UNIVERSIDADE MUNICIPAL DE SÃO CAETANO DO SUL
PRÓ-REITORIA DE PÓS-GRADUAÇÃO E PESQUISA
PROGRAMA DE MESTRADO EM COMUNICAÇÃO
ANDRÉ PETRIS GOLLNER
O SITE DE REDES SOCIAIS FACEBOOK COMO
ESPAÇO DA COMUNICAÇÃO ORGANIZACIONAL
São Caetano do Sul
2011
FICHA CATALOGRÁFICA
GOLLNER, André Petris
O site de redes sociais Facebook como espaço da comunicação
organizacional / André Petris Gollner. São Caetano do Sul: USCS / Programa de
Mestrado em Comunicação, 2011.
156p.
Orientador: Prof. Dr. Elias Estevão Goulart
Dissertação (Mestrado) Comunicação – Área de concentração:
Comunicação, Inovação e Comunidades, 2011.
1. Comunicação Organizacional 2. Tecnologias de Informação e
Comunicação 3. Comunicação Digital 4. Facebook. I. Goulart, Elias Estevão .
II. Universidade Municipal de São Caetano do Sul, Programa de Mestrado em
Comunicação. III. Título.
ANDRÉ PETRIS GOLLNER
O SITE DE REDES SOCIAIS FACEBOOK COMO
ESPAÇO DA COMUNICAÇÃO ORGANIZACIONAL1
Dissertação apresentada ao Programa de Mestrado
em Comunicação, da Universidade Municipal de
São Caetano do Sul, como requisito parcial para a
obtenção do título de Mestre em Comunicação.
Orientador: Prof. Dr. Elias Estevão Goulart
São Caetano do Sul
2011
1
Projeto auxiliado por bolsa de estudo concedida pela Fundação Nacional de Desenvolvimento do Ensino Superior
Particular (FUNADESP).
UNIVERSIDADE MUNICIPAL DE SÃO CAETANO DO SUL
Campus II - R. Santo Antônio, 50 – Centro - São Caetano do Sul (SP)
Reitor:
Prof. Dr. Silvio Augusto Minciotti
Pró-Reitor de Pós-Graduação e Pesquisa:
Prof. Dr. Eduardo de Camargo Oliva
Coordenador do Programa de Mestrado em Comunicação:
Prof. Dr. Gino Giacomini Filho
Dissertação defendida e aprovada em 17/11/2011 pela Banca Examinadora constituída
pelos professores:
Prof. Dr. Elias Estevão Goulart
Universidade Municipal de São Caetano do Sul
Prof. Dr. Arquimedes Pessoni
Universidade Municipal de São Caetano do Sul
Profa. Dra. Elizabeth Nicolau Saad Corrêa
Universidade de São Paulo
DEDICATÓRIA
À minha esposa Beatriz, sempre amiga e companheira, pelo apoio imprescindível aos
projetos e papel fundamental nas minhas conquistas.
Aos meus pais que se empenharam em proporcionar a melhor educação a seus filhos.
À todos os professores presentes em minha vida acadêmica por me ensinarem que o
conhecimento tem um valor inestimável.
AGRADECIMENTOS
Senhor Deus, obrigado pela graça a mim concedida de poder alcançar um marco tão
importante e feliz em minha vida.
Ao Mestre Jesus, por sempre atender às minhas orações.
Aos protetores do Plano Espiritual que estavam comigo em minhas idas e vindas
semanais de 300 quilômetros para as aulas do Programa de Mestrado, geralmente em
cima de uma motocicleta.
À toda minha família que me apoiou e apoia de forma carinhosa e de valor imensurável.
À Fundação Nacional de Desenvolvimento do Ensino Superior Particular (FUNADESP)
pela concessão de bolsa de estudo. Sem esse subsídio, o projeto pessoal de cursar um
Programa de Mestrado seria inviável.
À Professora Mestre Daniela Baroni e ao Professor Mestre Carlos Miglinski, diretores
da Anhanguera Educacional que, pessoalmente se empenharam para que meu projeto
fosse selecionado para a bolsa de estudos.
Aos Professores Doutores Marcélia Lupetti, João José Azevedo Curvello e Claudio
Guimarães Cardoso que, gentilmente, se disponibilizaram a contribuir com esta
pesquisa.
Ao professor-orientador Doutor Elias Estevão Goulart que, com dedicação e paciência,
me guiou ao longo do curso, lapidando ideias, indicando caminhos e centrando minha
empolgação.
À todos os professores do Programa de Mestrado que, com suas aulas e, principalmente,
conselhos colocados nas apresentações do projeto nos Seminários de Pesquisa,
contribuíram com este produto final.
Aos colegas de sala pelos momentos descontraídos e, principalmente, pelas dicas na
execução do trabalho. Parte de vocês está dentre estas linhas. Certamente sentirei
saudades dos encontros semanais, muitas vezes repletos de guloseimas.
Aos funcionários da Secretaria, Biblioteca e demais departamentos da instituição pela
habitual atenção e prestatividade.
“Enriquecer o trabalho profissional, adquirindo conhecimentos novos,
é simples dever.”
Francisco Cândido Xavier – ditado pelo espírito André Luiz
RESUMO
Esta pesquisa tem como objeto de estudo, as manifestações comunicacionais de
organizações em perfis corporativos no site de redes sociais Facebook, cuja utilização
em massa, em nível mundial, promoveu novas formas de comunicação, representando
hoje, além de um fenômeno tecnológico, um fenômeno social, cultural e
comunicacional. Como objetivo pretende-se investigar a utilização do site como
mecanismo da Comunicação Organizacional e como meio de relacionamento entre
empresas e públicos de interesse. De natureza exploratória, utiliza a pesquisa
documental em perfis corporativos presentes no software social e, por meio da análise
de conteúdo identifica e classifica as mensagens de texto postadas pelas organizações. O
recorte teve como base o Top of Mind 2010, realizado pelo Datafolha em fevereiro de
2010. Após examinar os primeiros colocados das vinte categorias propostas pelo estudo,
foram selecionados três perfis corporativos – Nike, Skol e Gol Linhas Aéreas
Inteligentes – que, no momento da coleta de dados, apresentavam os maiores números
de adesão ao botão “curtir”, recurso da plataforma social. Para eleger o corpus de textos
para análise, optou-se pelo conceito de “semana construída”. Duas “semanas” foram
criadas artificialmente para cada um dos perfis avaliados por meio da seleção randômica
de datas dos meses de janeiro a junho de 2011. Uma pesquisa preliminar apontou um
tipo de conteúdo que não se enquadrava nos tradicionais conceitos da Comunicação
Organizacional. Convencionou-se chamar esta abordagem inovadora das organizações
de “conteúdo relacional”. O produto final desta pesquisa procura contribuir com os
estudos sobre comunicação organizacional em ambientes virtuais, ou melhor, a
comunicação organizacional digital em mídias sociais. Os resultados apontaram que
predominam nas manifestações corporativas no Facebook propósitos mercadológicos e
institucionais. Contudo, uma parcela representativa das mensagens demonstrou a
intenção das empresas em estabelecer diálogos/conversações com usuários, no intuito
de serem aceitas nos grupos sociais articulados no ambiente virtual.
Palavras-chave: Comunicação Organizacional; Tecnologias de Informação e
Comunicação; Comunicação Digital; Facebook.
ABSTRACT
The aim of this research is to study the communication manifestations of organizations
in corporate profiles on social network site Facebook, whose widespread use worldwide
promoted new forms of communication, which represents now as well as a
technological phenomenon, a social, cultural and communicational. The objective of
this research is to investigate the use of the site as a mechanism of Organizational
Communication and as a means of relationship between companies and stakeholders.
Exploratory in nature, it uses documentary research in corporate profiles present in the
social software and through content analysis it identifies and classifies the text messages
posted by organizations. The outline was based on the Top of Mind in 2010, conducted
by Datafolha in February 2010. After examining the top finishers of the twenty
categories proposed by the study, we selected three corporate profiles – Nike, Skol and
Gol Linhas Aéreas Inteligentes – which at the time of data collection had the highest
number of accesses to the button "like" feature of the social platform. To elect the
corpus of texts for analysis we chose the concept "constructed weeks". Two "weeks"
were artificially created for each profile through the random selection of dates from the
months of January to June 2011. A preliminary survey indicated a type of content that
did not fit into traditional concepts of Organizational Communication. It was agreed to
call this innovative approach of the organizations of “relational content”. The final
product of this research aims to contribute to studies of organizational communication
in virtual environments, or rather, organizational digital communication in social media.
The results showed that predominate in the corporate manifestations in Facebook
institutional and marketing intent. The results showed that institutional and marketing
intent predominate on Facebook corporate manifestations. However a representative
portion of the messages showed the intention of companies to establish dialogues and
conversations with users in order to be accepted in social groups articulated in the
virtual environment.
Keywords:
Organizational
Communication,
Communication, Digital Communication, Facebook.
Technologies
Information
and
LISTA DE GRÁFICOS
Gráfico 1: Ferramentas mais utilizadas pelas empresas presentes em mídias sociais .. 26
Gráfico 2: Objetivos de negócio para o uso das mídias sociais ................................... 27
Gráfico 3: Totais de Mensagens Postadas - Três Perfis Corporativos ....................... 111
Gráfico 4: Conteúdo das Mensagens .......................................................................... 114
Gráfico 5: Mensagens com Conteúdo Mercadológico ............................................... 115
Gráfico 6: Mensagens com Conteúdo Institucional ................................................... 116
Gráfico 7: Totais de Mensagens Postadas - Por Perfil Corporativo ........................... 117
Gráfico 8: Totais de Comentários Postados por Usuários - Por Perfil Corporativo.....118
Gráfico 9: Manifestações Positivas dos Usuários às Mensagens Corporativas ("Curtir")
- Por Perfil Corporativo .............................................................................................. 119
Gráfico 10: Totais de Respostas aos Usuários - Por Perfil Corporativo .................... 120
Gráfico 11: Média do Número de Mensagens por Dia – Socialbakers.com .............. 130
LISTA DE TABELAS
Tabela 1: Posicionamento Estratégico Digital ............................................................. 68
Tabela 2: Pontuação para Determinação dos Níveis de Presença e Engajamento ....... 71
Tabela 3: Organizações em Destaque no Top of Mind 2010 ....................................... 73
Tabela 4: Sites e Perfis das Organizações em Destaque no Top of Mind 2010 ........... 74
Tabela 5: Organizações Pesquisadas ............................................................................ 75
Tabela 6: Amostragem / Datas Selecionadas ............................................................... 80
Tabela 7: Critério de Categorização ............................................................................. 81
Tabela 8: Novo Critério de Categorização ................................................................... 84
Tabela 9: Procedimento para o Perfil Corporativo da Nike ......................................... 86
Tabela 10: Semana Construída para a Nike ................................................................. 87
Tabela 11: Semana Construída para a Gol ................................................................... 88
Tabela 12: Semana Construída para a Skol .................................................................. 88
Tabela 13: Resultados da Pesquisa para a Nike ........................................................... 89
Tabela 14: Resultados da Pesquisa para a Gol ............................................................. 90
Tabela 15: Resultados da Pesquisa para a Skol ............................................................ 91
Tabela 16: Resultados do Primeiro Semestre de 2011 – Nike ..................................... 93
Tabela 17: Links das Mensagens no Perfil da Nike ..................................................... 94
Tabela 18: Mensagens com Mais Comentários no Perfil da Nike ............................... 95
Tabela 19: Mensagens com Mais “Curtir” no Perfil da Nike ...................................... 96
Tabela 20: Mensagens onde Ocorreram Mais Respostas no Perfil da Nike ................ 97
Tabela 21: Resultados do Primeiro Semestre de 2011 – Gol ....................................... 99
Tabela 22: Links das Mensagens no Perfil da Gol ..................................................... 100
Tabela 23: Mensagens com Mais Comentários no Perfil da Gol ............................... 101
Tabela 24: Mensagens com Mais “Curtir” no Perfil da Gol ...................................... 102
Tabela 25: Mensagens onde Ocorreram Mais Respostas no Perfil da Gol ................ 104
Tabela 26: Resultados do Primeiro Semestre de 2011 – Skol .................................... 107
Tabela 27: Links das Mensagens no Perfil da Skol .................................................... 107
Tabela 28: Mensagens com Mais Comentários no Perfil da Skol .............................. 108
Tabela 29: Mensagens com Mais “Curtir” no Perfil da Skol ..................................... 109
Tabela 30: Mensagens onde Ocorreram Mais Respostas no Perfil da Skol ............... 110
Tabela 31: Comparativo dos Três Perfis – 1º Trimestre de 2011 ............................... 112
Tabela 32: Comparativo dos Três Perfis – 2º Trimestre de 2011 ............................... 112
Tabela 33: Comparativo dos Três Perfis – 1º Semestre de 2011 ............................... 113
Tabela 34: Eficiência em CGU – Comparativo Três Perfis – 1º Semestre de 2011 .. 121
Tabela 35: Engajamento dos Usuários nos Três Perfis – 1º Semestre de 2011 ......... 122
Tabela 36: Pontuação do Engajamento das Organizações Pesquisadas ..................... 123
Tabela 37: Atendimento aos Critérios do Posicionamento Estratégico Digital ......... 124
LISTA DE FIGURAS
Figura 1: Comunicação Organizacional Integrada .......................................................36
Figura 2: Avaliação Estratégica de Presença Digital ................................................... 64
Figura 3: Matriz PE (Presença-Engajamento) ..............................................................70
Figura 4: Régua de Engajamento para as Organizações Pesquisadas ........................ 123
SUMÁRIO
RESUMO ............................................................................................................................. 7
ABSTRACT .......................................................................................................................... 8
1 INTRODUÇÃO .............................................................................................................. 15
1.1 Origem do Estudo ................................................................................................. 15
1.2 Problematização ................................................................................................... 16
1.3 Objetivos ................................................................................................................ 16
1.3.1 Objetivo Geral ............................................................................................ 16
1.3.2 Objetivos Específicos .................................................................................. 16
1.4 Justificativa do Estudo ......................................................................................... 17
1.5 Metodologia ........................................................................................................... 18
1.6 Delimitação do Objeto de Estudo ........................................................................ 20
1.6.1 Internet: Panorama Atual e Possibilidades Futuras .................................. 20
1.6.2 Mídias Sociais ............................................................................................. 23
1.6.3 As Empresas nas Mídias Sociais ................................................................ 25
1.6.4 O Site de Redes Sociais Facebook .............................................................. 28
1.7 Vinculação à Linha de Pesquisa .......................................................................... 29
2 REFERENCIAL CONCEITUAL ................................................................................ 30
2.1 Comunicação Organizacional .............................................................................. 30
2.1.2 Modalidades de Comunicação Organizacional ......................................... 35
2.1.2.1 Subáreas da Comunicação Institucional ...................................... 37
2.1.2.2 Subáreas da Comunicação Mercadológica .................................. 39
2.2 Conceitos Intrínsecos ao Ambiente Tecnológico da Web 2.0 ........................... 41
2.2.1 Tecnologias Digitais de Informação e Comunicação ................................. 41
2.2.2 Redes Sociais Virtuais .................................................................... 44
2.2.3 Mídias Sociais ................................................................................ 45
2.2.4 Sites de Redes Sociais .................................................................... 46
2.2.4 Interatividade ................................................................................. 48
2.2.5 Conversações .................................................................................. 49
2.2.6 Engajamento ................................................................................... 50
2.2.7 Comunidades Digitais .................................................................... 51
2.2.8 Conteúdo Gerado pelo Usuário (CGU) ou Mídia Gerada pelo
Consumidor (MGC) ................................................................................ 52
2.2.9 Comunicação Digital ...................................................................... 53
2.3 Novas Tecnologias e Comunicação Digital no Contexto Organizacional ........ 54
2.3.1 Processos Comunicacionais Corporativos nas Mídias Sociais .................. 60
2.3.2 Estratégia de Presença Digital ................................................................... 63
2.3.3 Posicionamento Estratégico Digital ........................................................... 68
2.3.4 Engajamento das Organizações nas Mídias Sociais .................................. 69
3 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS ................................................................ 73
3.1 Seleção dos Perfis Corporativos a serem Analisados ................................. 73
3.2 Caracterização das Organizações ................................................................. 77
3.2.1 Nike ................................................................................................ 77
3.2.2 Gol Linhas Aéreas Inteligentes ...................................................... 77
3.2.3 Skol ................................................................................................ 78
3.3 Montagem do Corpus de Estudo .................................................................... 79
3.4 Procedimento da Análise de Conteúdo e Critério de Categorização ............ 81
4 APRESENTAÇÃO DOS RESULTADOS ................................................................... 86
4.1 Exemplo de Procedimento ............................................................................. 87
4.2 Dados das Semanas Construídas ................................................................... 88
4.3 Dados Coletados com a Categorização ......................................................... 89
5 ANÁLISE E DISCUSSÃO DOS RESULTADOS ....................................................... 93
5.1 Nike ................................................................................................................ 93
5.2 Gol Linhas Aéreas Inteligentes ...................................................................... 98
5.3 Skol ............................................................................................................... 106
5.4 Comparativos entre os Perfis ...................................................................... 112
5.5 Nível de Engajamento das Organizações nas Mídias Sociais ..................... 123
5.6 Posicionamento Estratégico Digital das Organizações .............................. 125
6 CONSIDERAÇÕES FINAIS ..................................................................................... 128
6.1 Considerações sobre a Comunicação Digital das Organizações ............... 128
6.2 Atendimento do problema e objetivos ......................................................... 132
6.3 Considerações sobre as categorias ............................................................. 133
6.4 Considerações gerais do estudo .................................................................. 134
6.5 Limitações do estudo ................................................................................... 135
6.6 Sugestões para pesquisas futuras ................................................................ 135
7 REFERÊNCIAS ........................................................................................................... 137
ANEXO A – FAN PAGE DA NIKE ................................................................................. 147
ANEXO B – FAN PAGE DA GOL LINHAS ÁREAS INTELIGENTES ....................... 148
ANEXO C – FAN PAGE DA SKOL ................................................................................ 149
APÊNDICE A – TRANSCRIÇÃO DA ENTREVISTA VIA E-MAIL COM CLAUDIO
GUIMARÃES CARDOSO ............................................................................................... 150
APÊNDICE B – TRANSCRIÇÃO DA ENTREVISTA VIA E-MAIL COM JOÃO JOSÉ
AZEVEDO CURVELLO ................................................................................................. 151
APÊNDICE C – TRANSCRIÇÃO DA ENTREVISTA VIA E-MAIL COM MARCÉLIA
LUPETTI .......................................................................................................................... 153
15
1 INTRODUÇÃO
1.1 Origem do Estudo
A dinâmica da tecnologia digital de informação e comunicação (ou TIC) faz
com que boa parte das organizações não consiga compreender plenamente e utilizar de
maneira eficiente os novos meios para se comunicar com seus diferentes públicos de
interesse. Passou-se rapidamente pela popularização do computador pessoal e
surgimento da internet2 no início dos anos de 1990 para a conexão móvel por meio de
notebooks, celulares de última geração (3G) e smartphones.
Mal os gestores assimilaram a relevância de manter um site de sua empresa na
Internet e já surgiram outras maneiras de interagir com as pessoas por meio das mídias
sociais como Orkut, Facebook, Fotolog, YouTube, Flickr, Twitter, entre diversos outros
que surgem de maneira exponencial no ciberespaço.
Nas mídias sociais os indivíduos, denominados membros ou usuários, podem
manter relações pessoais ou profissionais mediada por um site ou software, em
plataformas que variam de proposta e forma de utilização. Marcas e empresas podem
perder seu status devido a deslizes estratégicos expostos em ambientes virtuais da web
2.0. Ignorar manifestações negativas de seus consumidores ou não dar o devido crédito
a respeito do conceito de sua companhia, marca ou produto, pode vir a representar, em
um futuro próximo, uma “mancha” na imagem institucional. A recuperação do prestígio
junto aos diferentes públicos (colaboradores, clientes, governos e sociedade) pode
demandar altos investimentos em comunicação.
Diante deste cenário, as práticas de comunicação organizacional, nos diversos
ambientes da internet, tornaram-se objeto de estudo cada vez mais frequente em
trabalhos acadêmicos assim como daqueles voltados para o mercado. A comunicação
digitalizada, no âmbito das corporações, ganha expressividade e gera interesse,
representando uma área fértil de pesquisa no campo da Comunicação.
A intenção deste trabalho é analisar, no site de redes sociais Facebook, as
manifestações
comunicacionais
de
organizações,
ou
seja,
a
Comunicação
Organizacional compreendendo, mais especificamente, a Comunicação Organizacional
2
Seguindo a visão das autoras Fragoso, Recuero e Amaral (2011, p.23-24), neste trabalho será adotado a
grafia em letras minúsculas para os termos “internet”, “world wide web” e seus sinônimos. As autoras
expõem que seguindo tendências atuais em pesquisas para internet tais termos são substantivos comuns e
não nomes próprios. Entretanto, é respeitado a grafia original dos autores citados.
16
Digital, cujo uso cotidiano reconfigurou processos comunicacionais com intenções
institucionais e mercadológicas.
1.2 Problematização
Diante da potencialidade da mídia social, como propagadora de conteúdo e
como fonte de informação sobre os mais diversos públicos, boa parte das organizações
se empreende em ações de comunicação corporativa dentro das plataformas da web 2.0.
De acordo com Saad Corrêa (2009a, p.173) as ações de comunicação das
organizações no ambiente digital são elaboradas tendo como foco as três grandes
vertentes da Comunicação Integrada: institucional, interna e mercadológica.
A presente pesquisa questiona se as manifestações comunicacionais das
organizações, encontradas no Facebook, podem ser caracterizadas como comunicação
institucional
ou
comunicação
mercadológica,
modalidades
da
comunicação
organizacional que se dedicam a públicos externos. Tem-se como hipótese que as
organizações não se utilizariam desta plataforma pública para repasse de informações ao
público interno (funcionários).
Outro ponto a ressaltar é que, para a eficiência das ações de comunicação nesta
tecnologia social, as organizações devem atuar com um posicionamento estratégico
definido e se engajar, ou seja, participar de conversações e diálogos na mídia social.
Posto isto, as perguntas do problema são assim expressas: 1) Para quais
componentes da comunicação organizacional são utilizados os perfis corporativos no
Facebook? 2) Quais são os níveis de posicionamento e engajamento nas mídias sociais
adotados pelas corporações nas estratégias de presença digital?
1.3 Objetivos
1.3.1. Objetivo Geral
Investigar a utilização do site de redes sociais Facebook como mecanismo da
Comunicação Organizacional com o foco nas oportunidades e formas de relacionamento
que aproximem a empresa de seus públicos de interesse externos.
1.3.2 Objetivos Específicos
•
Discutir o emprego da Comunicação Digital Organizacional no software social
com o subsídio do estudo do posicionamento estratégico;
17
•
Analisar o nível de engajamento destas organizações no site de redes sociais;
•
Aprofundar conhecimentos na área da tecnologia da comunicação, da nova
linguagem da internet, do comportamento do consumidor digital e das
ferramentas e sistemas interativos.
1.4 Justificativa do Estudo
Pesquisadores de diferentes áreas têm estudado os sites de redes sociais para
“entender as práticas, implicações, cultura e a importância dos sites, assim como o
engajamento dos usuários com eles” (BOYD; ELLISON, 2008, p.211).
Estudar o tema comunicação digital, incluindo adjacentes como as redes sociais
virtuais, mídias sociais e conteúdo gerado pelo consumidor, é instigante e desafiador,
pois, como afirma Terra (2010b, p.2) devido à sua novidade poucas são suas referências
acadêmicas, levando os pesquisadores a tomar por empréstimo conceitos da sociologia,
administração e teoria das organizações; e claro, da própria ideia central da
Comunicação Organizacional.
As pesquisadoras Fragoso, Recuero e Amaral (2011, p.11) expressam a atual
euforia em relação às pesquisas sociais tendo o ciberespaço como tema:
O cientista social de hoje se encontra diante de uma oportunidade magnífica.
A internet coloca o mundo social, em todo seu desarranjo e complexidade, na
soleira da sua porta. Os métodos empíricos e as teorias simplistas da metade
do século vinte parecem inadequados para desatar esse nó górdio. E podem
muito bem ser. Porém, isso não implica abandonar a perspectiva empírica,
mas reinventar nossos processos e técnicas.
Cada qual com seu aspecto motivador para uma pesquisa acadêmica são diversos
os tipos e empresas de mídias sociais presentes na web 2.0 que poderiam servir como
tema de estudo. Optou-se pelo Facebook, pois sua utilização em massa em nível
mundial promoveu novas formas de comunicação, troca de informações e produção
cultural, representando hoje, não apenas mais um fenômeno tecnológico, mas também
um fenômeno social, cultural e comunicacional.
Além disso, em recente pesquisa para o mercado brasileiro realizada pela
comScore, Inc. (COMSCORE, 2010) o site de redes sociais apresentou o mais
expressivo crescimento de audiência dentre as mídias sociais: 479% de agosto de 2009 a
agosto de 2010. Diante do impacto do uso desta ferramenta de interação social, diversos
estudos acadêmicos surgiram e ainda surgem, tanto nacionais quanto internacionais.
Para Ellison, Steinfield e Lampe (2007), devido à sua larga utilização e capacidade
18
tecnológica de criar conexões on-line e off-line, o Facebook representa um espaço fértil
para pesquisadores, cujo interesse seja estudar as possibilidades oferecidas pelas redes
sociais virtuais à sociedade.
1.5 Metodologia
De natureza exploratória, este estudo faz uso da pesquisa documental em perfis
corporativos do site de redes sociais Facebook e, por meio da análise de conteúdo,
identificada e classificada suas manifestações comunicacionais em forma de texto.
O referencial teórico abrange três eixos temáticos: comunicação organizacional,
tecnologias de informação e comunicação e redes sociais da internet.
Para selecionar os perfis corporativos estudados utilizou-se o Top of Mind 2010
(TOP OF MIND 2010, 2010), realizado pelo Datafolha em fevereiro de 2010. A
pesquisa de lembrança de marca apresenta empresas que se destacaram junto a usuários
da internet brasileira.
Optou-se por um segundo recorte que considerou: os números de adesão ao
recurso “Curtir” da fan page corporativa; indicação dos perfis por meio de links nas
páginas principais dos sites corporativos; mensagens da seção “mural” no idioma
português. Ao atenderem a estes requisitos as páginas de três perfis corporativos
presentes no Facebook foram analisados: Nike, Gol Linhas Aéreas Inteligentes e Skol.
O acesso ao sistema do site aconteceu em 14 de julho de 2011 para coleta dos
dados dos três perfis simultaneamente. Após a localização das páginas corporativas, as
mensagens diárias que faziam referência ao primeiro semestre de 2011 – postadas de 01
de janeiro a 30 de junho de 2011 – foram coletadas integralmente. O procedimento,
realizado aproximadamente entre 13h00 e 15h00, reuniu seis meses de manifestações
organizacionais digitalizadas no formato PDF (Portable Document Format). As
primeiras páginas de cada um dos perfis corporativos analisados estão nos Anexos A, B
e C.
Para se evitar vieses de interpretação que poderiam ocorrer ao se analisar textos
postados em dias sequenciais do calendário, a escolha das datas que compõem o corpus
de estudo teve como método a “semana construída” (RIFFE; LACY; FICO, 2008,
p.113-116) também conhecida como “semana artificial” (BAUER, 2008, 196-197).
Duas “semanas artificiais” foram elaboradas por meio da seleção aleatória de dias da
semana (segunda a domingo), representando, assim, semanas completas. A primeira
19
amostra de textos abrange datas do primeiro trimestre de 2011 (janeiro-março) e a
segunda, datas do segundo trimestre (abril-junho).
Posteriormente, os dados coletados foram tratados em planilhas do software
Microsoft Office Excel para serem discutidos, tendo em vista os conceitos teóricos
sobre comunicação digital organizacional, posicionamento da comunicação digital
proposto por Saad Corrêa (2009a; 2009b) e engajamento das organizações nas mídias
sociais apresentado por Terra (2010a).
Antes da efetiva pesquisa de campo nos três perfis eleitos realizou-se, em abril
de 2011, uma investigação preliminar com o intuito de testar o critério de categorização
e a metodologia proposta no projeto de pesquisa. O procedimento foi realizado tendo
como dados as mensagens postadas no “mural” do perfil corporativo da Brahma. A
marca de cerveja também é mencionada no trabalho Top of Mind 2010, ocupando a
primeira colocação do Top Lan House da categoria Prêmio Top Especiais (marcas de
destaque em segmentos específicos do universo pesquisado).
Os dados do perfil da Brahma foram coletados no Facebook em 28 de abril de
2011, às 16h30, referentes ao período de três meses (01 de janeiro a 31 de março de
2011). Posteriormente procedeu-se com a categorização de acordo com o critério que
possuía as colunas “conteúdo mercadológico” e “conteúdo institucional”, subdivididas
por áreas desse tipo de comunicação organizacional.
Ao observar o fenômeno da comunicação digital da Brahma percebeu-se que
alguns conteúdos das mensagens não poderiam ser incluídas nas categorias temáticas
propostas inicialmente. Neste momento, foi solicitado o auxílio de acadêmicos que
desenvolvem trabalhos na área de comunicação organizacional. Por meio de entrevistas
não estruturadas – realizadas por e-mail – professores-doutores avaliaram o projeto de
pesquisa e os resultados da investigação preliminar e estes responderam alguns
questionamentos sobre o critério de categorização.
Diante das observações destes pesquisadores um novo quadro para categorização
das comunicações digitais foi estipulado, considerando uma terceira coluna intitulada
“Conteúdo Relacional”.
A metodologia da pesquisa é explicada com maiores detalhes no item 3 –
“Procedimentos Metodológicos”.
20
1.6 Delimitação do Objeto de Estudo
Esta dissertação concentra-se em analisar as práticas atuais de Comunicação
Organizacional aplicadas ao novo espaço comunicacional digital, que é o ambiente do
site Facebook.
Ao estudar as trocas comunicacionais entre organizações e usuários, que
ocorrem no sistema do software social, procura-se compreender esta nova forma de
comunicação corporativa digitalizada, intitulada Comunicação Organizacional Digital.
Para tanto, torna-se necessário relatar o cenário contemporâneo da internet
brasileira e das mídias sociais, assim como destacar o efetivo envolvimento e interesse
das organizações nestes ambientes digitais.
Salienta-se que a dinâmica dos dados que se referem às mídias sociais e o
vertiginoso número de pessoas que continua a ser incluído nas pesquisas de acesso,
obrigou que se firmasse o mês de Julho de 2011 como ponto “final” para as leituras e
análises comparativas, considerando a atualidade do tema.
1.6.1 Internet: Panorama Atual e Possibilidades Futuras
No Brasil, o serviço comercial de acesso à rede mundial de computadores teve
início em 1994, disponibilizado pela Embratel (PROXXIMA, 2010, p. 14). Passados 16
anos, sem sombra de dúvidas, a internet mudou a forma como os brasileiros se
comunicam, interagem socialmente, compram, estudam ou trabalham. Em agosto de
2010, de acordo com o IBOPE Nielsen Online, 51,8 milhões de brasileiros tinham
acesso à internet, em casa ou no trabalho, e os usuários ativos somavam 41,6 milhões
(IBOPE, 2010a). O instituto de pesquisa considera como usuário ativo a pessoa acima
de dois anos de idade e que utilizou um computador com internet pelo menos uma vez
no mês.
Em entrevista para a revista Marketing, Cris Rother, diretora de negócios do
Ibope Nielsen Online, expõe que o aumento do poder aquisitivo das classes sociais B e
C impulsionou a posse do computador pessoal e da conexão de banda larga entre estas
classes (ARAUJO; DOTOLI, 2010, p.58). Sendo considerada a "nova classe média", a
classe social C foi a que mais ascendeu economicamente no governo Lula, favorecida
pelo fomento do emprego formal e pelo crescimento do crédito. (SALLOWICZ, 2010).
O Data Popular prevê que cada vez mais a classe C se firmará como a mais importante
consumidora do Brasil, podendo se aproximar dos 50% de participação nos gastos com
21
eletroeletrônicos em 2011. O computador foi o bem de consumo que teve o maior
crescimento de posse entre os brasileiros. Presente em 2002 em 14% das casas, em 2009
passou para 34%. O aumento foi mais expressivo na classe B: em 2002 de cada 100
domicílios 13 possuíam computador; em 2009, eram 52% (ARAUJO; DOTOLI, 2010,
p.58-59).
Consequentemente, o número de acessos à internet por meio das lan houses,
algo comum para os internautas da classe C, decaiu e o de acessos domiciliares
aumentou. Dados da 21ª Pesquisa Internet POP de 2009 (ARAUJO; DOTOLI, 2010,
p.58-59) apontam que as classes C, D e E – somadas - superam as classes A e B juntas
em número de pessoas com acesso (51,6% contra 48,4%). Baseando-se em dados do
Ibope Nielsen, Rother (ARAUJO; DOTOLI, 2010, p.59) coloca que, em 2007 e 2008, a
internet residencial brasileira crescia 30% por ano. E ainda, para o ano de 2010, o
acesso à web nos domicílios continuou em expansão de 6% ao ano, ficando em
evidência a troca por conexões de maior velocidade. O Brasil é um dos destaques
mundiais em números de usuários com aumento de 103% entre fevereiro de 2007 e
fevereiro de 2010, pelos dados NetView – fevereiro/2010.
Considerado como o principal meio de comunicação de massa, até a televisão
com sinal aberto perde audiência para as mídias que surgiram com desenvolvimento das
telecomunicações (TOMAZZONI, 2010). A Media Democracy, pesquisa da consultoria
Deloitte realizada no Brasil, indica que a internet é o tipo de entretenimento que teve o
crescimento mais expressivo nos últimos dez anos, inclusive para quem assiste TV, ou
seja, 56% dos entrevistados entre 14 e 26 anos preferem assistir vídeos pela TV,
enquanto que 54% utilizam o computador. Caso tivessem uma melhor conexão, 87%
das pessoas consultadas assistiriam mais vídeos pela internet. Outro dado apresentado
aponta que 88% dos pesquisados afirmaram ter interesse em conectar a televisão à web
para baixar vídeos e outros conteúdos, direto para a televisão.
Para os próximos anos, o número de brasileiros na internet poderá crescer ainda
mais com a popularização da banda larga e da mobilidade – acesso por meio de
telefones celulares e smartphones - ou ainda por notebooks e tablets dotados de modems
para acesso à web. Para a consultoria McKinsey & Company os celulares que permitem
o envio e recebimento de voz e dados deverá dobrar de penetração junto à população
brasileira até 2015 (EDELMAN et. al., 2010, p.53).
O equipamento apto a trocas de dados e voz não é exclusividade de pessoas
abastadas, sendo utilizado por todas as classes sociais. Levantamento da Nielsen indica
que 10% dos brasileiros possuem um smartphone, sendo que 59% são da classe A, 26%
22
da B, 11% da C e 4% da E (ARAUJO, 2010, p.24). Contudo, em breve, a realidade será
outra tendo em vista estudo do primeiro semestre de 2010, realizado pela Nielsen, que
questionou como os consumidores do país gastariam seu dinheiro após quitar contas
básicas (ARAUJO, 2010, p.24). Em terceira posição, com 36%, apareceu a compra de
novos produtos de tecnologia e, neste quesito, o smartphone está em segundo lugar
(37%), perdendo apenas da TV em alta definição (50%).
O estímulo à aquisição deste tipo de aparelho entre as classes C e E (adotando a
classificação da Nielsen), veio das campanhas publicitárias das empresas de telefonia
móvel. Em 2010, o foco das ações mercadológicas foi promover planos com fácil
conexão, na maioria com acesso ilimitado à web, e que destacavam o benefício do
equipamento habilitado às redes sociais (ARAUJO, 2010, p.24). No corrente ano
(2011), segundo a empresa especializada em pesquisa de mercado Nielsen, os 19,1
milhões de brasileiros que possuíam smartphones navegavam na internet para verificar
e-mail (43%), verificar informações em sites móveis (36%), baixar toques (33%) e
músicas (32%) para o aparelho, conectar-se às redes sociais (22%), baixar aplicativos
(17%), escrever mensagens no Twitter (16%) e realizar compras por meio do ecommerce (3%) (ARAUJO, 2010, p.27).
Booz & Company (apud WRIGHT; SILVA; SPERS, 2010, p.3) expõem que a
banda larga aumenta de penetração no mercado nacional desde o ano de 2001 e que, em
dezembro de 2008, atingiu 5,2% para cada 100 habitantes. Apesar da expansão deste
serviço de telecomunicação no país, o Brasil está aquém de países vizinhos como
Argentina e Chile.
Wright, Silva; Spers (2010), em pesquisa apresentada no XIII SEMEAD –
Seminários em Administração FEA-USP – em setembro de 2010, fazem uma projeção
da internet banda larga em 2020. De acordo com os pesquisadores, a penetração de
computadores aumentará entre todas as classes sociais brasileiras (WRIGHT; SILVA;
SPERS, 2010, p. 9-10). Em 95% dos lares da classe A havia computadores em 2008 e
para 2020 conta-se com uma penetração de 100%. Na classe social B, acontecerá um
acréscimo na penetração de 70% para 95% dos lares. As melhoras significativas serão
na classe C, com uma ampliação de 25% de penetração em 2008 para 70% em 2020, e
na classe DE, de 3% em 2008 para 30% em 2020.
Os autores (WRIGHT; SILVA; SPERS, 2010, p. 10) justificam suas previsões
diante da diminuição gradativa dos preços, financiamentos acessíveis e aumento da
relevância do microcomputador como utensílio doméstico, do desenvolvimento da
economia e melhor distribuição de renda no país, do aparecimento de um mercado
23
paralelo de comercialização dos equipamentos de informática e a expansão dos serviços
oferecidos via internet.
Os novos computadores nos lares brasileiros terão acesso à web, conforme
análise de Wright, Silva; Spers (2010, p. 11). Projeta-se para 2020, uma penetração da
internet nos domicílios de 95 a 100% na classe A, de 48 a 70% na classe B e de 10 a
50% na classe DE. Em se tratando de conexões com maior velocidade, 99% das
conexões de internet serão do tipo banda larga para a classe A, 90% para a classe B,
60% para a classe C, e 25% para a classe DE (WRIGHT; SILVA; SPERS,2010, p. 11).
1.6.2 Mídias Sociais
O entusiasmo pela internet, principalmente no Brasil, deve-se às possibilidades
interativas das mídias sociais. Cris Rother (apud ARAUJO; DOTOLI, 2010, p.59)
descreve o perfil do usuário brasileiro como “compartilhador”, ou seja, o
comportamento mais comum na web é trocar habitualmente informações. Baseada em
dados do estudo NetView de março/2010, a diretora do IBOPE Nielsen Online expõe
que as classes emergentes começam participando da internet por meio das comunidades
virtuais, compartilhando informações e pontos de vista com sua rede de conhecidos.
Em agosto de 2010, segundo o IBOPE Nielsen Online (IBOPE, 2010b), sites de
redes sociais, blogs, chats, fóruns e outros sites de relacionamento foram acessados por
35,8 milhões de pessoas, correspondendo a 86% do total de internautas ativos do mês. A
navegação se concentra nos sites de redes sociais, sendo que o Orkut foi o líder em
acessos com mais 70% dos internautas visitando-o pelo menos uma vez por mês. O
Facebook detinha 33% e o Twitter alcançou 29% dos acessos.
Dados da McKinsey & Company (apud EDELMAN et al., 2010, p.53 e 56)
ratificam o perfil “compartilhador” atribuído ao internauta brasileiro por Cris Rother.
De acordo com a consultoria, do total de usuários do país, 66% trocam informações e
42% já criaram conteúdos em formatos diferenciados – como recomendações, blogs,
wikis, fotos, vídeos, entre outros – aumentando o fluxo de informações e, como
publicadores e disseminadores de conteúdos, atribuem status de formadores de opinião
às pessoas em geral.
Levantamento de abril de 2010 da Nielsen (NIELSEN, 2010) coloca o Brasil
como o país de maior percentual de visitas às mídias sociais, com 86% dos internautas
ativos. Segundo a pesquisa, o tempo de visitação dos brasileiros em um site social foi de
24
5 horas e 3 minutos naquele mês. O relatório credita ao “fenômeno Orkut”, que surgiu
no país em 2004, a grande aceitação dos sites de relacionamento.
Segundo estudo do IBOPE Nielsen Online (JULIASZ, 2010) o perfil dos
usuários brasileiros nas plataformas sociais é em sua maioria homens (54%), boa parte
está entre 25 e 34 anos (28%) e acessam mais de uma vez ao dia (54%). O acesso é feito
em casa por 98%, no trabalho por 34%, por celulares pós-pago, 10% e pré-pago 6%. Os
principais motivos para se conectarem às mídias sociais são: trocar mensagens com
amigos (47%), informar-se (16%), entreter-se (15%), ver fotos e vídeos que os amigos
postam (10%), motivos profissionais (10%), para substituir o e-mail (2%). Na questão
de relevância para a vida do usuário, 84% acham interessante para a vida pessoal,
enquanto que 16% para a profissional. Para 88% dos entrevistados, as redes sociais não
são substitutas das informações dos portais de notícias.
As redes sociais da internet são consultadas no momento de decidir pelas
compras por 25% dos usuários brasileiros, de acordo com estudo realizado pelo IBOPE
Mídia (IBOPE, 2010c). Esta pesquisa ainda ilustra que mais de 50% dos internautas não
se importam com o uso corporativo dos sites sociais para se comunicar com seus
clientes ou promoverem bens e serviços.
Em um trabalho do IBOPE Inteligência (COUTINHO, 2009) realizado com
heavy users, usuários assíduos da internet, os entrevistados apontaram que as opiniões
de outros consumidores nos sites de lojas, blogs e comunidades on-line são mais
relevantes que ações de propaganda nas mídias tradicionais. Os resultados apresentados
nesta pesquisa apontam que: 37% consideram muito importante as opiniões de
consumidores em sites de lojas; 31% a propaganda em portais; 23% as opiniões em
blogs; 19% as opiniões nas redes sociais virtuais; 19% a propaganda em televisão; 17%
a propaganda em jornal e 10% propaganda em rádio.
Para Coutinho (2009), a internet vem conquistando espaço entre a comunicação
de massa e a comunicação pessoal no processo de sociabilidade e desenvolvimento de
confiança, que antes era exclusivo das formas de comunicação tradicionais.
