliptal, existe um caminho pedonal utilizado
maioritariamente por pastores, que nos leva até ao LIGeom12.
A visibilidade do depósito é boa e o seu estado de conservação também, sendo
atravessado por alguns carreiros. Entre os clastos foram encontradas cerâmicas de idade
medieval. O local não tem uso, situando-se em Rede Natura 2000.
Figura 4.15 – Pormenor de cascalheira de gravidade, em cone, com granoclassificação do alto para a base.
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Capítulo 4
Avaliação do património geomorfológico na Unidade Territorial de Alvaiázere
4.3.13. LIGeom13 – Senhora dos Covões
O local de interesse geomorfológico nº13, de tipo panorâmico, situa-se no lugar dos
Covões, a cerca de 340m de altitude (ver ficha em anexo). Trata-se de um local panorâmico,
situado a meia vertente, em frente à capela da N.ª Sr.ª dos Covões, na freguesia de Alvaiázere
(fig. 4.16).
Deste local podemos observar em perfil a escarpa de falha da Serra de Alvaiázere, a
depressão fluviocársica de Alvaiázere e o Maciço Hespérico. O acesso faz-se através da EM 1118
até ao lugar dos Covões, onde se corta para a Capela de N.ª Sr.ª dos Covões, tendo um parque de
estacionamento à frente da capela. A qualidade panorâmica é muito elevada, sem que haja
obstáculos visuais.
É um local bem conservado, tendo sido alvo de melhorias (arranjo do largo) em 2007 por
parte da Junta de Freguesia de Alvaiázere. A vulnerabilidade do local ao uso enquanto local de
interesse geomorfológico é diminuta. Em termos de equipamentos e serviços, Alvaiázere situa-se
a apenas 2,5km e Cabaços (Pussos) a 6,5km, com uma residencial e serviços ao cidadão.
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Avaliação do património geomorfológico na Unidade Territorial de Alvaiázere
Figura 4.16 – Vista panorâmica a partir da Senhora dos Covões.
Capítulo 4
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Capítulo 4
Avaliação do património geomorfológico na Unidade Territorial de Alvaiázere
4.3.14. LIGeom14 – Lapiás da Serra de Alvaiázere
O campo de lapiás da Serra de Alvaiázere (ver ficha em anexo), é um local de tipo área,
com mais de 2 quilómetros quadrados, e estende-se pelo topo da Serra de Alvaiázere, a uma cota
média de 600m, localizando-se na freguesia de Alvaiázere. O topo da Serra de Alvaiázere
corresponde genericamente a um extenso afloramento de calcários do Dogger, podendo observarse muitas das tipologias de lapiás, como lapiás em ninhos ou favos de abelha (A), em mesa (B)
em fendas ou ranhuras (C), ou em sulcos ou regueiras (D) (fig. 4.17).
Figura 4.17 – Tipologias de lapiás no topo Norte da Serra de Alvaiázere.
As diferentes tipologias de lapiás devem-se a uma série de factores condicionados
fundamentalmente pelo tipo de calcários, pelo diaclasamento e fendas das camadas, altitude do
local e fases climáticas (Rodrigues et al., 2007).
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Capítulo 4
Avaliação do património geomorfológico na Unidade Territorial de Alvaiázere
O acesso faz-se através da estrada que nos leva ao vértice geodésico da Serra de
Alvaiázere (618m), e a partir daí só por via pedonal podemos percorrer toda a área, a qual está
parcialmente coberta por depósitos vermelhos (“terra rossa”) e por vegetação arbustiva, o que
dificulta, quer a visualização dos elementos geomorfológicos, quer a própria locomoção.
Actualmente o local não tem uso, estando em bom estado de conservação e protegido
relativamente aos habitats da Rede Natura 2000 ali presentes. Alvaiázere situa-se a 5,5km, tendo
equipamentos e serviços disponíveis.
4.3.15. LIGeom15 – Topo da Serra de Alvaiázere
O local de interesse geomorfológico nº15, situa-se próximo do vértice geodésico no topo
da Serra de Alvaiázere, na freguesia de Alvaiázere, sendo um local de tipo panorâmico (ver ficha
em anexo). É o local com maior ângulo de visão, de onde se podem observar num dia de boa
visibilidade locais como a Serra de Aire (Maciço Calcário Estremenho), Serra da Lousã e a
vertente Sul da Serra da Estrela. Localmente observa-se grande parte do Maciço de Sicó, bem
como a Bacia Cretácica de Ansião (fig. 4.18), que se estende para Sudoeste. É um campo de
visão amplo que engloba parte da Orla Mesocenozóica Ocidental, bem como o Maciço
Hespérico. A tectónica de fracturação ocorrida em toda esta região é facilmente compreendida
através, por exemplo, da visualização do bloco a que corresponde a Unidade Territorial de
Alvaiázere.
Figura 4.18 – Vista panorâmica parcial a partir do vértice geodésico de Alvaiázere (618m).
O acesso ao LIGeom15 faz-se pela estrada de acesso à Serra de Alvaiázere, onde podem
circular autocarros. Actualmente este local é utilizado como miradouro, sem que tenha algum
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Capítulo 4
Avaliação do património geomorfológico na Unidade Territorial de Alvaiázere
género de infraestrutura para isso, sendo apenas um largo onde o visitante leva o carro e
estaciona, desfrutando a paisagem.
A vulnerabilidade do local é diminuta e a vila de Alvaiázere situa-se a 5km,
tendo além de parque de campismo um posto de turismo, bem como uma residencial.
4.3.16. LIGeom16 – Senhora da Ameixieira
O local de interesse geomorfológico nº16 (ver ficha em anexo), situa-se nas imediações
de uma capela situada na Serra da Ameixieira, na freguesia de Chão de Couce, a uma altitude de
430m. Trata-se de um local de tipo panorâmico situado no terraço de uma pequena capela
construída há cerca de duas décadas para devoção de uma imagem religiosa.
Da Sr.ª da Ameixieira podemos observar vários pontos de interesse muito importantes em
termos geológicos e geomorfológicos. A primeira observação leva-nos a constatar a transição do
Maciço Hespérico (a Este) para a Orla Mesocenozóica Ocidental (fig. 4.19).
Figura 4.19 – Vista panorâmica parcial da Senhora da Ameixieira.
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Capítulo 4
Avaliação do património geomorfológico na Unidade Territorial de Alvaiázere
Em termos regionais é um dos melhores pontos de observação do Maciço de Sicó,
destacando-se as colinas dolomíticas (a Norte), as colinas calcomargosas (a Norte), as Serras de
Sicó, Janeanes, Monte de Vez e as colinas de Trás de Figueiró, Ateanha, Juromelo e Germanelo.
Visualiza-se ainda o grande fosso meridiano, a Nordeste deste local, o qual é controlado
tectonicamente pela falha Porto-Tomar-Badajoz.
O acesso faz-se através da EM 1094. Vindo de Ansião, vira-se na placa do Clube dos
Caçadores, seguindo de carro até à berma da capela, através da qual se acede a um pequeno
terraço panorâmico. À excepção do quadrante Sul, a visibilidade a partir deste local é total.
O único uso que se faz deste local é precisamente como miradouro, tendo duas pequenas
mesas já degradadas em redor da capela. A vulnerabilidade é reduzida.
Em termos de equipamentos e serviços, a vila de Ansião situa-se a 3,5km, tendo alguns
restaurantes, residenciais, posto de turismo e serviços usuais para uma sede de concelho. A vila
do Avelar situa-se a cerca de 9km, tendo algumas infraestruturas como por exemplo residenciais.
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Capítulo 4
Avaliação do património geomorfológico na Unidade Territorial de Alvaiázere
4.4. Quantificação, avaliação e seriação dos Locais de Interesse Geomorfológico
De acordo com os indicadores que resultam da soma dos vários critérios considerados,
expressos no ponto 4.1.4.1, apresentam-se no quadro 4.7 os resultados numéricos da avaliação
dos Locais de Interesse Geomorfológico, resultantes da aplicação da ficha C (em anexo). No
sentido de se estabelecerem comparações dos resultados obtidos, apresenta-se também o quadro
4.8, no qual os locais possuem uma classificação ordenada para cada um dos 7 indicadores, sendo
reflectida esta seriação no ranking final (Rk). Decorrente da análise destes dois quadros,
discutem-se os resultados e acordo com cada um dos valores avaliados (científico, adicional,
geomorfológico, uso, protecção, gestão e valor total), finalizando com o ranking final, objectivo
último do processo de avaliação.
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Quadro 4.7 – Resultados da avaliação numérica dos Locais de Interesse Geomorfológico da Unidade Territorial de Alvaiázere.
Capítulo 4
Avaliação do património geomorfológico na Unidade Territorial de Alvaiázere
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Quadro 4.8 – Seriação dos Locais de Interesse Geomorfológico da Unidade Territorial de Alvaiázere.
Capítulo 4
Avaliação do património geomorfológico na Unidade Territorial de Alvaiázere
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Capítulo 4
Avaliação do património geomorfológico na Unidade Territorial de Alvaiázere
4.4.1. Valor científico (VCi)
Classificados nas quatro primeiras posições no valor científico (quadro 4.6), ficaram
respectivamente o campo de megalapiás da Mata (LIGeom10), o miradouro no topo da Serra de
Alvaiázere (LIGeom15), o canhão fluviocársico da Ribeira da Barroca (LIGeom1) e o campo de
lapiás da Serra de Alvaiázere. Estes locais ficaram bem posicionados nos sete critérios deste
indicador, sendo três destes locais de tipo área e um panorâmico.
Nos últimos dois lugares ficaram respectivamente o depósito de vertente da Serra de
Alvaiázere (LIGeom11) e o algar da Água (LIGeom4). A justificação destes dois LIGeom terem
sido mal pontuados, mesmo que sejam ocorrências importantes na área e bons exemplos de
evolução geomorfológica, deve-se ao facto de: não terem outros elementos geológicos em
destaque; não terem produção ou divulgação científica relativamente ao seu interesse
geomorfológico; haver várias ocorrências a nível regional ou nacional.
4.4.2. Valor adicional (VAd)
Neste indicador (VAd), onde se consideraram três critérios, posicionaram-se nas três
primeiras posições o canhão fluviocársico do Vale da Mata (LIGeom2), o algar da água
(LIGeom4) e a depressão fluviocársica de Alvaiázere (LIGeom3). Nas últimas três posições
ficaram o algar do Casal do Soeiro (LIGeom5), a Dolina do Bofinho (LIGeom9) e o depósito de
vertente da Serra de Alvaiázere (LIGeom11). Estes três LIGeom não têm qualquer elemento
cultural associado, têm valor ecológico nulo ou reduzido e apresentam valor estético reduzido,
contribuindo desta forma para a sua má pontuação neste indicador.
4.4.3. Valor geomorfológico (VGm)
Neste indicador (VGm), resultado da soma do valor científico (VCi) com o valor
adicional (VAd), posicionou-se em primeiro lugar o canhão fluviocársico do Vale da Mata
(LIGeom2), em segundo lugar o miradouro no topo da Serra de Alvaiázere (LIGeom15) e em
terceiro lugar o campo de megalapiás da Mata. Destaque também para o campo de lapiás da Serra
de Alvaiázere LIGeom14), obtendo a quarta posição.
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Capítulo 4
Avaliação do património geomorfológico na Unidade Territorial de Alvaiázere
Nas últimas três posições estão respectivamente o algar do Casal do Soeiro (LIGeom5), a
dolina do Bofinho (LIGeom9) e o depósito de vertente da Serra de Alvaiázere (LIGeom11). Dado
o facto de o VGm = VCi+VAd, é normal que os LIGeom nºs 5, 9 e11 se situem nos três últimos
lugares deste indicador, repetindo os lugares em que ficaram quer no VCi, quer no VAd (fichas
em anexo).
4.4.4. Valor de uso (VUs)
Neste indicador (VUs), no qual se consideraram 6 critérios, posicionaram-se os três locais
de tipo panorâmico, o miradouro no topo da Serra de Alvaiázere (LIGeom15), o miradouro da N.ª
Sr.ª dos Covões (LIGeom13) e o miradouro na Serra da Ameixieira (LIGeom16). De entre todos
os 16 locais de interesse geomorfológico, são estes três os que actualmente têm maior uso por
parte de visitantes, devendo-se ao facto de serem locais de passagem ou paragem por parte de
visitantes desta região. Nos últimos três lugares situam-se precisamente os que têm maior
dificuldade de acesso e/ou visibilidade, as cascalheiras de gravidade da Serra de Alvaiázere
(LIGeom12), o depósito de vertente da Serra de Alvaiázere (LIGeom11) e o algar do Casal do
Soeiro (LIGeom5). Estes locais não têm uso actual, em termos do uso geomorfológico, bem
como outros interesses associados. Sendo a limitação ao uso destes locais uma realidade, o seu
valor de uso torna-se diminuto.
4.4.5. Valor de protecção (VPr)
À semelhança do ocorrido no valor de uso, para o valor de protecção, que considerou dois
critérios, posicionaram-se os mesmos três locais de tipo panorâmico, apesar de com ordens
diferentes, com pontuação máxima. No primeiro lugar ficou o miradouro situado na Serra da
Ameixieira (LIGeom16), no segundo ficou o miradouro localizado no topo da Serra de
Alvaiázere (LIGeom15) e no terceiro lugar o miradouro de N.ª Sr.ª dos Covões (LIGeom13). Por
seu lado nos últimos três lugares ficaram o algar da água (LIGeom4), a fórnia da Ucha
(LIGeom7) e a fórnia da Cruz (LIGeom6) respectivamente. No algar da água, os elementos
geomorfológicos podem facilmente ser deteriorados, daí a sua fraca pontuação. Relativamente às
fórnias da Ucha e da Cruz, o seu valor de protecção é baixo derivado do facto de estarem
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Capítulo 4
Avaliação do património geomorfológico na Unidade Territorial de Alvaiázere
vulneráveis a deterioração, tendo já sido alvo de acções destruíram pequenos elementos
geomorfológicos.
4.4.6. Valor de gestão (VGt)
O valor de gestão, resultado da soma do valor de uso (VUs) e do valor de preservação
(VPr), posicionaram-se igualmente os locais de tipo panorâmico, obtendo posições iguais às do
valor de uso (VUs). Em primeiro lugar o miradouro situado topo da Serra de Alvaiázere
(LIGeom15), o miradouro da N.ª Sr.ª dos Covões (LIGeom13) e o miradouro na Serra da
Ameixieira (LIGeom16). A sua boa acessibilidade, fraca vulnerabilidade enquanto locais de
interesse geomorfológico, valorizaram muito estes LIGeom.
Nos últimos dois lugares, ficaram as cascalheiras de gravidade da Serra de Alvaiázere
(LIGeom12) e o algar do Casal Soeiro (LIGeom5), fruto sobretudo da sua difícil acessibilidade e
elevada vulnerabilidade.
4.4.7. Valor total (VT)
Resultado da soma do valor geomorfológico (VGm) e do valor de gestão (VGt), o valor
total confirmou a excelente pontuação dos três locais panorâmicos, os quais se situaram
novamente nas três primeiras posições: os miradouros do topo da Serra de Alvaiázere,
(LIGeom15), da Serra da Ameixieira (LIGeom16) e da N.ª Sr.ª dos Covões (LIGeom13). Na
quarta posição, fruto também das boas pontuações, ficou o campo de megalapiás da Mata.
Confirmando também as baixas pontuações em todos os 6 anteriores indicadores, situaram-se nos
últimos três lugares as cascalheiras de gravidade da Serra de Alvaiázere (LIGeom12), o depósito
de vertente da Serra de Alvaiázere (LIGeom11) e o algar da água (LIGeom5), todos eles
localizados na Serra de Alvaiázere. O que contribui decisivamente para a penalização destes três
últimos LIGeom em termos numéricos, é o facto de serem locais vulneráveis à acção antrópica e
de difícil acessibilidade. Têm também representatividade diminuta em termos geológicos e
geomorfológicos, facto confirmado pela inexistência de produção científica relevante, além de
fraca ligação a elementos culturais e/ou biológicos
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Capítulo 4
Avaliação do património geomorfológico na Unidade Territorial de Alvaiázere
4.4.8. Ranking final (Rk)
O ranking final, que permite fazer comparações entre os diferentes locais de interesse
geomorfológico (objectivo final da fase de quantificação), relaciona-se com o posicionamento
relativo de cada um dos locais face ao posicionamento dos outros LIGeom.
Relativamente à coluna do valor total (VT), em que o importante é a posição dos valores
numéricos, a coluna do indicador final (Ranking final) teve algumas alterações, mesmo apesar do
facto de 8 dos locais terem mantido a mesma posição em termos de ordem.
Com 13 valores neste indicador (Rk), o miradouro no topo da Serra de Alvaiázere
(LIGeom15) foi considerado como o local de interesse geomorfológico mais valioso na Unidade
Territorial de Alvaiázere, fruto das excelentes pontuações nos indicadores geomorfológico e de
gestão. Com 30 pontos o campo de megalapiás da Mata (LIGeom10) foi considerado como o
segundo LIGeom mais importante de toda esta área, enquanto que o miradouro situado na Serra
da Ameixieira (LIGeom16) ficou no terceiro lugar. Este último teve pontuação mediana no valor
geomorfológico (VGm), mas boa pontuação no valor de gestão (VGt).
Nos primeiros oito lugares ficaram 3 locais de tipo panorâmico e 5 de tipo área.
Os locais considerados como os de menor interesse geomorfológico, fruto das baixas
pontuações em boa parte dos 7 anteriores indicadores, foram as cascalheiras de gravidade da
Serra de Alvaiázere (LIGeom12), o depósito de vertente da Serra de Alvaiázere (LIGeom11) e o
algar do Casal Soeiro (LIGeom5), sendo este último o de menor importância em termos
geomorfológicos.
Consideramos o resultado da seriação correcto em termos genéricos, já que o
posicionamento de cada um dos locais de interesse geomorfológico, quer na coluna do indicador
do valor total (VT), quer na coluna do ranking final (Rk), foi homogéneo, não se detectando
disparidades relevantes em cada indicador principal (VGm e VGt), reflectindo estes, os
indicadores secundários (VCi, VAd, VUs e VPr).
Os locais de interesse geomorfológico com boa pontuação e boa classificação nos
indicadores VT e Rk são os que se enquadram numa estratégia de divulgação e uso.
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Capítulo 4
Avaliação do património geomorfológico na Unidade Territorial de Alvaiázere
4.5. Notas acerca dos Locais de Interesse Geológico da Unidade Territorial de Alvaiázere
Apesar de o objectivo fundamental deste trabalho ser a inventariação, avaliação e
valorização de locais de interesse geomorfológico, considerámos pertinente referenciar alguns
locais de interesse geológico (LIG) identificados durante o trabalho de campo. Alguns destes LIG
foram já referenciados como tendo interesse geológico, de acordo com a sua tipologia (Crispim,
1986; Cunha, 1990), enquanto para outros não foi encontrada qualquer referência bibliográfica.
Devido a este facto, considerámos importante enumerar estes locais de acordo com a sua
tipologia (quadro 4.8.), tendo-os assinalado num mapa onde constam como Locais de Interesse
Geológico (quadro 4.20.). Fica assim o registo para eventual investigação na área, facilitando
desta forma posteriores trabalhos de inventariação. Procedeu-se também a um registo fotográfico
de cada um destes locais.
ID
1
2
3
4
5
6
7
8
10
11
12
Descrição do local
Fósseis da Serra da Ameixieira
Espelho de Falha do Bofinho
Pegadas de Dinossáurio do Campo de Alvaiázere
Pegadas de Dinossáurio da Mata
Perca do Campo
Perca da Boca da Mata
Exsurgência do Olho do Tordo
Perca do Vale da Couda
Falha
Exsurgência da Serra Pequena
Escarpa de falha da Serra de Alvaiázere
Quadro 4.9 – Lista de locais de interesse geológico identificados na Unidade Territorial de Alvaiázere.
Nesta lista destacam-se os LIG´s de interesse paleontológico e tectónico, sendo que todos
estes locais apresentam uma mais valia que os destaca da média dos aspectos geológicos da área
(Brilha, 2005).
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Capítulo 4
Avaliação do património geomorfológico na Unidade Territorial de Alvaiázere
Figura 4.20 – Localização geográfica dos Locais de Interesse Geológico da Unidade Territorial de Alvaiázere.
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Capítulo 4
Avaliação do património geomorfológico na Unidade Territorial de Alvaiázere
4.6. Conclusão
Decorrente da análise dos indicadores valor total (VT) e ranking final (Rk),
complementada por uma análise cuidada dos restantes seis (VCi, VAd, VGm, VUs, VPr e VGt),
consideramos que o algar da água (LIGeom4), o algar do Casal do Soeiro (LIGeom5), o depósito
de vertente da Serra de Alvaiázere (LIGeom11) e as cascalheiras de gravidade da Serra de
Alvaiázere (LIGeom12) devem ser excluídos de qualquer tipo de estratégia de divulgação, sendo
os restantes incluídos numa estratégia de valorização e divulgação, tendo em vista o usufruto por
parte do cidadão. Numa estratégia deste género importa salvaguardar os locais de interesse
geomorfológico que apresentem vulnerabilidade relevante quanto ao uso antrópico, daí se
justificar a salvaguarda destes quatro LIGeom com a sua exclusão.
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Capítulo 5
Uma proposta de estratégia para a valorização e divulgação do património geomorfológico da
Unidade Territorial de Alvaiázere
Capítulo 5: Uma proposta de estratégia para a valorização e divulgação do
património geomorfológico da Unidade Territorial de Alvaiázere
5.1. A importância da valorização e divulgação do património geomorfológico
Após a inventariação e avaliação dos locais de interesse geomorfológico, é
fundamental propor uma estratégia para a sua valorização e divulgação. A Unidade Territorial
de Alvaiázere pertence a dois municípios com dinâmicas territoriais diferenciadas, pelo que
consideramos que deve aplicada a proposta de Brilha (2005) para uma estratégia de
geoconservação. Esta divide-se em 5 etapas: a inventariação, a quantificação, a classificação,
a divulgação e a monitorização (fig. 5.1). É uma estratégia aplicável a uma área limitada
como esta e apresenta-se talvez como a única forma de conjugar todos os valores ali
presentes, particularmente os geomorfológicos, independentemente de limites administrativos,
algo que muitas vezes fragiliza iniciativas de valorização e divulgação, quer dos locais de
interesse geomorfológico, quer dos valores a eles associados.
As primeiras duas etapas – inventariação e quantificação – são a base de toda a
estratégia, sendo um suporte fundamental para futuras acções de valorização e divulgação dos
locais de interesse geomorfológico (LIGeom). Apesar de apenas uma gruta e os lapiás terem
um estatuto efectivo de protecção (Rede Natura 2000, PDM), consideramos que os LIGeom,
bem como alguns locais de interesse geológico deveriam ser alvo de protecção e classificação
por parte das câmaras municipais de Ansião e Alvaiázere, pelo Instituto da Conservação da
Natureza e Biodiversidade e pela própria Terras de Sicó (Associação de Desenvolvimento).
Os resultados numéricos obtidos através dão processo de quantificação devem ser
entendidos pelas autoridades locais como uma base efectiva, a partir da qual deverão
equacionar uma estratégia de geoconservação comum aos dois municípios. Estes são,
efectivamente, a base fundamental para que cada um dos LIGeom seja alvo de uma estratégia
de valorização e divulgação ou de uma estratégia de protecção e conservação, dependendo da
sua vulnerabilidade.
No final do último capítulo, referimos que o algar da Água (LIGeom4), o algar do
Casal do Soeiro (LIGeom5), o depósito de vertente da Serra de Alvaiázere (LIGeom11) e as
cascalheiras de gravidade da Serra de Alvaiázere (LIGeom12), devem ser excluídos de uma
estratégia de valorização e divulgação. Apesar deste facto, estes LIGeom devem ser
enquadrados numa estratégia de protecção e conservação.
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Capítulo 5
Uma proposta de estratégia para a valorização e divulgação do património geomorfológico da
Unidade Territorial de Alvaiázere
Inventariação
Quantificação
Âmbito local e regional
Classificação de âmbito municipal e
âmbito regional: PDM´s de Ansião e
Alvaiázere; Rede Natura 2000 – Sítio Sicó
Alvaiázere.
Avaliação da vulnerabilidade de
degradação ou perda por causas
naturais e/ou antrópicas
Baixa vulnerabilidade
Alta vulnerabilidade
Estratégias de valorização e
divulgação
Estratégias de protecção e de
conservação
Monitorização
Figura 5.1 – Fases de implementação de uma estratégia de geoconservação para aplicação na Unidade
Territorial de Alvaiázere (Brilha, 2005, modificado).
Os restantes locais de interesse geomorfológico seleccionados no presente trabalho
devem ser enquadrados na estratégia de valorização e divulgação, obviamente tendo também
em conta a sua protecção e conservação. Além destes LIGeom, os locais que ficaram de fora
da quantificação, sendo apenas considerados como potenciais locais de interesse
| 134 |
Capítulo 5
Uma proposta de estratégia para a valorização e divulgação do património geomorfológico da
Unidade Territorial de Alvaiázere
geomorfológico, deverão numa fase posterior ser reavaliados numa estratégia de
geoconservação (Pereira, 2006).
5.2. Propostas de valorização e divulgação dos Locais de Interesse Geomorfológico da
Unidade Territorial de Alvaiázere
5.2.1. Introdução
As propostas que apresentamos para uma estratégia de valorização e divulgação do
património geomorfológico da Unidade Territorial de Alvaiázere enquadram-se num contexto
real de aplicação, em especial no que respeita aos percursos e rotas. Elas foram pensadas
maioritariamente para uma aplicação imediata por parte dos municípios de Ansião e
Alvaiázere, dependendo apenas de breves acertos, como é o caso da sinalização e limpeza de
alguns troços dos percursos pedestres propostos.
Algumas dificuldades apresentaram-se-nos no domínio da divulgação, tendo a ver com
a falta de informação, nomeadamente a cartografia geológica à escala 1: 50 000 e 1: 200 000,
inexistente para a área de estudo. Consideramos que quando esta estiver disponível, será
muito importante elaborar um mapa geológico simplificado, bem como cortes geológicos que
permitam visualizar a litoestrutura. Este facto, aliado limitações de tempo, levou a que não
apresentássemos uma proposta efectiva de painel de interpretação geomorfológica, sendo que,
em alternativa, apresentamos um modelo que consideramos adequado para a execução de um
futuro painel, bem como dois exemplos práticos.
5.2.2. Painéis de interpretação geomorfológica da paisagem: alguns exemplos
Existindo três LIGeom de tipo panorâmico na Unidade Territorial de Alvaiázere, é
muito importante neles instalar painéis interpretativos, embora a produção deste tipo de
painéis em Portugal seja recente (Dias et al. 2003) e por isso, pouco comum. A eficácia deste
tipo de recurso depende, em boa parte, da adopção alargada de abordagens interpretativas (fig.
5.2 e 5.3) que permitam uma comunicação eficaz da mensagem pedagógica que se pretende
passar ao cidadão (Dias et al. 2003). Os mesmos autores referem que o sucesso dos painéis
interpretativos está dependente de um bom conhecimento do público-alvo, além da boa
capacidade de comunicação.
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Capítulo 5
Uma proposta de estratégia para a valorização e divulgação do património geomorfológico da
Unidade Territorial de Alvaiázere
Figura 5.2 – Painel informativo da Enseada da Armação Nova e Praia do Telheiro
(Parque Natural do SW Alentejano e Costa Vicentina).
Figura 5.3 – Painel informativo do Monumento Natural das pegadas dos dinossáurios da Serra de Aire
(PNSAC).
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Capítulo 5
Uma proposta de estratégia para a valorização e divulgação do património geomorfológico da
Unidade Territorial de Alvaiázere
No caso da Unidade Territorial de Alvaiázere, o público-alvo é maioritariamente o
habitante local, constituindo este a maior fracção dos visitantes. É importante ter em conta
que o objectivo principal dos painéis, terá de dar preferência a um nível interpretativo, em vez
de um puramente informativo, criando interesse ao visitante.
Os conteúdos a desenvolver nos painéis interpretativos devem ter em conta as várias
escalas de observação nos diferentes miradouros, desde uma escala quilométrica até à
decaquilométrica. Os conteúdos podem ser vários, como aspectos geológicos e
geomorfológicos, onde se incluem a leitura de paisagem, as formas cársicas, e aspectos
paleontológicos, estratigráficos, litológicos, tectónicos, bem como outros de índole
geocultural (fig. 5.4).
.
Figura 5.4 – Representação esquemática de formato gráfico e tipo de conteúdos adoptado em painéis
interpretativos produzidos para o Parque Natural de Montesinho (Pereira, 2006).
Além dos painéis interpretativos, outras propostas há, que podem ser desde já
estabelecidas na prática na Unidade Territorial de Alvaiázere, de forma a divulgar os locais de
interesse geomorfológicos avaliados, nomeadamente no que concerne à sua vulnerabilidade.
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Capítulo 5
Uma proposta de estratégia para a valorização e divulgação do património geomorfológico da
Unidade Territorial de Alvaiázere
5.2.3. Percursos e rotas de interpretação da paisagem
Uma das propostas práticas que apresentamos para a valorização e divulgação dos
locais de interesse geomorfológico, bem como locais de interesse geológico e etnográfico,
presentes na Unidade Territorial de Alvaiázere, é a implantação de 5 percursos pedestres, 2
percursos de BTT e 1 percurso turístico para jipes, todos eles de interesse geomorfológico.
Consideramos que numa região como esta, onde não existem percursos pedestres
efectivamente estabelecidos, se justifica a implantação destes três tipos de trilhos ou rotas.
Todos os percursos foram idealizados com base no conhecimento sobre a área e de
acordo com os valores presentes, reunidos genericamente na categoria de locais de interesse
geocultural. Tratam-se de locais representativos do modo de vida das populações e da sua
interligação com o meio físico, como por exemplo as eiras em laje calcária, antigos moinhos
de vento ou água, abrigos de pastor ou poços de pedra antigos (quadro 5.1.). Além desta
categoria, consideraram-se os locais de interesse religioso, sejam capelas ou alminhas, quando
localizados em locais particulares, caso da capela dos Covões, que se localiza a meia-vertente
na Serra de Alvaiázere, com vista panorâmica para a depressão fluviocársica de Alvaiázere.
Por fim, consideraram-se os locais de interesse mineiro, caso das minas da Porta, ou de
interesse arqueológico, como os castros do topo da Serra de Alvaiázere ou da colina do
Castelo.
Outros factores, como a limitação à passagem em áreas sensíveis do ponto de vista
patrimonial, foram também tomados em conta, tendo em atenção que toda a área pertence
também à Rede Natura 2000. Só desta forma será possível implantar um percurso turístico de
jipes, que se compatibiliza com todos os valores presentes, naturais e culturais.
Os percursos propostos foram definidos com base em caminhos existentes. Apesar
deste facto, consideramo-los apenas como propostas, pois caso as câmaras municipais
queiram efectivamente apostar na divulgação deste tipo de património, podem ser feitas
melhorias nos percursos aproveitando antigos trilhos actualmente cobertos pela vegetação. É
de notar que todos os percursos propostos foram testados no campo e que são exequíveis e
correctos do ponto de vista técnico (http://www.fcmportugal.com/frameP.asp). Consideramos
também que os percursos propostos poderão ter mais sucesso se enquadrados numa estratégia
intermunicipal que os conjugue com outras mais-valias no âmbito territorial, podendo resultar
numa melhoria de vida das populações.
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Capítulo 5
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Uma proposta de estratégia para a valorização e divulgação do património geomorfológico da
Unidade Territorial de Alvaiázere
Descrição do local
Moinho
Poço de escadas antigo
Poço de escadas antigo
Fonte
Fonte e lavadouro
Fonte
Fonte
Fonte e lavadouro
Antigo moinho de água
Antigo moinho de água
Antiga fonte em escadaria
Poço de carapuça com púcaro
Poço de carapuça com púcaro
Ponte antiga
Antiga fábrica de sinos da Boca da Mata
Antigo moinho de vento
Poço antigo em escadaria e em pedra
Antigo moinho de vento
Pocinhos de armazenagem de bagaço
Antigo lagar
Eira em laje calcária
Eira em laje calcária
Eira em laje calcária
Eira em laje calcária
Eira em laje calcária
Eira em laje calcária
Eira em laje calcária
Moinho de vento
Poço natural (pia cársica)
Poço natural (pia cársica)
Poço natural (pia cársica)
Poço natural (pia cársica)
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Descrição do local
Poço natural (pia cársica)
Poço natural (pia cársica)
Moinho de água
Fonte
Eira em laje calcária
Eira em laje calcária
Eira em laje calcária
Eira em laje calcária
Eira em laje calcária
Casa porto de abrigo de antigas rotas
Fonte
Poço antigo de pedra
Eira em laje calcária
Eira em laje calcária
Eira em laje calcária
Eira em laje calcária
Eira em laje calcária
Eira em laje calcária
Eira em laje calcária
Eira em laje calcária
Eira em laje calcária
Eira em laje calcária
Eira em laje calcária
Eira em laje calcária
Eira em laje calcária
Poço natural
Marco dos Templários
Abrigo de pastor
Abrigo de pastor
Abrigo de pastor
Castelo em ruínas
Poço natural (pia cársica)
Quadro 5.1 – Locais de interesse geocultural existentes na Unidade Territorial de Alvaiázere.
5.2.3.1. Percursos pedestres
a) Trilho das Fórnias
O Trilho das Fórnias é um percurso pedestre circular, com cerca de 11km em redor das
fórnias da Cruz e da Ucha (fig. 5.3). O trajecto inicia-se e termina perto de um dos locais de
interesse geomorfológico mais importantes desta área, o miradouro da Ameixieira
(LIGeom18). É um percurso de média/alta dificuldade, que circunda dois locais de interesse
geomorfológico, a fórnia da Cruz (LIGeom6) e a fórnia da Ucha (LIGeom7). Além destes
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Capítulo 5
Uma proposta de estratégia para a valorização e divulgação do património geomorfológico da
Unidade Territorial de Alvaiázere
locais de interesse geomorfológico e de um local de interesse geológico (fósseis), o troço
permite observar vários locais com outros valores associados (quadro 5.1.).
Figura 5.3 – Percurso pedestre do trilho das fórnias.
Destaca-se a boa visibilidade em boa parte do percurso, permitida pela quase ausência
de vegetação arbustiva. Apenas no sector Ucha/Castelo, a visibilidade é reduzida, devido ao
porte e densidade do estrato arbustivo.
b) Trilho do Bofinho
Este percurso circular com cerca de 5km, tem o seu início na aldeia do Bofinho (fig.
5.4). É um trilho de média dificuldade, que tem como pontos de interesse principais a dolina
do Bofinho (LIGeom9), a fórnia do Bofinho (LIGeom8) e dois locais de interesse geológico
importantes: o espelho de falha do Bofinho (LIG2) e a exsurgência do Olho do Tordo (LIG7).
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Capítulo 5
Uma proposta de estratégia para a valorização e divulgação do património geomorfológico da
Unidade Territorial de Alvaiázere
Figura 5.4 – Percurso pedestre do trilho do Bofinho.
Outros elementos de índole cultural se destacam neste percurso, como eiras de lajes
calcárias, um moinho de água e poços em pedra antigos.
c) Trilho do Campo
Trata-se de um percurso pedestre circular com cerca de 7,5km, de dificuldade média,
situado em torno de um dos locais de interesse geomorfológico, a depressão fluviocársica de
Alvaiázere (LIGeom3, fig. 5.5). Tem o seu início noutro local de interesse geomorfológico, o
miradouro da N.ª Sr.ª dos Covões (LIGeom13), de onde se observa a depressão fluviocársica
de Alvaiázere e a escarpa de falha da Serra de Alvaiázere.
A boa visibilidade em todo o percurso deve-se ao facto de o estrato arbóreo ser
esparso. Podemos observar também três locais de interesse geológico: dois sumidouros
(LIG´s 5 e 6) e uma laje calcária com três pegadas de dinossáurios (LIG3).
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Capítulo 5
Uma proposta de estratégia para a valorização e divulgação do património geomorfológico da
Unidade Territorial de Alvaiázere
Figura 5.5 – Percurso pedestre do trilho do Campo.
d) Trilho dos Megalapiás
O Trilho dos Megalapiás é um percurso de dificuldade média/baixa, com cerca de
5km, em torno do campo de megalapiás da Mata (fig. 5.6), que é o segundo local de interesse
geomorfológico mais importante da Unidade Territorial de Alvaiázere. É um trilho situado na
vertente Sul da Serra de Alvaiázere e na base da colina do Castelo, onde se situa um castro da
idade do Bronze.
O interesse fundamental deste percurso é o campo de megalapiás, observando-se
várias tipologias de megalapiás, algumas com formas antropomórficas (o “Homem Velho”) e
zoomórficas (a “Tartaruga”) bastante apelativas ao visitante. Observam-se também várias pias
cársicas, utilizadas no passado como reservatório de água, um elemento geocultural muito
relevante. Destaca-se ainda uma pegada de dinossáurio (LIG4) situada perto de uma casa
rústica em pedra, local de paragem de caminhos antigos. Aí, o visitante pode encontrar
também um marco dos templários, prova da sua importância enquanto ponto de passagem de
viajantes.
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Capítulo 5
Uma proposta de estratégia para a valorização e divulgação do património geomorfológico da
Unidade Territorial de Alvaiázere
Figura 5.6 – Percurso pedestre do trilho dos megalapiás.
e) Trilho das duas Serras
Este percurso pedestre, de dificuldade média/alta, tem a distância de 5,5km e
desenvolve-se entre a Serra de Alvaiázere e a Serra Pequena. O início e o fim do percurso
encontra-se no topo da Serra de Alvaiázere (LIGeom15), num largo entre o vértice geodésico
(618m) e o posto de vigia, sendo que a partir daí se inicia o trilho pelo campo de lapiás. Esta
área insere-se no perímetro do castro existente no topo da Serra, que é o maior castro da idade
do Bronze da Península Ibérica (Félix, 1999).
O Trilho das duas serras oferece um percurso com boas panorâmicas para todos os
quadrantes, destacando-se a observação de locais de interesse geomorfológico como a
depressão fluviocársica de Alvaiázere (LIGeom3), as cascalheiras de gravidade da Serra de
Alvaiázere (LIGeom12), e o canhão fluviocársico do Vale da Mata (LIGeom2). Observa-se
também boa parte do Maciço de Sicó, destacando-se a Serra de Sicó e Monte de Vez.
A segunda parte do percurso desenvolve-se entre a vertente oeste da Serra de
Alvaiázere e o topo da Serra Pequena, local de passagem do acidente tectónico que separa
estas duas serras (fig. 5.7). Observa-se também a fórnia do Bofinho.
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Capítulo 5
Uma proposta de estratégia para a valorização e divulgação do património geomorfológico da
Unidade Territorial de Alvaiázere
Figura 5.7 – Percurso pedestre do trilho das duas serras.
5.2.3.2. Percursos de BTT
a) Rota das Serras
A Rota das Serras tem cerca de 28,5km e desenvolve-se em torno deste pequeno
maciço calcário (fig. 5.8). É um percurso de dificuldade média, onde o geociclista pode
observar locais de interesse geomorfológico, como é o caso do campo de megalapiás da Mata
(LIGeom10).
O objectivo fundamental desta rota é o de permitir ao visitante, através de uma
componente visual muito apelativa, um contacto o mais próximo possível com alguns dos
locais de interesse geomorfológico, bem como com locais de interesse geológico (quadro
5.2.), associados a outros de valor patrimonial, nomeadamente locais de interesse geocultural
(quadro 5.1.), locais de interesse religioso e locais de interesse arqueológico. Pode ocorrer o
caso de alguns dos locais indicados não serem visitáveis, por estarem situados em terrenos
privados e a cerca de 50m do trilho, casos das pegadas de dinossáurio da Mata e do Campo de
Alvaiázere. É no entanto, importante incluir os mesmos numa proposta como esta, para
eventual inclusão num percurso oficial a implementar pelas autarquias.
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Capítulo 5
Uma proposta de estratégia para a valorização e divulgação do património geomorfológico da
Unidade Territorial de Alvaiázere
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Locais de Interesse Geológico (LIG)
Fósseis da Serra da Ameixieira
Espelho de Falha do Bofinho
Pegadas de Dinossaurio do Campo de Alvaiázere
Pegadas de Dinossaurio da Mata
Perca do Campo
Perca do Vale da Couda
Locais de Interesse geomorfológico (LIGeom)
Depressão Fluviocársica de Alvaiázere
Fórnia da Cruz
Fórnia da Ucha
Dolina do Bofinho
Campo de Megalapiás da Mata
Senhora dos Covões - Miradouro
Miradouro da Capela da Serra da Ameixieira
Quadro 5.2 – Locais de interesse geomorfológico e geológico, visitados na Rota das Serras
e na Rota Alba.
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Capítulo 5
Uma proposta de estratégia para a valorização e divulgação do património geomorfológico da
Unidade Territorial de Alvaiázere
Figura 5.8 – Percurso de BTT da rota das serras.
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Capítulo 5
Uma proposta de estratégia para a valorização e divulgação do património geomorfológico da
Unidade Territorial de Alvaiázere
b) Rota Alba
A Rota Alba é circular, tem 24,4km, e desenvolve-se em redor da Serra de Alvaiázere,
com uma dificuldade média/alta (fig. 5.9). Os objectivos são os mesmos da Rota das Serras,
embora apresente uma componente mais proximal relativamente a alguns dos locais de
interesse geomorfológico, caso da fórnia do Bofinho.
Figura 5.9 – Percurso BTT da rota Alba.
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Capítulo 5
Uma proposta de estratégia para a valorização e divulgação do património geomorfológico da
Unidade Territorial de Alvaiázere
5.2.3.3. Percurso Geoturístico para jipes
a) Rota das Serras – TT
A Rota das Serras destina-se à utilização turística com veículos todo-o-terreno e o seu
objectivo é permitir, de uma forma sustentável, a passagem de veículos motorizados por
locais de interesse geomorfológico (fig. 5.10). Isso é possível, nos casos das fórnias do
Bofinho (LIGeom8) e da Cruz (LIGeom6) onde existem já estradões em terra batida que
permitem a passagem de veículos sem impactos negativos. Contudo, noutras partes da rota,
não é possível passar próximo de LIGeoms, e a rota é fundamentalmente cénica e/ou
contemplativa.
