UNIVERSIDADE ESTADUAL DE CAMPINAS
Faculdade de Ciências Aplicadas
THAIS APARECIDA DIBBERN
A EDUCAÇÃO EM DIREITOS HUMANOS NO ENSINO SUPERIOR:
UMA ANÁLISE DO COMPROMISSO SOCIAL DA UNIVERSIDADE PÚBLICA SOB A
PERSPECTIVA DA PRODUÇÃO E DISSEMINAÇÃO DE CONHECIMENTOS
HUMAN RIGHTS EDUCATION IN HIGHER EDUCATION:
AN ANALYSIS OF THE SOCIAL COMMITMENT OF THE PUBLIC UNIVERSITY
UNDER THE PERSPECTIVE OF THE PRODUCTION AND DISSEMINATION OF
KNOWLEDGE
LIMEIRA
2019
2
THAIS APARECIDA DIBBERN
A EDUCAÇÃO EM DIREITOS HUMANOS NO ENSINO SUPERIOR:
UMA ANÁLISE DO COMPROMISSO SOCIAL DA UNIVERSIDADE PÚBLICA SOB A
PERSPECTIVA DA PRODUÇÃO E DISSEMINAÇÃO DE CONHECIMENTOS
HUMAN RIGHTS EDUCATION IN HIGHER EDUCATION:
AN ANALYSIS OF THE SOCIAL COMMITMENT OF THE PUBLIC UNIVERSITY
UNDER THE PERSPECTIVE OF THE PRODUCTION AND DISSEMINATION OF
KNOWLEDGE
Dissertação apresentada à Faculdade de
Ciências Aplicadas da Universidade Estadual
de Campinas como parte dos requisitos
exigidos para a obtenção do título de Mestra
em Ciências Humanas e Sociais Aplicadas.
Orientadora: Profa. Dra. Milena Pavan Serafim
Coorientador: Prof. Dr. Mauro Cardoso Simões
ESTE TRABALHO CORRESPONDE À
VERSÃO FINAL DA DISSERTAÇÃO
DEFENDIDA PELA ALUNA THAIS
APARECIDA DIBBERN, E ORIENTADA
PELA PROFA. DRA. MILENA PAVAN
SERAFIM E PELO PROF. DR. MAURO
CARDOSO SIMÕES.
LIMEIRA
2019
Agência(s) de fomento e nº(s) de processo(s): CAPES, 36P4780/2018
ORCID: https://orcid.org/0000-0003-4826-4614
Ficha catalográfica
Universidade Estadual de Campinas
Biblioteca da Faculdade de Ciências Aplicadas
Renata Eleuterio da Silva - CRB 8/9281
D544e
Dibbern, Thais Aparecida, 1995DibA educação em direitos humanos no ensino superior : uma análise do
compromisso social da universidade pública sob a perspectiva da produção e
disseminação de conhecimentos / Thais Aparecida Dibbern. – Limeira, SP :
[s.n.], 2019.
DibOrientador: Milena Pavan Serafim.
DibCoorientador: Mauro Cardoso Simões.
DibDissertação (mestrado) – Universidade Estadual de Campinas, Faculdade
de Ciências Aplicadas.
Dib1. Educação. 2. Direitos humanos. 3. Ensino superior. 4. Sociedade. 5.
Universidade Estadual de Campinas. I. Serafim, Milena Pavan, 1981-. II.
Simões, Mauro Cardoso, 1973-. III. Universidade Estadual de Campinas.
Faculdade de Ciências Aplicadas. IV. Título.
Informações para Biblioteca Digital
Título em outro idioma: Human rights education in higher education : an analysis of the
social commitment of the public university under the perspective of the production and
dissemination of knowledge
Palavras-chave em inglês:
Education
Human rights
Higher education
Society
University of Campinas
Área de concentração: Modernidade e Políticas Públicas
Titulação: Mestra em Ciências Humanas e Sociais Aplicadas
Banca examinadora:
Milena Pavan Serafim [Orientador]
Carlos Raul Etulain
Ana Maria Dietrich
Data de defesa: 26-02-2019
Programa de Pós-Graduação: Mestrado Interdisciplinar em Ciências Humanas e Sociais
Aplicadas
Powered by TCPDF (www.tcpdf.org)
4
Autora: Thais Aparecida Dibbern (RA: 148018)
Título: A educação em direitos humanos no ensino superior: uma análise do compromisso
social da universidade pública sob a perspectiva da produção e disseminação de
conhecimentos.
Natureza: Dissertação para obtenção do título de mestrado.
Instituição: Faculdade de Ciências Aplicadas da UNICAMP
Data da Defesa: Limeira, 26/02/2019
BANCA EXAMINADORA
Profa. Dra. Milena Pavan Serafim (Orientadora)
Assinatura
Prof. Dr. Carlos Raul Etulain
Assinatura
Profa. Dra. Ana Maria Dietrich
Assinatura
A ata da defesa com as respectivas assinaturas dos membros encontra-se no processo de vida
acadêmica do aluno.
5
AGRADECIMENTOS
O caminho percorrido até chegar aos agradecimentos foi longo e marcado por
muitos desafios. Este caminho, contudo, não foi traçado de forma solitária. Na verdade, ele
acompanha um conjunto de pessoas que contribuíram de forma direta e indireta para a
realização desta pesquisa. Assim, apresento meus agradecimentos, sendo estes baseados na
trajetória trilhada até o momento.
Agradeço aos meus amados pais, Ana e Antonio, que sempre me incentivaram a
continuar estudando e que me ensinam, diariamente, a enfrentar todas as dificuldades que a
vida nos coloca. Tenho um orgulho imenso de vocês, principalmente pela força que possuem
e transmitem. Vocês são pura inspiração!
À minha querida irmã Thamiris, que apesar da braveza (quase) diária, me instiga
com seus exercícios e cálculos de física e me estimula a aprender cada vez mais.
Ao meu amor, Evandro, pelos ensinamentos, contribuições e companheirismo.
Agradeço pela imensa paciência comigo, pelo carinho, compreensão e por todo o bem que me
faz. Você é inspiração e exemplo de força, inteligência e dedicação.
Aos professores Milena e Mauro, pelas orientações e suporte no desenvolvimento
dessa pesquisa. À professora Milena, em especial, por estar me acompanhando desde a
graduação, pelos ensinamentos, sugestões, incentivos e oportunidades. Seus conselhos foram
(e são) de suma importância para minha trajetória acadêmica e de vida.