A surpreendente aceitação das mídias sociais não pode mais ser desconsiderada
pelas organizações. Jacqueline Alé (2010), diretora geral do IBOPE Inteligência do
Chile, em artigo publicado no site do instituto de pesquisas IBOPE afirma que:
•
Os sites de interação social virtual são utilizados por dois terços da
população mundial da internet;
25
•
Enquanto a televisão demorou 13 anos para atingir 50 milhões de
usuários, no site de relacionamentos Facebook cem milhões de pessoas
se registraram entre março e novembro de 2010;
•
O Linkedin, rede utilizada principalmente com objetivos profissionais, é
uma ferramenta de recrutamento e seleção para 80% das organizações
que buscam novos funcionários;
•
Atualmente, o maior sistema de busca de informações do mundo é o site
de compartilhamento de vídeos YouTube, que conta com mais de 100
milhões de vídeos digitais.
1.6.3 As Empresas nas Mídias Sociais
Mais da metade das empresas de médio e grande porte do país está presente e
utiliza os sites sociais, aponta pesquisa do Instituto Brasileiro de Inteligência de
Mercado – Ibramerc (PORTAL HSM, 2010). Das 251 organizações pesquisadas, 65%
afirmaram utilizar as mídias sociais como ferramenta de comunicação com seu mercado
consumidor. O microblog Twitter é o mais utilizado, com 84% das respostas, sendo
62% presentes no YouTube, 61% no Facebook, 45% no Orkut, 40% no LinkedIn (rede
de relacionamento profissional), 40% em blogs; 22% no Flickr (destinada a
compartilhamento de imagens e fotos digitais); 8% no MySpace e 4% no Ning (para
redes sociais individualizadas). O estudo afirma que mesmo tendo uma adesão
considerável, as mídias sociais ainda são vistas como complemento aos canais
tradicionais de Comunicação Organizacional, visto que são ferramentas recentes, ainda
em fase de testes, e ainda não foi possível compreender ou mensurar o real retorno para
o negócio.
Esta mesma visão se apresenta em outra pesquisa realizada pela consultoria
Deloitte e divulgada em maio de 2010 (DELOITTE, 2010). Das iniciativas das
empresas, 83% das ações são voltadas para marketing e divulgação de produtos e
serviços. Sendo assim, as mídias sociais são mais utilizadas pelas empresas consultadas
como mídia do que como plataforma de relacionamento com os usuários. Vendas,
geração de oportunidades, suporte aos consumidores, integração de equipes e cocriação
de produtos, atividades fortemente associadas ao relacionamento entre pessoas, são as
menos priorizadas pelas companhias nacionais. O Gráfico 1 ilustra quais as ferramentas
mais utilizadas pelas companhias pesquisadas.
26
Gráfico 1: Ferramentas mais Utilizadas pelas Empresas Presentes em Mídias Sociais
81%
Sites de Redes Sociais
79%
Microblogs
70%
Blog
43%
Fóruns de Discussão
42%
Compartilhamento de Foto e Vídeo
27%
Wiki
Compartilhamento de Listas de Favoritos
16%
Questão com respostas múltiplas
Fonte: Adaptado de DELOITTE, 2010.
De acordo com os resultados da pesquisa Deloitte (2010), sites de redes sociais
(81%), microblogs (79%) e blogs (70%) são as plataformas de mídias sociais que as
empresas mais fazem uso. Ainda de acordo com a consultoria, os microblogs poderão
ultrapassar os sites de redes sociais em termos de utilização devido ao Twitter.
Outro dado relevante apresentado pelo trabalho diz respeito aos objetivos
estratégicos da presença digital em mídias sociais (DELOITTE, 2010). Para 85% das
respondentes “aumentar a reputação da marca” é a meta mais comum; seguido de gerar
“boca a boca digital” (82%) e obter uma vantagem competitiva (59%). O Gráfico 2
ilustra estes e outros dados.
27
Gráfico 2: Objetivos de Negócio para o Uso das Mídias Sociais
85%
Aumentar a reputação da marca
82%
Gerar mais marketing boca a boca
59%
Criar vantagem competitiva
57%
Aumentar a fidelidade do cliente
55%
Aumentar as vendas
53%
Inovar o modelo de negócios
50%
Trazer ideias de fora da empresa
43%
Melhorar o relacionamento com parceiros de negócios
41%
Potencializar o sucesso de novos produtos
38%
Melhorar a qualidade do suporte ao cliente
36%
Melhorar a produtividade de relações públicas
25%
Reduzir os custos de aquisição de clientes
22%
Preparar a empresa para a gestão de crises
19%
Reduzir os custos de pesquisa de marketing
12%
Reduzir os custos de suporte ao cliente
Outros
6%
Questão com respostas múltiplas
Fonte: Adaptado de DELOITTE (2010).
Com um universo de 302 companhias nacionais, 70% das pesquisadas
afirmaram utilizar e/ou monitorar as mídias sociais.
A universidade americana de Purdue (VIVEROS; BAIN, 2010) entrevistou mais
de mil empresários em 17 países e os resultados de sua pesquisa revelam que as
companhias brasileiras, ao lado das espanholas e indianas, lideram no quesito adoção de
ferramentas web 2.0 com 90% de utilização. O estudo avalia os benefícios e riscos do
uso da web 2.0 e das redes sociais no ambiente corporativo. De modo geral, assinala
que, apesar das companhias enxergarem o potencial das plataformas interativas, os
empresários ainda discutem se devem empregar e como podem permitir a utilização
destes recursos digitais pelos seus funcionários. Para metade dos entrevistados, a
questão segurança seria a principal preocupação, sendo enumerados quatro principais
riscos: software malicioso, vírus, superexposição da informação e software espião.
As empresas enxergam variadas oportunidades no repasse de informações que
ocorre nas redes sociais. O “boca a boca” real tendo como tema experiências pessoais
com marcas, produtos e serviços, também ocorre no ambiente virtual. O principal
objetivo das instituições privadas em marcar presença nestes canais de comunicação é
28
aumentar sua participação de mercado por meio de características comuns nas
comunidades virtuais (SANTOS, 2009, p.43).
Contudo, por enquanto não foram desenvolvidas formas de participação e
abordagens publicitárias eficientes nas mídias sociais (MARTÍNEZ, 2010, p. 123). Os
formatos até então empregados não se servem de suas potencialidades como
segmentação, viralidade e orientação
empresarial com foco no
comprador
(MARTÍNEZ, 2010, p. 123). Há muito a se aprender sobre as potencialidades
comerciais e a publicidade nos sites de relacionamento, assim como os próprios sites
precisam encontrar formatos de anúncios que despertem o interesse do usuário.
1.6.4 O Site de Redes Sociais Facebook
Sites de redes sociais (SRSs) representam “[...] uma categoria do grupo de
softwares sociais, que seriam softwares com aplicação direta para a comunicação
mediada por computador” (RECUERO, 2009a, p.102). Segundo Recuero (2009a, p.103)
o Facebook, ao lado do Orkut, é comumente um dos sistemas mais evidenciados desta
categoria.
A história do Facebook não envolve apenas tecnologia ou entretenimento. O site
ilustra muito bem a dinâmica da Economia Digital, pois com pouco dinheiro se constrói
grandes negócios. E ainda, quando envolve um serviço que une pessoas com interesses
semelhantes, também pode representar a transformação cultural por que passa o século
21 impulsionado principalmente, pelos avanços tecnológicos do setor da comunicação.
Empreendimento de penetração mundial, chegou a proporções que até então
nenhuma outra mídia social havia alcançado. Nos Estados Unidos, Reino Unido e
Dinamarca quase metade da população desses países possuem perfis no website
(TEIXEIRA JR; 2010 p.40). Em julho de 2010, o número de usuários alcançou 500
milhões e seu valor de mercado passou, em novembro do mesmo ano, para US$ 41
bilhões, estimado em negociações privadas de suas ações (TEIXEIRA JR; 2010 p.37).
Nos Estados Unidos, de acordo com a consultoria Experian Hitwise, pela
primeira vez a audiência do Facebook superou a audiência do Google (ARIMA;
MORAES, 2011, p.24), site de busca, considerado a principal ferramenta de início de
navegação na internet. Entre janeiro e novembro de 2010, 7,19% dos americanos
visitaram a página inicial do site de busca e 8,93% acessaram o site social.
Em agosto de 2009, os brasileiros visitantes ao site de relacionamento somavam
1,5 milhões e com média de 4,2 visitas por pessoa, segundo pesquisa da comScore
29
(RIBEIRO, 2010, p.63). Exatamente um ano depois, são 9 milhões de usuários com
uma média de 6,6 visitas. São seis vezes mais participantes do Brasil no site com um
aumento na média de visitas na ordem de 57%.
O site de redes sociais dispõe a seus membros perfis personalizados que incluem
informações pessoais como formação acadêmica, local de trabalho e principais
interesses (ZYWICA; DANOWSKI, 2008, p.2). Com a criação de um perfil o usuário
reúne seus “amigos”, posta mensagens, pode visualizar outros perfis e participa de
grupos virtuais, cujos interesses são semelhantes (ELLISON; STEINFIELD; LAMPE,
2007). Em dezembro de 2010, 250 milhões de pessoas se conectavam diariamente ao
Facebook trocando 1 bilhão de informações, cerca de 42 milhões por hora (TEIXEIRA
JR, 2010 p.35). Para Flores Vivar (2009, p.75) trata-se de uma rede com enfoque
generalista, cujo “principal objetivo é colocar as pessoas em contato e torná-las
visíveis”.
Estas características do Facebook – disponibilidade de informações sobre
consumidores potenciais, possibilidade de reunir pessoas com interesses em certas
marcas e produtos, mídia espontânea gerada pelos usuários e oportunidade de interação
a baixo custo – motivam cada vez mais organizações privadas a criarem seu perfil
corporativo, ou fan page, no software social.
“Redes online, como MySpace, Facebook, Bebo e LinkedIn representam
algumas das manifestações mais dinâmicas e promissoras da mídia social atual” (IAB,
2008, p.6)
1.7 Vinculação à Linha de Pesquisa
Esta temática se apresenta como um dos atuais desafios para a pesquisa na área
da
Comunicação,
adequando-se
à
linha
de
pesquisa
das
“Transformações
Comunicacionais e Comunidades” do Programa de Mestrado em Comunicação da
USCS. Em especial, este estudo alinha-se com as pesquisas do Grupo de Estudos das
Tecnologias da Comunicação e Informação – ETICO, liderado pelo Professor Doutor
Elias Estevão Goulart.
30
2 REFERENCIAL CONCEITUAL
2.1 Comunicação Organizacional
Além de oferecer um bom produto ou serviço a um preço atraente e de fácil
acesso ao mercado consumidor, toda empresa precisa também se comunicar com
diferentes públicos, inevitavelmente assumindo o papel de comunicadora e promotora.
(KOTLER, 2000, p. 570). Para aumentar vendas e lucros ou atingir outras metas, os
profissionais de marketing utilizam a comunicação para informar, persuadir e lembrar
consumidores sobre seus produtos e serviços.
Segundo Viana (2004, p. 20) a comunicação bem feita representa a obtenção ou
perda do lucro, da fidelidade do cliente e da cidadania empresarial. “Uma empresa
consciente do valor da comunicação aproveita o máximo das suas possibilidades para
projetar diferenciais competitivos” (VIANA, 2004, p.20).
Entretanto, nem toda comunicação que parte de uma empresa necessariamente
tem intenção mercadológica e, neste contexto, se insere a comunicação organizacional.
Sobre a também chamada comunicação empresarial Nassar e Figueiredo (2006, apud
TOMASI; MEDEIROS, 2007, p.56) afirmam que:
[...] a comunicação empresarial se utiliza de muitas linguagens que não têm
necessariamente como objetivo imediato o processo de vendas. Mas que não
deixam, por isso, de ser ferramentas fundamentais no marketing da empresa.
Dentre estas linguagens estão a das relações públicas, a de imprensa e a de
atendimento direto ao consumidor. As ações dessas áreas de comunicação
empresarial, se não são diretamente mensuráveis num balanço contábil,
podem significar, no mínimo, a simpatia da sociedade, a fidelidade dos
consumidores, um bom relacionamento com trabalhadores e sindicatos.
Pimenta (2006, p.100) expõe que a comunicação empresarial deve estar alinhada
ao planejamento estratégico da organização e tem como principais objetivos: a
construção de uma imagem institucional; a adaptação dos recursos humanos às
exigências de competitividade do mercado; responder à clientes mais exigentes e
conscientes sobre seus direitos como consumidor; advogar em prol da empresa junto à
governos e políticos, o chamado lobby; e dar providências à questões ambientais e
sindicais. Ainda para autora (PIMENTA, 2006, p.100) a melhora nos serviços prestados
pela empresa e resultados positivos na produtividade e nos lucros são conseqüências de
uma comunicação empresarial eficiente.
31
Curvello escreve que a comunicação organizacional representa um processo em
constante mudança em que as empresas estabelecem relações com o ambiente externo a
que pertencem e com suas divisões internas as interligando. “Dessa forma, vemos a
comunicação organizacional como sendo o fluxo de mensagens dentro de uma rede de
relações interdependentes” (CURVELLO, 2009, p.2).
De acordo com Kunsch (2007, p.43), a globalização e a revolução tecnológica da
informação e da comunicação promoveram mudanças profundas na geopolítica
mundial, acarretando aos ambientes de negócios uma concorrência em nível global e
extremamente acirrada. Por conseqüência, houve alterações no comportamento
institucional das organizações e a comunicação passou a ser vista sob outra ótica. Do
mesmo modo como a propaganda após a revolução industrial, a comunicação
organizacional tornou-se essencial e estratégica nos dias atuais. Para atuar em mercados
competitivos e interagir com públicos de interesse exigentes, ações solitárias de
marketing não são mais eficientes.
De acordo com Bueno (2003, p.8), atualmente a área:
[...] se prepara para ascender à um novo patamar, tornando-se um elemento
importante do processo de inteligência empresarial. Ela se estrutura para
usufruir das potencialidades das novas tecnologias, respaldar-se em banco de
dados inteligentes, explorar a emergência das novas mídias e, sobretudo,
maximizar a interface entre as empresas, ou entidades, e a sociedade.
A consolidação da democracia e o avanço tecnológico promoveram uma
inversão de poder entre o cidadão e as organizações (NASSAR, 2009, p.155). Silva e
Bueno (2009, p.36) afirmam que “uma das mais desafiadoras tarefas que se impõe à
comunicação empresarial atualmente é a necessidade de adequar-se às mudanças na
forma com que os diversos públicos estão interagindo com as organizações”.
Como afirma Pimenta (2006, p.55-56) apesar das mudanças culturais, a
produção que provém das empresas ainda é direcionada ao lucro. A sociedade é mais
democrática, modernista, racionalizada e populista, marcada pela “acumulação flexível”
e, ao contrário do rígido modelo fordista, os processos de trabalho, mercados, produtos
e padrões de consumo são flexíveis. A autora (PIMENTA, 2006, p.57) ainda revela que,
como consequência destas mudanças tem-se o fortalecimento do capital financeiro e o
aumento da complexidade da estrutura e do funcionamento do sistema produtivo e
financeiro. Este novo modelo de produção capitalista exige uma nova forma de gestão
empresarial. Competitividade e outros padrões de comportamento do consumidor
exigem maior competência das organizações.
32
Castells (2003, p.8) inclui a solicitação da economia moderna por flexibilidade
administrativa e a globalização do capital, da produção e do comércio como um dos três
processos independentes que fizeram emergir uma nova estrutura social baseada em
redes no final do século XX. Os outros dois processos são solicitações sociais, cujos
valores de liberdades individuais e da comunicação livre tornaram-se urgentes, e os
formidáveis
avanços
nos
computadores
e
nas
telecomunicações
graças
ao
desenvolvimento da microeletrônica.
Mais especificamente no Brasil, após anos de reserva de mercado e taxas altas
de inflação, na década de 1990 o governo permitiu a entrada de produtos estrangeiros no
mercado, integrando-se à economia mundial, desenvolvendo sua tecnologia e
capacidade produtiva (NASSAR, 2009, p. 157). As organizações brasileiras passaram a
enfrentar uma situação de mercado instável e mutável. Com bens e serviços
“comoditizados” e concorrência acirrada, inevitavelmente as empresas precisavam se
diferenciar junto ao consumidor e sociedade (NASSAR, 2009, p. 157). Tornou-se
imprescindível a comunicação organizacional “em todas as dimensões do desempenho
da organização: externamente (com clientes, fornecedores, governos e outros
stakeholders externos), bem como internamente (com a força de trabalho)”
(MARQUES, 2010, p.50).
Contudo, mesmo diante da crescente necessidade de uma comunicação eficaz,
certas organizações não planejam suas ações comunicacionais ou as relegam à areas não
especializadas. Curvello (2009, p.2-3) enuncia que as atividades que envolvem a
comunicação organizacional “(...) ainda são deficientes, pois esta comunicação ainda é
vista em muitas organizações como sendo uma função técnico-operacional ou, no
máximo, uma ação estratégica ou de planejamento”. Maini e Morrel-Samuels (2006
apud MARQUES, 2010, p.50) alertam que boa parte das companhias possuem sérios
problemas com sua comunicação e as dificuldade são maiores em grandes organizações
heterogêneas. Uma visão simplista e inadequada de como funciona a comunicação
segundo Maini e Morrel-Samuels (2006 apud MARQUES, 2010, p.50) é “o mais sutil,
penetrante e debilitante problema de comunicação”. Bueno (2009c, p.123) também
enxerga uma prática da comunicação empresarial baseada na simplificação, sem levar
em conta a pluralidade e complexidade da atividade e que desvaloriza a existência de
múltiplos públicos e a necessidade de estabelecer canais de contato específicos com essa
diversidade de audiências.
As organizações insistem em planejar o relacionamento com seus stakeholders
rotulando-os em um perfil único, assim priorizando um único veículo ou canal,
33
investindo em uma linguagem ou discurso único com um formato que, supostamente,
atenda às variadas demandas e expectativas (BUENO, 2009c, 123-124).
Para Curvello (2009, p.3) uma outra forma comum de emprego da comunicação
organizacional é tendo como simples obrigação informar metas e objetivos aos
colaboradores, para que tomem conhecimento, compreendam, incorporem, traduzam e
dêem significado conveniente ao conteúdo das mensagens recebidas, moldando suas
ações aos anseios organizacionais. Tomasi e Medeiros (2007, p.66) também
compreendem que a comunicação empresarial não se restringe ao uso interno, e
afirmam:
Se, por um lado, a comunicação não faz milagres, por outro é de considerar
que é uma atividade de grande importância dentro das empresas e não se
reduz a comunicados internos, jornalzinho, mural, avisos e palestras.
Investigar e pressupor consequências das tendências, auxiliar na rota a seguir e
determinar planos de ação que atendam aos interesses da organização, assim como de
seus stakeholders, são as principais metas da comunicação organizacional (TERRA,
2010b, p.5). Além disto, são tarefas importantes da comunicação empresarial definir e
criar ações que promovam a empresa, baseadas em sua imagem corporativa e no
relacionamento com públicos de interesse e ilustrar a missão organizacional em tudo
que trate da organização por meio de discursos, ações e inclusive omissões (TERRA,
2010b, p.5).
Para Galán (2008) “a imagem corporativa se converteu em um dos intagíveis
mais valorizados das empresas, das marcas e dos produtos”. De acordo com o ponto de
vista do autor, mesmo que o interesse da comunicação não seja uma resposta comercial,
as organizações procuram a admiração dos públicos de interesse por meio de uma
conveniente imagem corporativa – seja de uma empresa, um produto, uma marca ou
pessoa – e representa um elemento inicial para o processo de comunicação corporativa.
O conteúdo da mensagem, as estratégias, os objetivos, entre outros, estão
vinculados a ela, causa final do processo comunicacional (GALÁN, 2008). Trata-se de
algo que se forma na mente dos receptores da comunicação organizacional por meio da
interpretação, emocional e racional, de todas as mensagens que recebem. Pimenta
(2006, p. 101) afirma que a imagem institucional de uma organização é concebida pela:
imagem do produto (qualidade, preço e durabilidade) e imagem do relacionamento com
o cliente (atendimento, assistência técnica).
A qualidade dos produtos e serviços e a excelência no atendimento são
elementos que formatam a imagem de uma empresa que deve ser única para seus
34
diversos públicos, tanto externo quanto interno, na percepção de Bueno (2009b, p.13).
Não refletir sua realidade como, por exemplo, posicionar-se como uma empresa com
responsabilidade social e, na verdade, remunerar mal seus empregados e, no processo de
recrutamento discriminar minorias, certamente deixará uma marca negativa na opinião
pública. “Na sociedade da informação não se pode escamotear a verdade, sob pena de
comprometer, definitivamente, a imagem” (BUENO, 2009b, p.15).
Já para Torquato (2008, p. 99) os consumidores formam conceitos a respeito das
marcas, produtos e das empresas os quais são expostos por meio das ações
mercadológicas (publicidade, promoção de vendas, eventos, entre outros). O que ocorre
na mente das pessoas é uma filtragem destes estímulos, através da atenção seletiva, e
elas aceitam, rejeitam, estabelecem conceitos e comparam produtos e marcas, e assim
formam imagens. Em suas compras, o consumidor faz uma avaliação das necessidades
funcionais, crenças e valores e a intensidade da satisfação emocional gerada por bens ou
serviços.
Para poder atuar em uma comunidade a organização precisa lidar com diferentes
e variados grupos com demandas e interesses a serem atendidos: empregados,
consumidores,
jornalistas,
acionistas,
fornecedores,
comunidade,
associações,
autoridades, instituições acadêmicas, entre outros (SILVA; BUENO, 2009, p.36). São
públicos distintos, com interesses distintos que necessitam de abordagens específicas,
sendo que a complexidade da comunicação delimita as formas de aproximação e de
abordagem, estabelece temas e pautas para os canais de contato e condiciona o discurso
(BUENO, 2009c, p.124-125).
Para cada público de interesse a comunicação empresarial precisa definir o canal
que a ele tem melhor acesso e retém sua atenção. A multiplicidade de canais sugestiona
a segmentação da audiência do universo organizacional e, mesmo com os grupos se
entrelaçando em diversos momentos, um processo comunicacional que leve em
consideração as características diferenciadoras (SILVA; BUENO, 2009, p.36). Ao
ajustar meios e mensagens às metas individuais implícitas no relacionamento com cada
tipo de audiência, a segmentação de públicos tem por finalidade dar qualidade e eficácia
superior à comunicação (SILVA; BUENO, 2009, p.36).
Curvello (2009, p. 3) crê que para um entedimento recíproco entre organizações
e públicos de interesse e, consequentemente obter uma comunicação empresarial eficaz,
a atividade de comunicação deve acontecer em mão dupla, gerando equilíbrio entre o
interesse de ambos. Estratégias e políticas desse processo comunicacional devem ser
definidas e transparentes, de modo que possibilitem o diálogo franco entre diretoria e
35
empregados e estes com o público externo, facilitando canais livres e eficientes
(CURVELLO, 2009, p. 3). Bueno (2003, p.13) coloca que “a transparência é a arma das
organizações modernas, pois estabelece uma relação de confiança com os seus
públicos”.
Na realidade empresarial, não basta conhecer profundamente o negócio e o
mercado; os executivos precisam ter uma visão de todos os elementos que podem
influenciar a empresa e que permitem a integração dos diferentes públicos, tendo como
ferramenta atingir os objetivos estratégicos a a comunicação (TOMASI; MEDEIROS,
2007, p.65).
2.1.2 Modalidades de Comunicação Organizacional
Na visão de Kunsch (2003, p. 149-150) a comunicação organizacional tem como
modalidades
a
comunicação
institucional,
a
comunicação
mercadológica,
a
comunicação interna e a comunicação administrativa.
A comunicação administrativa ocorre nos limites internos da organização, no
espaço das funções administrativas, viabilizando todo o sistema organizacional por
meio da integração de fluxos e redes (KUNSCH, 2003, p. 152). Para que a organização
atinja seus objetivos (principalmente, produtividade, redução de custos e lucratividade)
sua
administração
precisa
executar
processos
administrativos
(planejamento,
organização, direção e controle) em conjunto com uma série de métodos e técnicas, em
um processo comunicacional ininterrupto.
Não substituindo a comunicação administrativa, a comunicação interna é um
setor que segue planos e objetivos específicos para tornar possíveis as interações entre
funcionários e organização, por meio de ferramentas de comunicação institucional e até
mercadológica (KUNSCH, 2003, p. 154). A comunicação interna acontece em paralelo
com o fluxo comunicacional interdepartamental, possibilitando o funcionamento da
instituição e, nela, as informações são de interesse único e exclusivo do público interno,
sem intuitos mercadológicos explícitos e sim institucionais, também direcionadas
exclusivamente aos funcionários.
Todo tipo de produção comunicativa que atenda aos interesses mercadológicos,
visando a promoção de produtos e serviços, é tarefa da comunicação mercadológica
(KUNSCH, 2003, p. 162). Associada à área de marketing, as ferramentas do mix de
comunicação de marketing (publicidade, promoção de vendas, entre outras) precisam
36
receber informações de mercado, coletadas por meio de pesquisas específicas que, via
de regra, são realizadas por este departamento ou setor da instituição (KUNSCH, 2003,
p. 162). Portanto, as manifestações de comunicação que sejam persuasivas, com intuito
do convencimento do público-alvo, se enquadrariam na modalidade comunicação
mercadológica.
Imagem e identidade organizacionais fortes e positivas são construídas e
formatadas pela comunicação institucional (KUNSCH, 2003, p. 164). Sendo de
responsabilidade das relações públicas está intimamente associada às questões
corporativas institucionais que apresentam a face pública das corporações, idealizando
para estas personalidades que passem credibilidade. Sua função básica é influenciar
política e socialmente a sociedade em que está inserida a organização (KUNSCH, 2003,
p. 164).
Ainda em Kunsch (2003, 2009) encontra-se o conceito de comunicação
integrada, que seria a convergência das quatro modalidades comunicacionais descritas
anteriormente atuando sinergicamente, representando assim um conjunto de princípios
para a orientação da Comunicação Organizacional (KUNSCH, 2003, p.150). A filosofia
de uma comunicação não fragmentada é apresentada pela representação gráfica da
Figura 1:
Figura 1: Comunicação Organizacional Integrada
Fonte: Adaptado de KUNSCH, 2009, p.114.
37
Na concepção de Kunsch (2009, p.112) o campo da Comunicação
Organizacional investiga “[...] as manifestações e expressões discursivas que se
configuram nas diferentes modalidades comunicacionais para se relacionar com os
agentes ou grupos internos e externos da organização, isto é, os públicos, a opinião
pública e a sociedade [...]”.
Para a autora (KUNSCH, 2009, p. 115) as intenções e o tipo de segmento de
público a que a comunicação se destina define em qual modalidade de comunicação
integrada esta se encaixa. Sendo assim, a comunicação institucional tem como meta
estabelecer relações de confiança e edificar uma reputação favorável com todos os
públicos de interesse e sua característica principal é institucional. O discurso de
marketing se mostra presente na comunicação mercadológica, tendo em vista sua meta
de convencer o consumidor a comprar um produto ou serviço. Na prática cotidiana
existe uma interconexão e fusão entre essas distintas ações de comunicação.
As duas modalidades de comunicação organizacional de interesse específico
deste trabalho (institucional e mercadológica) ainda são delimitadas em subáreas, ou
especialidades.
2.1.2.1 Subáreas da Comunicação Institucional
O marketing social relaciona-se às questões sociais, sendo que a filosofia de
marketing é utilizada para desenvolver o produto social (KUNSCH, 2003, p. 175).
Tendo como centro de interesse a sociedade ao invés do mercado, objetiva mudanças de
práticas sociais, por meio da adoção das organizações de ideias ou causas, como, por
exemplo, a proteção ao meio ambiente ou a melhora da saúde e educação de uma
população. Na visão de Kunsch (2003, p.177-178) se volta para o interesse público,
sendo concretizado por meio de campanhas, cujo teor procura atenuar problemas
sociais, e a conscientização a respeito de uma causa social.
A promoção, defesa e valorização da cultura e bens simbólicos da sociedade são
tarefas do intitulado marketing cultural (KUNSCH, 2003, p. 178). Envolve a criação ou
patrocínio de obras literárias, artes, ciências, entre outras produções culturais. Para
Torquato do Rego (1986, apud KUNSCH, 2003, p. 178) “realça o papel de uma
organização enquanto agente sociocultural” ao assumir papeis políticos, sociais e
econômico-comerciais, com a edição de obras, livros, produtos musicais, multimídias e
eventos culturais.
38
A subárea jornalismo empresarial dispõe de forma ordenada a publicação de
informações sobre a organização, tendo como base teorias e modelos do jornalismo
(KUNSCH, 2003, p. 168). Representa uma atividade especializada do jornalismo a
serviço da comunicação organizacional. Envolve a produção de jornais, revistas,
boletins, TV e rádio, tendo como particularidades a atualidade, periodicidade,
universalidade e divulgação para múltiplos públicos, expondo informações acerca de
áreas ou programas que sejam de interesse das organizações e destas audiências
(LUPETTI, 2009, p.18).
Ferramenta primordial na intermediação entre veículos de comunicação e
organizações, a assessoria de imprensa envolve estratégias, técnicas e instrumentos
planejados com foco na eficácia (KUNSCH, 2003, p. 169). Os veículos de comunicação
de massa – principalmente TV, rádio e jornal – são essenciais para que as organizações
alcancem um grande número de pessoas. Seu papel é reunir as ocorrências do ambiente
corporativo, transformá-las em textos jornalísticos – ou releases – e, posteriormente,
distribuí-los aos meios de comunicação eletrônicos e impressos de forma coordenada,
lógica e coerente, seguindo os diferentes perfis editoriais (LUPETTI, 2009, p.18)
O conceito de identidade corporativa tem relação com valores básicos e
características que são imputados pelos públicos internos e externos às instituições,
surgindo “[...] de três níveis de comunicação: o que a organização diz, o que ela
realmente faz e o que seus públicos dizem e acham dela” (KUNSCH, 2003, p. 172).
Reflete uma personalidade corporativa, uma manifestação perceptível ou a reunião de
atributos, comunicações e expressões. Traduz-se em sua estrutura, histórico, endereço,
organograma, capital e patrimônio, assim como atividades, sistemas, técnicas e métodos
utilizados, produtos e serviços, preços e formas de distribuição (COSTA, 2001 apud
KUNSCH, 2003, p. 172). O comportamento da organização revela um conjunto de
propostas expresso pela sua missão, visão e valores e formata seu posicionamento
institucional (LUPETTI, 2009, p.17).
Segundo Kunsch (2003, p. 170) “imagem é o que passa na mente dos públicos,
no seu imaginário, enquanto identidade é o que a organização é, faz e diz”. A autora
complementa que imagem refere-se com o imaginário das pessoas e suas percepções,
sendo algo intangível, abstrato e subjetivo (KUNSCH, 2003, p. 170). Para Villafañe
(1999 apud KUNSCH, 2003, p. 171) a imagem corporativa se forma na mente das
pessoas por meio dos inputs, atos e comunicações, enviados pela organização. Andrade
(1997 apud KUNSCH, 2003, p. 170) afirma que identidade representa o modo como a
organização quer ser percebida e imagem seria como os públicos de interesse a
39
percebem. Para Lupetti (2009, p.18) a imagem corporativa “é a percepção que as
pessoas têm da empresa em relação ao seu comportamento; portanto, é o retrato do
posicionamento estabelecido pela identidade”.
O tratamento técnico-profissional dado aos produtos da comunicação, tanto
impressos, eletrônicos ou digitais, insere-se na editoração multimídia (KUNSCH, 2003,
p. 169). A produção multimídia se aplica aos livros, revistas, encartes, CD-ROMs,
manuais, sites, entre outros materiais de comunicação. Como parte integrante da
comunicação institucional, presta suporte aos programas realizados pela organização
(LUPETTI, 2009, p.19).
A publicidade institucional, ou propaganda institucional, tem por finalidade
tornar públicas as realizações das organizações, repassar suas personalidades e
estabelecer conceitos positivos sobre suas atividades e constituições (KUNSCH, 2003,
p. 174). “É considerada uma publicidade de prestígio, cujo objetivo principal é a fixação
de um conceito institucional” e deve “[...] se caracterizar como algo criativo e cujo
conteúdo deve ser o mais informativo possível” (KUNSCH, 2003, p. 175).
Esta subárea da comunicação institucional dá auxílio à construção da imagem e
identidade corporativas, permite às pessoas perceberem o posicionamento da
organização e ainda visa angariar a confiança, credibilidade e simpatia dos stakeholders
(LUPETTI, 2009, p.18).
Lupetti (2009, p. 19) compara o marketing esportivo ao marketing social e
cultural, por envolver programas que contribuem com o desenvolvimento do lazer ou
esportes em benefício da comunidade. Na visão de Jones (2002, p.454), o marketing
esportivo não se restringe ao patrocínio de eventos desportivos, envolvendo também a
publicidade que emprega temas esportivos (em TV, rádio, mídia impressa e placas de
estádio), ações em eventos, promoções de venda, relações públicas e testemunhais de
atletas. Para o citado autor (JONES, 2002, p. 454), as organizações, por meio da
associação ao esporte, se empenham em conquistar exposições atraentes para suas
marcas e para elas mesmas.
2.1.2.2 Subáreas da Comunicação Mercadológica
No Brasil, “publicidade” e “propaganda” são termos utilizados como sinônimos,
mesmo que estes conceitos, provenientes da língua inglesa, apresentem significados
originais diferentes, assim como atividades relacionadas distintas. Publicity tem como
40
tradução Publicidade, estando associada à divulgação de informações sobre empresas,
produtos, eventos e pessoas sem remuneração aos veículos de comunicação. Assim, a
publicidade estaria vinculada ao resultado do trabalho da assessoria de imprensa. Já
advertising seria Propaganda em português, que tem como utilidade repassar
informações sobre atributos, características e benefícios de algo. A propaganda torna
conhecida uma marca, sugere ao consumidor a compra, auxilia na comercialização e
mantém em destaque imagens de produtos (LUPETTI, 2009, p.23).
Representando uma ação de curta duração, a promoção de vendas tem como
meta potencializar as vendas por tempo limitado. A ferramenta de comunicação
mercadológica oferece algo ao comprador, como descontos, brindes, dois produtos ao
preço de um, entre outros benefícios. Por meio desta estratégia, a empresa reduz
estoques ou inibe a concorrência. O termo Promoção, utilizado isoladamente, abrange a
distribuição de cupons, sorteios, concursos e solicita a participação do consumidor
(LUPETTI, 2009, p.24).
Eventos são feiras e exposições, e também congressos, workshops, seminários,
lançamentos de produtos, convenções, entre outros (LUPETTI, 2009, p.25). As
empresas podem organizar sozinhas ou em parceria com fornecedores, intermediários
(varejistas ou atacadistas), entre outros agentes que participam da cadeia de distribuição
de seus produtos e serviços. Geralmente, são realizados em paralelo com outras ações
de comunicação (LUPETTI, 2009, p.96).
O marketing direto é definido como sistema interativo de marketing que, por
meio de um ou mais instrumentos de propaganda pretende, como retorno, uma resposta
passível de ser mensurada ou uma operação comercial sem limitação de espaço,
segundo a Direct Marketing Association - DMA (apud LUPETTI, 2009, p.25). Para
contato com o consumidor são utilizados mala direta, catálogo de vendas, telemarketing
e envio de brindes.
Aplicado no ponto-de-venda, o merchandising objetiva proporcionar um cenário
favorável à compra do produto. São ações que incitam à experimentação por parte dos
consumidores, expõem novidades, motivam o canal de venda e aumentam o movimento
nas lojas (LUPETTI, 2009, p.25). Envolve exibitécnica (exposição do produto no local
de comercialização, por meio da montagem de vitrinas e showroom, disposição de
produtos nas prateleiras, displays e expositores etc.); layout do ambiente (cor, som e
iluminação); demonstração do produto por meio de promotores; degustação (em que os
consumidores provam produtos no local de venda); entre outras ações apoiadas com
41
materiais de pontos-de-venda, como banners, displays, cartazes e faixas (LUPETTI,
2009, p.94-95).
A venda pessoal representa uma estratégia de venda a qual interage diretamente
com o cliente, tanto pessoalmente como por outros meios, como e-mail ou telefone.
Envolve a figura do profissional de vendas que lança mão de técnicas de comunicação
para fornecer mais detalhes, sanar dúvidas a respeito do produto oferecido e efetivar a
venda (LUPETTI, 2009, p.24).
2.2 Conceitos Intrínsecos ao Ambiente Tecnológico da Web 2.0
2.2.1 Tecnologias Digitais de Informação e Comunicação
Santaella (2008, p.96) expõe que as tecnologias em comunicação se encontram
em sua quinta geração. A primeira seria composta pelos meios de comunicação de
massa eletromecânicos (jornal, fotografia, cinema e telégrafo). Como segunda geração
viriam os eletroeletrônicos (TV e rádio). Aparelhos, dispositivos e processos de
comunicação narrowcasting (ou transmissão direcionada), como TV a cabo, xerox, fax;
vídeocassete e walkman, corresponderiam à terceira geração.
Cibercultura, computadores pessoais ligados às redes teleinformáticas, como
quarta geração. A quinta geração é a comunicação móvel (telefonia celular e
computação móvel, por exemplo) que foi associada prontamente às tecnologias da
quarta geração. Elementos das gerações das tecnologias comunicacionais coexistem e se
complementam no século XXI.
“A comunicação de massa está sendo transformada pela disseminação da
internet e da web 2.0, bem como pela comunicação sem fio” (CASTELLS, 2008). O
termo web 2.0, que virou sinônimo de sites colaborativos (SPYER, 2009, p.28), foi
criado por Tim O'Reilly (2005) para definir uma plataforma de segunda geração da
internet, cujos aplicativos usufruem da interconexão em rede para se aperfeiçoarem ao
serem utilizados pelas pessoas, valendo-se da inteligência coletiva.
Kaplan e Haenlein (2010, p.61) explicam que:
Embora a web 2.0 não se refira a qualquer atualização técnica específica da
world wide web, há um conjunto de funcionalidades básicas que são
necessárias para seu funcionamento. Entre elas estão o Adobe Flash (um
método popular para adicionar animação, interatividade e streams de áudio /
vídeo para páginas web), RSS (Really Simple Syndication, uma família de
formatos de feeds da web usado para publicar conteúdo atualizado com
freqüência, como entradas de blog ou manchetes de notícias, em um formato
42
padronizado), e AJAX (Asynchronous Java Script, uma técnica para
recuperar dados de servidores web de forma assíncrona, permitindo a
atualização de conteúdo da web, sem interferir com a exibição e o
comportamento de toda a página). 3
Para Primo (2007, p.2) “a web 2.0 tem repercussões sociais importantes, que
potencializam processos de trabalho coletivo, de troca afetiva, de produção e circulação
de informações, de construção social de conhecimento apoiada pela informática”.
As tecnologias digitais de informação e comunicação (TICs) agregaram ao
processo comunicacional das pessoas comuns e organizações, tanto privadas quanto
públicas, conceitos como interatividade (interação dos internautas com a fonte de
informação), multimedialidade (reunir na mesma mensagem texto, imagem ou som) e
hipermedialidade (interconexão de diversos textos digitais) (SAAD CORRÊA, 2009a,
p.170).
Recuero (2009a, p.16) expõe que a comunicação mediada pelo computador “[...]
mais do que permitir aos indivíduos comunicar-se, também amplificou a capacidade de
conexão, permitindo que redes fossem criadas e expressas nesses espaços: as redes
sociais mediadas pelo computador”.
Para Lemos (2003, p.15) o computador, ícone da cibercultura, insere a sociedade
na era da “conexão generalizada, do tudo em rede” onde existe “rede em todos os
lugares e em todos os equipamentos que, a cada dia, tornam-se máquinas de
comunicar”.
Na sociedade contemporânea mediada pelos computadores em rede a geração, o
controle e a disseminação de informação não estão mais restritos a poucos estratos
sociais. Cardoso (2008, p. 589) argumenta que, na sociedade em rede, o
desenvolvimento e a organização do sistema midiático de uma sociedade não depende
apenas das empresas de comunicação ou do Estado mas, em grande parte, da maneira
como as pessoas se apropriam socialmente da mídia.
Neste mesmo sentido, Lévy (1999, p 203) diz que o ciberespaço representa uma
alternativa aos tradicionais veículos de massa:
[...] permite que os indivíduos e os grupos encontrem as informações que lhes
interessam e também difundam sua versão dos fatos (inclusive com imagens)
sem passar pela intermediação dos jornalistas. O ciberespaço encoraja uma
troca recíproca e comunitária, enquanto as mídias clássicas praticam uma
comunicação unidirecional na qual os receptores estão isolados uns dos
outros.
3
Tradução livre do autor.
43
Cardoso (2008, p. 589) complementa que, de uma realidade de comunicação de
massa controlada por grandes conglomerados de mídia, caminhou-se para uma situação
em que essas organizações coexistem com a forma de comunicação em rede das pessoas
que utilizam tecnologias variadas combinando mecanismos interpessoais de mediação
com mecanismos de mediação de massa.
Para Jenkins (2009, p.347) o que na verdade ocorre na ecologia midiática é a
“cultura da convergência”, em que não há troca de instituições, mas sim, um contato
progressivo e colaborativo entre mídias consagradas e emergentes, ampliação dos
produtores e da circulação de mídia, e aumento da difusão de conteúdo por meio das
variadas plataformas e redes. Cebrián Herreros (2008, p.346) compreende que “frente a
uma web orientada por uma instituição, empresa ou pessoa, surge a web em que os
participantes se situam no mesmo nível”. Castells (2008) compartilha da linha de
pensamento destes autores e afirma: “o que estamos presenciando é a coexistência e
interconexão dos principais meios de comunicação, dos novos meios de comunicação
que pertencem a corporações e os sites autônomos da Internet”.
Profundas mudanças ocorrem devido à introdução das novas tecnologias na vida
cotidiana das pessoas e está alterando “[...] o modo como trabalhamos, fazemos
compras e somos governados” (CAIRNCROSS, 2000 apud BUENO, 2009a, p 76). A
atual forma evolutiva das tecnologias em comunicação promove a extensão da
abrangência das mídias “[...] a todos os domínios da vida social em uma rede que é, ao
mesmo tempo global e local, genérica e personalizada em um padrão em constante
mudança” (CASTELLS, 2007, 239). Lemos (2003, p.14-15) neste mesmo sentido, diz
que “a passagem do PC ao CC (computador conectado) será prenhe de consequências
para as novas formas de relação social, bem como para as novas modalidades de
comércio, entretenimento, trabalho, educação, etc.”