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Capítulo 5
Uma proposta de estratégia para a valorização e divulgação do património geomorfológico da
Unidade Territorial de Alvaiázere
Figura 5.10 – Percurso TT geoturístico da rota das serras.
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Capítulo 5
Uma proposta de estratégia para a valorização e divulgação do património geomorfológico da
Unidade Territorial de Alvaiázere
5.2.3.4. Materiais de apoio aos percursos pedestres
Como apoio aos percursos pedestres, propõe-se a realização de um painel informativo
(fig. 5.12), a ser colocado no ponto de partida de cada um, assim como de um folheto (fig.
5.13 e 5.14) que auxilie o visitante ao longo do percurso.
A razão de apenas apresentamos um exemplo de painel informativo e outro de folheto,
resulta, não só de limitações de tempo, mas também pelo facto de um dos nossos objectivos
ser desenvolver um projecto que tem em vista os percursos pedestres na região, preferindo
não incluir outros exemplos no âmbito deste trabalho. Apesar disso, consideramos os dois
exemplos representativos como proposta.
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Capítulo 5
Uma proposta de estratégia para a valorização e divulgação do património geomorfológico da
Unidade Territorial de Alvaiázere
Figura 5.11 – Exemplo de painel de apoio ao percurso pedestre “Trilho dos megalapiás”.
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Capítulo 5
Uma proposta de estratégia para a valorização e divulgação do património geomorfológico da
Unidade Territorial de Alvaiázere
Figura 5.12 – Exemplo de folheto (face) de apoio ao percurso pedestre “Trilho dos megalapiás”.
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Capítulo 5
Uma proposta de estratégia para a valorização e divulgação do património geomorfológico da
Unidade Territorial de Alvaiázere
Figura 5.13 – Exemplo de folheto (verso) de apoio ao percurso pedestre “Trilho dos megalapiás”.
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Capítulo 5
Uma proposta de estratégia para a valorização e divulgação do património geomorfológico da
Unidade Territorial de Alvaiázere
5.2.4. Infraestruturas de apoio a visitantes
Decorrente do facto de ser importante contar com infraestruturas específicas de apoio
a actividades relacionadas com os locais de interesse geomorfológico, geológico e com os
valores associados, propomos a requalificação de três edifícios abandonados. Dois deles
beneficiam de um bom posicionamento face aos locais de interesse geomorfológico mais
importantes, enquanto o terceiro está num ponto central e beneficia de um posicionamento
estratégico na Unidade Territorial de Alvaiázere.
O primeiro edifício é a antiga escola primária do Bofinho (fig. 5.14), situada no sector
Sul da área de estudo. O segundo, pertence ao Clube dos Caçadores e está actualmente numa
situação de abandono que ocorre há mais de uma década (fig. 5.15). Situa-se no sector Norte
da Unidade Territorial de Alvaiázere, na freguesia de Chão de Couce, Ansião. Finalmente, o
terceiro edifício proposto, é também uma antiga escola primária, situada no lugar de Ariques
(fig. 5.16). Esta antiga escola situa-se no sector central da área de estudo, estando implantada
no seio da maior mancha de carvalho cerquinho (Quercus faginea) da Península Ibérica.
Figura 5.14 – Antiga Escola Primária do Bofinho.
Cada um dos três edifícios propostos pode ser reabilitado com fins diferenciados, mas
com o objectivo comum de servir como infraestrutura de apoio a actividades equacionadas no
âmbito de um plano efectivo de geoconservação para a Unidade Territorial de Alvaiázere.
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Capítulo 5
Uma proposta de estratégia para a valorização e divulgação do património geomorfológico da
Unidade Territorial de Alvaiázere
Figura 5.15 – Edifício dos caçadores, na Serra da Ameixieira, Ansião.
Figura 5.16 – Antiga Escola Primária de Ariques.
A proposta de reabilitação do edifício da antiga escola primária do Bofinho tem como
objectivo torná-la num local para interpretação do património geomorfológico e geológico,
bem como num local de apoio a percursos pedestres, com uma forte componente turística.
Poder-se-ia denominar genericamente como a “Escola da Geodiversidade”.
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Capítulo 5
Uma proposta de estratégia para a valorização e divulgação do património geomorfológico da
Unidade Territorial de Alvaiázere
Para o edifício dos caçadores, na Serra da Ameixieira, a reabilitação teria como
objectivo base a criação de uma geopousada. Este edifício beneficia de uma boa localização, a
apenas a 5km de vias de comunicação regionais importantes, caso do IC8 e do IC3.
Relativamente ao edifício da antiga escola de Ariques, a sua requalificação teria o
propósito de o transformar num centro Ciência Viva, vocacionado principalmente para o
estudo, protecção e divulgação do carvalho cerquinho (Quercus faginea), tendo em conta
também outras espécies existentes na região. Denominar-se-ia como a “Escola da
Biodiversidade”. Apesar de não se enquadrar no domínio da geomorfologia, consideramos
importante incluí-lo neste trabalho, de modo a integrá-lo numa estratégia que conjugue todos
os valores naturais, e que funcione como uma matriz e alavanca para o desenvolvimento e
promoção ambiental da Unidade Territorial de Alvaiázere.
As duas antigas escolas, depois de reabilitadas com os propósitos enunciados,
poderiam servir ainda como postos de turismo aplicados à promoção da geodiversidade local
e regional. Por seu lado, a geopousada complementaria a oferta, sendo um local com óptima
localização e enquadramento paisagístico. A oferta criada com a requalificação destes
edifícios poderia servir não só visitantes e/ou turistas, mas também as escolas e universidades,
tendo em simultâneo um aproveitamento pedagógico e turístico.
5.2.5. Utilização de meios electrónicos para valorização e divulgação do património
geomorfológico
Uma das formas que mais sucesso pode ter para a valorização e divulgação do
património geomorfológico da Unidade Territorial de Alvaiázere, pode ser a utilização de
meios electrónicos, caso da internet e o desenvolvimento de um CD-ROM.
A criação de um espaço próprio dentro dos sites dos municípios de Ansião e
Alvaiázere poderá ser uma boa ferramenta para a valorização do património geomorfológico.
Numa fase inicial, poder-se-ia incluir alguns pontos de interesse nos geoportais destes dois
municípios, mas posteriormente, a opção de um espaço próprio poderia revelar-se como a
melhor solução, tendo associado como componente fundamental uma base de dados que
integre todos os pontos de interesses e características associadas.
Já num âmbito alargado a outros valores naturais, bem como valores culturais,
históricos, entre outros, consideramos que se justifica a produção de um CD-ROM que
englobe de uma forma concreta estes mesmos valores numa componente pedagógica e
turística. A sua criação poderia ser uma base interactiva importante, através da qual o
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Capítulo 5
Uma proposta de estratégia para a valorização e divulgação do património geomorfológico da
Unidade Territorial de Alvaiázere
visitante, clicando em vários objectos, teria acesso aos conteúdos a eles associados (fig. 5.17).
Para que esta proposta seja exequível, seria importante o estabelecimento de parcerias
estratégicas com instituições de investigação e de ensino regionais, bem como com
associações locais.
Figura 5.17 – Exemplo de layout de apresentação de CD-ROM interactivo (Geoparque da floresta petrificada de
Lesvos, Grécia).
5.3. Conclusão
A Unidade Territorial de Alvaiázere apresenta-se como uma área com potencial
suficiente para implementar uma série de iniciativas com vista à valorização e divulgação do
património geomorfológico existente. O património geocultural e geológico enumerado,
ambos incluídos no domínio das propostas apresentadas, afiguram-se como uma mais valia
numa estratégia de geoconservação que se pretende real a curto prazo.
Os percursos e rotas de interpretação da paisagem, os painéis informativos e folhetos
de divulgação dos percursos pedestres são apenas um primeiro passo para a valorização e
divulgação do património desta área e passíveis de aplicação a curto prazo, fazendo uma
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Capítulo 5
Uma proposta de estratégia para a valorização e divulgação do património geomorfológico da
Unidade Territorial de Alvaiázere
abordagem realista no que concerne à sua aplicabilidade. Ainda neste âmbito, os painéis
descritores de paisagem podem ter um papel muito importante.
Seguidamente, as infraestruturas de apoio e a divulgação electrónica assumem-se
como uma forma de sustentabilidade numa estratégia de divulgação e valorização da área em
análise, baseando-se numa abordagem a curto e médio prazo.
Outras actividades há, que se mostraram prometedoras no que se refere à divulgação
da Unidade Territorial de Alvaiázere, referindo-nos às acções de Geologia no Verão 2008,
organizadas sob a nossa responsabilidade. Estas, basearam-se nos resultados preliminares da
inventariação do património geomorfológico desta área e constituíram um primeiro teste às
suas
potencialidades
em
termos
de
turismo
científico
(http://www.cienciaviva.pt/veraocv/geologia/geo2008/index.asp?accao=showactivconcelho&i
d_concelho=442).
Desta forma e tomando em consideração os factores atrás referidos, consideramos
importante a prossecução das propostas apresentadas, seja através das autoridades locais,
regionais ou entidades privadas ligadas de alguma forma à defesa, valorização e divulgação
dos valores aqui enunciados.
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Conclusões
Conclusões
A Unidade Territorial de Alvaiázere é uma área muito diversificada do ponto de vista
geológico e geomorfológico, sendo, também, do ponto de vista dos valores associados, uma
área muito rica. Os valores geoculturais destacam-se como uma mais-valia neste território
deprimido em termos económico-sociais. Apesar deste facto, estes mesmos valores assumemse como uma riqueza inexplorada pelas várias entidades locais e regionais.
Consideramos que o trabalho que agora apresentámos foi um desafio, não só em
termos profissionais, bem como em termos pessoais. Realça-se o facto de termos terminado
este trabalho em condições socio-profissionais substancialmente diferentes da realidade
inicial. Esta situação limita, em parte, a possibilidade de aplicação de algumas das propostas
resultantes deste mesmo trabalho. Mesmo tendo em conta este factor, julgamos que os
objectivos a que nos propúnhamos inicialmente foram cumpridos quase em pleno e que as
ideias resultantes podem ter relevância para políticas que visem o desenvolvimento
socioeconómico da região.
Em termos de resultados, importa distinguir duas partes fundamentais, uma relativa à
fase da inventariação e avaliação dos Locais de Interesse Geomorfológico (LIGeom) e a outra
relativa à valorização e divulgação dos mesmos.
No que concerne à parte da inventariação e avaliação, o profundo conhecimento da
região, derivado não só do prévio conhecimento geral da área, bem como de um extenso
trabalho de campo, revelou-se como um factor fundamental para a etapa da inventariação e
para a etapa da avaliação. O conhecimento dos aspectos geoculturais, além de outros valores
culturais e naturais, que surgem como valores adicionais, revelou-se de primordial
importância tendo em conta um processo de avaliação deste género.
A metodologia de Pereira (2006) escolhida para a inventariação e avaliação dos
LIGeom mostrou-se acertada, tendo a vantagem de considerar outros aspectos para além do
científico, facto fundamental para uma estratégia de geoconservação. O facto de não termos
tido base de comparação, no que concerne a trabalhos que tenham utilizado o mesmo método
aplicado a uma região cársica, não se reflectiu negativamente no resultado. Pelo contrário,
reforçou a criteriosa interpretação que se deve ter num trabalho deste género.
Foram identificados 30 Potenciais Locais de Interesse Geomorfológico na primeira
subetapa da inventariação, resultando depois da subetapa da avaliação qualitativa em cerca de
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Conclusões
16 LIGeom: 3 de tipo panorâmico, 4 de tipo isolado e 9 de tipo área. Avaliado cada um dos
LIGeom, obtiveram-se valores numéricos. Os vários valores obtidos, naturais e culturais,
associados a cada um dos LIGeom, permitiram fazer comparações objectivas com outros
LIGeom.
No Ranking final (Rk), os três locais de tipo panorâmico (topo da Serra de Alvaiázere
- LIGeom15, miradouro da Ameixieira - LIGeom16 e o miradouro da Senhora dos Covões LIGeom13) revelaram-se como sendo os locais de maior interesse geomorfológico,
juntamente com o campo de megalapiás da Mata (LIGeom10), ficando dentro das quatro
primeiras posições. Por seu lado, os locais de tipo isolado (Algar da água - LIGeom4, Algar
do Casal Soeiro - LIGeom5 e cascalheiras de gravidade da Serra de Alvaiázere - LIGeom12)
situaram-se nas últimas quatro posições, pelo que sugerimos a exclusão destes últimos das
estratégias de divulgação e a inclusão de todos os outros numa estratégia de valorização e
divulgação. No entanto, os LIGeom com boa pontuação e boa classificação nos indicadores
Valor Total (VT) e Ranking final (Rk), são os que melhor se enquadram numa estratégia de
divulgação e uso.
Na análise da metodologia aplicada, não podemos deixar de colocar à discussão um
pormenor que, em algumas situações, poderá revelar-se penalizador, mesmo que de forma
diminuta. Referimo-nos aos locais que não deram ainda origem a produção ou a actividades
de divulgação científica, apesar de terem valor científico considerável. Esta situação pode
ocorrer quando se quantifica o valor científico (VCi), no parâmetro relativo à existência de
conhecimento científico associado (K). O facto de um local não ter sido alvo de estudos
científicos, não implica que este mesmo local, não tenha maior valor efectivo do que outros já
com produção ou divulgação científica, por isso consideramos que este é um aspecto a ter em
conta.
Finalizada a primeira parte, obtivemos valores que, além de possibilitarem a
elaboração de propostas com vista à sua divulgação, podem permitir também, ao abrigo da
Lei nº 107/2001 (bases da política e do regime de protecção e valorização do património
cultural) a protecção e valorização destes LIGeom, ou pelo menos de parte deles, com vista a
uma estratégia intermunicipal de geoconservação. Um dos objectivos iniciais deste trabalho,
tendo em conta o vínculo profissional do autor à Câmara Municipal de Alvaiázere (Dezembro
de 2004 a Março de 2008), seria a classificação de alguns destes LIGeom a nível municipal,
mas, por motivos alheios, não foi possível realizar esta tarefa, ficando no entanto a vontade de
promover acções que garantam a inclusão dos LIGeom no domínio dos planos municipais e
regionais de ordenamento do território.
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Conclusões
A inventariação e a avaliação dos LIGeom são o suporte fundamental para as acções
de valorização e divulgação destes locais no âmbito de uma estratégia de geoconservação.
Este facto leva-nos à segunda parte, a qual se reveste de grande importância.
Em primeiro lugar, interessa salientar que as propostas de valorização e divulgação
que elaborámos, no âmbito de uma estratégia de geoconservação para a Unidade Territorial de
Alvaiázere, enquadram-se fundamentalmente ao nível intermunicipal, não impossibilitando,
no entanto, o seguimento de algumas linhas de acção deste domínio a nível municipal, de
parte a parte. Estas propostas foram feitas num contexto real e são passíveis de aplicação a
curto prazo, valorizando assim um futuro plano de geoconservação entre os municípios de
Ansião e Alvaiázere.
Apesar deste último facto, algumas dificuldades decorrentes da falta de informação,
mais especificamente cartografia geológica à escala 1: 50 000 ou mesmo 1: 200 000,
condicionaram a elaboração de painéis descritores de paisagem, um dos objectivos iniciais
deste trabalho. Apesar de considerarmos uma falha que com mais tempo poderia ser
colmatada, em parte, é nossa intenção em trabalhos futuros completar este trabalho neste
aspecto. Este factor reveste-se de grande importância, tendo em conta que 3 dos 4 Locais de
Interesse Geomorfológico com maior valor geomorfológico são locais de tipo panorâmico.
Tendo em conta a crescente procura de actividades de geoturismo, um dos pontos que
demonstrou ser passível de aplicação a curto prazo foi o desenvolvimento de uma rede de
percursos e rotas de interpretação da paisagem, para o qual apresentámos cinco propostas de
percursos pedestres, duas propostas de percursos de BTT e um percurso geoturístico de jipes,
tendo sempre por base a sua aplicação na prática. Desta forma, os percursos e rotas
geoturísticas propostos apresentam-se como soluções que permitem, não só a valorização,
bem como a divulgação dos mesmos. Nestes percursos e rotas, os elementos de interesse
geomorfológico, geológico, geocultural e de interesse arqueológico mereceram destaque,
tendo sido criada uma base geográfica, com georeferenciação, necessária para uma possível
aplicação por parte de entidades locais, públicas ou não, em ambiente SIG. A conjugação de
todos estes valores revelou-se como uma excelente base de suporte à elaboração dos percursos
e rotas geoturísticas.
Relativamente aos materiais de apoio aos percursos pedestres, apresentámos apenas
um painel informativo e um folheto, enquanto exemplificativos do que se pode fazer neste
domínio. Apesar do objectivo principal deste trabalho não ser a valorização e divulgação dos
Locais de Interesse Geomorfológico, mas sim a sua inventariação e avaliação, considerámos
fundamental apresentar algumas propostas no seguimento dessas mesmas etapas, aplicando o
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Conclusões
nosso saber sobre todos os valores associados a estes mesmos locais. Facto a destacar é a
importância do diálogo com os habitantes locais, pois estes possuem um conhecimento sobre
vários aspectos que importa (re)descobrir. Talvez o exemplo mais feliz demonstrativo disto
mesmo seja o caso de um habitante, o senhor Hélder Ferreira, que ao conhecer o nosso
interesse na Unidade Territorial de Alvaiázere, entrou em contacto connosco para nos dar a
conhecer um aspecto peculiar no largo atrás da sua casa, algo que se veio a descobrir que era
uma pegada de dinossáurio, desconhecida até então.
Através da interacção com os habitantes locais apercebemo-nos que estes dão real
valor a muitos das características geomorfológicas de alguns dos LIGeom, mesmo que não se
apercebendo da sua importância científica. Através da atribuição de nomes a alguns dos
megalapiás da Mata, foi-nos possível observar que este simples facto incrementa o interesse
dos habitantes locais, bem como de visitantes, situação que pudemos constatar durante duas
acções de Geologia no Verão 2008 que organizámos e que foram promovidas pelo Grupo
Protecção Sicó. Este facto revelou-se muito frutuoso na divulgação e valorização de alguns
dos LIGeom avaliados no âmbito deste trabalho.
Numa lógica de incrementar o potencial dos valores associados a cada um dos
LIGeom, mas também à própria Unidade Territorial de Alvaiázere, e que já foram
enunciados, considerámos fundamental dar mais sustentabilidade à estratégia de
geoconservação, propondo a reabilitação de algumas infraestruturas de apoio aos percursos e
rotas de interpretação da paisagem, bem como às actividades que visem o aproveitamento
geoturístico da Unidade Territorial de Alvaiázere. Assim, a recuperação e reabilitação de duas
antigas escolas primárias (Ariques e Bofinho) mostra-se como promissora enquanto
infraestruturas de apoio à criação de um complexo interpretativo da Natureza, com vários
pólos, pondo em evidência em termos de valorização e divulgação não só a geodiversidade
mas também a biodiversidade da região. Destaca-se, neste último caso, a existência nesta área
da maior mancha de carvalho cerquinho da Península Ibérica. Este projecto esteve,
inclusivamente, em fase de candidatura a fundos comunitários, por parte do autor, no final de
2007, mas por motivos alheios não foi possível dar-lhe seguimento.
A recuperação e reabilitação de um antigo edifício de caçadores surgiu também como
proposta lógica no seguimento da estratégia aqui apresentada. Ali propomos a criação de uma
geopousada, conceito que pensamos inexistente em Portugal, e que pode revelar-se como uma
boa aposta a seguir pelo município de Ansião, sendo um projecto de valor acrescentado e com
reais possibilidades, dado o seu enquadramento geográfico e cénico.
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Conclusões
Para consolidar a estratégia exposta, consideramos que a inclusão da informação
resultante deste trabalho nos geoportais das câmaras municipais de Alvaiázere e Ansião se
pode revelar como uma boa aposta, integrando muita da informação de base, passível de
inclusão no domínio público. A criação de um CD-ROM pode apresentar-se também como
uma solução em termos de divulgação dos LIGeom, bem como de todos os outros valores
associados.
Desta forma, consideramos positiva a contribuição que este trabalho dá no domínio da
geoconservação na Unidade Territorial de Alvaiázere. O seu sucesso pode passar, não só pelo
aproveitamento da informação de base disponibilizada, pelas entidades locais e regionais,
bem como pela exploração do potencial geoturístico. Por outro lado, pretendemos dar uma
pequena contribuição no domínio do património geomorfológico e geológico na Unidade
Territorial de Alvaiázere, além do possível início de um projecto que dê continuidade à lógica
da geoconservação nesta área muito peculiar do ponto vista natural e cultural.
Consideramos que efectuar este trabalho foi uma experiência humana e profissional
muito gratificante e enriquecedora, mesmo tendo em conta aspectos menos positivos, e que
poderá dar um contributo efectivo e concreto para que a região se possa desenvolver de uma
forma sustentável e dar aos seus habitantes o que estes merecem, um futuro melhor.
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Conclusões
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| 177 |
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ORTOFOTOMAPAS
- Escala 1: 10 000, Instituto Geográfico Português, folhas correspondentes às folhas da Carta
Militar de Portugal acima enumeradas.
FOTOGRAFIA AÉREA
- Escala 1: 15 000 (1990), Instituto Geográfico Português – Fiada 36CN (folha 915 a 924);
Fiada 37NS (folha 1 a 11)
SÍTIOS URL
http://www.iambiente.pt/atlas/est/index.jsp
http://terra.fc.ul.pt/
http://snirh.pt/
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http://www.europeangeoparks.org/
http://www.worldgeopark.org
http://www.karstwaters.org
http://kras.zrc-sazu.si/
http://www.alviela.cienciaviva.pt/
http://www.cm-penela.pt/cised.php
http://www.geomorph.org/wg/wggs.html
http://www.sgu.se/hotell/progeo/
http://www.fcmportugal.com/frameP.asp
http://www.cienciaviva.pt/veraocv/geologia/geo2008/
| 178 |
Anexos
Anexos
| 179 |
Anexos
| 180 |
FICHA A
Avaliação qualitativa dos potenciais Locais de Interesse Geomorfológico
| 181 |
| 182 |
FICHA DE AVALIAÇÃO DE
POTENCIAIS LOCAIS DE INTERESSE GEOMORFOLÓGICO
AUTOR: JOÃO FORTE
LOCAL
DATA: JUNHO DE 2008
Nome: CANHÃO FLUVIOCÁRSICO DA RIBEIRA DA BARROCA Referência: 1
Tipo de local:
isolado
área
Categoria temática:
granítico
vulcânico
tectónico
litoral
glaciário
periglaciário
outra ___________________
Localização:
cársico
fluvial
de vertente
residual
eólico
geo-cultural
Concelho: Alvaiázere
Freguesia: Pelmá
Altitude: 190m
panorâmico
ou altitudes máxima e mínima _____________ Coordenadas: HG Dat 73 -8:25:31 / 39:48:15
N.º e nome da(s) carta(s) topográfica(s) 1:25000: 287 - Alvaiázere
AVALIAÇÃO
A. VALOR
Científico:
baixo
médio
Ecológico:
nulo
muito baixo
baixo
Cultural:
nulo
muito baixo
baixo
médio
Estético:
nulo
muito baixo
baixo
médio
médio
elevado
muito elevado
elevado
elevado
elevado
muito elevado
muito elevado
muito elevado
B. POTENCIALIDADE DE USO
Acessibilidade:
muito difícil
difícil
moderada
fácil
muito fácil
Visibilidade:
muito fraca
fraca
moderada
boa
muito boa
Outros valores (naturais e/ou culturais) e uso actual:
sem valores e sem uso
com valores e sem uso
com valores e com uso
C. NECESSIDADE DE PROTECÇÃO
Deterioração:
Protecção:
fraca
adequada
moderada
moderada
avançada
insuficiente
Síntese: Local muito interessante e com uma variedade de pontos de interesse, como buracas, pias
cársicas, duas cascatas em calcário e uma eventual dobra. Estas cascatas são prova da carsificação
antiga que ocorreu neste vale encaixado. Só se consegue visitar este vale através do talvegue, sendo
acessível através da estrada que vem da aldeia do Bofinho. Dada a sua difícil acessibilidade e
visibilidade reduzida, há possibilidade de haver mais valores por descrever, nomeadamente mais
buracas e grutas, com possibilidade da existência de morcegos nas mesmas. Bem preservado.
| 183 |
TFICHA DE AVALIAÇÃO DE
POTENCIAIS LOCAIS DE INTERESSE GEOMORFOLÓGICO
AUTOR: JOÃO FORTE
LOCAL
DATA: JUNHO DE 2008
Nome: TOPO DA SERRA DE ALVAIÁZERE
Tipo de local:
isolado
área
Categoria temática:
granítico
vulcânico
tectónico
litoral
glaciário
periglaciário
outra ___________________
Localização:
panorâmico
cársico
fluvial
de vertente
residual
eólico
geo-cultural
Concelho: Alvaiázere
Freguesia: Alvaiázere
Altitude: 618
Referência: 2
ou altitudes máxima e mínima _____________ Coordenadas: HG Dat 73 -8:24:44 / 39:49:40
N.º e nome da(s) carta(s) topográfica(s) 1:25000: 287 - Alvaiázere
AVALIAÇÃO
A. VALOR
Científico:
baixo
médio
Ecológico:
nulo
muito baixo
baixo
Cultural:
nulo
muito baixo
baixo
médio
Estético:
nulo
muito baixo
baixo
médio
médio
elevado
muito elevado
elevado
elevado
elevado
muito elevado
muito elevado
muito elevado
B. POTENCIALIDADE DE USO
Acessibilidade:
muito difícil
difícil
moderada
fácil
muito fácil
Visibilidade:
muito fraca
fraca
moderada
boa
muito boa
Outros valores (naturais e/ou culturais) e uso actual:
sem valores e sem uso
com valores e sem uso
com valores e com uso
C. NECESSIDADE DE PROTECÇÃO
Deterioração:
Protecção:
fraca
adequada
moderada
moderada
avançada
insuficiente
Síntese: Vários elementos se destacam, habitats da RN2000, Flora e Fauna, o maior castro da Idade
do Bronze da Península Ibérica. É considerado por Cunha (1989) como o último degrau tectónico
do Maciço de Sicó, o que é relevante em termos geológicos (calcários do Dogger) e
geomorfológicos. Acessibilidade muito fácil, tem estrada até ao topo, com boa visibilidade no
verão, à excepção de dias de inverno, onde a condensação e o nevoeiro causam perca total de
visibilidade. Topo aplanado, representando uma antiga superfície que se estende pela restante área
de estudo (topo das restantes serras e colinas).
| 184 |
FICHA DE AVALIAÇÃO DE
POTENCIAIS LOCAIS DE INTERESSE GEOMORFOLÓGICO
AUTOR: JOÃO FORTE
LOCAL
DATA: JUNHO DE 2008
Nome: DOLINA DO BOFINHO
Tipo de local:
isolado
Referência: 3
área
Categoria temática:
granítico
vulcânico
tectónico
litoral
glaciário
periglaciário
outra ___________________
Localização:
panorâmico
cársico
fluvial
de vertente
residual
eólico
geo-cultural
Concelho: Alvaiázere
Freguesia: Pelmá
Altitude: 210
ou altitudes máxima e mínima _________ Coordenadas: HG Dat 73 -8:25:37 / 39:48:40
N.º e nome da(s) carta(s) topográfica(s) 1:25000: 287 - Alvaiázere
AVALIAÇÃO
A. VALOR
Científico:
baixo
médio
Ecológico:
nulo
muito baixo
baixo
Cultural:
nulo
muito baixo
baixo
médio
Estético:
nulo
muito baixo
baixo
médio
médio
elevado
muito elevado
elevado
elevado
elevado
muito elevado
muito elevado
muito elevado
B. POTENCIALIDADE DE USO
Acessibilidade:
muito difícil
difícil
moderada
fácil
muito fácil
Visibilidade:
muito fraca
fraca
moderada
boa
muito boa
Outros valores (naturais e/ou culturais) e uso actual:
sem valores e sem uso
com valores e sem uso
com valores e com uso
C. NECESSIDADE DE PROTECÇÃO
Deterioração:
Protecção:
fraca
adequada
moderada
moderada
avançada
insuficiente
Síntese: É a maior dolina da região (Ansião/Alvaiázere), por isso tem valor acrescentado. Facto
referido por Cunha (1989) é a questão da proximidade de duas falhas ter facilitado a existência
desta dolina. Tem acesso pela estrada que vem da Mata, sendo que para se deslocar ao fundo da
mesma, o visitante tem de circundar a dolina, algo difícil. Tem vários exemplares arbóreos que
cresceram a partir do fundo (nicho ecológico?). Estrada que foi aberta ao lado é porventura ameaça,
já que permite o despejo de lixo dentro desta dolina, a qual tem vários donos (minifúndio).
| 185 |
FICHA DE AVALIAÇÃO DE
POTENCIAIS LOCAIS DE INTERESSE GEOMORFOLÓGICO
AUTOR: JOÃO FORTE
LOCAL
DATA: JUNHO DE 2008
Nome: FÓRNIA DO BOFINHO
Tipo de local:
isolado
Referência: 4
área
Categoria temática:
granítico
vulcânico
tectónico
litoral
glaciário
periglaciário
outra ___________________
Localização:
panorâmico
cársico
fluvial
de vertente
Concelho: Alvaiázere
Freguesia: Alvaiázere
Altitude: 220
residual
eólico
geo-cultural
ou altitudes máxima e mínima _____________ Coordenadas: HG Dat 73 -8:25:41 / 39:49:08
N.º e nome da(s) carta(s) topográfica(s) 1:25000: 287 - Alvaiázere
AVALIAÇÃO
A. VALOR
Científico:
baixo
médio
Ecológico:
nulo
muito baixo
baixo
Cultural:
nulo
muito baixo
baixo
médio
Estético:
nulo
muito baixo
baixo
médio
médio
elevado
muito elevado
elevado
elevado
elevado
muito elevado
muito elevado
muito elevado
B. POTENCIALIDADE DE USO
Acessibilidade:
muito difícil
difícil
moderada
fácil
muito fácil
Visibilidade:
muito fraca
fraca
moderada
boa
muito boa
Outros valores (naturais e/ou culturais) e uso actual:
sem valores e sem uso
com valores e sem uso
com valores e com uso
C. NECESSIDADE DE PROTECÇÃO
Deterioração:
Protecção:
fraca
adequada
moderada
moderada
avançada
insuficiente
Síntese: É uma fórnia diferente das outras duas existentes na área de estudo, tem uma pequena
exsurgência a meia vertente, a qual se localiza no limite de duas camadas diferenciadas
(Dogger/Liásico) com expressão morfológica acentuada. Boa visibilidade para toda a área e
acessibilidade pedonal moderada. Necessidade de protecção na exsurgência, onde existe um local
onde um extenso rebanho de gado bebe água, facto com grandes impactos em termos erosivos a
meia vertente. No seu bordo leste vê-se o escarpado que acompanha a falha que passa sobranceira à
dolina do Bofinho.
| 186 |
FICHA DE AVALIAÇÃO DE
POTENCIAIS LOCAIS DE INTERESSE GEOMORFOLÓGICO
AUTOR: JOÃO FORTE
LOCAL
DATA: JUNHO DE 2008
Nome: DOLINA DA SERRA 1
Tipo de local:
isolado
Referência: 5
área
Categoria temática:
granítico
vulcânico
tectónico
litoral
glaciário
periglaciário
outra ___________________
Localização:
panorâmico
cársico
fluvial
de vertente
Concelho: Alvaiázere
Freguesia: Alvaiázere
Altitude: 520
residual
eólico
geo-cultural
ou altitudes máxima e mínima _____________ Coordenadas: HG Dat 73 -8:24:54 / 39:49:15
N.º e nome da(s) carta(s) topográfica(s) 1:25000: 287 - Alvaiázere
AVALIAÇÃO
A. VALOR
Científico:
baixo
médio
Ecológico:
nulo
muito baixo
baixo
Cultural:
nulo
muito baixo
baixo
médio
Estético:
nulo
muito baixo
baixo
médio
médio
elevado
muito elevado
elevado
elevado
elevado
muito elevado
muito elevado
muito elevado
B. POTENCIALIDADE DE USO
Acessibilidade:
muito difícil
difícil
moderada
fácil
muito fácil
Visibilidade:
muito fraca
fraca
moderada
boa
muito boa
Outros valores (naturais e/ou culturais) e uso actual:
sem valores e sem uso
com valores e sem uso
com valores e com uso
C. NECESSIDADE DE PROTECÇÃO
Deterioração:
Protecção:
fraca
adequada
moderada
moderada
avançada
insuficiente
Síntese: pequena dolina aberta, situada nos calcários do Dogger e localizada a meia vertente da
Serra de Alvaiázere, “relíquia” do período de carsificação (Cretácico). Acesso muito difícil a partir
do topo, visibilidade fraca devido à vegetação que quase que disfarça esta dolina.
| 187 |
FICHA DE AVALIAÇÃO DE
POTENCIAIS LOCAIS DE INTERESSE GEOMORFOLÓGICO
AUTOR: JOÃO FORTE
LOCAL
DATA: JUNHO DE 2008
Nome: Dolina da Serra 2
Tipo de local:
Referência: 6
isolado
área
Categoria temática:
granítico
vulcânico
tectónico
litoral
glaciário
periglaciário
outra ___________________
Localização:
panorâmico
cársico
fluvial
de vertente
Concelho: Alvaiázere
Freguesia: Alvaiázere
Altitude: 375
residual
eólico
geo-cultural
ou altitudes máxima e mínima _____________ Coordenadas: HG Dat 73 -8:24:36 / 39:48:38
N.º e nome da(s) carta(s) topográfica(s) 1:25000: 287 - Alvaiázere
AVALIAÇÃO
A. VALOR
Científico:
baixo
médio
Ecológico:
nulo
muito baixo
baixo
Cultural:
nulo
muito baixo
baixo
médio
Estético:
nulo
muito baixo
baixo
médio
médio
elevado
muito elevado
elevado
elevado
elevado
muito elevado
muito elevado
muito elevado
B. POTENCIALIDADE DE USO
Acessibilidade:
muito difícil
difícil
moderada
fácil
muito fácil
Visibilidade:
muito fraca
fraca
moderada
boa
muito boa
Outros valores (naturais e/ou culturais) e uso actual:
sem valores e sem uso
com valores e sem uso
com valores e com uso
C. NECESSIDADE DE PROTECÇÃO
Deterioração:
Protecção:
fraca
adequada
moderada
moderada
avançada
insuficiente
Síntese: pequena dolina aberta, situada a meia vertente. O acesso é a partir do caminho que segue
para o depósito de água na vertente Sul da Serra de Alvaiázere. No seu interior há dois pequenos
campos agricultados, já que está preenchida com “terra rossa”. A visibilidade é apenas para o seu
interior, já que a partir do seu limite externo, marcado por pequenos escarpados a visão é totalmente
tapada pela vegetação.
| 188 |
FICHA DE AVALIAÇÃO DE
POTENCIAIS LOCAIS DE INTERESSE GEOMORFOLÓGICO
AUTOR: JOÃO FORTE
LOCAL
DATA: JUNHO DE 2008
Nome: DOLINA DOS FETOS
Tipo de local:
isolado
Referência: 7
área
Categoria temática:
granítico
vulcânico
tectónico
litoral
glaciário
periglaciário
outra ___________________
Localização:
panorâmico
cársico
fluvial
de vertente
Concelho: Alvaiázere
Freguesia: Alvaiázere
Altitude: 500
residual
eólico
geo-cultural
ou altitudes máxima e mínima _____________ Coordenadas: HG Dat 73 -8:24:37 / 39:49:09
N.º e nome da(s) carta(s) topográfica(s) 1:25000: 287 - Alvaiázere
AVALIAÇÃO
A. VALOR
Científico:
baixo
médio
Ecológico:
nulo
muito baixo
baixo
Cultural:
nulo
muito baixo
baixo
médio
Estético:
nulo
muito baixo
baixo
médio
médio
elevado
muito elevado
elevado
elevado
elevado
muito elevado
muito elevado
muito elevado
B. POTENCIALIDADE DE USO
Acessibilidade:
muito difícil
difícil
moderada
fácil
muito fácil
Visibilidade:
muito fraca
fraca
moderada
boa
muito boa
Outros valores (naturais e/ou culturais) e uso actual:
sem valores e sem uso
com valores e sem uso
com valores e com uso
C. NECESSIDADE DE PROTECÇÃO
Deterioração:
Protecção:
fraca
adequada
moderada
moderada
avançada
insuficiente
Síntese: pequena dolina fechada, situada nos calcários do Dogger e localizada a meia vertente da
Serra de Alvaiázere, “relíquia” do período de carsificação ocorrido no Cretácico. Acessibilidade
muito difícil a partir do topo da Serra. Preenchida com “terra rossa” e tem a particularidade de o seu
fundo estar preenchido quase que apenas por fetos (nicho ecológico?).
| 189 |
FICHA DE AVALIAÇÃO DE
POTENCIAIS LOCAIS DE INTERESSE GEOMORFOLÓGICO
AUTOR: JOÃO FORTE
LOCAL
DATA: JUNHO DE 2008
Nome: Campo de Megalapiás da Mata
Tipo de local:
isolado
área
Categoria temática:
granítico
vulcânico
tectónico
litoral
glaciário
periglaciário
outra ___________________
Localização:
Referência: 8
panorâmico
cársico
fluvial
de vertente
residual
eólico
geo-cultural
Concelho: Alvaiázere
Freguesia: Alvaiázere
Altitude ___________ ou altitudes máxima e mínima: 450/210
Coordenadas: HG Dat 73 -8:24:32 / 39:48:18
N.º e nome da(s) carta(s) topográfica(s) 1:25000: 287 - Ansião
AVALIAÇÃO
A. VALOR
Científico:
baixo
médio
Ecológico:
nulo
muito baixo
baixo
Cultural:
nulo
muito baixo
baixo
médio
Estético:
nulo
muito baixo
baixo
médio
médio
elevado
muito elevado
elevado
elevado
elevado
muito elevado
muito elevado
muito elevado
B. POTENCIALIDADE DE USO
Acessibilidade:
muito difícil
difícil
moderada
fácil
muito fácil
Visibilidade:
muito fraca
fraca
moderada
boa
muito boa
Outros valores (naturais e/ou culturais) e uso actual:
sem valores e sem uso
com valores e sem uso
com valores e com uso
C. NECESSIDADE DE PROTECÇÃO
Deterioração:
Protecção:
fraca
adequada
moderada
moderada
avançada
insuficiente
Síntese: extenso campo de megalapiás, desconhecido até 2007 em termos académicos. Estende-se
deste a meia vertente Este da Serra de Alvaiázere até à meia vertente da colina do Castelo. Boa
visibilidade em parte do campo de megalapiás e visibilidade nula noutra, devido à vegetação. Tem
pias cársicas aproveitadas pelo homem para armazenamento de água. Foram encontrados vestígios
arqueológicos e passa pelo meio do campo de megalapiás a estrada dos Templários.
| 190 |
FICHA DE AVALIAÇÃO DE
POTENCIAIS LOCAIS DE INTERESSE GEOMORFOLÓGICO
AUTOR: JOÃO FORTE
LOCAL
DATA: JUNHO DE 2008
Nome: “TÚNEL DO TEMPO” – GEOFORMA CÁRSICA
Tipo de local:
isolado
área
Categoria temática:
granítico
vulcânico
tectónico
litoral
glaciário
periglaciário
outra ___________________
Localização:
panorâmico
cársico
fluvial
de vertente
residual
eólico
geo-cultural
Concelho: Alvaiázere
Freguesia: Alvaiázere
Altitude: 430
Referência: 9
ou altitudes máxima e mínima _____________ Coordenadas: HG Dat 73 -8:24:20 / 39:48:47
N.º e nome da(s) carta(s) topográfica(s) 1:25000: 287 - Alvaiázere
AVALIAÇÃO
A. VALOR
Científico:
baixo
médio
Ecológico:
nulo
muito baixo
baixo
Cultural:
nulo
muito baixo
baixo
médio
Estético:
nulo
muito baixo
baixo
médio
médio
elevado
muito elevado
elevado
elevado
elevado
muito elevado
muito elevado
muito elevado
B. POTENCIALIDADE DE USO
Acessibilidade:
muito difícil
difícil
moderada
fácil
muito fácil
Visibilidade:
muito fraca
fraca
moderada
boa
muito boa
Outros valores (naturais e/ou culturais) e uso actual:
sem valores e sem uso
com valores e sem uso
com valores e com uso
C. NECESSIDADE DE PROTECÇÃO
Deterioração:
Protecção:
fraca
adequada
moderada
moderada
avançada
insuficiente
Síntese: geoforma cársica isolada muito particular e rara. Talhada nos calcários do Dogger, situa-se
no topo da vertente Este da Serra de Alvaiázere e no topo de um megalapiás. Acesso muito difícil
através da escadaria do pequeno parque de merendas existente a meia vertente. Visibilidade apenas
nas proximidades.
| 191 |
FICHA DE AVALIAÇÃO DE
POTENCIAIS LOCAIS DE INTERESSE GEOMORFOLÓGICO
AUTOR: JOÃO FORTE
LOCAL
DATA: JUNHO DE 2008
Nome: SENHORA DOS COVÕES
Tipo de local:
isolado
Referência: 10
área
Categoria temática:
granítico
vulcânico
tectónico
litoral
glaciário
periglaciário
outra ___________________
Localização:
panorâmico
cársico
fluvial
de vertente
residual
eólico
geo-cultural
Concelho: Alvaiázere
Freguesia: Alvaiázere
Altitude: 340
ou altitudes máxima e mínima__________
Coordenadas: HG Dat 73 -8:24:12 / 39:48:51
N.º e nome da(s) carta(s) topográfica(s) 1:25000: 287 - Alvaiázere
AVALIAÇÃO
A. VALOR
Científico:
baixo
médio
Ecológico:
nulo
muito baixo
baixo
Cultural:
nulo
muito baixo
baixo
médio
Estético:
nulo
muito baixo
baixo
médio
médio
elevado
muito elevado
elevado
elevado
elevado
muito elevado
muito elevado
muito elevado
B. POTENCIALIDADE DE USO
Acessibilidade:
muito difícil
difícil
moderada
fácil
muito fácil
Visibilidade:
muito fraca
fraca
moderada
boa
muito boa
Outros valores (naturais e/ou culturais) e uso actual:
sem valores e sem uso
com valores e sem uso
com valores e com uso
C. NECESSIDADE DE PROTECÇÃO
Deterioração:
Protecção:
fraca
adequada
moderada
moderada
avançada
insuficiente
Síntese: Local com excelente visibilidade para a escarpa de falha da Serra de Alvaiázere e para a
depressão fluviocársica de Alvaiázere, dois locais importantes do ponto de vista científico. Tem
acesso pela estrada municipal nº1118 e apresenta-se como um bom local para colocação de painel
descritor. Tem a capela mais conhecida da área (Srª dos Covões), uma pequena lapa e uma pequena
gruta.