À funcionária Elaine (SAE), que sempre me acolheu de braços abertos nos
momentos de desespero. Só eu sei o quanto sou grata por seus conselhos e suporte.
Agradeço também aos meus colegas do mestrado, que ao compartilharem as
mesmas dúvidas e angústias, sempre tornaram esse caminho mais fácil de ser traçado.
Aos professores que integraram a banca de qualificação e defesa da dissertação:
Profa. Ana Maria Dietrich, Profa. Laís Fraga, Prof. Lalo Minto e Prof. Carlos Etulain. E,
também, aos professores do mestrado ICHSA, que foram essenciais para minha formação e
desenvolvimento da minha pesquisa. Agradeço pelas contribuições e “puxões de orelha”.
Agradeço à funcionária Telma (SIARQ) e ao professor Amauri (CONEX) pela
contribuição na coleta dos dados e pelos debates decorrentes em relação ao tema. Os dados
desta pesquisa ficariam incompletos sem a ajuda de vocês.
À professora Néri, coordenadora do Comitê Gestor do Pacto Universitário e do
Observatório de Direitos Humanos da Unicamp. Agradeço pela oportunidade em poder
participar dessas iniciativas e contribuir com o pouco que conheço do tema.
6
Agradeço aos professores e colegas do LESP, pelas oportunidades no
desenvolvimento de pesquisas e pelos debates que surgem no compartilhamento da sala.
O presente trabalho foi realizado com o apoio da Coordenação de
Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior – Brasil (CAPES) – Código de Financiamento
001.
Muito obrigada!!!
Thais
7
“Desconfiai do mais trivial, na aparência singela.
E examinai, sobretudo, o que parece habitual.
Suplicamos expressamente:
não aceiteis o que é de hábito como coisa natural,
pois em tempo de desordem sangrenta,
de confusão organizada,
de arbitrariedade consciente,
de humanidade desumanizada,
nada deve parecer natural,
nada deve parecer impossível de mudar”
Bertolt Brecht (1983)
8
RESUMO
O debate acerca dos direitos humanos, ganhou força preeminente a partir do reconhecimento
das violações cometidas durante a II Guerra Mundial. A partir deste cenário, tratados
internacionais e documentos nacionais passaram a ser ratificados pelo Estado brasileiro de
forma a positivar os direitos humanos. No entanto, ainda que estes sejam garantidos tanto no
âmbito interno quanto externo, os direitos humanos não ganharam existência real para grande
número de pessoas, assim como não são de conhecimento geral da população. É no bojo deste
debate que a Educação em Direitos Humanos (EDH) fundamenta-se através da transmissão de
valores e conhecimentos para a transformação e o cultivo de uma cultura pautada nos direitos
humanos. Dessa forma, a presente pesquisa objetiva identificar e analisar a produção e
disseminação de conhecimentos acerca da Educação em Direitos Humanos na Universidade
Estadual de Campinas (Unicamp) através dos Projetos de Pesquisa e Práticas Extensionistas
desenvolvidas no período de 2006 a 2017. Para tanto, pretendeu-se aprofundar o debate acerca
do compromisso social da universidade pública como potencializadora de uma cultura em
Direitos Humanos, bem como compreender o processo histórico que perpassa a EDH no
Brasil e na América Latina. A presente pesquisa possui caráter exploratório e uma abordagem
quali-quantitativa, sendo desenvolvida através de pesquisas bibliográficas, pesquisa
documental e aplicação de questionários. Como resultados, verificou-se que a Universidade
estudada apresenta poucas produções e práticas extensionistas relativas aos direitos humanos
e à EDH, estando estas mais presentes no âmbito das Ciências Humanas e Ciências Sociais
Aplicadas. Além disso, têm-se ainda o não reconhecimento da EDH enquanto conteúdo
transversal às diversas áreas do conhecimento. Logo, desafios e entraves se colocam à frente
da educação em direitos humanos, demandando políticas institucionais de apoio à realização
dessas atividades, bem como o reconhecimento desta prática enquanto um conteúdo
interdisciplinar.
Palavras-chave: Educação em Direitos Humanos; Universidade Pública; Compromisso
Social; Unicamp.
9
ABSTRACT
The discussion about human rights gained force from the recognition of violations committed
during World War II. From this scenario, international treaties and national documents were
signed by the Brazilian State in order to promote human rights. However, although these are
guaranteed both internally and externally, human rights have not gained real existence for
large numbers of people, not being known by the population. It is in the heart of this debate
that Human Rights Education (HRE) which is based on the transmission of values and
knowledge for the transformation and cultivation of a culture based on human rights. Thus,
the present research aims to identify and analyze the production and dissemination of
knowledge about Human Rights Education at the State University of Campinas (Unicamp)
through the Research Projects and Extension Practices developed from 2006 to 2017. For this
purpose, to deepen the debate about the social commitment of the public university as a
potential of a culture in Human Rights, as well as to understand the historical process that
runs through the HRE in Brazil and Latin America. The present research has an exploratory
character and a qualitative-quantitative approach, were being developed through
bibliographical research, documentary research and application of questionnaires. As results,
it was verified that the University studied presents extensions and practices related to human
rights and HRE, being present in the scope of Human Sciences and Applied Social Sciences.
In addition, there is still the non-recognition of EDH as content that is transversal to the
different areas of knowledge. Therefore, challenges and obstacles are placed at the forefront
of human rights education, demanding institutional policies to support these activities, as well
as the recognition of this practice as an interdisciplinary content.
Keywords: Human Rights Education; Public University; Social Commitment; Unicamp.