Por meio de seus motores de pesquisa a internet auxilia desde a questão
profissional à pessoal. Pode-se comprar produtos ou contratar serviços pesquisando nos
websites apontados por ferramentas como Google, Yahoo ou Bing. Para Lévy (1999,
p.85) a web oferece inúmeros “mapas”, filtros, seleções para ajudar o usuário em sua
busca. A interatividade e comunicação em tempo real permitida pelo meio, auxiliam na
aproximação entre comprador e fornecedor. Os sites frequentemente desembocam em
uma comunicação direta (LÉVY, 1999, p 193), que pode ocorrer por e-mail, fórum
eletrônico ou outras formas de comunicação como jogos ou programas de mensagens
instantâneas (como, por exemplo, MSN ou Skype).
44
A presença em massa no ambiente virtual levou ao desenvolvimento de uma
cultura própria multifacetada intitulada cibercultura. Trata-se da “(...) forma
sociocultural que emerge da relação simbiótica entre a sociedade, a cultura e as novas
tecnologias de base micro-eletrônica que surgiram com a convergência das
telecomunicações com a informática na década de 70” (LEMOS, 2003, p.12). Ela está
presente por meio da utilização de celulares e smartphones, envio de e-mails, consulta a
notícias em portais e sites da internet, negociações via e-commerce, transações
bancárias on-line, o voto por meio da urna eletrônica, entrega de imposto de renda pela
internet, entre outras atividades com base digital.
2.2.2 Redes Sociais Virtuais
Terra (2010b, p.3) assinala que o conceito de rede social começou a ser
associado à comunicação que ocorre no ciberespaço com o despontar da web 2.0. Em
diversas oportunidades, tanto na área acadêmica como no mercado profissional de
comunicação, “mídia social”, “rede social” e “site de redes sociais” são palavras
utilizadas de maneira indistinta. Entretanto, estudos recentes apresentam uma distinção
conceitual entre estes termos.
Outro ponto a ressaltar é que uma rede social não ocorre exclusivamente no
espaço virtual da internet. Ambientes em que as pessoas se encontrem devido a
interesses comuns, como uma escola, igreja ou clube, também representam redes sociais
(TERRA, 2010b, p.4). Por definição, uma rede social seria “[...] um conjunto de dois
elementos: atores (pessoas, instituições ou grupos; os nós da rede) e suas conexões
(interações ou laços sociais) (WASSERMAN; FAUST, 1994; DEGENNE; FORSE,
1999 apud RECUERO, 2009a, p.24). Segundo Recuero (2009a, p.24) o termo rede
representaria uma metáfora para considerar padrões de conexão entre um grupo social
tendo em vista as conexões estabelecidas entre os distintos atores.
Para Fernández (2008) rede social “não é mais que uma série de nodos ou pontos
unidos entre si (rede) sendo estes nodos indivíduos (social).” A autora expõe que uma
rede social na internet confere visibilidade aos componentes das redes sociais de cada
usuário, assim potencializando o grau de comunicação entre os nodos.
A popularização das novas tecnologias contribui para o fortalecimento das redes
sociais e tem influência no aumento dos níveis de troca de conteúdo na internet
(ROMANÍ, 2007, p.64). Para Flores Vivar (2009, p.74) a “internet é uma rede social
45
por excelência” e representa o estágio inicial de desenvolvimento de todas as redes
sociais virtuais que se tornaram um fenômeno de massa.
Recuero (2009b, p.25) expõe que uma rede social “[...] é gente, é interação, é
troca social. É um grupo de pessoas, compreendido por meio de uma metáfora de
estrutura, a estrutura de rede”. Segundo Terra (2010a, p. 30) “redes sociais digitais se
apoiam em plataformas de mídias sociais que têm em seu bojo conceitos como
colaboração, cooperação, replicação, fluxo, agilidade, nó, hub (ponto central), conexões,
interação, engajamento, etc.” A rede social no ambiente on-line “[...] é um ponto, um
lugar de encontro, de reuniões de amigos e pessoas que possuem interesses comuns”
(FLORES VIVAR, 2009, p.74).
Explica Lemos (2003, p.17) que as inovações nos meios de comunicação
resultaram em novas práticas de convívio social, não substitutas das formas tradicionais
– como o encontro pessoal, correio, telefone ou área pública real – mas “novas relações
mediadas”.
2.2.3 Mídias Sociais
Boyd (2008, p.92-93) crê que “a história da Internet está entrelaçada com a
mídia social. Mídia social é tão antiga, se não mais, do que a internet”. A autora expõe
que o conceito de mídia social surgiu no final dos anos de 1960 com a ARPANET, o
embrião da internet, que difundiu a comunicação via mensagens eletrônicas (ou e-mail).
Sistemas on-line que permitiram a criação de salas de bate papo, mensagens
instantâneas e listas de discussão que tiveram suas origens na década de 1970. Em 1993
com o primeiro navegador que permitiu o acesso popular a web, o Mosaic, outras
ferramentas de mídia social emergiram, como, por exemplo, sites de namoro virtual,
blogs, social bookmarking (marcador de favoritos social) e wikis.
Para Solis (2010, p.37) mídia social “é qualquer ferramenta ou serviço que
utiliza a Internet para facilitar conversações”. Ou ainda:
[...] a democratização da informação, transformando pessoas de leitores de
conteúdo para editores. Isto é a mudança de um mecanismo de transmissão,
um-para-muitos, para um modelo de muitos-para-muitos, baseado nas
conversações entre autores, pessoas e pares. 4 (SOLIS, 2010, p.37)
Uma outra definição é apresentada por Kaplan e Haenlein (2010, p.61) que a
explicam como “[...] um grupo de aplicações baseado na Internet construído
4
Tradução livre do autor.
46
ideologicamente e tecnologicamente nas bases da web 2.0, e que permitem a criação e
troca de Conteúdo Gerado pelo Usuário.”5
São gêneros de mídia social: groupware (software colaborativo), comunidades
online, peer-to-peer (redes de computadores) de compartilhamento de arquivos, jogos
em rede, mensagens instantâneas, blogs, microblogging, fóruns, e-mail, mundos
virtuais, mensagens de texto e sites de redes sociais, compreendem (BOYD, 2008,
p.92).
Felice (2008 apud MAINIERI; RIBEIRO, 2011, p.2) prevê que as mídias
digitais “alterará a forma de comunicar, fornecendo a cada sujeito o mesmo poder de
comunicação”, modificando a relação instituída entre o emissor e o receptor. Nesses
ambientes
virtuais,
os
participantes
dos
processos
comunicacionais
são
simultaneamente, emissores e receptores de informação e conteúdo, alterando
significativamente a maneira de interagir socialmente (MAINIERI; RIBEIRO, 2011,
p.4). No entendimento de Mainieri e Ribeiro (2011, p.5) sobre os autores Lévy (2010) e
Lemos (2010) “[...] a maior mudança proporcionada por essas mídias pós-massivas é
permitir que qualquer indivíduo possa ser consumidor, produtor e transmitir
informações.”
2.2.4 Sites de Redes Sociais
Cada qual com seus interesses, tecnologias e perfis de usuários, as culturas que
surgem em volta dos sites de redes sociais (SRSs) são bem variadas (BOYD;
ELLISON, 2008, 210). Boa parte dá suporte às redes sociais pré-existentes, no entanto
existem aqueles sites que auxiliam pessoas desconhecidas a compartilharem seus
interesses, pontos de vista político ou atividades. Do ponto de vista de Boyd e Ellison
(2008, p.211) os sites de redes sociais são:
[...] serviços baseados na Web que permitem aos indivíduos: (1) construir um
perfil público ou semi-público dentro de um sistema limitado, (2) articular
uma lista de outros usuários com quem compartilhe uma conexão, e (3) ver e
percorrer sua lista de contatos e aquelas feitas por outros dentro do sistema. A
natureza e a nomenclatura dessas conexões podem variar de site para site. 6
Por excelência, os sites de redes sociais facilitam relacionamentos por meio da
tecnologia (LI; BERNOFF, 2009, p.23). Estes sistemas on-line permitem a conexão
entre pessoas de lugares diferentes ou, até mesmo, entre pessoas que vivem próximas.
5
6
Tradução livre do autor.
Tradução livre do autor.
47
Diversas comunidades se mostram presentes nestes ambientes digitais, com temas e
objetivos variados e correspondem a um conjunto de meios para sustentar laços sociais
entre indivíduos (TERRA, 2010b, p.4). “As plataformas destinadas à criação de redes
sociais com base na internet têm como objetivo principal tentar motivar o contato entre
as pessoas, visando instituir o convívio em grupo” (CORRÊA, 2008, p.4).
Para Recuero (2009a, 102) os sites de relacionamento não são novidade, mas
resultado da apoderação de instrumentos de comunicação mediada pelo computador,
por atores sociais. Ainda para a pesquisadora (RECUERO, 2009b, p.25) nunca em outro
momento as pessoas conheceram e interagiram com tantas outras pessoas e tiveram
tantos amigos reunidos como no Orkut ou Twitter. Milhões de usuários se conectam aos
sites de redes sociais desde que surgiram, integrando-os às suas vidas diárias (BOYD;
ELLISON, 2008, 210). Boyd (2008, p.92) explica que “o poder da mídia social está
enraizado em sua capacidade de conectar as pessoas através do tempo e no espaço.”
“O que faz dos sites de redes sociais únicos não é que eles permitem aos
indivíduos encontrarem estranhos, mas sim, que eles permitem que os usuários
articulem e tornem visíveis suas redes sociais” (BOYD; ELLISON, 2008, 211). Ver a
extensão de suas amizades e possíveis interconexões entre seus contatos seria algo
impraticável para as pessoas no mundo real. Os sites de relacionamento mapeiam as
redes sociais reais de seus usuários, possibilitando que estes conheçam ainda mais seus
amigos, com seus interesses, opiniões e ideias. Estas plataformas digitais:
[...] refletem estruturas sociais construídas e modificadas pelos atores através
das ferramentas de comunicação proporcionadas pelos sistemas, incluindo-se
aí o aparecimento das redes sociais e, aqui compreendidas como grupos de
indivíduos (atores) cujas trocas conversacionais vão gerar laços e capital
social. Nesses espaços, são construídas conversações síncronas e assíncronas
que têm diferentes efeitos sobre a estrutura da rede social. (RECUERO,
2009c, p.122)
Geralmente, nos perfis dos sites de redes sociais, os usuários incluem descrições
como idade, local onde moram, interesses e uma autodescrição (BOYD; ELLISON,
2008, 213). Alguns sugerem a inclusão de uma foto pessoal, outros possibilitam a
inclusão de material multimídia e a modificação da parte visual. A visualização pública
dos perfis varia de sistema para sistema e depende do tipo de acordo feito com o
usuário. Os “amigos”, “contatos” ou “fãs”, definições que podem ser diferentes para
cada site (BOYD; ELLISON, 2008, 213), às vezes precisam de uma confirmação ou um
convite da outra parte para integrarem uma comunidade ou uma lista de amigos de um
usuário. A exposição pública dos contatos “é um componente crucial dos sites de redes
48
sociais” (BOYD; ELLISON, 2008, 213) e permite que as pessoas possam aumentar seu
círculo de amizades.
2.2.4 Interatividade
Além de intensificar formatos de publicações, compartilhar e ordenar conteúdos,
a web 2.0 estende os espaços para interações entre usuários (PRIMO, 2007, p.2). No
entanto, a interatividade nos ambientes do ciberespaço pode ser observada sob duas
óticas: interação entre pessoas, trocas sociais tendo como suporte um sistema digital ou
software, ou interações entre pessoas e sistemas digitais ou softwares.
Na interação entre homem e tecnologia, Lemos (1997, p.1-3) expõe que as
formas de interação simultaneamente técnica (ferramenta, objeto ou máquina) e social
sempre foram presentes no cotidiano das pessoas. Contudo, com o advento das novas
tecnologias digitais surgiu uma terceira forma de interatividade, do tipo “eletrônicodigital”, coexistindo com a interatividade técnica do tipo “analógico-mecânica” e da
interação social. A interatividade digital configura uma modalidade de relação
tecnosocial e "um dispositivo ou programa é chamado de interativo quando o usuário
pode alterar seu comportamento ou conduta." (NORA, 1995 apud LEMOS, 1997, p.3).
A interatividade digital é vista por Lemos (1997, p.3) como:
[...] um diálogo entre homens e máquinas (baseadas no princípio da microeletrônica), através de uma ‘zona de contato’ chamada de ‘interfaces
gráficas’, em tempo real. A tecnologia digital, possibilita ao usuário interagir,
não mais apenas com o objeto (a máquina ou a ferramenta), mas com a
informação, isto é, com o ‘conteúdo’. Isso vale tanto para uma emissão da
televisão interativa digital, como para os ícones das interfaces gráficas dos
microcomputadores (Windows, por exemplo).
No âmbito da interação social, novos padrões de interação, formas de
socialização e organização social surgiram em decorrência do aparecimento das redes
virtuais (RECUERO, 2009a, p.89). Grupos e estruturas sociais que não poderiam
interagir, tomam forma devido às interações no ciberespaço proporcionadas pela
comunicação mediada pelo computador.
Primo (2009, p.21) admite que interação seria um dos insumos da comunicação
mediada por computador e a subdivide em reativa e mútua. A interação reativa teria
como característica “trocas mais automatizadas e processos de simples ação e reação”,
prevista e basicamente realizada por um software. Já a interação mútua, em que nada ou
pouco fora estabelecido de antemão, teria como alicerce a construção cooperativa da
49
relação. Para este tipo de interação, pode-se citar como exemplo, as conversações entre
pessoas por meio de programas de comunicação on-line como Skype e MSN Messenger.
2.2.5 Conversações
Uma conversação seria “uma interação verbal centrada, que se desenvolve
durante o tempo em que dois ou mais interlocutores voltam sua atenção visual e
cognitiva para uma tarefa comum” (MARCUSCHI, 2006 apud RECUERO, 2009c,
p.119). Segundo Recuero (2009c, p.119-120) a conversação que ocorre mediada pelo
computador: representa uma comunicação que beneficia o anonimato, em prejuízo da
identificação; promove o distanciamento físico entretanto, em muitas oportunidades,
funciona como uma comunicação pessoal mas à distância (REID, 1991 apud
RECUERO, 2009c, p.119-120); persiste ao tempo e pode ser consultada em um
momento diferente à sua emissão (BOYD, 2007 apud RECUERO, 2009c, p.119); é um
tipo de comunicação cujo texto se sobressai ao som e o vídeo, mesmo com a presença
da hipermídia. “A mediação pelo computador, no entanto, impõe barreiras tecnológicas
para a interação que a comunicação face-a-face não possui” (RECUERO, 2009c, p.120).
Tendo como elementos centrais, por exemplo, ideias, conteúdos, temas e
eventos, as conversações da web social são diálogos publicados no ambiente digital
envolvendo diversas pessoas (SOLIS, 2010, p.350). Estas podem ser síncronas, e
acontecer em tempo real; ou assíncronas, quando o diálogo não se vincula ao tempo e
lugar.
Romaní (2007, p.64) explica que:
Particularmente, desde o começo do novo século a Web se converteu em um
lugar de conversação. Além do sentido de apropriação e pertencimento dos
usuários em relação a Internet, a Rede se consolida como espaço para formar
relações, comunidades e outros sistemas sociais onde regem normas similares
as do mundo real, em que a participação é motivada pela reputação, tal como
ocorre na sociedade. 7
Para Terra (2010a, p.7) as mídias sociais são sustentadas por diálogos e
conversações, sendo que interesses semelhantes e identificações com certos temas
orientam o surgimento de redes estruturadas por pessoas nos espaços virtuais. A autora
complementa:
7
Tradução livre do autor.
50
A mídia social tem como características o formato de conversação e não de
monólogo; procura facilitar a discussão bidirecional e evitar a moderação e a
censura; tem como protagonistas as pessoas e não as empresas ou marcas,
isto é, quem controla sua interação com as corporações são os próprios
usuários; tem como principais valores a honestidade e a transparência; e
privilegia a distribuição em vez da centralização, uma vez que têm diversos
interlocutores que tornam a informação heterogênea e rica. (TERRA, 2010a,
p.7)
Recuero (2009c, p. 120) observa que as conversações digitais têm a propriedade
de se proliferarem na web, em um movimento de migração conversacional ligado à
continuidade das conversações assíncronas. A pesquisadora destaca que por meio destas
interações verbais “[...] são estabelecidas e evidenciadas as trocas que darão origem às
redes sociais observadas no ciberespaço [...]”(RECUERO, 2009c, p.121).
2.2.6 Engajamento
Estudiosos da comunicação de massa, há um bom tempo, procuram resolver a
questão do engajamento dos usuários com o conteúdo de uma mídia, assim como os
efeitos da sua exposição sobre as atitudes e comportamentos das pessoas (CHAFFEE;
SCHLEUDER, 1986; PRICE; ZALLER, 1993 apud OH; BELLUR; SUNDAR, 2010,
p.2). No campo das novas tecnologias, estuda-se o conceito associado a recursos
característicos da tecnologia, como a interatividade, tendo como foco o envolvimento
do usuário com o sistema e sua percepção sobre o conteúdo gerado por este sistema
(BARDZELL et. al., 2008; SUNDAR, 2007 apud OH; BELLUR; SUNDAR, 2010, p.2).
No marketing ou na publicidade este conceito foi associado à forma com que
uma ação publicitária estimula discussões e debates em plataformas sociais (SCHULTZ,
2009 apud OH; BELLUR; SUNDAR, 2010, p.2).
Para a comunicação digital, engajamento representa as etapas de uma
participação do usuário em uma conversação on-line, por meio de uma interação direta
ou uma resposta direta ou indireta às palavras em torno de um conteúdo original ou
editado (SOLIS, 2010, p.351).
Evans e McFee (2010, p. 11) expõem que o engajamento nas mídias sociais é
diferente do engajamento na mídia tradicional, pois não são consumidores de uma
limitada ação de leitura, mas consumidores atuando em um ambiente aberto e de
participação social. Segundo os citados autores, usuários engajados são consumidores
dispostos a investir tempo e energia falando “no lugar da empresa” e “sobre a empresa”
nas conversações que participam nos ambientes dos softwares sociais. O engajamento
51
de um usuário significa um interesse pessoal nas ofertas da empresa. Qualquer que seja
seu público de interesse, este pode expressar e compartilhar opiniões e ideias sobre a
organização. Nas mídias sociais “[...] consumidores ou stakeholders tornam-se
‘participantes’ ao invés de espectadores” (EVANS; MCFEE, 2010, p. 11).
Segundo Li (2011, p.84) mesmo sem a interferência corporativa, pessoas se
envolvem com organizações e marcas, sendo esse envolvimento mais perceptível pela
internet. Para a autora, esta atividade por vezes não ocorre no ambiente do site
corporativo, mas em comunidades em que as organizações não exercem controle.
2.2.7 Comunidades Digitais
De acordo com Romaní (2007, p.64) os indivíduos, hoje, têm à sua disposição:
[...] dispositivos e ferramentas para participar coletivamente com seus pares,
mas de maneira midiatizada ou virtual. Sob esta perspectiva os públicos
encontram inovadores e poderosos canais de interação, que permitem as
pessoas atuar como tribos, microcomunidades ou grupos e interesses
altamente segmentados. 8
Kane et al. (2009, p.3) assinala que as comunidades on-line são potencializadas
pelas plataformas de mídia social devido a promoverem relacionamentos profundos,
permitirem uma rápida organização, aprimorarem a criação e síntese do conhecimento e
possibilitarem uma melhor filtragem das informações.
Recuero (2009a, p.136) explica que as comunidades que se formam nos
ambientes virtuais são grupos constituídos por um modo recente de sociabilidade,
originários das interações mediadas por computador e propiciadores de laços sociais. Os
elementos formadores destes conjuntos de usuários organizados seriam discussões
públicas, indivíduos que se encontram e reencontram ou que mantém contato por meio
da internet, tempo e sentimento (RECUERO, 2009a, p.137). Trata-se de comunidades
simbólicas cujos integrantes se interrelacionam prioritariamente pelas trocas simbólicas
(SMITH, 1999 apud RECUERO, 2009a, p.137).
Para Fernández (2008):
As redes sociais que estão tendo sucesso são plataformas que permitem que
se desenvolvam essas comunidades e que as dotam de ferramentas para que
possam estar em permanente contato. É a comunidade que me dá
informações, me recomenda, me entretém e me permite compartilhar
pensamentos e ideias. Porque as redes sociais são autênticas comunidades e
8
Tradução livre do autor.
52
porque a elas recorremos fielmente todos os dias para ver o que acontece na
minha comunidade [...] 9
Na visão deste autor (FERNÁNDEZ, 2008), a elevada audiência das redes
sociais virtuais e o cativo de seus usuários estão associados à possibilidade de criação
de comunidades em torno de interesses comuns. Nestas comunidades que se formam no
ambiente digital tem-se acesso a outros usuários que compartilham dos mesmos
interesses, valoriza-se as opiniões do grupo e os membros são influenciados em suas
vidas particulares por pessoas que, na maioria das vezes, nunca tiveram um contato
físico.
2.2.8 Conteúdo Gerado pelo Usuário (CGU) ou Mídia Gerada pelo Consumidor
(MGC)
Conteúdo gerado pelo usuário (CGU) e mídia gerada pelo consumidor (MGC)
são termos sinônimos e fazem referência ao tipo de conteúdo criado e adicionado por
usuários, ou consumidores, em uma mídia social (SOLIS, 2010, p.350). Já a Internet
Advertising Bureau (IAB, 2008, p.1) entende estes conceitos como “qualquer material
criado e disponibilizado na Internet por um não profissional de mídia”.
Sem a necessidade de avançado conhecimento tecnológico qualquer internauta
pode produzir informações para ambientes virtuais de alta visibilidade (ROMANÍ,
2007, p.65). São exemplos as postagens em blogs, comentários, votos, vídeos, imagens,
podcasts, documentos digitais, tweets e atualizações. (SOLIS, 2010, p.350).
Vickery e Wunsch-Vincent (2007 apud MONTARDO, 2010, p.164) apresentam
conteúdo gerado pelo usuário ou mídia gerada pelo consumidor como: um conteúdo
disponível na web que exprime um empenho criativo e concebido de forma amadora.
Montardo (2010, p.164) ilustra que estes autores:
[...] ressaltam que apesar de as motivações básicas para a criação de conteúdo
serem as possibilidades de fama, notoriedade, prestígio, de se expressar e se
conectar com seus pares, ao invés de recompensas materiais, como lucro e
remuneração, a monetização de CGC é uma tendência do mercado.
O conteúdo do ciberespaço, anteriormente produzido por pessoas privilegiadas –
com acesso às plataformas tecnológicas e conhecimentos em programação – hoje é
gerado por usuários de posse de um computador, uma conexão e noções básicas de
internet (ROMANÍ, 2007, p.65). Criar e consumir conteúdo da web tornou-se “[...] um
9
Tradução livre do autor.
53
processo unipessoal e coletivo, em que todos os atores alimentam esta cadeia como um
círculo virtuoso que potencializa o social com o tecnológico, e vice-versa” (idem p.65).
Usuários de todas as idades e regiões geográficas inserem nas plataformas da
web 2.0 conteúdos que abordam desde vivências particulares, desejos e receios à
opiniões e experiências com organizações, marcas ou produtos. A popularização das
plataformas de comunicação digital:
[...] leva a que mais e mais práticas sociais relacionem-se e apresentem-se no
ambiente online. E, com isso, opiniões, experiências e expectativas de todo o
tipo, seja em relação às outras pessoas, a produtos ou à política também são
expressadas na internet, de forma pública. (SILVA, 2011, p.42)
Para Moura (2010, p.10) o material fornecido por usuários sobre as marcas
impacta pessoas com familiaridade em novas tecnologias assim como outros públicos
que não têm por hábito acompanhar este tipo de conteúdo, pois blogs e boa parte das
mídias sociais aparecem nos resultados de sites de busca como o Google ou Yahoo.
Ainda segundo a autora (MOURA, 2010, p.10), muitos consumidores têm seus
comportamentos de compra influenciados, em menor ou maior grau, pelas opiniões que
leem na internet. Talvez não iniciem alguma compra imediata, entretanto os
comentários são registrados:
[...] como memória consciente ou inconsciente, interagem com a experiência
armazenada e com as informações previamente adquiridas sobre o produto ou
serviço, formando valores e atitudes a serem levados em consideração
durante o processo de decisão de compra, imediato ou futuro. (MOURA,
2010, p.10)
Samara e Morsch (2005, p.158) compartilham da ideia que a interação das
pessoas com o ciberespaço influencia em muitas ações de compra. O comportamento
humano ligado ao consumo foi influenciado pelo aparecimento de canais de comércio
eletrônico e promoções on-line, mas também por estarem à disposição novas maneiras
para pesquisar e buscar informações sobre produtos e serviços.
2.2.9 Comunicação Digital
A interação comunicacional com outros atores da sociedade por meio dos
aparatos digitais, configura o fenômeno da comunicação digital e que, segundo Saad
Corrêa (2008, p. 314) [...] ocorrem exclusivamente no ambiente tecnológico de bits;
utilizando as ferramentas técnicas possibilitadas por este ambiente para promover
trocas, interações, relações de sociabilidade [...]”.
54
Inéditas, práticas, comunicacionais surgiram com a cibercultura, como
exemplifica Lemos (2003, p.16-17):
[...] a utilização do e-mail que revolucionou a prática de correspondências
pessoais para lazer ou trabalho, os chats com suas diversas salas onde a
conversação se dá sem oralidade ou presença física, os muds, jogos do tipo
role playing games onde usuários criam mundos e os compartilham com
usuários espalhados pelo mundo em tempo real, as lans house, nova febre de
jogos eletrônicos em redes domésticas, as listas de discussão livres e
temáticas, os weblogs, novo fenômeno de apresentação do eu na vida
quotidiana onde são criados coletivos, diários pessoais e novas formas
jornalísticas [...]
A plataforma interativa e participativa da web 2.0 induziu a comunicação digital
a consideráveis modificações. Os novos meios de comunicação que surgiram do
desenvolvimento tecnológico se convergem em diferentes dispositivos, assim como
também ocorre uma convergência com o tipo de conteúdo, com a estrutura da
mensagem (FLORES VIVAR, 2009, p.74).
A fusão das tecnologias pertinentes ao telefone, televisão e computador
colaborou com o aparecimento do hipertexto, hibridizações discursivas de texto, som e
imagem (STASIAK; BARICHELLO, 2008, 12). Na web 1.0 os processos
comunicativos “iam de um para um ou para muitos” e, na nova geração da Internet, os
próprios usuários desenvolvem seus processos comunicativos (CEBRIÁN HERREROS,
2008, p.346). Os usuários constroem sistemas de comunicação de massa por meio de
SMS, blogs, vlogs, podcasts, wikis etc, reformatam e fazem circular no formato digital
qualquer conteúdo com o compartilhamento de arquivos e redes p2p (peer-to-peer)
(CASTELLS, 2007, p.246-247).
2.3 Novas Tecnologias e Comunicação Digital no Contexto Organizacional
Nas atividades da moderna Comunicação Organizacional existe a inevitável
necessidade de incorporação das novas tecnologias em informação e comunicação
graças às demandas do ambiente empresarial e social. Como afirmam Li e Bernoff
(2009, p.7) “a Internet não é um ambiente que pode ser isolado com paredes – ela está
integrada em todos os elementos de negócios e da sociedade”. Para Bueno (2003, p.49):
Há uma verdade que não pode ser contestada: com as novas tecnologias,
dentre as quais a Internet, tudo muda. A humanidade está, definitivamente,
atravessando uma nova era, que se caracteriza por aceleração dos contatos – e
de relacionamentos –, ampliação dos espaços e derrubada de conceitos
tradicionais, como dos de mercado, de vendas, de propriedade e, com certeza,
de Comunicação Empresarial.
55
Lévy (1999, p 49) evidencia que, devido às particularidades técnicas do
ciberespaço, grupos sociais humanos, entre eles os grupos de trabalho formados pelas
organizações, têm a possibilidade de coordenarem, cooperarem e também incrementar e
consultar ideias e conhecimentos perto do imediato, mesmo diante de empecilhos como
distância ou diferença de horário. O autor chama de “virtualização das organizações” a
situação cujas ferramentas da cibercultura prestam suporte às organizações, tornando-as
gradativamente menos subordinadas às restrições geográficas, horários estipulados e
planejamento de longo prazo. Transações financeiras e econômicas que ocorrem no
ambiente das redes de computadores conferem ainda mais um caráter virtual ao cenário
corporativo.
Não apenas para melhor atender clientes e se relacionar com a sociedade, mas
também para conseguir a melhor comunicação com colaboradores, cujo perfil está
intimamente ligado às novas tecnologias, os próprios projetos de comunicação
idealizados por jovens talentos serão formatados dentro de uma nova filosofia e se
inclinará para a agilidade, democracia e participação, atrelada às novas tecnologias
(BUENO, 2009b, p.76).
Saad Corrêa (2009c, p.163) assinala que no ambiente empresarial a presença de
dispositivos digitais representa o funcionamento do próprio negócio. Computadores,
interligados entre si ou na Internet, estão presentes em organizações de todos os portes e
mercados de atuação. “Sistemas integrados de gestão, páginas e portais corporativos na
Web e intranets são hoje meios de operação, conexão e expressão usuais de uma
organização com seus diferentes públicos” (SAAD CORRÊA, 2009c, p.163).
Em um cenário cujas redes de computadores conectam empresas de todo o
mundo, o fluxo de informações foi intensificado e o trabalho ocorre em ambientes
colaborativos, políticas para a utilização das mídias interativas e sistemas e programas
de monitoramento de softwares de comunicação ratificam a ligação entre comunicação
organizacional e novas tecnologias de informação e comunicação (CARDOSO, 2009,
p.360).
Diante destas urgências um posicionamento estratégico em comunicação, com
preferência por comunicações sistematizadas on-line e off-line, e ciente das possíveis
manifestações reais ou virtuais de usuários, clientes ou de outros stakeholders torna-se
indispensável (TERRA, 2010b, p.6). No entanto, de modo geral, as organizações:
[...] ainda não têm conseguido dominar os novos formatos propostos pelas
novas mídias, fazendo uma mera transcrição dos discursos tradicionais sem
atentar para o fato de que não foi só o processo de comunicação que sofreu
mudanças. O cliente evolui para o cidadão e espera um relacionamento mais
56
amplo do que aquele que costuma vigorar entre a empresa que vende e as
pessoas que compram, porque o contado não se esgota mais com a
transferência do produto [...] (BUENO, 2003, p 26-27)
As inovações no campo digital ocorrem de maneira frenética, por isto muitas
vezes, não são entendidos pelas organizações. Para Saad Corrêa (2009c, p.163), existe a
necessidade de “adequação de ritmos”, que solicita das empresas e profissionais de
comunicação “novos posicionamentos e conhecimentos, muita flexibilidade e
criatividade no planejamento e na gestão dos processos comunicacionais”. As novas
tecnologias digitais de informação e comunicação estão desafiando a mentalidade
organizacional tradicional, exigindo mudanças nas estruturas das organizações e
ampliando geograficamente o mercado de negócios (CRONIN, 1996 apud BUENO,
2009a, p. 76). Kunsch (2007, p.40) esclarece que esses arranjos sociais globais
contemporâneas solicitaram das empresas novas posturas e planos de comunicação mais
refinados que aproximem os públicos de interesse.
Para Kaplan e Haenlein (2010, p.59) as novas formas de interação social
mediadas pelos computadores representam uma das preocupações atuais do
empresariado que tenta encontrar usos rentáveis para aplicações como Wikipedia,
YouTube, Facebook, Second Life e Twitter. Os autores completam que “[...] apesar
desse interesse, parece haver uma compreensão muito limitada do que a expressão
‘Mídia Social’ exatamente significa” (KAPLAN; HAENLEIN, 2010, p.59).
Esta nova e revolucionária tendência deve ser acompanhada por todo tipo de
empresa, operando ou não no espaço on-line (KAPLAN; HAENLEIN, 2010, p.59), pois
assim como nas conversas reais entre conhecidos as pessoas estão indicando ou
criticando marcas e produtos nas redes sociais.
As conversações, tendo como tema marcas e produtos, impactam nos resultados
financeiros das organizações pois, como afirmam Evans e McFee (2010, p. 11) elas
influenciam numa importante fase do processo de vendas, a análise da compra.
“Adeptos de blogs ou Twitter que estejam revoltados e tenham um público numeroso
têm o potencial de dissuadir muitos consumidores de querer fazer negócios com uma
empresa ou organização específica” (KOTLER, 2010, p.8). Philip Kotler (2010, p.9)
afirma que os consumidores cada vez mais poderão influenciar uns aos outros com o
relato de suas experiências e opiniões à medida que as mídias sociais se tornam mais
significativas.
Como Li e Bernoff (2009, p.9) assinalam, muitos consumidores podem estar
comentando sobre uma marca de uma forma que a empresa não aprovaria. Em certas
57
ocasiões, as empresas observam passivamente os comentários de seus consumidores,
muitas vezes não tendo o conhecimento, a chance ou mesmos o direito de se defender
(KAPLAN; HAENLEIN, 2010, p.60).
Coutinho (2007) expõe que, ao marcarem presença nas diferentes plataformas da
web 2.0, as empresas não devem simplesmente se ater em estimular a compra de uma
marca, mas criar condições para que as pessoas se organizem em torno dela. Para tanto,
torna-se necessário “[...] reconhecer as especificidades que a interação entre os
consumidores, entre diversos grupos de consumidores e do conteúdo gerado por eles
pode ter sobre as marcas”. O autor complementa que:
A comunicação mercadológica terá que incorporar um elemento ao qual está
pouco acostumada até agora: a comunicação entre consumidores, tendo a
marca como suporte, e não apenas a comunicação com os consumidores,
tendo a marca como um veículo de interação entre a empresa e seus
mercados. (COUTINHO, 2007)
Neste aspecto Recuero (2009b, p.25) expõe que os grupos sociais
potencializaram suas possibilidades de propagar informações e complementa que estes
sistemas interativos “[...] proporcionaram mais voz às pessoas, mais construção de
valores e maior potencial de espalhar informações” (RECUERO, 2009b, p.25). Kotler
(2010, p. 31) afirma que na década de 1990 as redes de computadores deram a
oportunidade para a criação de redes de pessoas, facilitando o boca a boca, tornando as
informações fartas. Indivíduos conectados são compradores bem informados.
Na era da interação virtual até nos ambientes internos das organizações “[...]
funcionários estão conectados a redes sociais, desenvolvendo ideias por meio de
ferramentas de colaboração on-line, e discutindo os prós e os contras de suas políticas e
prioridades” (LI; BERNOFF, 2009, p.14).
Ao utilizar as tecnologias digitais de informação e comunicação para melhorar e
potencializar os processos da comunicação integrada a organização recorre à
comunicação digital (SAAD CORRÊA, 2009a, p.173). Para representar esta modalidade
de comunicação, na visão de Saad Corrêa (2008, p.315), por natureza deverão se
mostrar presentes os seguintes traços: conexão à Internet para receber mensagens;
emprego do hipertexto na elaboração das mensagens, aliado a recursos de imagem ou de
som; e possuir recursos de interação com o espaço comunicativo.
A comunicação digital tem forte ligação com as mídias sociais (TERRA, 2010b,
p.2), consequentemente boa parte de suas ações as terão como foco. Para atingir a
58
eficiência no campo da comunicação via web as organizações devem criar projetos,
sistemas e estruturas específicas, sem perder de foco os objetivos organizacionais.
Entretanto, “mídia social é sobre falar com, não ‘às’ pessoas” (SOLIS, 2010,
p.8). Para Solis, significa o envolvimento de maneira apropriada em um meio que
promove a conversação, atendendo aos interesses da maioria, não desconsiderando
qualquer ação ou insultando a inteligência de qualquer envolvido na rede. Mesmo sem
sua participação, comentários negativos existem e a organização precisa entender que se
trata de uma oportunidade para aprender e também participar de uma maneira que leve a
discussão para o lado positivo (SOLIS, 2010, p.8-9).
A conversação não fará sentido caso não mostre evidente sentido, substância,
percepção, colaboração ou a oferta de uma troca útil que satisfaça bilateralmente
(SOLIS, 2010, p.39). Relacionamentos e geração de boca a boca não dependem de
conversações. Interação, colaboração e consistência ajudam a construir interações
significativas que agregam valor aos usuários que contribuem.
Beer (2008, p.525) considera as informações adicionadas pelos usuários nos
sites de redes sociais de mesmo valor que informações sobre clientes conseguidas em
uma compra em supermercado ou de um livro por um site. Para o autor, estes dados
podem ser utilizados para antever comportamentos, encontrar ofertas ou até distinguir
consumidores.
Neste momento , ainda não existem manuais que auxiliem as empresas a gerir
sua presença nas mídias sociais, contudo, pesquisas sobre a condução de
relacionamentos no ambiente virtual oferecem um entendimento sobre como o
relacionamento com o cliente pode ser melhorado por meio deste nova forma de
comunicação (WATERS et. al., 2009, p.1).
Outra questão seria em relação à falta de métricas consolidadas para mensurar a
eficiência das ações das organizações nas plataformas sociais. Como expõe Li (2011,
p.102):
A dificuldade, hoje, das novas tecnologias sociais – como Facebook, blogues,
fóruns de discussões e Twitter – é o fato de seus benefícios não serem claros
e diretos, quando comparados aos canais de relacionamento tradicionais. Na
realidade, as atividades que ocorrem nesses espaços são intrinsecamente
mensuráveis, contudo, não conseguimos ainda estabelecer um conjunto de
conhecimentos e experiências sobre o valor de tais atividades em comparação
aos custos e aos riscos de alcançarmos seus benefícios.
Kane et. al. (2009, p.5) propõe que as organizações desenvolvam políticas e
estratégias para gerenciar as comunidades on-line, tanto para minimizar consequências
negativas quanto promover o engajamento positivo. Entretanto, certas empresas sentem-
59
se em posição confortável frente a uma realidade na qual as pessoas conversam
livremente entre si e,cada vez menos, se tem controle sobre as informações
institucionais disponíveis no ciberespaço (KAPLAN; HAENLEIN, 2010, p.59-60). É de
responsabilidade das companhias o monitoramento das comunidades virtuais externas e
internas, engajando-as quando necessário ou oferecendo resposta imediata num
momento de crise (KANE et. al., 2009, p.5).
Projetos colaborativos baseados nas mídias sociais podem vir a ser uma valiosa
fonte de informação sobre consumidores (KAPLAN; HAENLEIN, 2010, p.62) e ainda
ajudar as companhias a desenvolverem novos produtos ou melhorarem os atuais.
Milhões de pessoas conectadas com potencial criativo e as possibilidades das
tecnologias interativas possibilitam o rápido desenvolvimento de protótipos, fracassos e
adaptação (LI; BERNOFF, 2009, p.12).
De acordo com Kotler (2010, p.37-38) os clientes estão cada vez mais
interessados na cocriação, “comunização” e desenvolvimento da personalidade da
marca. Cocriação significa desenvolver produtos e experiências envolvendo a
colaboração das organizações, clientes, fornecedores e canais de marketing, conectados
por meio de uma rede de inovação. Na “comunização” as empresas facilitam as pessoas
a se conectarem umas às outras através de comunidades, sem interferências e apenas
servindo.
Novos
dispositivos
midiáticos
surgem
no
compasso
acelerado
das
transformações tecnológicas; sejam produtos oriundos da convergência de meios préexistentes, sejam novas criações que provocam forte inovação e certos rompimentos na
evolução da comunicação (CARDOSO, 2009, p.360). E nesse padrão, nas novas mídias
se desenvolvem modelos de comercialização de espaço publicitário multiplicam-se as
possibilidades para as empresas entrarem em contato com seus consumidores de
maneira digital. Para ações com foco no cliente, as organizações têm disponível na
Internet blogs, plataformas de compartilhamento de vídeos e redes sociais
(MARTÍNEZ, 2010, p. 123).
Devido à circunstância oportuna de se adequar a mensagem ao público-alvo,
ampliar o alcance e customizar a comunicação, os anunciantes inserem mensagens
nestes canais de comunicação, tendo em vista o êxito econômico e resultados positivos
(MARTÍNEZ, 2010, p. 123). Martínez (2010, p. 123) ainda assinala que:
[...] parece que as redes sociais on-line se configuram com a ferramenta da
Web 2.0 mais ideal para aquelas estratégias empresariais focadas na
orientação empresarial para o cliente, quer dizer, preocupadas com a
personalização de sua mensagem, a interação com o destinatário e a
60
manutenção de um comunicação biderecional com o cliente a fim de alcançar
sua fidelização.
Por outro lado, Saad Corrêa (2009b, p.325) observa que a prática de absorção
das tecnologias de informação e comunicação no mesmo ritmo em que estas aparecem
podem levar a organização a um “círculo vicioso de introdução de novas ferramentas”
que, em primeiro momento, não privilegiam a eficiência nem a eficácia de sua
comunicação “[...] mas dão ao processo como um todo e, por consequência, à empresa
uma imagem de up-to-date e pioneirismo antecipador”.
Além disso, é preciso considerar que as ações de comunicação digital nos
ambientes corporativos também, a exemplo de qualquer outra ação
comunicacional, requerem investimentos, geram custos e são de difícl
mensuração quanto aos resultados, das a mutação contpínua do ambiente
tecnológico e das expectativas dos usuários. (SAAD CORRÊA 2009b, p.
331-332)
Surge uma nova forma de negociar e realizar as atividades organizacionais, em
que as novas tecnologias de informação e comunicação permitem interação entre
pessoas, povos e culturas (CRONIN, 1996; GUENGERICH, 1997 apud BUENO,
2009a, p. 76).
2.3.1. Processos Comunicacionais Corporativos nas Mídias Sociais
Para Soares (2005 apud SAAD CORRÊA 2009b, p. 319) por representarem
atividades humanas, há uma forte ligação entre comunicação e organização, sendo que a
informação exerce um papel de mediação entre indivíduos. Portanto, inevitavelmente
qualquer evolução que ocorra na maneira como as pessoas trocam informações acaba
por impactar na maneira como as organizações interagem entre si ou entre estas e seus
públicos de interesse.