| 192 |
FICHA DE AVALIAÇÃO DE
POTENCIAIS LOCAIS DE INTERESSE GEOMORFOLÓGICO
AUTOR: JOÃO FORTE
LOCAL
DATA: JUNHO DE 2008
Nome: CASCALHEIRAS DE GRAVIDADE – SERRA DE ALVAIÁZERE Referência: 11
Tipo de local:
isolado
área
Categoria temática:
granítico
vulcânico
tectónico
litoral
glaciário
periglaciário
outra ___________________
Localização:
panorâmico
cársico
fluvial
de vertente
residual
eólico
geo-cultural
Freguesia: Alvaiázere
Altitude: 550
Concelho: Alvaiázere
ou altitudes máxima e mínima _____________ Coordenadas: HG Dat 73 -8:24:19 / 39:50:06
N.º e nome da(s) carta(s) topográfica(s) 1:25000: 287 - Alvaiázere
AVALIAÇÃO
A. VALOR
Científico:
baixo
médio
Ecológico:
nulo
muito baixo
baixo
Cultural:
nulo
muito baixo
baixo
médio
Estético:
nulo
muito baixo
baixo
médio
médio
elevado
muito elevado
elevado
elevado
elevado
muito elevado
muito elevado
muito elevado
B. POTENCIALIDADE DE USO
Acessibilidade:
muito difícil
difícil
moderada
fácil
muito fácil
Visibilidade:
muito fraca
fraca
moderada
boa
muito boa
Outros valores (naturais e/ou culturais) e uso actual:
sem valores e sem uso
com valores e sem uso
com valores e com uso
C. NECESSIDADE DE PROTECÇÃO
Deterioração:
Protecção:
fraca
adequada
moderada
moderada
avançada
insuficiente
Síntese: cascalheiras de gravidade, com visibilidade moderada. Acesso muito difícil através do
caminho dos gamenhos para a Serra Pequena. Clastos homométricos um pouco por toda a área das
cascalheiras que se situa na vertente Norte da Serra de Alvaiázere
| 193 |
FICHA DE AVALIAÇÃO DE
POTENCIAIS LOCAIS DE INTERESSE GEOMORFOLÓGICO
AUTOR: JOÃO FORTE
LOCAL
DATA: JUNHO DE 2008
Nome: CASCALHEIRAS DE GRAVIDADE – ARIQUES
Tipo de local:
isolado
área
Categoria temática:
granítico
vulcânico
tectónico
litoral
glaciário
periglaciário
outra ___________________
Localização:
panorâmico
cársico
fluvial
de vertente
residual
eólico
geo-cultural
Freguesia: Alvaiázere
Altitude: 330
Referência: 12
Concelho: Alvaiázere
ou altitudes máxima e mínima _____________ Coordenadas: HG Dat 73 - 8:25:22 / 39:50:22
N.º e nome da(s) carta(s) topográfica(s) 1:25000: 287 - Alvaiázere
AVALIAÇÃO
A. VALOR
Científico:
baixo
médio
Ecológico:
nulo
muito baixo
baixo
Cultural:
nulo
muito baixo
baixo
médio
Estético:
nulo
muito baixo
baixo
médio
médio
elevado
muito elevado
elevado
elevado
elevado
muito elevado
muito elevado
muito elevado
B. POTENCIALIDADE DE USO
Acessibilidade:
muito difícil
difícil
moderada
fácil
muito fácil
Visibilidade:
muito fraca
fraca
moderada
boa
muito boa
Outros valores (naturais e/ou culturais) e uso actual:
sem valores e sem uso
com valores e sem uso
com valores e com uso
C. NECESSIDADE DE PROTECÇÃO
Deterioração:
Protecção:
fraca
adequada
moderada
moderada
avançada
insuficiente
Síntese: Cascalheiras de gravidade homométricas, situadas na vertente Sul da Serra de Ariques. Boa
visibilidade através da estrada do Vale da Mata, mas de muito difícil acesso. Parte dos clastos
poderão ser de origem antrópica, pois encontram-se vestígios arqueológicos (Idade Média) entre
eles.
| 194 |
FICHA DE AVALIAÇÃO DE
POTENCIAIS LOCAIS DE INTERESSE GEOMORFOLÓGICO
AUTOR: JOÃO FORTE
LOCAL
DATA: JUNHO DE 2008
Nome: CASCALHEIRAS DE GRAVIDADE – SERRA DE ALVAIÁZERE 2 Referência: 13
Tipo de local:
isolado
área
Categoria temática:
granítico
vulcânico
tectónico
litoral
glaciário
periglaciário
outra ___________________
Localização:
panorâmico
cársico
fluvial
de vertente
residual
eólico
geo-cultural
Concelho: Alvaiázere
Freguesia: Alvaiázere
Altitude: 570
ou altitudes máxima e mínima _____________ Coordenadas: HG Dat 73 -8:24:20 / 39:50:05
N.º e nome da(s) carta(s) topográfica(s) 1:25000: 287 - Alvaiázere
AVALIAÇÃO
A. VALOR
Científico:
baixo
médio
Ecológico:
nulo
muito baixo
baixo
Cultural:
nulo
muito baixo
baixo
médio
Estético:
nulo
muito baixo
baixo
médio
médio
elevado
muito elevado
elevado
elevado
elevado
muito elevado
muito elevado
muito elevado
B. POTENCIALIDADE DE USO
Acessibilidade:
muito difícil
difícil
moderada
fácil
muito fácil
Visibilidade:
muito fraca
fraca
moderada
boa
muito boa
Outros valores (naturais e/ou culturais) e uso actual:
sem valores e sem uso
com valores e sem uso
com valores e com uso
C. NECESSIDADE DE PROTECÇÃO
Deterioração:
Protecção:
fraca
adequada
moderada
moderada
avançada
insuficiente
Síntese: cascalheiras de gravidade, com boa visibilidade. Acesso muito difícil através do caminho
dos gamenhos para a Serra Pequena. Clastos heterométricos com origem no escarpado do topo da
Serra de Alvaiázere, sendo que mais na base das cascalheiras os clastos são mais homogéneos.
| 195 |
FICHA DE AVALIAÇÃO DE
POTENCIAIS LOCAIS DE INTERESSE GEOMORFOLÓGICO
AUTOR: JOÃO FORTE
LOCAL
DATA: JUNHO DE 2008
Nome: CAMPO DE LAPIÁS EM MESA – SERRA DA PORTELA Referência: 14
Tipo de local:
isolado
área
Categoria temática:
granítico
vulcânico
tectónico
litoral
glaciário
periglaciário
outra ___________________
Localização:
panorâmico
cársico
fluvial
de vertente
residual
eólico
geo-cultural
Concelho: Ansião
Freguesia: Pousaflores
Altitude: 500
ou altitudes máxima e mínima _____________ Coordenadas: HG Dat 73 -8:24:04 / 39:52:18
N.º e nome da(s) carta(s) topográfica(s) 1:25000: 275 - Ansião
AVALIAÇÃO
A. VALOR
Científico:
baixo
médio
Ecológico:
nulo
muito baixo
baixo
Cultural:
nulo
muito baixo
baixo
médio
Estético:
nulo
muito baixo
baixo
médio
médio
elevado
muito elevado
elevado
elevado
elevado
muito elevado
muito elevado
muito elevado
B. POTENCIALIDADE DE USO
Acessibilidade:
muito difícil
difícil
moderada
fácil
muito fácil
Visibilidade:
muito fraca
fraca
moderada
boa
muito boa
Outros valores (naturais e/ou culturais) e uso actual:
sem valores e sem uso
com valores e sem uso
com valores e com uso
C. NECESSIDADE DE PROTECÇÃO
Deterioração:
Protecção:
fraca
adequada
moderada
moderada
avançada
insuficiente
Síntese: pequeno campo de lapiás em mesa. Tem acesso através da estrada que leva ao edifício dos
Caçadores e fica por detrás do mesmo. Tem visibilidade apenas no local, já que a vegetação
(pinheiro manso) leva a que estes lapiás sejam invisíveis. Aspecto particular é a diferenciação do
topo para a base dos lapiás, diferenciando-se o topo (calcários do Dogger) da base (dolomias?).
| 196 |
FICHA DE AVALIAÇÃO DE
POTENCIAIS LOCAIS DE INTERESSE GEOMORFOLÓGICO
AUTOR: JOÃO FORTE
LOCAL
DATA: JUNHO DE 2008
Nome: CAMPO DE LAPIÁS DA SERRA DE ALVAIÁZERE Referência: 15
Tipo de local:
isolado
área
Categoria temática:
granítico
vulcânico
tectónico
litoral
glaciário
periglaciário
outra ___________________
Localização:
panorâmico
cársico
fluvial
de vertente
residual
eólico
geo-cultural
Concelho: Alvaiázere
Freguesia: Alvaiázere
Altitude: 600
ou altitudes máxima e mínima _____________ Coordenadas: HG Dat 73 -8:24:33 / 39:49:59
N.º e nome da(s) carta(s) topográfica(s) 1:25000: 287 - Alvaiázere
AVALIAÇÃO
A. VALOR
Científico:
baixo
médio
Ecológico:
nulo
muito baixo
baixo
Cultural:
nulo
muito baixo
baixo
médio
Estético:
nulo
muito baixo
baixo
médio
médio
elevado
muito elevado
elevado
elevado
elevado
muito elevado
muito elevado
muito elevado
B. POTENCIALIDADE DE USO
Acessibilidade:
muito difícil
difícil
moderada
fácil
muito fácil
Visibilidade:
muito fraca
fraca
moderada
boa
muito boa
Outros valores (naturais e/ou culturais) e uso actual:
sem valores e sem uso
com valores e sem uso
com valores e com uso
C. NECESSIDADE DE PROTECÇÃO
Deterioração:
Protecção:
fraca
adequada
moderada
moderada
avançada
insuficiente
Síntese: extensa área com lapiás e campos de lapiás de várias tipologias, desde alveolar a mesa.
Acesso através do topo da Serra de Alvaiázere, onde se podem observar as várias tipologias um
pouco por toda a serra, mas com diferente visibilidade. No topo Norte e Centro podem observar-se
os exemplares com melhor facilidade e visibilidade. Necessidade de protecção complementar, pois
alguns exemplares foram destruídos, mesmo estando protegidos no âmbito da RN 2000.
| 197 |
FICHA DE AVALIAÇÃO DE
POTENCIAIS LOCAIS DE INTERESSE GEOMORFOLÓGICO
AUTOR: JOÃO FORTE
LOCAL
DATA: JUNHO DE 2008
Nome: Campo de lapiás em mesa da Serra de Ariques
Tipo de local:
isolado
área
Categoria temática:
granítico
vulcânico
tectónico
litoral
glaciário
periglaciário
outra ___________________
Localização:
Referência: 16
panorâmico
cársico
fluvial
de vertente
residual
eólico
geo-cultural
Concelho: Alvaiázere
Freguesia: Alvaiázere
Altitude: 470
ou altitudes máxima e mínima _____________ Coordenadas: HG Dat 73 -8:24:44 / 39:51:12
N.º e nome da(s) carta(s) topográfica(s) 1:25000: 275 - Ansião
AVALIAÇÃO
A. VALOR
Científico:
baixo
médio
Ecológico:
nulo
muito baixo
baixo
Cultural:
nulo
muito baixo
baixo
médio
Estético:
nulo
muito baixo
baixo
médio
médio
elevado
muito elevado
elevado
elevado
elevado
muito elevado
muito elevado
muito elevado
B. POTENCIALIDADE DE USO
Acessibilidade:
muito difícil
difícil
moderada
fácil
muito fácil
Visibilidade:
muito fraca
fraca
moderada
boa
muito boa
Outros valores (naturais e/ou culturais) e uso actual:
sem valores e sem uso
com valores e sem uso
com valores e com uso
C. NECESSIDADE DE PROTECÇÃO
Deterioração:
Protecção:
fraca
adequada
moderada
moderada
avançada
insuficiente
Síntese: campo de lapiás em mesa, genericamente bem preservado e com boa visibilidade. Tem
acesso por uma estrada de terra batida que leva até ao topo da serra.
| 198 |
FICHA DE AVALIAÇÃO DE
POTENCIAIS LOCAIS DE INTERESSE GEOMORFOLÓGICO
AUTOR: JOÃO FORTE
LOCAL
DATA: JUNHO DE 2008
Nome: Depressão fluviocársica de Alvaiázere
Tipo de local:
isolado
área
Categoria temática:
granítico
vulcânico
tectónico
litoral
glaciário
periglaciário
outra ___________________
Localização:
Referência: 17
panorâmico
cársico
fluvial
de vertente
residual
eólico
geo-cultural
Concelho: Alvaiázere
Freguesia: Alvaiázere
Altitude: 280
ou altitudes máxima e mínima _____________ Coordenadas: HG Dat 73 -8:23:43 / 39:48:49
N.º e nome da(s) carta(s) topográfica(s) 1:25000: 287 - Alvaiázere
AVALIAÇÃO
A. VALOR
Científico:
baixo
médio
Ecológico:
nulo
muito baixo
baixo
Cultural:
nulo
muito baixo
baixo
médio
Estético:
nulo
muito baixo
baixo
médio
médio
elevado
muito elevado
elevado
elevado
elevado
muito elevado
muito elevado
muito elevado
B. POTENCIALIDADE DE USO
Acessibilidade:
muito difícil
difícil
moderada
fácil
muito fácil
Visibilidade:
muito fraca
fraca
moderada
boa
muito boa
Outros valores (naturais e/ou culturais) e uso actual:
sem valores e sem uso
com valores e sem uso
com valores e com uso
C. NECESSIDADE DE PROTECÇÃO
Deterioração:
Protecção:
fraca
adequada
moderada
moderada
avançada
insuficiente
Síntese: mais conhecida por “campo”, a depresão fluviocársica é um marco cultural associado a
muitos valores, o chícharo, o olival, o caminho da missa, artefactos arqueológicos, etc. Talhada nas
margas e calcários margosos do Liásico. Há duas percas conhecidas, sendo que há mais duas
referenciadas, além de pegadas de dinossáurios. Acesso facilitado pela existência de várias estradas
em terra batida, que cruzam esta depressão
| 199 |
FICHA DE AVALIAÇÃO DE
POTENCIAIS LOCAIS DE INTERESSE GEOMORFOLÓGICO
AUTOR: JOÃO FORTE
LOCAL
DATA: JUNHO DE 2008
Nome: exploração mineira da Porta
Tipo de local:
isolado
Referência: 18
área
Categoria temática:
granítico
vulcânico
tectónico
litoral
glaciário
periglaciário
outra ___________________
Localização:
panorâmico
cársico
fluvial
de vertente
residual
eólico
geo-cultural
Concelho: Alvaiázere
Freguesia: Alvaiázere
Altitude: 450
ou altitudes máxima e mínima _____________ Coordenadas: HG Dat -8:24:08 / 39:50:08
N.º e nome da(s) carta(s) topográfica(s) 1:25000: 287 - Alvaiázere
AVALIAÇÃO
A. VALOR
Científico:
baixo
médio
Ecológico:
nulo
muito baixo
baixo
Cultural:
nulo
muito baixo
baixo
médio
Estético:
nulo
muito baixo
baixo
médio
médio
elevado
muito elevado
elevado
elevado
elevado
muito elevado
muito elevado
muito elevado
B. POTENCIALIDADE DE USO
Acessibilidade:
muito difícil
difícil
moderada
fácil
muito fácil
Visibilidade:
muito fraca
fraca
moderada
boa
muito boa
Outros valores (naturais e/ou culturais) e uso actual:
sem valores e sem uso
com valores e sem uso
com valores e com uso
C. NECESSIDADE DE PROTECÇÃO
Deterioração:
Protecção:
fraca
adequada
moderada
moderada
avançada
insuficiente
Síntese: local constituído por três aberturas, dispostas em linha por uma extensão de 200 metros,
uma das quais sem interesse dada a sua dimensão exígua. Antiga exploração de minério no século
XVIII, da qual foram retirados artefactos arqueológicos que estão no Museu da Figueira da Foz.
Situa-se na base da vertente no lugar da Porta, com acesso muito difícil e perigoso. Situada nas
formações antemesozóicas.
| 200 |
FICHA DE AVALIAÇÃO DE
POTENCIAIS LOCAIS DE INTERESSE GEOMORFOLÓGICO
AUTOR: JOÃO FORTE
LOCAL
DATA: JUNHO DE 2008
Nome: Fórnia da Ucha
Tipo de local:
Referência: 19
isolado
área
Categoria temática:
granítico
vulcânico
tectónico
litoral
glaciário
periglaciário
outra ___________________
Localização:
panorâmico
cársico
fluvial
de vertente
residual
eólico
geo-cultural
Freguesia: Chão de Couce
Altitude: 370
Concelho: Ansião
ou altitudes máxima e mínima _____________ Coordenadas: HG Dat 73 -8:24:23 / 39:52:53
N.º e nome da(s) carta(s) topográfica(s) 1:25000: 275 - Ansião
AVALIAÇÃO
A. VALOR
Científico:
baixo
médio
Ecológico:
nulo
muito baixo
baixo
Cultural:
nulo
muito baixo
baixo
médio
Estético:
nulo
muito baixo
baixo
médio
médio
elevado
muito elevado
elevado
elevado
elevado
muito elevado
muito elevado
muito elevado
B. POTENCIALIDADE DE USO
Acessibilidade:
muito difícil
difícil
moderada
fácil
muito fácil
Visibilidade:
muito fraca
fraca
moderada
boa
muito boa
Outros valores (naturais e/ou culturais) e uso actual:
sem valores e sem uso
com valores e sem uso
com valores e com uso
C. NECESSIDADE DE PROTECÇÃO
Deterioração:
Protecção:
fraca
adequada
moderada
moderada
avançada
insuficiente
Síntese: Fórnia que se estende por quase 2 km, sendo o seu sector a jusante encaixado. Tem curso
de água casual e no sector mais a montante tem configuração anfiteatro, com várias cabeceiras de
cursos de água casuais, onde se pode encontrar uma pequena colina (margas e calcários margosos)
com fósseis. Acesso facilitado por uma estrada em terra batida que se inicia no lugar da Serra do
Mouro. Clastos carbonatados depositados à saída do vale encaixado, visíveis no corte possibilitado
pelo entalhe do pequeno riacho.
| 201 |
FICHA DE AVALIAÇÃO DE
POTENCIAIS LOCAIS DE INTERESSE GEOMORFOLÓGICO
AUTOR: JOÃO FORTE
LOCAL
DATA: JUNHO DE 2008
Nome: Fórnia da Cruz
Tipo de local:
Referência: 20
isolado
área
Categoria temática:
granítico
vulcânico
tectónico
litoral
glaciário
periglaciário
outra ___________________
Localização:
panorâmico
cársico
fluvial
de vertente
residual
eólico
geo-cultural
Freguesia: Chão de Couce
Altitude: 350
Concelho: Ansião
ou altitudes máxima e mínima _____________ Coordenadas: HG Dat 73 -8:24:47 / 39:53:24
N.º e nome da(s) carta(s) topográfica(s) 1:25000: 275 - Ansião
AVALIAÇÃO
A. VALOR
Científico:
baixo
médio
Ecológico:
nulo
muito baixo
baixo
Cultural:
nulo
muito baixo
baixo
médio
Estético:
nulo
muito baixo
baixo
médio
médio
elevado
muito elevado
elevado
elevado
elevado
muito elevado
muito elevado
muito elevado
B. POTENCIALIDADE DE USO
Acessibilidade:
muito difícil
difícil
moderada
fácil
muito fácil
Visibilidade:
muito fraca
fraca
moderada
boa
muito boa
Outros valores (naturais e/ou culturais) e uso actual:
sem valores e sem uso
com valores e sem uso
com valores e com uso
C. NECESSIDADE DE PROTECÇÃO
Deterioração:
Protecção:
fraca
adequada
moderada
moderada
avançada
insuficiente
Síntese: fórnia com duas cabeceiras de linha de água. Tem dois sulcos com 4x4 metros e que
terminam numa bancada calcária, onde se pode entrar facilmente e observar o extenso depósito
heterométrico, provavelmente quaternário. Tem uma área constituída por margas e calcários
margosos, onde se podem encontrar vários fósseis (Rhynconella; Amonites; Belemnites; Crinóides).
Tem cerca de 9 poços dentro do seu perímetro. Acesso através da estrada do Casal Soeiro, com
entrada facilitada pela abertura de uma estrada em terra batida que segue para a Ameixieira.
| 202 |
FICHA DE AVALIAÇÃO DE
POTENCIAIS LOCAIS DE INTERESSE GEOMORFOLÓGICO
AUTOR: JOÃO FORTE
LOCAL
DATA: JUNHO DE 2008
Nome: Canhão fluviocársico do Vale da Mata
Tipo de local:
isolado
área
Categoria temática:
granítico
vulcânico
tectónico
litoral
glaciário
periglaciário
outra ___________________
Localização:
Referência: 21
panorâmico
cársico
fluvial
de vertente
residual
eólico
geo-cultural
Concelho: Alvaiázere
Freguesia: Alvaiázere
Altitude ___________ ou altitudes máxima e mínima: 350/250
Coordenadas: HG Dat 73 -8:25:22 / 39:50:19
N.º e nome da(s) carta(s) topográfica(s) 1:25000: 287 - Alvaiázere
AVALIAÇÃO
A. VALOR
Científico:
baixo
médio
Ecológico:
nulo
muito baixo
baixo
Cultural:
nulo
muito baixo
baixo
médio
Estético:
nulo
muito baixo
baixo
médio
médio
elevado
muito elevado
elevado
elevado
elevado
muito elevado
muito elevado
muito elevado
B. POTENCIALIDADE DE USO
Acessibilidade:
muito difícil
difícil
moderada
fácil
muito fácil
Visibilidade:
muito fraca
fraca
moderada
boa
muito boa
Outros valores (naturais e/ou culturais) e uso actual:
sem valores e sem uso
com valores e sem uso
com valores e com uso
C. NECESSIDADE DE PROTECÇÃO
Deterioração:
Protecção:
fraca
adequada
moderada
moderada
avançada
insuficiente
Síntese: é um dos dois canhões fluviocársicos existentes na área, com uma extensão de1,5km.
Representa um vale encaixado em V. O sector mais a jusante está muito detiorado, devido à
deposição de lixo. Tem acessibilidade apenas pela vertente Sul da Serra de Ariques, tornando-se
impossível o acesso ao fundo de vale devido à densidade da vegetação, apenas os primeiros 200
metros são transitáveis (mesmo que com muita dificuldade). Ali podemos encontrar escombreiras
de gravidade, buracas, dois antigos moinhos e alguns vestígios arqueológicos.
| 203 |
FICHA DE AVALIAÇÃO DE
POTENCIAIS LOCAIS DE INTERESSE GEOMORFOLÓGICO
AUTOR: JOÃO FORTE
LOCAL
DATA: JUNHO DE 2008
Nome: Cornija calcária da Serra do Casal Soeiro
Tipo de local:
isolado
área
Categoria temática:
granítico
vulcânico
tectónico
litoral
glaciário
periglaciário
outra ___________________
Localização:
Referência: 22
panorâmico
cársico
fluvial
de vertente
residual
eólico
geo-cultural
Concelho: Ansião
Freguesia: Pousaflores
Altitude: 440
ou altitudes máxima e mínima _____________ Coordenadas: HG Dat 73 -8:25:04 / 39:53:03
N.º e nome da(s) carta(s) topográfica(s) 1:25000: 275 - Ansião
AVALIAÇÃO
A. VALOR
Científico:
baixo
médio
Ecológico:
nulo
muito baixo
baixo
Cultural:
nulo
muito baixo
baixo
médio
Estético:
nulo
muito baixo
baixo
médio
médio
elevado
muito elevado
elevado
elevado
elevado
muito elevado
muito elevado
muito elevado
B. POTENCIALIDADE DE USO
Acessibilidade:
muito difícil
difícil
moderada
fácil
muito fácil
Visibilidade:
muito fraca
fraca
moderada
boa
muito boa
Outros valores (naturais e/ou culturais) e uso actual:
sem valores e sem uso
com valores e sem uso
com valores e com uso
C. NECESSIDADE DE PROTECÇÃO
Deterioração:
Protecção:
fraca
adequada
moderada
moderada
avançada
insuficiente
Síntese: extensa cornija calcária, com alguns abrigos rochosos. Acesso através de um caminho
pedonal vindo do Casal Soeiro ou através de um caminho em terra batida que vem da fórnia da
cruz. Não existe algo semelhante em toda a Unidade Territorial de Alvaiázere.
| 204 |
FICHA DE AVALIAÇÃO DE
POTENCIAIS LOCAIS DE INTERESSE GEOMORFOLÓGICO
AUTOR: JOÃO FORTE
LOCAL
DATA: JUNHO DE 2008
Nome: Algar da água
Tipo de local:
Referência: 23
isolado
área
Categoria temática:
granítico
vulcânico
tectónico
litoral
glaciário
periglaciário
outra ___________________
Localização:
panorâmico
cársico
fluvial
de vertente
residual
eólico
geo-cultural
Concelho: Alvaiázere
Freguesia: Alvaiázere
Altitude: 600
ou altitudes máxima e mínima _____________ Coordenadas: HG Dat 73 -8:24:41 / 39:49:46
N.º e nome da(s) carta(s) topográfica(s) 1:25000: 287 - Alvaiázere
AVALIAÇÃO
A. VALOR
Científico:
baixo
médio
Ecológico:
nulo
muito baixo
baixo
Cultural:
nulo
muito baixo
baixo
médio
Estético:
nulo
muito baixo
baixo
médio
médio
elevado
muito elevado
elevado
elevado
elevado
muito elevado
muito elevado
muito elevado
B. POTENCIALIDADE DE USO
Acessibilidade:
muito difícil
difícil
moderada
fácil
muito fácil
Visibilidade:
muito fraca
fraca
moderada
boa
muito boa
Outros valores (naturais e/ou culturais) e uso actual:
sem valores e sem uso
com valores e sem uso
com valores e com uso
C. NECESSIDADE DE PROTECÇÃO
Deterioração:
Protecção:
fraca
adequada
moderada
moderada
avançada
insuficiente
Síntese: abrigo nacional de morcegos, o algar da água é a cavidade mais conhecida da região.
Situado no topo da Serra de Alvaiázere, nos calcários do Dogger, é de difícil acesso, só através de
um caminho pedonal se consegue lá chegar e só mesmo com conhecimento da Serra. Prováveis
vestígios arqueológicos. Estado de protecção mediano, com necessidade urgente de protecção das
colónias de morcegos, sujeitas a vandalismo.
| 205 |
FICHA DE AVALIAÇÃO DE
POTENCIAIS LOCAIS DE INTERESSE GEOMORFOLÓGICO
AUTOR: JOÃO FORTE
LOCAL
DATA: JUNHO DE 2008
Nome: Algar do Casal Soeiro
Tipo de local:
isolado
Referência: 24
área
Categoria temática:
granítico
vulcânico
tectónico
litoral
glaciário
periglaciário
outra ___________________
Localização:
panorâmico
cársico
fluvial
de vertente
residual
eólico
geo-cultural
Freguesia: Chão de Couce
Altitude: 380
Concelho: Ansião
ou altitudes máxima e mínima _____________ Coordenadas: HG Dat 73 -8:25:07 / 39:53:14
N.º e nome da(s) carta(s) topográfica(s) 1:25000: 275 - Ansião
AVALIAÇÃO
A. VALOR
Científico:
baixo
médio
Ecológico:
nulo
muito baixo
baixo
Cultural:
nulo
muito baixo
baixo
médio
Estético:
nulo
muito baixo
baixo
médio
médio
elevado
muito elevado
elevado
elevado
elevado
muito elevado
muito elevado
muito elevado
B. POTENCIALIDADE DE USO
Acessibilidade:
muito difícil
difícil
moderada
fácil
muito fácil
Visibilidade:
muito fraca
fraca
moderada
boa
muito boa
Outros valores (naturais e/ou culturais) e uso actual:
sem valores e sem uso
com valores e sem uso
com valores e com uso
C. NECESSIDADE DE PROTECÇÃO
Deterioração:
Protecção:
fraca
adequada
moderada
moderada
avançada
insuficiente
Síntese: Algar com extensão de 30 m, com o fundo preenchido com depósitos vermelhos, que ainda
não foram datados. Acessibilidade apenas com ajuda de cordas e com ajuda de especialistas. No
fundo estão toneladas de pedra e lixo, o qual foi já coberto com cal viva. Abriga espécimes de
morcegos, tem também estalactites e estalagmites
| 206 |
FICHA DE AVALIAÇÃO DE
POTENCIAIS LOCAIS DE INTERESSE GEOMORFOLÓGICO
AUTOR: JOÃO FORTE
LOCAL
DATA: JUNHO DE 2008
Nome: Dolina dos Ariques
Tipo de local:
Referência: 25
isolado
área
Categoria temática:
granítico
vulcânico
tectónico
litoral
glaciário
periglaciário
outra ___________________
Localização:
panorâmico
cársico
fluvial
de vertente
residual
eólico
geo-cultural
Concelho: Alvaiázere
Freguesia: Almoster
Altitude: 300
ou altitudes máxima e mínima _____________ Coordenadas: HG Dat 73 -8:25:37 / 39:51:25
N.º e nome da(s) carta(s) topográfica(s) 1:25000: 275 - Ansião
AVALIAÇÃO
A. VALOR
Científico:
baixo
médio
Ecológico:
nulo
muito baixo
baixo
Cultural:
nulo
muito baixo
baixo
médio
Estético:
nulo
muito baixo
baixo
médio
médio
elevado
muito elevado
elevado
elevado
elevado
muito elevado
muito elevado
muito elevado
B. POTENCIALIDADE DE USO
Acessibilidade:
muito difícil
difícil
moderada
fácil
muito fácil
Visibilidade:
muito fraca
fraca
moderada
boa
muito boa
Outros valores (naturais e/ou culturais) e uso actual:
sem valores e sem uso
com valores e sem uso
com valores e com uso
C. NECESSIDADE DE PROTECÇÃO
Deterioração:
Protecção:
fraca
adequada
moderada
moderada
avançada
insuficiente
Síntese: pequena dolina situada no lugar de Ariques, com acesso pela estrada em calçada com início
na capelinha dos Ariques. Visibilidade moderada e circunscrita por um muro. Uso dos habitantes
através de pequenas culturas.
| 207 |
FICHA DE AVALIAÇÃO DE
POTENCIAIS LOCAIS DE INTERESSE GEOMORFOLÓGICO
AUTOR: JOÃO FORTE
LOCAL
DATA: JUNHO DE 2008
Nome: Dolina do Casal Soeiro
Tipo de local:
isolado
Referência: 26
área
Categoria temática:
granítico
vulcânico
tectónico
litoral
glaciário
periglaciário
outra ___________________
Localização:
panorâmico
cársico
fluvial
de vertente
residual
eólico
geo-cultural
Freguesia: Chão de Couce
Altitude: 350
Concelho: Ansião
ou altitudes máxima e mínima _____________ Coordenadas: HG Dat 73 -8:25:06 / 39:53:24
N.º e nome da(s) carta(s) topográfica(s) 1:25000: 275 - Ansião
AVALIAÇÃO
A. VALOR
Científico:
baixo
médio
Ecológico:
nulo
muito baixo
baixo
Cultural:
nulo
muito baixo
baixo
médio
Estético:
nulo
muito baixo
baixo
médio
médio
elevado
muito elevado
elevado
elevado
elevado
muito elevado
muito elevado
muito elevado
B. POTENCIALIDADE DE USO
Acessibilidade:
muito difícil
difícil
moderada
fácil
muito fácil
Visibilidade:
muito fraca
fraca
moderada
boa
muito boa
Outros valores (naturais e/ou culturais) e uso actual:
sem valores e sem uso
com valores e sem uso
com valores e com uso
C. NECESSIDADE DE PROTECÇÃO
Deterioração:
Protecção:
fraca
adequada
moderada
moderada
avançada
insuficiente
Síntese: pequena dolina aberta, situada à beira da estrada do Casal Soeiro. Utilizada para pequena
horta. Expressão morfológica muito pouco relevante.
| 208 |
FICHA DE AVALIAÇÃO DE
POTENCIAIS LOCAIS DE INTERESSE GEOMORFOLÓGICO
AUTOR: JOÃO FORTE
LOCAL
DATA: JUNHO DE 2008
Nome: Dolina da colina do Castelo
Tipo de local:
isolado
Referência: 27
área
Categoria temática:
granítico
vulcânico
tectónico
litoral
glaciário
periglaciário
outra ___________________
Localização:
panorâmico
cársico
fluvial
de vertente
residual
eólico
geo-cultural
Concelho: Alvaiázere
Freguesia: Pelmá
Altitude: 350
ou altitudes máxima e mínima _____________ Coordenadas: HG Dat -8:24:51 / 39:47:52
N.º e nome da(s) carta(s) topográfica(s) 1:25000: 287 - Alvaiázere
AVALIAÇÃO
A. VALOR
Científico:
baixo
médio
Ecológico:
nulo
muito baixo
baixo
Cultural:
nulo
muito baixo
baixo
médio
Estético:
nulo
muito baixo
baixo
médio
médio
elevado
muito elevado
elevado
elevado
elevado
muito elevado
muito elevado
muito elevado
B. POTENCIALIDADE DE USO
Acessibilidade:
muito difícil
difícil
moderada
fácil
muito fácil
Visibilidade:
muito fraca
fraca
moderada
boa
muito boa
Outros valores (naturais e/ou culturais) e uso actual:
sem valores e sem uso
com valores e sem uso
com valores e com uso
C. NECESSIDADE DE PROTECÇÃO
Deterioração:
Protecção:
fraca
adequada
moderada
moderada
avançada
insuficiente
Síntese: pequena dolina situada do topo da colina do Castelo e dentro do perímetro de um castro.
Acessibilidade e visibilidade muito difícil.
| 209 |
FICHA DE AVALIAÇÃO DE
POTENCIAIS LOCAIS DE INTERESSE GEOMORFOLÓGICO
AUTOR: JOÃO FORTE
LOCAL
DATA: JUNHO DE 2008
Nome: Depósito de vertente da Serra de Alvaiázere
Tipo de local:
isolado
área
Categoria temática:
granítico
vulcânico
tectónico
litoral
glaciário
periglaciário
outra ___________________
Localização:
Referência: 28
panorâmico
cársico
fluvial
de vertente
residual
eólico
geo-cultural
Concelho: Alvaiázere
Freguesia: Alvaiázere
Altitude: 490
ou altitudes máxima e mínima _____________ Coordenadas: HG Dat 73 -8:24:14 / 39:50:03
N.º e nome da(s) carta(s) topográfica(s) 1:25000: 287 - Alvaiázere
AVALIAÇÃO
A. VALOR
Científico:
baixo
médio
Ecológico:
nulo
muito baixo
baixo
Cultural:
nulo
muito baixo
baixo
médio
Estético:
nulo
muito baixo
baixo
médio
médio
elevado
muito elevado
elevado
elevado
elevado
muito elevado
muito elevado
muito elevado
B. POTENCIALIDADE DE USO
Acessibilidade:
muito difícil
difícil
moderada
fácil
muito fácil
Visibilidade:
muito fraca
fraca
moderada
boa
muito boa
Outros valores (naturais e/ou culturais) e uso actual:
sem valores e sem uso
com valores e sem uso
com valores e com uso
C. NECESSIDADE DE PROTECÇÃO
Deterioração:
Protecção:
fraca
adequada
moderada
moderada
avançada
insuficiente
Síntese: depósito saliente em cornija, sendo a parte superior muito resistente (carbonatada). Acesso
difícil, através de caminho TT via depósito de água dos gamenhos e através de carreiro até à meia
vertente. Clastos angulosos.
| 210 |
FICHA DE AVALIAÇÃO DE
POTENCIAIS LOCAIS DE INTERESSE GEOMORFOLÓGICO
AUTOR: JOÃO FORTE
LOCAL
DATA: JUNHO DE 2008
Nome: Capela da Ameixieira
Tipo de local:
isolado
Referência: 29
área
Categoria temática:
granítico
vulcânico
tectónico
litoral
glaciário
periglaciário
outra ___________________
Localização:
panorâmico
cársico
fluvial
de vertente
residual
eólico
geo-cultural
Freguesia: Chão de Couce
Altitude: 430
Concelho: Ansião
ou altitudes máxima e mínima _____________ Coordenadas: HG Dat 73 -8:24:31 / 39:53:41
N.º e nome da(s) carta(s) topográfica(s) 1:25000: 275 - Ansião
AVALIAÇÃO
A. VALOR
Científico:
baixo
médio
Ecológico:
nulo
muito baixo
baixo
Cultural:
nulo
muito baixo
baixo
médio
Estético:
nulo
muito baixo
baixo
médio
médio
elevado
muito elevado
elevado
elevado
elevado
muito elevado
muito elevado
muito elevado
B. POTENCIALIDADE DE USO
Acessibilidade:
muito difícil
difícil
moderada
fácil
muito fácil
Visibilidade:
muito fraca
fraca
moderada
boa
muito boa
Outros valores (naturais e/ou culturais) e uso actual:
sem valores e sem uso
com valores e sem uso
com valores e com uso
C. NECESSIDADE DE PROTECÇÃO
Deterioração:
Protecção:
fraca
adequada
moderada
moderada
avançada
insuficiente
Síntese: local panorâmico, situado no topo da pequena capela existente na Serra da Ameixieira. Boa
acessibilidade e visibilidade, onde se observa a separação entre o Maciço Antigo e a Orla Ocidental
e as devidas alterações na morfologia de toda a região de transição.
| 211 |
FICHA DE AVALIAÇÃO DE
POTENCIAIS LOCAIS DE INTERESSE GEOMORFOLÓGICO
AUTOR: JOÃO FORTE
LOCAL
DATA: JUNHO DE 2008
Nome: Abrigo rochoso da colina do Castelo
Tipo de local:
isolado
área
Categoria temática:
granítico
vulcânico
tectónico
litoral
glaciário
periglaciário
outra ___________________
Localização:
Referência: 30
panorâmico
cársico
fluvial
de vertente
residual
eólico
geo-cultural
Concelho: Alvaiázere
Freguesia: Pelmá
Altitude: 350
ou altitudes máxima e mínima _____________ Coordenadas: HG Dat 73 -8:24:55 / 39:47:57
N.º e nome da(s) carta(s) topográfica(s) 1:25000: 287 - Alvaiázere
AVALIAÇÃO
A. VALOR
Científico:
baixo
médio
Ecológico:
nulo
muito baixo
baixo
Cultural:
nulo
muito baixo
baixo
médio
Estético:
nulo
muito baixo
baixo
médio
médio
elevado
muito elevado
elevado
elevado
elevado
muito elevado
muito elevado
muito elevado
B. POTENCIALIDADE DE USO
Acessibilidade:
muito difícil
difícil
moderada
fácil
muito fácil
Visibilidade:
muito fraca
fraca
moderada
boa
muito boa
Outros valores (naturais e/ou culturais) e uso actual:
sem valores e sem uso
com valores e sem uso
com valores e com uso
C. NECESSIDADE DE PROTECÇÃO
Deterioração:
Protecção:
fraca
adequada
moderada
moderada
avançada
insuficiente
Síntese: Abrigo rochoso de dimensão assinalável, tendo em conta a dimensão de outros existentes
na Unidade Territorial de Alvaiázere. Situado num pequeno maciço calcário com 30 metros de
extensão e 8 metros de altura. Acesso difícil e apenas através de caminho existente pela meia
vertente acima. Eventual uso como abrigo.
| 212 |
FICHA B
Caracterização dos Locais de Interesse Geomorfológico
| 213 |
| 214 |
FICHA DE CARACTERIZAÇÃO
DE LOCAIS DE INTERESSE GEOMORFOLÓGICO
AUTOR: JOÃO FORTE
DATA: AGOSTO DE 2008
LOCAL
Nome
Canhão Fluviocársico da Ribeira da Barroca
Tipo de local
isolado
Categoria temática
granítico
tectónico
glaciário
área
vulcânico
litoral
periglaciário
Referência
LIGeom 1
panorâmico
cársico
fluvial
de vertente
residual
eólico
geo-cultural
outra ____________________________________
Localização
Altitude: 190m
Coordenadas:
HG Dat 73 -8:25:31 ; 39:48:15
Freguesia: Pelmá
Concelho: Alvaiázere
Extracto da Carta Militar de Portugal, Série M888, Folha 287 (Alvaiázere), Edição 3 – IGE – 2004
| 215 |
DESCRIÇÃO GEOMORFOLÓGICA
Ilustração
Marmitas cársicas situadas no sector montante do
Vale da Ribeira das barrocas.
Falha localizada no sector intermédio do Canhão
fluviocársico, à qual estão associadas as marmitas
cársicas.
Buraca com diâmetro de 1m, situada na base de
parede calcária vertical, no sector intermédio do
Vale.
Depósito de vertente situado a montante de uma Buraca, ligeiramente
sobreelevado em relação ao talvegue da Ribeira das Barrocas.
| 216 |
Síntese
Descrição sumária
Litologias
Local situado a Sul da Aldeia do Bofinho. Trata-se de um pequeno canhão
fluviocársico que reúne numa pequena área uma série de elementos
geológicos (falha) e geomorfológicos (marmitas cársicas; depósito de
vertente; buracas).
São fundamentalmente são os calcários do Dogger que estão associados ao
Vale da Ribeira das Barrocas.
Interesses
geomorfológicos
principais
Geoformas cársicas, onde três marmitas cársicas em linha, de média
dimensão, são os exemplos mais expressivos, além de pequenas buracas e
entalhes vigorosos nas bancadas calcárias maciças; Génese fluviocársica.
Evolução
geomorfológica
Vale que representa carsificação antiga e que terá evoluído de forma
acentuada aquando da captação da rede de drenagem da depressão
fluviocársica de Alvaiázere. Tem paredes verticais num sector de 500m,
podendo estar relacionadas com antigas galerias que drenam a depressão de
Alvaiázere, actualmente com drenagem parcialmente subterrânea.