10
LISTA DE TABELAS
Tabela 1 - Estrutura do primeiro ciclo dos Informes do IIDH ................................................ 66
Tabela 2 - Estrutura do segundo ciclo dos Informes do IIDH ................................................. 67
Tabela 3 - Dissertações e teses por ano, segundo a unidade de vinculação (2006-2017) ..... 101
Tabela 4 - Categorização das dissertações e teses por tema (2006-2017) ............................. 102
Tabela 5 - Artigos e livros publicados sobre DH e EDH por ano (2006-2017) .................... 104
Tabela 6 - Categorização dos artigos e livros por tema (2006-2017) .................................... 105
Tabela 7 - Linhas de pesquisa dos grupos/núcleos identificados .......................................... 107
Tabela 8 - Tipos de financiamento dos projetos de pesquisa identificados (2006-2017)...... 109
Tabela 9 - Categorização dos projetos de pesquisa em DH e EDH da Unicamp (2006-2017)
................................................................................................................................................ 109
Tabela 10 - Práticas extensionistas em DH e EDH na Unicamp (2006-2017) ...................... 111
Tabela 11 - Situação/status dos projetos identificados (2006-2017) ..................................... 112
Tabela 12 - Tipos de financiamento das práticas extensionistas identificadas (2006-2017) . 112
Tabela 13 - Categorização das práticas extensionistas em DH e EDH da Unicamp (20062017) ....................................................................................................................................... 113
Tabela 14 - Categorização das práticas extensionistas em DH e EDH da Unicamp,
desconsiderando as disciplinas de cursos (2006-2017) .......................................................... 113
Tabela 15 - Participação dos docentes respondentes em centros ou núcleos de pesquisa, por
grande área do conhecimento ................................................................................................. 125
Tabela 16 - Temas de projetos de pesquisa indicados pelos docentes respondentes, por grande
área do conhecimento ............................................................................................................. 129
Tabela 17 - Temáticas das práticas extensionistas indicadas pelos docentes respondentes, por
grande área do conhecimento ................................................................................................. 132
Tabela 18 - Respostas às questões relativas à existência de políticas institucionais de estímulo
à pesquisa e à extensão em direitos humanos na Unicamp, por grande área do conhecimento
................................................................................................................................................ 135
Tabela 19 - Conhecimento dos docentes em relação ao PNEDH e ao Pacto, por grande área
do conhecimento ..................................................................................................................... 138
Tabela 20 - Número de assinalações, por grau de concordância, dos docentes respondentes
................................................................................................................................................ 143
11
LISTA DE GRÁFICOS
Gráfico 1 - Projetos de pesquisa em DH e EDH identificados na Unicamp (2006-2017) ...... 99
Gráfico 2 - Dissertações e teses sobre DH e EDH por unidade da Unicamp (2006-2017) ... 100
Gráfico 3 - Práticas extensionistas em DH e EDH identificados na Unicamp (2006-2017) . 110
Gráfico 4 - Grandes áreas do conhecimento dos docentes respondentes .............................. 122
Gráfico 5 - Unidade de vínculo institucional dos docentes respondentes ............................. 123
Gráfico 6 - Participação dos docentes respondentes em centros ou núcleos de pesquisa. .... 124
Gráfico 7 - Participação dos docentes em grupos de pesquisa que tratam direta ou
indiretamente sobre os direitos humanos, por grande área do conhecimento ........................ 126
Gráfico 8 - Desenvolvimento e/ou participação dos docentes em projetos de pesquisa
relacionados à área dos DH, por grande área do conhecimento ............................................. 127
Gráfico 9 - Temáticas de pesquisa indicadas pelos docentes respondentes .......................... 128
Gráfico 10 - Desenvolvimento e/ou participação dos docentes em práticas extensionistas
relacionados à área dos DH, por grande área do conhecimento ............................................. 131
Gráfico 11 - Respostas às questões relativas à existência de políticas institucionais de
estímulo à pesquisa e à extensão em direitos humanos na Unicamp ...................................... 134
Gráfico 12 - Orientação de pesquisas de graduação e pós-graduação em direitos humanos 136
12
LISTA DE QUADROS
Quadro 1 - Fontes de dados para o levantamento dos projetos de pesquisa e práticas
extensionistas desenvolvidos na Unicamp ............................................................................... 86
Quadro 2 - Palavras-chave para o levantamento dos projetos de pesquisa e práticas
extensionistas ............................................................................................................................ 87
Quadro 3 - Categorias analíticas dos projetos de pesquisa e práticas extensionistas .............. 88
Quadro 4 - Iniciativas e ações de gestão em direitos humanos na Unicamp .......................... 94
Quadro 5 - Grupos, núcleos e laboratórios de pesquisa da Unicamp .................................... 106
Quadro 6 - Questionário aplicado aos docentes da Unicamp................................................ 119
Quadro 7 - Motivações declaradas pelos docentes em relação ao desenvolvimento de
pesquisas e/ou práticas extensionistas em direitos humanos, por grande área do conhecimento
................................................................................................................................................ 137
Quadro 8 - Percepção dos docentes em relação à existência de dificuldades/entraves em
relação ao desenvolvimento de pesquisas e/ou práticas extensionistas em direitos humanos,
por grande área do conhecimento ........................................................................................... 139
13
LISTA DE ABREVIATURAS E SIGLAS
ACNUR – Alto Comissário das Nações Unidas para os Refugiados
AEL – Arquivo Edgard Leuenroth
C&T – Ciência e Tecnologia
CAC – Coordenadoria de Assuntos Comunitários
CAISM – Centro de Atenção Integral à Saúde da Mulher
CEAAL – Conselho de Educação de Adultos da América Latina
CEB – Centro de Engenharia Biomédica
CEDE – Centro de Estudos do Desenvolvimento Econômico
CEIPOC – Centro de Estudos Internacionais e Política Contemporânea
CEL – Centro de Estudos de Línguas
CEMI – Centro de Estudos Migratórios
CEPE – Câmara de Ensino, Pesquisa e Extensão
CERES – Centro de Estudos Rurais
CESIT – Centro de Estudos Sindicais e Economia do Trabalho
CGU – Coordenadoria Geral da Universidade
CIEC – Centro Interdisciplinar de Estudos sobre Cidade
CIPED – Centro de Investigação em Pediatria
COCEN – Coordenadoria de Centros e Núcleos Interdisciplinares de Pesquisa
CONEX – Conselho de Extensão
CONSU – Conselho Universitário