A comunicação humana se inova quando ocorre nos ambientes digitais da
internet e as trocas comunicacionais no âmbito corporativo:
[...] assumem em grande medida as principais características destes, tais
como: a multiplicidade e não-linearidade das mensagens, a flexibilização do
tempo e a virtualização dos relacionamentos e intercâmbios. O que temos,
por consequência, é uma espécie de digitalização dos significados coletivos
que fluem nos ambientes organizacionais. (SAAD CORRÊA, 2009b, p.319)
Influenciando de forma plausível no cenário da comunicação organizacional, as
tecnologias aperfeiçoam ferramentas e dispositivos digitais e ainda promovem uma
61
revisão e uma ruptura na tradicional lógica emissor-canal-receptor (MAINIERI;
RIBEIRO, 2011, p.2). “À medida que as pessoas se apropriam dessas tecnologias, as
organizações precisam pautar sua comunicação nessa nova realidade, nesse cenário
digital.” (idem)
De acordo com Torquato do Rego (1984 apud KUNSCH, 2003, p.70) as trocas
de informações entre os ambientes internos das organizações e os ambientes externos
(sociopolítico e econômico-industrial) possibilitam a reestruturação do processo
comunicacional de modo a criar condições para a devida conexão entre o microssistema
interno e o macrossistema social, consequentemente impactando o desenvolvimento
organizacional. A moderna dinâmica da sociedade em que as pessoas, individualmente
ou em grupos, se mobilizam, trocam informações, conhecimentos e experiências,
influencia fortemente o cenário empresarial (BUENO, 2009b, p.121).
Para Saad Corrêa (2009b, p. 319) o que se observa neste momento, no panorama
organizacional é um “[...] protagonismo do binômio simbiótico informaçãocomunicação gravitando em um novo espaço ‘universal totalizante’ de regras próprias; e
também simbiótico – o ciberespaço”. As tecnologias digitais potencializam a
comunicação corporativa destacando uma posição estratégica na organização,
integrando discursos e encerrando muitos elementos dos processos; assim sendo
necessitam de um planejamento sistemático para que gere resultados.
Certamente, a comunicação organizacional “[...] estará mais próxima do discurso
interativo potencializado pela Web do que do discurso monótono [...]” (BUENO,
2009b, p.76). Tanto para o público interno quanto externo, na era da tecnologia digital a
comunicação via mídias sociais pressupõe uma maior integração entre emissores e
receptores em uma permanente inversão de papéis, e ainda com espaço para diálogos,
conversações e colaborações (TERRA, 2010b, p.6).
Solis (2010, p.5) afirma que devido à sua constante evolução, ainda não se sabe
o verdadeiro impacto da mídia social nas organizações em termos de comunicação
corporativa e estratégias de marketing. Entretanto, o autor compreende que o atual
momento reflete uma pequena parte das possibilidades das mídias sociais que,
gradativamente envolvem todos os empreendimentos. Segundo Solis, esta nova mídia se
tornará mais abrangente, vindo a ser um fator crítico para o sucesso de qualquer
negócio.
“A evolução da nova mídia está também induzindo a uma incrível transformação
no serviço ao consumidor, relações com a comunidade, relações públicas (RP), e
comunicações corporativas – isto é a mais dramática evolução em décadas” (SOLIS,
62
2010, p.5). O consumidor efetivamente, tornou-se o foco dos serviços ao consumidor,
com uma filosofia de atendimento associada às estratégias que reduzem custos ao
interagir com compradores e influenciadores de outros compradores. A democratização
da mídia retoma a importância do público na comunicação corporativa, sendo necessária
a criação de equipes dedicadas a ouvir, aprender, engajar, mensurar e a adaptar em
tempo real.
Safko e Brake (2010, p.5) afirmam que mídia social seria uma nova tecnologia,
um conjunto único e moderno de ferramentas, que possibilita uma conexão eficiente e
construção de relacionamentos com clientes atuais e potenciais, exponencialmente mais
efetiva que mala direta, folheto publicitário, televisão, rádio, entre outras mídias
promocionais.
Kotler (2010, p.34) enxerga que “os consumidores acreditam mais uns nos
outros do que nas empresas. A ascensão das mídias sociais é apenas reflexo da migração
da confiança dos consumidores das empresas para outros consumidores”. A propaganda
boca a boca é mais confiável, pois ações mercadológicas viraram “sinônimo de vender,
usar a arte da persuasão e, até mesmo, de manipulação” (KOTLER, 2010, p.35). Mesmo
o marketing com foco no cliente, em certas ocasiões, excede a exaltação ao desempenho
e diferenciação do produto.
Bueno acredita que o conteúdo da comunicação organizacional nesse novo
momento econômico e social não fica exclusivamente a cargo das empresas, pois possui
caráter colaborativo.
A nova cultura da comunicação tem como pressuposto a colaboração em
massa, ou seja, organizações e cidadãos estão buscando estabelecer parcerias
para criar, inventar, produzir, comercializar e mesmo distribuir globalmente
bens, serviços e sobretudo conteúdos (BUENO, 2009b, 121).
Armano (2009) expõe cinco questões que as organizações terão que defrontar
em consequência das mudanças nos indivíduos, processos e tecnologias impulsionadas
pelo movimento coletivo chamado mídia social:
1. Integração – ao se assumir como um "negócio social", participando
efetivamente ao invés de utilizar as mídias sociais como mais uma
ferramenta de marketing, provavelmente influenciará todas as funções do
empreendimento, seja de Marketing, Relações Públicas, Comunicação
Corporativa, até Logística, por exemplo. O dilema está em qual
departamento ou função será responsável pela gestão da presença
63
corporativa nas plataformas sociais ou esta tarefa será centralizada,
distribuída ou híbrida.
2. Governança – a internet reúne e reunirá informações positivas e
negativas sobre qualquer organização. Tal conteúdo surgirá por parte do
público externo assim como de manifestações de seus colaboradores.
Portanto, torna-se essencial a elaboração de normas e regras para a
participação de funcionários nas plataformas da web.
3. Cultura – as empresas podem ser “abertas” ou “fechadas”, em termos de
transparência e colaboração em suas atividades ou no modo como
administram a questão do conhecimento corporativo. Novas formas de
envolver funcionários e públicos externos estão ao alcance das
organizações, contudo isto exige intenções e gestão estratégica.
4. Recursos Humanos – ao migrarem para um "negócio social”, certos
procedimentos e questões legais de gestão de pessoas deverão ser
revistos. Isto envolve novas diretrizes assim como treinamento específico
para que funcionários utilizem as ferramentas sociais a favor do trabalho,
em especial o departamento de atendimento ao consumidor.
5. Medição e ROI – as questões avaliação de resultados e retorno do
investimento (ROI) nunca deixarão de ser uma preocupação em uma
companhia. Entretanto, são necessárias outras métricas para mensurar as
iniciativas sociais, como por exemplo “autoridade”, grau de influência de
um usuário em um sistema social ou “atenção”, tamanho ou número de
usuários ativamente engajados. Por ser viabilizado pela tecnologia as
ações nas mídias sociais são passíveis de medições, contudo o grande
desafio é traçar relações com receitas ou redução de custos.
2.3.2 Estratégia de Presença Digital
De acordo com Elizabeth Saad Corrêa (2009a, p.173) as ações de comunicação
das organizações no ambiente digital são elaboradas tendo como foco as três grandes
vertentes da comunicação integrada: institucional, interna e mercadológica.
A autora propõe um modelo de presença digital capaz de ser adaptado aos
variados ambientes e contextos organizacionais (SAAD CORRÊA 2009a, p.175-181;
2009b, p.327-331). “O foco principal do modelo é olhar para a comunicação digital de
64
forma integrada e, especialmente, de forma oportuna e adequada no correlacionamento
entre públicos, mensagens e meios/formatos digitais” (SAAD CORRÊA, 2009b, p.331).
Para tanto, as organizações precisam definir um posicionamento estratégico e
formas de abordagem (ou compor os espaços-informação), tendo como referência
cultura e imagem organizacionais, propósitos e intenções da presença digital, públicos
de interesse e mensagens que exprimam a empresa a todos e a cada um dos públicos, ao
mesmo tempo.
Todas as instâncias são mediadas pelo que denominamos ferramentas de
comunicação digital, as quais dão forma aos conteúdos e ás mensagens
explorando, conforme o caso, recursos de hipermídia, design e arquitetura da
informação. (SAAD CORRÊA 2009a, p.175)
Para Saad Corrêa (2009a, p.175) tais instâncias devem ser determinadas, tendo
como base a estratégia global de comunicação da organização somadas às
peculiaridades dos variados públicos frente às mídias digitais. A Figura 2 apresenta o
conceito proposto pela autora, nomeado por ela de “avaliação estratégica de presença
digital”.
Figura 2: Avaliação Estratégica de Presença Digital
Fonte: SAAD CORRÊA, 2009a, p.176.
65
Saad Corrêa (2009a, p.176) coloca que, em um primeiro momento, a
organização deve avaliar como a cultura organizacional se manifesta em relação a itens
como inovação, tecnologia, computadores, internet etc. Ou seja, se as normas, valores,
atitudes e expectativas compartilhadas por todos os membros da organização estarão de
acordo com as estratégias digitais traçadas. O próximo passo seria delimitar o público
estratégico, principalmente o que concerne a acesso a web e afinidades com plataformas
digitais.
Tendo estas questões definidas, parte-se para estabelecer propósitos e intenções
da comunicação digital (SAAD CORRÊA 2009a, p.177). Para “[...] cada ambiente
corporativo gera um conjunto de propósitos específicos, mas quase sempre relacionados
a vantagens competitivas decorrentes do uso dos meios digitais” (2009b, p.329). A
autora cita como exemplos:
•
Agregação de valor à relação ambiente-usuário;
•
Construção e sustentação de relacionamentos e de comunidades de interesse;
•
Promoção de trocas interpessoais e intergrupais;
•
Acesso e uso de informações utilitárias e de informações para ação/decisão;
•
Criação de meio acelerador/facilitador dos fluxos de trabalho;
•
Geração de espaço de aquisição de conhecimentos.
Semelhante às propostas de Saad Corrêa (2009a; 2009b), Li e Bernoff (2009,
p.72-73) expõem que as organizações podem ter cinco objetivos primários ao estarem
presentes nas mídias sociais:
• Escutar – fazer pesquisa e entender melhor os clientes. Esse objetivo se encaixa
melhor em empresas que estejam buscando as percepções dos clientes para usar
em marketing e desenvolvimento.
• Falar – disseminar mensagens sobre sua empresa. Esse objetivo se aplica as
organizações preparadas para estender suas iniciativas atuais de marketing
digital (anúncios em banner, anúncios em sites de busca, e-mail) para um canal
interativo.
• Energizar – baseia-se na busca por clientes entusiasmados e uso do groundswell
potencializar o poder da propaganda boca a boca. Esse objetivo funciona melhor
com empresas que sabem que podem contar com fãs de suas marcas para
energizar.
66
• Apoiar – a organização define ferramentas de groundswell que possam ajudar
clientes a se apoiar mutuamente. Isso funciona para empresas com custos
significativos de suporte e com clientes que tem afinidade natural uns com os
outros.
• Incluir – integra clientes à maneira como o negócio funciona, usando, inclusive,
a ajuda da organização para projetar seus produtos. Esse é o objetivo mais
desafiador entre os cinco e se encaixa melhor em empresas que já tiveram
sucesso em um dos quatro objetivos anteriores.
Sendo definidas as variáveis como cultura, públicos e suas particularidades
como também propósitos e intenções:
[...] inicia-se a estruturação do conteúdo das mensagens comunicacionais,
formatadas quase que de forma personalizada. Inclui-se nesse conteúdo o que
chamamos de institucional ou coletivo, ou seja, o conjunto de informações
sobre a empresa que devem ser transmitidas independentemente das
características de cada público estratégico. (SAAD CORRÊA, 2009a, p.177)
No caso de sites de redes sociais, esse conteúdo deve ser relevante para os
usuários; caso contrário a presença da organização não promoverá conexões e interrelações entre eles, as comunidades digitais.
Os interesses comuns que cimentam uma comunidade podem ser de dois
tipos: práticos e/ou hedonistas. No primeiro grupo, encontram-se temas como
informações sobre produtos, empresas, tecnologias, passatempos, economia,
condições de trabalho, saúde, etc. Já as comunidades hedonistas são
organizadas em torno da troca e do consumo de experiências positivas em
torno de interesses pessoais como música, alimentação, viagens ou
características demográficas (pessoas acima de 60 anos, etc), entre outros
Interesses. (COUTINHO, 2007)
“Pessoas não criam contas no Facebook, YouTube, Twitter, ou outra rede social
para ouvir sobre marcas” (SOLIS, 2010, p.7). Segundo Solis, pessoas interessadas em
informações sobre empresas participam de sites específicos para reclamações de
consumidores ou fóruns on-line. Na mídia social as pessoas buscam respostas e
direcionamento, ao invés de mensagens ou discursos de vendas. Pessoas não falam ou
entendem sobre produtos ou serviços da mesma forma que as empresas. Para ser ouvida
a organização precisa comunicar-se com seu cliente como em uma comunicação
pessoal.
Na compreensão de Kotler (2010, p. 44):
67
Nas mídias sociais, uma marca é como um participante da rede. A identidade
da marca (ou seja, seu avatar) é classificada de acordo com o acúmulo de
experiência dentro da comunidade. Uma experiência ruim prejudicará a
integridade da marca e destruirá sua imagem na comunidade.
Montardo (2010, p.163) entende que as informações sobre uma empresa nas
mídias sociais não ficam sob seu domínio e se dispõem de uma forma
descontextualizada.
Para
a
autora,
em
um
ambiente
onde
predomina
o
descomprometimento institucional em relação às marcas:
[...] muitas vezes a identificação com conteúdos gerados de modo amador
resulta em uma identificação mais efetiva com os consumidores do que
comunicações formais (campanha de publicidade e propaganda, de relações
públicas, assessoria de Comunicação etc.). (MONTARDO, 2010, p.163)
Do ponto de vista de Li (2011, p.78) as pessoas não gostam do envio de
comunicações padronizadas e impessoais; uma prática comum do marketing e da
comunicação organizacional com seus colaboradores e consumidores. Para a autora (LI,
2011, p. 78-79) “a comunicação precisa deixar de ser apenas transacional, impessoal e
de curto prazo para se tornar um relacionamento mais pessoal, íntimo e de longo prazo”,
transmitindo significado e dando indícios de envolvimento. Como funcionários e
clientes detém poder neste momento, as empresas precisam ter por merecer a questão do
diálogo e discernir o momento certo para utilizá-lo.
As mídias sociais se apresentam como espaços para discussões de interesse
público entre pessoas e organizações, não cabendo a prática de promoção institucional
por meio de ações planejadas e controladas (MAINIERI; RIBEIRO, 2011, p.5).
Para Solis (2010, p.7-8) a forma de participação em cada uma das redes sociais
define o envolvimento com elas, assim como a habilidade em ouvir usuários enquanto
promove e sugere às pessoas a atuarem a favor da organização.
Na última etapa do modelo de estratégia digital são definidos os espaçosinformação para cada ação, que se referem a: conteúdo (dados e informações);
navegabilidade, design e arquitetura; utilização de hipermídia; fixar polifonias
narrativas; e adoção de recursos interativos para estimular o diálogo (SAAD CORRÊA,
2009a, p.177). Os espaços-informação (plataformas) e os conteúdos das ações de
comunicação digital devem dar conta, simultaneamente, dos “diferentes níveis de
interrelações e cruzamento de públicos e conteúdos” (CORRÊA, 2009a, p.177).
68
2.3.3 Posicionamento Estratégico Digital
O posicionamento é definido a partir do grau de engajamento do usuário da
mídia social ao conteúdo da comunicação digital organizacional e classificado em:
posicionamento 1.0 (em que a comunicação digital tende a ser informativa) e
posicionamento 2.0 (em que se privilegia a participação) (SAAD CORRÊA, 2009a,
p.178). Para estes posicionamentos, Saad Corrêa (2009a, p.179-180) ilustra dois
cenários possíveis para caracterizar tecnicamente a Comunicação Digital representados
na Tabela 1.
Tabela 1: Posicionamento Estratégico Digital
Cenário
Características
Técnicas
Instrumentos e Ferramentas
de Comunicação
Cenário 1.0
- Multimedialidade
- Hipermedialidade
- Interatividade
- Websites
- Jornais e revistas on-line
- E-mails
- Newsletters
Cenário 2.0
- Multimedialidade
- Hipermedialidade
- Interatividade
- Conteúdo gerado
pelo usuário
- Compartilhamento
- Diálogos
- Conversações
- Expressão/opinião: blogs,
wikis e SMS / comunidades
nas redes sociais
- Produção: sites de
compartilhamento de arquivos
digitais (imagem, áudio e
vídeo)
- Publicação/avaliação: sites
colaborativos de notícias
Formas de Participação do
Usuário
- Fale conosco
- Fóruns
- Bate-papos
- Faq´s
- Enquetes
- Expressão/opinião: blogs,
wikis e SMS / comunidades
nas redes sociais
- Produção: sites de
compartilhamento de arquivos
digitais (imagem, áudio e
vídeo)
- Publicação/avaliação: sites
colaborativos de notícias
Fonte: SAAD CORRÊA (2009a, p.178)
A possibilidade de posicionamento 1.0 ou cenário 1.0 é identificada pela mínima
influência do receptor da mensagem – no caso das plataformas digitais o usuário – no
conteúdo da comunicação; conteúdos com pouca personalização; controle do emissor no
conteúdo e nos vínculos com o usuário; e geralmente “transmitem um simulacro de
bidirecionalidade pela oferta de instrumentos de interatividade que não refletem
totalmente seu conceito” (SAAD CORRÊA, 2009a, p.179).
A absorção de um conjunto de tendências da web 2.0 pelo posicionamento 1.0,
ou seja, a participação e a geração de conteúdo pelo usuário (CGU) dá origem ao
posicionamento 2.0 ou cenário 2.0 (SAAD CORRÊA, 2009a, p.179). Estas
incorporações significam a desapropriação da empresa como polo emissor das
mensagens em prol dos usuários do sistema digital.
69
O cenário 2.0 traz, adicionado aos instrumentos e ferramentas de comunicação e
as formas de participação do usuário, elementos de expressão/opinião, onde existe a
prevalência do texto na manifestação do pensamento; de produção, por intermédio do
uso de mecanismos que facilitam a expressão audiovisual; e publicação e avaliação,
exibindo oportunidades para compartilhamento opinativo e qualitativo de conteúdos
(SAAD CORRÊA, 2009a, p.181).
Para Saad Corrêa (2009a, p.180) o processo unidirecional da comunicação
tradicional sede espaço para a bidirecionalidade e a digitalidade na realidade da
comunicação 2.0. Quem desfruta dos ambientes digitais da web 2.0. Ainda segundo a
autora:
[...] é reconhecido como o principal potencializador e propagador da
mensagem para outros grupos de pessoas. São mensagens baseadas em
experiências e formulações de opiniões projetadas para causarem reações. A
mensagem passa a ter um caráter muito especial, deixando de ser só um
anúncio de convencimento para dar lugar à opinião de alguém que vivenciou
uma experiência e tem algo a dizer sobre isso. (SAAD CORRÊA, 2009a,
p.180).
Além da organização, não mais deter o controle como emissor de conteúdo,
ainda representam componentes do cenário 2.0, a concepção e canais de informação e
conversação livres de fontes convencionais; significativo envolvimento e personalização
dos conteúdos pelos usuários; e considerável articulação coletiva (SAAD CORRÊA,
2009a, p.181).
2.3.4 Engajamento das Organizações nas Mídias Sociais
Para Safko e Brake (2010, p.183) engajamento é o principal objetivo da presença
corporativa em uma mídia social. Ações de resultados positivos em uma plataforma
social conseguem que os usuários interajam com a marca da empresa, ao mesmo tempo
em que personalizam, criam tags (palavras-chave associadas às informações) ou
classificam o conteúdo, compartilham informações com seus contatos, incluem
comentários, entre outras atividades.
Evans e McFee (2010, p. 11) argumentam que o processo de engajamento de
usuários é essencial para o sucesso das estratégias adotadas nas mídias sociais, assim
como é importante na adoção de práticas de negócios, tendo como base estas
plataformas interativas. Para os autores, utilizar as potencialidades das tecnologias
sociais para fins comerciais, ou social business, diz respeito à:
70
[...] dotar toda a sua organização para ouvir, engajar, entender e responder
diretamente através da conversação e por extensão na concepção de produtos
e serviços de uma forma que não só satisfaça consumidores, mas também os
encorajem a partilhar a sua satisfação com os outros.” (EVANS; MCFEE,
2010, p.12). 10
Na concepção de Li (2011, p.80) boa parte das organizações deixam explícitas
suas intenções mercadológicas ao tentar se engajar. De maneira equivocada, considerar
apenas a venda nesta atividade prejudica o relacionamento comercial de longo prazo e
leal.
“Engajamento em um contexto de tecnologia social depende de participação
ativa e colaboração, não de controle” (EVANS; MCFEE, 2010, p. 209). Portanto, não
basta falar unidirecionalmente, monitorar as conversações dos usuários ou se envolver
apenas para responder a uma insatisfação: a organização que opta por fazer parte de um
site de redes sociais deve ser participativa.
Li (2011, p.108) ainda comenta:
O diálogo é a base de qualquer relacionamento. Grande parte dele ocorre fora
da organização, e o engajamento que ele cria é facilmente observável. Há
momentos em que uma organização pode atribuir o faturamento ou os custos
mais baixos diretamente a determinadas conversas que se estabeleceram,
mas, na maioria das vezes, o diálogo contribui para o aprofundamento geral
de um relacionamento, cujos ganhos poderão se apresentar muito tempo
depois.
Em sua tese de doutorado Carolina Frazon Terra (2010a, p.172-178) propõe uma
ferramenta de análise da presença das organizações nas mídias sociais, chamada pela
pesquisadora de “matriz PE (Presença-Engajamento)”. Segundo a autora, este recurso
permite avaliar as ações corporativas nos softwares sociais tendo como parâmetros
“presença” (eixo x) – quantificação das plataformas onde a organização se mostra
presente – e “engajamento” (eixo y) – mensurando o nível de envolvimento, ou
relacionamento com os usuários destas plataformas. A Figura 3 é uma representação
gráfica deste conceito.
10
Tradução livre do autor.
71
Figura 3: Matriz PE (Presença-Engajamento)
Fonte: Adaptado de TERRA, 2010a, p.174.
Para o eixo de presença a pesquisadora estipulou os critérios: “iniciante” –
quando a organização se mostra presente em menos de três canais; “intermediário” –
participação entre quatro e sete canais; e “avançado” – atuação em oito ou mais canais.
Para o eixo de engajamento, a autora (TERRA, 2010a, p.160 e 173) propõe os
níveis: “reativo” – quando apenas responde reativamente ou não responde às indagações
dos usuários, divulgando informações e não sendo perceptíveis interações;
“intermediário” – onde responde quando solicitada ou em poucas situações e envolve-se
em poucas interações; e “proativo” – participa de diálogo, interage, repassa informações
que não da organização, responde e divulga sua presença.
Para enquadrar a organização na matriz proposta, em primeiro momento Terra
(2010a, p.173) certifica-se que a organização é responsável pela ação e sólida
participação. Em seguida atribui pontos de acordo com os níveis de presença e
engajamento, conforme a Tabela 2.
72
Tabela 2: Pontuação para Determinação dos Níveis de Presença e Engajamento
Eixos
Presença
Engajamento
Níveis
Pontuação
Iniciante
Intermediária
Avançada
Reativa
Intermediária
Proativa
1 ponto
2 pontos
3 pontos
1 ponto
2 pontos
3 pontos
Fonte: Adaptado de TERRA, 2010a, p.174
Li (2011, p.112) afirma que estar presente em múltiplos canais não é suficiente,
pois a principal questão do engajamento é o profundo envolvimento das organizações
com seus consumidores. Engajamento tem a ver com atualização frequente do conteúdo
do blog corporativo e respostas aos comentários postados no perfil do Facebook,
cativando o público de forma intensa e expressiva.
Ilustram Evans e McFee (2010, p. 209) que não se trata de atender a todas as
solicitações das pessoas que se manifestam. Entretanto respostas são essenciais e estas
devem passar a ideia de que a organização está ouvindo e considera o ponto de vista do
participante da plataforma social. Tal retorno deve ser educado e preciso, e de forma
clara explicar o porquê do pedido não poder ser aceito.
Para que as conversações em torno do contexto da organização aconteçam, os
autores explicam que as ações corporativas devem incentivar uma visível e transparente
colaboração (EVANS; MCFEE, 2010, p. 214).
73
3 PROCEDIMENTOS METODOLÓGICOS
Recortar componentes da internet para realizar um estudo científico trata-se de
uma difícil tarefa. O próprio site Facebook, reunia em julho de 2010 meio milhão de
usuários, cada qual com seu perfil, postagens, fotos, vídeos e links para outros tantos
milhões ou bilhões de páginas web, que poderiam ser modificados em qualquer
segundo.
Em conjunto com a imensidão e a autossimilidaridade, a heterogeneidade e o
dinamismo da internet – e de suas parcelas – colocam em cheque estratégias
de recorte e seleção de amostras solidamente estabelecidas tanto na pesquisa
quantitativa quanto na qualitativa. (FRAGOSO; RECUERO; AMARAL,
2011, p. 57)
Seguindo indicações de Fragoso, Recuero e Amaral (2011, p.59), nos itens
seguintes da dissertação todo processo de seleção e recorte da amostra será apresentado
em detalhes.
3.1 Seleção dos Perfis Corporativos a serem Analisados
Atualmente, inúmeras empresas marcam presença no Facebook interagindo com
seus públicos de interesse e, naturalmente, seria inviável observar todos perfis
corporativos existentes. Diante disto, com o intuito de viabilizar o projeto optou-se pela
pesquisa Top of Mind 2010 (TOP OF MIND 2010, 2010), realizada pelo Datafolha em
fevereiro de 2010, para delimitar o universo das organizações a serem pesquisadas.
O tradicional instituto de pesquisa, pertencente ao mesmo grupo do jornal Folha
de S. Paulo, entrevistou 2.069 pessoas nas capitais brasileiras São Paulo, Rio de Janeiro,
Belo Horizonte, Porto Alegre, Salvador e Brasília. O universo é composto por pessoas
de ambos os sexos, com mais de 14 anos e que acessam a Internet pelo menos três vezes
por semana. Este trabalho se relaciona à pesquisa proposta por ilustrar organizações que
vêm conseguindo destaque no que se refere à lembrança de marca junto à população da
internet brasileira.
Para eleger os perfis corporativos analisados nesta pesquisa, em primeiro
momento, considerou-se as organizações posicionadas em primeiro lugar nas vinte
categorias propostas pelo estudo Top of Mind 2010, conforme descrição do Tabela 3.
74
Tabela 3: Organizações em Destaque no Top of Mind 2010
Categoria
Marca/Empresa
Aparelho de telefone celular
Nokia
Artigo esportivo
Nike
Automóvel
Fiat
Banco*
Itaú / Bradesco
Produto de beleza*
Natura/Avon
Câmera digital
Sony
Cartão de crédito
Visa
Cerveja
Skol
Cia aérea*
TAM/Gol
Cia de seguros
Porto Seguro
Computador e notebook
Dell
E-commerce
Americanas.com
Fabricante de alimentos
Nestlé
Lanchonete
McDonald’s
Operadora de telefonia celular*
Oi / Vivo
Plano de saúde
Unimed
Refrigerador
Brastemp
Refrigerante
Coca-Cola
TV
LG
TV por assinatura
NET
* Duas marcas empatadas na liderança da categoria.
Fonte: Top of Mind 2010, 2010.
Tendo como objetivo evitar uma análise equivocada – de perfis falsos (fakes) ou
que foram adicionados à plataforma social por iniciativa pessoal – houve a preocupação
do pesquisador em encontrar perfis que realmente correspondam à iniciativas das
organizações em participar do Facebook. Para tanto, adotou-se o seguinte procedimento
metodológico: (1) definição dos sites corporativos – por meio do site de buscas Google
Brasil (www.google.com.br) os sites corporativos das empresas descritas no Quadro 4
foram identificados; (2) definição dos perfis corporativos no Facebook –
sistematicamente, procedeu-se com uma pesquisa nas homes dos sites visando encontrar
links para os perfis corporativos no site de redes sociais. Quando a organização não
disponibilizava seu perfil no Facebook na página inicial de seu website, a mesma foi
desconsiderada para a pesquisa; (3) acesso ao site Facebook – procedimento em que foi
verificada a existência do perfil corporativo, coletado o número de usuários que
aderiram ao botão “Curtir” (chamados de “seguidores”, “fãs” ou “curtidores”) e em qual
idioma são disponibilizadas as informações.
O resultado do procedimento, realizado em 27/06/2011 das 13h30 às 16h00, é
apresentado na Tabela 4.
75
Tabela 4: Sites e Perfis das Organizações em Destaque no Top of Mind 2010
Categoria
Empresa/
Marca
Aparelho de
Nokia
telefone celular
Artigo esportivo Nike
Site Oficial
Presença de
Link na
Home do Site
Corporativo
Perfis no
Facebook
Seguidores
Idioma
www.nokia.com.br
Sim
45.473
Português
www.nike.com/nikeos/p/ni
ke/pt_BR
Sim
402.493
Inglês
360.447
Português
48.139
Português
67.011
Português
3.252
Português
-
-
8.148
-
Português
-
140.812
Português
Automóvel
Banco*
Fiat
Itaú
Bradesco
www.fiat.com.br
www.itau.com.br
www.bradesco.com.br
Não
Não
Sim
Produto de
beleza*
Natura
www.natura.net
Não
www.facebook.com/
nokiabrasil
www.facebook.com/
nikerunning
www.facebook.com/
nikefutebol
www.facebook.com/
nswbrasil
www.facebook.com/
Nike6Brasil
www.facebook.com/
Bradesco
-
Avon
Câmera digital Sony
Cartão de
Visa
crédito
Cerveja
Skol
www.br.avon.com
www.sony.com.br
www.visa.com.br
Sim
Não
Não
www.br.avon.com
-
www.skol.com.br
Sim
Cia aérea*
TAM
www.tam.com.br
Sim
27.284
Português
Gol
www.voegol.com.br
Sim
213.172
Português
Cia de seguros Porto Seguro
www.portoseguro.com.br
Sim
www.facebook.com/
cervejaskol
www.facebook.com/
TAMAirlines
www.facebook.com/
GOLLinhasAereasIn
teligentes
www.facebook.com/
portoseguro.seguros
3.004
Português
Computador e
notebook
E-commerce
Fabricante de
alimentos
Lanchonete
Operadora de
telefonia
celular*
www.dell.com.br
Não
-
-
-
Americanas.com www.americanas.com.br
Nestlé
www.nestle.com.br
Não
Não
-
-
-
McDonald’s
Oi
www.mcdonalds.com.br
www.oi.com.br
Não
Não
-
-
-
Vivo
www.vivo.com.br
Sim
93.598
Português
Plano de saúde Unimed
Refrigerador
Brastemp
www.unimed.com.br
www.brastemp.com.br
Não
Sim
6.995
Português
Refrigerante
TV
TV por
assinatura
www.cocacola.com.br
www.lge.com/br
www.netcombo.com.br
Não
Não
Sim
www.facebook.com/
vivo
www.facebook.com/
assimumabrastemp
www.facebook.com/
NEToficial
7.189
Português
Dell
Coca-Cola
LG
NET
* Duas marcas empatadas na liderança.
Ao aplicar o método para encontrar os perfis oficiais, um dado incomum às
outras organizações surgiu: a empresa de produtos esportivos Nike apresentou quatro
contas distintas. Cada uma delas destina-se a uma linha de produto diferente: “Nike
Running”, para produtos destinados à prática da corrida; “Nike Futebol”, produtos para
76
futebol; “Nike Sportswear Brasil”, roupas esportivas e “Nike 6.0 Brasil”, produtos para
Surf, Wakeskate, Motocross, BMX, Snowboard e Sky. Todos os perfis foram
considerados para esta análise.
Tendo como base as organizações listadas no Quadro 5, um segundo recorte foi
aplicado e três perfis corporativos foram selecionados por atenderem aos critérios:
1) apresentar os maiores números de usuários que aderiram ao botão “Curtir”
da fan page corporativa;
2) ser um perfil no Facebook apontado por meio de links na página principal
dos sites corporativos;
3) mensagens da seção “mural” das páginas exclusivamente direcionadas ao
público brasileiro, portanto no idioma português.
As organizações/marcas estudadas nesta pesquisa estão descritas na Tabela 5.
Tabela 5: Organizações Pesquisadas
Empresa
Site Oficial
Perfil Oficial no Facebook
Números de
“Curtir”
Nike
www.nikefutebol.com
www.facebook.com/nikefutebol
360.447
Gol
www.voegol.com.br
www.facebook.com/gollinhasaereasinteligentes
213.172
Skol
www.skol.com.br
www.facebook.com/cervejaskol
140.812
Por apresentarem, dentre as empresas listadas pelo Top of Mind 2010 , os
maiores índices de aceitação por parte dos usuários do Facebook, expressos pela
contagem do sistema das pessoas que clicaram no botão “Curtir”, acredita-se que estes
sujeitos de pesquisa sirvam como bons exemplos de presença digital. Acredita-se
também que os perfis corporativos selecionados possuam quantidade considerável de
mensagens e índices de interação para uma análise adequada das manifestações de
comunicação organizacional no site de redes sociais.
Consequentemente, destas páginas do Facebook, foram extraídos os dados
tratados, analisados e interpretados, tendo como foco a convergência dos resultados com
o referencial teórico.
77
3.2 Caracterização das Organizações
3.2.1 Nike
A empresa norte-americana foi fundada em 1972 por Bill Bowerman e Phil
Knight, respectivamente treinador e integrante da equipe de corrida da Universidade de
Oregon (NIKE, 2011). Além da Nike, a companhia detém as marcas Cole Haan, Inc.
Converse, Hurley Internacional LLC, Golfe NIKE e Umbro Ltd. Com sede em
Beaverton, Oregon, atua em mais de 160 países, empregando direta ou indiretamente
cerca de um milhão de pessoas.
De acordo com Deng (2009, p.102) a Nike, Inc. é líder no segmento de vestuário
e equipamentos esportivos. O nome da marca foi inspirado na mitologia grega e referese à deusa da vitória. A empresa desenvolve e comercializa roupas, calçados,
equipamentos e acessórios, todos estes itens para diferentes categorias de esportes. O
patrocínio de equipes esportivas e atletas de alto nível em todo o mundo faz parte da
estratégia promocional da Nike, que também, investe pesado em publicidade e
promoção de marca.
Em entrevista para a revista Proxxima (MARCONDES, 2011, p.45) Tiago Pinto,
diretor de marketing da Nike do Brasil, afirma que a empresa está convencida da
potencialidade do relacionamento digital e enxerga a possibilidade de repasse de
informações sobre seus produtos em comunidades virtuais como a Nike Futebol. Ainda
segundo o executivo da multinacional, as plataformas sociais são utilizadas para
aproximar consumidores da marca e atletas. Pinto revela que desde abril de 2011, a
Nike é responsável pela manutenção do perfil do jogador de futebol Neymar no
Facebook, obtendo resultados positivos.
3.2.2 Gol Linhas Aéreas Inteligentes
Fundada em 2001 a Gol Linhas Aéreas Inteligentes é uma empresa brasileira e
atua no mercado de aviação civil (GOL LINHAS AÉREAS INTELIGENTES, 2011).
Seu modelo de negócio está calcado no conceito “baixo custo, baixa tarifa”, o que
contribuiu com a popularização da viagem por avião no país. Atualmente está em
operação com 115 aeronaves em diferentes rotas da América do Sul e Caribe, realizando
quase 900 voos diários para 71 destinos em 13 países.
78
A companhia aérea detém 35,39% do mercado doméstico de aviação comercial,
segundo informações de maio de 2011 da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac)
(GOL LINHAS AÉREAS INTELIGENTES, 2011). A Gol disputa mercado diretamente
com a TAM e esteve à sua frente em fevereiro de 2011 com cerca de 40% de
participação (FOLHA.COM, 2011). Entretanto, a principal concorrente reassumiu a
liderança já no mês seguinte.
Em 2009, a empresa comprou a Nova Varig por US$ 320 milhões e em uma
negociação recente adquiriu o controle acionário da Webjet por R$ 96 milhões
(FOLHA.COM, 2011), o que pode garantir a liderança nacional no setor de transportes
aéreos.
A entrada da Gol na web 2.0 deu-se em 2010 como decisão estratégica após a
realização de um diagnóstico de imagem nas redes sociais virtuais (FURQUIM, 2011).
Investindo em gestão de conteúdo e relacionamento, a empresa aérea ainda criou um
blog, utilizado como uma plataforma de convergência de todos os canais de mídias
sociais.
3.2.3 Skol
Lançada em 1967 a Skol faz parte do portfólio de marcas de cervejas da
Companhia de Bebidas das Américas - Ambev (AMBEV, 2011). Quando a Ambev foi
instituída em 1999, a marca tornou-se líder do mercado nacional e é a quarta cerveja
mais comercializada do mundo. A estratégia é se posicionar como um produto de
“espírito jovem” e buscar associação com o entretenimento.
Movimentando 56 bilhões de reais por ano o setor cervejeiro brasileiro investe
cerca de 1 bilhão de reais em propaganda (GRANDO, 2011). A participação da Skol
neste volume de vendas é de 32%.
A marca sempre investiu em inovação, seja alterando a forma de apresentação
do produto – em latas de 269 ml ou garrafa big neck – ou criando uma nova fórmula –
como a Skol 360(GRANDO, 2011). Focada nos consumidores jovens, entre 18 e 25
anos, a cerveja emprega recursos na realização de eventos como shows de rock ou festas
de música eletrônica. Alguns exemplos são o Skol Beats, Skol Sensation, Skol Rio,
Praia Skol, Skol Spirit, Skol Stage e Bloco Skol no Carnaval de Salvador (AMBEV,
2011). Sua comunicação é marcada por uma linguagem irreverente, adequada ao perfil
jovem, e a campanha publicitária “desce redondo” alçou a Skol à cerveja mais
consumida no Brasil em 1998 (GRANDO, 2011).
79
Em relação à utilização de mídias sociais como canal de contato com o
consumidor, a Skol foi a primeira entre as marcas de cerveja nacionais a entrar no
Twitter, em setembro de 2009, e no Facebook, em dezembro do mesmo ano
(GRANDO, 2011). De acordo com Grando (2011) a marca não utiliza a plataforma
social para promover campanhas publicitárias, mas para oferecer “dicas de assuntos
para a happy hour e vídeos bizarros que são ‘viralizados’ na internet”. Esta abordagem
resulta em um volume maior de acessos, se comparados a outras cervejas tanto da
Ambev quanto da concorrência.
Ações nas tecnologias sociais é prática comum para a marca da cerveja. O
primeiro show ao vivo do YouTube no continente latino americano teve patrocínio da
Skol (GRANDO, 2011). Reunindo artistas sertanejos, o evento transmitido em
novembro de 2010 no site de compartilhamento de vídeos teve 6 milhões de pessoas
conectadas. Na data de sua realização, pelo período de 14 horas esteve no topo da lista
de assuntos mais comentados do Twitter.
3.3 Montagem do Corpus de Estudo
Em julho de 2011, o pesquisador entrou no sistema do Facebook e acessou ao
mesmo tempo as páginas dos perfis das organizações do recorte estipulado para a
montagem do corpus de estudo. Foram coletados de forma integral, os dados
(mensagens diárias) referentes aos meses de janeiro a junho de 2011 (seis meses) por
meio do arquivamento destas páginas no formato PDF (Portable Document Format),
refletindo um momento das comunicações destas empresas na plataforma digital.
Para que a amostra de textos analisada envolvesse um ciclo completo de
manifestações comunicacionais das organizações do recorte e não fosse tendenciosa, a
pesquisa adotou o método intitulado “semana construída” (RIFFE; LACY; FICO, 2008,
p.113-116), também chamado de “semana artificial” (BAUER, 2008, 196-197).
Seguindo este procedimento, a “semana” que passou pela análise de conteúdo não é
coincidente com as datas do calendário, portanto não se trata de uma série sequencial de
postagens diárias das organizações no software social. A “semana” foi criada
artificialmente por meio da seleção randômica de cada dia da semana (RIFFE; LACY;
FICO, 2008, p.113). Riffe et. al (1993, apud RIFFE; LACY; FICO, 2008, p.114-115)
afirmam que a seleção de duas “semanas construídas” na análise de jornais diários é o
suficiente para inferir o conteúdo de um ano de publicações.
80
Este conceito foi adaptado nesta pesquisa em que foram preparadas duas
“semanas artificiais”: uma com a amostra de textos extraída aleatoriamente dentre o
primeiro trimestre de 2011 (janeiro-março) e outra com mensagens coletadas do
segundo trimestre (abril-junho). Compondo duas “semanas produzidas” de sete dias (de
segunda a domingo) a intenção foi evitar um possível enviesamento da amostra que
datas comemorativas ou promocionais poderiam oferecer na contagem de freqüência
dos termos chaves.
Na pesquisa quantitativa para internet, ao buscar a generalização dos resultados
torna-se necessário a obtenção de uma amostra representativa, uma “reconstrução
reduzida, porém real, do universo que se deseja investigar” (RODRIGUEZ OSUNA,
1989 apud FRAGOSO; RECUERO; AMARAL, 2011, p. 62). Para Fragoso, Recuero e
Amaral (2011, p.62) arquitetar uma amostra dentro deste delineamento resulta na
escolha de critérios probabilísticos de seleção e recorte.
Portanto, para a seleção da amostra (determinação das datas dentre os seis meses
de mensagens coletados), optou-se pelo conceito de amostragem sistemática proposto
por Gil (2006, p.102). Neste método define-se um ponto de partida aleatório entre 1 e o
número inteiro mais próximo do resultado da equação “N/n”, onde “N” representa o
número total de elementos da população e “n” o número de elementos da amostra. Em
seguida, se determina um intervalo constante e o pesquisador seleciona, por exemplo, o
terceiro, quarto ou quinto elemento da amostra. De acordo com Bauer (2008, p.167)
“[...] escolhendo cada terceiro, quarto, sexto, oitavo ou nono, etc. dia, por um longo
período, é criada uma amostra sem periodicidade”. Para Krippendorff (2004, p.115) este
procedimento é favorável na análise de conteúdo de textos com publicações regulares.
“A amostragem estatística fornece um racional para estudar um pequeno número de
textos e assim mesmo poder tirar conclusões sobre a coleção completo dos textos.”
(BAUER, 2008, p.196)
Sendo assim, para este estudo, “N” (população) = 365 (total de dias do ano de
2011); “n” (amostra) = 90 (total de dias de cada trimestre coletado); o intervalo = 4; e o
ponto de partida escolhido aleatoriamente = 3. Portanto, serão escolhidos para compor a
amostra os dias que ocupam a posição terceira, sétima, décima primeira, décima quinta
etc. dentro da lista de dias, composta pelos dois trimestres (conforme Tabela 6).