Interesse patrimonial
Tipos de valor
Grau de
importância
Científico, pela morfologia do canhão fluviocársico; pela existência de
aspectos geológicos (dobra) e geomorfológicos. Ecológico, enquanto nicho
ecológico (marmitas cársicas). Estético, pela singularidade do conjunto de
marmitas cársicas.
Local com valor geológico e geomorfológico elevado, uma vez que reúne
em si ocorrências da morfologia cársica raras a nível regional.
Cartografia
| 217 |
USO E GESTÃO
Acessibilidade
Reduzida. O acesso a este vale é feito apenas por via pedonal. Situado apenas
a 500m da aldeia do Bofinho, tem de se deixar a viatura na berma da estrada
em alcatrão, fazendo os primeiros 200m a pé através de caminhos de pastor e
o restante pelo fundo de vale.
Visibilidade
Boa para os elementos geomorfológicos e geológicos ali presentes, embora a
vegetação dificulte a visão do vale no seu conjunto.
Outros tipos de
valor
Valor ecológico - Rede Natura 2000 (Sítio Sicó/Alvaiázere), sendo também
local privilegiado de nidificação de aves como por exemplo o Bufo-Real.
Destaca-se em termos geológicos a existência de uma dobra, a qual é bem
visível.
Usos actuais
Local referenciado apenas uma vez, e de uma forma genérica no meio
académico (Crispim, 1086) e por isso desconhecido. Apenas pastores fazem
algum uso da área que compreende este vale, através da passagem dos
rebanhos pelo sector a jusante do mesmo.
Estado de
conservação
Os elementos geomorfológicos estão bem preservados.
Vulnerabilidade
Sendo um local isolado e de difícil acesso, a sua vulnerabilidade é moderada
face a uma visitação de um elevado número de pessoas. Dado o facto de ser
um local sem quaisquer tipos de aproveitamento agrícola e mesmo florestal a
vulnerabilidade em termos de uso é reduzida, apenas podendo ser afectado
em termos de pisoteio do visitante no sector mais a jusante.
A área em que se insere este vale é parte integrante da RN 2000 (Directiva
comunitária Aves - nº 79/409/CEE, e Directiva Habitats - nº 92/43/CEE.
Estatuto legal
Em termos de PDM de Alvaiázere (ratificação – Resolução do
Conselho de Ministros nº 179/97, de 27 de Outubro) situa-se numa área
agro-florestal.
Povoações e
equipamentos
Intervenção
necessária e/ou
possível
Vila de Alvaiázere, sede de concelho a 6km com parque de campismo e uma
residencial. Alguns restaurantes na Vila de Alvaiázere e posto de turismo.
Vila de Ansião, sede de concelho a 20km com algumas residenciais e infraestrutura de apoio a deslocações de jovens (casa da amizade de Erbach).
Alguns restaurantes na vila e posto de turismo.
A reduzida acessibilidade deste local, condiciona a visitação de um elevado
número de pessoas, apesar deste facto o interesse científico deste local tornao um bom local de observação de pontos de interesse geológico e
geomorfológico para estudantes e investigadores do carso. Para que este facto
seja possível sugere-se o corte de alguma vegetação que dificulta o acesso.
| 218 |
FICHA DE CARACTERIZAÇÃO
DE LOCAIS DE INTERESSE GEOMORFOLÓGICO
AUTOR: JOÃO FORTE
DATA: AGOSTO DE 2008
LOCAL
Nome
Canhão Fluviocársico do Vale da Mata
Tipo de local
isolado
Categoria temática
granítico
tectónico
glaciário
área
vulcânico
litoral
periglaciário
Referência
LIGeom 2
panorâmico
cársico
fluvial
de vertente
residual
eólico
geo-cultural
outra ____________________________________
Localização
Altitude: 350/250m
Coordenadas:
HG Dat 73 -8:25:22 ; 39:50:19
Freguesia: Alvaiázere
Concelho: Alvaiázere
Extracto da Carta Militar de Portugal, Série M888, Folha 287 (Alvaiázere), Edição 3 – IGE – 2004
| 219 |
DESCRIÇÃO GEOMORFOLÓGICA
Ilustração
Vista sobre o canhão fluviocársico do Vale da
Mata, de Este para Oeste.
Vista em perfil sobre o depósito de vertente situado no
sector montante do Canhão fluviocársico do Vale da
Mata, estando em evidência uma cornija (20 a 30cm)
fortemente cimentada por matriz calcária próximo da
superfície. Matriz avermelhada adjacente à cornija
calcária, que se estende até à base da vertente.
Pequenas buracas de diâmetro inferior a 1m situadas
numa parede vertical calcária no sector intermédio do
Canhão fluviocársico.
Desabamento rochoso situado no sector montante do Vale da
Mata, observando-se no pormenor o atapetamento de clastos
calcários, heterométrico, correspondendo a um talude de
escombreiras de gravidade com cerca de 100 metros de
extensão.
| 220 |
Síntese
Descrição sumária
Litologias
Interesses
geomorfológicos
principais
Evolução
geomorfológica
Local situado entre as Serras de Alvaiázere e de Ariques. Trata-se de um
pequeno canhão fluviocársico que reúne em si elementos da morfologia
cársica. Neste vale situam-se elementos relacionados com a actividade
humana, relacionada com o olival e com antigo povoado. Boa visibilidade.
Fundamentalmente calcários do Dogger, além de “Grés de Silves” no sector
mais a montante do Vale.
Geoformas cársicas, onde as cascalheiras de gravidade, as buracas e o
depósito de vertente são os melhores exemplos. Fluviocársico, pela génese e
morfologia do vale. Geo-cultural, pela intervenção do homem no vale, o
extenso olival que povoa as suas vertentes com muros de suporte, dois
antigos moinhos de água.
A formação do vale terá começado com o facto de os agentes erosivos terem
explorado a barra calcária (Dogger), aproveitando o acidente transversal que
separa a Serra de Alvaiázere da Serra de Ariques, dando origem a este vale
profundo em V. O escarpado no sector intermédio deste vale, está associado
à falha que separa a Serra de Alvaiázere da Serra Pequena.
Interesse patrimonial
Tipos de valor
Grau de
importância
Científico, pela morfologia do canhão fluviocársico; Presença de
cascalheiras de gravidade, buracas e depósito de vertente. Cultural, pela
existência de um extenso olival e dois antigos moinhos de água. Estético,
pela abrangência visual sobre o vale.
Local com valor geológico e geomorfológico, já que além de reunir em si
ocorrências de morfologia cársica, relaciona actividades antrópicas com
valor histórico, arqueológico e cultural.
Cartografia
| 221 |
USO E GESTÃO
Acessibilidade
Visibilidade
Outros tipos de
valor
Usos actuais
Moderada. O acesso a este local faz-se apenas através da estrada municipal
348, a qual atravessa transversalmente o Vale da Mata a meia vertente. O
acesso pedonal torna-se impossível pelo fundo de vale, dada a dimensão e
densidade da vegetação ali presente. O acesso pedonal é apenas possibilitado
através da existência de caminhos de cabras pelo topo da vertente Norte, de
dificuldade elevada e mesmo perigosa. Pequeno local de estacionamento a
meio do vale.
Muito boa no seu conjunto, embora no Inverno com nevoeiro seja muito
reduzida. No que concerne à visibilidade de alguns dos elementos
geomorfológicos, como por exemplo as pequenas buracas ou os depósitos de
vertente, esta é nula, devido à vegetação. Apenas as escombreiras de
gravidade são visíveis.
Valor ecológico - Rede Natura 2000 (Sítio Sicó/Alvaiázere), valor cultural
dos pequenos terraços do olival que se estende pelas vertentes deste vale e de
dois moinhos de água presentemente em ruínas.
Destaca-se em termos geológicos a escarpa de falha da Serra de Alvaiázere e
o escarpado da Serra Pequena, no sector intermédio do vale. Arqueológico:
encontrada cerâmica (idade medieval).
Apenas os pastores fazem uso da área que compreende o Vale da Mata,
através da passagem dos seus rebanhos. Extenso olival implantado nas
vertentes do vale, mas sem utilização por parte dos proprietários.
Estado de
conservação
Existência de uma lixeira ilegal a céu aberto no sector terminal do vale e da
deposição de dezenas de pneus e alguns monos em todo o vale.
Vulnerabilidade
Moderada, dependendo dos elementos geomorfológicos. No caso das buracas
a vulnerabilidade é nula, estando em local inacessível, mas no caso das
cascalheiras de gravidade, o pisoteio pode tornar esta área em particular
muito vulnerável. Relativamente ao depósito de vertente, este está em local de
difícil acesso sendo por isso pouco vulnerável.
A área em que se insere este vale é parte integrante da RN 2000 (Directiva
comunitária Aves - nº 79/409/CEE, e Directiva Habitats - nº 92/43/CEE.
Estatuto legal
Em termos de PDM de Alvaiázere (ratificação – Resolução do
Conselho de Ministros nº 179/97, de 27 de Outubro) situa-se numa área
agro-florestal.
Povoações e
equipamentos
Intervenção
necessária e/ou
possível
Vila de Alvaiázere, sede de concelho a 4km com parque de campismo e uma
residencial. Alguns restaurantes na Vila de Alvaiázere e posto de turismo.
Vila de Ansião, sede de concelho a 16km com algumas residenciais e infraestrutura de apoio a deslocações de jovens (casa da amizade de Erbach).
Alguns restaurantes na vila e posto de turismo.
Sinalização do Vale e de ponto panorâmico do mesmo no sector intermédio
(onde tem paragem de carros), limpeza da vegetação no fundo de vale e
respectiva lixeira no sector jusante do mesmo. Possibilidade de percurso
pedestre pelo fundo de vale e recuperação de moinhos de água integrada no
percurso pedestre a estabelecer.
| 222 |
FICHA DE CARACTERIZAÇÃO
DE LOCAIS DE INTERESSE GEOMORFOLÓGICO
AUTOR: JOÃO FORTE
DATA: AGOSTO DE 2008
LOCAL
Nome
Depressão Fluviocársica de Alvaiázere
Tipo de local
isolado
Categoria temática
granítico
tectónico
glaciário
área
vulcânico
litoral
periglaciário
Referência
LIGeom 3
panorâmico
cársico
fluvial
de vertente
residual
eólico
geo-cultural
outra ____________________________________
Localização
Altitude: 280m
Coordenadas:
HG Dat 73 -8:23:43 ; 39:48:49
Freguesia: Alvaiázere
Concelho: Alvaiázere
Extracto da Carta Militar de Portugal, Série M888, Folha 287 (Alvaiázere), Edição 3 – IGE – 2004
| 223 |
DESCRIÇÃO GEOMORFOLÓGICA
Ilustração
Depressão fluviocársica de Alvaiázere.
Sumidouro localizado perto do lugar da Boca da
Mata, onde a vegetação limita a sua boa
observação.
Sumidouro localizado no olival de Alvaiázere,
totalmente coberto por vegetação.
Detalhe de uma das três pegadas de dinossáurio
localizadas numa bancada calcária.
| 224 |
Síntese
Descrição sumária
Litologias
Interesses
geomorfológicos
principais
Evolução
geomorfológica
Extensa área aplanada, a Sudoeste da Vila de Alvaiázere, com fundo talhado
nos calcários dolomíticos, tendo sensivelmente 1,2km de largura e 2km de
comprimento. Tem uma forte expressão em termos paisagísticos, tendo a
Oeste a Serra de Alvaiázere e a Este colinas talhadas nos Grés de Silves.
O fundo aplanado é maioritariamente constituído por dolomias e calcários
dolomíticos. Ocorrem também numa pequena extensão aluviões e outros
depósitos superficiais, além de margas e calcários margosos a Sudoeste.
Fluviocársico, devido à génese e evolução da depressão, aos aluviões e
depósitos superficiais quaternários e devido ao entalhe e captura da rede
hidrográfica pela Ribeira das Barrocas (Crispim, 1986); Geo-cultural, pela
importância do olival implantado nesta área.
Depressão aberta, de fundo aplanado à cota média de 280m. O seu fundo é
talhado maioritariamente nos calcários dolomíticos, terá sido formada por
infiltração nos calcários do Dogger, das águas vindas do Maciço Antigo
(Crispim, 1986). Esta depressão foi entalhada pela ribeira das barrocas,
sendo que o escoamento, maioritariamente subterrâneo se faz em direcção
ao Rio Nabão (Crispim, 1986).
Interesse patrimonial
Tipos de valor
Grau de
importância
Científico, pela génese e evolução da depressão, pela existência de dois
sumidouros e três pegadas de dinossáurios; Cultural, pela importância do
Olival de Alvaiázere; Económico, pela exploração do olival e vinhas;
Estético, pelo enquadramento morfológico da depressão.
Local com valor geomorfológico, sendo um exemplo bem conservado de
uma antiga depressão fechada, capturada posteriormente pela Ribeira das
Barrocas.
Cartografia
| 225 |
USO E GESTÃO
Acessibilidade
Visibilidade
Outros tipos de
valor
Usos actuais
Boa. Além das duas estradas alcatroadas que atravessam esta área (Pé da
Serra/Boca da Mata), outras estradas em terra batida cruzam a depressão
fluviocársica de Alvaiázere, permitindo uma boa acessibilidade automóvel.
Não existem locais próprios de estacionamento, embora se possa encostar o
carro em qualquer local sem problema. A pé a acessibilidade é muito boa,
desde que os terrenos não tenham vedações.
Muito boa. É possível observar em quase toda a extensão a área
correspondente à depressão fluviocársica de Alvaiázere.
Observam-se vários aspectos de interesse em termos geológicos e
paleontológicos. Na área existem dois sumidouros, um deles de dimensão
apreciável, estando no entanto referenciados outros dois sumidouros.
O extenso olival (Olival de Alvaiázere) é uma das marcas culturais da região.
A vista para a Serra de Alvaiázere com a sua imponente escarpa de falha é um
elemento paisagístico muito relevante para quem a observa da depressão.Está
confirmada por uma especialista a existência de pegadas de dinossáurios.
Aproveitamento actual do olival e de uma pequena área para pastoreio de
gado. Alguns terrenos agricultados e outros com área de vinha.
Antigo caminho pedonal, o “caminho da missa” foi utilizado pelas antigas
gerações. Existência de uma antiga fábrica de sinos.
Estado de
conservação
Bom. Apesar de algumas acções com consequências negativas para a
integridade paisagística desta área terem sido tomadas (estradas), na sua
generalidade apresenta-se bem conservada.
Vulnerabilidade
Presentemente (2008) há um projecto para uma estrada de grandes dimensões
que poderá colocar em causa parte da integridade desta área, por isso a
vulnerabilidade é elevada. O facto de se situar sobranceira à Vila de
Alvaiázere, torna esta área muito apetecível para o sector imobiliário.
Estatuto legal
A área em que se insere esta área é parte integrante da RN 2000 (Directiva
comunitária Aves - nº 79/409/CEE, e Directiva Habitats - nº 92/43/CEE,
estando parte da área afecta aos habitats 6220, 8210, 8310 e 9240.
Em termos de PDM de Alvaiázere (ratificação – Resolução do
Conselho de Ministros nº 179/97, de 27 de Outubro) situa-se numa área
agro-florestal, RAN e REN.
Povoações e
equipamentos
Vila de Alvaiázere, sede de concelho a 300m com parque de campismo e uma
residencial. Alguns restaurantes na Vila de Alvaiázere e posto de turismo.
Residencial e restaurantes em Cabaços, na freguesia de Pussos.
Intervenção
necessária e/ou
possível
Proposta de percurso pedestre interpretativo, onde a explicação da hidrologia
cársica e a formação desta depressão seria um aspecto muito importante em
termos pedagógicos. A hidrologia cársica tem nesta área um bom local para
actividades científicas e pedagógicas. Proposta de ciclovia e percurso de
BTT, não sendo necessário abrir caminho algum ou asfaltar, mas apenas
estabelecer itinerário.
| 226 |
FICHA DE CARACTERIZAÇÃO
DE LOCAIS DE INTERESSE GEOMORFOLÓGICO
AUTOR: JOÃO FORTE
DATA: AGOSTO DE 2008
LOCAL
Nome
Referência
Algar da Água
Tipo de local
isolado
Categoria temática
granítico
tectónico
glaciário
área
vulcânico
litoral
periglaciário
LIGeom 4
panorâmico
cársico
fluvial
de vertente
residual
eólico
geo-cultural
outra ____________________________________
Localização
Altitude: 600m
Coordenadas:
HG Dat 73 -8:24:41 ; 39:49:46
Freguesia: Alvaiázere
Concelho: Alvaiázere
Extracto da Carta Militar de Portugal, Série M888, Folha 287 (Alvaiázere), Edição 3 – IGE – 2004
| 227 |
DESCRIÇÃO GEOMORFOLÓGICA
Ilustração
Entrada do Algar da Água.
Aspecto de uma estalactite situada na primeira
das duas galerias do Algar da Água.
Aspecto da entrada do Algar da Água, visto do
interior da primeira galeria, com destaque para
a entrada da segunda galeria.
| 228 |
Síntese
Descrição sumária
Litologias
Interesses
geomorfológicos
principais
Evolução
geomorfológica
Trata-se de um algar situado no topo da Serra de Alvaiázere, área
constituída por calcários do Dogger. Tem duas galerias, acessíveis a pé
através de uma abertura larga (1,5m de diâmetro) e sem necessidade de
iluminação artificial na primeira galeria. Abrigo nacional de Morcegos.
O topo aplanado da Serra de Alvaiázere, com pendor para Oeste,
corresponde a um afloramento calcário do Jurássico Médio (Dogger), sendo
que o algar se situa nos calcários do Dogger.
Geoformas cársicas, pela génese o morfologia do algar e dos espeleotemas
(estalactites).
O algar é um dos indícios de carsificação antiga ocorrida nesta região,
ocorrida posteriormente ao Jurássico Médio (Crispim, 1986). No tecto da
primeira galeria há uma pequena abertura devida à erosão, enquanto que a
entrada principal é uma área onde se podem observar vários blocos abatidos
e que permitiram a existência desta abertura principal.
Interesse patrimonial
Tipos de valor
Científico, pela ocorrência da cavidade e espeleotemas; Ecológico, pelo
nicho ecológico que permite o abrigo de morcegos; Cultural, pela ocupação
do algar na Idade do Bronze (ligado ao povoado situado no topo da Serra).
Grau de
importância
Local com valor elevado, é um dos exemplos da carsificação antiga ocorrida
nesta região, facto que o torna um bom objecto de estudo científico.
Cartografia
| 229 |
USO E GESTÃO
Acessibilidade
Difícil. O acesso a este algar, faz-se de carro através da estrada que segue até
ao topo da Serra de Alvaiázere, daí tem de se seguir um trilho pedonal com
cerca de 400 m.
Visibilidade
Moderada. A entrada do algar é muito visível, sendo que este tem duas
galerias, a primeira mais acessível e visível (sem necessitar de iluminação),
enquanto que a segunda galeria é menos visível (necessitando de iluminação).
Os objectos geomorfológicos presentes neste algar têm boa visibilidade.
Outros tipos de
valor
Abrigo nacional de morcegos (várias espécies).
Usos actuais
Local sem divulgação, pois é abrigo nacional de morcegos e por isso muito
sensível a quaisquer géneros de uso, sendo apenas local de estudo da fauna
cavernícula.
Estado de
conservação
Bom. Apesar deste facto, têm ocorrido algumas acções de vandalismo (escrita
nas paredes e deposição de algum lixo), ocorrendo estas na galeria mais
acessível aos visitantes.
Vulnerabilidade
Além da componente biótica deste local (nomeadamente os morcegos), o
algar é muito vulnerável, já que qualquer visitante pode afectar os elementos
geomorfológicos ali presentes, retirando estalactites e estalagmites.
Estatuto legal
A área em que se insere é parte integrante da RN 2000 (Directiva comunitária
Aves - nº 79/409/CEE, e Directiva Habitats - nº 92/43/CEE, estando a
mesma afecta aos habitat 8310 (Grutas não exploradas pelo turismo.
Em termos de PDM de Alvaiázere (ratificação – Resolução do
Conselho de Ministros nº 179/97, de 27 de Outubro) situa-se na
categoria de Grutas (Planta de Ordenamento).
Povoações e
equipamentos
Vila de Alvaiázere, sede de concelho a 5km com parque de campismo e uma
residencial. Alguns restaurantes na Vila de Alvaiázere e posto de turismo.
Residencial e restaurantes em Cabaços, na freguesia de Pussos, a 9km.
Intervenção
necessária e/ou
possível
Sinalização e colocação de cerca que impeça a entrada de visitantes. Restrição
a visitas turísticas e/ou casuais. Especialmente na altura da migração
temporária da colónia de morcegos, poder-se-à proceder a visitas restritas de
investigadores, de forma a estudar os elementos geomorfológicos ali
presentes.
| 230 |
FICHA DE CARACTERIZAÇÃO
DE LOCAIS DE INTERESSE GEOMORFOLÓGICO
AUTOR: JOÃO FORTE
DATA: AGOSTO DE 2008
LOCAL
Nome
Referência
Algar do Casal Soeiro
Tipo de local
isolado
Categoria temática
granítico
tectónico
glaciário
área
vulcânico
litoral
periglaciário
LIGeom 5
panorâmico
cársico
fluvial
de vertente
residual
eólico
geo-cultural
outra ____________________________________
Localização
Altitude: 380m
Coordenadas:
HG Dat 73 -8:25:07 ; 39:53:14
Freguesia: Chão de Couce
Concelho: Ansião
Extracto da Carta Militar de Portugal, Série M888, Folha 275 (Ansião), Edição 3 – IGE – 2004
| 231 |
DESCRIÇÃO GEOMORFOLÓGICA
Ilustração
Detalhe do tecto do Algar do Casal Soeiro,
situado a cerca de 20m da entrada vertical do
Algar.
Aspecto de uma bandeira localizada no tecto do Algar,
no mesmo sector referente à primeira foto.
Espeleotemas (estalactites e estalagmites) situados no sector
intermédio do Algar da Água.
Pormenor do depósito de preenchimento do Algar da Água,
observando-se estratificação na sua base.
| 232 |
Síntese
Descrição sumária
Litologias
Interesses
geomorfológicos
principais
Evolução
geomorfológica
Este algar situa-se no perímetro urbano do lugar do Casal do Soeiro, tendo
acessibilidade muito difícil e apenas com material de espeleologia. No seu
interior a movimentação é fácil, observando-se em toda a sua extensão a sua
morfologia.
Algar em calcários do Dogger, sendo o seu fundo parcialmente preenchido
por depósitos vermelhos argilosos.
Geoformas cársicas, pela génese e morfologia do algar, bem como dos
espeleotemas presentes (estalactites, estalagmites), bem como cortinas e
bandeiras. Salientam-se também os depósitos vermelhos que preenchem
parcialmente o fundo do algar, sendo possível observar a sua estratificação
no sector terminal.
Este algar é também um dos indícios de carsificação antiga ocorrida nesta
região, ocorrida posteriormente ao Jurássico Médio, seguindo-se a formação
dos espeleotemas, alguns de dimensão apreciável (2 a 3m) e preenchimento
do seu fundo com depósitos vermelhos.
Interesse patrimonial
Tipos de valor
Científico, pela ocorrência da cavidade e espeleotemas; Ecológico, pelo
nicho ecológico que permite o abrigo de morcegos.
Grau de
importância
Local com valor elevado, é um dos exemplos da carsificação antiga ocorrida
nesta região. A dimensão dos espeleotemas bem como os depósitos de
preenchimento, tornam este algar muito importante em termos científicos.
Cartografia
| 233 |
USO E GESTÃO
Acessibilidade
Visibilidade
Outros tipos de
valor
Usos actuais
Estado de
conservação
Vulnerabilidade
Estatuto legal
Muito difícil. O acesso ao interior do algar é apenas possível através da
utilização de material de espeleologia, já que a sua entrada é na vertical (7m).
Já o acesso até ao local é fácil, seguindo pela EM 1094 vindo de Ansião, virase para o lugar do Casal do Soeiro e segue-se até ao final da estrada em
calçada. Daí segue-se a pé por umas escadas de pedra até à entrada do algar
(30m).
A entrada do algar é bem visível. Entrando no algar e com a ajuda de luz
própria, consegue-se visionar as estalactites e estalagmites. Os depósitos de
enchimento do algar são muito facilmente visíveis, já que se localizam no
sector mais fundo do algar, local onde se transita sem quaisquer necessidade
de utilização de material espeleológico.
O algar é abrigo de morcegos (espécie não determinada). Em redor deste
algar existe um antigo lagar de azeite, sendo que para o armazenamento dos
resíduos a azeitona se utilizava uma série de pequenos algares transformados
em pequenos poços de armazenamento. Toda a área em redor é RN 2000.
Sem uso actual, apesar de que na década de 1990 um grupo de espeleólogos
(Núcleo de Espeleologia da Universidade de Aveiro) adquiriu uma antiga
casa, a qual não foi recuperada até ao momento (2008) e que serviria de base
para actividade de exploração na região. O antigo lagar está sem actividade há
muitos anos.
Decorrente da difícil acessibilidade, os objectos geomorfológicos estão em
bom estado, mesmo apesar de na entrada vertical do algar ter sido um local de
deposição de lixo, tendo também uma grande quantidade de pedras
amontoadas na entrada.
O facto de o algar se situar numa potencial área de construção (Espaços
urbanos – PDM) poderá causar algum tipo de ameaça à integridade do algar.
Relativamente à vulnerabilidade devida a eventual uso enquanto local de
interesse geomorfológico, esta é reduzida, já que a difícil acessibilidade limita
grandemente quaisquer tipo de acção a realizar neste local.
A área em que se localiza este algar é parte integrante da RN 2000 (Directiva
comunitária Aves - nº 79/409/CEE, e Directiva Habitats - nº 92/43/CEE.
Em termos de PDM de Ansião (ratificação – Resolução do Conselho de
Ministros nº 81/96, de 5 de Junho) situa-se numa área de Espaços
urbanos.
Povoações e
equipamentos
Lugar do Casal do Soeiro a 50m.Vila de Ansião, sede de concelho a 3km com
algumas residenciais e infra-estrutura de apoio a deslocações de jovens (casa
da amizade de Erbach). Alguns restaurantes na vila e posto de turismo.
Intervenção
necessária e/ou
possível
Sinalização como local de interesse geomorfológico, inserido num percurso
pedestre que englobe também o antigo lagar e os pequenos algares
convertidos em depósitos de matéria-prima do lagar.
| 234 |
FICHA DE CARACTERIZAÇÃO
DE LOCAIS DE INTERESSE GEOMORFOLÓGICO
AUTOR: JOÃO FORTE
DATA: AGOSTO DE 2008
LOCAL
Nome
Referência
Fórnia da Cruz
Tipo de local
isolado
Categoria temática
granítico
tectónico
glaciário
área
vulcânico
litoral
periglaciário
LIGeom 6
panorâmico
cársico
fluvial
de vertente
residual
eólico
geo-cultural
outra ____________________________________
Localização
Altitude: 350m
Coordenadas:
HG Dat 73 -8:24:47 ; 39:53:24
Freguesia: Chão de Couce
Concelho: Ansião
Extracto da Carta Militar de Portugal, Série M888, Folha 275 (Ansião), Edição 3 – IGE – 2004
| 235 |
DESCRIÇÃO GEOMORFOLÓGICA
Ilustração
Fórnia da Cruz, a partir do topo da vertente
Sudeste.
Pormenor do depósito que preenche o fundo da
fórnia, observando-se a estratificação incipiente
presente no mesmo. A base do depósito (1) é
constituída por calcários margosos, enquanto
que no sector intermédio (2) se observam
clastos angulosos envoltos numa matriz
margosa e argilosa no topo.
Pormenor do abarrancamento do depósito que preenche o fundo
da fórnia, o qual é limitado no seu fundo por uma bancada
calcária.
Amonite com diâmetro aproximado de 40cm, situada numa área no
fundo da fórnia, onde a concentração de fósseis é elevada.
| 236 |
Síntese
Descrição sumária
Litologias
Interesses
geomorfológicos
principais
Evolução
geomorfológica
Trata-se de uma fórnia com uma forma quase perfeita em anfiteatro, sendo o
sector mais a jusante situado no lugar do Ribeirinho. É uma geoforma
talhada em margas e calcários margosos e extensa área do seu fundo é
coberta por depósitos de vertente compostos por clastos angulosos
abarrancados pelas linhas de água.
Geoforma talhada nos calcários margosos do Aaleniano e margas e calcários
margosos do Toarciano. Topo das vertentes do anfiteatro talhada nos
calcários do Dogger.
Cársico, pela génese e morfologia da geoforma, pela diferenciação
litológica, pelo depósito que cobre extensa área do fundo da fórnia;
Abarrancamento do depósito quaternário por duas cabeceiras principais de
cursos de água. Geo-cultural, pelo aproveitamento humano do fundo da
geoforma e existência de poços de pedra.
A vertente Noroeste da Serra do Casal Soeiro foi profundamente ravinada
pelos agentes erosivos, expondo as margas e calcários margosos subjacentes
aos calcários do Dogger. O seu fundo é actualmente coberto por depósitos,
provavelmente quaternários.
Interesse patrimonial
Tipos de valor
Grau de
importância
Científico, pela visualização da diferenciação litológica que permitiu a
formação da geoforma e pela existência de fósseis; Estético, pela
singularidade da fórnia; Cultural, pelo aproveitamento de todo o fundo da
geoforma para culturas várias e construção de vários poços em pedra
tradicional, com sistemas antigos de extracção de água.
Área com valor geomorfológico elevado, já que é um bom exemplo de um
local com interesse geomorfológico aproveitado pelo homem, mantendo a
integridade do local.
Cartografia
| 237 |
USO E GESTÃO
Acessibilidade
Visibilidade
Outros tipos de
valor
Fácil. Seguindo pela EM 1094 vindo de Ansião, vira-se para o lugar do Casal
do Soeiro e segue-se até ao lugar do Ribeirinho, onde uma estrada em terra
batida se pode ter acesso via pedonal ou motora à fórnia. Estrada em estado
razoável permite o acesso de um carro de passageiros até ao sector intermédio
da fórnia, onde adiante só se consegue avançar a pé. Estacionamento possível
a alguns veículos.
Boa. A fórnia em si é genericamente visível de qualquer sector em que o
visitante esteja, apenas no sector mais a jusante da fórnia a visibilidade é algo
limitada pela existência de algumas árvores de fruto de dimensão média. O
depósito quaternário é facilmente visitável através do fundo de um dos
barrancos que entalhou o depósito em toda a sua extensão.
Existência de uma área nas margas e calcários margosos com elevada
concentração de fósseis (ex: Amonóides e Bivalves). Existência de 9 poços, a
maioria integralmente de pedra, com antigos sistemas de retirada de água,
além de um lavadouro público.Valor ecológico (RN 2000).
Usos actuais
No sector a jusante, os terrenos são agricultados enquanto que no sector
intermédio está situado um olival. Enquanto local de interesse natural e/ou
cultural apenas é utilizado em acções pontuais, caso da Geologia no Verão,
percursos pedestres e/ou BTT e também TT.
Estado de
conservação
Bom. Apesar de passar uma estrada de terra batida por dentro desta fórnia, os
elementos geomorfológicos (bem como geológicos) estão íntegros, tendo
apenas o depósito quaternário sido entalhado por dois barrancos principais e
pequenos sulcos, que facilitam a observação
Vulnerabilidade
Moderada. A vulnerabilidade do depósito quaternário é inteiramente
dependente do uso dos terrenos enquanto olival, enquanto se mantiver neste
uso terá pouca vulnerabilidade. No que concerne à integridade da fórnia, esta
poderá estar em risco a médio prazo pela existência de uma pedreira para
extracção de calçada, no topo Sudeste.
A área em que se localiza esta fórnia é parte integrante da RN 2000 (Directiva
comunitária Aves - nº 79/409/CEE, e Directiva Habitats - nº 92/43/CEE.
Estatuto legal
Em termos de PDM de Ansião (ratificação – Resolução do Conselho de
Ministros nº 81/96, de 5 de Junho) situa-se numa área de REN.
Povoações e
equipamentos
Lugar do Ribeirinho a 200m.Vila de Ansião, sede de concelho a 3km com
algumas residenciais e infra-estrutura de apoio a deslocações de jovens (casa
da amizade de Erbach). Alguns restaurantes na vila e posto de turismo.
Intervenção
necessária e/ou
possível
Integração do lugar em percurso pedestre com painel descritor, que inclua
também a área do algar do Casal do Soeiro e uma cornija calcária situada
entre esta fórnia e o algar do Casal do Soeiro.
| 238 |
FICHA DE CARACTERIZAÇÃO
DE LOCAIS DE INTERESSE GEOMORFOLÓGICO
AUTOR: JOÃO FORTE
DATA: AGOSTO DE 2008
LOCAL
Nome
Referência
Fórnia da Ucha
Tipo de local
isolado
Categoria temática
granítico
tectónico
glaciário
área
vulcânico
litoral
periglaciário
LIGeom 7
panorâmico
cársico
fluvial
de vertente
residual
eólico
geo-cultural
outra ____________________________________
Localização
Altitude: 370m
Coordenadas:
HG Dat 73 -8:24:23 ; 39:52:53
Freguesia: Chão de Couce
Concelho: Ansião
Extracto da Carta Militar de Portugal, Série M888, Folha 275 (Ansião), Edição 3 – IGE – 2004
| 239 |
DESCRIÇÃO GEOMORFOLÓGICA
Ilustração
Vista sobre a fórnia da Ucha, estando em
destaque a diferenciação litológica entre
os calcários do Dogger e as margas e
calcários margosos
Pormenor de colina constituída por margas e
calcários margosos, a qual foi posta em
evidência pelo entalhe das várias cabeceiras
das linhas de água. Aqui a localização de
fósseis, nomeadamente Amonóides.
Vale que se prolonga desde a fórnia da
Ucha até à Serra do Mouro, entalhado
nos calcários do Dogger. No pormenor
destaca-se o talvegue (com degrau
natural) do curso de água que se
estende até ao ligar da Serra do Mouro
| 240 |
Síntese
Descrição sumária
Litologias
Interesses
geomorfológicos
principais
Evolução
geomorfológica
Trata-se de uma fórnia de forma alongada em anfiteatro, sendo o sector mais
a jusante situado no lugar da Serra do Mouro, a 1,5km. É uma geoforma
talhada em margas e calcários margosos, sendo que a jusante cortou os
calcários do Dogger, formando um vale com fundo em U.
Geoforma talhada nos calcários margosos do Aaleniano e margas e calcários
margosos do Toarciano. Topo das vertentes do anfiteatro e do vale alongado
a jusante, talhados nos calcários do Dogger.
Fluviocarsico, pela génese e morfologia da geoforma, pela diferenciação
litológica e pela colina calcomargosa isolada pelos valeiros que no sector
intermédio se encontram e formam um curso de água único, que se prolonga
para jusante no vale encaixado nos calcários do Dogger.
As vertentes Sul, e Sudeste da Serra do Casal Soeiro foram profundamente
ravinadas pelos agentes erosivos, expondo as margas e calcários margosos
subjacentes aos calcários do Dogger. Os valeiros encaixam no sector
intermédio, onde cortaram os calcários do Dogger, formando um vale com
cerca de 1,3km.
Interesse patrimonial
Tipos de valor
Científico, pela visualização da diferenciação litológica que permitiu a
formação da geoforma e pela existência de fósseis; Estético, pela
singularidade da fórnia em conjunto com o vale alongado.
Grau de
importância
Local com valor geomorfológico devido à excelente visualização da
geoforma no seu conjunto e no particular.
Cartografia
| 241 |
USO E GESTÃO
Acessibilidade
Visibilidade
Fácil. Seguindo pela EM 1094 vindo de Ansião, segue-se até ao lugar da
Serra do Mouro, onde numa estrada em terra batida (curva apertada) se pode
ter acesso via pedonal ou motora à fórnia. Estrada em terra batida permite
acesso motor via Serra do Mouro e estrada florestal na Serra do Casal Soeiro,
recente, permite acesso motor até ao fundo da fórnia. Possibilidade de
estacionamento à berma da estrada floresta.
Boa. O entalhe dos calcários do Dogger, que se reflecte num vale alongado de
1,3 km, tem boa visibilidade, enquanto que a colina calcomargosa tem
excelente visibilidade, facto possibilitado pela pouca vegetação ali presente.
Outros tipos de
valor
Valor geológico, na colina calcomargosa encontram-se
nomeadamente amonóides. Valor ecológico (RN 2000).
Usos actuais
Sem uso. Apenas no vale a jusante desta fórnia se situa um olival, o qual
ainda é cuidado na sua grande maioria (minifúndio).
Estado de
conservação
Bom. Apesar deste facto uma pequena área foi destruída na abertura de uma
estrada florestal. A dificuldade de acesso até ao mês de Julho de 2008
permitiu que esta área ficasse inacessível, apesar de não protegida.
Vulnerabilidade
Desde a abertura de um estradão florestal, a integridade parcial do local ficou
em risco, já que desde então o uso desta área para provas de TT tem acelerado
a erosão de algumas áreas muito sensíveis, nomeadamente a colina
calcomargosa. O actual fácil acesso, aumentou a vulnerabilidade deste local.
Estatuto legal
A área em que se localiza esta fórnia é parte integrante da RN 2000 (Directiva
comunitária Aves - nº 79/409/CEE, e Directiva Habitats - nº 92/43/CEE.
fósseis,
Em termos de PDM de Ansião (ratificação – Resolução do Conselho de
Ministros nº 81/96, de 5 de Junho) situa-se numa área de REN.
Povoações e
equipamentos
Lugar da Serra do Mouro a 1,5km.Vila de Ansião, sede de concelho a 4,5km
com algumas residenciais e infra-estrutura de apoio a deslocações de jovens
(casa da amizade de Erbach). Alguns restaurantes na vila e posto de turismo.
Vila de Avelar a 6,5 km com algumas residenciais e outros tipos de serviços.
Intervenção
necessária e/ou
possível
Sinalização da área como local de interesse geomorfológico e com a
colocação de painel descritor de paisagem na berma da estrada que segue
desde a Serra da Portela até à Serra da Ameixieira. Integração do local em
percurso pedestre e/ou BTT. Interdição a veículos de TT.
| 242 |
FICHA DE CARACTERIZAÇÃO
DE LOCAIS DE INTERESSE GEOMORFOLÓGICO
AUTOR: JOÃO FORTE
DATA: AGOSTO DE 2008
LOCAL
Nome
Referência
Fórnia do Bofinho
Tipo de local
isolado
Categoria temática
granítico
tectónico
glaciário
área
vulcânico
litoral
periglaciário
LIGeom 8
panorâmico
cársico
fluvial
de vertente
residual
eólico
geo-cultural
outra ____________________________________
Localização
Altitude: 220m
Coordenadas:
HG Dat 73 -8:25:41 ; 39:49:08
Freguesia: Alvaiázere
Concelho: Alvaiázere
Extracto da Carta Militar de Portugal, Série M888, Folha 287 (Alvaiázere), Edição 3 – IGE – 2004
| 243 |
DESCRIÇÃO GEOMORFOLÓGICA
Ilustração
Vista sobre a fórnia do Bofinho, para
jusante.
Diferenciação litológica entre calcários do
Dogger e as margas e calcários margosos, com
forte expressão visual na paisagem, no que
concerne à distribuição da vegetação.
Pequeno poço de aproveitamento situado na
exsurgência, localizado no contacto entre os
calcários do Dogger e as margas e calcários
margosos, a meia vertente.
| 244 |
Síntese
Descrição sumária
Litologias
Interesses
geomorfológicos
principais
Evolução
geomorfológica
Trata-se de uma fórnia de forma alongada em anfiteatro, um dos dois
valeiros (Este) prolonga-se ligeiramente no seguimento da falha que separa
a Serra de Alvaiázere da serra Pequena, onde na separação entre os calcários
do Dogger e as margas e calcários margosos se situa uma pequena
exsurgência.
Geoforma talhada nas margas e nos calcários margosos, sendo o topo das
vertentes talhado nos calcários do Dogger.
Fluviocarso, pela génese e morfologia da geoforma, pela diferenciação
litológica e pela existência numa das cabeceiras de uma pequena
exsurgência no contacto entre os calcários do Dogger e as margas e
calcários margosos. Geo-cultural, pelo extenso olival.
A vertente Sudeste da Serra Pequena sofreu um processo de ravinamento
pelos agentes erosivos, onde dois valeiros colocaram em evidência a
diferenciação litológica entre os calcários do Dogger e as margas e calcários
margosos. Este processo terá sido acelerado a montante devido ao contacto
com a falha que separa a Serra de Alvaiázere da Serra Pequena, a qual
fragilizou toda a área, permitindo um aceleramento da erosão diferencial.
Interesse patrimonial
Tipos de valor
Científico, pela visualização da diferenciação litológica que permitiu a
formação da geoforma, associada a uma falha; Cultural, pela associação da
geoforma com o extenso olival que povoa o seu fundo.
Grau de
importância
Local com valor geomorfológico devido à associação entre o meio e o
homem.
Cartografia
| 245 |
USO E GESTÃO
Acessibilidade
Visibilidade
Outros tipos de
valor
Usos actuais
Estado de
conservação
Vulnerabilidade
Estatuto legal
Difícil. O acesso ao local faz-se através da EM 1118 até à entrada da Aldeia
do Bofinho, vindo de Alvaiázere, daí segue-se a pé ou de jipe através de uma
estrada em terra batida durante 800m, sendo que o acesso posterior pode ser
através da estrada que segue para a Serra Pequena ou via pedonal nos antigos
caminhos que atravessam o olival que cobre o fundo da fórnia.
Boa. Seja do sector montante seja do sector jusante, a visibilidade é boa. A
diferenciação litológica entre os calcários do Dogger e as margas e calcários
margosos é facilmente perceptível em termos visuais (vegetação). Neste
contacto litológico situa-se a meia vertente uma pequena exsurgência
acessível apenas via pedonal, sendo visível através da estrada que sobre até à
Serra Pequena.
O extenso olival que se prolonga até ao lugar do Bofinho é uma marca
cultural. A criação de gado caprino é também característica da área, sendo
que o rebanho que todos os dias cruza a Serra, se abastece num bebedouro ao
lado do poço da pequena exsurgência atrás referida. Ecológico (RN 2000).
Os habitantes ainda cuidam do olival, bem como agricultam alguns dos
terrenos da área. Enquanto local de interesse natural e cultural, ocorrem
algumas actividades desportivas (BTT; TT; percursos pedestres) que por ali
passam, dado o seu interesse paisagístico.