COTIL – Colégio Técnico de Limeira
COTUCA – Colégio Técnico de Campinas
CPEI – Centro de Pesquisa em Etnologia Indígena
DEdIC – Divisão de Educação Infantil e Complementar
DGRH – Diretoria Geral de Recursos Humanos
DH – Direitos Humanos
DNEDH – Diretrizes Nacionais para a Educação em Direitos Humanos
DUDH – Declaração Universal dos Direitos Humanos
14
EA² - Espaço de Apoio ao Ensino e Aprendizagem
ECOEDU AMBIENTAL – Laboratório de Pesquisa e Extensão Ecoedu Ambiental
EDH – Educação em Direitos Humanos
ERGOLAB – Laboratório de Ergonomia, Saúde e Trabalho
EXTECAMP – Escola de Extensão da Unicamp
FCA – Faculdade de Ciências Aplicadas
FCF – Faculdade de Ciências Farmacêuticas
FCM – Faculdade de Ciências Médicas
FE – Faculdade de Educação
FEA – Faculdade de Engenharia de Alimentos
FEAGRI – Faculdade de Engenharia Agrícola
FEC – Faculdade de Engenharia Civil, Arquitetura e Urbanismo
FEEC – Faculdade de Engenharia Elétrica e de Computação
FEF – Faculdade de Educação Física
FEM – Faculdade de Engenharia Mecânica
FEnf – Faculdade de Enfermagem
FEQ – Faculdade de Engenharia Química
FLUXUS – Laboratório Fluxus
FOP – Faculdade de Odontologia de Piracicaba
FORPROEX – Fórum de Pró-Reitores de Extensão
FT – Faculdade de Tecnologia
GECI – Grupo de Estudos sobre Conflitos Internacionais
GEEPAZ – Grupo de Estudos Educação para a Paz e Tolerância
GEISH – Grupo de Estudo Interdisciplinar em Sexualidade Humana
GEPEC – Grupo de Estudos e Pesquisas em Educação Continuada
GEPEDISC – Grupo de Estudos e Pesquisa em Educação e Diferenciação Sócio-Cultural
GEPEVS – Grupo de Estudos e Pesquisa sobre Violências
GEPL – Grupo de Estudo e Pesquisa em Políticas Públicas e Lazer
GT – Grupo de Trabalho
IA – Instituto de Artes
15
IB – Instituto de Biologia
IC – Instituto de Computação
IE – Instituto de Economia
IEL – Instituto de Estudos da Linguagem
IES – Instituição de Ensino Superior
IES – Instituições de Ensino Superior
IFCH – Instituto de Filosofia e Ciências Humanas
IFGW – Instituto de Física “Gleb Wataghin”
IG – Instituto de Geociências
IIDH – Instituto Interamericano de Derechos Humanos
IMECC – Instituto de Matemática, Estatística e Computação Científica
IPEDEHP – Instituto Peruano de Educación en Derechos Humanos y la Paz
IPES – Instituto de Pesquisas Especiais para a Sociedade
IQ – Instituto de Química
ITCP – Incubadora Tecnológica de Cooperativas Populares
LABEURB – Laboratório de Estudos Urbanos
LAPES – Laboratório de Promoção e Educação em Saúde
LDB – Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional
LEES – Laboratório de Estudos sobre Educação Superior
LEPED – Laboratório de Estudos e Pesquisas em Ensino e Diferença
LESP – Laboratório de Estudos do Setor Público
LPCQ – Laboratório de Pesquisa Clínico-Qualitativa
NCN – Núcleo de Consciência Negra
NEE – Núcleo de Estudos Estratégicos
NEPA – Núcleo de Estudos e Pesquisas em Alimentação
NEPAM – Núcleo de Estudos e Pesquisas Ambientais
NEPO – Núcleo de Estudos de População “Elza Berquó”
NEPP – Núcleo de Estudos de Políticas Públicas
NESUR – Núcleo de Economia Social, Urbana e Regional
NICS – Núcleo Interdisciplinar de Comunicação Sonora
16
NIED – Núcleo de Informática Aplicada à Educação
NUDECRI – Núcleo de Desenvolvimento da Criatividade
OEA – Organização dos Estados Americanos
ONG – Organizações Não-Governamentais
ONU – Organização das Nações Unidas
PAAIS – Programa de Ação Afirmativa e Inclusão Social
PAGU – Núcleo de Estudos de Gênero
PCN – Parâmetros Curriculares Nacionais
PEC – Projeto de Extensão Comunitária
PIIE – Programa Interdisciplinário de Investigaciones en Educación
PNDH – Programa Nacional de Direitos Humanos
PNEDH – Plano Nacional de Educação em Direitos Humanos
PPP – Projetos Político-Pedagógicos
PR – Presidência da República
PREAC – Pró-Reitoria de Extensão e Assuntos Comunitários
PRG – Pró-Reitoria de Graduação
PROEC – Pró-Reitoria de Extensão e Cultura
PROEXT – Programa de Extensão Universitária
PROFIS – Programa de Formação Interdisciplinar Superior
PRP – Pró-Reitoria de Pesquisa
PT – Partido dos Trabalhadores
RMC – Região Metropolitana de Campinas
SAE – Serviço de Apoio ao Estudante
SAPPE – Serviço de Assistência Psicológica e Psiquiátrica ao Estudante
SBU – Sistema de Bibliotecas da Unicamp
SECADI – Secretaria de Educação Continuada, Alfabetização, Diversidade e Inclusão
SEDH – Secretaria Especial dos Direitos Humanos
SERPAJ – Serviço de Paz e Justiça
SIARQ – Arquivo Central do Sistema de Arquivos
SIPEX – Sistema de Informação de Pesquisa e Extensão
17
TILS – Central de Tradutores e Intérpretes de Língua de Sinais
UNESCO – Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura
UNICAMP – Universidade Estadual de Campinas
USP – Universidade de São Paulo
18
SUMÁRIO
CAPÍTULO 1: O COMPROMISSO SOCIAL DA UNIVERSIDADE PÚBLICA E A
EDUCAÇÃO EM DIREITOS HUMANOS ......................................................................... 26
1.1 O compromisso social da universidade pública sob diferentes abordagens ................... 26
1.1.1 O compromisso social e a perspectiva da educação em direitos humanos .................. 32
1.2 Os direitos humanos como tema global e interdisciplinar .............................................. 37
1.3 Concepções e fundamentos da educação em direitos humanos ...................................... 45
1.3.1 A educação em direitos humanos no âmbito internacional e interamericano .............. 49
1.3.2 A educação em direitos humanos no Brasil ................................................................. 69
CAPÍTULO 2: A EDUCAÇÃO EM DIREITOS HUMANOS NA UNICAMP:
EVOLUÇÃO E CATEGORIZAÇÃO .................................................................................. 85
2.1 Um panorama sobre a Unicamp e os direitos humanos .................................................. 89
2.1.1 A pesquisa em educação em direitos humanos na Unicamp ....................................... 98
2.1.2 A extensão em educação em direitos humanos na Unicamp ..................................... 109
CAPÍTULO 3: A PERCEPÇÃO DOS DOCENTES DA UNICAMP EM RELAÇÃO À
PESQUISA E À EXTENSÃO EM EDUCAÇÃO EM DIREITOS HUMANOS ............ 116
3.1 Considerações metodológicas acerca da aplicação do questionário ............................. 116
3.2 A percepção dos docentes da Unicamp em relação à educação em direitos humanos . 122
CONCLUSÃO....................................................................................................................... 148
REFERÊNCIAS ................................................................................................................... 153
APÊNDICES .........................................................................................................................169
19
INTRODUÇÃO
O ano de 2018 marcou dois eventos importantes relativos ao reconhecimento,
proteção e garantia do conjunto dos direitos humanos fundamentais. O primeiro deles,
comemorado em 5 de outubro, se refere aos 30 anos da Constituição Federal de 1988, a qual é
considerada enquanto o marco fundamental da redemocratização do país, bem como o
documento normativo que confere a garantia aos direitos fundamentais à toda população,
independentemente de classe, raça, gênero, credo, opinião política, ou qualquer outro tipo de
preconceito ou não-aceitação que possa surgir.