81
Tabela 6: Amostragem / Datas Selecionadas
Dom Seg Ter Qua Qui Sex Sab
1
3
4
5
6
7
8
2
10 11 12 13 14 15
9
Janeiro
16 17 18 19 20 21 22
23 24 25 26 27 28 29
1
2
3
4
5
30 31
7
8
9
10 11 12
6
13 14 15 16 17 18 19
Fevereiro
20 21 22 23 24 25 26
1
2
3
4
5
27 28
7
8
9
10 11 12
6
13 14 15 16 17 18 19
Março
20 21 22 23 24 25 26
27 28 29 30 31
Meses
SEGUNDO TRIMESTRE 2011
PRIMEIRO TRIMESTRE 2011
Meses
Abril
Maio
Junho
Dom Seg Ter Qua Qui Sex Sab
1
2
4
5
6
7
8
9
3
10 11 12 13 14 15 16
17 18 19 20 21 22 23
24 25 26 27 28 29 30
2
3
4
5
6
7
1
9
10 11 12 13 14
8
15 16 17 18 19 20 21
22 23 24 25 26 27 28
1
2
3
4
29 30 31
6
7
8
9
10 11
5
12 13 14 15 16 17 18
19 20 21 22 23 24 25
26 27 28 29 30
As duas “semanas artificiais” foram desenvolvidas a partir dos dias da semana
selecionados na Tabela 6. Para o primeiro trimestre as unidades de amostragem serão: 3
domingos, 4 segundas-feiras, 3 terças-feiras, 3 quartas-feiras, 3 quintas-feiras, 3 sextasfeiras e 3 sábados; e no segundo trimestre: 4 domingos, 3 segundas-feiras, 3 terçasfeiras, 3 quartas-feiras, 4 quintas-feiras, 3 sextas-feiras e 3 sábados.
Assim, o corpus de análise reunirá os textos de 45 dias de postagens de cada um
dos três perfis corporativos do site de redes sociais.
3.4 Procedimento da Análise de Conteúdo e Critério de Categorização
As páginas dos perfis do Facebook abrigam variadas informações em diferentes
formatos (textos, imagens, vídeos, jogos, aplicativos, entre outros) e seções. O interesse
deste estudo é a manifestação organizacional expressa na seção intitulada “mural”,
basicamente composta por mensagens de texto.
O método eleito para estudo destes textos é a análise de conteúdo e a definição
das categorias de análise tem como base o critério de categorização semântico
(BARDIN, 2004). Neste critério procura-se no conteúdo da mensagem elementos que a
“significavam” como um dos conceitos apresentados e a classifica e a reagrupa em
categorias temáticas (BARDIN, 2004, p.111). Tendo como subsídio os preceitos
teóricos de Kunsch (2003) e Lupetti (2009) para esta pesquisa, foram definidas as
categorias descrita na Tabela 7.
82
Tabela 7: Critério de Categorização
Conteúdo da
Comunicação
Institucional
Subáreas
Marketing
Social
Marketing
Cultural
Marketing
Esportivo
Jornalismo
Empresarial
Assessoria de
Imprensa
Identidade
Corporativa
Imagem
Corporativa
Editoração
Multimídia
Propaganda
Institucional
Mercadológica Publicidade
Promoção de
Vendas
Eventos
Conteúdos Associados
Ideia social; causa social; sociedade; meio ambiente; necessidades
sociais; programa social.
Patrocínio cultural; apoio cultural.
Eventos esportivos; patrocínio de evento; nomes de atletas.
Informações sobre a empresa em linguagem jornalística, com foco
no público em geral.
Informações sobre a empresa em linguagem jornalística, com foco
nos veículos de comunicação (mídia).
Informações sobre a estrutura da empresa, organização funcional,
histórico, filiais, etc.; apresentação de valores, filosofias e
políticas.
Manifestações do público em geral a respeito de como percebem a
organização.
Tratamento técnico-profissional ao produto comunicacional por
meio de recursos multimidias (texto, som e imagem).
Divulgação das realizações da empresa; age sobre a sociedade,
sem interesse mercadológico.
Atributos, características e benefícios de produtos e serviços.
Ações publicitárias para promoção da marca/produto.
Regulamentos; datas e fases de promoções; descontos; e brindes.
Informações sobre feiras; exposições; congressos; workshops;
seminários; lançamentos de produtos; convenções; entre outros
eventos.
Marketing
Catálogo de vendas; mala direta; telemarketing; e envio de
brindes.
Direto
Merchandising Exibitécnica; layout do ambiente; demonstração do produto;
promotores de vendas; degustação; materiais de ponto-de-vendas
(banners, displays, cartazes e faixas).
Venda Pessoal Comunicações de vendas aplicada diretamente ao consumidor via
equipe comercial.
No intuito de avaliar e testar a metodologia proposta no projeto de pesquisa
optou-se pela realização de uma investigação preliminar em abril de 2011. Foram
coletadas, tratadas e analisadas as mensagens postadas no “mural” do perfil da Brahma
– organização ocupante da primeira posição da categoria Top Lan House do “Prêmio
Top Especiais”, integrante da mesma pesquisa utilizada para definir o recorte dos perfis
corporativos a serem estudados neste trabalho. Foram coletadas 74 mensagens em 28 de
abril de 2011, às 16h30, abrangendo o período de três meses (01 de janeiro a 31 de
março de 2011). Os dados foram posteriormente categorizados de acordo com o critério
exposto na metodologia do projeto de pesquisa.
Esta pesquisa prévia, além de ser apresentada no exame de qualificação do
Programa de Mestrado, foi enviada para avaliação dos professores-doutores Marcélia
83
Lupetti (Fundação Armando Álvares Penteado – FAAP e Escola Superior de
Administração e Gestão – ESAGS), João José Azevedo Curvello (Universidade
Católica de Brasília – UCB-DF) e Claudio Guimarães Cardoso (Universidade Federal
da Bahia – UFBA) que levantaram algumas questões e ofereceram direcionamentos
(entrevistas concedidas por e-mail estão apresentadas nos apêndices D, E e F).
Os resultados que surgiram da pesquisa preliminar foram discutidos com estes
pesquisadores e, principalmente, examinou-se pormenorizadamente o critério de
categorização. Tal procedimento se mostrou necessário devido a uma característica
apresentada em certas manifestações comunicacionais digitais das organizações que não
podiam ser relacionadas aos conceitos teóricos da Comunicação Organizacional de
Kunsch (2003) e Lupetti (2009).
O fenômeno comunicacional encontrado na plataforma social tende para a
informalidade, algo incomum na tradicional comunicação organizacional, adequado ao
perfil de usuários de mídias sociais que procuram um relacionamento mais próximo por
meio de diálogos. Traços de abordagens mercadológicas ou institucionais não se
mostraram presentes nesses tipos de comunicação, o que resultou na inclusão de uma
terceira coluna no critério de classificação.
Como estes exemplos da comunicação praticada pelas empresas utilizando esta
tecnologia digital pretendem a aceitação social perante um grupo de usuários, optou-se
por atribuir o termo “comunicação relacional”. Em qualquer tipo de grupo que se forma,
seja para cumprir metas sociais ou acadêmicas, para relações de amizades ou para a
atuação profissional, a comunicação é o amálgama que mantém sua unidade por
possibilitar o interrelacionamento entre seus membros. O conteúdo das mensagens
trocadas podem definir quem participa ou quem é excluído do grupo.
Para Keyton (1999, p. 192):
[...] a comunicação relacional em grupos se refere às mensagens verbais e
não verbais que criam o tecido social de um grupo através da promoção de
relacionamentos entre membros do grupo. É a dimensão afetiva ou
expressiva de comunicação em grupo, ao contrário da dimensão instrumental,
ou orientada para tarefas.11
Watzlawick, Beavin e Jackson (1967 apud KEYTON, 1999, p.196) acreditam
que todas as mensagens que são trocadas entre os membros de um grupo possuem
conteúdo e informação relacional. Para estes autores (apud O’SULLIVAN; HUNT;
LIPPERT, 2004, p. 485-486):
11
Tradução livre do autor.
84
[...] cada mensagem contém elementos de conteúdo e elementos relacionais.
A porção de conteúdo é a mensagem em si própria (usualmente os elementos
verbais), enquanto o conteúdo relacional fornece contexto à mensagem ao
transmitir o status das relações entre os interlocutores (normalmente os
elementos não verbais). As pistas de proximidade (mediatizadas ou
presenciais) podiam ser vistas como a parte relacional da mensagem, no
sentido em que elas direcionam a orientação/intenção dos emissores nas suas
relações com os receptores. 12
Portanto, ao analisar o conteúdo das mensagens que circulam entre indivíduos de
um grupo, sejam estas mensagens intermediadas ou não, pode-se descobrir o grau de
proximidade entre seus integrantes.
Segundo Keyton (1999, p. 196) a intensidade da carga relacional das mensagens
varia de acordo com a mensagem em si, assim como do estilo verbal e não verbal do
emissor.
Como resultado do processo comunicacional – incluindo-se os graus de
desenvolvimento
do
grupo,
de
desenvolvimento
do
relacionamento
e
do
desenvolvimento do significado compartilhado – obtém-se o processo relacional, que
confere dinâmica aos múltiplos e simultâneos relacionamentos que ocorrem em um
grupo (KEYTON, 1999, p.197).
Ainda para a autora (KEYTON, 1999, p.197) os resultados relacionais são
normas de grupo, coesão e satisfação dos membros e, ainda, pontos considerados
negativos como pensamento grupal e estresse. Estes resultados, de uma maneira cíclica,
influenciam o conteúdo da tarefa e o conteúdo relacional.
No caso desta nova classe de mensagens corporativas postadas no Facebook as
organizações demonstram intenção de estreitar relacionamentos, conquistar a confiança
e estabelecer diálogos com as pessoas que já se interrelacionam virtualmente, ou seja, a
meta é pertencer aos grupos sociais articulados no site social. A empresa pretende
manter a conexão social na rede que ela mesma idealizou e incentiva, representando
mais um nodo ou indivíduo (FERNÁNDEZ, 2008), ator ou nó desta rede
(WASSERMAN; FAUST, 1994; DEGENNE; FORSE, 1999 apud RECUERO, 2009a,
p.24). Como ilustrou o Professor Doutor João José Azevedo Curvello (2011, linhas 2627), no ambiente empresarial permeado pela web 2.0, colaborativa e interativa, as
organizações “[...] são apenas mais um dos atores-rede [...]”.
12
Tradução livre do autor.
85
Sendo assim, o critério de classificação alterado é mostrado na Tabela 8.
Tabela 8: Novo Critério de Categorização
Conteúdo da
Comunicação
Institucional
M ercadológica
S ubáreas
M arketing
Social
M arketing
Cultural
M arketing
Esportivo
Jornalismo
Empresarial
Assessoria de
Imprensa
Identidade
Corporativa
Imagem
Corporativa
Editoração
M ultimídia
Propaganda
Institucional
Publicidade
Promoção de
Vendas
Eventos
Relacional
Conteúdos As s ociados
Ideia s ocial; caus a s ocial; s ociedade; meio ambiente; neces s idades
s ociais ; programa s ocial.
Patrocínio cultural; apoio cultural.
Eventos es portivos ; patrocínio de evento; nomes de atletas .
Informações s obre a empres a em linguagem jornalís tica, com foco
no público em geral.
Informações s obre a empres a em linguagem jornalís tica, com foco
nos veículos de comunicação (mídia).
Informações s obre a es trutura da empres a, organização funcional,
his tórico, filiais , etc.; apres entação de valores , filos ofias e
políticas .
Manifes tações do público em geral a res peito de como percebem a
organização.
Tratamento técnico-profis s ional ao produto comunicacional por
meio de recurs os multimidias (texto, s om e imagem).
Divulgação das realizações da empres a; age s obre a s ociedade,
s em interes s e mercadológico.
Atributos , caracterís ticas e benefícios de produtos e s erviços .
Ações publicitárias para promoção da marca/produto.
Regulamentos ; datas e fas es de promoções ; des contos ; e brindes .
Informações s obre feiras ; expos ições ; congres s os ; work s hops ;
s eminários ; lançamentos de produtos ; convenções ; entre outros
eventos .
M arketing
Catálogo de vendas ; mala direta; telemark eting; e envio de
brindes .
Direto
M erchandising Exibitécnica; layout do ambiente; demons tração do produto;
promotores de vendas ; degus tação; materiais de ponto-de-vendas
(banners , dis plays , cartazes e faixas ).
Venda Pessoal Comunicações de vendas aplicada diretamente ao cons umidor via
equipe comercial.
Informações de interes s e dos s eguidores dos perfis colaborativos ,
numa linguagem impes s oal e próxima do perfil do público, com
intenção de es tabelecer diálogos , convers ações ou colaborações .
Além de avaliar com base nos dados gerados pela análise de conteúdo quais
modalidades da comunicação organizacional têm prevalência nas estratégias de
comunicação digital, este estudo pôde analisar as organizações do recorte sob o ponto
de vista do posicionamento estratégico digital (SAAD CORRÊA, 2009a; 2009b) e
engajamento das organizações nas mídias sociais (TERRA, 2010b; 2011). Isto foi
possível por meio da análise dos números absolutos de interação: quantidades de
mensagens geradas pelas organizações e pelos usuários por assunto, recomendações
positivas (ou “Curtir”) e respostas das organizações aos usuários.
86
4. APRESENTAÇÃO DOS RESULTADOS
4.1 Exemplo de Procedimento
Os dados coletados nas páginas do Facebook foram inseridos em planilhas do
Microsoft Office Excel (programa de planilha eletrônica) para tratamento, sendo
organizados por data de postagem. Cada mensagem foi classificada em conteúdo
Mercadológica, Institucional ou Relacional e em seguida dividida por suas subáreas de
acordo com o assunto principal da mensagem identificado pela presença de palavraschaves (descritas na Tabela 8).
Foram também levantados os dados presença ou não de links nas mensagens e
seu conteúdo e números totais de interações “Curtir”, comentários e respostas à usuários
por parte das organizações.
A Tabela 9 apresenta um exemplo deste procedimento, ilustrando os resultados
do perfil corporativo da Nike em datas específicas.
87
Tabela 9: Procedimento para o Perfil Corporativo da Nike
88
4.2 Dados das Semanas Construídas
A partir do Tabela 6 – que indica as datas em que seriam coletados os dados
(mensagens) – foram elaboradas as duas “semanas artificiais” para cada uma das
organizações pesquisadas. As Tabelas 10, 11 e 12 trazem as “semanas construídas”
neste procedimento e relativas ao primeiro e segundo trimestre do ano de 2011.
Tabela 10: Semana Construída para a Nike
Empresa: Nike
Segunda
Semana Construída - 1º Trimestre de 2011
Terça
Quarta
Quinta
Sexta
Sábado
Domingo
Total
Geral
Total de Datas
4
2
3
2
2
2
2
17
Porcentagem
23,5%
11,8%
17,6%
11,8%
11,8%
11,8%
11,8%
100,0%
6
4
7
5
3
2
5
32
18,8%
12,5%
21,9%
15,6%
9,4%
6,3%
15,6%
100,0%
Domingo
Total
Geral
Total de Mensagens
Porcentagem
Segunda
Semana Construída - 2º Trimestre de 2011
Terça
Quarta
Quinta
Sexta
Sábado
Total de Datas
2
3
3
4
3
1
3
19
Porcentagem
10,5%
15,8%
15,8%
21,1%
15,8%
5,3%
15,8%
100,0%
6
7
9
13
6
2
10
53
11,3%
13,2%
17,0%
24,5%
11,3%
3,8%
18,9%
100,0%
Total de Mensagens
Porcentagem
89
Tabela 11: Semana Construída para a Gol
Empresa: Gol
Segunda
Semana Construída - 1º Trimestre de 2011
Terça
Quarta
Quinta
Sexta
Sábado
Domingo
Total
Geral
Total de Datas
3
2
3
2
2
2
1
15
Porcentagem
20,0%
13,3%
20,0%
13,3%
13,3%
13,3%
6,7%
100,0%
5
4
6
7
3
2
1
28
17,9%
14,3%
21,4%
25,0%
10,7%
7,1%
3,6%
100,0%
Domingo
Total
Geral
Total de Mensagens
Porcentagem
Segunda
Semana Construída - 2º Trimestre de 2011
Terça
Quarta
Quinta
Sexta
Sábado
Total de Datas
3
3
3
4
3
0
2
18
Porcentagem
16,7%
16,7%
16,7%
22,2%
16,7%
0,0%
11,1%
100,0%
Total de Mensagens
Porcentagem
10
12
11
18
68
0
4
123
8,1%
9,8%
8,9%
14,6%
55,3%
0,0%
3,3%
100,0%
Domingo
Total
Geral
Tabela 12: Semana Construída para a Skol
Empresa: Skol
Segunda
Semana Construída - 1º Trimestre de 2011
Terça
Quarta
Quinta
Sexta
Sábado
Total de Datas
4
3
3
3
3
0
0
16
Porcentagem
25,0%
18,8%
18,8%
18,8%
18,8%
0,0%
0,0%
100,0%
8
11
7
5
5
0
0
36
22,2%
30,6%
19,4%
13,9%
13,9%
0,0%
0,0%
100,0%
Domingo
Total
Geral
Total de Mensagens
Porcentagem
Segunda
Semana Construída - 2º Trimestre de 2011
Terça
Quarta
Quinta
Sexta
Sábado
Total de Datas
3
3
3
4
3
1
2
19
Porcentagem
15,8%
15,8%
15,8%
21,1%
15,8%
5,3%
10,5%
100,0%
6
8
13
10
15
4
2
58
10,3%
13,8%
22,4%
17,2%
25,9%
6,9%
3,4%
100,0%
Total de Mensagens
Porcentagem
4.3. Dados Coletados com a Categorização
Seguindo o critério de categorização estipulado para esta pesquisa e proposto na
metodologia (Tabela 8) foram obtidos os resultados que seguem expostos nas Tabela
13, 14 e 15.
90
Tabela 13: Resultados da Pesquisa para a Nike
Mensagens
Total de Interações
Curtir Comentários
Nike - 1º Trimestre de 2011
Conteúdo da
Comunicação
Respostas
Nº
Absolutos
%
Marketing Social
Marketing Cultural
Marketing Esportivo
Jornalismo Empresarial
Assessoria de Imprensa
Identidade Corporativa
Imagem Corporativa
Editoração Multimídia
Propaganda Institucional
1
0
2
0
0
1
0
0
0
4
3,1%
0,0%
6,3%
0,0%
0,0%
3,1%
0,0%
0,0%
0,0%
12,5%
Publicidade
Promoção de Vendas
Eventos
Marketing Direto
Merchandising
Venda Pessoal
Total
6
0
7
0
0
0
13
18,8%
0,0%
21,9%
0,0%
0,0%
0,0%
40,6%
Relacional
15
46,9%
32
100,0%
Nº
Absolutos
%
Marketing Social
Marketing Cultural
Marketing Esportivo
Jornalismo Empresarial
Assessoria de Imprensa
Identidade Corporativa
Imagem Corporativa
Editoração Multimídia
Propaganda Institucional
0
0
0
0
0
5
0
0
0
5
0,0%
0,0%
0,0%
0,0%
0,0%
9,4%
0,0%
0,0%
0,0%
9,4%
Publicidade
Promoção de Vendas
Eventos
Marketing Direto
Merchandising
Venda Pessoal
Total
7
0
3
0
0
0
10
13,2%
0,0%
5,7%
0,0%
0,0%
0,0%
18,9%
Relacional
38
71,7%
53
100,0%
Institucional
32
14.954
3.036
9
Total
Mercadológica
Mensagens
Total de Interações
Curtir Comentários
Nike - 2º Trimestre de 2011
Conteúdo da
Comunicação
Respostas
Institucional
53
32.505
5.223
2
Subáreas
Subáreas
Total
Mercadológica
91
Tabela 14: Resultados da Pesquisa para a Gol
Mensagens
Total de Interações
Curtir Comentários
Gol - 1º Trimestre de 2011
Conteúdo da
Comunicação
Respostas
Nº
Absolutos
%
Marketing Social
Marketing Cultural
Marketing Esportivo
Jornalismo Empresarial
Assessoria de Imprensa
Identidade Corporativa
Imagem Corporativa
Editoração Multimídia
Propaganda Institucional
0
3
0
0
0
3
0
0
0
6
0,0%
10,7%
0,0%
0,0%
0,0%
10,7%
0,0%
0,0%
0,0%
21,4%
Publicidade
Promoção de Vendas
Eventos
Marketing Direto
Merchandising
Venda Pessoal
Total
3
17
0
0
0
0
20
10,7%
60,7%
0,0%
0,0%
0,0%
0,0%
71,4%
Relacional
2
7,1%
28
100,0%
Nº
Absolutos
%
Marketing Social
Marketing Cultural
Marketing Esportivo
Jornalismo Empresarial
Assessoria de Imprensa
Identidade Corporativa
Imagem Corporativa
Editoração Multimídia
Propaganda Institucional
0
5
2
0
0
4
0
0
0
11
0,0%
4,1%
1,6%
0,0%
0,0%
3,3%
0,0%
0,0%
0,0%
8,9%
Publicidade
Promoção de Vendas
Eventos
Marketing Direto
Merchandising
Venda Pessoal
Total
9
90
0
0
0
0
99
7,3%
73,2%
0,0%
0,0%
0,0%
0,0%
80,5%
Relacional
13
10,6%
123
100,0%
Institucional
28
309
110
0
Total
Mercadológica
Mensagens
Total de Interações
Curtir Comentários
Gol 2º Trimestre de 2011
Conteúdo da
Respostas
Comunicação
Institucional
123
55.619
65.915
43
Subáreas
Subáreas
Total
Mercadológica
92
Tabela 15: Resultados da Pesquisa para a Skol
Mensagens
Total de Interações
Curtir Comentários
Skol - 1º Trimestre de 2011
Conteúdo da
Respostas
Comunicação
Nº
Absolutos
%
Marketing Social
Marketing Cultural
Marketing Esportivo
Jornalismo Empresarial
Assessoria de Imprensa
Identidade Corporativa
Imagem Corporativa
Editoração Multimídia
Propaganda Institucional
0
0
0
0
0
3
0
0
0
3
0,0%
0,0%
0,0%
0,0%
0,0%
8,3%
0,0%
0,0%
0,0%
8,3%
Publicidade
Promoção de Vendas
Eventos
Marketing Direto
Merchandising
Venda Pessoal
Total
3
2
14
0
0
0
19
8,3%
5,6%
38,9%
0,0%
0,0%
0,0%
52,8%
Relacional
14
38,9%
36
100,0%
Nº
Absolutos
%
Marketing Social
Marketing Cultural
Marketing Esportivo
Jornalismo Empresarial
Assessoria de Imprensa
Identidade Corporativa
Imagem Corporativa
Editoração Multimídia
Propaganda Institucional
1
0
0
0
0
0
0
0
0
1
1,7%
0,0%
0,0%
0,0%
0,0%
0,0%
0,0%
0,0%
0,0%
1,7%
Publicidade
Promoção de Vendas
Eventos
Marketing Direto
Merchandising
Venda Pessoal
Total
10
7
4
0
0
0
21
17,2%
12,1%
6,9%
0,0%
0,0%
0,0%
36,2%
Relacional
36
62,1%
58
100,0%
Institucional
36
7.652
2.420
38
Total
Mercadológica
Mensagens
Total de Interações
Curtir Comentários
Skol - 2º Trimestre de 2011
Conteúdo da
Respostas
Comunicação
Institucional
58
11.265
1.992
26
Subáreas
Subáreas
Total
Mercadológica
93
5 ANÁLISE E DISCUSSÃO DOS RESULTADOS
5.1 Nike
Tendo como referência a Tabela 13 (Resultados da Pesquisa para a Nike), nos
meses de janeiro a março de 2011 pôde-se observar que no conteúdo de suas
manifestações a Nike se preocupou em estreitar relacionamento com os fãs de sua
página no Facebook. O “conteúdo relacional” se mostrou presente em 15 mensagens, ou
46,9%. Sua comunicação mercadológica se mostrou presente na plataforma social em
13 mensagens (ou 40,6%), sendo que 21,9% referiam-se à “Eventos” e 18,8% se
enquadravam como “Publicidade”. A comunicação institucional, com 12,5% das
ocorrências, abordou o “Marketing Esportivo” em 2 mensagens (6,3%) e o “Marketing
Social” e a “Identidade Corporativa” em 1 mensagem cada (3,1% cada).
De acordo com os dados levantados na pesquisa de campo e também
apresentados na Tabela 13, nos meses de abril a junho de 2011 a empresa aumentou o
índice de mensagens com intenções relacionais, que representaram 71,7% do total de
postagens – adição de 24,8 pontos percentuais em relação ao primeiro período
pesquisado. Consequentemente diminuíram os conteúdos mercadológicos de 40,6%
para 18,9% (um redução expressiva para menos da metade em termos percentuais) e
conteúdos institucionais de 12,5% para 9,4%.
No primeiro trimestre de 2011 a organização postou uma média de 1,9
mensagens por dia. Este número sofreu um acréscimo de 65,6%, passando para 2,8
postagens diárias no segundo trimestre do mesmo ano.
Em relação às aprovações positivas por parte dos usuários, o botão “Curtir” foi
clicado 2,2 vezes, ou 117,4%, à mais no segundo trimestre de 2011 – em números totais
passaram de 14.954 para 32.505. A organização conseguiu também aumentar a geração
de conteúdo, ou comentários, dos seus “seguidores” em 72,0%, comparando-se os dois
períodos – de 3.036 no primeiro período para 5.223 no segundo período. Contudo, sua
interação com usuários do site de redes sociais diminui, pois de 9 respostas no primeiro
trimestre respondeu apenas 2 em duas oportunidades no segundo trimestre (decréscimo
de 122,2%).
A eficiência das postagens na geração de conteúdo pelo usuário (CGU)
continuou praticamente a mesma nos dois períodos: para cada post no primeiro
trimestre a Nike angariou 94,9 comentários de “seguidores” na fan page; e no segundo
trimestre registrou 98,5 comentários para cada manifestação organizacional.
94
Visualizando a Tabela 10 (Semana Construída para a Nike) percebe-se que no
primeiro e segundo trimestres de 2011 a empresa postou mensagens em todos os dias da
semana, inclusive sábados e domingos. A interação diária, então, pode ser considerada
uma estratégia de comunicação digital da Nike no Facebook. Vale salientar que no
primeiro trimestre as postagens foram mais frequentes às quartas-feiras com 21,9% do
total de mensagens para o período. O segundo maior índice foi registrado na segundafeira que concentrou 18,8% das manifestações e quinta-feira e domingo com 15,6%.
Para o segundo trimestre os maiores números de interações ocorreram às quintas-feiras
(24,5%), domingos (18,9%) e quartas-feiras (17,0%).
Somando os dados referentes ao primeiro e segundo trimestres da Tabela 10,
tem-se como resultado que a Nike concentra o mais número de postagens nas quintasfeiras (21,2% da soma total de mensagens para os dois períodos), quartas-feiras (18,8%)
e domingos (17,6%). Coincidência ou não, são datas em que tradicionalmente as
partidas de futebol de campeonatos nacionais e estaduais acontecem. Talvez a
organização procure fomentar em sua página do Facebook a discussão tendo com tema
os resultados dos jogos, indo ao encontro da temática do perfil corporativo.
A Tabela 16 traz um resultado consolidado das ações de comunicação da Nike
na tecnologia social para o primeiro semestre de 2011.
Tabela 16: Resultados do Primeiro Semestre de 2011 – Nike
Mensagens
Total de Interações
Curtir Comentários
Nike 1º Semeste de 2011
Conteúdo da
Comunicação
Respostas
Nº
Absolutos
%
Marketing Social
Marketing Esportivo
Identidade Corporativa
1
2
6
9
1,2%
2,4%
7,1%
10,6%
Publicidade
Eventos
Total
13
10
23
15,3%
11,8%
27,1%
Relacional
53
62,4%
85
100,0%
Institucional
Subáreas
Total
85
47.459
8.259
11
Mercadológica
Ao observar a Tabela 16 pode-se perceber que mais da metade das 85
mensagens postadas pela organização no site de relacionamentos, ou melhor 62,4%,
procuram estreitar laços com seus “seguidores”.
Mesmo assim, a abordagem tradicional da comunicação organizacional se
mostra presente em 37,6% das manifestações de comunicação. Ficando com 27,1% do
total de postagens do período pesquisado, a comunicação mercadológica focou em
“Publicidade” (15,3%) e “Eventos” (11,8%). O conteúdo institucional revelou-se em
95
10,6% dos textos, sendo que puderam ser observadas as subáreas “Identidade
Corporativa” (7,1%), “Marketing Esportivo” (2,4%) e “Marketing Social” (1,2%).
Nenhuma das postagens apresentou palavras-chave que poderiam enquadrá-las em
“Marketing Cultural”, “Jornalismo Empresarial”, “Assessoria de Imprensa”, “Imagem
Corporativa”, “Editoração Multimídia”, “Propaganda Institucional”, “Promoção de
Vendas”, “Marketing Direto”, “Merchandising” ou “Venda Pessoal”.
Em se tratando de interação por intermédio do Facebook tem-se a impressão que
o total de 11 respostas às manifestações de seus seguidores num período de seis meses
representa um número modesto diante das possibilidades de interação que esta
plataforma digital oferece. Calculando-se a média de respostas por comentários de
usuários, chega-se ao número de 1 resposta para cada 750,8 postagens de atuais ou
possíveis consumidores.
A Tabela 17 quantifica os links presentes nas mensagens da Nike e para quais
plataformas os usuários são direcionados ao clicar nestes links. A intenção desta análise
é compreender se a estratégia corporativa é manter o usuário navegando nas páginas do
Facebook ou utilizá-lo como “ponte” para seu site ou blog corporativo ou, ainda, para
outras mídias sociais em que a organização está presente.
Tabela 17: Links das Mensagens no Perfil da Nike
Links
Semana 1
Semana 2
TOTAL
%
YouTube
5
7
12
14,6%
Site corporativo
1
0
1
1,2%
Facebook
26
43
69
84,1%
32
50
82
100,0%
A estratégia da organização é manter o usuário no Facebook, visto que 84,1%
das informações foram disponibilizadas nas diferentes páginas do site de redes sociais –
como a seção "Fotos do Mural" por exemplo. Quando a Nike pretende expor vídeos à
seus “seguidores” utiliza o site de compartilhamento de vídeos YouTube, que foi
indicado em 14,6% das postagens do primeiro semestre de 2011.
Nas Tabelas 18 e 19 pode-se observar, respectivamente, quais conteúdos foram
mais comentados pelos usuários e quais foram os mais “curtidos”. O procedimento
realizado para esta análise foi ordenar as mensagens na Tabela 18 (Mensagens com
Mais Comentários no Perfil da Nike) do maior para o menor número apresentado na
coluna “comentários”; e na Tabela 19 (Mensagens com Mais “Curtir” no Perfil da Nike)
a mesma tarefa entretanto utilizando a coluna “Curtir” como critério de ordenação.
96
Nestas ponderações, que têm como intuito evidenciar quais foram os conteúdos
de maior interesse dos “seguidores” do perfil da Nike, foram consideradas apenas as 10
mensagens com os maiores índices de aceitação.
Tabela 18: Mensagens com Mais Comentários no Perfil da Nike
Mensagem
O herói cresce nos momentos cruciais.
Três vezes Liedson e tudo que rolou na goleada
corinthiana. Veja cobertura fotográfica completa
http://go.nike.com/02gcm7dd
Timão se classifica à final. O Corinthians é tradição. O
time do Parque São Jorge é aquele que reverte situação.
45 minutos de atuação primorosa em seu retorno. No
primeiro minuto, controle e lançamento preciso para Zé
Eduardo tocar para conclusão perfeita de Elano. Aos 10,
balança as redes aproveitando chute cruzado....
Nike Futebol adicionou 12 novas fotos ao álbum
Corinthians 3 x 1 Peixe
Artilheiro decide. Artilheiro coloca o Timão na semi.
Data/ Hora
01 de maio às
18:12
26 de junho às
18:59
Assunto (Palavras- Conteúdo da
Chave)
Comunicação
Subárea da
Comunicação
Comentários
Jogador
Relacional
-
400
Informação /
conteúdo relevante
Relacional
-
306
01 de maio às
Informação /
18:18
conteúdo relevante
12 de março às Partida de futebol
20:18
Relacional
-
305
Relacional
-
302
-
275
-
268
-
261
-
254
-
237
Publicidade
225
20 de fevereiro Partida de futebol
Relacional
às 17:25
23 de abril às
Entretenimento /
Relacional
20:28
informação
Timão goleia categoricamente e mantém campanha 100% 26 de junho às
Informação /
Relacional
como mandante. Placar de 5 a 0 reedita a maior goleada
18:11
conteúdo relevante
aplicada sobre o rival. “Levezinho”, Liedson usa sua
velocidade dentro da área e anota três. Agora, o Timão
sobe para 13 pontos e pode se tornar líder na próxima
quarta-feira.
28 de fevereiro
Jogador
Relacional
Talento que decide, num lance. Alegria que contagia. A
às 15:47
magia de Ronaldinho vai deixando sua marca no Brasil.
Com gols e o primeiro título desde a volta.
Ginga envolvente. Precisão para encontrar o canto
28 de março às
Enquete
Relacional
perfeito. Sangue frio para decidir. Neymar é o Superfly?
10:17
Dê a sua opinião: http://go.nike.com/3p16tng
A Mercurial Superfly III do Neymar. Com a estreia da
20 de março às Informações sobre Mercadológica
nova Mercurial Superfly III neste final de semana, nosso
10:43
produto
Inside...
97
Tabela 19: Mensagens com Mais “Curtir” no Perfil da Nike
Mensagem
Três vezes Liedson e tudo que rolou na goleada
corinthiana. Veja cobertura fotográfica completa.
http://go.nike.com/02gcm7dd
O herói cresce nos momentos cruciais.
Assunto (Palavras- Modalidade da
Chave)
Comunicação
26 de junho às
Informação /
Relacional
18:59
conteúdo relevante
Data/Hora
01 de maio às
18:12
26 de junho às
18:11
Jogador
Timão goleia categoricamente e mantém campanha 100%
Informação /
como mandante. Placar de 5 a 0 reedita a maior goleada
conteúdo relevante
aplicada sobre o rival. “Levezinho”, Liedson usa sua
velocidade dentro da área e anota três. Agora, o Timão
sobe para 13 pontos e pode se tornar líder na próxima
quartafeira.
Nike Futebol adicionou 12 novas fotos ao álbum
20 de fevereiro Partida de futebol
Corinthians 3 x 1 Peixe
às 17:25
Timão se classifica à final. O Corinthians é tradição. O
01 de maio às
Informação /
time do Parque São Jorge é aquele que reverte situação.
18:18
conteúdo relevante
É minha!
01 de maio às
Informação /
21:13
conteúdo relevante
Homenagem
Ronaldo mudou o futebol com sua velocidade, habilidade e 06 de junho às
23:45
força. Conquistou o planeta, uniu torcidas rivais, superou
contusões. Deixou um legado que inspira a nova geração
de craques brasileiros. Tudo isso por um simples prazer:
jogar bola. #PRASEMPREFENOMENO
12 de março às Partida de futebol
45 minutos de atuação primorosa em seu retorno. No
20:18
primeiro minuto, controle e lançamento preciso para Zé
Eduardo tocar para conclusão perfeita de Elano. Aos 10,
balança as redes aproveitando chute cruzado.
Artilheiro decide. Artilheiro coloca o Timão na semi.
23 de abril às
Entretenimento /
20:28
informação
Habilidade que o faz temível pelos adversários. Ginga que 22 de junho às
Jogador
o faz adorado pela torcida. Conquistas que o fazem
23:55
consagrado na história do futebol. #voaNeymar
Subárea da
Comunicação
-
Curtir
2066
Relacional
-
1923
Relacional
-
1745
Relacional
-
1648
Relacional
-
1540
Relacional
-
1446
Institucional
Identidade
Corporativa
1413
Relacional
-
1249
Relacional
-
1220
Relacional
-
986
A proposta da Nike é publicar conteúdos que estreitem laços com os usuários do
Facebook, torne atletas acessíveis a seus fãs e ainda informe seus consumidores sobre
suas ofertas. Como pode ser visto nas Tabelas 20 e 21 o perfil corporativo parece ter
atendido a estes propósitos e também conquistou a simpatia dos seus “seguidores”.
Notadamente, as mensagens com “conteúdo relacional” são as que mais agradam e
suscitam manifestações positivas, visto que das 10 mensagens listadas 9 são relacionais
e 1 corporativa nas duas ponderações.
Referentes ao período de seis meses, as escassas 11 oportunidades em que a
empresa respondeu aos “fãs” de seu perfil na tecnologia social estão listadas na Tabela
20.
98
Tabela 20: Mensagens onde Ocorreram Mais Respostas no Perfil da Nike
Mensagem
O #segredodaamarelinha. Nesta terça-feira, as novas
camisas da Seleção Brasileira serão apresentadas
oficialmente. Elas escondem um segredo que é motivo de
orgulho para a torcida.
Barcelona x Atlético de Madri. Um jogo de elite. O único
resultado aceitável é a vitória.
Nosso Insider está com a Seleção em Londres e traz um
pouco dos bastidores da preparação para o jogo de
domingo.
Para o Özil, o Superfly tem de pensar e agir rápido. Você
concorda? Mostre seu apoio e dê a sua opinião:
http://go.nike.com/3p16tng
Treino da Seleção no CT do Corinthians. Após a partida
em Goiânia, a comitiva foi para São Paulo, onde se prepara
para
o...
Nosso Insider em Montebelluna, casa da excelência em
chuteiras. A cidade de Montebelluna, na Itália, é a casa
Nike de excelência na fabricação d...
Data/Hora
Assunto (Palavras- Modalidade da
Chave)
Comunicação
Subárea da
Comunicação
Respostas
Publicidade
6
31 de janeiro às Informações sobre Mercadológica
18:13
produto
04 de fevereiro
às 11:08
24 de março às
15:55
Partida de futebol
Relacional
-
1
Produtos
Mercadológica
Publicidade
1
28 de março às
18:00
Enquete
Relacional
-
1
06 de junho às
09:57
Informação /
conteúdo relevante
Relacional
-
1
Institucional
Identidade
Corporativa
1
14 de junho às Processo produtivo
20:31
De acordo com os dados tratados para este exame, a Nike respondeu mais vezes
às manifestações dos usuários do Facebook (6 ocorrências) quando o assunto envolveu
um produto. Portanto, 54,5% das respostas do fabricante de artigos esportivos
envolveram conteúdo mercadológico. Sendo assim, baseando-se no conceito propostos
por Li e Bernoff (2009, p.72-73), a organização demonstrou no primeiro semestre de
2011 que prioritariamente não pretende “escutar” e sim apenas “falar”.
5.2 Gol Linhas Aéreas Inteligentes
Na Tabela 14 (Resultados da Pesquisa para a Gol) apresentou-se a manipulação
dos dados coletados no perfil corporativo da Gol Linhas Aéreas Inteligentes de maneira
a permitir sua adequada análise e interpretação. No levantamento da primeira “semana
construída”, envolvendo o período de janeiro a março de 2011, pode-se demonstrar que
a organização deu preferência a publicação de conteúdos mercadológicos (71,4%) e
institucionais (21,4%). Em relação às subáreas da comunicação organizacional,
“Promoção de Vendas” obteve o maior índice de ocorrências (60,7%). “Marketing
Cultural”, “Identidade Corporativa” e “Publicidade” coincidentemente obtiveram a
mesma proporção de postagens (10,7% cada).
O conteúdo com objetivo de estabelecer vínculos com o usuário do Facebook
surgiu apenas em 7,1% do total das 28 mensagens. Lançando um olhar sobre os dados
que se evidenciaram na pesquisa, neste primeiro período de avaliação das manifestações
comunicacionais digitais da Gol, a empresa teve o interesse exclusivo de promover seus
99
serviços. Isto torna-se ainda mais evidente pelo fato da subárea “Promoção de Vendas”
ter um destaque maior – 1,5 mais vezes que as outras categorias somadas.
No segundo período – abril a junho de 2011 – a organização intensificou as
mensagens com conteúdo mercadológico, passando de 71,4% para 80,5% (acréscimo de
9,1 pontos percentuais). Novamente, nas subáreas desta comunicação organizacional,
“Promoção de Vendas” prevaleceu com 73,2%. Em números absolutos passou de 17
para 90 ocorrências e proporcionalmente à distribuição percentual de mensagens houve
acréscimo de 12,5 pontos percentuais. Em contrapartida, as mensagens de cunho
institucional reduziram para 8,9% (menos 12,5 pontos percentuais). O conteúdo
relacional sofreu um pequeno acréscimo, passando de 7,1% para 10,6% do total de
manifestações da Gol, neste momento de sua presença digital no Facebook. Ao
visualizar os números absolutos, a comunicação relacional saltou de 2 para 13
ocorrências.
A organização apresentou um expressivo aumento de postagens entre os dois
períodos analisados, passando de 28 mensagens no primeiro trimestre para 123 no
segundo trimestre de 2011 (339,3% de majoração). Isto se deve à ação promocional da
companhia aérea tendo o Facebook como plataforma para o Dia dos Namorados, que
sorteou 90 passagens entre 08 e 10 de junho de 2011. Além de orientar sobre a
mecânica da promoção, a Gol informava a todo instante os resultados dos sorteios e
ainda incentivava a participação dos usuários. Apenas no dia 10 de junho, uma das datas
selecionadas aleatoriamente na “semana construída”, foram postadas 58 mensagens –
47% do total de mensagens da organização neste período.
Assim como suas publicações aumentaram também os índices “Curtir” – de 309
para 55.629, um número 180 vezes maior – e “comentários” – de 110 para descomunais
65.915, um aumento de 599 vezes. Devido à ação promocional, a organização aumentou
sua média diária de mensagens de 1,9 para 6,8.
A Gol, com sua estratégia de utilizar sua fan page para sortear passagens aéreas
conseguiu potencializar a eficiência de seus posts em gerar comentários por parte dos
usuários. No primeiro trimestre registrou o modesto número de 3,9 comentários para
cada publicação. Contudo, no segundo trimestre este número cresceu 13.540,9%,
passando a gerar 535,9 comentários por postagem.
Avaliando a Tabela 11 (Semana Construída para a Gol) observa-se no primeiro
trimestre de 2011, que a organização postou conteúdo de segunda a domingo, sendo que
os dias com maiores números de mensagens são quinta-feira (com 25,0% do total de
mensagens), quarta-feira (21,4%) e segunda-feira (17,9%). No segundo trimestre, a
100
companhia aérea mudou sua estratégia, concentrando suas publicações na sexta-feira
(55,3% do total de postagens no período), seguindo-se quinta-feira (14,6%) e terça-feira
(9,8%).