Bom. Nesta área são apenas dois factos que perturbam de forma muito pouco
significativa o estado de conservação da área, a estrada em terra batida que
atravessa e separa a Serra Pequena da Serra de Alvaiázere e o pisoteio do
grande rebanho que faz desta área local de paragem e pasto.
Reduzida, dada a dimensão da geoforma. Apenas o pisoteio de visitantes pode
aumentar a vulnerabilidade desta área, com a abertura e/ou alargamento de
trilhos já existentes nas margas e calcários margosos. Na eventualidade de se
promoverem muitas provas turísticas de TT nesta área, o sector montante da
fórnia poderá piorar de sobremaneira a erosão que se verifica desde a abertura
da estrada que atravessa este local.
A área em que se localiza esta fórnia é parte integrante da RN 2000 (Directiva
comunitária Aves - nº 79/409/CEE, e Directiva Habitats - nº 92/43/CEE.
Em termos de PDM de Alvaiázere (ratificação – Resolução do
Conselho de Ministros nº 179/97, de 27 de Outubro) situa-se em área
de REN, RAN e Espaços Naturais.
Povoações e
equipamentos
Lugar do Bofinho e aldeia do Bofinho a 1,5km. Vila de Alvaiázere, sede de
concelho a 6km com parque de campismo e uma residencial. Alguns
restaurantes na Vila de Alvaiázere e posto de turismo. Residencial e
restaurantes em Cabaços, na freguesia de Pussos, a 10km.
Intervenção
necessária e/ou
possível
Integração em percurso pedestre com sinalização de local de interesse
geomorfológico. Integração da área em percurso de BTT, utilizando a estrada
que desce pela Serra Pequena até ao lugar do Bofinho. Um projecto
idealizado em 2007 para o lugar do Bofinho (Escola da geodiversidade)
poderia reabilitar uma antiga escola e potenciar este local como de interesse
geomorfológico.
| 246 |
FICHA DE CARACTERIZAÇÃO
DE LOCAIS DE INTERESSE GEOMORFOLÓGICO
AUTOR: JOÃO FORTE
DATA: AGOSTO DE 2008
LOCAL
Nome
Referência
Dolina do Bofinho
Tipo de local
isolado
Categoria temática
granítico
tectónico
glaciário
área
vulcânico
litoral
periglaciário
LIGeom 9
panorâmico
cársico
fluvial
de vertente
residual
eólico
geo-cultural
outra ____________________________________
Localização
Altitude: 210m
Coordenadas:
HG Dat 73 -8:25:37 ; 39:48:40
Freguesia: Pelmá
Concelho: Alvaiázere
Extracto da Carta Militar de Portugal, Série M888, Folha 287 (Alvaiázere), Edição 3 – IGE – 2004
| 247 |
DESCRIÇÃO GEOMORFOLÓGICA
Ilustração
Vista sobre a dolina do Bofinho, na qual a
observação é dificultada pela vegetação de
elevado porte.
Pormenor do fundo da dolina em funil do
Bofinho.
Espelho de falha sobranceiro à dolina
do Bofinho.
| 248 |
Síntese
Descrição sumária
Litologias
Situada à entrada do lugar do Bofinho, a dolina do Bofinho é a maior da
região com cerca de 50 m de diâmetro e 15m de profundidade, trata-se de
uma dolina em funil. O acesso é possibilitado por uma estrada que ladeia o
seu bordo oriental.
Calcários do Dogger, sendo que toda a área está coberta por depósitos
vermelhos.
Interesses
geomorfológicos
principais
Cársico, pela dimensão e morfologia e pelo facto de ser talvez a geoforma
cársica mais característica do relevo cársico. Tectónico, pelo facto de se
situar na passagem de um dos acidentes tectónicos mais importantes da área,
o qual faz a separação entre a Serra de Alvaiázere e a Serra Pequena.
Evolução
geomorfológica
Situada numa linha de fragilidade tectónica, em calcários, derivado a ser
uma área de grande susceptibilidade a processos de dissolução dos calcários,
formou-se uma dolina com cerca de 50m de diâmetro e 15m profundidade.
O facto de ser uma área de intensa fracturação terá criado as condições
ideais para a formação desta geoforma.
Interesse patrimonial
Tipos de valor
Científico, pelo facto de ser a maior e mais bem conservada dolina da
região, bem como se situar numa linha de fragilidade tectónica. Estético,
pelo enquadramento visual da geoforma.
Grau de
importância
Área com elevado valor geomorfológico, uma vez que associa a forma mais
característica do relevo cársico com um importante acidente tectónico.
Cartografia
| 249 |
USO E GESTÃO
Acessibilidade
Fácil. O acesso ao local faz-se através da EM 1118 até à entrada da Aldeia do
Bofinho, vindo de Alvaiázere, daí segue-se a pé ou de jipe através de uma
estrada em terra batida durante 200m. Possibilidade de estacionamento no
largo à saída da Aldeia do Bofinho.
Visibilidade
Moderada. Toda a área está coberta por vegetação de estrato arbustivo e
arbóreo, sendo que o fundo da dolina é povoado por árvores de grande
dimensão, facto que dificulta de sobremaneira a visibilidade sobre esta
geoforma. Entrando no interior da dolina a visibilidade é reduzida, facto
derivado da dimensão da vegetação.
Ecológico (RN 2000). Geológico: sobranceira à dolina localiza-se um espelho
de falha no lado direito do caminho em terra batida que passa ao lado da
dolina.
Outros tipos de
valor
Usos actuais
Estado de
conservação
A área correspondente à dolina tem vários donos (minifúndio), não tendo
nenhum tipo de uso. No que concerne à sua utilização enquanto local de
interesse natural, esta dolina já foi visitada no âmbito de acções da Geologia
no Verão e em alguns percursos pedestres ligados à temática do património
geomorfológico.
Bom. Apesar deste facto a estrada em terra batida que passa ao lado desta
dolina, aquando da sua construção afectou ligeiramente o bordo Sudeste desta
geoforma.
Vulnerabilidade
Moderada. Enquanto local de interesse geomorfológico, a sua utilização não
torna este local vulnerável. Relativamente a intervenções antrópicas, poderá
haver a tentação de colmatar esta dolina com entulho, facto que torna assim
esta geoforma muito vulnerável.
Estatuto legal
A área em que se localiza esta dolina é parte integrante da RN 2000
(Directiva comunitária Aves - nº 79/409/CEE, e Directiva Habitats - nº
92/43/CEE.
Em termos de PDM de Alvaiázere (ratificação – Resolução do
Conselho de Ministros nº 179/97, de 27 de Outubro) situa-se em área
de RAN.
Povoações e
equipamentos
Lugar do Bofinho e aldeia do Bofinho a 200 m. Vila de Alvaiázere, sede de
concelho a 5km com parque de campismo e uma residencial. Alguns
restaurantes na Vila de Alvaiázere e posto de turismo. Residencial e
restaurantes em Cabaços, na freguesia de Pussos, a 9km.
Intervenção
necessária e/ou
possível
Sinalização como local de interesse geomorfológico e geológico, onde a
colocação de um painel descritor se pode afigurar como muito útil para a
compreensão do público desta geoforma. Integração em percurso pedestre,
BTT e TT. Um projecto idealizado em 2007 para o lugar do Bofinho (Escola
da geodiversidade) poderia reabilitar uma antiga escola e potenciar este local
como de interesse geomorfológico.
| 250 |
FICHA DE CARACTERIZAÇÃO
DE LOCAIS DE INTERESSE GEOMORFOLÓGICO
AUTOR: JOÃO FORTE
DATA: AGOSTO DE 2008
LOCAL
Nome
Referência
Campo de Megalapiás da Mata
Tipo de local
isolado
Categoria temática
granítico
tectónico
glaciário
área
vulcânico
litoral
periglaciário
LIGeom 10
panorâmico
cársico
fluvial
de vertente
residual
eólico
geo-cultural
outra ____________________________________
Localização
Altitude: 450/210m
Coordenadas:
HG Dat 73 -8:24:32 ; 39:48:18
Freguesia: Alvaiázere
Concelho: Alvaiázere
Extracto da Carta Militar de Portugal, Série M888, Folha 287 (Alvaiázere), Edição 3 – IGE – 2004
| 251 |
DESCRIÇÃO GEOMORFOLÓGICA
Ilustração
Aspecto de megalapiás situado a escassos metros do lugar da Mata de
Baixo, onde podem ser observadas várias tipologias de megalapiás.
Pia de dissolução com diâmetro de 1,5m, tendo
um pequeno muro a fechar a cavidade de forma
a servir de poço para armazenamento de água.
Geoforma cársica, situada no topo de um megalapiás, localizado na
escarpa de falha da Serra de Alvaiázere, a 1km Norte do lugar da
Mata de Baixo.
| 252 |
Síntese
Descrição sumária
Litologias
Interesses
geomorfológicos
principais
Evolução
geomorfológica
Área genericamente compreendida entre o topo da vertente no sector da Sr.ª
dos Covões (Serra de Alvaiázere) e a colina do Castelo, com um extensa
área de megalapiás de variadas tipologias e dimensões, desde 1,5m a 6m,
além de várias pias cársicas. Área de carso semi-exumado.
Os megalapiás são constituídos por calcários do Jurássico médio. Em alguns
dos megalapiás observa-se um nível de brechas. O solo de toda a área é
constituído por depósitos vermelhos.
Cársico, pela extensão, dimensão e tipologias das geoformas e pela elevada
concentração nesta área de pias cársicas. Geo-cultural, pelo aproveitamento
e modificação antrópica das pias cársicas para armazenamento de água.
Os calcários fortemente diaclasados, situados numa área de fragilidade
tectónica sofreram processos de dissolução, criando os megalapiás.
Posteriormente toda a área foi coberta por depósitos vermelhos, os quais
cobrem ainda uma extensa área (Crispim, 1986).
Interesse patrimonial
Tipos de valor
Grau de
importância
Científico, pela ocorrência dos maiores megalapiás da região e elevada
concentração de pias cársicas. Geo-cultural, pela associação homem/meio.
Histórico e arqueológico pela existência da estrada dos templários e achados
arqueológicos. Estético, pela singularidade. Económico, pelo geoturismo.
Área com elevado valor geomorfológico, representando talvez o maior
campo de megalapiás e de maior dimensão do Maciço de Sicó, estando
associada a uma importante linha de fragilidade que se traduz no sector
Norte desta área na Escarpa de falha da Serra de Alvaiázere.
Cartografia
| 253 |
USO E GESTÃO
Acessibilidade
Visibilidade
Outros tipos de
valor
Moderada a difícil. A área referente ao campo de megalapiás pode ser
acessível de vários locais. O melhor acesso é vindo de Alvaiázere pela EM
1118 chega-se ao lugar da Mata de Baixo, onde seguindo pela estrada de
calçada se entra no campo de megalapiás. Ou então através das estradas em
terra batida que circundam a Mata de Baixo e a Mata. Estacionamento
inexistente.
Moderada. A vegetação dificulta a visualização destas geoformas, e apenas
no lugar da Mata de Baixo uma pequena área é facilmente visitável e visível.
A restante área de megalapiás apenas é perceptível através de fotografia aérea
ou ortofotomapa, numa extensão de 2km de comprimento por 500 metros de
largura
Ecológico (RN 2000). Geológico: observa-se a escarpa de falha da Serra de
Alvaiázere; Pegada de dinossáurio. Etnográfico: antigo lagar; pias cársicas
transformadas em poços para armazenamento de água. Arqueológico:
vestígios arqueológicos (ex. machado). Histórico: marco dos templários.
Usos actuais
Utilização diminuta dos terrenos. Apenas pequenas áreas são cuidadas pelos
proprietários, nomeadamente os olivais e pequenas hortas.
Estado de
conservação
Bom. Todas as geoformas visíveis estão plenamente conservadas, a restante
área de megalapiás, apenas visível por fotografia aérea ou ortofotomapa, está
também em bom estado de conservação.
Vulnerabilidade
Local com vulnerabilidade diminuta, dada não só a dimensão da área bem
como da extrema dificuldade de eventual construção de casas ou qualquer
género de infraestruturas, facto último que torna toda a área pouco vulnerável
a intervenções humanas. Do ponto de vista da utilização enquanto local de
interesse geomorfológico a vulnerabilidade é extremamente reduzida.
A área em que se localiza esta área é parte integrante da RN 2000 (Directiva
comunitária Aves - nº 79/409/CEE, e Directiva Habitats - nº 92/43/CEE.
Estatuto legal
Em termos de PDM de Alvaiázere (ratificação – Resolução do
Conselho de Ministros nº 179/97, de 27 de Outubro) situa-se em
Espaço agro-florestal e uma pequena extensão em Espaço urbano.
Povoações e
equipamentos
Intervenção
necessária e/ou
possível
Lugares da Mata de Baixo e da Mata incluídos no perímetro do campo de
megalapiás. Vila de Alvaiázere, sede de concelho a 3,5km com parque de
campismo e uma residencial. Alguns restaurantes na Vila de Alvaiázere e
posto de turismo. Residencial e restaurantes em Cabaços, na freguesia de
Pussos, a 8km.
Limpeza de mato em toda a área, para que permita visualizar este local.
Sinalização como local de interesse geomorfológico, com colocação de painel
descritor onde se poderia dar nomes a algumas das geoformas (ex. “Homem
Velho” e “caracol”. Integração em percurso pedestre e recuperação de
caminhos tradicionais entre muros. Implantação de parque de merendas e
infraestrutura de apoio a visitantes, recuperando casa antiga.
| 254 |
FICHA DE CARACTERIZAÇÃO
DE LOCAIS DE INTERESSE GEOMORFOLÓGICO
AUTOR: JOÃO FORTE
DATA: AGOSTO DE 2008
LOCAL
Nome
Depósito de vertente da Serra de Alvaiázere
Tipo de local
isolado
Categoria temática
granítico
tectónico
glaciário
área
vulcânico
litoral
periglaciário
Referência
LIGeom 11
panorâmico
cársico
fluvial
de vertente
residual
eólico
geo-cultural
outra ____________________________________
Localização
Altitude: 490m
Coordenadas:
HG Dat 73 -8:24:14 ; 39:50:03
Freguesia: Alvaiázere
Concelho: Alvaiázere
Extracto da Carta Militar de Portugal, Série M888, Folha 287 (Alvaiázere), Edição 3 – IGE – 2004
| 255 |
DESCRIÇÃO GEOMORFOLÓGICA
Ilustração
Perfil transversal do depósito de vertente da
Serra de Alvaiázere, situado a meia vertente.
Pormenor de cornija calcária do
depósito de vertente. Na parte
superior observam-se clastos
homométricos cimentados por
um cimento calcário, enquanto
que na base, os clastos estão
envolvidos por uma matriz
calcomargosa, menos resistente à
erosão.
| 256 |
Síntese
Descrição sumária
Litologias
Área de reduzida dimensão situada na vertente Este da Serra de Alvaiázere,
a Sudoeste do lugar da Porta, a meia vertente. Nesta área, encontra-se um
depósito de vertente, constituído por clastos angulosos de pequena
dimensão, fortemente cimentados por um cimento calcário à superfície.
O depósito é constituído por clastos calcários, provavelmente originários da
cornija calcária da escarpa de falha, constituída por calcários do Dogger.
Interesses
geomorfológicos
principais
Cársico e periglaciário, pela ocorrência do depósito de origem periglaciar,
pelo facto de permitir colocar hipóteses evolutivas da evolução do modelado
cársico nesta região e também pela característica particular de se situar a
meia vertente e não na base da vertente.
Evolução
geomorfológica
Os clastos angulosos e achatados e as características sedimentológicas do
depósito, considerando as interpretações de outros autores para depósitos
dos maciços calcários portugueses (Cunha, 1990; Rodrigues, 1998),
permitem atribuir-lhes uma origem periglaciária. A deposição destes
fragmentos finos e heterométricos, com pouca matriz, correspondente a
climas frios e poucos húmidos (com gelifracção importante), resulta de
processos ligados à gravidade e ao creep (Rodrigues, 1998).
Interesse patrimonial
Tipos de valor
Grau de
importância
Científico, pela ocorrência de um depósito de vertente que pode permitir o
aprofundar do estudo das hipóteses referentes à evolução do modelado
cársico.
Local com valor geomorfológico, já que é um bom objecto de estudo do
modelado cársico.
Cartografia
| 257 |
USO E GESTÃO
Acessibilidade
Visibilidade
Difícil. O acesso apenas é possível numa primeira fase através da EM 348
num corte para uma estrada para a Serra de Alvaiázere entre a Marzugueira e
a Porta. Seguidamente segue-se apenas de jipe pela estrada que passa no
depósito de água até à meia vertente da Serra, daí só a pé, subindo 200 m a
vertente muito declivosa se chega ao depósito de vertente.
Muito boa. Estando no local observa-se no geral e no particular o depósito de
vertente, sem que haja vegetação a limitar qualquer ângulo de visão.
Outros tipos de
valor
Ecológico (RN 2000). Geológico: observa-se a escarpa de falha da Serra de
Alvaiázere. Paisagístico.
Usos actuais
Sem uso actual.
Estado de
conservação
Bom. O facto deste depósito ter uma crosta carbonatada e por isso mais
protegida da acção erosiva, bem como a difícil acessibilidade tem permitido
que este depósito se mantenha em bom estado de conservação.
Vulnerabilidade
O facto de semanalmente passar um grande rebanho de cabras pode de algum
modo tornar este local vulnerável. Relativamente ao uso enquanto local de
interesse geomorfológico a sua vulnerabilidade é reduzida, desde que o
número de visitantes seja diminuto, só através de um estudo de capacidade de
carga se poderá ter a noção de número máximo de visitantes.
A área em que se localiza este depósito é parte integrante da RN 2000
(Directiva comunitária Aves - nº 79/409/CEE, e Directiva Habitats - nº
Estatuto legal
92/43/CEE.
Em termos de PDM de Alvaiázere (ratificação – Resolução do
Conselho de Ministros nº 179/97, de 27 de Outubro) situa-se em RAN
e é considerado como Espaço Natural
Povoações e
equipamentos
Vila de Alvaiázere, sede de concelho a 4km com parque de campismo e uma
residencial. Alguns restaurantes na Vila de Alvaiázere e posto de turismo.
Residencial e restaurantes em Cabaços, na freguesia de Pussos, a 8km.
Intervenção
necessária e/ou
possível
Sinalização como local de interesse geomorfológico.
| 258 |
FICHA DE CARACTERIZAÇÃO
DE LOCAIS DE INTERESSE GEOMORFOLÓGICO
AUTOR: JOÃO FORTE
DATA: AGOSTO DE 2008
LOCAL
Nome
Cascalheiras de gravidade da Serra de Alvaiázere
Tipo de local
isolado
Categoria temática
granítico
tectónico
glaciário
área
vulcânico
litoral
periglaciário
Referência
LIGeom 12
panorâmico
cársico
fluvial
de vertente
residual
eólico
geo-cultural
outra ____________________________________
Localização
Altitude: 570m
Coordenadas:
HG Dat 73 -8:24:20 ; 39:50:05
Freguesia: Alvaiázere
Concelho: Alvaiázere
Extracto da Carta Militar de Portugal, Série M888, Folha 287 (Alvaiázere), Edição 3 – IGE – 2004
| 259 |
DESCRIÇÃO GEOMORFOLÓGICA
Ilustração
Vista sobre as escombreiras de gravidade, em
taludes ou cones individualizados, na vertente
Este da Serra de Alvaiázere, alimentados pelo
escarpado localizado no topo da Serra.
Escombreira de gravidade com forma de
triângulo invertido, onde superficialmente na
base (3) os clastos têm uma dimensão até 40
cm, no sector intermédio (2) os clastos têm
dimensão na ordem dos 20 cm e no topo (1)
uma dimensão na ordem dos 2 a 5 cm.
| 260 |
Síntese
Descrição sumária
Litologias
Trata-se de uma área situada perto do topo da vertente Este, a Sudoeste do
lugar da Porta, onde extensas áreas estão cobertas por clastos calcários de
variadas dimensões, sendo alimentadas pelo escarpado no topo da Serra de
Alvaiázere.
Os clastos calcários têm origem no escarpado do topo da Serra, que
corresponde a calcários do Jurássico médio (Dogger).
Interesses
geomorfológicos
principais
Cársico e periglaciário, pela importância das escombreiras de gravidade no
estudo do modelado cársico.
Evolução
geomorfológica
A existência de uma extensa parede rochosa, constituída por calcários do
Dogger, permitiu a formação de extensa área atapetada por clastos calcários
heterométricos, devidos à meteorização (provavelmente crioclastia). Boa
parte desta área é constituída por formas em cone de clastos que variam na
sua dimensão.
Interesse patrimonial
Tipos de valor
Grau de
importância
Cénico, pela observação panorâmica destes depósitos a partir de Alvaiázere.
Científico, pela importância enquanto depósitos herdados presentes nesta
região e pelas possíveis indicações que podem fornecer relativamente a
processos geomorfológicos herdados.
Local importante do ponto de vista geomorfológico.
Cartografia
| 261 |
USO E GESTÃO
Acessibilidade
Visibilidade
Muito difícil. O acesso apenas é possível numa primeira fase através da EM
348 num corte para uma estrada para a Serra de Alvaiázere entre a
Marzugueira e a Porta. Seguidamente segue-se apenas de jipe ou a pé pela
estrada que vai até à Serra Pequena, parando 500 metros adiante, onde através
de um carreiro através dos eucaliptos podemos caminhar pela meia vertente
até às cascalheiras da vertente NE da Serra de Alvaiázere.
Muito boa. De qualquer ângulo em que estejamos é fácil observar toda a área
coberta pelas cascalheiras de gravidade, sem que haja vegetação que limite a
visão sobre as mesmas.
Outros tipos de
valor
Ecológico (RN 2000). Geológico: observa-se a escarpa de falha da Serra de
Alvaiázere. Paisagístico. Cultural: olival plantado na vertente, com pequenos
muros de suporte. Arqueológico: encontrada cerâmica nesta cascalheira
(idade medieval).
Usos actuais
Sem uso.
Estado de
conservação
Bom. Existem apenas pequenos trilhos pedonais, muito raramente utilizados
por uma ou outra pessoa, que atravessam as cascalheiras de gravidade,
causando uma pequena modificação do declive natural.
Vulnerabilidade
Reduzida. No local torna-se muito difícil qualquer intervenção humana.
Relativamente à vulnerabilidade decorrente do seu uso enquanto local de
interesse geomorfológico, esta pode ser moderada, já que o pisoteio do local
facilmente pode afectar a integridade das cascalheiras.
Estatuto legal
A área em que se localiza este depósito é parte integrante da RN 2000
(Directiva comunitária Aves - nº 79/409/CEE, e Directiva Habitats - nº
92/43/CEE.
Em termos de PDM de Alvaiázere (ratificação – Resolução do
Conselho de Ministros nº 179/97, de 27 de Outubro) situa-se em RAN
e é considerado como Espaço Natural
Povoações e
equipamentos
Vila de Alvaiázere, sede de concelho a 4km com parque de campismo e uma
residencial. Alguns restaurantes na Vila de Alvaiázere e posto de turismo.
Residencial e restaurantes em Cabaços, na freguesia de Pussos, a 8km.
Intervenção
necessária e/ou
possível
Sinalização como local de interesse geomorfológico e inclusão em painel
descritor a colocar num local com vista para a escarpa de falha. Restrição de
visitas ao local, já que a sua capacidade de carga poderá ser muito reduzido.
| 262 |
FICHA DE CARACTERIZAÇÃO
DE LOCAIS DE INTERESSE GEOMORFOLÓGICO
AUTOR: JOÃO FORTE
DATA: AGOSTO DE 2008
LOCAL
Nome
Referência
Senhora dos Covões – Miradouro
Tipo de local
isolado
Categoria temática
granítico
tectónico
glaciário
área
vulcânico
litoral
periglaciário
LIGeom 13
panorâmico
cársico
fluvial
de vertente
residual
eólico
geo-cultural
outra ____________________________________
Localização
Altitude: 340m
Coordenadas:
HG Dat 73 -8:24:12 ; 39:48:51
Freguesia: Alvaiázere
Concelho: Alvaiázere
Extracto da Carta Militar de Portugal, Série M888, Folha 287 (Alvaiázere), Edição 3 – IGE – 2004
| 263 |
DESCRIÇÃO GEOMORFOLÓGICA
Ilustração
Vista panorâmica a partir do miradouro da Capela da N.ª Sr.ª do Covões.
Vista para Norte, sobre a escarpa de falha da Serra de Alvaiázere.
Vista para a depressão fluviocársica de Alvaiázere.
| 264 |
Síntese
Descrição sumária
Litologias
Interesses
geomorfológicos
principais
Evolução
geomorfológica
Trata-se de um local panorâmico situado a meia vertente da Serra de
Alvaiázere, situado a escassos metros de um local de culto (N. Sr.ª dos
Covões). Daqui observa-se de perfil a escarpa de falha da Serra de
Alvaiázere e a depressão fluviocársica de Alvaiázere.
Na escarpa de falha da Serra de Alvaiázere observam-se os calcários do
Dogger, as Margas e calcários margosos e as Dolomias e calcários
dolomíticos. Na depressão de Alvaiázere observa-se os calcários
dolomíticos e depósitos quaternários.
Tectónico, pelo controlo estrutural da escarpa de falha da Serra de
Alvaiázere. Cársico e fluvial, pela génese da depressão fluviocársica de
Alvaiázere e pela existência de depósitos quaternários no sector Sul da
depressão.
A tectónica de fracturação que levou ao levantamento entre outros da Serra
de Alvaiázere (Terciário e Quaternário antigo) condicionou fortemente a
morfologia desta área em especial, onde a depressão fluviocársica de
Alvaiázere, encastoada nos calcários dolomíticos, está de encontro aos
calcários do Dogger da Serra de Alvaiázere.
Interesse patrimonial
Tipos de valor
Grau de
importância
Científico, pela visualização da depressão fluviocársica de Alvaiázere e da
escarpa de falha da Serra de Alvaiázere, bem como das colinas
antemesozóicas. Estético, pela qualidade panorâmica do ponto de
observação.
Local panorâmico com elevado valor, devido ao seu enquadramento face à
depressão fluviocársica de Alvaiázere e face à escarpa de falha da Serra de
Alvaiázere.
Cartografia
| 265 |
USO E GESTÃO
Acessibilidade
Muito fácil. O acesso faz-se vindo de Alvaiázere pela EM 1118, chegando ao
lugar dos Covões, corta-se para a Capela de Nª Sr.ª dos Covões, havendo
local para estacionamento.
Visibilidade
Boa. Deste local panorâmico tem-se excelente visibilidade quer para a
depressão fluviocársica de Alvaiázere, quer para a escarpa de falha da Serra
de Alvaiázere. Não há obstáculos visuais.
Outros tipos de
valor
Ecológico (RN 2000). Geológico: observa-se a escarpa de falha da Serra de
Alvaiázere; observa-se também as colinas a Este e Norte de Alvaiázere,
constituídas por materiais antemesozóicos. Paisagístico. Cultural: olival de
Alvaiázere. Religioso: Capela de Nª Sr.ª dos Covões.
Usos actuais
Actividades religiosas e festa anual (1º domingo de Maio). Local de pic-nic.
Local de miradouro, apesar de não estar referenciado como tal.
Estado de
conservação
Local bem conservado, decorrente de ali se situar a capela. Paisagem muito
pouco afectada pela acção antrópica, apenas uma pedreira localizada a Sul
deste local está desenquadrada na paisagem, mas de forma não muito
expressiva vista deste local.
Vulnerabilidade
Decorrente do facto de ser um local religioso, a vulnerabilidade do lugar é
diminuta. Relativamente ao seu uso enquanto local de interesse
geomorfológico, a sua vulnerabilidade é quase nula.
Estatuto legal
A área em que se localiza este local de observação é parte integrante da RN
2000 (Directiva comunitária Aves - nº 79/409/CEE, e Directiva Habitats -
nº 92/43/CEE.
Em termos de PDM de Alvaiázere (ratificação – Resolução do
Conselho de Ministros nº 179/97, de 27 de Outubro) situa-se em
Espaço urbano.
Povoações e
equipamentos
Vila de Alvaiázere, sede de concelho a 2,5km com parque de campismo e
uma residencial. Alguns restaurantes na Vila de Alvaiázere e posto de
turismo. Residencial e restaurantes em Cabaços, na freguesia de Pussos, a
6,5km.
Intervenção
necessária e/ou
possível
Sinalização como miradouro e colocação de painel descritor de paisagem
| 266 |
FICHA DE CARACTERIZAÇÃO
DE LOCAIS DE INTERESSE GEOMORFOLÓGICO
AUTOR: JOÃO FORTE
DATA: AGOSTO DE 2008
LOCAL
Nome
Campo de Lapiás da Serra de Alvaiázere
Tipo de local
isolado
Categoria temática
granítico
tectónico
glaciário
área
vulcânico
litoral
periglaciário
Referência
LIGeom 14
panorâmico
cársico
fluvial
de vertente
residual
eólico
geo-cultural
outra ____________________________________
Localização
Altitude: 600m
Coordenadas:
HG Dat 73 -8:24:33 ; 39:49:59
Freguesia: Alvaiázere
Concelho: Alvaiázere
Extracto da Carta Militar de Portugal, Série M888, Folha 287 (Alvaiázere), Edição 3 – IGE – 2004
| 267 |
DESCRIÇÃO GEOMORFOLÓGICA
Ilustração
Lapiás em ninhos ou favos de abelha, no topo da Serra de
Alvaiázere, no sector centro.
Lapiás em mesa no topo da Serra de
Alvaiázere, no sector Norte da Serra de
Alvaiázere.
Lapiás em fendas ou ranhuras, no topo da Serra
de Alvaiázere, no sector Norte.
| 268 |
Síntese
Descrição sumária
Litologias
Correspondendo genericamente ao topo da Serra de Alvaiázere, nesta área
podemos encontrar algumas das tipologias dos lapiás em agulha, em
canelura, em fendas ou ranhuras, em mesa, em ninhos ou favos de abelha e
em sulcos arredondados
Toda a área corresponde a calcários do Dogger, coberto parcialmente por
depósitos vermelhos.
Interesses
geomorfológicos
principais
Cársica, pela existência das geoformas lapiás, formas menores de dissolução
do modelado cársico, mas de grande importância na temática do modelado
cársico.
Evolução
geomorfológica
A dissolução do carbonato de cálcio nos calcários do Dogger, associada à
acidificação derivada do aumento do teor em CO2 da atmosfera, , promoveu
a existência destas formas. As várias tipologias de lapiás formaram-se
devido quer ao escoamento, à combinação do mesmo com influências
tectónicas e também à dissolução.
Interesse patrimonial
Tipos de valor
Grau de
importância
Científico, pela diversidade de tipologias destas formas menores de
dissolução, bem como da sua importância para o estudo da evolução do
modelado cársico. Ecológico, pela importância como habitat para a
vegetação. Estético, pelo aspecto cénico do conjunto de lapiás. Cultural,
pela implantação do Castro da Serra de Alvaiázere nesta área.
Local com elevado valor geomorfológico.
Cartografia
| 269 |
USO E GESTÃO
Acessibilidade
Visibilidade
Outros tipos de
valor
Moderada a difícil. O acesso é feito pela estrada de acesso ao topo da Serra de
Alvaiázere, local onde se pode estacionar, inclusive autocarro. O topo da
Serra de Alvaiázere é um extenso campo de lapiás de várias tipologias, desta
forma dependendo da área específica que se quiser observar, a acessibilidade
poderá ser moderada a difícil, dependendo da distância e da dimensão da
vegetação.
Moderada. Grande parte do topo da Serra onde se observam lapiás, tem a
visibilidade limitada pela dimensão da vegetação. No topo Norte da Serra a
vegetação arbustiva e herbácea permite uma visibilidade boa a moderada,
enquanto que no sector central e Sul da Serra a vegetação limita de forma
bastante expressiva a visibilidade dos lapiás.
Ecológico (RN 2000). Histórico e arqueológico: no topo da Serra de
Alvaiázere situa-se o maior povoado da Idade do Bronze da Península
Ibérica, de onde se têm retirado muitos vestígios arqueológicos.
Usos actuais
Uso diminuto. Apenas se refere a utilização de pequena área para colocação
de antenas de telecomunicações. Enquanto local de interesse natural e/ou
cultural, ocorrem neste local alguns passeios pedestres e raras actividades
científicas.
Estado de
conservação
Bom. Apesar deste facto a abertura de um estradão para eventual parque
eólico destruiu uma extensa área de lapiás muito perto do topo da vertente Sul
da Serra de Alvaiázere. Todo o topo da Serra, onde se situa o extenso campo
de lapiás, está em bom estado de conservação.
Vulnerabilidade
Reduzida. Genericamente o campo de lapiás está situado no perímetro do
povoado da Idade do Bronze, daí a sua vulnerabilidade ser reduzida, devido à
protecção legal deste povoado. Relativamente ao uso enquanto local de
interesse geomorfológico, a sua vulnerabilidade é muito reduzida.
Estatuto legal
A área relativa ao castro está em vias de classificação pelo Instituto Português
do Património Arquitectónico (IGESPAR). Todo o topo da Serra é parte
integrante da RN 2000 (Directiva comunitária Aves - nº 79/409/CEE, e
Directiva Habitats - nº 92/43/CEE. Em termos de PDM de Alvaiázere
(ratificação – Resolução do Conselho de Ministros nº 179/97, de 27 de
Outubro), a área situa-se em Espaço Natural e RAN.
Povoações e
equipamentos
Vila de Alvaiázere, sede de concelho a 5,5km com parque de campismo e
uma residencial. Alguns restaurantes na Vila de Alvaiázere e posto de
turismo. Residencial e restaurantes em Cabaços, na freguesia de Pussos, a
10km.
Intervenção
necessária e/ou
possível
Integração em percurso pedestre que utilize antigos trilhos tradicionais e que
dê destaque às várias tipologias de lapiás.
| 270 |
FICHA DE CARACTERIZAÇÃO
DE LOCAIS DE INTERESSE GEOMORFOLÓGICO
AUTOR: JOÃO FORTE
DATA: AGOSTO DE 2008
LOCAL
Nome
Referência
Topo da Serra de Alvaiázere
Tipo de local
isolado
Categoria temática
granítico
tectónico
glaciário
área
vulcânico
litoral
periglaciário
LIGeom 15
panorâmico
cársico
fluvial
de vertente
residual
eólico
geo-cultural
outra ____________________________________
Localização
Altitude: 618m
Coordenadas:
HG Dat 73 -8:24:44 ; 39:49:40
Freguesia: Alvaiázere
Concelho: Alvaiázere
Extracto da Carta Militar de Portugal, Série M888, Folha 287 (Alvaiázere), Edição 3 – IGE – 2004
| 271 |
DESCRIÇÃO GEOMORFOLÓGICA
Ilustração
Vista panorâmica a partir do topo da Serra de Alvaiázere, centrado no vértice geodésico (618m).
Vista panorâmica sobre os sectores Sul e Sudoeste, observando-se a Serra de Aire a SW.
Vista panorâmica sobre os sectores Oeste, Noroeste e Norte, observando-se as Serras de Sicó e
Monte de Vez, além da bacia Cretácica de Ansião a Sudeste da Serra de Sicó e do aplanamento do
topo das Serras de Alvaiázere, Ariques, Portela e Casal Soeiro.
Vista panorâmica sobre o sector Este, sendo possível a visualização em toda a amplitude sobre o
Maciço Hespérico, bem como as “ilhas do Maciço Hespérico”, situadas a Nordeste da Serra de
Alvaiázere.
| 272 |
Síntese
Descrição sumária
Litologias
Interesses
geomorfológicos
principais
Evolução
geomorfológica
Trata-se de um local panorâmico, situado no topo da Serra de Alvaiázere. A
partir deste ponto observam-se uma série de pontos-chave da evolução
geológica e geomorfológica de região. É possível observar extensa área,
desde a Serra de Aire até às Serras de Sicó, Monte de Vez e Lousã.
O local onde este miradouro se situa é talhado nos calcários do Dogger. Da
litologia dominante visionada a partir deste ponto, destacam-se os calcários
do Dogger, o xisto do Maciço Hespérico, calcários dolomíticos, calcários
margosos e os materiais da extensa Bacia Cretácica de Ansião.
Tectónico, pelo controlo da morfologia estrutural de toda a região e pela
diferenciação litológica posta em evidência pelos calcários do Dogger no
Maciço de Sicó. Fluvial, pela orientação da Bacia Cretácica de Ansião, bem
como pelo entalhe da rede hidrográfica na região e existência de depósitos
sedimentares.
Após o Jurássico Superior, esta toda esta área ficou coberta por séries
detríticas derivadas da erosão do Maciço Antigo. A tectónica de fracturação
e a diferenciação litológica condicionaram fortemente a morfologia do
modelado cársico. A erosão diferencial colocou em evidência algumas
“ilhas do Maciço Hespérico”, situadas na Orla Mesocenozóica Ocidental.
Interesse patrimonial
Tipos de valor
Grau de
importância
Científico, pela visualização de vários elementos geológicos e
geomorfológicos de grande importância. Estético, pela qualidade de
observação do ponto panorâmico. Cultural, pela importância em termos
históricos deste ponto panorâmico.
Local panorâmico com valor muito elevado, devido ao seu enquadramento
geográfico que permite a visualização do relevo a nível regional, incluindo
as Serras de Aire, Sicó, Lousã e Estrela.
Cartografia
| 273 |
USO E GESTÃO
Acessibilidade
Fácil. O acesso é feito por veículo motorizado pela estrada de acesso ao topo
da Serra de Alvaiázere, local onde se pode estacionar, inclusive autocarro.
Visibilidade
Boa. Local panorâmico com boa visibilidade para quase todos os quadrantes,
à excepção do Norte. Excelente visibilidade, sem nevoeiro, para a Bacia
Cretácica de Ansião, depressão fluviocársica de Alvaiázere, superfície
aplanada do pequeno maciço calcário correspondente à área de estudo
(Unidade Territorial de Alvaiázere). Percebe-se a generalidade das formas de
relevo de toda, desde a Serra de Aire até às Serras de Sicó, Janeanes e Monte
de Vez.
Ecológico (RN 2000). Histórico e arqueológico: no topo da Serra de
Alvaiázere situa-se o maior povoado da Idade do Bronze da Península
Ibérica, de onde se têm retirado muitos vestígios arqueológicos. Geodésico.
Cénico.
Outros tipos de
valor
Usos actuais
Estado de
conservação
Utilização como posto de vigia de incêndios no período do Verão. Área de
implantação de antena de telemóveis. Miradouro, apesar de não estar
identificado como tal. Área de pic-nics ocasionais. Utilização deste ponto em
actividades científicas Geologia no Verão, para descrição e explicação da
evolução do relevo num contexto regional.
Bom estado de conservação.
Vulnerabilidade
Reduzida. A dimensão da área e de algumas das formas de relevo torna-a
pouco vulnerável na perspectiva da utilização enquanto local de interesse
geomorfológico.
Estatuto legal
Área considerável é parte integrante da Rede Natura 2000. As áreas afectas às
formas de relevo mais importantes estão dentro das categorias (PDM´s
vários) de Espaços Naturais, REN, RAN, Espaços agro-florestais, entre
outras.
Povoações e
equipamentos
Vila de Alvaiázere, sede de concelho a 5km com parque de campismo e uma
residencial. Alguns restaurantes na Vila de Alvaiázere e posto de turismo.
Residencial e restaurantes em Cabaços, na freguesia de Pussos, a 9km.
Intervenção
necessária e/ou
possível
Identificação como local de interesse geomorfológico, com colocação de
painel descritor de paisagem.
| 274 |
FICHA DE CARACTERIZAÇÃO
DE LOCAIS DE INTERESSE GEOMORFOLÓGICO
AUTOR: JOÃO FORTE
DATA: AGOSTO DE 2008
LOCAL
Nome
Referência
Capela da Serra da Ameixieira
Tipo de local
isolado
Categoria temática
granítico
tectónico
glaciário
área
vulcânico
litoral
periglaciário
LIGeom 16
panorâmico
cársico
fluvial
de vertente
residual
eólico
geo-cultural
outra ____________________________________
Localização
Altitude: 430m
Coordenadas:
HG Dat 73 -8:24:31 ; 39:53:41
Freguesia: Chão de Couce
Concelho: Ansião
Extracto da Carta Militar de Portugal, Série M888, Folha 275 (Ansião), Edição 3 – IGE – 2004
| 275 |
DESCRIÇÃO GEOMORFOLÓGICA
Ilustração
Vista panorâmica a partir do miradouro da Capela da Serra da Ameixieira.
Vista panorâmica sobre o sector Sudoeste, observando-se a Serra do Casal Soeiro.
Vista panorâmica sobre os sectores Noroeste, Norte e Nordeste, observando-se grande parte da área
relativa ao Maciço de Sicó, desde a Serra de Sicó, colinas do Cruzeiro e Juromelo e Serra do Monte
de Vez, além das colinas dolomíticas que se estendem para Norte deste ponto de visualização.
Vista panorâmica sobre os sectores Nordeste, Este e Sudeste, observando-se a Serra da Lousã, no
domínio do xisto. Daqui observa-se também o fosso meridiano que faz a transição entre a Orla MesoCenozóica Ocidental e o Maciço Antigo, através da falha Porto-Tomar-Badajoz.
| 276 |
Síntese
Descrição sumária
Litologias
Interesses
geomorfológicos
principais
Evolução
geomorfológica
Trata-se de um local panorâmico, situado no terraço de uma capela. A partir
deste ponto observam-se uma série de pontos-chave da evolução geológica e
geomorfológica de região, destacam-se a transição entre o Maciço
Hespérico e a Orla Mesocenozóica Ocidental e a morfologia da área.
O local onde este miradouro se situa é talhado nos calcários do Dogger. Da
litologia dominante visionada a partir deste ponto, destacam-se os calcários
do Dogger, os calcários dolomíticos e o xisto do Maciço Hespérico.
Tectónico, pelo controlo da morfologia estrutural da falha Porto-TomarBadajoz, pela transição entre a Orla Mesocenozóica Ocidental e Maciço
Hespérico, destacando-se também a Bacia Cretácica de Ansião, além das
“ilhas do Maciço Antigo” constituídas por materiais antemesozóicos.