O segundo evento diz respeito aos 70 anos da Declaração Universal dos Direitos
Humanos, comemorado em 10 de dezembro. Tal documento, celebrado em 1948 entre os
Estados-membros da Organização das Nações Unidas, trata-se de um dos mais importantes
acordos internacionais que proclamam os direitos humanos enquanto universais, sendo estes
inalienáveis a todos os seres humanos. Com a Declaração, tais Estados - incluindo o Brasil -,
passaram a ser responsabilizados pelo comprometimento, reconhecimento e efetivo
cumprimento dos direitos humanos anunciados nesta.
Para além de tais eventos, e na contramão destes, houve ainda um episódio na
história brasileira que merece ser destacado, principalmente por ser marcado por discursos de
ódio que deturpam a ideia central dos direitos humanos: o processo eleitoral para cargos de
Presidente da República, Governadores, Senadores, Deputados Federais e Deputados
Estaduais. Um período de aprofundamento da ideologia libertariana, do fundamentalismo
religioso e do anticomunismo que foram acentuadas a partir das conhecidas Jornadas de Junho
de 2013.
No que se refere à ideologia libertariana, originada pela Escola Austríaca, pregase a redução do tamanho do Estado, incluindo em relação à sua atuação. O mantra da
liberdade se adentra na doutrina liberal, conquistando aliados que veem no Estado um inimigo
comum. O fundamentalismo religioso, uma força política no país, prega a existência de uma
verdade que suprime qualquer tipo de debate que conteste aquilo que reconhecem como
“entidade familiar”. Aliam-se às forças conservadoras e, a partir de ações conjuntas, se
fortalecem mantendo o rebanho contido. O anticomunismo ganha uma nova cara: em um
primeiro momento se manifesta por meio do ódio contra o Partido dos Trabalhadores (PT),
visto como a encarnação do comunismo no país e, em um segundo momento, na ameaça do
“bolivarianismo” venezuelano. Notabiliza-se a sobreposição entre anticomunismo e
antipetismo (MIGUEL, 2018).
20
Associado a tais aprofundamentos, um movimento se enfatiza: o projeto de lei
intitulado como “Escola Sem Partido”, tornando a figura do professor enquanto um “inimigo”
a ser combatido. Para quem vê de fora, entende-se enquanto um projeto que visa se opor à
propaganda política na sala de aula. Para quem explora seus argumentos, um projeto que visa
aniquilar a dimensão educacional e proibir, em seus próprios termos, “a veiculação de
conteúdos ou a realização de atividades que possam estar em conflito com as convicções
religiosas ou morais dos pais ou responsáveis pelos estudantes” (Artigo 3º PL 867/2015). Em
outras palavras, um projeto de cunho reacionário que tenta censurar os professores em sua
própria prática educacional, ferindo sua própria autonomia. Discurso este que faz com que o
rebanho contido acredite que a escola tem o poder de transformar as crianças e adolescentes
em gays e lésbicas, de destruir a “família tradicional” e de ensinar a “pedofilia” (PENNA,
2018).
Estas ideias acabam por contaminar parte da classe trabalhadora, a qual torna-se
vítima da manipulação por parte, principalmente, das grandes mídias de massa - como o rádio,
a TV, as revistas e a internet - uma vez que apresentam de forma distorcida e parcial as
notícias, naturalizando a desigualdade e incitando a população a concordar com práticas
fascistas e ideias que legitimam a repressão dos trabalhadores, a criminalização de
movimentos sociais e o uso da força por parte do Estado (LÖWY, 2015; BARROCO, 2011).
Nas eleições de 2018, ficou evidente a utilização deste tipo de discurso por parte
de diversas bancadas, bem como da difusão de fake news1 que manipularam a grande massa.
O resultado: a eleição de um presidente apoiador do projeto “Escola Sem Partido” e de um
parlamento dominado pela direita e extrema direita.
Nas palavras do professor Pablo Gentili,
La bancada que defiende el agronegocio, el Frente Parlamentario Agropecuario,
posee más de 260 representantes. Respaldan la deforestación del Amazonas, el uso
de agrotóxicos, viven y se benefician del trabajo esclavo y son, en muchos casos,
latitudinarios, en el país con mayor concentración de la propiedad de la tierra en el
planeta. La “Bancada de la Bala”, formada por militares, policías o defensores de la
violencia represiva del Estado, lucha activamente contra el Estatuto del
Desarmamento, aprobado durante el gobierno de Lula. Sostienen que la población
civil debe tener derecho a portar armas y a utilizarlas en legítima defensa. Está
constituida por 250 diputados y senadores. Los legisladores evangélicos, la
“Bancada de la Biblia”, serán más de 100. Luchan contra el aborto legal, la igualdad
Disponível em: <https://www1.folha.uol.com.br/poder/2018/10/empresarios-bancam-campanha-contra-o-ptpelo-whatsapp.shtml>. Acesso em 17 nov. 2018.