Ao se calcular uma média entre os dois períodos, temos: 47,0% das postagens às
sextas-feiras; 16,6% às quintas-feiras; uma certa regularidade entre as segundas-feiras
(9,9%), terças-feiras (10,6%) e quartas-feiras (11,3%); e uma redução das manifestações
corporativas aos sábados (1,3%) e domingos (3,3%). Hipoteticamente, neste período a
empresa intensificou suas postagens às sextas-feiras para divulgar informações
pertinentes às viagens de final de semana.
Portanto, mesmo com índices diferentes para cada dia da semana, manter o
usuário do site de redes sociais diariamente informado sobre a empresa pode ser
considerada uma estratégia da comunicação digital da Gol.
Na Tabela 21 estão relacionados os dados consolidados da pesquisa de campo
para a companhia aérea nacional.
Tabela 21: Resultados do Primeiro Semestre de 2011 – Gol
Mensagens
Total de Interações
Curtir Comentários
Gol - 1º Semeste de 2011
Conteúdo da
Respostas
Comunicação
Nº
Absolutos
%
Marketing Cultural
Marketing Esportivo
Identidade Corporativa
8
2
7
17
5,3%
1,3%
4,6%
11,3%
Publicidade
Promoção de Vendas
Total
12
107
119
7,9%
70,9%
78,8%
Relacional
15
9,9%
151
100,0%
Institucional
Subáreas
Total
151
55.928
66.025
43
Mercadológica
Nos primeiros seis meses de 2011 a Gol preferiu postar mensagens com
conteúdos que reforcem a imagem de sua marca e promova seus serviços, totalizando
90,1% da comunicação digital presente no perfil corporativo do Facebook. A
abordagem que evidencia no mercado o serviço oferecido, ou seja, a comunicação
mercadológica pôde ser captada em 119 ocorrências, representando 78,8% do total de
mensagens do período pesquisado. Em relação às subáreas da manifestação com
intenção comercial, tem-se “Promoção de Vendas” em destaque com 70,9% da
totalidade das postagens. Os textos publicitários se mostraram presentes em 12
ocorrências (7,9%). Já a comunicação que trabalha pela imagem positiva em torno da
101
organização – a comunicação institucional – ficou em segundo lugar com 11,3% do
total de postagens. As subáreas desta modalidade de comunicação apresentaram os
valores: 5,3% para “Marketing Cultural”, 1,3% para “Marketing Esportivo” e 4,6% para
“Identidade Corporativa”.
O conteúdo que procura se aproximar dos usuários, ou grupos de usuários,
presentes virtualmente nos limites do software social mostrou-se presente em apenas 15
manifestações corporativas, ou 9,9% do total de publicações do semestre. De cada 1
mensagem relacional foram publicadas 9 mensagens mercadológicas ou institucionais.
As subáreas “Marketing Social”, “Jornalismo Empresarial”, “Assessoria de
Imprensa”,
“Imagem
Corporativa”,
“Editoração
Multimídia”,
“Propaganda
Institucional”, “Eventos”, “Marketing Direto”, “Merchandising” e “Venda Pessoal” não
apresentaram ocorrências em nenhum dos dois períodos analisados.
Em relação à média de respostas, na primeira metade do ano de 2011, a Gol
respondeu uma vez para cada 1.535,5 comentários de seus “seguidores”. Vale ressaltar
que no primeiro trimestre a empresa não replicou nenhuma vez seus “seguidores”. No
segundo trimestre, entretanto, postou 43 respostas, demonstrando uma falta de
constância nos diálogos/conversações.
Tabela 22: Links das Mensagens no Perfil da Gol
LINKS
Semana 1
Semana 2
TOTAL
%
YouTube
2
3
5
4,8%
Site corporativo
3
4
7
6,7%
Blog corporativo
18
45
63
60,6%
Flickr
1
1
2
1,9%
Facebook
1
19
20
19,2%
Outros
1
5
6
5,8%
Orkut
0
1
1
1,0%
26
78
104
100,0%
A Tabela 22 quantifica os links presentes nos textos postados pela companhia
aérea em todo período da pesquisa documental no perfil corporativo (janeiro a junho de
2011). Esta análise possibilita enxergar que a Gol se utiliza de mais de uma mídia social
para se comunicar com seus “seguidores”. Por meio do Facebook procura apresentar
outros canais de diálogo entre empresa e clientes, assim como demonstra a aplicação
dos conceitos de multimedialidade e hipermedialidade (SAAD CORRÊA, 2009a,
p.170).
102
As referências direcionam o usuário ao blog corporativo na maioria das
ocorrências (60,6%). Mesmo em menor proporção, surgiram links para o YouTube (site
para compartilhamento de vídeos) em 4,8% das circunstâncias, para o Flickr (site para
compartilhamento de imagens) em 1,9% e Orkut (site de comunidades virtuais) em
1,0%. O direcionamento para outras páginas do próprio Facebook é a segunda prática
mais comum para a organização (19,2%) e até mesmo o site corporativo foi mencionado
em 7 mensagens (6,7%).
Como elaborado para a Nike, o procedimento de ordenar as mensagens com
maiores índices de “comentários” e “Curtir” foi realizado para a empresa de voos
domésticos. Nas Tabelas 23 e 24 os resultados são apresentados.
Tabela 23: Mensagens com Mais Comentários no Perfil da Gol
Décimo oitavo Voo dos Namorados GOL
Update: Voo encerrado.
10 de junho
às 19:39
Assunto
Modalidade da Subárea da
(PalavrasComentários
Comunicação Comunicação
Chave)
Sorteio de Mercadológica Promoção de
5.821
brindes
Vendas
Décimo quinto Voo dos Namorados GOL
Update: Voo encerrado
10 de junho
às 15:54
Sorteio de Mercadológica Promoção de
brindes
Vendas
5.606
Décimo Segundo Voo dos Namorados
GOL
Update:
Décimo Voo
Voo encerrado
dos Namorados GOL
10 de junho
às 12:27
Sorteio de Mercadológica Promoção de
brindes
Vendas
5.359
10 de junho
às 10:34
Sorteio de Mercadológica Promoção de
brindes
Vendas
5.229
Update: Voo encerrado
Décimo quarto Voo dos Namorados GOL
Update: Voo encerrado.
10 de junho
às 14:57
Sorteio de Mercadológica Promoção de
brindes
Vendas
5.164
Décimo sétimo Voo dos Namorados GOL 10 de junho
Update: Voo encerrado.
às 18:02
Sorteio de Mercadológica Promoção de
brindes
Vendas
4.671
Décimo Terceiro Voo dos Namorados
GOL
Update:
Décimo Voo
sextoencerrado.
Voo dos Namorados GOL
10 de junho
às 13:41
Sorteio de Mercadológica Promoção de
brindes
Vendas
4.132
10 de junho
às 16:44
Sorteio de Mercadológica Promoção de
brindes
Vendas
3.536
Décimo Primeiro Voo dos Namorados
10 de junho
GOL
às 11:40
Update:
Voo
encerrado
Vem aí o último Voo dos Namorados GOL. 10 de junho
Quem está preparado, levanta a mão o/
às 18:46
Sorteio de Mercadológica Promoção de
brindes
Vendas
3.002
Sorteio de Mercadológica Promoção de
brindes
Vendas
2.587
Mensagem
Update: Voo encerrado.
Data/Hora
103
Tabela 24: Mensagens com Mais “Curtir” no Perfil da Gol
Mensagem
Quem está apaixonado, dê um "curtir"
aqui!
Data/Hora
10 de junho
às 11:49
Vem aí o último Voo dos Namorados GOL. 10 de junho
Quem está preparado, levanta a mão o/
às 18:46
Vamos dar um presente para quem curtiu
a nossa página durante o Voo dos
Namorados: A partir das 00h de 11/6, até
23h59 de 12/6, vocês terão 20% desconto
em passagens GOL, para voos até 30 de
junho! Então não perca tempo! Acesse a
nossa aba de eventos e veja todas as
informações:
http://on.fb.me/presentenamora dos
O Décimo Segundo Voo dos Namorados já
está pronto para a decolagem.
A todos os apaixonados! A GOL está
preparando um presente para fazer com
que todos os casais possam curtir o mês
dos namorados. Aguardem.
Atenção namorados de plantão! Para
melhor visualização das informações da
ação, ocultaremos o Mural
temporiamente. Lembrando que estamos
preparando o décimo voo para decolagem.
Ainda dá tempo de colocar as últimas
coisas na mala.
Atenção Namorados! Quem vem com a
gente no décimo terceiro voo? Temos
espaço
5 casais..
Atençãopara
tripulação..
Assunto
Modalidade da Subárea da
(PalavrasComunicação Comunicação
Chave)
Pessoal
Relacional
-
Curtir
7.265
Sorteio de Mercadológica Promoção de
brindes
Vendas
2.634
10 de junho
Tarifas Mercadológica Promoção de
Vendas
às 20:20
promociona
is
2.175
10 de junho
às 12:16
10 de junho
às 18:34
Sorteio de Mercadológica Promoção de
brindes
Vendas
Sorteio de Mercadológica Promoção de
brindes
Vendas
1.678
10 de junho
às 09:39
Sorteio de Mercadológica Promoção de
brindes
Vendas
1.496
10 de junho
às 13:37
Sorteio de Mercadológica Promoção de
brindes
Vendas
1.326
10 de junho
às 10:30
10 de junho
às 11:28
Sorteio de Mercadológica Promoção de
brindes
Vendas
Sorteio de Mercadológica Promoção de
brindes
Vendas
1.261
Ainda faltam 8 voos com 5 pares de
passagens gratuitas para os namorados
viajarem pelo Brasil. Fiquem atentos, o
décimo primeiro voo já está a caminho.
10 de junho
Atenção namorados e namoradas!
Estamos nos aproximando do final da ação às 17:49
Voo dos Namorados GOL. Porém, nem
só os vencedores poderão viajar neste
mês. A GOL tem mais um presente para
os apaixonados que estão aqui no
Facebook. A surpresa acontece logo após
o último voo. Aguardem.
Sorteio de Mercadológica Promoção de
brindes
Vendas
1.563
1.258
1.240
Todos os textos que mais geraram comentários por parte dos usuários (CGU)
(Tabela 23) estão relacionados à promoção “Voo dos Namorados GOL”. Sua mecânica
solicitava que os interessados em participar postassem comentários no “mural” da fan
page da empresa aérea, após verificar as postagens da Gol com códigos em imagens de
um avião com as posições das poltronas. Os cinco primeiros participantes que
104
postassem o código correto levariam duas passagens. Foram sorteadas 90 passagens
num total de 18 voos. Logicamente, a empresa publicou 18 posts com as imagens de
avião, entre 08 e 10 de junho de 2011.
Efetivamente, a promoção estimulou a geração de conteúdo por parte dos
“seguidores” da Gol. Antes da promoção, no segundo trimestre, a média diária de
comentários era de 22,8. Após o dia 10 de junho, esse número foi multiplicado por 13,4
totalizando 305 comentários por dia. Provavelmente, outras pessoas passaram a
acompanhar as mensagens da organização e também deixaram suas considerações.
Na Tabela 24, que ilustra as mensagens com os maior número de “Curtir”, nove
se enquadram em conteúdo mercadológico e uma em conteúdo relacional. Contudo,
todas as mensagens fazem referência à promoção do Dia dos Namorados. É relevante
frisar que esta única menção relacional gerou 7.265 manifestações positivas de “Curtir”,
2,7 vezes a mais que o segundo conteúdo mais “curtido” com 2.634 adesões.
Nas duas análises, quesitos “comentários” e quesitos “Curtir”, as mensagens
com os melhores resultados foram publicadas em uma única data: 10 de junho.
Pertinentes aos dois períodos analisados nesta pesquisa, os dados manipulados
para evidenciar quais conteúdos solicitaram mais respostas da Gol estão ordenados na
Tabela 25.
105
Tabela 25: Mensagens onde Ocorreram Mais Respostas no Perfil da Gol
Mensagem
Feriadão acabando e você não aproveitou nada?! A gente tem a
solução! Viaje para a Cidade Maravilhosa até o dia 7 de julho a
partir de R$ 53. Ainda dá tempo de descansar ; ) Acesse o nosso
site e compre sua passagem! http://on.fb.me/posferiado
Às 00h o Presente GOL está valendo! Escolha qualquer destino e
programe uma super viagem no mês dos namorados, com 20% de
desconto. Floripa, Recife, Fernando de Noronha. ..? Qual destino
você escolhe?
Agora está ainda mais fácil visitar a Venezuela! Brasileiros podem
viajar para o país apenas com a carteira de identidade. Com tanta
facilidade, agora é só conferir algumas dicas do que fazer na
capital do país (Caracas) em nosso blog e treinar o castelhano!
http://t.co/mvYDOyF
Quem quer viajar em julho pagando barato? Dá uma olhada nos
nossos preços para quem viaja até 27 de julho! Tem que aproveitar
e curtir o melhor das férias! http://bit.ly/feriasGOL
Quem aí gosta de andar de avião olhando a janelinha? Veja
algumas fotos enviadas pelo pessoal que adora registrar esses
momentos no Vista Aérea http://www.flickr.com/photos/v
oegol/sets/72157624253849066/. Envie também a sua foto para
gol.digital@bm.com
Quer mais um motivo para aproveitar este feriadão? A gente dá!
Acesse o nosso site e encontre passagens com desconto, para voar
das 12h de amanhã até as 23h59 de sábado! http://bit.ly/feriadaogol
Quer ir de graça para Campinas? Para comemorar o aniversário
da cidade, preparamos a promoção "Você faz a festa" e quem
visitar a cidade entre os dias 13 e 14 de julho paga apenas a
passagem de volta! Saiba mais: http://bit.ly/CampinasGOL
Assunto (PalavrasChave)
Modalidade da
Comunicação
Subárea da
Comunicação
Respostas
26 de junho às Informações sobre
12:01
serviços
Mercadológica
Publicidade
5
10 de junho às
21:44
Tarifas
promocionais
Mercadológica
Promoção de
Vendas
4
30 de junho às
12:03
Dicas de viagens
Relacional
-
4
30 de junho às Informações sobre
20:21
serviços
Mercadológica
Publicidade
4
14 de junho às Solicitação de envio
13:36
de fotos
Relacional
-
3
Data/Hora
22 de junho às
15:58
Tarifas
promocionais
Mercadológica
Promoção de
Vendas
3
22 de junho às
19:08
Tarifas
promocionais
Mercadológica
Promoção de
Vendas
3
Mercadológica
Promoção de
Vendas
2
Institucional
Identidade
Corporativa
2
Mercadológica
Promoção de
Vendas
1
Você que está no Nordeste e quer curtir as férias julho, aproveite 30 de junho às
Tarifas
13:59
promocionais
nossas tarifas promocionais a partir de R$ 86,90, como Recife Petrolina, para voar até 31/8. Adquira já o seu bilhete, pois a
promoção está sujeita a disponibilidade de assento nas aeronaves!
http://bit.ly/pronordeste
O nosso aviãozinho visitou o centro de Manutenção de Aeronaves
30 de junho às Informações sobre
17:00
a empresa/
da GOL para fazer uma revisão. Assim como ele, todas as nossas
políticas de
aeronaves também passam pelo mesmo procedimento, para que
vocês possam voar com segurança e
manutenção de
tranquilidade! Veja um pouco deste trabalho:
equipamentos
http://bit.ly/CentroMAG
Você Faz a Festa em Maringá! « Blog da GOL. blog.voegol.com.br. 15 de abril às
Tarifas
Maringá faz a festa no mês de maio, e a GOL convida você para
11:48
promocionais
participar desta comemoração! No aniversário de 30 anos da
cidade, os clientes que viajarem entre os dias 10 e 11 de maio
pagam apenas a passagem de volta.
De nenhuma resposta no primeiro trimestre de 2011, a Gol teve que responder
aos usuários em 43 oportunidades no segundo trimestre (dados da Tabela 14). Olhando
estes números, pode-se ter a impressão de que a necessidade de elucidar questões
relacionadas à promoção do Dia dos Namorados motivou a empresa a retorquir aos
usuários. Entretanto, ao manipular os dados para conhecer quais conteúdos motivaram a
empresa aérea a interagir percebe-se que nenhuma das postagens listadas estão
associadas à ação promocional.
A organização sentiu maior necessidade de responder quando o assunto que
postou tinha relação com a comunicação mercadológica, perfazendo um total de sete
ocorrências. Boa parte das respostas relacionavam-se às tarifas promocionais. O diálogo
mais extenso, com cinco postagens, tratava de informações sobre serviços. O conteúdo
106
relacional esteve presente em duas mensagens que totalizaram sete manifestações de
resposta.
5.3 Skol
Os resultados da categorização dos textos presentes na fan page da Skol,
expostos na Tabela 15, apontam que o conteúdo mercadológico prevaleceu nos três
primeiros meses de 2011, com 52,8% do total de postagens. “Eventos”, com 38,9%,
“Promoção de Vendas”, com 5,6%, e “Publicidade”, com 8,3%, foram as subáreas da
comunicação mercadológica que emergiram nos assuntos nos posts da marca de cerveja.
Apenas três mensagens, ou 8,3% em relação ao total do período, referiam-se a conteúdo
institucional e especificamente pertenciam a subárea “Identidade Corporativa”. O
conteúdo visando aceitação por parte dos usuários da plataforma social corresponderam
à 38,9% do total de textos do período, ou 14 publicações.
Nos três meses seguintes, a comunicação relacional foi priorizada representando
mais da metade (62,1%) do total de posts. Ao se avaliar os números absolutos houve um
salto de 14 para 36 publicações, ou seja, o valor inicial foi multiplicado em 2,6 vezes. O
conteúdo com intenção comercial obteve o segundo maior índice do período com
36,2%, sendo subdivididos os conteúdos dos textos em “Publicidade” (6,9%),
“Promoção de Vendas” (12,1%) e “Eventos” (6,9%). Ao contrário do primeiro trimestre
nesta categoria secundária “Publicidade” superou “Eventos” em número de menções.
Apenas uma mensagem pôde ser enquadrada como conteúdo institucional e fez alusão
ao “Marketing Social”.
Na categorização dos textos que compunham o corpus de estudo para o perfil da
Skol, nenhuma mensagem pode ser classificada como “Marketing Cultural”,
“Marketing Esportivo”, “Jornalismo Empresarial”, “Assessoria de Imprensa”, “Imagem
Corporativa”, “Editoração Multimídia”, “Propaganda Institucional”, “Marketing
Direto”, “Merchandising” ou “Venda Pessoal”.
A marca aumentou suas publicações de um período para outro, registrando 36
posts entre janeiro e março e 58 entre abril e junho, uma majoração de 61,1%. Em
relação à média de postagens, no primeiro período a média diária ficou em 2,3 e no
segundo 3,0 (aumento de 30,4%). Estas manifestações comunicacionais foram
“curtidas” por 7.652 pessoas no primeiro trimestre e por 11.265 no segundo trimestre.
Isto representa um acréscimo de 47,2% nas aprovações do conteúdo postado no perfil
corporativo da cerveja da Ambev. Em contrapartida, houve um decréscimo de 17,7% –
107
2.420 para 1.992 em números absolutos – na geração de conteúdo por parte dos “fãs” da
Skol.
No primeiro trimestre de 2011 a marca de cerveja foi mais eficiente em engajar
o usuário: de cada uma mensagem postada foram gerados 67,2 comentários. Em
contrapartida, no segundo trimestre para cada publicação da Skol 34,3 comentários
foram adicionados pelos usuários ao “mural” da fan page.
Tomando como base a Tabela 12, que ilustra as duas “semanas artificiais” para a
marca, no primeiro trimestre as mensagens foram postadas apenas durante a semana.
Terças-feiras (30,6%), segundas-feiras (22,2%) e quartas-feiras (19,4%) representam os
dias da semana com as maiores frequências de mensagens. O cenário se apresenta
diferente no segundo trimestre: os finais de semana passaram a ter publicações, apesar
da baixa periodicidade; sexta-feira passou a ter o índice mais representativo de posts
(25,9%), seguido de quarta-feira (22,4%) e quinta-feira (17,2%).
Ao se calcular os números consolidados para as publicações semanais, chega-se
aos seguintes resultados: quartas-feiras e sextas-feiras empatados em porcentagem com
21,3%: terças-feiras com 20,2% e quintas-feiras com 16,0% do total de mensagens
publicadas durante os primeiros seis meses de 2011.
Analisando estes números em sua estratégia de publicação a Skol concentra suas
mensagens em dias da semana mais propícios para o consumo do produto cerveja. De
acordo com o perfil do público pode-se citar como exemplos: assistir a jogos de futebol
em bares que ocorrem habitualmente às quartas-feiras; frequentar bares e casas noturnas
que geralmente acontecem com maior intensidade às sextas-feiras; e participar de happy
hours – conforme intenção declarada da marca – geralmente terças-feiras e quintasfeiras.
Na Tabela 26 são colocados à disposição os resultados consolidados para os dois
períodos.
108
Tabela 26: Resultados do Primeiro Semestre de 2011 – Skol
Mensagens
Total de Interações
Curtir Comentários
Skol - 1º Semeste de 2011
Conteúdo da
Comunicação
Respostas
Nº
Absolutos
%
Marketing Social
Identidade Corporativa
1
3
4
1,1%
3,2%
4,3%
Publicidade
Promoção de Vendas
Eventos
Total
13
9
18
40
13,8%
9,6%
19,1%
42,6%
Relacional
50
53,2%
94
100,0%
Institucional
Subáreas
Total
94
18.917
4.412
64
Mercadológica
Ao se observar os resultados somados da categorização das duas “semanas
artificiais” descobre-se que, praticamente a metade, ou 53,2%, do conteúdo das
mensagens postadas pela Skol no seu “mural” do Facebook contém elementos da
comunicação relacional. Portanto, com sua participação no site de relacionamentos
virtuais, a marca pretende atuar como mais um ator na rede social por ela articulada e
criar conexões com os fãs da cerveja. Apesar disto, a divisão da Ambev não deixou de
incentivar o consumo de seus produtos por intermédio de mensagens com essência
mercadológica, que totalizaram 40 ocorrências, ou 42,6%. “Eventos” se destacou como
subárea da comunicação mercadológica com 19,1% do total de mensagens. Esta prática
se alia à necessidade da marca em promover os eventos que organiza. Em seguida temse “Publicidade” com 13,8% e “Promoção de Vendas” com 9,6%.
A comunicação se mostrou presente nas postagens da marca em apenas quatro
ocorrências, ou 4,3% do total de publicações do semestre. Destas ocorrências, uma
(1,1%) abordava o “Marketing Social” e 3 (3,2%) “Identidade Corporativa”.
Como nas outras organizações avaliadas, quantificou-se os links presentes nos
textos emitidos pela Skol na tecnologia social. Os resultados encontra-se na Tabela 27.
Tabela 27: Links das Mensagens no Perfil da Skol
LINKS
Semana 1
Semana 2
TOTAL
%
YouTube
11
8
19
22,9%
Site corporativo
2
2
4
4,8%
Blog corporativo
4
15
19
22,9%
Facebook
14
23
37
44,6%
Outros
0
4
4
4,8%
31
52
83
100,0%
109
A marca de cerveja, ao promover outros canais interativos como o Youtube e
blog corporativo, acaba por fazer uso de mecanismos multimídias – mensagem que
associa texto, imagem ou som – e hipermedialidade – ligação entre variados textos
digitais (SAAD CORRÊA, 2009a, p.170).
Uma parte considerável dos elementos de hipermídia direcionam o usuário para
outras páginas do Facebook (44,6%). A mídia social de compartilhamento de vídeos
YouTube é referenciada em 19 ocorrências (22,9%) na mesma proporção que o blog
corporativo.
Ao ordenar em ordem decrescente as mensagens publicadas pela Skol em seu
perfil do Facebook de acordo com os números apresentados nas colunas “comentários”
e “Curtir”, tem-se o panorama apresentado nas Tabelas 28 e 29.
Tabela 28: Mensagens com Mais Comentários no Perfil da Skol
Mensagem
Data/Hora
Assunto
Modalidade da
(PalavrasComunicação
Chave)
Mercadológica
Evento
organizado
pela
empresa
Fala, galera! O dia do Praia Skol Music está chegando e aí 31 de janeiro
às 20:04
vão as informações para você poder curtir esse mega show
redondo: SOBRE OS INGRESSOS: Para a segurança do
evento e de todos que estiverem lá, vamos distribuir oito
mil ingressos. Amanhã,...
Praia Skol Music - SHOW EXTRA! Fala, galera! Com o 04 de fevereiro
Evento
Mercadológica
apoio da Prefeitura de Florianópolis e do Governo de Santa
às 10:43
organizado
Catarina, vamos fazer o Praia Skol Music no domingo
pela
também! ...
empresa
Dúvida cruel. (via testosterona.blog.br)
19 de janeiro
Humor
Relacional
às 09:34
Diz aí, melhor uma sexta-fera 13 do que qualquer
13 de maio às
Enquete
Relacional
segunda, né? Mas aproveitando o clima, conta pra gente,
11:03
rola alguma superstição especial no dia de hoje?
Qual o seu esquema pra acordar cedo: certo, errado ou
28 de março às
Humor
Relacional
sem noção? (via chongas.com.br)
10:21
E a moda da cintura alta voltou com tudo. #bizarricedodia 08 de fevereiro
Humor
Relacional
às 13:09
Tem flamenguista feliz aê?! Abra umas redondas e
01 de maio às
Futebol
Relacional
comemore! :)
20:03
"Disney Landia" pode estar mais próxima do que você
11 de janeiro
Humor
Relacional
imagina. #bizarricedodia
às 12:15
Subárea da
Comunicação
Comentários
Eventos
307
Eventos
272
-
271
-
225
-
200
-
168
-
162
-
141
Bater um rango enquanto espera o conserto do relógio?
Como ninguém pensou nisso antes?
17 de maio às
11:33
Humor
Relacional
-
104
Tá precisando de um tempinho pra praticar o ócio
criativo? Esses sujeitos já resolveram esse problema.
14 de junho às
14:00
Humor
Relacional
-
97
Provavelmente com interesse em participar e buscando informações sobre o
evento organizado pela Skol, as duas mensagens com maior número de comentários por
parte dos usuários – de 31 de janeiro, com 307 manifestações e de 04 de fevereiro com
272 – relacionam-se à subárea “Eventos” da comunicação mercadológica. Fora isto,
todas as outras oito mensagens avaliadas que despertaram mais iniciativas dos
“seguidores” em se pronunciar, tem em seu conteúdo uma abordagem relacional.
110
Nos exemplos de textos de 19 de janeiro – cuja fonte é o blog Testosterona
(www.testosterona.blog.br) – e de 28 de março – original do blog Chongas
(www.chongas.com.br) – perceber-se que a marca de cerveja replica conteúdo
disponível na internet que julga relevante para o grupo. Isto pode ser observado em
outras ocorrências textuais. Esta prática é comum aos usuários do Facebook, o que pode
aproximar a Skol de seus consumidores.
O humor, reflexo da estratégia de campanha publicitária da marca e a maneira de
se comunicar informalmente, prática comum entre usuários do Facebook, parece ser
eficiente em estimular a geração de conteúdo pelo usuário (CGU).
Tabela 29: Mensagens com Mais “Curtir” no Perfil da Skol
Mensagem
Diz aí, melhor uma sexta-fera 13 do que qualquer
segunda, né? Mas aproveitando o clima, conta pra gente,
rola alguma superstição especial no dia de hoje?
Tem flamenguista feliz aê?! Abra umas redondas e
comemore! :)
Dúvida cruel. (via testosterona.blog.br)
Essa é pra quem sempre fica na dúvida entre tomar no
copo ou no gargalo.
Assunto
(Palavras-Chave)
Modalidade da
Comunicação
Subárea da
Comunicação
Curtir
13 de maio às
11:03
Enquete
Relacional
-
834
01 de maio às
20:03
19 de janeiro
às 09:34
10 de junho às
12:02
Futebol
Relacional
-
760
Humor
Relacional
-
749
Humor
Relacional
-
723
Ação para
promoção de
produto
Evento
organizado pela
empresa
Mercadológica
Publicidade
722
Mercadológica
Eventos
700
Humor
Relacional
-
696
Humor
Relacional
-
528
Humor
Relacional
-
515
Humor
Relacional
-
506
Data/Hora
"Meu amigoooo!" olha ae o Amaury Dumbo no lançamento 27 de abril às
nacional da nossa 360 :)
14:19
Fala, galera! O dia do Praia Skol Music está chegando e aí 31 de janeiro
vão as informações para você poder curtir esse mega show
às 20:04
redondo: SOBRE OS INGRESSOS: Para a segurança do
evento e de todos que estiverem lá, vamos distribuir oito
mil ingressos. Amanhã,...
LISTA DE QUINTA: 5 desculpas esfarrapadas pra matar a 30 de junho às
academia. 1. Ralar pra perder a barriga justo agora que eu
15:53
tava conseguindo apoiar a latinha nela? 2. No frio, sair
suado da academia dá choque térmico e pode entortar a
boca. 3. Me parte o coração ver aquelas pessoas pedalando
sem sair do lugar. 4. Não tô fora de forma, tenho ossos
largos. 5. Se preocupar com a forma não tá com nada. O
negócio é exercitar a alma.
E aí, já entraram no clima do feriadão?
22 de junho às
15:11
27 de janeiro
Lista de quinta:5 jeitos toscos de levar o verão p/ o
às 13:51
escritório. -Leve a caixa de areia do seu gato e enterre os
pés enquanto faz relatório. -Fale q a luz do teto incomoda e
abra o guarda-sol na sua mesa. -Volte da praia direto p/ o
trampo e bote a sunga p/ secar atrás da geladeira da firma.
-Troque a caneca de café por um coco. Com guardachuvinha
-Desligue o ar-condicionado,feche a janela e diga “Este
verão promete"
Tá precisando de um tempinho pra praticar o ócio
14 de junho às
criativo? Esses sujeitos já
14:00
resolveram esse problema.
Em se tratando das adesões ao recurso “Curtir”, boa parte dos textos com
maiores índices de aprovação (8 dos 10 selecionados) tem conexão com o conteúdo
relacional. A informação evidenciada por esta manipulação dos dados coletados reforça
111
que o maior interesse dos usuários ao acompanhar este perfil corporativo é por textos
informais que procuram promover a interação entre os integrantes do grupo virtual.
Na Tabela 30 encontram-se listados 10 dos posts responsáveis pelos mais
expressivos números de respostas por parte da Skol.
Tabela 30: Mensagens onde Ocorreram Mais Respostas no Perfil da Skol
Mensagem
Data/Hora
Assunto (PalavrasChave)
Modalidade da
Comunicação
Subárea da
Comunicação
Respostas
Fala, galera! O dia do Praia Skol Music está chegando e aí
vão as informações para você poder curtir esse mega show
redondo: SOBRE OS INGRESSOS: Para a segurança do
evento e de todos que estiverem lá, vamos distribuir oito
mil ingressos. Amanhã,...
QUER LEVAR UMA PRANCHA DA SKOL? ENTÃO SE
LIGA
NO ENIGMA DA PRANCHA
Galera, um monte gente que viu as fotos do Donavon
surfando nas ondas do Campeche ficou de olho na nossa
prancha personalizada. Se você foi um desses e ficou
implorando aos céus para ter uma igual, pode comemorar!
O
Enigma da Prancha tá aí pra isso. ...
Aí galera, se liga em todos os detalhes sobre o cadastro no
site e a retirada de
ingressos para o Praia Skol Music.
Não vê a hora de chegar o Praia Skol Music? Então bora
começar o esquenta com o
Ben Harper.
Mandem o email, pra poder add. Valeu!
31 de janeiro às
20:04
Evento organizado
pela empresa
Mercadológica
Eventos
20
16 de março às
14:01
Promoção
Mercadológica
Promoção de
Vendas
6
31 de janeiro às
17:53
Evento organizado
pela empresa
Mercadológica
Eventos
4
31 de janeiro às
10:50
Evento organizado
pela empresa
Mercadológica
Eventos
3
13 de maio às
19:53
18 de junho às
18:17
Solicitação de
contato
Incentivo ao
consumo
Relacional
E pra quem não vai no Skol Sensation, a grande pedida da
noite é reunir os
amigos, colocar muita Skol pra gelar e acompanhar todos
os detalhes da festa mais
fantástica do ano ao vivo pelo Live 360º.
Quer turbinar suas conversas no MSN? Então se liga na
19 de abril às
Ação para
18:32
promoção de
nova tab da Radio Skol no Messenger. SEU MSN NUNCA
MAIS SERÁ O MESMO COM A RÁDIO
produto
SKOL - Skol News - Skol
Metodologia pra estender roupas. E aí, qual a sua? (via
09 de maio às
Humor
www.giekim.com.br)
17:52
E aí, como anda a disputa pelo Skooler 360º no jogo do
02 de junho às Sorteio de brindes
baiacu? Fiquem de olho
13:55
que hoje a gente já divulga os primeiros vencedores.
www.skol.com.br/skol360
Acha que é fácil armar um cabo de guerra com a galera do 03 de janeiro às Filme publicitário
12:36
outro lado do mundo?
Se liga no making of do nosso novo filme.
3
Mercadológica
Publicidade
3
Mercadológica
Publicidade
2
Relacional
-
2
Mercadológica
Promoção de
Vendas
2
Mercadológica
Publicidade
1
Por este quadro sistemático torna-se perceptível que, em grande parte, a marca
de cerveja se propõe a responder quando o assunto envolve questões ligadas ao
marketing, mais especificamente informações sobre eventos, ações promocionais ou
publicidade. Deste recorte, oito a 10 textos se referem ao conteúdo mercadológico e as
duas restantes ao conteúdo relacional.
Retomando a Tabela 15 com os resultados da pesquisa na fan page da Skol,
observou-se que houve uma redução no número de respostas aos usuários: 38
manifestações entre janeiro e março e 26 entre abril e junho – uma redução de 31,6%.
No primeiro período, a marca respondia uma vez para cada 67,2 comentários. Esta
proporção, no segundo período, registrou uma resposta para cada 34,3 publicações dos
112
“seguidores”. O decréscimo em interações com o usuário foi reduzido para quase a
metade, ou 48,9%. A média calculada para os dois períodos é de uma resposta para 68,9
manifestações pessoais. Neste quesito, a marca de cerveja apresenta o melhor índice das
organizações avaliadas nesta pesquisa.
5.4 Comparativos entre os Perfis
O Gráfico 3 apresenta um consolidado com o total de mensagens semanais
postadas pelas três organizações estudadas, no período compreendido entre janeiro e
junho de 2011.
Gráfico 3: Totais de Mensagens Postadas - Três Perfis Corporativos
330
234
89
41
19 22
Segunda
53
46
19 27
Terça
20
33
Quarta
41
96
58
17
Quinta
1º Trimestre
100
11
Sexta
2º Trimestre
4
6 10
Sábado
22
6 16
Domingo
Total Geral
Total
Na somatória das postagens do semestre, percebe-se que a sexta-feira concentra
o maior número de publicações por parte das pesquisadas, com 100 ocorrências (ou
30,3%). Com quase 1/3 do total de mensagens, as organizações devem crer que às
sextas-feiras os usuários do Facebook estão mais suscetíveis às suas comunicações
digitais. O final de semana, por exemplo, remete à prática de esportes ou compras em
shopping centers, ideal para a Nike. Está associado à encontro com amigos em bares,
festas e churrascos, remetendo à cerveja, no caso, interessante para a Skol. Certas
pessoas fazem viagens curtas aos finais de semana ou adquirem pacotes turísticos no dia
livre de sábado, o que pode ser benéfico para a Gol.
Quinta-feira com 58 (17,5%) e quarta-feira com 53 (16,0%) são os outros dias da
semana como maior frequência de mensagens. Entretanto, as empresas procuram manter
113
certa assiduidade de segunda a domingo em suas publicações no Facebook. Todas as
organizações aumentaram suas manifestações digitais no segundo trimestre de 2011,
com um acréscimo de 143,7%.
Os números apresentados nas categorizações individuais foram somados na
Tabela 31 para os primeiros três meses do ano, na Tabela 32 para os meses de abril a
junho e na Tabela 33 os dois períodos envolvidos nas pesquisa para ilustrar resultados
consolidados.
Tabela 31: Comparativo dos Três Perfis – 1º Trimestre de 2011
Mensagens
Total de Interações
Curtir Comentários
Respostas
1º Trimestre de 2011
Conteúdo da
Comunicação
Nº Absolutos
Percentagem
Marketing Social
Marketing Cultural
Marketing Esportivo
Jornalismo Empresarial
Assessoria de Imprensa
Identidade Corporativa
Imagem Corporativa
Editoração Multimídia
Propaganda Institucional
1
3
2
0
0
7
0
0
0
13
1,0%
3,1%
2,1%
0,0%
0,0%
7,3%
0,0%
0,0%
0,0%
13,5%
Publicidade
Promoção de Vendas
Eventos
Marketing Direto
Merchandising
Venda Pessoal
Total
12
19
21
0
0
0
52
12,5%
19,8%
21,9%
0,0%
0,0%
0,0%
54,2%
Relacional
31
32,3%
96
100,0%
Nº Absolutos
Percentagem
Marketing Social
Marketing Cultural
Marketing Esportivo
Jornalismo Empresarial
Assessoria de Imprensa
Identidade Corporativa
Imagem Corporativa
Editoração Multimídia
Propaganda Institucional
1
5
2
0
0
9
0
0
0
17
0,4%
2,1%
0,9%
0,0%
0,0%
3,8%
0,0%
0,0%
0,0%
7,3%
Publicidade
Promoção de Vendas
Eventos
Marketing Direto
Merchandising
Venda Pessoal
Total
26
97
7
0
0
0
130
11,1%
41,5%
3,0%
0,0%
0,0%
0,0%
55,6%
Relacional
87
37,2%
234
100,0%
Institucional
96
22.915
5.566
47
Subáreas
Total
Mercadológica
Tabela 32: Comparativo dos Três Perfis – 2º Trimestre de 2011
Mensagens
Total de Interações
Curtir Comentários
Respostas
2º Trimestre de 2011
Conteúdo da
Comunicação
Institucional
234
99.389
73.130
71
Subáreas
Total
Mercadológica
114
Tabela 33: Comparativo dos Três Perfis – 1º Semestre de 2011
Mensagens
Total de Interações
Curtir Comentários
Respostas
1º Semeste de 2011
Conteúdo da
Comunicação
Nº Absolutos
Percentagem
Marketing Social
Marketing Cultural
Marketing Esportivo
Identidade Corporativa
2
8
4
16
30
0,6%
2,4%
1,2%
4,8%
9,1%
Publicidade
Promoção de Vendas
Eventos
Total
38
116
28
182
11,5%
35,2%
8,5%
55,2%
Relacional
118
35,8%
330
100,0%
Institucional
Subáreas
Total
330
122.304
78.696
118
Mercadológica
Oferecendo uma visão geral da evolução de publicações e do tipo de conteúdo
postado para cada período, diante destes três quadros sistemáticos pode-se inferir que no
procedimento de categorização dos textos que compunham o corpus de estudo as
subáreas da comunicação institucional que emergiram foram “Marketing Social”,
“Marketing Cultural”, “Marketing Esportivo” e “Identidade Corporativa”. Para a
comunicação mercadológica, as subáreas “Publicidade”, “Promoção de Vendas” e
“Eventos” foram as mais empregadas.
Nenhuma mensagem presente nos textos recolhidos nas páginas do Facebook
pôde ser classificada como “Jornalismo Empresarial”, “Assessoria de Imprensa”,
“Imagem
Corporativa”,
“Editoração
Multimídia”,
“Propaganda
Institucional”,
comunicação mercadológica “Marketing Direto”, “Merchandising” ou “Venda Pessoal”.
Este resultado já era esperado, pois algumas especialidades da comunicação
organizacional se referem à práticas que não seriam cabíveis ou até viáveis na
plataforma social.
Por exemplo, a assessoria de impressa atua fornecendo releases – textos
jornalísticos informativos – para os veículos de comunicação. Trata-se de uma atividade
muito peculiar e restrita à relação organização x mídia que cabe para outras
comunicações digitais, o e-mail por exemplo, mas não para ser realizada num ambiente
público.
Outro exemplo seria o Merchandising que é uma ação no ponto de venda
envolvendo degustação, disponibilização de banners, layout de loja etc. Certamente esta
ferramenta não se aplica a uma mensagem de texto e, se fosse para abordar a questão, a
organização trataria dos assuntos relacionados a merchandising por meio de
comunicados internos ou diretamente com seus clientes varejistas.
115
A comunicação interna, componente da comunicação organizacional integrada
proposta por Kusch (KUNSCH, 2009), como era de se esperar, não foi mencionada nas
mensagens disponibilizadas no software social. Por isto, nem mesmo foi incluída como
coluna do critério de categorização.
As distribuições percentuais entre os conteúdos institucional, mercadológico e
relacional praticamente se mantiveram de um período para outro. No primeiro trimestre
as proporções eram de 54,2% do total das mensagens com abordagem mercadológica,
32,3% relacional e 13,5% institucional. Para o segundo trimestre, os resultados assim se
mostraram: 55,6% da somatória de posts com conteúdo mercadológico, 37,2%
relacional e 7,3% institucional.
Com todas as publicações somadas, reunindo os dois períodos propostos neste
trabalho, se obtém os resultados do Gráfico 4.
Gráfico 4: Conteúdo das Mensagens
Institucional
9,1%
Relacional
35,8%
Mercadológica
55,2%
O foco da Nike, Gol e Skol, no site de redes sociais, é disseminar conteúdos que
reforcem suas marcas, assim trabalhando o Facebook como uma ferramenta de
marketing. De certa forma, os resultados ratificam a pesquisa Deloitte (DELOITTE,
2010) que afirma que as empresas estão presentes nas mídias sociais prioritariamente
para fazerem marketing e divulgarem seus produtos ou serviços. Provavelmente, assim
como as empresas pesquisadas pela consultoria, elas acreditam no potencial de melhorar
a reputação da marca e potencializar o boca a boca virtual, ao administrar um perfil
corporativo no site.
Como afirmou o Professor Doutor João José Azevedo Curvello (2011, linhas 3133) em sua entrevista pessoal a este pesquisador, as empresas “embora estejam no meio,
116
há fortes indícios de que o fazem apenas como modelo de broadcast, pouco interagindo
com os públicos”.
Levando-se em consideração apenas as mensagens cujos conteúdos poderiam ser
classificados como mercadológicos, temos os resultados do Gráfico 5.