Após o Jurássico Superior, esta toda esta área ficou coberta por séries
detríticas derivadas da erosão do Maciço Antigo. A tectónica de fracturação
e a diferenciação litológica condicionaram fortemente a morfologia do
modelado cársico. No sector Este, já no domínio do Maciço Hespérico, a
falha Porto-Tomar faz a transição entre dois sectores muito diferenciados, o
calcário e o xisto, onde um fosso meridiano se extende por 12 km.
Interesse patrimonial
Tipos de valor
Grau de
importância
Científico, pela visualização de boa parte do Maciço de Sicó, da falha PortoTomar e de extensa área do Maciço Hespérico. Cultural, pela existência da
capela que dá origem ao miradouro. Estético, pela qualidade de observação
do ponto panorâmico sobre vários objectos geomorfológicos e geológicos a
variadas escalas.
Local panorâmico com valor muito elevado, devido ao seu enquadramento
geográfico face à transição entre o Maciço Antigo e a Orla Mesocenozóica
Ocidental (falha Porto-Tomar-Badajoz), bem como a visualização do relevo
a nível regional (Maciço de Sicó).
Cartografia
| 277 |
USO E GESTÃO
Acessibilidade
Visibilidade
Outros tipos de
valor
Fácil. O acesso é feito por veículo motorizado pela EM 1094. Vindo de
Ansião, corta-se na placa referente ao Anjo da Guarda (miradouro), entrando
na estrada em terra batida segue-se até à capela que se situa 100 metros antes
das antenas de telemóveis da Serra da Ameixieira. Possibilidade de
estacionamento automóvel.
Boa. Local panorâmico com boa visibilidade para quase todos os quadrantes,
à excepção do Sul. Excelente visibilidade, sem nevoeiro, para a depressão do
camporez e para o fosso meridiano que faz a separação entre a Orla
Mesocenozóica Ocidental e o Maciço Antigo. O mesmo para as colinas
dolomíticas que se prolongam para Norte.
Ecológico (RN 2000). Religioso: capela da Serra da Ameixieira. Cénico.
Usos actuais
Uso diminuto. Alguns visitantes utilizam o terraço da capela como
miradouro. Em termos de utilização enquanto local de interesse natural, não é
conhecido qualquer género de utilização.
Estado de
conservação
Bom estado de conservação.
Vulnerabilidade
Reduzida. A dimensão da área e de algumas das formas de relevo torna-a
pouco vulnerável na perspectiva da utilização enquanto local de interesse
geomorfológico.
Estatuto legal
Área considerável é parte integrante da Rede Natura 2000. As áreas afectas às
formas de relevo mais importantes estão dentro das categorias (PDM´s
vários) de Espaços Naturais, REN, RAN, Espaços agro-florestais, entre
outras.
Povoações e
equipamentos
Vila de Ansião, sede de concelho a 3,5km com algumas residenciais e infraestrutura de apoio a deslocações de jovens (casa da amizade de Erbach).
Alguns restaurantes na vila e posto de turismo.
Vila de Avelar a 9 km, com algumas residenciais e restaurantes.
Intervenção
necessária e/ou
possível
Identificação como local de interesse geomorfológico, com colocação de
painel descritor de paisagem. Inclusão do local em roteiros vários, desde
percurso pedestre, BTT e TT.
| 278 |
FICHA C
Avaliação numérica dos Locais de Interesse Geomorfológico
| 279 |
| 280 |
FICHA DE AVALIAÇÃO NUMÉRICA
DE LOCAIS DE INTERESSE GEOMORFOLÓGICO
AUTOR: JOÃO FORTE
Nome
DATA: AGOSTO DE 2008
Canhão Fluviocársico da Ribeira da Barroca
Tipo de local:
Isolado
Área
Referência
LIGeom 1
Panorâmico
6,3
VGm (Valor Geomorfológico) = VCi + VAd
VCi = Valor Científico: 4,08
Ar Abundância/Raridade relativa, dentro da área de estudo
I
Integridade, em função da deterioração
R
Representatividade, como recurso didáctico e processos geomorfológicos
D
Diversidade de elementos geomorfológicos e sua importância
G
Elementos geológicos, no controlo geomorfológico ou com valor patrimonial
K
Existência de conhecimento científico associado
An Abundância/Raridade a nível nacional
VAd = Valor Adicional: 2,22
Cult Valor cultural
Estet Valor estético
Ecol Valor ecológico
5,58
VGt (Valor de Gestão) = VUs + VPr
VUs = Valor de Uso: 3,08
Ac Condições de acessibilidade
V
Condições de visibilidade
Ug Uso actual do interesse geomorfológico
U
Outros interesses, naturais e culturais, e usos actuais
P
Protecção oficial e limitações ao uso
E
Equipamentos e serviços de apoio ao uso
VPr = Valor de Preservação: 2,5
Ip
Integridade, em função da deterioração (impactes até à actualidade)
Vu Vulnerabilidade à deterioração antrópica (impactes pelo uso como local de interesse geomorfológico)
| 281 |
Valor Científico (VCi = Ar + I + R + D + G + K + An)
Ar
I
R
D
G
K
An
0
0,25
0,50
0,75
1,00
0
0,25
0,50
0,75
1,00
0
0,33
0,67
1,00
0
0,33
0,67
1,00
0
0,17
0,33
0,50
0
0,25
0,50
0
0,17
0,33
0,50
Não é das 5 mais importantes e/ou maiores ocorrências na área
Não é das 3 mais importantes e/ou maiores ocorrências na área
É das 3 mais importantes e/ou maiores ocorrências na área
É a mais importante e/ou maior ocorrência na área
Única ocorrência na área
Muito deteriorado, resultado da exploração de recursos, vandalismo ou mau uso
Muito deteriorado, resultado de processos naturais
Com deterioração, mas preservando elementos geomorfológicos essenciais
Deteriorado ligeiramente, preservando elementos geomorfológicos essenciais
Sem deterioração
Representatividade reduzida de processos e sem interesse didáctico
Com alguma representatividade mas com pouco interesse didáctico
Bom exemplo de evolução geomorfológica mas de difícil explicação a leigos
Bom exemplo de evolução geomorfológica e/ou bom recurso didáctico
Apenas um elemento/tema com interesse geomorfológico
Dois elementos/temas com interesse geomorfológico
Três elementos/temas com interesse geomorfológico
Mais do que três elementos/temas com interesse geomorfológico
Sem outros elementos geológicos em destaque
Elementos geológicos, sem associação aos elementos geomorfológicos
Elementos geológicos, com associação aos elementos geomorfológicos
Ocorrência de outro(s) local(is) de interesse geológico
Sem produção ou divulgação científica, quanto ao interesse geomorfológico
Objecto de produção científica moderada (comunicações, artigos nacionais, …)
Objecto de produção científica relevante (teses, artigos internacionais, …)
Mais do que cinco ocorrências/situações semelhantes a nível nacional
Entre duas a cinco ocorrências/situações semelhantes a nível nacional
Até duas ocorrências/situações semelhantes a nível nacional
Única ocorrência/situação a nível nacional
Ecol
Estet
Cult
Valor Adicional (VAd = Cult + Estet + Ecol)
0
0,25
0,50
0,75
1,00
1,25
1,50
Sem elementos culturais ou com estes a deteriorar o local
Ocorrência de aspectos culturais mas sem conexão com geoformas
Ocorrência de aspectos culturais importantes mas sem conexão com geoformas
Aspectos culturais imateriais associados à morfologia
Aspectos culturais físicos associados a geoformas
Aspectos culturais físicos de elevado valor associados a geoformas
Elemento geomorfológico em destaque com origem antrópica
Considerar a singularidade visual dos elementos geomorfológicos,
Reduzido
0-0,5
qualidade panorâmica, diversidade de elementos, litologias, e tonalidades,
Moderado
0,5-1
presença de vegetação e água, ausência de deterioração antrópica e altura e
Elevado
1,1
1-1,5
proximidade em relação aos objectos observados.
0
Sem conexão com elementos biológicos
0,38 Ocorrência de fauna e/ou flora com interesse
0,75 Um dos melhores locais para observar fauna e/ou flora com interesse
1,12 Características geomorfológicas condicionam ecossistema(s)
1,50 Características geomorfológicas determinam ecossistema(s)
| 282 |
Valor de Uso (VUs = Ac + V + Ug + U + P + E)
Ac
V
Ug
U
P
E
0
0,21
0,43
0,64
0,86
1,07
1,29
1,50
0
0,30
0,60
0,90
1,20
1,50
0
0,33
0,67
1,00
0
0,33
0,67
1,00
0
0,33
0,67
1,00
0
0,25
0,50
0,75
1,00
Acessibilidade muito difícil, apenas com recurso a equipamento especial
A pé, a mais de 500 metros de caminho transitável por veículo todo-terreno
A pé, a mais de 500 metros de caminho transitável por veículo automóvel
A pé, a menos de 500 metros de caminho transitável por veículo automóvel
Em veículo todo-terreno, até menos de 100 metros do local
Em veículo automóvel, até menos de 50 metros do local
Por estrada regional, em autocarro de 50 lug., até menos de 50 metros do local
Por estrada nacional, em autocarro de 50 lug., até menos de 50 metros do local
Sem condições de observação ou em condições muito difíceis
Apenas visível com auxílio de equipamento especial (luz artificial, cordas, …)
Razoável, mas limitada por vegetação arbórea ou arbustiva
Boa, mas obrigando a deslocação para ser melhorada
Boa para todos os elementos geomorfológicos em destaque
Excelente para todos os elementos geomorfológicos em destaque
Sem divulgação e sem uso
Sem divulgação mas com uso
Divulgado/usado como local de interesse paisagístico
Divulgado/usado como local de interesse geológico ou geomorfológico
Sem outro(s) tipos de valor, sem divulgação e/ou uso
Com outro(s) tipos de valor, sem divulgação e/ou uso
Com outro(s) tipos de valor, com divulgação
Com outro(s) tipos de valor, com divulgação e uso
Com protecção total, impedindo o uso
Com protecção, limitando o uso
Sem protecção e sem limitações ao uso
Com protecção mas com poucas ou nenhumas limitações ao uso
Oferta hoteleira variada e serviços de apoio a mais de 25 km
Oferta hoteleira variada e serviços de apoio entre 10 e 25 km
Oferta hoteleira variada e serviços de apoio entre 5 e 10 km
Oferta hoteleira variada ou serviços de apoio a menos de 5 km
Oferta hoteleira variada e serviços de apoio a menos de 5 km
Valor de Protecção (VPr = Ip + Vu)
Ip
Vu
0
0,25
0,50
0,75
1,00
0
0,50
1,00
1,50
2,00
Muito deteriorado, resultado da exploração de recursos, vandalismo ou mau uso
Muito deteriorado, resultado de processos naturais
Com deterioração, mas preservando elementos geomorfológicos essenciais
Deteriorado ligeiramente, preservando elementos geomorfológicos essenciais
Sem deterioração
Muito vulnerável, o uso como LIGeom pode deteriorar completamente o local
Elementos geomorfológicos e outros podem ser deteriorados
Outros elementos podem ser afectados, mas não os geomorfológicos
Deterioração pode ocorrer apenas nas estruturas de acesso
Nada vulnerável ao uso como LIGeom
| 283 |
FICHA DE AVALIAÇÃO NUMÉRICA
DE LOCAIS DE INTERESSE GEOMORFOLÓGICO
AUTOR: JOÃO FORTE
Nome
DATA: AGOSTO DE 2008
Canhão Fluviocársico do Vale da Mata
Tipo de local:
Isolado
Área
Referência
LIGeom 2
Panorâmico
7,35
VGm (Valor Geomorfológico) = VCi + VAd
VCi = Valor Científico: 3,83
Ar Abundância/Raridade relativa, dentro da área de estudo
I
Integridade, em função da deterioração
R
Representatividade, como recurso didáctico e processos geomorfológicos
D
Diversidade de elementos geomorfológicos e sua importância
G
Elementos geológicos, no controlo geomorfológico ou com valor patrimonial
K
Existência de conhecimento científico associado
An Abundância/Raridade a nível nacional
VAd = Valor Adicional: 3,52
Cult Valor cultural
Estet Valor estético
Ecol Valor ecológico
4,66
VGt (Valor de Gestão) = VUs + VPr
VUs = Valor de Uso: 3,16
Ac Condições de acessibilidade
V
Condições de visibilidade
Ug Uso actual do interesse geomorfológico
U
Outros interesses, naturais e culturais, e usos actuais
P
Protecção oficial e limitações ao uso
E
Equipamentos e serviços de apoio ao uso
VPr = Valor de Preservação: 1,5
Ip
Integridade, em função da deterioração (impactes até à actualidade)
Vu Vulnerabilidade à deterioração antrópica (impactes pelo uso como local de interesse geomorfológico)
| 284 |
Valor Científico (VCi = Ar + I + R + D + G + K + An)
Ar
I
R
D
G
K
An
0
0,25
0,50
0,75
1,00
0
0,25
0,50
0,75
1,00
0
0,33
0,67
1,00
0
0,33
0,67
1,00
0
0,17
0,33
0,50
0
0,25
0,50
0
0,17
0,33
0,50
Não é das 5 mais importantes e/ou maiores ocorrências na área
Não é das 3 mais importantes e/ou maiores ocorrências na área
É das 3 mais importantes e/ou maiores ocorrências na área
É a mais importante e/ou maior ocorrência na área
Única ocorrência na área
Muito deteriorado, resultado da exploração de recursos, vandalismo ou mau uso
Muito deteriorado, resultado de processos naturais
Com deterioração, mas preservando elementos geomorfológicos essenciais
Deteriorado ligeiramente, preservando elementos geomorfológicos essenciais
Sem deterioração
Representatividade reduzida de processos e sem interesse didáctico
Com alguma representatividade mas com pouco interesse didáctico
Bom exemplo de evolução geomorfológica mas de difícil explicação a leigos
Bom exemplo de evolução geomorfológica e/ou bom recurso didáctico
Apenas um elemento/tema com interesse geomorfológico
Dois elementos/temas com interesse geomorfológico
Três elementos/temas com interesse geomorfológico
Mais do que três elementos/temas com interesse geomorfológico
Sem outros elementos geológicos em destaque
Elementos geológicos, sem associação aos elementos geomorfológicos
Elementos geológicos, com associação aos elementos geomorfológicos
Ocorrência de outro(s) local(is) de interesse geológico
Sem produção ou divulgação científica, quanto ao interesse geomorfológico
Objecto de produção científica moderada (comunicações, artigos nacionais, …)
Objecto de produção científica relevante (teses, artigos internacionais, …)
Mais do que cinco ocorrências/situações semelhantes a nível nacional
Entre duas a cinco ocorrências/situações semelhantes a nível nacional
Até duas ocorrências/situações semelhantes a nível nacional
Única ocorrência/situação a nível nacional
Ecol
Estet
Cult
Valor Adicional (VAd = Cult + Estet + Ecol)
0
0,25
0,50
0,75
1,00
1,25
1,50
Sem elementos culturais ou com estes a deteriorar o local
Ocorrência de aspectos culturais mas sem conexão com geoformas
Ocorrência de aspectos culturais importantes mas sem conexão com geoformas
Aspectos culturais imateriais associados à morfologia
Aspectos culturais físicos associados a geoformas
Aspectos culturais físicos de elevado valor associados a geoformas
Elemento geomorfológico em destaque com origem antrópica
Considerar a singularidade visual dos elementos geomorfológicos,
Reduzido
0-0,5
qualidade panorâmica, diversidade de elementos, litologias, e tonalidades,
Moderado
0,5-1
presença de vegetação e água, ausência de deterioração antrópica e altura e
Elevado
1,4
1-1,5
proximidade em relação aos objectos observados.
0
Sem conexão com elementos biológicos
0,38 Ocorrência de fauna e/ou flora com interesse
0,75 Um dos melhores locais para observar fauna e/ou flora com interesse
1,12 Características geomorfológicas condicionam ecossistema(s)
1,50 Características geomorfológicas determinam ecossistema(s)
| 285 |
Valor de Uso (VUs = Ac + V + Ug + U + P + E)
Ac
V
Ug
U
P
E
0
0,21
0,43
0,64
0,86
1,07
1,29
1,50
0
0,30
0,60
0,90
1,20
1,50
0
0,33
0,67
1,00
0
0,33
0,67
1,00
0
0,33
0,67
1,00
0
0,25
0,50
0,75
1,00
Acessibilidade muito difícil, apenas com recurso a equipamento especial
A pé, a mais de 500 metros de caminho transitável por veículo todo-terreno
A pé, a mais de 500 metros de caminho transitável por veículo automóvel
A pé, a menos de 500 metros de caminho transitável por veículo automóvel
Em veículo todo-terreno, até menos de 100 metros do local
Em veículo automóvel, até menos de 50 metros do local
Por estrada regional, em autocarro de 50 lug., até menos de 50 metros do local
Por estrada nacional, em autocarro de 50 lug., até menos de 50 metros do local
Sem condições de observação ou em condições muito difíceis
Apenas visível com auxílio de equipamento especial (luz artificial, cordas, …)
Razoável, mas limitada por vegetação arbórea ou arbustiva
Boa, mas obrigando a deslocação para ser melhorada
Boa para todos os elementos geomorfológicos em destaque
Excelente para todos os elementos geomorfológicos em destaque
Sem divulgação e sem uso
Sem divulgação mas com uso
Divulgado/usado como local de interesse paisagístico
Divulgado/usado como local de interesse geológico ou geomorfológico
Sem outro(s) tipos de valor, sem divulgação e/ou uso
Com outro(s) tipos de valor, sem divulgação e/ou uso
Com outro(s) tipos de valor, com divulgação
Com outro(s) tipos de valor, com divulgação e uso
Com protecção total, impedindo o uso
Com protecção, limitando o uso
Sem protecção e sem limitações ao uso
Com protecção mas com poucas ou nenhumas limitações ao uso
Oferta hoteleira variada e serviços de apoio a mais de 25 km
Oferta hoteleira variada e serviços de apoio entre 10 e 25 km
Oferta hoteleira variada e serviços de apoio entre 5 e 10 km
Oferta hoteleira variada ou serviços de apoio a menos de 5 km
Oferta hoteleira variada e serviços de apoio a menos de 5 km
Valor de Protecção (VPr = Ip + Vu)
Ip
Vu
0
0,25
0,50
0,75
1,00
0
0,50
1,00
1,50
2,00
Muito deteriorado, resultado da exploração de recursos, vandalismo ou mau uso
Muito deteriorado, resultado de processos naturais
Com deterioração, mas preservando elementos geomorfológicos essenciais
Deteriorado ligeiramente, preservando elementos geomorfológicos essenciais
Sem deterioração
Muito vulnerável, o uso como LIGeom pode deteriorar completamente o local
Elementos geomorfológicos e outros podem ser deteriorados
Outros elementos podem ser afectados, mas não os geomorfológicos
Deterioração pode ocorrer apenas nas estruturas de acesso
Nada vulnerável ao uso como LIGeom
| 286 |
FICHA DE AVALIAÇÃO NUMÉRICA
DE LOCAIS DE INTERESSE GEOMORFOLÓGICO
AUTOR: JOÃO FORTE
Nome
DATA: AGOSTO DE 2008
Depressão Fluviocársica de Alvaiázere
Tipo de local:
Isolado
Área
Referência
LIGeom 3
Panorâmico
6,41
VGm (Valor Geomorfológico) = VCi + VAd
VCi = Valor Científico: 3,34
Ar Abundância/Raridade relativa, dentro da área de estudo
I
Integridade, em função da deterioração
R
Representatividade, como recurso didáctico e processos geomorfológicos
D
Diversidade de elementos geomorfológicos e sua importância
G
Elementos geológicos, no controlo geomorfológico ou com valor patrimonial
K
Existência de conhecimento científico associado
An Abundância/Raridade a nível nacional
VAd = Valor Adicional: 3,07
Cult Valor cultural
Estet Valor estético
Ecol Valor ecológico
5,8
VGt (Valor de Gestão) = VUs + VPr
VUs = Valor de Uso: 3,55
Ac Condições de acessibilidade
V
Condições de visibilidade
Ug Uso actual do interesse geomorfológico
U
Outros interesses, naturais e culturais, e usos actuais
P
Protecção oficial e limitações ao uso
E
Equipamentos e serviços de apoio ao uso
VPr = Valor de Preservação: 2,25
Ip
Integridade, em função da deterioração (impactes até à actualidade)
Vu Vulnerabilidade à deterioração antrópica (impactes pelo uso como local de interesse geomorfológico)
| 287 |
Valor Científico (VCi = Ar + I + R + D + G + K + An)
Ar
I
R
D
G
K
An
0
0,25
0,50
0,75
1,00
0
0,25
0,50
0,75
1,00
0
0,33
0,67
1,00
0
0,33
0,67
1,00
0
0,17
0,33
0,50
0
0,25
0,50
0
0,17
0,33
0,50
Não é das 5 mais importantes e/ou maiores ocorrências na área
Não é das 3 mais importantes e/ou maiores ocorrências na área
É das 3 mais importantes e/ou maiores ocorrências na área
É a mais importante e/ou maior ocorrência na área
Única ocorrência na área
Muito deteriorado, resultado da exploração de recursos, vandalismo ou mau uso
Muito deteriorado, resultado de processos naturais
Com deterioração, mas preservando elementos geomorfológicos essenciais
Deteriorado ligeiramente, preservando elementos geomorfológicos essenciais
Sem deterioração
Representatividade reduzida de processos e sem interesse didáctico
Com alguma representatividade mas com pouco interesse didáctico
Bom exemplo de evolução geomorfológica mas de difícil explicação a leigos
Bom exemplo de evolução geomorfológica e/ou bom recurso didáctico
Apenas um elemento/tema com interesse geomorfológico
Dois elementos/temas com interesse geomorfológico
Três elementos/temas com interesse geomorfológico
Mais do que três elementos/temas com interesse geomorfológico
Sem outros elementos geológicos em destaque
Elementos geológicos, sem associação aos elementos geomorfológicos
Elementos geológicos, com associação aos elementos geomorfológicos
Ocorrência de outro(s) local(is) de interesse geológico
Sem produção ou divulgação científica, quanto ao interesse geomorfológico
Objecto de produção científica moderada (comunicações, artigos nacionais, …)
Objecto de produção científica relevante (teses, artigos internacionais, …)
Mais do que cinco ocorrências/situações semelhantes a nível nacional
Entre duas a cinco ocorrências/situações semelhantes a nível nacional
Até duas ocorrências/situações semelhantes a nível nacional
Única ocorrência/situação a nível nacional
Ecol
Estet
Cult
Valor Adicional (VAd = Cult + Estet + Ecol)
0
0,25
0,50
0,75
1,00
1,25
1,50
Sem elementos culturais ou com estes a deteriorar o local
Ocorrência de aspectos culturais mas sem conexão com geoformas
Ocorrência de aspectos culturais importantes mas sem conexão com geoformas
Aspectos culturais imateriais associados à morfologia
Aspectos culturais físicos associados a geoformas
Aspectos culturais físicos de elevado valor associados a geoformas
Elemento geomorfológico em destaque com origem antrópica
Considerar a singularidade visual dos elementos geomorfológicos,
Reduzido
0-0,5
qualidade panorâmica, diversidade de elementos, litologias, e tonalidades,
Moderado
0,5-1
presença de vegetação e água, ausência de deterioração antrópica e altura e
Elevado
1,2
1-1,5
proximidade em relação aos objectos observados.
0
Sem conexão com elementos biológicos
0,38 Ocorrência de fauna e/ou flora com interesse
0,75 Um dos melhores locais para observar fauna e/ou flora com interesse
1,12 Características geomorfológicas condicionam ecossistema(s)
1,50 Características geomorfológicas determinam ecossistema(s)
| 288 |
Valor de Uso (VUs = Ac + V + Ug + U + P + E)
Ac
V
Ug
U
P
E
0
0,21
0,43
0,64
0,86
1,07
1,29
1,50
0
0,30
0,60
0,90
1,20
1,50
0
0,33
0,67
1,00
0
0,33
0,67
1,00
0
0,33
0,67
1,00
0
0,25
0,50
0,75
1,00
Acessibilidade muito difícil, apenas com recurso a equipamento especial
A pé, a mais de 500 metros de caminho transitável por veículo todo-terreno
A pé, a mais de 500 metros de caminho transitável por veículo automóvel
A pé, a menos de 500 metros de caminho transitável por veículo automóvel
Em veículo todo-terreno, até menos de 100 metros do local
Em veículo automóvel, até menos de 50 metros do local
Por estrada regional, em autocarro de 50 lug., até menos de 50 metros do local
Por estrada nacional, em autocarro de 50 lug., até menos de 50 metros do local
Sem condições de observação ou em condições muito difíceis
Apenas visível com auxílio de equipamento especial (luz artificial, cordas, …)
Razoável, mas limitada por vegetação arbórea ou arbustiva
Boa, mas obrigando a deslocação para ser melhorada
Boa para todos os elementos geomorfológicos em destaque
Excelente para todos os elementos geomorfológicos em destaque
Sem divulgação e sem uso
Sem divulgação mas com uso
Divulgado/usado como local de interesse paisagístico
Divulgado/usado como local de interesse geológico ou geomorfológico
Sem outro(s) tipos de valor, sem divulgação e/ou uso
Com outro(s) tipos de valor, sem divulgação e/ou uso
Com outro(s) tipos de valor, com divulgação
Com outro(s) tipos de valor, com divulgação e uso
Com protecção total, impedindo o uso
Com protecção, limitando o uso
Sem protecção e sem limitações ao uso
Com protecção mas com poucas ou nenhumas limitações ao uso
Oferta hoteleira variada e serviços de apoio a mais de 25 km
Oferta hoteleira variada e serviços de apoio entre 10 e 25 km
Oferta hoteleira variada e serviços de apoio entre 5 e 10 km
Oferta hoteleira variada ou serviços de apoio a menos de 5 km
Oferta hoteleira variada e serviços de apoio a menos de 5 km
Valor de Protecção (VPr = Ip + Vu)
Ip
Vu
0
0,25
0,50
0,75
1,00
0
0,50
1,00
1,50
2,00
Muito deteriorado, resultado da exploração de recursos, vandalismo ou mau uso
Muito deteriorado, resultado de processos naturais
Com deterioração, mas preservando elementos geomorfológicos essenciais
Deteriorado ligeiramente, preservando elementos geomorfológicos essenciais
Sem deterioração
Muito vulnerável, o uso como LIGeom pode deteriorar completamente o local
Elementos geomorfológicos e outros podem ser deteriorados
Outros elementos podem ser afectados, mas não os geomorfológicos
Deterioração pode ocorrer apenas nas estruturas de acesso
Nada vulnerável ao uso como LIGeom
| 289 |
FICHA DE AVALIAÇÃO NUMÉRICA
DE LOCAIS DE INTERESSE GEOMORFOLÓGICO
AUTOR: JOÃO FORTE
Nome
DATA: AGOSTO DE 2008
Algar da Água
Tipo de local:
Isolado
Referência
Área
LIGeom 4
Panorâmico
5,57
VGm (Valor Geomorfológico) = VCi + VAd
VCi = Valor Científico: 2,42
Ar Abundância/Raridade relativa, dentro da área de estudo
I
Integridade, em função da deterioração
R
Representatividade, como recurso didáctico e processos geomorfológicos
D
Diversidade de elementos geomorfológicos e sua importância
G
Elementos geológicos, no controlo geomorfológico ou com valor patrimonial
K
Existência de conhecimento científico associado
An Abundância/Raridade a nível nacional
VAd = Valor Adicional: 3,15
Cult Valor cultural
Estet Valor estético
Ecol Valor ecológico
3,89
VGt (Valor de Gestão) = VUs + VPr
VUs = Valor de Uso: 2,64
Ac Condições de acessibilidade
V
Condições de visibilidade
Ug Uso actual do interesse geomorfológico
U
Outros interesses, naturais e culturais, e usos actuais
P
Protecção oficial e limitações ao uso
E
Equipamentos e serviços de apoio ao uso
VPr = Valor de Preservação: 1,25
Ip
Integridade, em função da deterioração (impactes até à actualidade)
Vu Vulnerabilidade à deterioração antrópica (impactes pelo uso como local de interesse geomorfológico)
| 290 |
Valor Científico (VCi = Ar + I + R + D + G + K + An)
Ar
I
R
D
G
K
An
0
0,25
0,50
0,75
1,00
0
0,25
0,50
0,75
1,00
0
0,33
0,67
1,00
0
0,33
0,67
1,00
0
0,17
0,33
0,50
0
0,25
0,50
0
0,17
0,33
0,50
Não é das 5 mais importantes e/ou maiores ocorrências na área
Não é das 3 mais importantes e/ou maiores ocorrências na área
É das 3 mais importantes e/ou maiores ocorrências na área
É a mais importante e/ou maior ocorrência na área
Única ocorrência na área
Muito deteriorado, resultado da exploração de recursos, vandalismo ou mau uso
Muito deteriorado, resultado de processos naturais
Com deterioração, mas preservando elementos geomorfológicos essenciais
Deteriorado ligeiramente, preservando elementos geomorfológicos essenciais
Sem deterioração
Representatividade reduzida de processos e sem interesse didáctico
Com alguma representatividade mas com pouco interesse didáctico
Bom exemplo de evolução geomorfológica mas de difícil explicação a leigos
Bom exemplo de evolução geomorfológica e/ou bom recurso didáctico
Apenas um elemento/tema com interesse geomorfológico
Dois elementos/temas com interesse geomorfológico
Três elementos/temas com interesse geomorfológico
Mais do que três elementos/temas com interesse geomorfológico
Sem outros elementos geológicos em destaque
Elementos geológicos, sem associação aos elementos geomorfológicos
Elementos geológicos, com associação aos elementos geomorfológicos
Ocorrência de outro(s) local(is) de interesse geológico
Sem produção ou divulgação científica, quanto ao interesse geomorfológico
Objecto de produção científica moderada (comunicações, artigos nacionais, …)
Objecto de produção científica relevante (teses, artigos internacionais, …)
Mais do que cinco ocorrências/situações semelhantes a nível nacional
Entre duas a cinco ocorrências/situações semelhantes a nível nacional
Até duas ocorrências/situações semelhantes a nível nacional
Única ocorrência/situação a nível nacional
Ecol
Estet
Cult
Valor Adicional (VAd = Cult + Estet + Ecol)
0
0,25
0,50
0,75
1,00
1,25
1,50
Sem elementos culturais ou com estes a deteriorar o local
Ocorrência de aspectos culturais mas sem conexão com geoformas
Ocorrência de aspectos culturais importantes mas sem conexão com geoformas
Aspectos culturais imateriais associados à morfologia
Aspectos culturais físicos associados a geoformas
Aspectos culturais físicos de elevado valor associados a geoformas
Elemento geomorfológico em destaque com origem antrópica
Considerar a singularidade visual dos elementos geomorfológicos,
Reduzido
0-0,5
qualidade panorâmica, diversidade de elementos, litologias, e tonalidades,
Moderado
0,9
0,5-1
presença de vegetação e água, ausência de deterioração antrópica e altura e
Elevado
1-1,5
proximidade em relação aos objectos observados.
0
Sem conexão com elementos biológicos
0,38 Ocorrência de fauna e/ou flora com interesse
0,75 Um dos melhores locais para observar fauna e/ou flora com interesse
1,12 Características geomorfológicas condicionam ecossistema(s)
1,50 Características geomorfológicas determinam ecossistema(s)
| 291 |
Valor de Uso (VUs = Ac + V + Ug + U + P + E)
Ac
V
Ug
U
P
E
0
0,21
0,43
0,64
0,86
1,07
1,29
1,50
0
0,30
0,60
0,90
1,20
1,50
0
0,33
0,67
1,00
0
0,33
0,67
1,00
0
0,33
0,67
1,00
0
0,25
0,50
0,75
1,00
Acessibilidade muito difícil, apenas com recurso a equipamento especial
A pé, a mais de 500 metros de caminho transitável por veículo todo-terreno
A pé, a mais de 500 metros de caminho transitável por veículo automóvel
A pé, a menos de 500 metros de caminho transitável por veículo automóvel
Em veículo todo-terreno, até menos de 100 metros do local
Em veículo automóvel, até menos de 50 metros do local
Por estrada regional, em autocarro de 50 lug., até menos de 50 metros do local
Por estrada nacional, em autocarro de 50 lug., até menos de 50 metros do local
Sem condições de observação ou em condições muito difíceis
Apenas visível com auxílio de equipamento especial (luz artificial, cordas, …)
Razoável, mas limitada por vegetação arbórea ou arbustiva
Boa, mas obrigando a deslocação para ser melhorada
Boa para todos os elementos geomorfológicos em destaque
Excelente para todos os elementos geomorfológicos em destaque
Sem divulgação e sem uso
Sem divulgação mas com uso
Divulgado/usado como local de interesse paisagístico
Divulgado/usado como local de interesse geológico ou geomorfológico
Sem outro(s) tipos de valor, sem divulgação e/ou uso
Com outro(s) tipos de valor, sem divulgação e/ou uso
Com outro(s) tipos de valor, com divulgação
Com outro(s) tipos de valor, com divulgação e uso
Com protecção total, impedindo o uso
Com protecção, limitando o uso
Sem protecção e sem limitações ao uso
Com protecção mas com poucas ou nenhumas limitações ao uso
Oferta hoteleira variada e serviços de apoio a mais de 25 km
Oferta hoteleira variada e serviços de apoio entre 10 e 25 km
Oferta hoteleira variada e serviços de apoio entre 5 e 10 km
Oferta hoteleira variada ou serviços de apoio a menos de 5 km
Oferta hoteleira variada e serviços de apoio a menos de 5 km
Valor de Protecção (VPr = Ip + Vu)
Ip
Vu
0
0,25
0,50
0,75
1,00
0
0,50
1,00
1,50
2,00
Muito deteriorado, resultado da exploração de recursos, vandalismo ou mau uso
Muito deteriorado, resultado de processos naturais
Com deterioração, mas preservando elementos geomorfológicos essenciais
Deteriorado ligeiramente, preservando elementos geomorfológicos essenciais
Sem deterioração
Muito vulnerável, o uso como LIGeom pode deteriorar completamente o local
Elementos geomorfológicos e outros podem ser deteriorados
Outros elementos podem ser afectados, mas não os geomorfológicos
Deterioração pode ocorrer apenas nas estruturas de acesso
Nada vulnerável ao uso como LIGeom
| 292 |
FICHA DE AVALIAÇÃO NUMÉRICA
DE LOCAIS DE INTERESSE GEOMORFOLÓGICO
AUTOR: JOÃO FORTE
Nome
DATA: AGOSTO DE 2008
Algar do Casal Soeiro
Tipo de local:
Isolado
Referência
Área
LIGeom 5
Panorâmico
4,55
VGm (Valor Geomorfológico) = VCi + VAd
VCi = Valor Científico: 3,17
Ar Abundância/Raridade relativa, dentro da área de estudo
I
Integridade, em função da deterioração
R
Representatividade, como recurso didáctico e processos geomorfológicos
D
Diversidade de elementos geomorfológicos e sua importância
G
Elementos geológicos, no controlo geomorfológico ou com valor patrimonial
K
Existência de conhecimento científico associado
An Abundância/Raridade a nível nacional
VAd = Valor Adicional: 1,38
Cult Valor cultural
Estet Valor estético
Ecol Valor ecológico
2,79
VGt (Valor de Gestão) = VUs + VPr
VUs = Valor de Uso: 1,54
Ac Condições de acessibilidade
V
Condições de visibilidade
Ug Uso actual do interesse geomorfológico
U
Outros interesses, naturais e culturais, e usos actuais
P
Protecção oficial e limitações ao uso
E
Equipamentos e serviços de apoio ao uso
VPr = Valor de Preservação: 1,25
Ip
Integridade, em função da deterioração (impactes até à actualidade)
Vu Vulnerabilidade à deterioração antrópica (impactes pelo uso como local de interesse geomorfológico)
| 293 |
Valor Científico (VCi = Ar + I + R + D + G + K + An)
Ar
I
R
D
G
K
An
0
0,25
0,50
0,75
1,00
0
0,25
0,50
0,75
1,00
0
0,33
0,67
1,00
0
0,33
0,67
1,00
0
0,17
0,33
0,50
0
0,25
0,50
0
0,17
0,33
0,50
Não é das 5 mais importantes e/ou maiores ocorrências na área
Não é das 3 mais importantes e/ou maiores ocorrências na área
É das 3 mais importantes e/ou maiores ocorrências na área
É a mais importante e/ou maior ocorrência na área
Única ocorrência na área
Muito deteriorado, resultado da exploração de recursos, vandalismo ou mau uso
Muito deteriorado, resultado de processos naturais
Com deterioração, mas preservando elementos geomorfológicos essenciais
Deteriorado ligeiramente, preservando elementos geomorfológicos essenciais
Sem deterioração
Representatividade reduzida de processos e sem interesse didáctico
Com alguma representatividade mas com pouco interesse didáctico
Bom exemplo de evolução geomorfológica mas de difícil explicação a leigos
Bom exemplo de evolução geomorfológica e/ou bom recurso didáctico
Apenas um elemento/tema com interesse geomorfológico
Dois elementos/temas com interesse geomorfológico
Três elementos/temas com interesse geomorfológico
Mais do que três elementos/temas com interesse geomorfológico
Sem outros elementos geológicos em destaque
Elementos geológicos, sem associação aos elementos geomorfológicos
Elementos geológicos, com associação aos elementos geomorfológicos
Ocorrência de outro(s) local(is) de interesse geológico
Sem produção ou divulgação científica, quanto ao interesse geomorfológico
Objecto de produção científica moderada (comunicações, artigos nacionais, …)
Objecto de produção científica relevante (teses, artigos internacionais, …)
Mais do que cinco ocorrências/situações semelhantes a nível nacional
Entre duas a cinco ocorrências/situações semelhantes a nível nacional
Até duas ocorrências/situações semelhantes a nível nacional
Única ocorrência/situação a nível nacional
Ecol
Estet
Cult
Valor Adicional (VAd = Cult + Estet + Ecol)
0
0,25
0,50
0,75
1,00
1,25
1,50
Sem elementos culturais ou com estes a deteriorar o local
Ocorrência de aspectos culturais mas sem conexão com geoformas
Ocorrência de aspectos culturais importantes mas sem conexão com geoformas
Aspectos culturais imateriais associados à morfologia
Aspectos culturais físicos associados a geoformas
Aspectos culturais físicos de elevado valor associados a geoformas
Elemento geomorfológico em destaque com origem antrópica
Considerar a singularidade visual dos elementos geomorfológicos, qualidade
Reduzido
0-0,5
panorâmica, diversidade de elementos, litologias, e tonalidades, presença de
Moderado
1
0,5-1
vegetação e água, ausência de deterioração antrópica e altura e proximidade
Elevado
1-1,5
em relação aos objectos observados.