1
21
de género, la diversidad sexual, el casamiento entre personas del mismo sexo y
exigen la educación religiosa en las escuelas públicas2.
A intensificação do processo de desmonte do Estado brasileiro poderá ganhar
corpo pela privatização de empresas públicas; pela extinção de grandes Ministérios; e pela
negação aos direitos fundamentais. A redução e violação de tais direitos já está sendo
acentuada, atingindo sobretudo àqueles que, historicamente, foram excluídos dos processos de
decisão, isto é, as mulheres, os negros e os índios, bem como as classes populares. Trata-se de
um momento delicado na história brasileira, onde exacerbam-se um conjunto de ataques
contra tais grupos e vangloriam-se neofascistas e seus apoiadores.
Para Löwy (2015), não existe nenhuma receita mágica para combatermos este
“novo fascismo”, porém devemos saber responder à esta nova forma inspirando-se nas
tradições antifascistas do passado, bem como de forma inovadora, combinando movimentos
culturais e sociopolíticos, bem como iniciativas locais. Trata-se, na verdade, de combater este
movimento com base em forças exteriores e divergentes do consenso neoliberal, extrapolando
as fronteiras de um país.
Nessa perspectiva, reconhecemos o papel da educação enquanto uma ferramenta
fundamental para se obter o acesso ao conhecimento histórico relativo aos direitos humanos,
assim como por permitir que a cultura dos direitos humanos seja transmitida de forma a
alcançar uma transformação social local, integrando valores e noções relativas à cultura da
paz, da tolerância e do respeito e valorização das diferenças. A Educação em Direitos
Humanos (EDH) tornou-se parte essencial do conjunto de direitos historicamente
constituídos, estando incluída no próprio direito à educação.
Apesar de tal processo educativo não ser suficientemente capaz de transformar a
situação social e econômica daqueles que se encontram em situações subalternas, constitui-se
enquanto uma das formas de superação que integram a própria democracia burguesa; trata-se,
em outras palavras, de uma ferramenta que pode permitir aos estudantes e à população em
geral, reflexões acerca dos processos e movimentos pelos quais estamos passando.
Assim, a presente pesquisa parte do reconhecimento da importância social da
universidade pública enquanto geradora de uma cultura em direitos humanos, uma vez que,
como ressalta Dias Sobrinho (2014, p. 657), “só é digna de nomear-se universidade a
instituição que produz e dissemina o conhecimento como direito social e bem público, isto é,
Disponível em: <https://elpais.com/elpais/2018/10/29/contrapuntos/1540780955_489243.html>. Acesso em 19
nov. 2018.
2
22
como algo essencial e imprescindível à formação de sujeitos capazes de participar criativa e
criticamente da sociedade”.
Em outros termos, assume-se que as Instituições de Ensino Superior (IES), em
especial as universidades públicas, são detentoras de um lugar privilegiado, uma vez que
podem contribuir para a produção e disseminação de conhecimentos para o desenvolvimento
humano através da incorporação dos princípios básicos dos direitos humanos nos projetos de
ensino, pesquisa e extensão. A EDH, incorporada de forma transversal e interdisciplinar, visa
contribuir para uma formação que extrapola o mercado de trabalho, constituindo-se, ao
mesmo tempo, em uma das maneiras da universidade cumprir com seu compromisso social,
bem como uma alternativa de superação local frente à ascensão do novo fascismo.
De acordo com o Plano Nacional de Educação em Direitos Humanos (BRASIL,
2007), os pilares da universidade devem estar alinhados à sua missão de cunho educacional,
social e institucional. Dessa forma, entende-se que seu comprometimento deve estar atrelado
às demandas sociais; criando, disseminando e articulando conhecimentos acadêmicos e
populares, a fim de possibilitar transformações sociais através de uma formação crítica e
cidadã, auxiliando e orientando ações coletivas. A universidade, nesse sentido, não deve
possuir um caráter estritamente utilitarista, “abrindo mão” de sua autonomia, de seu modo de
organização e finalidades. Este novo paradigma, entretanto, reflete a subordinação e a
submissão que a Educação Superior adotou em relação a produção científica e tecnológica
favorável ao mercado, legitimando a visão utilitarista do conhecimento (DIAS SOBRINHO,
2014).
Segundo Dias Sobrinho (2014, p. 660, grifo nosso),
Não se constrói uma sociedade democrática, econômica e culturalmente evoluída,
sem justiça social e sem uma ampla participação da população dotada de
conhecimentos e valores consistentes da cidadania pública [...] a democratização da
educação e do conhecimento é parte essencial da democratização da sociedade.
Destaca-se, nesse sentido, a importância das IES na formação de cidadãos éticos e
comprometidos com a defesa dos direitos humanos. As universidades públicas, desse modo,
assumem uma função importante nesta questão, pois têm a possibilidade, de acordo com seus
pilares, de realizar formação, pesquisa e extensão em direitos humanos, sendo referência
cognitiva aos outros níveis de ensino e às outras instituições do ensino superior. Uma
universidade pública é aquela comprometida com a construção da cidadania e que defenda os
direitos humanos mediante à consideração da educação enquanto um bem público e comum.
23
Compreender e defender isto é dar conta das bases iniciais de estruturação das mudanças mais
amplas que a educação em direitos humanos nos prova nos dias atuais.
Nesse sentido, considerando que a Educação em Direitos Humanos se configura
enquanto um dos compromissos sociais da universidade pública, o objetivo geral desta
pesquisa consiste em analisar a produção e disseminação de conhecimentos acerca da
Educação em Direitos Humanos na Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) através
dos projetos de pesquisa e práticas extensionistas.
Como objetivos específicos, destacam-se:
a. Debater o conceito e descrever o processo histórico da Educação em Direitos
Humanos no Brasil e na América-Latina;
b. Apresentar e analisar as políticas nacionais de Educação em Direitos Humanos
com base no eixo estratégico referente ao papel atribuído às universidades
públicas;
c. Compreender e debater o compromisso social da universidade pública e a
produção e disseminação de conhecimentos na sociedade;
d. Levantar e analisar os Projetos de Pesquisa e Práticas Extensionistas da Unicamp
desenvolvidos durante os anos de 2006 a 2017 que abordam o debate acerca da
Educação em Direitos Humanos.