Gráfico 5: Mensagens com Conteúdo Mercadológico
Eventos
15,4%
Publicidade
20,9%
Promoção de
Vendas
63,7%
Das 182 mensagens com conteúdo mercadológico, 116 referiam-se a subárea
“Promoção de Vendas”. As companhias então, acreditam que cabem ações
promocionais na plataforma digital que, de acordo com Lupetti (2009, p.24), distribuem
brindes, oferecem descontos e outros benefícios ao consumidor para alavancar
resultados comerciais.
Tendo como parâmetros os resultados da promoção do Dia dos Namorados da
Gol pode-se declarar que ações promocionais no Facebook é uma realidade viável.
Desperta interesse nesta estratégia a capacidade do site de redes sociais de recrutar
adesões por meio do botão “Curtir” e do conteúdo gerado pelo usuário (CGU). Quando
um usuário “curte” a publicação ou posta um comentário na fan page da empresa, sua
aprovação fica visível a todos seus “amigos”. Isto ocorre devido às redes sociais
sustentadas pela internet deixarem à mostra todos os componentes da rede e ainda
potencializar a comunicação entre eles (FERNÁNDEZ, 2008).
Ao despertar o interesse de um “seguidor” a campanha promocional articulada
no Facebook consegue angariar rapidamente centenas ou milhares de outros
participantes, pois a informação e a mecânica se espalham de maneira viral. Outro ponto
a ressaltar é que mesmo após o fim da promoção existe um residual de “seguidores” que
117
continuam a acompanhar o perfil e um aumento de conteúdo postado no “mural” da
companhia aérea.
A “Publicidade”, com 38 mensagens, é o conteúdo mercadológico com segunda
maior frequência de ocorrências. As organizações utilizam esta ferramenta, sinônimo de
propaganda, para evidenciar sua marca, sugerir a compra do produto, subsidiar a
comercialização e fazer com que imagens de produtos se sobressaiam (LUPETTI, 2009,
p.23). Realmente, ao trabalhar os dados desta pesquisa, pode-se conferir nos assuntoschave das mensagens termos associados ao incentivo ao consumo, informações sobre
produtos e serviços, preços e citações de marcas.
Em relação à subárea “Eventos”, 15,4% do total geral de posts puderam ser
enquadrados nesta especialidade da comunicação mercadológica. Entretanto apenas a
Skol e a Nike publicaram textos com este tipo de conteúdo. A Skol foi a empresa
pesquisada que mais a utilizou, com 19,1% do total de publicações. Este resultado é
pertinente tendo em vista a estratégia de marketing da marca de cerveja em organizar
eventos, principalmente os shows musicais, para conquistar seus clientes.
As
30
mensagens
com
conteúdo
institucional
podem
ser
divididas
percentualmente conforme a representação do Gráfico 6.
Gráfico 6: Mensagens com Conteúdo Institucional
Marketing
Social
6,7%
Identidade
Corporativa
53,3%
Marketing
Cultural
26,7%
Marketing
Esportivo
13,3%
Praticamente a metade das mensagens com abordagem institucional, ou 53,3%,
fizeram alusão à “Identidade Corporativa”. A personalidade corporativa refletida na
comunicação ou uma manifestação perceptível de uma empresa (KUNSCH, 2003, p.
172) reuniu 16 mensagens. Um número modesto para três organizações em um período
118
de seis meses, que evidencia que o Facebook não é utilizado para tornar pública as
propostas organizacionais.
As citações de patrocínio de eventos ou produções culturais por parte das
empresas surgiram em oito postagens, ou 26,7% das 30 mensagens com conteúdo
institucional. “Marketing Esportivo” com 13,3% do total de posts institucionais e o
“Marketing Social” com 6,7% completam o cenário desta modalidade de comunicação
organizacional.
O conteúdo elaborado com vistas à obtenção da simpatia e aceitação por parte
dos usuários, representou 35,8% do total de mensagens do semestre, ou em números
absolutos 118 mensagens. O conteúdo relacional apresenta-se indispensável para
perdurar a presença das empresas neste ambiente em que, prioritariamente, se procura a
interação e troca social entre indivíduos. Via de regra, grupos sociais, inclusive os que
habitam o mundo virtual, excluem integrantes que não apresentam comportamentos
aceitos pela maioria, assim, participar de uma comunidade virtual exige das
organizações, conforme acredita Solis (2010, p.8), uma abordagem apropriada, baseada
na busca pela conversação, que observa os interesses coletivos e não desconsidera
outros participantes da rede.
Nos Gráficos 7, 8 e 9 são apresentados dados consolidados dos quesitos
“Mensagens”, “Curtir”, “Comentários” e “Respostas” divididos por organização e por
períodos.
Gráfico 7: Totais de Mensagens Postadas - Por Perfil Corporativo
151
123
94
85
32
28
36
58
53
1º Tri
2º Tri
Nike
Gol
Total
Skol
119
No primeiro trimestre, a Skol liderava as iniciativas de interações com os
usuários, totalizando 28 mensagens publicadas. Com a ação promocional “Voo dos
Namorados GOL” a empresa aérea passou a registrar mais posts em sua fan page do que
as outras pesquisadas, totalizando no segundo trimestre 123 publicações.
No total geral a Gol é a organização desta pesquisa com o maior número de
postagens (151), seguida pela Skol (94) e Nike (85).
Gráfico 8: Totais de Comentários Postados por Usuários - Por Perfil Corporativo
66.025
65.915
8.259
5.223
3.036
4.412
2.420
1.992
110
1º Tri
2º Tri
Nike
Gol
Total
Skol
O Gráfico 8 ilustra o expressivo aumento de conteúdo gerado pelo usuário
(CGU) ocasionado pela campanha promocional da Gol. Enquanto a Nike teve um
acréscimo considerável de 72,0%, ou 2.187 mensagens a mais, do primeiro para o
segundo trimestre, a Gol aumentou exagerados 59.822,3%. Nas colunas referentes ao
primeiro trimestre é possível constatar a atuação modesta da empresa aérea com 110
posts, um número bem abaixo dos resultados da Nike e Skol. Pelo gráfico também fica
perceptível a redução do número de mensagens que incidiu sobre os resultados da Skol,
que diminui de 2.420 para 1.992 publicações (decréscimo de 170,7%).
120
Logicamente, somando-se os dois períodos a Gol lidera o quesito engajamento
dos usuários com um número 5,2 vezes maior que os resultados alcançados pelos outros
dois perfis corporativos somados.
As manifestações positivas, ou adesão ao recurso “Curtir” do sistema do site,
estão inseridas no Gráfico 9.
Gráfico 9: Manifestações Positivas dos Usuários às Mensagens Corporativas ("Curtir") Por Perfil Corporativo
55.928
55.619
47.459
32.505
18.917
14.954
11.265
7.652
309
1º Tri
2º Tri
Nike
Gol
Total
Skol
Assim como ocorrido com o conteúdo gerado pelo usuário (CGU), o perfil da
Gol apresentou um crescimento acentuado nos cliques por parte dos usuários no botão
“Curtir”. De 309 publicações no primeiro trimestre, o valor mais baixo dentre as três
organizações pesquisadas, passou para 55.619 no segundo trimestre – uma majoração de
17.899,7%. A Nike também conseguiu expressiva manifestação positiva por parte de
seus “seguidores” no segundo período, contabilizando 17.551 “Curtir” a mais, ou 2,2
vezes o resultado do primeiro período (crescimento de 117,4%). A Skol também
agradou seu público, com um aumento de 47,2% nos números de aprovação do
conteúdo por ela postado.
Os índices positivos de crescimento de comentários postados pelos usuários e de
“Curtir” da Gol e Nike apontam que as empresas estão em um bom caminho na
121
publicação de conteúdo relevante que consequentemente conquista fãs para seus perfis
corporativos.
Os números totais de comentários-resposta realizados por parte das três
organizações estão inseridos no Gráfico 10.
Gráfico 10: Totais de Respostas aos Usuários - Por Perfil Corporativo
64
43
43
38
26
11
9
0
2
1º Tri
2º Tri
Nike
Gol
Total
Skol
Expostos os dados nesta forma gráfica, pôde-se avaliar a evolução das empresas
pesquisadas no que se refere às respostas à indagações de usuários na tecnologia social.
Tanto Nike quanto Skol apresentaram uma redução no diálogo/conversação com seus
“seguidores”. A fabricante de artigos esportivos reduziu de 9 para 2 suas respostas, um
índice baixo no primeiro trimestre e, ainda, 77,8% menor no segundo trimestre. Já a
marca de cerveja de 38 postou 26 réplicas no segundo período avaliado nesta pesquisa,
uma redução de 31,6%. A Gol foi a única que aumentou o número de respostas (43
manifestações), entretanto nos primeiros meses de 2011 não dialogou em nenhuma
oportunidade com os fãs de seu perfil corporativo.
Somando-se os valores para ter como resultado o comportamento das
organizações no primeiro semestre do ano, observa-se que o maior número de
iniciativas é a da Skol, com 64 respostas. Um número 48,8% melhor que a Gol e
481,8% que a Nike.
122
A Tabela 34 valora o grau de eficiência das organizações em incitar, por meio de
suas manifestações corporativas, o usuário a postar conteúdo em sua fan page.
Tabela 34: Eficiência em CGU – Comparativo dos Três Perfis – 1º Semestre de 2011
Nike
1º Trimestre
Mensagens CGU Média CGU
32
3.036
94,9
2º Trimestre
Mensagens CGU
Média CGU
53
5.223
98,5
Média Geral
CGU
96,7
Gol
28
110
3,9
123
65.915
535,9
269,9
Skol
36
2.420
67,2
58
1.992
34,3
50,8
De janeiro a março de 2011, para cada 32 mensagens publicadas pela Nike
houve 3.036 comentários por parte de seus “seguidores” – média de 94,9 CGU para
cada post corporativo. Publicando 28 mensagens a Gol conseguiu 110 manifestações de
usuários, uma média de 3,9 CGU para cada postagem. Já a Skol registrou no sistema do
Facebook 36 textos que geraram 2.420 conteúdos gerados pelo usuário, sendo sua
média de 67,2 CGU para cada publicação. No primeiro trimestre a Nike foi a
organização mais eficiente em gerar CGU, ou melhor, o engajamento do usuário ao
conteúdo corporativo.
No segundo período, de abril a junho de 2011, a empresa de produtos esportivos
publicou 53 mensagens e obteve como resposta 5. 223 manifestações de usuários, com
média de 98,5 CGUs. A companhia aérea obteve 65.915 comentários de “seguidores”
com 123 publicações, representando 269,9 CGUs para cada post corporativo. Com 58
postagens em seu “mural” a marca de cerveja conseguiu gerar 1.992 mensagens de seus
fãs, com média de CGU de 34,3.
Comparando-se os dois períodos percebe-se que: a Nike teve um tímido aumento
na média de CGU, ou 3,9% em percentagem; em contrapartida a Gol apresentou
expressivo crescimento em geração de conteúdo por parte de “seguidores” com
13.540,9% de majoração; na contramão das duas companhias a Skol apresentou um
decréscimo de 48,9% no engajamento dos usuários às suas mensagens. Na média geral,
a Gol apresentou-se mais eficiente em gerar CGUs, entretanto vale frisar que a
companhia aérea utilizou o artifício de sortear brindes com alto valor para potencializar
“seguidores” e consequentemente “boca a boca digital”.
Dividindo-se os totais de “Curtir” – números disponíveis nos perfis corporativos
do Facebook e que representam as quantidades de pessoas que aprovaram a fan page –
pelos números coletados em relação ao conteúdo gerado pelo usuário (CGU), pode-se
123
mensurar o grau de engajamento dos “seguidores” de cada perfil corporativo. Os
resultados deste procedimento são apresentados na Tabela 35.
Tabela 35: Engajamento dos Usuários nos Três Perfis – 1º Semestre de 2011
Totais de “Curtir”
Totais de CGU
Médias de CGU
Nike
360.447
8.259
43,6
Gol
213.172
66.025
3,2
Skol
140.812
4.412
31,9
Estes dados ilustram o quanto cada “curtidor” (usuário) pode produzir em termos
de conteúdo para a organização. Os “seguidores” da Nike são os mais engajados dentre
as três fans pages analisadas, com média de 43,6 CGUs. A Skol ocupa a segunda
posição com 31,9 e a Gol a terceira com 3,2 conteúdos adicionados por usuário no perfil
corporativo. Os índices expressam o resultado do envolvimento de cada empresa com
seu fã e do conteúdo que ela produz.
A análise também aponta a eficiência da estratégia de presença digital na
plataforma social ao gerar, como Coutinho (2007) frisa, conversações sustentadas pela
marca. Como pode ser comprovado pela Tabela 37, a Gol tem um melhor índice de
“Curtir” do que a Skol. Entretanto, a companhia aérea tem praticamente dez vezes
menos conteúdo gerado pelo consumidor. Um dos objetivos de se manter um perfil
corporativo é fazer com que os usuários da mídia social troquem informações entre si,
tendo a comunidade virtual instituída pela organização como suporte, consequentemente
conferindo visibilidade à marca. Quando ninguém comenta as postagens de um perfil, o
emissor está “falando sozinho”.
5.5 Nível de Engajamento das Organizações nas Mídias Sociais
A “matriz PE (Presença-Engajamento)” proposta por Terra (2010a, p.172-178)
sugere uma pesquisa nas diferentes mídias sociais da internet para determinar a presença
das organizações – ao quantificar os canais utilizados – no eixo x, e o nível de
engajamento – ao avaliar o comportamento das organizações nos canais em que está
presente – no eixo y. Como este estudo avalia apenas uma mídia social e procura
estabelecer o nível de engajamento especificamente neste canal, apenas o eixo y
(“engajamento”) será considerado. Seguindo o exemplo da pesquisadora que criou a
124
“régua de presença organizacional nas mídias sociais” (TERRA, 2010a, 178) que apura
o número de canais onde a empresa mostra-se atuante, nesta pesquisa será instituído a
“régua de engajamento”.
Apoiado na análise dos números de respostas aos usuários (ilustrado no Gráfico
9) e na análise qualitativa dos quadros sistemáticos com as mensagens onde as três
organizações mais responderam (Tabelas 20, 25 e 30), seguindo as indicações de Terra
(2010a, p. 160 e 173) pontuou-se o nível de engajamento das organizações no Facebook
(Tabela 36).
Tabela 36: Pontuação do Engajamento das Organizações Pesquisadas
Empresa
Engajamento
Nike
Intermediário = 2 pontos
Gol
Proativo = 3 pontos
Skol
Proativo = 3 pontos
Ao adaptar a proposta instrumental da pesquisadora à “régua de engajamento”
encontrou-se a situação exposta na Figura 4.
Figura 4: Régua de Engajamento para as Organizações Pesquisadas
Gol
Nível de
Engajamento
Nike
Skol
Reativo
Intermediário
Proativo
A Skol e a Gol apresentam estratégias e resultados que as enquadram no nível
“proativo” de engajamento. As empresas utilizam o espaço virtual de relacionamentos
sociais com objetivo de estreitar laços com as pessoas que compartilham com os valores
de suas marcas e apreciam seus produtos e serviços. Conforme descrito por Terra
(2010a, p.173), uma organização engajada na mídia social interage, compartilha ideias,
dados, informações e conhecimentos com usuários em rede que utilizam os mesmos
mecanismos de comunicação. Em contrapartida a Nike se enquadra no nível
125
“intermediário”. A fabricante de vestuários e artigos esportivos está transferindo para o
site de redes sociais seu comportamento na mídia tradicional. Desta forma, não explora
todos os recursos desta plataforma social e não à utiliza para conhecer melhor os fãs de
sua marca.
5.6 Posicionamento Estratégico Digital das Organizações
Baseado nas análises anteriores pode-se discutir a ideia de posicionamento
estratégico apresentada por Saad Corrêa (2009a; 2009b). Um quadro sistemático foi
montado (Tabela 37) para facilitar as avaliações da comunicação digital das três
organizações no Facebook.
Tabela 37: Atendimento aos Critérios do Posicionamento Estratégico Digital
Nike
Gol
Skol
Características
Técnicas
- Multimedialidade
- Hipermedialidade
- Interatividade
- Conteúdo gerado pelo usuário
- Compartilhamento
- Multimedialidade
- Hipermedialidade
- Interatividade
- Conteúdo gerado pelo usuário
- Compartilhamento
- Diálogos
- Conversações
- Multimedialidade
- Hipermedialidade
- Interatividade
- Conteúdo gerado pelo usuário
- Compartilhamento
- Diálogos
- Conversações
Instrumentos e
Ferramentas de
Comunicação
- Expressão /opinião:
comunidade na mídia social
Facebook
- Produção: compartilhamento
de arquivos digitais no YouTube
- Expressão /opinião: blog
corporativo, comunidades nas
mídias sociais Facebook, Flickr
e Orkut
- Produção: compartilhamento
de arquivos digitais no YouTube
- Expressão /opinião: blog
corporativo e comunidade na
mídia social Facebook
- Produção: compartilhamento
de arquivos digitais no YouTube
Formas de
Participação do
Usuário
- Expressão /opinião:
comunidade na mídia social
Facebook
- Expressão /opinião:
comunidade na mídia social
Facebook
- Expressão /opinião: blog
corporativo e comunidade na
mídia social Facebook
- Produção: compartilhamento
de arquivos digitais no YouTube
Posicionamento
1.0
2.0
2.0
Fonte: Adaptado de SAAD CORRÊA (2009a, p.178).
A comunicação digital da Nike possui elementos do cenário 2.0, mas devido à
empresa não participar ativamente dos diálogos, acaba por encaixar-se no cenário 1.0.
Assim
é
enquadrada,
pois
foram
encontradas
as
características
técnicas
multimedialidade, hipermedialidade, interatividade, conteúdo gerado pelo consumidor e
compartilhamento; os instrumentos e ferramentas de comunicação expressão/opinião –
já que a empresa articulou uma comunidade no Facebook – e produção – ao utilizar o
site YouTube – e formas de participação do usuário – pois permite expressão/opinião e
126
produção por parte de seus “seguidores” – todos estes itens presentes na estratégia de
comunicação digital fazem referência ao posicionamento 2.0. Entretanto, lhe faltam
diálogos e conversações em “características técnicas”, ocorrendo uma predominância do
emissor no controle do conteúdo e nas relações com os usuários, elementos típicos do
posicionamento 1.0.
Por valer-se de mecanismos interativos que não são aproveitados em todas as
suas potencialidades, a comunicação organizacional da Nike, presente neste espaço
digital, representa uma simulação de bidirecionalidade. A comunicação digital
observada apresenta-se mais como informativa do que participativa, uma peculiaridade
do cenário 1.0. A Nike se mostrou como se estivesse em um monólogo, utilizando o
canal de mídia social como mais um veículo de comunicação do que um meio de
interação com seus públicos de interesse.
No primeiro trimestre de 2011 quando a empresa aérea não respondeu à
nenhuma manifestação de usuário – aliás o pior resultado das três organizações
pesquisadas – a comunicação digital da Gol no site de relacionamentos virtuais
encontrava-se num monólogo, ou cenário 1.0. As 43 respostas no segundo trimestre
mostrou uma mudança de postura da organização, mesmo com uma média de respostas
de um para cada 1.535,5 comentários de usuários. Logicamente, em uma promoção não
há necessidade de respostas para todas manifestações, como posts de participação ou
comentários não pertinentes. Em termos de posicionamento digital pode-se posicionar a
Gol no cenário 2.0. Este enquadramento é reforçado pelo resultado obtido na pontuação
de engajamento proposta por Terra (2010a, p.160 e 173).
A comunicação digital da Gol apresenta elementos do posicionamento 2.0 nos
quesitos características técnicas, instrumentos e ferramentas de comunicação e formas
de participação do usuário. Contudo, não pode ser declarada como o melhor exemplo de
participação na plataforma social pois fica a dever na questão de estabelecer diálogos e
conversações com os usuários e grupos que se interrelacionam no Facebook. A análise
da Tabela 27 mostra que o maior interesse da empresa ao dialogar é para responder à
questões mercadológicas e não relacionais.
Em sua fan page, a Skol deixa os “seguidores” comentarem diretamente no
“mural”, permitindo que as mensagens sejam visíveis logo no acesso. Podemos incluir
esta estratégia na tendência de participação e CGU (geração de conteúdo pelo usuário)
que transfere a responsabilidade do processo de comunicação para o usuário do
Facebook ilustrada por Saad Corrêa (2009a, p.181). Agindo assim, admite a importância
de seus “curtidores” como propagadores e potencializadores de suas mensagens para
127
outras pessoas ou grupos de pessoas que interagem na plataforma social. Opiniões
pessoais, acerca da marca de cerveja ou da vida pessoal por exemplos, conquistaram
espaço da comunicação com intenção de vender produto ou promover a instituição. O
“mural” do perfil da empresa acaba por ser personalizado pelos usuários que incluem
comentários. Pelos números de comentários apresentados pode-se declarar que há certo
grau de articulação coletiva.
A estas características pertinentes ao posicionamento 2.0 a comunicação digital
da marca de cerveja ainda apresenta as características técnicas multimedialidade,
hipermedialidade, interatividade e compartilhamento, que incluem o citado conteúdo
gerado pelo consumidor; utiliza instrumentos e ferramentas de comunicação de
expressão e opinião (blog corporativo e comunidade no Facebook) e produção (ao
compartilhar vídeos no YouTube); e aceita as formas de participação do usuário
expressão e opinião e produção. Ao apresentar o melhor número de respostas – apesar
da proeminência de conteúdos mercadológicos – e ao permitir que os “seguidores”
postem conteúdo, imagens, compartilhem links e vídeos diretamente no “mural” do
perfil corporativo, neste estudo a Skol representa a prática mais próxima da realidade
interativa e colaborativa do ambiente do Facebook.
128
6 CONSIDERAÇÕES FINAIS
6.1 Considerações sobre a Comunicação Digital das Organizações
Cada empresa apresenta uma característica distinta e interessante em sua
comunicação digital no Facebook. Representam excelentes exemplos de práticas atuais
de comunicação organizacional digital, pois se destacaram em um conceituado estudo
sobre lembrança de marca na internet brasileira e, especificamente como exemplos no
site de redes sociais, apresentavam no momento da pesquisa, números consideráveis de
“seguidores”.
A promoção da Gol demonstra que ao sortear brindes, principalmente de valor
financeiro considerável, uma organização pode potencializar a geração de conteúdo por
parte de seus “seguidores”. Entretanto, por via de regra, as ações promocionais
angariam muitos participantes, mas grande parte tem em vista apenas os prêmios e não
se tornam clientes efetivos das empresas promotoras. Por analogia e trazendo para o
interesse deste estudo, promoções em mídias sociais talvez não tornem todos os
participantes “seguidores”, entretanto promovem um incremento no número de novos
usuários que podem também comentar e “Curtir” apresentando a comunidade para seus
contatos, ampliando os nodos da rede social da marca.
Mesmo com sua postura pouco propícia à interações, o conteúdo que a Nike
publica provoca uma expressiva adesão ao botão “Curtir” e os melhores números de
CGU e de engajamento por parte dos usuários. Além disso, possui o melhor índice em
termos de conteúdo relacional (62,4%), sendo a empresa pesquisada que mais expressa
intenção de estreitar laços com os membros da comunidade virtual. Pelos resultados
apresentados, a temática da fan page da Nike agrada aos seus “seguidores” e
certamente, está adequada ao perfil de seu público de interesse e do usuário do site de
redes sociais. Numa analogia à segmentação da audiência da comunicação
organizacional defendida por Silva e Bueno (2009, p.36), a eficácia da comunicação
digital talvez esteja justamente na adaptação das mensagens e dos meios aos objetivos
individuais que estão subentendidos na forma com que o usuário se relaciona com a
marca no espaço virtual.
Este canal de contato com milhares de consumidores atuais e potenciais poderia
ser melhor utilizada se houvesse mais diálogos, sendo útil para trazer informações de
mercado para a empresa e para engajar um número ainda maior de usuários. Entretanto,
é notório que uma comunicação mais transparente e aberta exigisse uma mudança na
129
cultura organizacional. A organização que pretende trilhar por este caminho precisa
criar políticas que determinem qual tipo de informação pode ou não ser exposta em uma
mídia social. Estimular seus consumidores a falar e depois não ter condições para
atender às suas solicitações, devido a empecilhos ligados a objetivos estratégicos ou
limitações na estrutura ou cultura organizacional, pode ser algo danoso à imagem
corporativa e, consequentemente comprometer resultados comerciais.
Contudo, ao implementar ações nas tecnologias sociais a empresa praticamente
aceita a condição de praticar uma comunicação bidirecional que, no entendimento de
Curvello (2009, p. 3) resulta em um consenso mútuo entre stakeholders e organização,
promovendo uma comunicação corporativa que tem eficácia e que estabelece o
equilíbrio de interesses.
Ao transferir sua linha de comunicação pautada na irreverência para o ambiente
do Facebook a comunicação digital da Skol cumpre sua função de entreter seus
“seguidores”. Assim como a Nike, a Skol representa outro exemplo de adequação da
linguagem ao público-alvo. Contudo, dentre as três organizações pesquisadas, esta
última é a melhor prática de diálogos e conversações ao responder mais vezes aos
usuários.
Na pesquisa preliminar deste estudo, analisou-se o comportamento da
comunicação digital da marca concorrente Brahma no período de janeiro a março de
2011. Apesar de pertencer ao mesmo grupo (Ambev) e ter a possibilidade de se espelhar
nas estratégias da Skol, a Brahma não apresentou resultados tão expressivos em termos
de aprovações (“Curtir”) e comentários.
No primeiro trimestre de 2011 a Brahma publicou 74 mensagens, o dobro das 36
manifestações da Skol no mesmo período, mas anotou 875 respostas “Curtir” e 220
comentários dos usuários. Retomando os números da Skol, foram 7.652 cliques no
botão “Curtir” e 2.420 conteúdos gerados pelos usuários. Mesmo com um número bem
inferior de mensagens, a Skol alcançou 874,5% mais aprovações positivas (“Curtir”) e
1.100% mais CGUs; certamente, os resultados diferentes estão vinculados ao conteúdo
postado por cada uma das duas marcas de cerveja. Talvez a Brahma tenha atuado no
Facebook com a visão simplista de relacionamento observada por Bueno (2009c, 123124), onde estipula-se um perfil genérico, com linguagem ou discurso comum, visando
atendimento de expectativas e necessidade dos usuários de uma forma única.
Esta comparação se mostrou interessante para ilustrar que produtos semelhantes
e concorrentes, e até da mesma companhia, podem ter resultados diferentes ao atuarem
130
na tecnologia social. As informações não mereciam ser descartadas e a comparação foi
conveniente nestas considerações para fechamento das análises.
Ao analisar dois períodos diferentes em separado, percebe-se que as
organizações estão evoluindo na plataforma social. Entretanto, precisam desenvolver
estratégias para melhor responder às indagações dos usuários, atendendo assim, a uma
das obrigações da comunicação corporativa descritas por Pimenta (2006, p.100), que é
dar atenção a consumidores mais exigentes e conscientes sobre direitos consumeristas –
o exato perfil do internauta.
A mudança na prática da comunicação organizacional de modo a se adequar às
inovadoras formas de interações empresas versus públicos de interesse, observada por
Silva e Bueno (2009, p.36), é uma tarefa urgente. Caso contrário, perde-se vantagens
competitivas que podem comprometer resultados mercadológicos e, consequentemente,
colocar em risco a sustentabilidade do negócio a longo prazo.
Por representarem empresas com expressivos investimentos em publicidade,
possivelmente a comunicação off-line interfere na adesão de usuários às fan pages. A
atenção seletiva para as investidas mercadológicas apresentada por Torquato (2008, p.
99) provavelmente ocorre também para as ações corporativas no ambiente virtual. Ao
entrar no sistema do Facebook as pessoas devem filtrar as marcas com as quais se
relacionarão, baseadas na imagem que tem formada a respeito da empresa/marca
(imagem corporativa).
Certamente, uma questão a ser levantada sobre a presença digital das
organizações no Facebook seria: qual o número ideal de postagens para não ser
inconveniente e efetivamente construir relacionamentos com usuários?
Um artigo publicado no Socialbakers.com, portal de estatísticas sobre mídias
sociais, apresenta dados sobre o número de postagens diárias no Facebook, divididos
nas categorias “marcas” e “mídia” (SOCIALBAKERS, 2011). No período
compreendido entre janeiro e março de 2011, as marcas listadas no estudo postaram em
média uma mensagem por dia. Segundo o portal, talvez algumas empresas apenas
publiquem a cada dois dias e, em certos casos, algumas vezes por semana.
O Gráfico 11 foi extraído do artigo e apresenta as marcas pesquisadas e suas
médias diárias de postagens.
131
Gráfico 11: Média do Número de Mensagens por Dia – Socialbakers.com
Fonte: SOCIALBAKERS, 2011.
Pode-se verificar que cada empresa tem sua estratégia de interação no software
social. Enquanto a iTunes – aplicativo para administração de músicas e vídeos para
equipamentos da Apple – publica um média de 2,29 mensagens por dia, na outra ponta
do Gráfico 11 está a Coca-Cola – multinacional fabricante de refrigerantes – com média
de 0,44.
Na pesquisa objeto desta tese, considerando-se o primeiro semestre de 2011, a
média diária para a Nike foi de 2,34 mensagens, para a Gol de 4,35 e Skol de 2,65. No
cálculo de uma média geral para estes três casos, chega-se ao índice de 3,11 postagens
por dia.
Por este estudo e pelas informações disponibilizadas pela Socialbakers.com, não
se pode afirmar qual a quantidade ideal, mas os dados expostos ilustram a prática atual
em termos de atuação no Facebook, podendo representar uma referência.
A capacidade de conexão entre pessoas e a possibilidade da criação de redes em
torno de interesses comuns, por intermédio da comunicação mediada pelo computador,
detalhada por Recuero (2009a, p.16), pôde ser observada neste estudo. Ao registrarem
seus perfis no sistema do Facebook as três companhias deram início à formação de
redes sociais virtualmente estabelecidas em torno de trocas relacionais tendo como
sustentáculo suas marcas e produtos. E, ao desenvolver relacionamentos gradativamente
por meio de ações comunicacionais mais propícias à mecânica das redes sociais virtuais,
as organizações podem descobrir inúmeras possibilidades de interação e aproximação
com os fãs de suas marcas.
Ao estudar ações de comunicação empresarial, percebe-se que cada vez mais
empresas estão se dedicando às plataformas que abrigam redes sociais, seja ouvindo
seus clientes, transmitindo novas informações ou divulgando ações promocionais, os
132
sites de relacionamento, blogs e sites colaborativos representam importantes
ferramentas para estreitar laços com consumidores atuais e potenciais.
Para Armano (2010), a melhor estratégia no Facebook para articular
“embaixadores da empresa” é a criação de uma página oficial. Os chamados “grupos”
empoderam os usuários e ainda trata-se de uma atividade de caráter pessoal no software
social. Assuntos relevantes para o negócio da organização podem figurar como temática
destes grupos, porém a participação em suas atividades não depende da empresa, mas de
um convite ou autorização das pessoas que os compõem.
O convite que Armano (2010) cita depende da carga relacional das mensagens
verbais e não verbais postadas pela organização. Ser aceita no grupo exige da
organização seguir normas e regras e adequar sua linguagem aos outros integrantes;
caso contrário, ninguém a escuta. A geração de conteúdo pelo usuário (CGU), como
resposta das pessoas às iniciativas corporativas, é um indicador de quando a empresa
está conversando ou falando sozinha.
A funcionalidade “Curtir” representa uma métrica para avaliar a estratégia de
comunicação digital corporativa no Facebook. O resultado em números de “Curtir”, que
pode se revelar para cada postagem ou para a fan page, é uma resposta positiva do
usuário à atuação da empresa na plataforma. O recurso do software social, tão valioso
quanto o conteúdo gerado pelo usuário, torna o usuário um “embaixador” da
organização. Ao fazer sua recomendação o “seguidor” está trabalhando em prol da
empresa, pois potencializa a mensagem corporativa ao deixá-la visível a todos seus
“amigos”, ou seja, integrantes de sua rede social pessoal.
6.2 Atendimento do Problema e Objetivos
Sendo uma pesquisa em nível exploratório espera-se ter atendido às perguntas do
problema. Mesmo diante de poucas referências, adotando em diversas oportunidades
conceitos de outras áreas do conhecimento, os resultados finais apontam para as
finalidades da comunicação organizacional. Algumas organizações estão utilizando o
site de redes sociais Facebook, seus posicionamentos estratégicos digitais e seus níveis
de engajamento nesta mídia social.
O objetivo principal deste estudo era compreender o fenômeno das
manifestações comunicacionais das organizações que ocorrem nos limites do site
Facebook e quais poderiam ser as oportunidades e formas de relacionamento com seus
stakeholders
externos.
Efetivamente,
as
empresas
tomadas
como
exemplos
133
complementam seus planos de marketing e comunicação com a tecnologia social,
replicando estratégias, táticas e conteúdos de sua atuação off-line. Os conteúdos com
intenções de promoção empresarial, fortalecimento de marca e repasse de informações
sobre produtos e serviços se mostraram presentes na realização do procedimento de
categorização proposta na metodologia.
Pode-se até afirmar que a pesquisa superou o pretendido ao encontrar uma
inovação na comunicação organizacional que aqui foi chamada “comunicação
relacional”.
Confirmou-se também a hipótese de que não haveria mensagens destinadas ao
público interno, visto que não seria cabível a exposição da comunicação administrativa
em um ambiente aberto a qualquer pessoa. Atualmente, certas empresas dispõem de
sofwares específicos para a articulação de redes sociais entre colaboradores, com o
intuito de promover o trabalho colaborativo, partilhar informações, gerir conhecimento,
aumentar produtividade e estimular o relacionamento interdepartamental.
Assim como o objetivo geral, os objetivos específicos foram alcançados: ao
aplicar o conceito de posicionamento estratégico digital a três exemplos de
comunicação organizacional digital de uma mídia social; apresentar exemplos práticos
de mensuração do nível de engajamento de uma organização no Facebook – ou
envolvimento com usuários da tecnologia social; contribuir com a área do conhecimento
ao atualizar informações sobre as temáticas da tecnologia da comunicação,
comunicação mediada por computadores, comportamento do consumidor digital e
sistemas da web 2.0.
Adicionalmente aos objetivos específicos, no tratamento dos dados mostrou-se
possível também mensurar o nível de engajamento dos usuários em relação ao perfil
corporativo, por intermédio da quantificação das adesões ao botão “Curtir” e dos
comentários postados pelos “seguidores” (ou conteúdo gerado pelo usuário – CGU).
6.3 Considerações sobre as categorias
No ambiente de mídia social, a comunicação assume uma forma inovadora e,
certamente, a comunicação organizacional que ocorre em seus limites não é tão
segmentada como a comunicação organizacional tradicional. No entanto, precisava-se
de teorias consolidadas no campo da comunicação organizacional para nortear a
identificação e categorização dos conteúdos postados no Facebook. Desta forma, seria
134
possível entender quais os objetivos da presença de cada instituição no site de redes
sociais.
No procedimento de categorização procurou-se encaixar a manifestação
corporativa encontrada nas modalidades e subáreas de comunicação organizacional
descritas principalmente por Kusch (2009) e Lupetti (2009). Tendo em vista o assuntochave, as intenções e a que tipo de segmento de público a comunicação se destinava,
por semelhança com os conceitos tradicionais foram feitos os enquadramentos. A
limitação da categorização pode ser percebida diante da imediata necessidade de se
incluir uma nova coluna, com uma modalidade de comunicação percebida
empiricamente, que ainda não é encontrada na literatura específica da comunicação
organizacional ou comunicação digital.
Nassar e Figueiredo (2006 apud TOMASI; MEDEIROS, 2007, p.56) têm razão
ao afirmar que nem toda comunicação que provém de uma organização tem intenção
estritamente comercial. A comunicação relacional enquadra-se como uma das
linguagens da comunicação empresarial, pois não deixa explícito o interesse
mercadológico, mas tem papel essencial no marketing das organizações.
6.4 Considerações Gerais do Estudo
Este trabalho procurou contribuir com os estudos sobre comunicação
organizacional nas plataformas de mídias sociais. Mais especificamente, procurou-se
conhecer práticas atuais do processo comunicacional organizações versus públicos de
interesse nos limites do site de redes sociais Facebook.
Houve uma preocupação em delimitar e apresentar pensamentos atuais sobre
mídias sociais, sites de redes sociais e redes sociais virtuais que, em muitos trabalhos,
encontrados na pesquisa bibliográfica são utilizados indistintamente, mas que
conceitualmente são diferentes. Contudo, é pertinente frisar que estes termos, diante da
contemporaneidade da Comunicação Digital, ainda não possuem conceitos definitivos,
carecendo de outras discussões e modificando-se na velocidade do aparecimento de
novas tecnologias ou de novos fenômenos comunicacionais.
Constatou-se também, que até o momento há pouca bibliografia nacional que
trata do tema sob a ótica da comunicação, sendo considerável a existência de títulos
com uma abordagem de marketing mas a própria internet apresenta-se como rica fonte
de pesquisa, principalmente no se refere a artigos acadêmicos nacionais e internacionais
e e-books (livros no formato digital).
135
Diante da contemporaneidade do tema comunicação organizacional nas mídias
sociais e da atualização constante de dados sobre a aceitação da web 2.0 por parte de
empresas e usuários apresentam-se como fontes inestimáveis de dados e informações,
os periódicos, jornais, sites de notícias e blogs acadêmicos e de mercado.
6.5 Limitações do Estudo
Esta pesquisa limitou-se a observar a práticas comunicacionais das organizações
que estavam disponíveis em um ambiente público. Algumas considerações são
suposições tendo em vista o referencial teórico e a habilidade conceitual do pesquisador.
Para entender melhor onde se encaixa o Facebook nas estratégias de marketing e de
comunicação das organizações pesquisadas, seria necessário um contato pessoal com
representantes dos departamentos de comunicação ou marketing, agências de
publicidade ou empresas gestoras da comunicação digital da Nike, Gol Linhas Aéreas
Inteligentes e Ambev (Skol).
Por ser prioritariamente quantitativo não compreende plenamente quais os
conteúdos ou assuntos que podem gerar mais interesse por parte dos “seguidores”,
consequentemente CGU. Entretanto, representa uma análise inicial para verificar quais
das três iniciativas são mais eficientes em termos de comunicação digital no site de
redes sociais Facebook. Por fim, o estudo ilustra formas de mensuração do grau de
eficiência das ações de comunicação organizacional digital nesta plataforma social.
6.6 Sugestões para pesquisas futuras
A pesquisa acadêmica exige uma finalização, no entanto não representa um
esgotamento do assunto que abordou. Diversas questões foram aqui tratadas, porém não
chegaram ao seu ponto final ou foram totalmente esclarecidas nos capítulos deste
trabalho.
Esta constatação é ainda maior ao tomar como objeto de estudo a Comunicação
Digital, um campo da Comunicação em constante mutação e inúmeras possibilidades
temáticas.
136
Ao concluir este trabalho de tema tão desafiador e instigante a curiosidade
aumenta e outras possibilidades de estudos são vislumbradas. Como esta pesquisa
representa um processo de aprendizagem tanto em relação ao fenômeno da
Comunicação Digital quanto a ação de pesquisar, sugere-se como pesquisas futuras:
• aprofundar esta pesquisa no que se refere ao conceito “conteúdo
relacional”, com uma abordagem qualitativa nas manifestações
comunicacionais, tanto de organizações quanto de usuários de mídias
sociais;
• proceder com uma análise da imagem corporativa, descobrindo como os
usuários enxergam as organizações presentes em plataformas sociais ao
investigar o conteúdo gerado pelo usuários (CGU);
• analisar o posicionamento da marca de organizações numa tecnologia
social;
• estudar as manifestações consumeristas por parte dos usuários e as
repostas das organizações nestes softwares da web 2.0.
137
7 REFERÊNCIAS
ALÉ, Jacqueline. Redes Sociais. IBOPE. Notícias. 29 nov. 2010. Disponível em:
<http://www.ibope.com.br/calandraWeb/servlet/CalandraRedirect?db=caldb&docid=59
1A344F785CBD9B832577EA004B7709&nome=home_materia&proj=PortalIBOPE&p
ub=T&temp=6>. Acesso em: 06 dez. 2010, 08h32.
AMBEV.
Nossas
Marcas.
Cervejas.
Skol.
Disponível
em:
<http://www.ambev.com.br/pt-br/nossas-marcas/cervejas/skol/skol-pilsen>. Acesso em:
24 set. 2011, 23h57.
ARAUJO, Anna Gabriela. Marcas da mobilidade: sua empresa na mão do consumidor!
Marketing, Editora Referência, São Paulo, n° 454, ano 44, p.22-27, nov. 2010.
ARAUJO, Anna Gabriela; DOTOLI, Daniel Milani. 10 perguntas para Cris Rother.
Marketing, Editora Referência, São Paulo, n. 453, ano 44, p.58-60, out. 2010.
ARIMA, Kátia; MORAES, Maurício. O futuro da web está no Facebook? Info Exame,
Abril, São Paulo, n. 300, Capa, p.22-31, fev.2011.
ARMANO, David. Five Challenges Social Media Will Bring to Business. Blog da
Harvard
Business
Review.
14
ago.
2009.
Disponível
em:
<http://blogs.hbr.org/cs/2009/08/a_recent_survey_conducted_by.html>. Acesso em: 23
jul.2011, 14h45.
______. A Deep Dive on Facebook Groups and Their Potential. Blog da Harvard
Business
Review.
12
out.
2010.
Disponível
em:
<http://blogs.hbr.org/cs/2010/10/a_deep_dive_on_facebook_groups.html>. Acesso em:
23 jul.2011, 15h27.
BARDIN, Laurence. Análise de Conteúdo. 3ª ed. Lisboa: Edições 70, 2004.
BAUER, Martin W.; GASKELL, George. Pesquisa qualitativa com texto, imagem e
som: um manual prático. 7 ed., Petrópolis, RJ: Vozes, 2008.
BEER, David. Social network(ing) sites… revisiting the story so far: A response to
Danah Boyd & Nicole Ellison. Journal of Computer-Mediated Communication, n.
13
(2),
p.516-529,
2008.
Disponível
em:
<
http://onlinelibrary.wiley.com/doi/10.1111/j.1083-6101.2008.00408.x/pdf>. Acesso em:
29 jul.2011, 14h07.
BOYD, Danah Michele. Taken Out of Context: American Teen Sociality in
Networked Publics. Berkeley, CA. 2008, 393f. Tese (Doutorado em Filosofia).
Universidade da Califórnia. Disponível em:
<http://www.danah.org/papers/TakenOutOfContext.pdf>. Acesso em: 21 jun.2011,
16h52.