0
Sem conexão com elementos biológicos
0,38 Ocorrência de fauna e/ou flora com interesse
0,75 Um dos melhores locais para observar fauna e/ou flora com interesse
1,12 Características geomorfológicas condicionam ecossistema(s)
1,50 Características geomorfológicas determinam ecossistema(s)
| 294 |
Valor de Uso (VUs = Ac + V + Ug + U + P + E)
Ac
V
Ug
U
P
E
0
0,21
0,43
0,64
0,86
1,07
1,29
1,50
0
0,30
0,60
0,90
1,20
1,50
0
0,33
0,67
1,00
0
0,33
0,67
1,00
0
0,33
0,67
1,00
0
0,25
0,50
0,75
1,00
Acessibilidade muito difícil, apenas com recurso a equipamento especial
A pé, a mais de 500 metros de caminho transitável por veículo todo-terreno
A pé, a mais de 500 metros de caminho transitável por veículo automóvel
A pé, a menos de 500 metros de caminho transitável por veículo automóvel
Em veículo todo-terreno, até menos de 100 metros do local
Em veículo automóvel, até menos de 50 metros do local
Por estrada regional, em autocarro de 50 lug., até menos de 50 metros do local
Por estrada nacional, em autocarro de 50 lug., até menos de 50 metros do local
Sem condições de observação ou em condições muito difíceis
Apenas visível com auxílio de equipamento especial (luz artificial, cordas, …)
Razoável, mas limitada por vegetação arbórea ou arbustiva
Boa, mas obrigando a deslocação para ser melhorada
Boa para todos os elementos geomorfológicos em destaque
Excelente para todos os elementos geomorfológicos em destaque
Sem divulgação e sem uso
Sem divulgação mas com uso
Divulgado/usado como local de interesse paisagístico
Divulgado/usado como local de interesse geológico ou geomorfológico
Sem outro(s) tipos de valor, sem divulgação e/ou uso
Com outro(s) tipos de valor, sem divulgação e/ou uso
Com outro(s) tipos de valor, com divulgação
Com outro(s) tipos de valor, com divulgação e uso
Com protecção total, impedindo o uso
Com protecção, limitando o uso
Sem protecção e sem limitações ao uso
Com protecção mas com poucas ou nenhumas limitações ao uso
Oferta hoteleira variada e serviços de apoio a mais de 25 km
Oferta hoteleira variada e serviços de apoio entre 10 e 25 km
Oferta hoteleira variada e serviços de apoio entre 5 e 10 km
Oferta hoteleira variada ou serviços de apoio a menos de 5 km
Oferta hoteleira variada e serviços de apoio a menos de 5 km
Valor de Protecção (VPr = Ip + Vu)
Ip
Vu
0
0,25
0,50
0,75
1,00
0
0,50
1,00
1,50
2,00
Muito deteriorado, resultado da exploração de recursos, vandalismo ou mau uso
Muito deteriorado, resultado de processos naturais
Com deterioração, mas preservando elementos geomorfológicos essenciais
Deteriorado ligeiramente, preservando elementos geomorfológicos essenciais
Sem deterioração
Muito vulnerável, o uso como LIGeom pode deteriorar completamente o local
Elementos geomorfológicos e outros podem ser deteriorados
Outros elementos podem ser afectados, mas não os geomorfológicos
Deterioração pode ocorrer apenas nas estruturas de acesso
Nada vulnerável ao uso como LIGeom
| 295 |
FICHA DE AVALIAÇÃO NUMÉRICA
DE LOCAIS DE INTERESSE GEOMORFOLÓGICO
AUTOR: JOÃO FORTE
Nome
DATA: AGOSTO DE 2008
Fórnia da Cruz
Tipo de local:
Isolado
Referência
Área
LIGeom 6
Panorâmico
5,78
VGm (Valor Geomorfológico) = VCi + VAd
VCi = Valor Científico: 3,16
Ar Abundância/Raridade relativa, dentro da área de estudo
I
Integridade, em função da deterioração
R
Representatividade, como recurso didáctico e processos geomorfológicos
D
Diversidade de elementos geomorfológicos e sua importância
G
Elementos geológicos, no controlo geomorfológico ou com valor patrimonial
K
Existência de conhecimento científico associado
An Abundância/Raridade a nível nacional
VAd = Valor Adicional: 2,62
Cult Valor cultural
Estet Valor estético
Ecol Valor ecológico
4,12
VGt (Valor de Gestão) = VUs + VPr
VUs = Valor de Uso: 3,12
Ac Condições de acessibilidade
V
Condições de visibilidade
Ug Uso actual do interesse geomorfológico
U
Outros interesses, naturais e culturais, e usos actuais
P
Protecção oficial e limitações ao uso
E
Equipamentos e serviços de apoio ao uso
VPr = Valor de Preservação: 1
Ip
Integridade, em função da deterioração (impactes até à actualidade)
Vu Vulnerabilidade à deterioração antrópica (impactes pelo uso como local de interesse geomorfológico)
| 296 |
Valor Científico (VCi = Ar + I + R + D + G + K + An)
Ar
I
R
D
G
K
An
0
0,25
0,50
0,75
1,00
0
0,25
0,50
0,75
1,00
0
0,33
0,67
1,00
0
0,33
0,67
1,00
0
0,17
0,33
0,50
0
0,25
0,50
0
0,17
0,33
0,50
Não é das 5 mais importantes e/ou maiores ocorrências na área
Não é das 3 mais importantes e/ou maiores ocorrências na área
É das 3 mais importantes e/ou maiores ocorrências na área
É a mais importante e/ou maior ocorrência na área
Única ocorrência na área
Muito deteriorado, resultado da exploração de recursos, vandalismo ou mau uso
Muito deteriorado, resultado de processos naturais
Com deterioração, mas preservando elementos geomorfológicos essenciais
Deteriorado ligeiramente, preservando elementos geomorfológicos essenciais
Sem deterioração
Representatividade reduzida de processos e sem interesse didáctico
Com alguma representatividade mas com pouco interesse didáctico
Bom exemplo de evolução geomorfológica mas de difícil explicação a leigos
Bom exemplo de evolução geomorfológica e/ou bom recurso didáctico
Apenas um elemento/tema com interesse geomorfológico
Dois elementos/temas com interesse geomorfológico
Três elementos/temas com interesse geomorfológico
Mais do que três elementos/temas com interesse geomorfológico
Sem outros elementos geológicos em destaque
Elementos geológicos, sem associação aos elementos geomorfológicos
Elementos geológicos, com associação aos elementos geomorfológicos
Ocorrência de outro(s) local(is) de interesse geológico
Sem produção ou divulgação científica, quanto ao interesse geomorfológico
Objecto de produção científica moderada (comunicações, artigos nacionais, …)
Objecto de produção científica relevante (teses, artigos internacionais, …)
Mais do que cinco ocorrências/situações semelhantes a nível nacional
Entre duas a cinco ocorrências/situações semelhantes a nível nacional
Até duas ocorrências/situações semelhantes a nível nacional
Única ocorrência/situação a nível nacional
Ecol
Estet
Cult
Valor Adicional (VAd = Cult + Estet + Ecol)
0
0,25
0,50
0,75
1,00
1,25
1,50
Sem elementos culturais ou com estes a deteriorar o local
Ocorrência de aspectos culturais mas sem conexão com geoformas
Ocorrência de aspectos culturais importantes mas sem conexão com geoformas
Aspectos culturais imateriais associados à morfologia
Aspectos culturais físicos associados a geoformas
Aspectos culturais físicos de elevado valor associados a geoformas
Elemento geomorfológico em destaque com origem antrópica
Considerar a singularidade visual dos elementos geomorfológicos, qualidade
Reduzido
0-0,5
panorâmica, diversidade de elementos, litologias, e tonalidades, presença de
Moderado
0,5-1
vegetação e água, ausência de deterioração antrópica e altura e proximidade
Elevado
1
1-1,5
em relação aos objectos observados.
0
Sem conexão com elementos biológicos
0,38 Ocorrência de fauna e/ou flora com interesse
0,75 Um dos melhores locais para observar fauna e/ou flora com interesse
1,12 Características geomorfológicas condicionam ecossistema(s)
1,50 Características geomorfológicas determinam ecossistema(s)
| 297 |
Valor de Uso (VUs = Ac + V + Ug + U + P + E)
Ac
V
Ug
U
P
E
0
0,21
0,43
0,64
0,86
1,07
1,29
1,50
0
0,30
0,60
0,90
1,20
1,50
0
0,33
0,67
1,00
0
0,33
0,67
1,00
0
0,33
0,67
1,00
0
0,25
0,50
0,75
1,00
Acessibilidade muito difícil, apenas com recurso a equipamento especial
A pé, a mais de 500 metros de caminho transitável por veículo todo-terreno
A pé, a mais de 500 metros de caminho transitável por veículo automóvel
A pé, a menos de 500 metros de caminho transitável por veículo automóvel
Em veículo todo-terreno, até menos de 100 metros do local
Em veículo automóvel, até menos de 50 metros do local
Por estrada regional, em autocarro de 50 lug., até menos de 50 metros do local
Por estrada nacional, em autocarro de 50 lug., até menos de 50 metros do local
Sem condições de observação ou em condições muito difíceis
Apenas visível com auxílio de equipamento especial (luz artificial, cordas, …)
Razoável, mas limitada por vegetação arbórea ou arbustiva
Boa, mas obrigando a deslocação para ser melhorada
Boa para todos os elementos geomorfológicos em destaque
Excelente para todos os elementos geomorfológicos em destaque
Sem divulgação e sem uso
Sem divulgação mas com uso
Divulgado/usado como local de interesse paisagístico
Divulgado/usado como local de interesse geológico ou geomorfológico
Sem outro(s) tipos de valor, sem divulgação e/ou uso
Com outro(s) tipos de valor, sem divulgação e/ou uso
Com outro(s) tipos de valor, com divulgação
Com outro(s) tipos de valor, com divulgação e uso
Com protecção total, impedindo o uso
Com protecção, limitando o uso
Sem protecção e sem limitações ao uso
Com protecção mas com poucas ou nenhumas limitações ao uso
Oferta hoteleira variada e serviços de apoio a mais de 25 km
Oferta hoteleira variada e serviços de apoio entre 10 e 25 km
Oferta hoteleira variada e serviços de apoio entre 5 e 10 km
Oferta hoteleira variada ou serviços de apoio a menos de 5 km
Oferta hoteleira variada e serviços de apoio a menos de 5 km
Valor de Protecção (VPr = Ip + Vu)
Ip
Vu
0
0,25
0,50
0,75
1,00
0
0,50
1,00
1,50
2,00
Muito deteriorado, resultado da exploração de recursos, vandalismo ou mau uso
Muito deteriorado, resultado de processos naturais
Com deterioração, mas preservando elementos geomorfológicos essenciais
Deteriorado ligeiramente, preservando elementos geomorfológicos essenciais
Sem deterioração
Muito vulnerável, o uso como LIGeom pode deteriorar completamente o local
Elementos geomorfológicos e outros podem ser deteriorados
Outros elementos podem ser afectados, mas não os geomorfológicos
Deterioração pode ocorrer apenas nas estruturas de acesso
Nada vulnerável ao uso como LIGeom
| 298 |
FICHA DE AVALIAÇÃO NUMÉRICA
DE LOCAIS DE INTERESSE GEOMORFOLÓGICO
AUTOR: JOÃO FORTE
Nome
DATA: AGOSTO DE 2008
Fórnia da Ucha
Tipo de local:
Isolado
Referência
Área
LIGeom 7
Panorâmico
5,24
VGm (Valor Geomorfológico) = VCi + VAd
VCi = Valor Científico: 3,41
Ar Abundância/Raridade relativa, dentro da área de estudo
I
Integridade, em função da deterioração
R
Representatividade, como recurso didáctico e processos geomorfológicos
D
Diversidade de elementos geomorfológicos e sua importância
G
Elementos geológicos, no controlo geomorfológico ou com valor patrimonial
K
Existência de conhecimento científico associado
An Abundância/Raridade a nível nacional
VAd = Valor Adicional: 1,83
Cult Valor cultural
Estet Valor estético
Ecol Valor ecológico
5,09
VGt (Valor de Gestão) = VUs + VPr
VUs = Valor de Uso: 4,09
Ac Condições de acessibilidade
V
Condições de visibilidade
Ug Uso actual do interesse geomorfológico
U
Outros interesses, naturais e culturais, e usos actuais
P
Protecção oficial e limitações ao uso
E
Equipamentos e serviços de apoio ao uso
VPr = Valor de Preservação: 1
Ip
Integridade, em função da deterioração (impactes até à actualidade)
Vu Vulnerabilidade à deterioração antrópica (impactes pelo uso como local de interesse geomorfológico)
| 299 |
Valor Científico (VCi = Ar + I + R + D + G + K + An)
Ar
I
R
D
G
K
An
0
0,25
0,50
0,75
1,00
0
0,25
0,50
0,75
1,00
0
0,33
0,67
1,00
0
0,33
0,67
1,00
0
0,17
0,33
0,50
0
0,25
0,50
0
0,17
0,33
0,50
Não é das 5 mais importantes e/ou maiores ocorrências na área
Não é das 3 mais importantes e/ou maiores ocorrências na área
É das 3 mais importantes e/ou maiores ocorrências na área
É a mais importante e/ou maior ocorrência na área
Única ocorrência na área
Muito deteriorado, resultado da exploração de recursos, vandalismo ou mau uso
Muito deteriorado, resultado de processos naturais
Com deterioração, mas preservando elementos geomorfológicos essenciais
Deteriorado ligeiramente, preservando elementos geomorfológicos essenciais
Sem deterioração
Representatividade reduzida de processos e sem interesse didáctico
Com alguma representatividade mas com pouco interesse didáctico
Bom exemplo de evolução geomorfológica mas de difícil explicação a leigos
Bom exemplo de evolução geomorfológica e/ou bom recurso didáctico
Apenas um elemento/tema com interesse geomorfológico
Dois elementos/temas com interesse geomorfológico
Três elementos/temas com interesse geomorfológico
Mais do que três elementos/temas com interesse geomorfológico
Sem outros elementos geológicos em destaque
Elementos geológicos, sem associação aos elementos geomorfológicos
Elementos geológicos, com associação aos elementos geomorfológicos
Ocorrência de outro(s) local(is) de interesse geológico
Sem produção ou divulgação científica, quanto ao interesse geomorfológico
Objecto de produção científica moderada (comunicações, artigos nacionais, …)
Objecto de produção científica relevante (teses, artigos internacionais, …)
Mais do que cinco ocorrências/situações semelhantes a nível nacional
Entre duas a cinco ocorrências/situações semelhantes a nível nacional
Até duas ocorrências/situações semelhantes a nível nacional
Única ocorrência/situação a nível nacional
Ecol
Estet
Cult
Valor Adicional (VAd = Cult + Estet + Ecol)
0
0,25
0,50
0,75
1,00
1,25
1,50
Sem elementos culturais ou com estes a deteriorar o local
Ocorrência de aspectos culturais mas sem conexão com geoformas
Ocorrência de aspectos culturais importantes mas sem conexão com geoformas
Aspectos culturais imateriais associados à morfologia
Aspectos culturais físicos associados a geoformas
Aspectos culturais físicos de elevado valor associados a geoformas
Elemento geomorfológico em destaque com origem antrópica
Considerar a singularidade visual dos elementos geomorfológicos,
Reduzido
0-0,5
qualidade panorâmica, diversidade de elementos, litologias, e tonalidades,
Moderado
0,5-1
presença de vegetação e água, ausência de deterioração antrópica e altura e
Elevado
1,2
1-1,5
proximidade em relação aos objectos observados.
0
Sem conexão com elementos biológicos
0,38 Ocorrência de fauna e/ou flora com interesse
0,75 Um dos melhores locais para observar fauna e/ou flora com interesse
1,12 Características geomorfológicas condicionam ecossistema(s)
1,50 Características geomorfológicas determinam ecossistema(s)
| 300 |
Valor de Uso (VUs = Ac + V + Ug + U + P + E)
Ac
V
Ug
U
P
E
0
0,21
0,43
0,64
0,86
1,07
1,29
1,50
0
0,30
0,60
0,90
1,20
1,50
0
0,33
0,67
1,00
0
0,33
0,67
1,00
0
0,33
0,67
1,00
0
0,25
0,50
0,75
1,00
Acessibilidade muito difícil, apenas com recurso a equipamento especial
A pé, a mais de 500 metros de caminho transitável por veículo todo-terreno
A pé, a mais de 500 metros de caminho transitável por veículo automóvel
A pé, a menos de 500 metros de caminho transitável por veículo automóvel
Em veículo todo-terreno, até menos de 100 metros do local
Em veículo automóvel, até menos de 50 metros do local
Por estrada regional, em autocarro de 50 lug., até menos de 50 metros do local
Por estrada nacional, em autocarro de 50 lug., até menos de 50 metros do local
Sem condições de observação ou em condições muito difíceis
Apenas visível com auxílio de equipamento especial (luz artificial, cordas, …)
Razoável, mas limitada por vegetação arbórea ou arbustiva
Boa, mas obrigando a deslocação para ser melhorada
Boa para todos os elementos geomorfológicos em destaque
Excelente para todos os elementos geomorfológicos em destaque
Sem divulgação e sem uso
Sem divulgação mas com uso
Divulgado/usado como local de interesse paisagístico
Divulgado/usado como local de interesse geológico ou geomorfológico
Sem outro(s) tipos de valor, sem divulgação e/ou uso
Com outro(s) tipos de valor, sem divulgação e/ou uso
Com outro(s) tipos de valor, com divulgação
Com outro(s) tipos de valor, com divulgação e uso
Com protecção total, impedindo o uso
Com protecção, limitando o uso
Sem protecção e sem limitações ao uso
Com protecção mas com poucas ou nenhumas limitações ao uso
Oferta hoteleira variada e serviços de apoio a mais de 25 km
Oferta hoteleira variada e serviços de apoio entre 10 e 25 km
Oferta hoteleira variada e serviços de apoio entre 5 e 10 km
Oferta hoteleira variada ou serviços de apoio a menos de 5 km
Oferta hoteleira variada e serviços de apoio a menos de 5 km
Valor de Protecção (VPr = Ip + Vu)
Ip
Vu
0
0,25
0,50
0,75
1,00
0
0,50
1,00
1,50
2,00
Muito deteriorado, resultado da exploração de recursos, vandalismo ou mau uso
Muito deteriorado, resultado de processos naturais
Com deterioração, mas preservando elementos geomorfológicos essenciais
Deteriorado ligeiramente, preservando elementos geomorfológicos essenciais
Sem deterioração
Muito vulnerável, o uso como LIGeom pode deteriorar completamente o local
Elementos geomorfológicos e outros podem ser deteriorados
Outros elementos podem ser afectados, mas não os geomorfológicos
Deterioração pode ocorrer apenas nas estruturas de acesso
Nada vulnerável ao uso como LIGeom
| 301 |
FICHA DE AVALIAÇÃO NUMÉRICA
DE LOCAIS DE INTERESSE GEOMORFOLÓGICO
AUTOR: JOÃO FORTE
Nome
DATA: AGOSTO DE 2008
Fórnia do Bofinho
Tipo de local:
Isolado
Referência
Área
LIGeom 8
Panorâmico
4,98
VGm (Valor Geomorfológico) = VCi + VAd
VCi = Valor Científico: 3,16
Ar Abundância/Raridade relativa, dentro da área de estudo
I
Integridade, em função da deterioração
R
Representatividade, como recurso didáctico e processos geomorfológicos
D
Diversidade de elementos geomorfológicos e sua importância
G
Elementos geológicos, no controlo geomorfológico ou com valor patrimonial
K
Existência de conhecimento científico associado
An Abundância/Raridade a nível nacional
VAd = Valor Adicional: 1,82
Cult Valor cultural
Estet Valor estético
Ecol Valor ecológico
4,94
VGt (Valor de Gestão) = VUs + VPr
VUs = Valor de Uso: 2,69
Ac Condições de acessibilidade
V
Condições de visibilidade
Ug Uso actual do interesse geomorfológico
U
Outros interesses, naturais e culturais, e usos actuais
P
Protecção oficial e limitações ao uso
E
Equipamentos e serviços de apoio ao uso
VPr = Valor de Preservação: 2,25
Ip
Integridade, em função da deterioração (impactes até à actualidade)
Vu Vulnerabilidade à deterioração antrópica (impactes pelo uso como local de interesse geomorfológico)
| 302 |
Valor Científico (VCi = Ar + I + R + D + G + K + An)
Ar
I
R
D
G
K
An
0
0,25
0,50
0,75
1,00
0
0,25
0,50
0,75
1,00
0
0,33
0,67
1,00
0
0,33
0,67
1,00
0
0,17
0,33
0,50
0
0,25
0,50
0
0,17
0,33
0,50
Não é das 5 mais importantes e/ou maiores ocorrências na área
Não é das 3 mais importantes e/ou maiores ocorrências na área
É das 3 mais importantes e/ou maiores ocorrências na área
É a mais importante e/ou maior ocorrência na área
Única ocorrência na área
Muito deteriorado, resultado da exploração de recursos, vandalismo ou mau uso
Muito deteriorado, resultado de processos naturais
Com deterioração, mas preservando elementos geomorfológicos essenciais
Deteriorado ligeiramente, preservando elementos geomorfológicos essenciais
Sem deterioração
Representatividade reduzida de processos e sem interesse didáctico
Com alguma representatividade mas com pouco interesse didáctico
Bom exemplo de evolução geomorfológica mas de difícil explicação a leigos
Bom exemplo de evolução geomorfológica e/ou bom recurso didáctico
Apenas um elemento/tema com interesse geomorfológico
Dois elementos/temas com interesse geomorfológico
Três elementos/temas com interesse geomorfológico
Mais do que três elementos/temas com interesse geomorfológico
Sem outros elementos geológicos em destaque
Elementos geológicos, sem associação aos elementos geomorfológicos
Elementos geológicos, com associação aos elementos geomorfológicos
Ocorrência de outro(s) local(is) de interesse geológico
Sem produção ou divulgação científica, quanto ao interesse geomorfológico
Objecto de produção científica moderada (comunicações, artigos nacionais, …)
Objecto de produção científica relevante (teses, artigos internacionais, …)
Mais do que cinco ocorrências/situações semelhantes a nível nacional
Entre duas a cinco ocorrências/situações semelhantes a nível nacional
Até duas ocorrências/situações semelhantes a nível nacional
Única ocorrência/situação a nível nacional
Ecol
Estet
Cult
Valor Adicional (VAd = Cult + Estet + Ecol)
0
0,25
0,50
0,75
1,00
1,25
1,50
Sem elementos culturais ou com estes a deteriorar o local
Ocorrência de aspectos culturais mas sem conexão com geoformas
Ocorrência de aspectos culturais importantes mas sem conexão com geoformas
Aspectos culturais imateriais associados à morfologia
Aspectos culturais físicos associados a geoformas
Aspectos culturais físicos de elevado valor associados a geoformas
Elemento geomorfológico em destaque com origem antrópica
Considerar a singularidade visual dos elementos geomorfológicos,
Reduzido
0-0,5
qualidade panorâmica, diversidade de elementos, litologias, e tonalidades,
Moderado
0,7
0,5-1
presença de vegetação e água, ausência de deterioração antrópica e altura e
Elevado
1-1,5
proximidade em relação aos objectos observados.
0
Sem conexão com elementos biológicos
0,38 Ocorrência de fauna e/ou flora com interesse
0,75 Um dos melhores locais para observar fauna e/ou flora com interesse
1,12 Características geomorfológicas condicionam ecossistema(s)
1,50 Características geomorfológicas determinam ecossistema(s)
| 303 |
Valor de Uso (VUs = Ac + V + Ug + U + P + E)
Ac
V
Ug
U
P
E
0
0,21
0,43
0,64
0,86
1,07
1,29
1,50
0
0,30
0,60
0,90
1,20
1,50
0
0,33
0,67
1,00
0
0,33
0,67
1,00
0
0,33
0,67
1,00
0
0,25
0,50
0,75
1,00
Acessibilidade muito difícil, apenas com recurso a equipamento especial
A pé, a mais de 500 metros de caminho transitável por veículo todo-terreno
A pé, a mais de 500 metros de caminho transitável por veículo automóvel
A pé, a menos de 500 metros de caminho transitável por veículo automóvel
Em veículo todo-terreno, até menos de 100 metros do local
Em veículo automóvel, até menos de 50 metros do local
Por estrada regional, em autocarro de 50 lug., até menos de 50 metros do local
Por estrada nacional, em autocarro de 50 lug., até menos de 50 metros do local
Sem condições de observação ou em condições muito difíceis
Apenas visível com auxílio de equipamento especial (luz artificial, cordas, …)
Razoável, mas limitada por vegetação arbórea ou arbustiva
Boa, mas obrigando a deslocação para ser melhorada
Boa para todos os elementos geomorfológicos em destaque
Excelente para todos os elementos geomorfológicos em destaque
Sem divulgação e sem uso
Sem divulgação mas com uso
Divulgado/usado como local de interesse paisagístico
Divulgado/usado como local de interesse geológico ou geomorfológico
Sem outro(s) tipos de valor, sem divulgação e/ou uso
Com outro(s) tipos de valor, sem divulgação e/ou uso
Com outro(s) tipos de valor, com divulgação
Com outro(s) tipos de valor, com divulgação e uso
Com protecção total, impedindo o uso
Com protecção, limitando o uso
Sem protecção e sem limitações ao uso
Com protecção mas com poucas ou nenhumas limitações ao uso
Oferta hoteleira variada e serviços de apoio a mais de 25 km
Oferta hoteleira variada e serviços de apoio entre 10 e 25 km
Oferta hoteleira variada e serviços de apoio entre 5 e 10 km
Oferta hoteleira variada ou serviços de apoio a menos de 5 km
Oferta hoteleira variada e serviços de apoio a menos de 5 km
Valor de Protecção (VPr = Ip + Vu)
Ip
Vu
0
0,25
0,50
0,75
1,00
0
0,50
1,00
1,50
2,00
Muito deteriorado, resultado da exploração de recursos, vandalismo ou mau uso
Muito deteriorado, resultado de processos naturais
Com deterioração, mas preservando elementos geomorfológicos essenciais
Deteriorado ligeiramente, preservando elementos geomorfológicos essenciais
Sem deterioração
Muito vulnerável, o uso como LIGeom pode deteriorar completamente o local
Elementos geomorfológicos e outros podem ser deteriorados
Outros elementos podem ser afectados, mas não os geomorfológicos
Deterioração pode ocorrer apenas nas estruturas de acesso
Nada vulnerável ao uso como LIGeom
| 304 |
FICHA DE AVALIAÇÃO NUMÉRICA
DE LOCAIS DE INTERESSE GEOMORFOLÓGICO
AUTOR: JOÃO FORTE
Nome
DATA: AGOSTO DE 2008
Dolina do Bofinho
Tipo de local:
Isolado
Referência
Área
LIGeom 9
Panorâmico
4,29
VGm (Valor Geomorfológico) = VCi + VAd
VCi = Valor Científico: 3,41
Ar Abundância/Raridade relativa, dentro da área de estudo
I
Integridade, em função da deterioração
R
Representatividade, como recurso didáctico e processos geomorfológicos
D
Diversidade de elementos geomorfológicos e sua importância
G
Elementos geológicos, no controlo geomorfológico ou com valor patrimonial
K
Existência de conhecimento científico associado
An Abundância/Raridade a nível nacional
VAd = Valor Adicional: 0,88
Cult Valor cultural
Estet Valor estético
Ecol Valor ecológico
5,17
VGt (Valor de Gestão) = VUs + VPr
VUs = Valor de Uso: 2,92
Ac Condições de acessibilidade
V
Condições de visibilidade
Ug Uso actual do interesse geomorfológico
U
Outros interesses, naturais e culturais, e usos actuais
P
Protecção oficial e limitações ao uso
E
Equipamentos e serviços de apoio ao uso
VPr = Valor de Preservação: 2,25
Ip
Integridade, em função da deterioração (impactes até à actualidade)
Vu Vulnerabilidade à deterioração antrópica (impactes pelo uso como local de interesse geomorfológico)
| 305 |
Valor Científico (VCi = Ar + I + R + D + G + K + An)
Ar
I
R
D
G
K
An
0
0,25
0,50
0,75
1,00
0
0,25
0,50
0,75
1,00
0
0,33
0,67
1,00
0
0,33
0,67
1,00
0
0,17
0,33
0,50
0
0,25
0,50
0
0,17
0,33
0,50
Não é das 5 mais importantes e/ou maiores ocorrências na área
Não é das 3 mais importantes e/ou maiores ocorrências na área
É das 3 mais importantes e/ou maiores ocorrências na área
É a mais importante e/ou maior ocorrência na área
Única ocorrência na área
Muito deteriorado, resultado da exploração de recursos, vandalismo ou mau uso
Muito deteriorado, resultado de processos naturais
Com deterioração, mas preservando elementos geomorfológicos essenciais
Deteriorado ligeiramente, preservando elementos geomorfológicos essenciais
Sem deterioração
Representatividade reduzida de processos e sem interesse didáctico
Com alguma representatividade mas com pouco interesse didáctico
Bom exemplo de evolução geomorfológica mas de difícil explicação a leigos
Bom exemplo de evolução geomorfológica e/ou bom recurso didáctico
Apenas um elemento/tema com interesse geomorfológico
Dois elementos/temas com interesse geomorfológico
Três elementos/temas com interesse geomorfológico
Mais do que três elementos/temas com interesse geomorfológico
Sem outros elementos geológicos em destaque
Elementos geológicos, sem associação aos elementos geomorfológicos
Elementos geológicos, com associação aos elementos geomorfológicos
Ocorrência de outro(s) local(is) de interesse geológico
Sem produção ou divulgação científica, quanto ao interesse geomorfológico
Objecto de produção científica moderada (comunicações, artigos nacionais, …)
Objecto de produção científica relevante (teses, artigos internacionais, …)
Mais do que cinco ocorrências/situações semelhantes a nível nacional
Entre duas a cinco ocorrências/situações semelhantes a nível nacional
Até duas ocorrências/situações semelhantes a nível nacional
Única ocorrência/situação a nível nacional
Ecol
Estet
Cult
Valor Adicional (VAd = Cult + Estet + Ecol)
0
0,25
0,50
0,75
1,00
1,25
1,50
Sem elementos culturais ou com estes a deteriorar o local
Ocorrência de aspectos culturais mas sem conexão com geoformas
Ocorrência de aspectos culturais importantes mas sem conexão com geoformas
Aspectos culturais imateriais associados à morfologia
Aspectos culturais físicos associados a geoformas
Aspectos culturais físicos de elevado valor associados a geoformas
Elemento geomorfológico em destaque com origem antrópica
Considerar a singularidade visual dos elementos geomorfológicos,
Reduzido
0-0,5
qualidade panorâmica, diversidade de elementos, litologias, e tonalidades,
Moderado
0,5
0,5-1
presença de vegetação e água, ausência de deterioração antrópica e altura e
Elevado
1-1,5
proximidade em relação aos objectos observados.
0
Sem conexão com elementos biológicos
0,38 Ocorrência de fauna e/ou flora com interesse
0,75 Um dos melhores locais para observar fauna e/ou flora com interesse
1,12 Características geomorfológicas condicionam ecossistema(s)
1,50 Características geomorfológicas determinam ecossistema(s)
| 306 |
Valor de Uso (VUs = Ac + V + Ug + U + P + E)
Ac
V
Ug
U
P
E
0
0,21
0,43
0,64
0,86
1,07
1,29
1,50
0
0,30
0,60
0,90
1,20
1,50
0
0,33
0,67
1,00
0
0,33
0,67
1,00
0
0,33
0,67
1,00
0
0,25
0,50
0,75
1,00
Acessibilidade muito difícil, apenas com recurso a equipamento especial
A pé, a mais de 500 metros de caminho transitável por veículo todo-terreno
A pé, a mais de 500 metros de caminho transitável por veículo automóvel
A pé, a menos de 500 metros de caminho transitável por veículo automóvel
Em veículo todo-terreno, até menos de 100 metros do local
Em veículo automóvel, até menos de 50 metros do local
Por estrada regional, em autocarro de 50 lug., até menos de 50 metros do local
Por estrada nacional, em autocarro de 50 lug., até menos de 50 metros do local
Sem condições de observação ou em condições muito difíceis
Apenas visível com auxílio de equipamento especial (luz artificial, cordas, …)
Razoável, mas limitada por vegetação arbórea ou arbustiva
Boa, mas obrigando a deslocação para ser melhorada
Boa para todos os elementos geomorfológicos em destaque
Excelente para todos os elementos geomorfológicos em destaque
Sem divulgação e sem uso
Sem divulgação mas com uso
Divulgado/usado como local de interesse paisagístico
Divulgado/usado como local de interesse geológico ou geomorfológico
Sem outro(s) tipos de valor, sem divulgação e/ou uso
Com outro(s) tipos de valor, sem divulgação e/ou uso
Com outro(s) tipos de valor, com divulgação
Com outro(s) tipos de valor, com divulgação e uso
Com protecção total, impedindo o uso
Com protecção, limitando o uso
Sem protecção e sem limitações ao uso
Com protecção mas com poucas ou nenhumas limitações ao uso
Oferta hoteleira variada e serviços de apoio a mais de 25 km
Oferta hoteleira variada e serviços de apoio entre 10 e 25 km
Oferta hoteleira variada e serviços de apoio entre 5 e 10 km
Oferta hoteleira variada ou serviços de apoio a menos de 5 km
Oferta hoteleira variada e serviços de apoio a menos de 5 km
Valor de Protecção (VPr = Ip + Vu)
Ip
Vu
0
0,25
0,50
0,75
1,00
0
0,50
1,00
1,50
2,00
Muito deteriorado, resultado da exploração de recursos, vandalismo ou mau uso
Muito deteriorado, resultado de processos naturais
Com deterioração, mas preservando elementos geomorfológicos essenciais
Deteriorado ligeiramente, preservando elementos geomorfológicos essenciais
Sem deterioração
Muito vulnerável, o uso como LIGeom pode deteriorar completamente o local
Elementos geomorfológicos e outros podem ser deteriorados
Outros elementos podem ser afectados, mas não os geomorfológicos
Deterioração pode ocorrer apenas nas estruturas de acesso
Nada vulnerável ao uso como LIGeom
| 307 |
FICHA DE AVALIAÇÃO NUMÉRICA
DE LOCAIS DE INTERESSE GEOMORFOLÓGICO
AUTOR: JOÃO FORTE
Nome
DATA: AGOSTO DE 2008
Campo de Megalapiás da Mata
Tipo de local:
Isolado
Referência
Área
LIGeom 10
Panorâmico
6,81
VGm (Valor Geomorfológico) = VCi + VAd
VCi = Valor Científico: 4,33
Ar Abundância/Raridade relativa, dentro da área de estudo
I
Integridade, em função da deterioração
R
Representatividade, como recurso didáctico e processos geomorfológicos
D
Diversidade de elementos geomorfológicos e sua importância
G
Elementos geológicos, no controlo geomorfológico ou com valor patrimonial
K
Existência de conhecimento científico associado
An Abundância/Raridade a nível nacional
VAd = Valor Adicional: 2,48
Cult Valor cultural
Estet Valor estético
Ecol Valor ecológico
6,08
VGt (Valor de Gestão) = VUs + VPr
VUs = Valor de Uso: 3,58
Ac Condições de acessibilidade
V
Condições de visibilidade
Ug Uso actual do interesse geomorfológico
U
Outros interesses, naturais e culturais, e usos actuais
P
Protecção oficial e limitações ao uso
E
Equipamentos e serviços de apoio ao uso
VPr = Valor de Preservação: 2,5
Ip
Integridade, em função da deterioração (impactes até à actualidade)
Vu Vulnerabilidade à deterioração antrópica (impactes pelo uso como local de interesse geomorfológico)
| 308 |
Valor Científico (VCi = Ar + I + R + D + G + K + An)
Ar
I
R
D
G
K
An
0
0,25
0,50
0,75
1,00
0
0,25
0,50
0,75
1,00
0
0,33
0,67
1,00
0
0,33
0,67
1,00
0
0,17
0,33
0,50
0
0,25
0,50
0
0,17
0,33
0,50
Não é das 5 mais importantes e/ou maiores ocorrências na área
Não é das 3 mais importantes e/ou maiores ocorrências na área
É das 3 mais importantes e/ou maiores ocorrências na área
É a mais importante e/ou maior ocorrência na área
Única ocorrência na área
Muito deteriorado, resultado da exploração de recursos, vandalismo ou mau uso
Muito deteriorado, resultado de processos naturais
Com deterioração, mas preservando elementos geomorfológicos essenciais
Deteriorado ligeiramente, preservando elementos geomorfológicos essenciais
Sem deterioração
Representatividade reduzida de processos e sem interesse didáctico
Com alguma representatividade mas com pouco interesse didáctico
Bom exemplo de evolução geomorfológica mas de difícil explicação a leigos
Bom exemplo de evolução geomorfológica e/ou bom recurso didáctico
Apenas um elemento/tema com interesse geomorfológico
Dois elementos/temas com interesse geomorfológico
Três elementos/temas com interesse geomorfológico
Mais do que três elementos/temas com interesse geomorfológico
Sem outros elementos geológicos em destaque
Elementos geológicos, sem associação aos elementos geomorfológicos
Elementos geológicos, com associação aos elementos geomorfológicos
Ocorrência de outro(s) local(is) de interesse geológico
Sem produção ou divulgação científica, quanto ao interesse geomorfológico
Objecto de produção científica moderada (comunicações, artigos nacionais, …)
Objecto de produção científica relevante (teses, artigos internacionais, …)
Mais do que cinco ocorrências/situações semelhantes a nível nacional
Entre duas a cinco ocorrências/situações semelhantes a nível nacional
Até duas ocorrências/situações semelhantes a nível nacional
Única ocorrência/situação a nível nacional
Ecol
Estet
Cult
Valor Adicional (VAd = Cult + Estet + Ecol)
0
0,25
0,50
0,75
1,00
1,25
1,50
Sem elementos culturais ou com estes a deteriorar o local
Ocorrência de aspectos culturais mas sem conexão com geoformas
Ocorrência de aspectos culturais importantes mas sem conexão com geoformas
Aspectos culturais imateriais associados à morfologia
Aspectos culturais físicos associados a geoformas
Aspectos culturais físicos de elevado valor associados a geoformas
Elemento geomorfológico em destaque com origem antrópica
Considerar a singularidade visual dos elementos geomorfológicos,
Reduzido
0-0,5
qualidade panorâmica, diversidade de elementos, litologias, e tonalidades,
Moderado
0,5-1
presença de vegetação e água, ausência de deterioração antrópica e altura e
Elevado
1,1
1-1,5
proximidade em relação aos objectos observados.
0
Sem conexão com elementos biológicos
0,38 Ocorrência de fauna e/ou flora com interesse
0,75 Um dos melhores locais para observar fauna e/ou flora com interesse
1,12 Características geomorfológicas condicionam ecossistema(s)
1,50 Características geomorfológicas determinam ecossistema(s)
| 309 |
Valor de Uso (VUs = Ac + V + Ug + U + P + E)
Ac
V
Ug
U
P
E
0
0,21
0,43
0,64
0,86
1,07
1,29
1,50
0
0,30
0,60
0,90
1,20
1,50
0
0,33
0,67
1,00
0
0,33
0,67
1,00
0
0,33
0,67
1,00
0
0,25
0,50
0,75
1,00
Acessibilidade muito difícil, apenas com recurso a equipamento especial
A pé, a mais de 500 metros de caminho transitável por veículo todo-terreno
A pé, a mais de 500 metros de caminho transitável por veículo automóvel
A pé, a menos de 500 metros de caminho transitável por veículo automóvel
Em veículo todo-terreno, até menos de 100 metros do local
Em veículo automóvel, até menos de 50 metros do local
Por estrada regional, em autocarro de 50 lug., até menos de 50 metros do local
Por estrada nacional, em autocarro de 50 lug., até menos de 50 metros do local
Sem condições de observação ou em condições muito difíceis
Apenas visível com auxílio de equipamento especial (luz artificial, cordas, …)
Razoável, mas limitada por vegetação arbórea ou arbustiva
Boa, mas obrigando a deslocação para ser melhorada
Boa para todos os elementos geomorfológicos em destaque
Excelente para todos os elementos geomorfológicos em destaque
Sem divulgação e sem uso
Sem divulgação mas com uso
Divulgado/usado como local de interesse paisagístico
Divulgado/usado como local de interesse geológico ou geomorfológico
Sem outro(s) tipos de valor, sem divulgação e/ou uso
Com outro(s) tipos de valor, sem divulgação e/ou uso
Com outro(s) tipos de valor, com divulgação
Com outro(s) tipos de valor, com divulgação e uso
Com protecção total, impedindo o uso
Com protecção, limitando o uso
Sem protecção e sem limitações ao uso
Com protecção mas com poucas ou nenhumas limitações ao uso
Oferta hoteleira variada e serviços de apoio a mais de 25 km
Oferta hoteleira variada e serviços de apoio entre 10 e 25 km
Oferta hoteleira variada e serviços de apoio entre 5 e 10 km
Oferta hoteleira variada ou serviços de apoio a menos de 5 km
Oferta hoteleira variada e serviços de apoio a menos de 5 km
Valor de Protecção (VPr = Ip + Vu)
Ip
Vu
0
0,25
0,50
0,75
1,00
0
0,50
1,00
1,50
2,00
Muito deteriorado, resultado da exploração de recursos, vandalismo ou mau uso
Muito deteriorado, resultado de processos naturais
Com deterioração, mas preservando elementos geomorfológicos essenciais
Deteriorado ligeiramente, preservando elementos geomorfológicos essenciais
Sem deterioração
Muito vulnerável, o uso como LIGeom pode deteriorar completamente o local
Elementos geomorfológicos e outros podem ser deteriorados
Outros elementos podem ser afectados, mas não os geomorfológicos
Deterioração pode ocorrer apenas nas estruturas de acesso
Nada vulnerável ao uso como LIGeom
| 310 |
FICHA DE AVALIAÇÃO NUMÉRICA
DE LOCAIS DE INTERESSE GEOMORFOLÓGICO
AUTOR: JOÃO FORTE
Nome
DATA: AGOSTO DE 2008
Depósito de vertente da Serra de Alvaiázere
Tipo de local:
Isolado
Área
Referência
LIGeom 11
Panorâmico
3,33
VGm (Valor Geomorfológico) = VCi + VAd
VCi = Valor Científico: 2,83
Ar Abundância/Raridade relativa, dentro da área de estudo
I
Integridade, em função da deterioração
R
Representatividade, como recurso didáctico e processos geomorfológicos
D
Diversidade de elementos geomorfológicos e sua importância
G
Elementos geológicos, no controlo geomorfológico ou com valor patrimonial
K
Existência de conhecimento científico associado
An Abundância/Raridade a nível nacional
VAd = Valor Adicional: 0,5
Cult Valor cultural
Estet Valor estético
Ecol Valor ecológico
4,49
VGt (Valor de Gestão) = VUs + VPr
VUs = Valor de Uso: 1,99
Ac Condições de acessibilidade
V
Condições de visibilidade
Ug Uso actual do interesse geomorfológico
U
Outros interesses, naturais e culturais, e usos actuais
P
Protecção oficial e limitações ao uso
E
Equipamentos e serviços de apoio ao uso
VPr = Valor de Preservação: 2,5
Ip
Integridade, em função da deterioração (impactes até à actualidade)
Vu Vulnerabilidade à deterioração antrópica (impactes pelo uso como local de interesse geomorfológico)
| 311 |
Valor Científico (VCi = Ar + I + R + D + G + K + An)
Ar
I
R
D
G
K
An
0
0,25
0,50
0,75
1,00
0
0,25
0,50
0,75
1,00
0
0,33
0,67
1,00
0
0,33
0,67
1,00
0
0,17
0,33
0,50
0
0,25
0,50
0
0,17
0,33
0,50
Não é das 5 mais importantes e/ou maiores ocorrências na área
Não é das 3 mais importantes e/ou maiores ocorrências na área
É das 3 mais importantes e/ou maiores ocorrências na área
É a mais importante e/ou maior ocorrência na área
Única ocorrência na área
Muito deteriorado, resultado da exploração de recursos, vandalismo ou mau uso
Muito deteriorado, resultado de processos naturais
Com deterioração, mas preservando elementos geomorfológicos essenciais
Deteriorado ligeiramente, preservando elementos geomorfológicos essenciais
Sem deterioração
Representatividade reduzida de processos e sem interesse didáctico
Com alguma representatividade mas com pouco interesse didáctico
Bom exemplo de evolução geomorfológica mas de difícil explicação a leigos
Bom exemplo de evolução geomorfológica e/ou bom recurso didáctico
Apenas um elemento/tema com interesse geomorfológico
Dois elementos/temas com interesse geomorfológico
Três elementos/temas com interesse geomorfológico
Mais do que três elementos/temas com interesse geomorfológico
Sem outros elementos geológicos em destaque
Elementos geológicos, sem associação aos elementos geomorfológicos
Elementos geológicos, com associação aos elementos geomorfológicos
Ocorrência de outro(s) local(is) de interesse geológico
Sem produção ou divulgação científica, quanto ao interesse geomorfológico
Objecto de produção científica moderada (comunicações, artigos nacionais, …)
Objecto de produção científica relevante (teses, artigos internacionais, …)
Mais do que cinco ocorrências/situações semelhantes a nível nacional
Entre duas a cinco ocorrências/situações semelhantes a nível nacional
Até duas ocorrências/situações semelhantes a nível nacional
Única ocorrência/situação a nível nacional
Ecol
Estet
Cult
Valor Adicional (VAd = Cult + Estet + Ecol)
0
0,25
0,50
0,75
1,00
1,25
1,50
Sem elementos culturais ou com estes a deteriorar o local
Ocorrência de aspectos culturais mas sem conexão com geoformas
Ocorrência de aspectos culturais importantes mas sem conexão com geoformas
Aspectos culturais imateriais associados à morfologia
Aspectos culturais físicos associados a geoformas
Aspectos culturais físicos de elevado valor associados a geoformas
Elemento geomorfológico em destaque com origem antrópica
Reduzido 0,5 Considerar a singularidade visual dos elementos geomorfológicos,
0-0,5
qualidade panorâmica, diversidade de elementos, litologias, e tonalidades,
Moderado
0,5-1
presença de vegetação e água, ausência de deterioração antrópica e altura e
Elevado
1-1,5
proximidade em relação aos objectos observados.