Para alcançar o objetivo geral desta pesquisa, a qual possui caráter exploratório e
uma abordagem quali-quantitativa, foram desenvolvidas atividades de pesquisa bibliográfica e
documental, bem como a aplicação de um questionário online para os docentes da Unicamp
que apresentaram pesquisas e/ou práticas extensionistas sobre a temática proposta. Em vista
disso, este trabalho organiza-se em três capítulos, além desta breve introdução e conclusão.
O primeiro capítulo tem como objetivo debater o compromisso social da
universidade pública latino-americana, bem como a produção e disseminação de
conhecimentos na sociedade, sob a perspectiva da Educação em Direitos Humanos (EDH).
Para além disso, buscou-se apresentar os fundamentos teóricos e normativos da EDH no
âmbito do Ensino Superior, atribuindo especial destaque ao processo constitutivo desta prática
educativa no contexto brasileiro. Para isso, buscou-se o debate tanto na literatura jurídica,
quanto na literatura das ciências humanas e sociais, com o intuito de subsidiar a análise
interdisciplinar e contribuir para o alcance dos objetivos propostos. Realizou-se, ainda, uma
24
descrição dos marcos normativos internacionais, interamericanos e nacionais de EDH com
foco no eixo estratégico referente às Instituições de Ensino Superior (IES).
Nestas etapas de revisão bibliográfica e documental, utilizamos das seguintes
bases de dados: Google Scholar, Scielo, Portal de Periódicos da CAPES, publicações da ONU
e UNESCO, Portal do Instituto de Políticas Públicas em Direitos Humanos/Mercosul e; Portal
do Ministério dos Direitos Humanos/PR. Foi realizada a busca por artigos e pesquisas
utilizando palavras-chave como: educação em direitos humanos; educação para os direitos
humanos; educação para a paz; cultura da paz; educação e direitos humanos; educação e
direitos fundamentais; direitos humanos e interdisciplinaridade; dentre outras.
Quanto ao segundo capítulo, objetivou-se apresentar o levantamento quantitativo
e qualitativa realizado dos projetos de pesquisa e das práticas extensionistas desenvolvidas na
Unicamp durante o período de 2006 a 2017, bem como uma análise do que foi identificado
com base em categorias analíticas elaboradas por meio das literaturas consultadas e da
metodologia desenvolvida por Laurence Bardin (2004). Destaca-se que tal período foi
escolhido com base na revisão e atualização do Plano Nacional de Educação em Direitos
(BRASIL, 2007), contemplando também uma perspectiva temporal acerca das práticas
extensionistas realizadas antes e após o lançamento da Política Nacional de Extensão
Universitária (FORPROEX, 2012). Metodologicamente, tal levantamento foi realizado a
partir da seleção de cerca de 80 palavras-chave e de fontes de dados publicizadas pela
Universidade pesquisada, como o Repositório da Produção Científica e Intelectual da
Unicamp, o Portal Institucional da Escola de Extensão da Unicamp/Extecamp, os sites dos
Institutos e Faculdades da Unicamp e o Sistema de Arquivos da Unicamp/SIARQ, dentre
outras fontes.
E, por fim, em relação ao terceiro capítulo, objetivou-se descrever e analisar os
resultados obtidos através da aplicação de um questionário online aos docentes da Unicamp
que demonstraram ter realizado pesquisas e/ou práticas extensionistas em direitos humanos
e/ou em EDH durante o período consultado. A finalidade de tal questionário consistiu em
identificar as motivações que levaram tais docentes à realização dessas atividades, bem como
os possíveis entraves e desafios que se colocam à frente de tais pesquisas e práticas
extensionistas em direitos humanos e EDH, considerando-se as grandes áreas do
conhecimento. Assim, criado com base na plataforma online do Google Drive, o questionário
alcançou uma população total de 200 docentes, segundo os critérios estabelecidos por esta
pesquisa. No entanto, apesar de ter sido encaminhado pelo e-mail institucional de cada
docente, não é possível garantir que todos tenham visualizado a mensagem. Logo,
25
considerando o período aplicação, obtivemos um total de 54 respostas, representando 27% do
total de docentes considerados.
26
CAPÍTULO 1: O COMPROMISSO SOCIAL DA UNIVERSIDADE PÚBLICA E A
EDUCAÇÃO EM DIREITOS HUMANOS
A exposição a ser realizada neste capítulo tem como finalidade contribuir com as
discussões relativas às funções sociais, econômicas e políticas da universidade pública, bem
como para o recente debate acerca da Educação Superior enquanto espaço de formação em
direitos humanos. Nesse sentido, o objetivo deste capítulo consiste em debater o compromisso
social da universidade pública latino-americana, bem como a produção e disseminação de
conhecimentos na sociedade, sob a perspectiva da Educação em Direitos Humanos (EDH).
Para além disso, pretende-se apresentar os fundamentos teóricos e normativos da EDH no
âmbito do Ensino Superior, atribuindo especial destaque ao processo constitutivo desta prática
educativa no contexto brasileiro.
Para tanto, buscar-se-á compreender, em um primeiro momento, o contexto no
qual as Instituições de Ensino Superior estão inseridas - em especial a universidade pública -,
sendo desenvolvida por meio da realização de revisões bibliográficas acerca do tema
proposto. Em um segundo momento, com vistas à fundamentação teórica acerca da EDH,
adotaremos como ponto de partida o debate presente na própria literatura acadêmica sobre os
direitos humanos, perpassando também pelos principais instrumentos e normativas do
Sistema Internacional, Interamericano e Nacional de Direitos Humanos. Ressalta-se que, por
termos como objetivo geral debater a EDH no Ensino Superior, abordaremos com maior
ênfase as diretrizes, recomendações e metodologias atribuídas por estes documentos e
literaturas, direcionadas a este nível de ensino.
1.1 O compromisso social da universidade pública sob diferentes abordagens
De acordo com Chauí (2003), deve-se reconhecer a universidade enquanto
instituição social, visto que esta exterioriza, de determinadas formas, a estrutura e modo de
funcionamento da sociedade: “tanto é assim que vemos no interior da instituição universitária
a presença de opiniões, atitudes e projetos conflitantes que exprimem divisões e contradições
da sociedade” (CHAUÍ, 2003, p. 5). Para a autora, esta interação entre o externo e o interno
explica o porquê a universidade pública sempre se constituiu como instituição social, isto é,
são, pois, uma “prática social”, legitimando-se, através do princípio de diferenciação que lhe
outorga a autonomia diante de outras instituições sociais, podendo esta assimilar, de forma
crítica e reflexiva, as demandas e influências da sociedade.