______ ; ELLISON, Nicole B.. Social Network Sites: Definition, History, and
Scholarship. Journal of Computer-Mediated Communication, n. 13, p. 210–230,
2008.
Disponível
em:
<http://onlinelibrary.wiley.com/doi/10.1111/j.10836101.2007.00393.x/pdf>. Acesso em: 10 nov.2010, 11h32.
BUENO, Wilson da Costa. Comunicação empresarial: teoria e pesquisa. São Paulo:
Manole, 2003.
138
______. Comunicação empresarial: um olhar plural. São Paulo: All Print, 2009a.
______. Comunicação empresarial: políticas e estratégias. São Paulo: Saraiva, 2009b.
______. As transgressões conceituais em Comunicação Empresarial. Revista
Organicom, São Paulo, Universidade de São Paulo, n. 10/11, ano 6, p. 121-127, 2009c
(Edição
Especial).
Disponível
em:
<
http://www.eca.usp.br/departam/crp/cursos/posgrad/gestcorp/organicom/re_vista1011/121.pdf>. Acesso em: 15 nov.2010, 13h34.
CARDOSO, Claudio Guimarães. Novas formas de comunicação organizacional na
sociedade da informação. In: KUNSCH, Margarida Maria Krohling (Org.). Gestão
estratégica em comunicação organizacional e relações públicas. 2. ed., São Caetano
do Sul, SP: Difusão, 2009. p.355-366.
CARDOSO, Gustavo. From Mass to Networked Communication: Communicational
Models and the Informational Society. International Journal of Communication, p.
587-630, 2008. Disponível em: <http://ijoc.org/ojs/index.php/ijoc/article/view/19/178>.
Acesso em: 03 jan. 2011, 19h42.
CASTELLS, Manuel. A galáxia da internet: reflexões sobre a internet, os negócios e a
sociedade. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Editora, 2003.
______.Communication, Power and Counter-power in the Network Society.
International Journal of Communication, v. 1, p. 238-266, 2007. Disponível em:
<http://ijoc.org/ojs/index.php/ijoc/article/view/46>. Acesso em: 01 nov. 2010, 17h12.
______. Comunicación, poder y contrapoder en la sociedad red (II). Los nuevos
espacios de la comunicación. Revista Telos, Cuadernos de Comunicación e Innovación,
n. 75, 2008. Disponível em: <
http://sociedadinformacion.fundacion.telefonica.com/telos/articuloautorinvitado.asp@id
articulo=1&rev=75.htm>. Acesso em: 03 jan. 2011, 20h03.
CEBRIÁN HERREROS, Mariano. La Web 2.0 como red social de comunicación e
Información. Estudios sobre el Mensaje Periodístico, Universidad Complutense de
Madrid, n. 14, p. 345-361, jun/2008. Disponível em: <
http://www.ucm.es/info/emp/Numer_14/Sum/4-04.pdf>. Acesso em: 16 nov. 2010,
09h29.
CORRÊA, Cynthia Harumy Watanabe. Arquitetura Participativa da Internet: social
software e Web 2.0. Anais (on-line) IX Congreso Latinoamericano de Investigación de
la Comnunicación, 2008, Cidade do México. Medios de Comunicación, Estado y
Sociedad en América Latina. Cidade do México : Alaic, 2008. p. 1-14. Disponível em:
<
http://www.alaic.net/alaic30/ponencias/cartas/Tecnologia/ponencias/GT18_%2019%20
Correa.pdf>. Acesso em: 02 ago. 2011, 15h22.
COMSCORE. Orkut Continua Liderando o Mercado de Redes Sociais no Brasil, e a
Audiência do Facebook Quintuplica. Press release, 07 out.2010. Disponível em:
<http://www.comscore.com/por/layout/set/popup/Press_Events/Press_Releases/2010/10
/Orkut_Continues_to_Lead_Brazil_s_Social_Networking_Market_Facebook_Audience
_Grows_Fivefold>. Acesso em: 26 out. 2010, 11h13.
COUTINHO, Marcelo. Marketing e comunidades digitais: do discurso ao diálogo.
Revista da ESPM, São Paulo, v. 14, p. 28-39, 2007. Disponível em: <
139
http://www.ibope.com.br/calandraWeb/servlet/CalandraRedirect?temp=5&proj=PortalI
BOPE&pub=T&db=caldb&comp=Noticias&docid=C71CF8CE73F1D284832572ED00
730875>. Acesso em: 06 jan. 2011, 20h34.
______. A Web 2.0 vai às compras. IDG Now!, 12 mai. 2009. Disponível em: <
http://idgnow.uol.com.br/internet/sociedade_digital/idgcoluna.2009-0510.0277283701/>. Acesso em: 23 jul. 2011, 19h55.
CURVELLO, João José Azevedo. Os estudos de Comunicação Organizacional e as
novas abordagens sistêmicas. Trabalho apresentado no GP RP e Comunicação
Organizacional, IX Encontro dos Grupos/Núcleos de Pesquisas em Comunicação,
evento componente do XXXII Congresso Brasileiro de Ciências da Comunicação,
Intercom – Sociedade Brasileira de Estudos Interdisciplinares da Comunicação,
Curitiba, PR, set/2009. Anais (on-line). Disponível em: <
http://www.intercom.org.br/papers/nacionais/2009/resumos/R4-2746-1.pdf>. Acesso
em: 06 jan. 2011, 19h48.
______. Entrevista Dissertação de Mestrado. 2011. Entrevista concedida a André
Petris Gollner. Realizada por e-mail, 08 jul. de 2011. Não publicado.
DELOITTE. Mídias sociais nas empresas: o relacionamento online com o mercado.
mai.
2010.
Disponível
em:
<
http://www.deloitte.com/assets/DcomBrazil/Local%20Assets/Documents/Estudos%20e%20pesquisas/Apresentacao_MidiasS
ociais.pdf>. Acesso em: 08 jul. 2011, 15h33.
DENG, Tianbai. “Just Done It”--- Nike’s New Advertising Plan Facing Global
Economic Crisis. International Journal of Business and Management, SolBridge
International School of Business, v. 4, n. 3, p. 102-105, mar. 2009. Disponível em:
<http://www.doaj.org/doaj?func=fulltext&
passMe=http://www.ccsenet.org/journal/index.php/ijbm/article/view/267>. Acesso em:
24 set. 2011, 22h55.
EDELMAN, David et. al.. Excelência: the digital quest. O desafio na busca do estado da
arte digital. McKinsey & Company. Proxxima, 15 anos de Internet no Brasil, Especial
2010, Grupo M&M, São Paulo, p.52-57, nov. 2010.
ELLISON, Nicole B.; STEINFIELD, Charles; LAMPE, Cliff. The benefits of Facebook
"friends”: social capital and college students’ use of online social network sites.
Journal of Computer-Mediated Communication, ano 12, n. 4, art. 1, jul/2007.
Disponível em: <http://jcmc.indiana.edu/vol12/issue4/ellison.html>. Acesso em: 03
jan.2011, 15h27.
EVANS, Dave; MCKEE, Jake. Social media marketing: the next generation of
business engagement. Indianapolis, IN: Wiley Publishing, Inc., 2010.
FERNÁNDEZ, Sonia. Redes sociales. Fenómeno pasajero o reflejo del nuevo
internauta. TELOS, n. 76, jul.-set. 2008. Disponível em:
<http://sociedadinformacion.fundacion.telefonica.com/telos/articulocuaderno.asp@idart
iculo=11&rev=76.htm>. Acesso em: 18 out. 2011, 16h13.
FLORES VIVAR, Jesús Miguel. Nuevos modelos de comunicación, perfiles y
tendencias en las redes sociales. Comunicar, v. 17, n 33, p. 73-81, 2009. Disponível
em: <http://redalyc.uaemex.mx/src/inicio/ArtPdfRed.jsp?iCve=15812486009>. Acesso
em: 16 nov.2010, 14h32.
140
FOLHA.COM. Gol compra Webjet por R$ 96 milhões. Mercado. 08 set. 2011.
Disponível em: <http://www1.folha.uol.com.br/mercado/940890-gol-compra-webjetpor-r-96-milhoes.shtml>. Acesso em: 24 set. 2011, 23h57.
FRAGOSO, Suely; RECUERO, Raquel; AMARAL, Adriana. Métodos de pesquisa
para internet. Porto Alegre: Sulina, 2011.
FURQUIM, Julia. GOL Linhas Aéreas Inteligentes e Intel Brasil estão entre as
empresas com os maiores índices de engajamento no Facebook. Radar Digital. Blog da
Burson-Marsteller
Brasil.
26
abr.
2011.
Disponível
em:
<
http://www.radardigital.blog.br/index.php/midias_sociais/gol-linhas-aereas-inteligentese-intel-brasil-estao-entre-as-empresas-com-maior-indice-de-engajamento-nofacebook/>. Acesso em: 25 set. 2011, 17h53.
GALÁN, Javier. Gestión vectorial de la imagen corporativa. Razón y palabra, n. 65,
2008. Disponível em: <http://www.razonypalabra.org.mx/N/n65/varia/jgalan.html>.
Acesso em: 06 jan. 2011, 09h12.
GIL, Antônio Carlos. Métodos e técnicas de pesquisa social. 5 ed., 7 reimpr., São
Paulo: Atlas, 2006.
GOL LINHAS AÉREAS INTELIGENTES. Quem somos. Perfil. Disponível em: <
http://www.voegol.com.br/pt-br/a-gol/quem-somos/perfil/paginas/default.aspx>. Acesso
em: 24 set. 2011, 23h09.
GRANDO, João Werner. Skol, uma vitrine da inovação. Exame.com. Produto. 11 fev.
2011.
Disponível
em:<
http://exame.abril.com.br/revistaexame/edicoes/0985/noticias/a-vitrine-da-inovacao>. Acesso em: 25 set. 2011, 10h24.
IAB. IAB Plataform Status Report: UGC, Social Media and Advertising – An
Overview.
Abr.
2008.
Disponível
em:<http://www.iab.net/media/file/2008_ugc_platform. pdf>. Acesso em: 29 jul. 2011,
17h40.
IBOPE. Internet no Brasil cresceu 5,9% em agosto. Notícias, 08 out. 2010a. Disponível
em:
<http://www.ibope.com.br/calandraWeb/servlet/CalandraRedirect?temp=5&proj=Portal
IBOPE&pub=T&db=caldb&comp=Not%EDcias&docid=0A276B95D145374B832577
B6007A5F6A>. Acesso em: 04 ago. 2011, 15h58.
______. Redes de amigos. Notícias, 21 out. 2010b. Disponível em:
<http://www.ibope.com.br/calandraWeb/servlet/CalandraRedirect?temp=5&proj=Portal
IBOPE&pub=T&db=caldb&comp=Not%EDcias&docid=44602A95C63EC50A832577
C30049926A>. Acesso em: 04 ago. 2011, 15h34.
______. Estudo do IBOPE Mídia revela que as redes sociais são acessadas na mesma
intensidade pelas classes AB e C. Notícias, 04 nov. 2010c. Disponível em:
<http://www.ibope.com.br/calandraWeb/servlet/CalandraRedirect?temp=5&proj=Portal
IBOPE&pub=T&db=caldb&comp=IBOPE+M%EDdia&docid=BE9D1A37541BCDDD
832577D10042BEB9>. Acesso em: 26 mar. 2011, 12h46.
JENKINS, Henry. Cultura da convergência. 2. ed. São Paulo: Aleph, 2009.
JULIASZ, Fábia. Internet brasileira: um case de sucesso. Estudo apresentado no
evento “15 Anos de Internet” realizado pelo IAB Brasil, agosto de 2010. Disponível
141
em: <http://www.iabbrasil.org.br/arquivos/doc/Redes-Sociais-IAB-Brasil-Ibope.pdf>.
Acesso em: 17 dez. 2010, 19h46.
KANE, Gerald C. et. al.. Community Relations 2.0. Harvard Business Review,
Harvard Business School Publication Corp. v. 87, n. 11, , p. 45-50, nov/2009.
Disponível em:
<http://www.hsph.harvard.edu/ccpe/webbrochures/CourseMats/TECH/09_Glaser_Com
munity_2.0.pdf>. Acesso em: 18 out.2010, 14h12.
KAPLAN, Andreas M.; HAENLEIN, Michael. Users of the world, unite! The
challenges and opportunities of Social Media. Business Horizons, v. 53, ed. 1, p. 59-68,
jan-fev/2010. Disponível em:
<http://linkinghub.elsevier.com/retrieve/pii/S0007681309001232>. Acesso em: 10
nov.2010, 11h07.
KEYTON, Joann. Relational Communication in Groups. In: FREY, Lawrence R.;
GOURAN, Dennis S.; POOL, Marshall S. The Handbook of Group Communication
Theory and Research. Thousand Oaks, CA: Sage Publications Inc., 1999, p. 192-222.
KOTLER, Philip. Administração de Marketing: a edição do novo milênio. 10ª Edição.
São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2000.
______. Marketing 3.0: as forças que estão definindo o novo marketing centrado no ser
humano. Rio de Janeiro: Elsevier, 2010.
KRIPPENDORFF, Klaus. Content analysis: an introduction to its methodology. 2. ed.,
Thousand Oaks, CA: Sage Publications, 2004.
KUNSCH, Margarida Maria Krohling. Planejamento de Relações Públicas na
Comunicação Integrada. ed. rev. São Paulo: Summus, 2003.
______. Comunicação Organizacional na era digital: contextos, percursos e
possibilidades. Signo y Pensamiento, ano/vol. 26, n. 51, 2007. Disponível em:
<http://redalyc.uaemex.mx/redalyc/pdf/860/86005105.pdf>. Acesso em: 16 nov.2010,
13h13.
______. Planejamento Estratégico da Comunicação. In: KUNSCH, Margarida Maria
Krohling (Org.). Gestão estratégica em comunicação organizacional e relações
públicas. 2. ed. São Caetano do Sul, SP: Difusão Editora, 2009. p.107-123
JONES, John Philip. A publicidade como negócio. São Paulo: Nobel, 2002.
LEMOS, André. Anjos interativos e retribalização do mundo: sobre interatividade e
interfaces digitais. 1997. Disponível em:<http://www.facom.ufba.br/pesq/cyber/lemos/
interac.html>. Acesso em: 29 jul. 2011, 18h49.
______. Cibercultura. Alguns pontos para compreender a nossa época. In: LEMOS,
André, CUNHA, Paulo (Orgs.) Olhares sobre a Cibercultura. PortoAlegre: Sulina,
2003.
LÉVY, Pierre. Cibercultura. São Paulo: Editora 34, 1999.
LI, Charlene; BERNOFF, Josh. Fenômenos sociais nos negócios: vença em um mundo
transformado pelas redes sociais. Rio de Janeiro: Elsevier, 2009.
142
LI, Charlene. Liderança aberta: como as mídias sociais transformam o modo como
lideramos.São Paulo: Évora, 2011.
LUPETTI, Marcélia. Gestão Estratégica da Comunicação Mercadológica. São Paulo:
Cengage Learning, 2009.
MAINIERI, Tiago; RIBEIRO, Eva. As implicações das mídias sociais na comunicação
organizacional. Anais (on-line) do V Congresso Brasileiro Científico de Comunicação
Organizacional e de Relações Públicas – V ABRACORP 2011, mai. 2011. Disponível
em:
<
http://www.abrapcorp.org.br/anais2011/trabalhos/trabalho_tiago_eva.pdf>.
Acesso em: 07 jul.2011, 12h12.
MARCONDES, Pyr. Ser ou não ser digital, eis a questão. Proxxima, Grupo M&M, São
Paulo, p.40-45, jun. 2011.
MARQUES, Joan F.. Enhancing the quality of organizational communication: a
presentation of reflection-based criteria. Journal of Communication Management, v.
14, n. 1, 2010, p. 47-58. Disponível em:<
http://www.emeraldinsight.com/journals.htm?articleid=1839210&show=abstract>.
Acesso em: 02 set. 2010, 11h31.
MARTÍNEZ, Araceli Castelló. La orientación empresarial hacia el cliente en la Web
2.0. Miguel Hernández Communication Journal, art. 6, ano 1, p. 99-131, 2010.
Disponível em: <http://mhcj.es/2010/04/30/castello/>. Acesso em: 18 out.2010, 16h17.
MONTARDO, Sandra Portella. Conteúdo gerado pelo consumidor: reflexões sobre sua
apropriação pela Comunicação Corporativa. Revista Brasileira de Ciências da
Comunicação – Intercom, São Paulo, v.33, n.2, p. 161-180, jul./dez. 2010. Disponível
em: < http://www.portcom.intercom.org.br/ojs-2.3.12/index.php/revistaintercom/article/viewFile/598/559>. Acesso em: 21 jul. 2011, 17h22.
MOURA, Patrícia. Ações de Marketing com grupos de referência e influenciadores no
contexto das mídias sociais. In: PaperCliQ; Danila Dourado Social Media (Org.).
MidiasSociais: Perspectivas, Tendências e Reflexões. E-livro, 2010, p.8-12. Disponível
em: < http://www.papercliq.com.br/ebook-midiassociaisperspectivas-tendencias-ereflexoes/>. Acesso em: 26 jul. 2011, 10h12.
NIELSEN. Social Networks/Blogs Now Account for One in Every Four and a Half
Minutes Online. Nielsenwire, 15 ju. 2010. Disponível em:
<http://blog.nielsen.com/nielsenwire/global/social-media-accounts-for-22-percent-oftime-online/>. Acesso em: 26 mar. 2011, 13h24.
NASSAR, Paulo. Comunicação Organizacional, entre Apolo e Dionísio. Revista
Organicom, São Paulo, Universidade de São Paulo, n. 10/11, ano 6, p. 154-160, 2009
(Edição Especial). Disponível
em:<http://www.eca.usp.br/departam/crp/cursos/posgrad/gestcorp/organicom/re_vista10
-11/154.pdf>. Acesso em: 16 nov. 2010, 11h58.
NIKE. Company Overview. Disponível em:
<http://www.nikebiz.com/company_overview/>. Acesso em: 24 set. 2011, 21h45.
O’SULLIVAN, Patrick B.; HUNT, Stephen K.; LIPPERT, Lance R.. Mediated
Immediacy: A Language of Affiliation in a Technological Age. Journal of Language
and Social Psychology, Sage Publications, v. 23, n. 4, Dez. 2004. Disponível em:
143
<http://ilstu.academia.edu/PatrickBOSullivan/Papers/457588/Mediated_Immediacy_A_
Language_of_Affiliation_in_a_Technological_Age>. Acesso em: 09 set. 2011, 19h41.
OH, Jeeyun; BELLUR, Saraswathi; SUNDAR, S. Shyam. A conceptual model for user
engagement with media. Paper apresentado no 60th Annual Conference of the
International Communication Association, ICA 2010, Singapore, v. 2, p. 152-121,
2010. Disponível em: <http://www.mendeley.com/research/a-conceptual-model-foruser-engagement-with-media/>. Acesso em: 09 jun. 2011, 9h22.
O'REILLY, Tim. What Is Web 2.0: Design Patterns and Business Models for the Next
Generation of Software. 30 set.2005. Disponível em:
<http://oreilly.com/web2/archive/what-is-web-20.html>. Acesso em: 21 out. 2010,
10h50.
PIMENTA, Maria Alzira. Comunicação empresarial. Campinas, SP: Alínea, 2006.
PORTAL HSM. Infográfico: As redes sociais preferidas no mundo corporativo.
Editorias, Digital, 29 out. 2010. Disponível em:
<http://www.hsm.com.br/editorias/infografico-redes-sociais-preferidas-no-mundocorporativo>. Acesso em: 06 dez. 2010, 7h55.
PRIMO, Alex. O aspecto relacional das interações na Web 2.0. Revista da Associação
Nacional dos Programas de Pós-Graduação em Comunicação – Compós, v. 9, ago.
2007. Disponível em:
< http://www.compos.org.br/seer/index.php/e-compos/article/view/153/154>. Acesso
em: 02 ago. 2011, 17h16.
______. Interatividade. In SPYER, Juliano (Org). Para Entender a Internet: noções,
práticas e desafios da comunicação em rede. E-livro: Nãozero, 2009, p.21-22.
Disponível
em:
<http://www.next.icict.fiocruz.br/arquivos/Para+entender+a+Internet.pdf>. Acesso em:
06 jan. 2011, 11h20.
PROXXIMA. 15 anos da web. 15 anos de Internet no Brasil, Especial 2010, Grupo
M&M, São Paulo, p.14-18, nov. 2010.
RECUERO, Raquel. Redes sociais na internet. Porto Alegre: Sulina, 2009a
______. Rede Social. In SPYER, Juliano (Org). Para Entender a Internet: noções,
práticas e desafios da comunicação em rede. E-livro: Nãozero, 2009b, p.25-26.
Disponível
em:
<http://www.next.icict.fiocruz.br/arquivos/Para+entender+a+Internet.pdf>. Acesso em:
07 jan. 2010, 10h09.
______. Diga-me com quem falas e dir-te-ei quem és: a conversação mediada pelo
computador e as redes sociais na internet. Revista FAMECOS. Porto Alegre, n. 38,
abr. 2009c, p.118-128. . Disponível em:<
http://revistaseletronicas.pucrs.br/ojs/index.php/revistafamecos/article/viewFile/5309/38
79>. Acesso em: 02 ago. 2011, 16h41.
RIBEIRO, Maria Fernanda. Brasil versus o mundo: comparativo da audiência da web
brasileira com 40 países. comScore. Proxxima, Grupo M&M, São Paulo, p.60-63,
nov.2010 (15 anos de Internet no Brasil, Especial 2010).
144
RIFFE, Daniel; LACY, Stephen; FICO, Frederick. Analyzing media messages: using
quantitative content analysis in research. 2 ed., Mahwah, NJ: Lawrence Erlbaum, 2008.
ROMANÍ, Cristóbal Cobo. Mapa de aplicaciones. Una taxonomía comentada. In:
ROMANÍ, Cristóbal Cobo; KUKLINSKI, Hugo Pardo. Planeta Web 2.0: Inteligencia
colectiva o medios fast food. E-livro: Grup de Recerca d'Interaccions Digitals,
Universitat
de
Vic,
México,
2007,
p.61-88.
Disponível
em:<http://www.planetaWeb2.net/>. Acesso em: 21 jul. 2011, 16h13.
SAAD CORRÊA, Elizabeth. Reflexões para uma Epistemologia da Comunicação
Digital. Observatorio Journal, São Paulo, Universidade de São Paulo, n 4, p. 307-320,
2008.
Disponível
em:
<http://www.obercom.pt/ojs/index.php/obs/article/viewFile/116/142>. Acesso em: 01
nov.2010, 17h05.
______.Comunicação digital e seus usos institucionais. In: KUNSCH, Margarida Maria
Krohling (Org.). Gestão estratégica em comunicação organizacional e relações
públicas. 2. ed., São Caetano do Sul, SP: Difusão, 2009a. p.169-184.
______. Comunicação digital e novas mídias institucionais. In: KUNSCH, Margarida
Maria Krohling (Org.). Comunicação Organizacional: Históricos, Fundamentos e
Processos. v. I. São Paulo: Saraiva, 2009b,p. 317-335.
______. A Comunicação Digital nas Organizações: tendências e transformações.
Revista Organicom, Universidade de São Paulo, n. 10/11, ano 6, p. 161-167, 2009c
(Edição
Especial).
Disponível
em:<
http://www.eca.usp.br/departam/crp/cursos/posgrad/gestcorp/organicom/re_vista1011/161.pdf>. Acesso em: 17 ago.2010, 19h56.
SAFKO, Lon; BRAKE, David K. The social media Bible: tactics, tools, and strategies
for business success. Hoboken, New Jersey: John Wiley & Sons, 2010.
SALLOWICZ, Mariana. Classe C já compra mais eletros que AB. Folha de São Paulo.
Mercado.
Publicado
em:
05
dez.
2010.
Disponível
em:
<
http://www1.folha.uol.com.br/fsp/mercado/me1512201003.htm>. Acesso em: 15 dez.
2010, 11h24.
SAMARA, Beatriz S.; MORSCH, Marco A. Comportamento do Consumidor:
conceitos e casos. 1.ed. São Paulo: Prentice Hall, 2005.
SANTAELLA, Lucia. Mídias locativas: a internet móvel de lugares e coisas. Revista
FAMECOS, Porto Alegre, n. 35, p. 95-101, abr/2008. Disponível em:
<http://www.revistas.univerciencia.org/index.php/famecos/article/viewArticle/5371>.
Acesso em: 23 nov.2010, 16h50.
SANTOS, Elsa. Web Design: uma reflexão conceptual. Revista de Ciências da
Computação, n. 4, p.32-46, 2009. Disponível em: <http://repositorioaberto.univab.pt/bitstream/10400.2/1492/1/RCC_4_3.pdf>. Acesso em: 03 jan. 2011, 13h22.
SILVA, Roberto Araújo Silva; BUENO, Wilson da Costa. A segmentação de públicos
na comunicação empresarial. Comunicação & Inovação, São Caetano do Sul, v. 10, nº.
18, 2009, p. 35-43.
SILVA, Tarcízio. Monitoramento de Marcas e Conversações: alguns pontos para
discussão. In: PaperCliQ; Danila Dourado Social Media (Org.). MidiasSociais:
145
Perspectivas, Tendências e Reflexões. E-livro, 2010, p.41-46. Disponível em: <
http://www.papercliq.com.br/ebook-midiassociaisperspectivas-tendencias-e-reflexoes/>.
Acesso em: 26 jul. 2011, 17h56.
SOCIALBAKERS. How often should you post on your Facebook pages? Articles.
Facebook
Marketing.
19
abr.
2011.
Disponível
em:
<http://www.socialbakers.com/blog/147-how-often-should-you-post-on-your-facebookpages/>. Acesso em: 24 set. 2011, 20h48.
SOLIS, Brian. Engage: the complete guide for brands and businesses to build, cultivate
and measure success in the new Web. Hoboken, New Jersey: John Wiley & Sons, 2010.
SPYER, Juliano. Web 2.0. In SPYER, Juliano (Org). Para Entender a Internet:
noções, práticas e desafios da comunicação em rede. E-livro: Nãozero, 2009, p.28-29.
Disponível
em:
<http://www.next.icict.fiocruz.br/arquivos/Para+entender+a+Internet.pdf>. Acesso em:
06 jan. 2011, 11h20.
STASIAK, Daiana; BARICHELLO, Eugenia Mariano da Rocha. Novas propostas para
a comunicação organizacional. Comunicação & Inovação, São Caetano do Sul, v. 9, n.
16, p.8-13, 2008.
TEIXEIRA JR, Sérgio. Uma história de cinema. Exame, Abril, São Paulo, ed. 981, n.
22, ano 44, p.34-43, 01 dez. 2010.
TERRA, Carolina Frazon. Usuário-mídia: a relação entre a comunicação
organizacional e o conteúdo gerado pelo internauta nas mídias sociais. São Paulo, SP,
2010a, 217f. Tese (Doutorado em Ciências da Comunicação). Escola de Comunicações
e Artes da Universidade de São Paulo, ECA-USP. Biblioteca Digital de Teses e
Dissertações da USP. Disponível em: <
http://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/27/27154/tde-02062011-151144/pt-br.php>.
Acesso em: 01 jul.2011, 9h13.
______. Grandes corporações nas redes sociais on-line: um estudo sobre a presença das
organizações nas mídias sociais. Anais (on-line) do Congresso Brasileiro Científico de
Comunicação Organizacional e de Relações Públicas - Abrapcorp, 4, 2010b, Porto
Alegre, RS.. São Paulo: Abrapcorp, 2010b. Disponível em:
<http://www.abrapcorp.org.br/anais2010/GT3/GT3_Terra.pdf>. Acesso em: 07
jan.2011, 08h45.
TOMASI, Carolina; MEDEIROS, João Bosco. Comunicação Empresarial. São Paulo:
Atlas, 2007.
TOMAZZONI, Marco. Internet carrega a televisão. iG São Paulo. Publicado em: 31
ago. 2010. Disponível em: <
http://ultimosegundo.ig.com.br/cultura/internet+carrega+a+televisao/n1237765997495.
html>. Acesso em: 06 dez. 2010, 13h45.
TOP OF MIND INTERNET 2010. Datafolha, 2010. Disponível em:
<www.topofmindInternet.com.br>. Acesso em: 11 jan.2010, 12h10.
TORQUATO, Gaudêncio. Tratado de comunicação organizacional e política. São
Paulo: Cengage Learning, 2008.
146
VIANA, Francisco. Comunicação Empresarial de A a Z. São Paulo: Editora Cla,
2004.
VIVEROS, Sal; BAIN, Ian. McAfee Inc. Global Report Reveals Security Concerns
Hinder Adoption of Web 2.0 and Social Networking in Business. Purdue University,
News, 27 set. 2010. Disponível em:
<http://www.purdue.edu/research/gpri/docs/news/McAfee.pdf>. Acesso em: 25
mar.2011, 11h23.
WATERS, Richard D.. Engaging stakeholders through social networking: how
nonprofit organizations are using Facebook. Public Relations Review, v. 35, ed. 2, p.
102-106, jun. 2009. Disponível em:
http://www.sciencedirect.com/science/article/pii/S0363811109000046>. Acesso em: 18
out.2010, 13h54.
WRIGHT, James Terence Coulter; DA SILVA, Antonio Thiago Benedete; SPERS,
Renata Giovinazzo. Internet Banda Larga: um Estudo Prospectivo Exploratório sobre a
sua Penetração, Tecnologias de Conexão e Impactos no Brasil em 2020. XIII
SEMEAD – Seminários em Administração FEA-USP. set. 2010. Disponível em:
<http://www.ead.fea.usp.br/semead/13semead/resultado/trabalhosPDF/900.pdf>.
Acesso em: 06 dez. 2010, 15h01.
ZYWICA, Jolene; DANOWSKI, James. The Faces of Facebookers. Journal of
Computer-Mediated Communication, n. 14, p.1-34, 2008. Disponível em:
<http://onlinelibrary.wiley.com/doi/10.1111/j.1083-6101.2008.01429.x/pdf>.
Acesso
em: 10 nov. 2010, 11h49.
147
ANEXO A – FAN PAGE DA NIKE
148
ANEXO B – FAN PAGE DA GOL LINHAS ÁREAS INTELIGENTES
149
ANEXO C – FAN PAGE DA SKOL
150
APÊNDICE A – TRANSCRIÇÃO DA ENTREVISTA VIA E-MAIL COM CLAUDIO
GUIMARÃES CARDOSO
Mensagem enviada em 05 de julho de 2011, as 09h18
Pergunta:
(No critério de categorização proposto nesta pesquisa) caso a mensagem não se
adeque a categorização (1) Comunicação Institucional ou (2) Comunicação
Mercadológica, como poderia classificá-la? Algumas mensagens encontradas na
pesquisa preliminar que realizei não apresentaram características tradicionais da
Comunicação Organizacional. As organizações postaram assuntos de interesse dos
usuários, como numa troca de mensagens informal entre pessoas.
Mensagem enviada em 06 de julho de 2011, as 13h25
Resposta:
A divisão entre comunicação mercadológica, institucional e administrativa
proposta pela Prof. Margarida Kunsch é muito boa, embora esqueça de mencionar que
essas dimensões têm caráter tanto interno quanto externo à organização. Desta forma
temos seis dimensões, ao invés de três. Acho que você também considerar que várias
atividades podem ser dirigidas tanto à comunicação mercadológica quanto institucional:
eventos, marketing cultural, marketing social, etc. As atividades servem a vários fins,
sendo muito raro, e até mesmo improvável, que sirvam a apenas um, em separado.
151
APÊNDICE B – TRANSCRIÇÃO DA ENTREVISTA VIA E-MAIL COM JOÃO
JOSÉ AZEVEDO CURVELLO
Mensagem enviada em 04 de julho de 2011, as 19h10
Pergunta:
(No critério de categorização proposto nesta pesquisa) caso a mensagem não se
adeque a categorização (1) Comunicação Institucional ou (2) Comunicação
Mercadológica, como poderia classificá-la? Algumas mensagens encontradas na
pesquisa preliminar que realizei não apresentaram características tradicionais da
Comunicação Organizacional. As organizações postaram assuntos de interesse dos
usuários, como numa troca de mensagens informal entre pessoas.
Mensagem enviada em 08 de julho de 2011, as 14h19
Resposta:
Após ler seu projeto de qualificação e observar os resultados preliminares da
“semana artificial”, entendi que você não teve muitas dificuldades para classificar as
mensagens na matriz de conteúdos. Isso porque, ao ser fiel ao conceito da professora
Margarida Kunsch, você conseguiu qualificar bem cada item classificatório. É claro que
podem aparecer mensagens nas quais eles promovam um produto, uma marca, (o que
seria mais próximo do mercadológico, ou como promoção de vendas, ou como
merchandising), mas façam isso com apelos aos valores, aos ideais, à própria história da
organização (o que se enquadraria no perfil institucional).
Nesses casos, uma alternativa seria criar um segundo nível de qualificação que
seria o da intencionalidade da mensagem. Ou seja, o que ficou mais explícito no esforço
comunicativo (se for a venda, o institucional ficará em segundo plano e vice-versa).
Uma outra alternativa, ainda, seria incluir a mensagem nas duas categorias,
informando a porcentagem total e também aquela com os forem classificados em apenas
uma categoria. Embora essa alternativa se apresente como a mais complexa, do ponto
de vista estatístico, tem sua validade porque permite perceber que as fronteiras entre o
perfil das mensagens são mesmo muito tênues. O que ajudaria a problematizar o próprio
conceito e as subdivisões da Comunicação Integrada.
A última alternativa, que eu evitaria pelo risco de perdermos informações
relevantes sobre o perfil das mensagens, seria a de desprezar aquelas mensagens que
pudessem ser enquadradas em mais de uma categoria.
152
Outro aspecto que seria interessante seria cruzar as matrizes e as categorias da
comunicação integrada com a do posicionamento estratégico digital (da Beth Saad
Correa), não só para dizer se o posicionamento é próprio de cenário 1.0 ou 2.0, mas para
validar os tipos de mensagens (institucionais, mercadológicas, relacionais. etc...) em
cada um dos Instrumentos e Ferramentas de Comunicação e das Formas de Participação
do Usuário.
Sei que não é sua intenção, mas seu trabalho tem potencial para problematizar o
conceito de comunicação integrada, que foi muito útil nas décadas de 80 e 90, quando
as organizações apareciam como centros irradiadores de informação, mas que hoje, no
cenário a web 2.0 (colaborativa, interativa), no qual as organização são apenas mais um
dos atores-rede, já não faz tanto sentido. Por exemplo, quando você diz que descartou
mensagens que pareciam tratar de assuntos pontuais, poderia estar perdendo um
conjunto de informações muito ricas que estariam mascaradas pela coloquialidade típica
dos novos meios. Sabe porque digo isso, porque você mesmo constatou que a empresa
interage pouco com as pessoas que demandam informação pelo Facebook (1 resposta
para cada 55 comentários!). Ou seja, embora estejam no meio, há fortes indícios de que
o fazem apenas como modelo de broadcast, pouco interagindo com os públicos.
153
APÊNDICE C – TRANSCRIÇÃO DA ENTREVISTA VIA E-MAIL COM
MARCÉLIA LUPETTI
Mensagem enviada em 04 de julho de 2011, as 19h00
Pergunta:
(No critério de categorização proposto nesta pesquisa) caso a mensagem não se
adeque a categorização (1) Comunicação Institucional ou (2) Comunicação
Mercadológica, como poderia classificá-la? Algumas mensagens encontradas na
pesquisa preliminar que realizei não apresentaram características de Comunicação
Organizacional. Os assuntos eram de interesse dos usuários, aleatórios, como numa
conversa informal.
Mensagem enviada em 27 de julho de 2011, as 09h51
Resposta:
Estou lendo o material que você me mandou e tenho ainda algumas dúvidas
sobre seus objetivos.
Será que eu posso resumir seu objetivo em: Analisar quais caminhos as
mensagens digitais seguem, na relação empresa x consumidor final e quais são as suas
influências para um plano estratégico".
Se for isso, sugiro que você adote o critério por stakeholders. A empresa tem
relacionamento com diversos públicos e o consumidor pode abordar qualquer um deles,
em uma mídia social, indo desde uma promoção até um fornecedor de matéria-prima,
ou mesmo governo. Dependendo do assunto ou da mensagem, você poderia dividir em
subáreas e aí sim incluir a comunicação e os conteúdos associados.
Em minha teses de doutorado, descobrimos que um fraco desempenho nos
resultados de Assessoria de imprensa tinha sua origem no RH – Recursos Humanos.
Quando descobrimos, achamos muito estranho, mas a Comunicação permeia toda a
organização e o Posicionamento Estratégico Digital da Organização deverá conhecer
todos os envolvidos, no caso, todos os stakeholders.
154
Mensagem enviada em 27 de Julho de 2011, as 11h45
Pergunta:
Talvez assim eu seja mais claro em relação os objetivos da pesquisa: meu
questionamento é será que em seus perfis corporativos no Facebook, as empresas
avaliadas estão aplicando estratégias da tradicional (ou off-line) Comunicação
Organizacional?
Gostaria de compreender o que tem sido feito em termos de comunicação
empresa x públicos de interesse neste site de relacionamentos, observando as mensagens
publicadas. Logicamente pretendo estender este assunto, entretanto numa outra pesquisa
ou num doutorado, pois a dissertação é de delineamento exploratório.
Encontrei uma pesquisa realizada pela consultoria Deloitte ("Mídias sociais nas
empresas: O relacionamento online com o mercado"), que diz: "Marketing representa
83% das iniciativas em mídias sociais". E ainda: "reputação da marca e marketing bocaa-boca são as metas mais comuns entre as empresas". O material está disponível em
http://www.deloitte.com/assets/DcomBrazil/Local%20Assets/Documents/Estudos%20e
%20pesquisas/MidiasSociais_relatorio_portugues.pdf.
No andamento da pesquisa de campo no Facebook, verifiquei que as empresas
estão sim focando suas ações nas comunicações mercadológica e institucional.
O que fui questionado na qualificação é: será que no ambiente digital as ações
das empresas são tão coordenadas, integradas e formais como as ações do ambiente
nãodigital?
O critério de categorização dará o suporte necessário para uma discussão final
que caminhe para o que tenho como hipótese. Creio que hoje as empresas estão
adaptando suas estratégias off-line para as mídias sociais. Se é o mais acertado para uma
plataforma social ou se dará resultados positivos, não pretendo comprovar neste
trabalho.
Mensagem enviada em 27 de julho de 2011, as 15h33
Resposta:
Entendi melhor seu objetivo [...] seu critério está certo, mas e se você se deparar
com alguma estratégia totalmente inovadora que não se encaixa no seu critério de
categorização?
Acho que você deve ousar mais neste critério. É complicado palpitar quando se
está de fora, mas vamos lá, vou ousar.
E se você encontrar uma mensagem abordando assuntos interdepartamentais?
155
E se você encontrar alguém palpitando sobre o significado da marca?
Resumindo acho seu critério certo, mas tímido. Você me entende?
Um item importante é Posicionamento de Marca (love's marca, top of mind,
etc...) não há em seu critério pontos específicos. Eles são genéricos.
A abordagem da Margarida e minha, em nossos livros, já estão velhas. O
problema é que a evolução é muito rápida e precisamos pensar em web como um
elemento da comunicação e com um foco que se chama Marca! o resto é periférico. E
eu ainda perguntaria: Eles estão preocupados com a marca? como? com que estratégias?
Mensagem enviada em 28 de Julho de 2011, as 11h02
Pergunta:
Realmente estou procurando embasamento teórico para inserir mais um critério
na classificação das mensagens, mais próximo da comunicação que acontece neste
ambiente digital.
Encontrei no texto da Profª Elizabeth Saad Correa ("Comunicação digital e seus
usos institucionais". In: KUNSCH, Margarida Maria Krohling (Org.). Gestão estratégica
em comunicação organizacional e relações públicas. 2. ed., São Caetano do Sul, SP:
Difusão, 2009. p.169-184.) que as mensagens para o ambiente digital são formatadas de
forma personalizada, tendo um conteúdo "institucional" ou "coletivo".
No meu entendimento: "institucional" poderia conter informações que se
enquadram na comunicação mercadológica ou institucional; e "coletivo" informações
que fossem de interesse dos seguidores da página, elaboradas de acordo com o perfil do
público, ou como os especialistas do mercado digital chamam "conteúdo relevante".
Minha dúvida é como intitular na categorização esta terceira modalidade de
comunicação organizacional. Certos autores que tomei como referência (Brian Solis, no
livro "Engage: the complete guide for brands and businesses to build, cultivate and
measure success in the new Web", por exemplo) dizem que a comunicação tende para a
comunicação pessoal, sem abordagens promocionais ou mercadológicas. Seriam
diálogos com foco em respostas e direcionamentos.
O que a Sra. acha de categorizar em: (1) conteúdo mercadológico (e subtemas);
(2) conteúdo institucional (e subtemas); ou (3) conteúdo coletivo (tendo com referência
a Profª Elizabeth)?
Em relação à sua questão sobre "assuntos interdepartamentais". O foco de
análise são as mensagens exclusivamente postadas pelas organizações (não será incluído
o conteúdo gerado pelo usuário). Portanto, creio que neste ambiente público não seriam
156
abordados temas referentes à comunicação interna/administrativa, por isto sua ausência
na categorização.
Sobre a marca (atributos, benefícios, personalidade, cultura e valores), não
poderia ser enquadrada em "Identidade Corporativa"?
Mensagem enviada em 31 de julho de 2011, as 19h26
Resposta:
Concordo que a comunicação tende a ser pessoal, sem abordagens promocionais
ou mercadológicas, mas dirigidas e aí volto aos Stakeholders. Hoje as empresas não
definem mais seus públicos, segmentando como nos ensinou Kotler. Hoje, no geral, as
empresas definem com quem querem falar e são eles os conectados, os dependentes de
opiniões, os que buscam informações, a mídia e os socialmente ativos.
Não sei como pensa seu orientador, mas sua terceira coluna poderia ser
totalmente empírica, aliás é o tema da próxima Intercom.
Acho que a Marca deve anteceder suas categorias. Como já te disse, o negócio
para as empresas hoje é somente marca, brand equity, valoração, aumento das ações,
balanço social, etc...
Em todo caso, segue abaixo uma classificação que fiz em minha tese de
doutorado. Quem sabe poderá te ajudar. Essa classificação é quase um retrato do
mercado de varias empresas.
Não existe uma que possua todas essas categorias. Nela aparece um item que
estou trabalhando no momento que é o posicionamento. É o velho assunto de AAKER.