0
Sem conexão com elementos biológicos
0,38 Ocorrência de fauna e/ou flora com interesse
0,75 Um dos melhores locais para observar fauna e/ou flora com interesse
1,12 Características geomorfológicas condicionam ecossistema(s)
1,50 Características geomorfológicas determinam ecossistema(s)
| 312 |
Valor de Uso (VUs = Ac + V + Ug + U + P + E)
Ac
V
Ug
U
P
E
0
0,21
0,43
0,64
0,86
1,07
1,29
1,50
0
0,30
0,60
0,90
1,20
1,50
0
0,33
0,67
1,00
0
0,33
0,67
1,00
0
0,33
0,67
1,00
0
0,25
0,50
0,75
1,00
Acessibilidade muito difícil, apenas com recurso a equipamento especial
A pé, a mais de 500 metros de caminho transitável por veículo todo-terreno
A pé, a mais de 500 metros de caminho transitável por veículo automóvel
A pé, a menos de 500 metros de caminho transitável por veículo automóvel
Em veículo todo-terreno, até menos de 100 metros do local
Em veículo automóvel, até menos de 50 metros do local
Por estrada regional, em autocarro de 50 lug., até menos de 50 metros do local
Por estrada nacional, em autocarro de 50 lug., até menos de 50 metros do local
Sem condições de observação ou em condições muito difíceis
Apenas visível com auxílio de equipamento especial (luz artificial, cordas, …)
Razoável, mas limitada por vegetação arbórea ou arbustiva
Boa, mas obrigando a deslocação para ser melhorada
Boa para todos os elementos geomorfológicos em destaque
Excelente para todos os elementos geomorfológicos em destaque
Sem divulgação e sem uso
Sem divulgação mas com uso
Divulgado/usado como local de interesse paisagístico
Divulgado/usado como local de interesse geológico ou geomorfológico
Sem outro(s) tipos de valor, sem divulgação e/ou uso
Com outro(s) tipos de valor, sem divulgação e/ou uso
Com outro(s) tipos de valor, com divulgação
Com outro(s) tipos de valor, com divulgação e uso
Com protecção total, impedindo o uso
Com protecção, limitando o uso
Sem protecção e sem limitações ao uso
Com protecção mas com poucas ou nenhumas limitações ao uso
Oferta hoteleira variada e serviços de apoio a mais de 25 km
Oferta hoteleira variada e serviços de apoio entre 10 e 25 km
Oferta hoteleira variada e serviços de apoio entre 5 e 10 km
Oferta hoteleira variada ou serviços de apoio a menos de 5 km
Oferta hoteleira variada e serviços de apoio a menos de 5 km
Valor de Protecção (VPr = Ip + Vu)
Ip
Vu
0
0,25
0,50
0,75
1,00
0
0,50
1,00
1,50
2,00
Muito deteriorado, resultado da exploração de recursos, vandalismo ou mau uso
Muito deteriorado, resultado de processos naturais
Com deterioração, mas preservando elementos geomorfológicos essenciais
Deteriorado ligeiramente, preservando elementos geomorfológicos essenciais
Sem deterioração
Muito vulnerável, o uso como LIGeom pode deteriorar completamente o local
Elementos geomorfológicos e outros podem ser deteriorados
Outros elementos podem ser afectados, mas não os geomorfológicos
Deterioração pode ocorrer apenas nas estruturas de acesso
Nada vulnerável ao uso como LIGeom
| 313 |
FICHA DE AVALIAÇÃO NUMÉRICA
DE LOCAIS DE INTERESSE GEOMORFOLÓGICO
AUTOR: JOÃO FORTE
Nome
DATA: AGOSTO DE 2008
Cascalheiras de gravidade da Serra de Alvaiázere
Tipo de local:
Isolado
Área
Referência
LIGeom 12
Panorâmico
5,14
VGm (Valor Geomorfológico) = VCi + VAd
VCi = Valor Científico: 3,41
Ar Abundância/Raridade relativa, dentro da área de estudo
I
Integridade, em função da deterioração
R
Representatividade, como recurso didáctico e processos geomorfológicos
D
Diversidade de elementos geomorfológicos e sua importância
G
Elementos geológicos, no controlo geomorfológico ou com valor patrimonial
K
Existência de conhecimento científico associado
An Abundância/Raridade a nível nacional
VAd = Valor Adicional: 1,73
Cult Valor cultural
Estet Valor estético
Ecol Valor ecológico
3,52
VGt (Valor de Gestão) = VUs + VPr
VUs = Valor de Uso: 2,02
Ac Condições de acessibilidade
V
Condições de visibilidade
Ug Uso actual do interesse geomorfológico
U
Outros interesses, naturais e culturais, e usos actuais
P
Protecção oficial e limitações ao uso
E
Equipamentos e serviços de apoio ao uso
VPr = Valor de Preservação: 1,5
Ip
Integridade, em função da deterioração (impactes até à actualidade)
Vu Vulnerabilidade à deterioração antrópica (impactes pelo uso como local de interesse geomorfológico)
| 314 |
Valor Científico (VCi = Ar + I + R + D + G + K + An)
Ar
I
R
D
G
K
An
0
0,25
0,50
0,75
1,00
0
0,25
0,50
0,75
1,00
0
0,33
0,67
1,00
0
0,33
0,67
1,00
0
0,17
0,33
0,50
0
0,25
0,50
0
0,17
0,33
0,50
Não é das 5 mais importantes e/ou maiores ocorrências na área
Não é das 3 mais importantes e/ou maiores ocorrências na área
É das 3 mais importantes e/ou maiores ocorrências na área
É a mais importante e/ou maior ocorrência na área
Única ocorrência na área
Muito deteriorado, resultado da exploração de recursos, vandalismo ou mau uso
Muito deteriorado, resultado de processos naturais
Com deterioração, mas preservando elementos geomorfológicos essenciais
Deteriorado ligeiramente, preservando elementos geomorfológicos essenciais
Sem deterioração
Representatividade reduzida de processos e sem interesse didáctico
Com alguma representatividade mas com pouco interesse didáctico
Bom exemplo de evolução geomorfológica mas de difícil explicação a leigos
Bom exemplo de evolução geomorfológica e/ou bom recurso didáctico
Apenas um elemento/tema com interesse geomorfológico
Dois elementos/temas com interesse geomorfológico
Três elementos/temas com interesse geomorfológico
Mais do que três elementos/temas com interesse geomorfológico
Sem outros elementos geológicos em destaque
Elementos geológicos, sem associação aos elementos geomorfológicos
Elementos geológicos, com associação aos elementos geomorfológicos
Ocorrência de outro(s) local(is) de interesse geológico
Sem produção ou divulgação científica, quanto ao interesse geomorfológico
Objecto de produção científica moderada (comunicações, artigos nacionais, …)
Objecto de produção científica relevante (teses, artigos internacionais, …)
Mais do que cinco ocorrências/situações semelhantes a nível nacional
Entre duas a cinco ocorrências/situações semelhantes a nível nacional
Até duas ocorrências/situações semelhantes a nível nacional
Única ocorrência/situação a nível nacional
Ecol
Estet
Cult
Valor Adicional (VAd = Cult + Estet + Ecol)
0
0,25
0,50
0,75
1,00
1,25
1,50
Sem elementos culturais ou com estes a deteriorar o local
Ocorrência de aspectos culturais mas sem conexão com geoformas
Ocorrência de aspectos culturais importantes mas sem conexão com geoformas
Aspectos culturais imateriais associados à morfologia
Aspectos culturais físicos associados a geoformas
Aspectos culturais físicos de elevado valor associados a geoformas
Elemento geomorfológico em destaque com origem antrópica
Considerar a singularidade visual dos elementos geomorfológicos,
Reduzido
0-0,5
qualidade panorâmica, diversidade de elementos, litologias, e tonalidades,
Moderado
1,1
0,5-1
presença de vegetação e água, ausência de deterioração antrópica e altura e
Elevado
1-1,5
proximidade em relação aos objectos observados.
0
Sem conexão com elementos biológicos
0,38 Ocorrência de fauna e/ou flora com interesse
0,75 Um dos melhores locais para observar fauna e/ou flora com interesse
1,12 Características geomorfológicas condicionam ecossistema(s)
1,50 Características geomorfológicas determinam ecossistema(s)
| 315 |
Valor de Uso (VUs = Ac + V + Ug + U + P + E)
Ac
V
Ug
U
P
E
0
0,21
0,43
0,64
0,86
1,07
1,29
1,50
0
0,30
0,60
0,90
1,20
1,50
0
0,33
0,67
1,00
0
0,33
0,67
1,00
0
0,33
0,67
1,00
0
0,25
0,50
0,75
1,00
Acessibilidade muito difícil, apenas com recurso a equipamento especial
A pé, a mais de 500 metros de caminho transitável por veículo todo-terreno
A pé, a mais de 500 metros de caminho transitável por veículo automóvel
A pé, a menos de 500 metros de caminho transitável por veículo automóvel
Em veículo todo-terreno, até menos de 100 metros do local
Em veículo automóvel, até menos de 50 metros do local
Por estrada regional, em autocarro de 50 lug., até menos de 50 metros do local
Por estrada nacional, em autocarro de 50 lug., até menos de 50 metros do local
Sem condições de observação ou em condições muito difíceis
Apenas visível com auxílio de equipamento especial (luz artificial, cordas, …)
Razoável, mas limitada por vegetação arbórea ou arbustiva
Boa, mas obrigando a deslocação para ser melhorada
Boa para todos os elementos geomorfológicos em destaque
Excelente para todos os elementos geomorfológicos em destaque
Sem divulgação e sem uso
Sem divulgação mas com uso
Divulgado/usado como local de interesse paisagístico
Divulgado/usado como local de interesse geológico ou geomorfológico
Sem outro(s) tipos de valor, sem divulgação e/ou uso
Com outro(s) tipos de valor, sem divulgação e/ou uso
Com outro(s) tipos de valor, com divulgação
Com outro(s) tipos de valor, com divulgação e uso
Com protecção total, impedindo o uso
Com protecção, limitando o uso
Sem protecção e sem limitações ao uso
Com protecção mas com poucas ou nenhumas limitações ao uso
Oferta hoteleira variada e serviços de apoio a mais de 25 km
Oferta hoteleira variada e serviços de apoio entre 10 e 25 km
Oferta hoteleira variada e serviços de apoio entre 5 e 10 km
Oferta hoteleira variada ou serviços de apoio a menos de 5 km
Oferta hoteleira variada e serviços de apoio a menos de 5 km
Valor de Protecção (VPr = Ip + Vu)
Ip
Vu
0
0,25
0,50
0,75
1,00
0
0,50
1,00
1,50
2,00
Muito deteriorado, resultado da exploração de recursos, vandalismo ou mau uso
Muito deteriorado, resultado de processos naturais
Com deterioração, mas preservando elementos geomorfológicos essenciais
Deteriorado ligeiramente, preservando elementos geomorfológicos essenciais
Sem deterioração
Muito vulnerável, o uso como LIGeom pode deteriorar completamente o local
Elementos geomorfológicos e outros podem ser deteriorados
Outros elementos podem ser afectados, mas não os geomorfológicos
Deterioração pode ocorrer apenas nas estruturas de acesso
Nada vulnerável ao uso como LIGeom
| 316 |
FICHA DE AVALIAÇÃO NUMÉRICA
DE LOCAIS DE INTERESSE GEOMORFOLÓGICO
AUTOR: JOÃO FORTE
Nome
DATA: AGOSTO DE 2008
Senhora dos Covões – Miradouro
Tipo de local:
Isolado
Referência
Área
LIGeom 13
Panorâmico
5,45
VGm (Valor Geomorfológico) = VCi + VAd
VCi = Valor Científico: 3,25
Ar Abundância/Raridade relativa, dentro da área de estudo
I
Integridade, em função da deterioração
R
Representatividade, como recurso didáctico e processos geomorfológicos
D
Diversidade de elementos geomorfológicos e sua importância
G
Elementos geológicos, no controlo geomorfológico ou com valor patrimonial
K
Existência de conhecimento científico associado
An Abundância/Raridade a nível nacional
VAd = Valor Adicional: 2,2
Cult Valor cultural
Estet Valor estético
Ecol Valor ecológico
7,49
VGt (Valor de Gestão) = VUs + VPr
VUs = Valor de Uso: 4,49
Ac Condições de acessibilidade
V
Condições de visibilidade
Ug Uso actual do interesse geomorfológico
U
Outros interesses, naturais e culturais, e usos actuais
P
Protecção oficial e limitações ao uso
E
Equipamentos e serviços de apoio ao uso
VPr = Valor de Preservação: 3
Ip
Integridade, em função da deterioração (impactes até à actualidade)
Vu Vulnerabilidade à deterioração antrópica (impactes pelo uso como local de interesse geomorfológico)
| 317 |
Valor Científico (VCi = Ar + I + R + D + G + K + An)
Ar
I
R
D
G
K
An
0
0,25
0,50
0,75
1,00
0
0,25
0,50
0,75
1,00
0
0,33
0,67
1,00
0
0,33
0,67
1,00
0
0,17
0,33
0,50
0
0,25
0,50
0
0,17
0,33
0,50
Não é das 5 mais importantes e/ou maiores ocorrências na área
Não é das 3 mais importantes e/ou maiores ocorrências na área
É das 3 mais importantes e/ou maiores ocorrências na área
É a mais importante e/ou maior ocorrência na área
Única ocorrência na área
Muito deteriorado, resultado da exploração de recursos, vandalismo ou mau uso
Muito deteriorado, resultado de processos naturais
Com deterioração, mas preservando elementos geomorfológicos essenciais
Deteriorado ligeiramente, preservando elementos geomorfológicos essenciais
Sem deterioração
Representatividade reduzida de processos e sem interesse didáctico
Com alguma representatividade mas com pouco interesse didáctico
Bom exemplo de evolução geomorfológica mas de difícil explicação a leigos
Bom exemplo de evolução geomorfológica e/ou bom recurso didáctico
Apenas um elemento/tema com interesse geomorfológico
Dois elementos/temas com interesse geomorfológico
Três elementos/temas com interesse geomorfológico
Mais do que três elementos/temas com interesse geomorfológico
Sem outros elementos geológicos em destaque
Elementos geológicos, sem associação aos elementos geomorfológicos
Elementos geológicos, com associação aos elementos geomorfológicos
Ocorrência de outro(s) local(is) de interesse geológico
Sem produção ou divulgação científica, quanto ao interesse geomorfológico
Objecto de produção científica moderada (comunicações, artigos nacionais, …)
Objecto de produção científica relevante (teses, artigos internacionais, …)
Mais do que cinco ocorrências/situações semelhantes a nível nacional
Entre duas a cinco ocorrências/situações semelhantes a nível nacional
Até duas ocorrências/situações semelhantes a nível nacional
Única ocorrência/situação a nível nacional
Ecol
Estet
Cult
Valor Adicional (VAd = Cult + Estet + Ecol)
0
0,25
0,50
0,75
1,00
1,25
1,50
Sem elementos culturais ou com estes a deteriorar o local
Ocorrência de aspectos culturais mas sem conexão com geoformas
Ocorrência de aspectos culturais importantes mas sem conexão com geoformas
Aspectos culturais imateriais associados à morfologia
Aspectos culturais físicos associados a geoformas
Aspectos culturais físicos de elevado valor associados a geoformas
Elemento geomorfológico em destaque com origem antrópica
Considerar a singularidade visual dos elementos geomorfológicos,
Reduzido
0-0,5
qualidade panorâmica, diversidade de elementos, litologias, e tonalidades,
Moderado
0,5-1
presença de vegetação e água, ausência de deterioração antrópica e altura e
Elevado
1,2
1-1,5
proximidade em relação aos objectos observados.
0
Sem conexão com elementos biológicos
0,38 Ocorrência de fauna e/ou flora com interesse
0,75 Um dos melhores locais para observar fauna e/ou flora com interesse
1,12 Características geomorfológicas condicionam ecossistema(s)
1,50 Características geomorfológicas determinam ecossistema(s)
| 318 |
Valor de Uso (VUs = Ac + V + Ug + U + P + E)
Ac
V
Ug
U
P
E
0
0,21
0,43
0,64
0,86
1,07
1,29
1,50
0
0,30
0,60
0,90
1,20
1,50
0
0,33
0,67
1,00
0
0,33
0,67
1,00
0
0,33
0,67
1,00
0
0,25
0,50
0,75
1,00
Acessibilidade muito difícil, apenas com recurso a equipamento especial
A pé, a mais de 500 metros de caminho transitável por veículo todo-terreno
A pé, a mais de 500 metros de caminho transitável por veículo automóvel
A pé, a menos de 500 metros de caminho transitável por veículo automóvel
Em veículo todo-terreno, até menos de 100 metros do local
Em veículo automóvel, até menos de 50 metros do local
Por estrada regional, em autocarro de 50 lug., até menos de 50 metros do local
Por estrada nacional, em autocarro de 50 lug., até menos de 50 metros do local
Sem condições de observação ou em condições muito difíceis
Apenas visível com auxílio de equipamento especial (luz artificial, cordas, …)
Razoável, mas limitada por vegetação arbórea ou arbustiva
Boa, mas obrigando a deslocação para ser melhorada
Boa para todos os elementos geomorfológicos em destaque
Excelente para todos os elementos geomorfológicos em destaque
Sem divulgação e sem uso
Sem divulgação mas com uso
Divulgado/usado como local de interesse paisagístico
Divulgado/usado como local de interesse geológico ou geomorfológico
Sem outro(s) tipos de valor, sem divulgação e/ou uso
Com outro(s) tipos de valor, sem divulgação e/ou uso
Com outro(s) tipos de valor, com divulgação
Com outro(s) tipos de valor, com divulgação e uso
Com protecção total, impedindo o uso
Com protecção, limitando o uso
Sem protecção e sem limitações ao uso
Com protecção mas com poucas ou nenhumas limitações ao uso
Oferta hoteleira variada e serviços de apoio a mais de 25 km
Oferta hoteleira variada e serviços de apoio entre 10 e 25 km
Oferta hoteleira variada e serviços de apoio entre 5 e 10 km
Oferta hoteleira variada ou serviços de apoio a menos de 5 km
Oferta hoteleira variada e serviços de apoio a menos de 5 km
Valor de Protecção (VPr = Ip + Vu)
Ip
Vu
0
0,25
0,50
0,75
1,00
0
0,50
1,00
1,50
2,00
Muito deteriorado, resultado da exploração de recursos, vandalismo ou mau uso
Muito deteriorado, resultado de processos naturais
Com deterioração, mas preservando elementos geomorfológicos essenciais
Deteriorado ligeiramente, preservando elementos geomorfológicos essenciais
Sem deterioração
Muito vulnerável, o uso como LIGeom pode deteriorar completamente o local
Elementos geomorfológicos e outros podem ser deteriorados
Outros elementos podem ser afectados, mas não os geomorfológicos
Deterioração pode ocorrer apenas nas estruturas de acesso
Nada vulnerável ao uso como LIGeom
| 319 |
FICHA DE AVALIAÇÃO NUMÉRICA
DE LOCAIS DE INTERESSE GEOMORFOLÓGICO
AUTOR: JOÃO FORTE
Nome
DATA: AGOSTO DE 2008
Campo de Lapiás da Serra de Alvaiázere
Tipo de local:
Isolado
Área
Referência
LIGeom 14
Panorâmico
6,68
VGm (Valor Geomorfológico) = VCi + VAd
VCi = Valor Científico: 4,08
Ar Abundância/Raridade relativa, dentro da área de estudo
I
Integridade, em função da deterioração
R
Representatividade, como recurso didáctico e processos geomorfológicos
D
Diversidade de elementos geomorfológicos e sua importância
G
Elementos geológicos, no controlo geomorfológico ou com valor patrimonial
K
Existência de conhecimento científico associado
An Abundância/Raridade a nível nacional
VAd = Valor Adicional: 2.6
Cult Valor cultural
Estet Valor estético
Ecol Valor ecológico
5,11
VGt (Valor de Gestão) = VUs + VPr
VUs = Valor de Uso: 2,61
Ac Condições de acessibilidade
V
Condições de visibilidade
Ug Uso actual do interesse geomorfológico
U
Outros interesses, naturais e culturais, e usos actuais
P
Protecção oficial e limitações ao uso
E
Equipamentos e serviços de apoio ao uso
VPr = Valor de Preservação: 2,5
Ip
Integridade, em função da deterioração (impactes até à actualidade)
Vu Vulnerabilidade à deterioração antrópica (impactes pelo uso como local de interesse geomorfológico)
| 320 |
Valor Científico (VCi = Ar + I + R + D + G + K + An)
Ar
I
R
D
G
K
An
0
0,25
0,50
0,75
1,00
0
0,25
0,50
0,75
1,00
0
0,33
0,67
1,00
0
0,33
0,67
1,00
0
0,17
0,33
0,50
0
0,25
0,50
0
0,17
0,33
0,50
Não é das 5 mais importantes e/ou maiores ocorrências na área
Não é das 3 mais importantes e/ou maiores ocorrências na área
É das 3 mais importantes e/ou maiores ocorrências na área
É a mais importante e/ou maior ocorrência na área
Única ocorrência na área
Muito deteriorado, resultado da exploração de recursos, vandalismo ou mau uso
Muito deteriorado, resultado de processos naturais
Com deterioração, mas preservando elementos geomorfológicos essenciais
Deteriorado ligeiramente, preservando elementos geomorfológicos essenciais
Sem deterioração
Representatividade reduzida de processos e sem interesse didáctico
Com alguma representatividade mas com pouco interesse didáctico
Bom exemplo de evolução geomorfológica mas de difícil explicação a leigos
Bom exemplo de evolução geomorfológica e/ou bom recurso didáctico
Apenas um elemento/tema com interesse geomorfológico
Dois elementos/temas com interesse geomorfológico
Três elementos/temas com interesse geomorfológico
Mais do que três elementos/temas com interesse geomorfológico
Sem outros elementos geológicos em destaque
Elementos geológicos, sem associação aos elementos geomorfológicos
Elementos geológicos, com associação aos elementos geomorfológicos
Ocorrência de outro(s) local(is) de interesse geológico
Sem produção ou divulgação científica, quanto ao interesse geomorfológico
Objecto de produção científica moderada (comunicações, artigos nacionais, …)
Objecto de produção científica relevante (teses, artigos internacionais, …)
Mais do que cinco ocorrências/situações semelhantes a nível nacional
Entre duas a cinco ocorrências/situações semelhantes a nível nacional
Até duas ocorrências/situações semelhantes a nível nacional
Única ocorrência/situação a nível nacional
Ecol
Estet
Cult
Valor Adicional (VAd = Cult + Estet + Ecol)
0
0,25
0,50
0,75
1,00
1,25
1,50
Sem elementos culturais ou com estes a deteriorar o local
Ocorrência de aspectos culturais mas sem conexão com geoformas
Ocorrência de aspectos culturais importantes mas sem conexão com geoformas
Aspectos culturais imateriais associados à morfologia
Aspectos culturais físicos associados a geoformas
Aspectos culturais físicos de elevado valor associados a geoformas
Elemento geomorfológico em destaque com origem antrópica
Considerar a singularidade visual dos elementos geomorfológicos,
Reduzido
0-0,5
qualidade panorâmica, diversidade de elementos, litologias, e tonalidades,
Moderado
0,6
0,5-1
presença de vegetação e água, ausência de deterioração antrópica e altura e
Elevado
1-1,5
proximidade em relação aos objectos observados.
0
Sem conexão com elementos biológicos
0,38 Ocorrência de fauna e/ou flora com interesse
0,75 Um dos melhores locais para observar fauna e/ou flora com interesse
1,12 Características geomorfológicas condicionam ecossistema(s)
1,50 Características geomorfológicas determinam ecossistema(s)
| 321 |
Valor de Uso (VUs = Ac + V + Ug + U + P + E)
Ac
V
Ug
U
P
E
0
0,21
0,43
0,64
0,86
1,07
1,29
1,50
0
0,30
0,60
0,90
1,20
1,50
0
0,33
0,67
1,00
0
0,33
0,67
1,00
0
0,33
0,67
1,00
0
0,25
0,50
0,75
1,00
Acessibilidade muito difícil, apenas com recurso a equipamento especial
A pé, a mais de 500 metros de caminho transitável por veículo todo-terreno
A pé, a mais de 500 metros de caminho transitável por veículo automóvel
A pé, a menos de 500 metros de caminho transitável por veículo automóvel
Em veículo todo-terreno, até menos de 100 metros do local
Em veículo automóvel, até menos de 50 metros do local
Por estrada regional, em autocarro de 50 lug., até menos de 50 metros do local
Por estrada nacional, em autocarro de 50 lug., até menos de 50 metros do local
Sem condições de observação ou em condições muito difíceis
Apenas visível com auxílio de equipamento especial (luz artificial, cordas, …)
Razoável, mas limitada por vegetação arbórea ou arbustiva
Boa, mas obrigando a deslocação para ser melhorada
Boa para todos os elementos geomorfológicos em destaque
Excelente para todos os elementos geomorfológicos em destaque
Sem divulgação e sem uso
Sem divulgação mas com uso
Divulgado/usado como local de interesse paisagístico
Divulgado/usado como local de interesse geológico ou geomorfológico
Sem outro(s) tipos de valor, sem divulgação e/ou uso
Com outro(s) tipos de valor, sem divulgação e/ou uso
Com outro(s) tipos de valor, com divulgação
Com outro(s) tipos de valor, com divulgação e uso
Com protecção total, impedindo o uso
Com protecção, limitando o uso
Sem protecção e sem limitações ao uso
Com protecção mas com poucas ou nenhumas limitações ao uso
Oferta hoteleira variada e serviços de apoio a mais de 25 km
Oferta hoteleira variada e serviços de apoio entre 10 e 25 km
Oferta hoteleira variada e serviços de apoio entre 5 e 10 km
Oferta hoteleira variada ou serviços de apoio a menos de 5 km
Oferta hoteleira variada e serviços de apoio a menos de 5 km
Valor de Protecção (VPr = Ip + Vu)
Ip
Vu
0
0,25
0,50
0,75
1,00
0
0,50
1,00
1,50
2,00
Muito deteriorado, resultado da exploração de recursos, vandalismo ou mau uso
Muito deteriorado, resultado de processos naturais
Com deterioração, mas preservando elementos geomorfológicos essenciais
Deteriorado ligeiramente, preservando elementos geomorfológicos essenciais
Sem deterioração
Muito vulnerável, o uso como LIGeom pode deteriorar completamente o local
Elementos geomorfológicos e outros podem ser deteriorados
Outros elementos podem ser afectados, mas não os geomorfológicos
Deterioração pode ocorrer apenas nas estruturas de acesso
Nada vulnerável ao uso como LIGeom
| 322 |
FICHA DE AVALIAÇÃO NUMÉRICA
DE LOCAIS DE INTERESSE GEOMORFOLÓGICO
AUTOR: JOÃO FORTE
Nome
DATA: AGOSTO DE 2008
Topo da Serra de Alvaiázere
Tipo de local:
Isolado
Referência
Área
LIGeom 15
Panorâmico
7
VGm (Valor Geomorfológico) = VCi + VAd
VCi = Valor Científico: 4,25
Ar Abundância/Raridade relativa, dentro da área de estudo
I
Integridade, em função da deterioração
R
Representatividade, como recurso didáctico e processos geomorfológicos
D
Diversidade de elementos geomorfológicos e sua importância
G
Elementos geológicos, no controlo geomorfológico ou com valor patrimonial
K
Existência de conhecimento científico associado
An Abundância/Raridade a nível nacional
VAd = Valor Adicional: 2,75
Cult Valor cultural
Estet Valor estético
Ecol Valor ecológico
7,78
VGt (Valor de Gestão) = VUs + VPr
VUs = Valor de Uso: 4,78
Ac Condições de acessibilidade
V
Condições de visibilidade
Ug Uso actual do interesse geomorfológico
U
Outros interesses, naturais e culturais, e usos actuais
P
Protecção oficial e limitações ao uso
E
Equipamentos e serviços de apoio ao uso
VPr = Valor de Preservação: 3
Ip
Integridade, em função da deterioração (impactes até à actualidade)
Vu Vulnerabilidade à deterioração antrópica (impactes pelo uso como local de interesse geomorfológico)
| 323 |
Valor Científico (VCi = Ar + I + R + D + G + K + An)
Ar
I
R
D
G
K
An
0
0,25
0,50
0,75
1,00
0
0,25
0,50
0,75
1,00
0
0,33
0,67
1,00
0
0,33
0,67
1,00
0
0,17
0,33
0,50
0
0,25
0,50
0
0,17
0,33
0,50
Não é das 5 mais importantes e/ou maiores ocorrências na área
Não é das 3 mais importantes e/ou maiores ocorrências na área
É das 3 mais importantes e/ou maiores ocorrências na área
É a mais importante e/ou maior ocorrência na área
Única ocorrência na área
Muito deteriorado, resultado da exploração de recursos, vandalismo ou mau uso
Muito deteriorado, resultado de processos naturais
Com deterioração, mas preservando elementos geomorfológicos essenciais
Deteriorado ligeiramente, preservando elementos geomorfológicos essenciais
Sem deterioração
Representatividade reduzida de processos e sem interesse didáctico
Com alguma representatividade mas com pouco interesse didáctico
Bom exemplo de evolução geomorfológica mas de difícil explicação a leigos
Bom exemplo de evolução geomorfológica e/ou bom recurso didáctico
Apenas um elemento/tema com interesse geomorfológico
Dois elementos/temas com interesse geomorfológico
Três elementos/temas com interesse geomorfológico
Mais do que três elementos/temas com interesse geomorfológico
Sem outros elementos geológicos em destaque
Elementos geológicos, sem associação aos elementos geomorfológicos
Elementos geológicos, com associação aos elementos geomorfológicos
Ocorrência de outro(s) local(is) de interesse geológico
Sem produção ou divulgação científica, quanto ao interesse geomorfológico
Objecto de produção científica moderada (comunicações, artigos nacionais, …)
Objecto de produção científica relevante (teses, artigos internacionais, …)
Mais do que cinco ocorrências/situações semelhantes a nível nacional
Entre duas a cinco ocorrências/situações semelhantes a nível nacional
Até duas ocorrências/situações semelhantes a nível nacional
Única ocorrência/situação a nível nacional
Ecol
Estet
Cult
Valor Adicional (VAd = Cult + Estet + Ecol)
0
0,25
0,50
0,75
1,00
1,25
1,50
Sem elementos culturais ou com estes a deteriorar o local
Ocorrência de aspectos culturais mas sem conexão com geoformas
Ocorrência de aspectos culturais importantes mas sem conexão com geoformas
Aspectos culturais imateriais associados à morfologia
Aspectos culturais físicos associados a geoformas
Aspectos culturais físicos de elevado valor associados a geoformas
Elemento geomorfológico em destaque com origem antrópica
Considerar a singularidade visual dos elementos geomorfológicos,
Reduzido
0-0,5
qualidade panorâmica, diversidade de elementos, litologias, e tonalidades,
Moderado
0,5-1
presença de vegetação e água, ausência de deterioração antrópica e altura e
Elevado
1,5
1-1,5
proximidade em relação aos objectos observados.
0
Sem conexão com elementos biológicos
0,38 Ocorrência de fauna e/ou flora com interesse
0,75 Um dos melhores locais para observar fauna e/ou flora com interesse
1,12 Características geomorfológicas condicionam ecossistema(s)
1,50 Características geomorfológicas determinam ecossistema(s)
| 324 |
Valor de Uso (VUs = Ac + V + Ug + U + P + E)
Ac
V
Ug
U
P
E
0
0,21
0,43
0,64
0,86
1,07
1,29
1,50
0
0,30
0,60
0,90
1,20
1,50
0
0,33
0,67
1,00
0
0,33
0,67
1,00
0
0,33
0,67
1,00
0
0,25
0,50
0,75
1,00
Acessibilidade muito difícil, apenas com recurso a equipamento especial
A pé, a mais de 500 metros de caminho transitável por veículo todo-terreno
A pé, a mais de 500 metros de caminho transitável por veículo automóvel
A pé, a menos de 500 metros de caminho transitável por veículo automóvel
Em veículo todo-terreno, até menos de 100 metros do local
Em veículo automóvel, até menos de 50 metros do local
Por estrada regional, em autocarro de 50 lug., até menos de 50 metros do local
Por estrada nacional, em autocarro de 50 lug., até menos de 50 metros do local
Sem condições de observação ou em condições muito difíceis
Apenas visível com auxílio de equipamento especial (luz artificial, cordas, …)
Razoável, mas limitada por vegetação arbórea ou arbustiva
Boa, mas obrigando a deslocação para ser melhorada
Boa para todos os elementos geomorfológicos em destaque
Excelente para todos os elementos geomorfológicos em destaque
Sem divulgação e sem uso
Sem divulgação mas com uso
Divulgado/usado como local de interesse paisagístico
Divulgado/usado como local de interesse geológico ou geomorfológico
Sem outro(s) tipos de valor, sem divulgação e/ou uso
Com outro(s) tipos de valor, sem divulgação e/ou uso
Com outro(s) tipos de valor, com divulgação
Com outro(s) tipos de valor, com divulgação e uso
Com protecção total, impedindo o uso
Com protecção, limitando o uso
Sem protecção e sem limitações ao uso
Com protecção mas com poucas ou nenhumas limitações ao uso
Oferta hoteleira variada e serviços de apoio a mais de 25 km
Oferta hoteleira variada e serviços de apoio entre 10 e 25 km
Oferta hoteleira variada e serviços de apoio entre 5 e 10 km
Oferta hoteleira variada ou serviços de apoio a menos de 5 km
Oferta hoteleira variada e serviços de apoio a menos de 5 km
Valor de Protecção (VPr = Ip + Vu)
Ip
Vu
0
0,25
0,50
0,75
1,00
0
0,50
1,00
1,50
2,00
Muito deteriorado, resultado da exploração de recursos, vandalismo ou mau uso
Muito deteriorado, resultado de processos naturais
Com deterioração, mas preservando elementos geomorfológicos essenciais
Deteriorado ligeiramente, preservando elementos geomorfológicos essenciais
Sem deterioração
Muito vulnerável, o uso como LIGeom pode deteriorar completamente o local
Elementos geomorfológicos e outros podem ser deteriorados
Outros elementos podem ser afectados, mas não os geomorfológicos
Deterioração pode ocorrer apenas nas estruturas de acesso
Nada vulnerável ao uso como LIGeom
| 325 |
FICHA DE AVALIAÇÃO NUMÉRICA
DE LOCAIS DE INTERESSE GEOMORFOLÓGICO
AUTOR: JOÃO FORTE
Nome
DATA: AGOSTO DE 2008
Capela da Serra da Ameixieira
Tipo de local:
Isolado
Referência
Área
LIGeom 16
Panorâmico
5,9
VGm (Valor Geomorfológico) = VCi + VAd
VCi = Valor Científico: 3,75
Ar Abundância/Raridade relativa, dentro da área de estudo
I
Integridade, em função da deterioração
R
Representatividade, como recurso didáctico e processos geomorfológicos
D
Diversidade de elementos geomorfológicos e sua importância
G
Elementos geológicos, no controlo geomorfológico ou com valor patrimonial
K
Existência de conhecimento científico associado
An Abundância/Raridade a nível nacional
VAd = Valor Adicional: 2,15
Cult Valor cultural
Estet Valor estético
Ecol Valor ecológico
7,15
VGt (Valor de Gestão) = VUs + VPr
VUs = Valor de Uso: 4,15
Ac Condições de acessibilidade
V
Condições de visibilidade
Ug Uso actual do interesse geomorfológico
U
Outros interesses, naturais e culturais, e usos actuais
P
Protecção oficial e limitações ao uso
E
Equipamentos e serviços de apoio ao uso
VPr = Valor de Preservação: 3
Ip
Integridade, em função da deterioração (impactes até à actualidade)
Vu Vulnerabilidade à deterioração antrópica (impactes pelo uso como local de interesse geomorfológico)
| 326 |
Valor Científico (VCi = Ar + I + R + D + G + K + An)
Ar
I
R
D
G
K
An
0
0,25
0,50
0,75
1,00
0
0,25
0,50
0,75
1,00
0
0,33
0,67
1,00
0
0,33
0,67
1,00
0
0,17
0,33
0,50
0
0,25
0,50
0
0,17
0,33
0,50
Não é das 5 mais importantes e/ou maiores ocorrências na área
Não é das 3 mais importantes e/ou maiores ocorrências na área
É das 3 mais importantes e/ou maiores ocorrências na área
É a mais importante e/ou maior ocorrência na área
Única ocorrência na área
Muito deteriorado, resultado da exploração de recursos, vandalismo ou mau uso
Muito deteriorado, resultado de processos naturais
Com deterioração, mas preservando elementos geomorfológicos essenciais
Deteriorado ligeiramente, preservando elementos geomorfológicos essenciais
Sem deterioração
Representatividade reduzida de processos e sem interesse didáctico
Com alguma representatividade mas com pouco interesse didáctico
Bom exemplo de evolução geomorfológica mas de difícil explicação a leigos
Bom exemplo de evolução geomorfológica e/ou bom recurso didáctico
Apenas um elemento/tema com interesse geomorfológico
Dois elementos/temas com interesse geomorfológico
Três elementos/temas com interesse geomorfológico
Mais do que três elementos/temas com interesse geomorfológico
Sem outros elementos geológicos em destaque
Elementos geológicos, sem associação aos elementos geomorfológicos
Elementos geológicos, com associação aos elementos geomorfológicos
Ocorrência de outro(s) local(is) de interesse geológico
Sem produção ou divulgação científica, quanto ao interesse geomorfológico
Objecto de produção científica moderada (comunicações, artigos nacionais, …)
Objecto de produção científica relevante (teses, artigos internacionais, …)
Mais do que cinco ocorrências/situações semelhantes a nível nacional
Entre duas a cinco ocorrências/situações semelhantes a nível nacional
Até duas ocorrências/situações semelhantes a nível nacional
Única ocorrência/situação a nível nacional
Ecol
Estet
Cult
Valor Adicional (VAd = Cult + Estet + Ecol)
0
0,25
0,50
0,75
1,00
1,25
1,50
Sem elementos culturais ou com estes a deteriorar o local
Ocorrência de aspectos culturais mas sem conexão com geoformas
Ocorrência de aspectos culturais importantes mas sem conexão com geoformas
Aspectos culturais imateriais associados à morfologia
Aspectos culturais físicos associados a geoformas
Aspectos culturais físicos de elevado valor associados a geoformas
Elemento geomorfológico em destaque com origem antrópica
Considerar a singularidade visual dos elementos geomorfológicos,
Reduzido
0-0,5
qualidade panorâmica, diversidade de elementos, litologias, e tonalidades,
Moderado
0,5-1
presença de vegetação e água, ausência de deterioração antrópica e altura e
Elevado
1,4
1-1,5
proximidade em relação aos objectos observados.
0
Sem conexão com elementos biológicos
0,38 Ocorrência de fauna e/ou flora com interesse
0,75 Um dos melhores locais para observar fauna e/ou flora com interesse
1,12 Características geomorfológicas condicionam ecossistema(s)
1,50 Características geomorfológicas determinam ecossistema(s)
| 327 |
Valor de Uso (VUs = Ac + V + Ug + U + P + E)
Ac
V
Ug
U
P
E
0
0,21
0,43
0,64
0,86
1,07
1,29
1,50
0
0,30
0,60
0,90
1,20
1,50
0
0,33
0,67
1,00
0
0,33
0,67
1,00
0
0,33
0,67
1,00
0
0,25
0,50
0,75
1,00
Acessibilidade muito difícil, apenas com recurso a equipamento especial
A pé, a mais de 500 metros de caminho transitável por veículo todo-terreno
A pé, a mais de 500 metros de caminho transitável por veículo automóvel
A pé, a menos de 500 metros de caminho transitável por veículo automóvel
Em veículo todo-terreno, até menos de 100 metros do local
Em veículo automóvel, até menos de 50 metros do local
Por estrada regional, em autocarro de 50 lug., até menos de 50 metros do local
Por estrada nacional, em autocarro de 50 lug., até menos de 50 metros do local
Sem condições de observação ou em condições muito difíceis
Apenas visível com auxílio de equipamento especial (luz artificial, cordas, …)
Razoável, mas limitada por vegetação arbórea ou arbustiva
Boa, mas obrigando a deslocação para ser melhorada
Boa para todos os elementos geomorfológicos em destaque
Excelente para todos os elementos geomorfológicos em destaque
Sem divulgação e sem uso
Sem divulgação mas com uso
Divulgado/usado como local de interesse paisagístico
Divulgado/usado como local de interesse geológico ou geomorfológico
Sem outro(s) tipos de valor, sem divulgação e/ou uso
Com outro(s) tipos de valor, sem divulgação e/ou uso
Com outro(s) tipos de valor, com divulgação
Com outro(s) tipos de valor, com divulgação e uso
Com protecção total, impedindo o uso
Com protecção, limitando o uso
Sem protecção e sem limitações ao uso
Com protecção mas com poucas ou nenhumas limitações ao uso
Oferta hoteleira variada e serviços de apoio a mais de 25 km
Oferta hoteleira variada e serviços de apoio entre 10 e 25 km
Oferta hoteleira variada e serviços de apoio entre 5 e 10 km
Oferta hoteleira variada ou serviços de apoio a menos de 5 km
Oferta hoteleira variada e serviços de apoio a menos de 5 km
Valor de Protecção (VPr = Ip + Vu)
Ip
Vu
0
0,25
0,50
0,75
1,00
0
0,50
1,00
1,50
2,00
Muito deteriorado, resultado da exploração de recursos, vandalismo ou mau uso
Muito deteriorado, resultado de processos naturais
Com deterioração, mas preservando elementos geomorfológicos essenciais
Deteriorado ligeiramente, preservando elementos geomorfológicos essenciais
Sem deterioração
Muito vulnerável, o uso como LIGeom pode deteriorar completamente o local
Elementos geomorfológicos e outros podem ser deteriorados
Outros elementos podem ser afectados, mas não os geomorfológicos
Deterioração pode ocorrer apenas nas estruturas de acesso
Nada vulnerável ao uso como LIGeom
| 328 |