27
Na perspectiva de Bernheim e Chauí (2008, p. 18),
Uma universidade enclausurada expressa o modo como determinada sociedade
concebe o saber; uma universidade militante expressa o modo como uma parte de
determinada sociedade pretende que o saber esteja a serviço de determinadas
políticas. Da mesma forma, uma universidade funcional e operacional, que forma
mão-de-obra especializada para o mercado de trabalho, espelha uma sociedade que
considera o mercado como a ratio última da vida social. Por outro lado, uma
universidade que considera o saber pelo prisma do direito do cidadão, faz o que
pode para refrear a despersonalização e valoriza a democratização, reflete uma
sociedade em que os valores democráticos da cidadania são imperativo ético e
político da vida universitária.
Há de se considerar, contudo, a tese de que o campus universitário se constitui
como um reflexo puro de seu contexto, visto que, muitas vezes, as universidades brasileiras e
latino-americanas em geral, acabam distorcendo a imagem da sociedade através do
aguçamento de suas contradições (SGUISSARDI, 2015). Tal constatação diz respeito ao
panorama do Ensino Superior no Brasil, onde se verificam processos de massificação privada
deste nível de ensino, desconsiderando-se sua democratização; bem como processos de
mercantilização da universidade pública, garantindo uma expansão “que a mantém como de
elite e de alta qualificação para poucos, enquanto adquire traços de “sistema” de massas e de
baixa qualificação para muitos”, colocando em xeque as metas oficiais para a sua
democratização (SGUISSARDI, 2015, p. 869).
Trata-se, nesse sentido, da ocorrência de algumas transformações sócio-políticoculturais no âmbito das políticas educacionais, as quais somadas ao movimento político e
ideológico neoliberal3, estabeleceram o conhecimento como um item a ser comercializado.
Esses processos ocorridos nos últimos anos, como a revolução da informática e da
comunicação, aliado ao processo de globalização, modificariam a dinâmica de produção e
difusão do conhecimento, sendo este produzido de maneira rápida e cumulativa, de fácil
divulgação e popularização.
A partir desse momento, houve maior abertura do mercado educacional através da
implementação de políticas educacionais neoliberais e o aumento expressivo de Instituições
3
Segundo Anderson (1995), devemos entender o neoliberalismo enquanto um movimento político e ideológico
que visava combater um padrão keynesiano de intervenção e regulação estatal na economia, acompanhado do
chamado Estado de Bem-Estar Social, implementado sobretudo nos países de capitalismo central a partir da
Segunda Guerra. O grande objetivo deste movimento, liderado por empresários, intelectuais e políticos era de
“preparar as bases de um outro tipo de capitalismo, duro e livres de regras para o futuro” (p. 1). Defendia-se que
a desigualdade econômica e social se constitua enquanto fator positivo à sociedade, já que as intervenções
estatais visando corrigi-la provocariam o cerceamento do livre mercado e da livre iniciativa e,
consequentemente, barrariam a constituição de uma sociedade verdadeiramente livre e autorregulada pelo
próprio mercado. Tais valores só ganhariam força material e política a partir de 1970, quando o capitalismo, em
âmbito mundial, entrou em uma crise caracterizada por uma profunda e longa recessão, baixas taxas de
crescimento e altas taxas de inflação.
28
de Ensino Superior particulares ou privado/mercantis (BECHI, 2011, p. 139). De acordo com
Bechi (2011), essa expansão e privatização do Ensino Superior no Brasil vem conformando a
educação como mercadoria, ou seja, transformou-se em um item de negociação e; para que
estas instituições possam garantir sua sustentabilidade no mercado, o produto ofertado
(conhecimento) deve ser flexível ao ponto de seguir as exigências estabelecidas pelo mercado.
O conhecimento adquiriu grande importância, se submetendo a critérios de aplicabilidade,
utilidade, competitividade e de interesses de lucro (DIAS SOBRINHO, 2015). Logo, se
explicita uma reorganização das atividades da comunidade acadêmica que não agregam valor
econômico.
Nesse contexto,
as disciplinas de formação humana e social vêm sendo gradativamente extintas da
estrutura curricular, a fim de tornar as mensalidades mais acessíveis aos
alunos/clientes, o que possibilita uma saída para os cursos universitários se tornarem
mais competitivos frente o atual cenário educacional. As disciplinas de ordem
prática passam a ser valorizadas em detrimento das disciplinas teóricas ligadas à
formação integral do ser humano (BECHI, 2011, p. 140).
De acordo com Bernheim e Chauí (2008, p. 11), houve o “abandono do núcleo
fundamental do trabalho universitário, ou seja, da formação”, devido também à compressão
espaço-temporal do capital financeiro e do mercado, através da redução temporal da
graduação e pós-graduação; a velocidade tornou-se tamanha que a necessidade da transmissão
do histórico de cada disciplina ao aluno fez-se, gradualmente, como coisa do passado. Para os
autores, o ensino passou a ser compreendido como a rápida transmissão de conhecimentos,
sendo este registrado em manuais “descomplicados” e de fácil leitura; a docência foi reduzida
à transmissão e treinamento; e, a pesquisa se tornou uma atividade sem sentido e justificativa,
devido à ausência de tempo hábil para processos de reflexão e crítica.
Quanto ao debate acerca de seu compromisso social, isto é, com quais
problemáticas e atores a universidade deve se envolver, discute-se com mais força a partir das
décadas de 1980 e 1990, em que medida o ensino e a produção do conhecimento deveriam
seguir às “exigências” mercadológicas, onde o conhecimento se torna cada vez mais
considerado enquanto um fator produtivo4, ou seja, uma mercadoria que define o crescimento
e a competitividade de nações e empresas por intermédio de inovações tecnológicas –
perspectiva denominada de economia do conhecimento; ou se o ensino, a pesquisa e a
extensão deveriam estar direcionados à preparação de indivíduos e à produção do
De acordo com Sguissardi (2008, p. 1013), “os serviços educacionais, como um direito e um bem público,
possam ser considerados como uma mercadoria, a educação-mercadoria, objeto de exploração de mais-valia ou
de valorização”.
4
29
conhecimento - mesmo que aptos ao mercado de trabalho -, para atuar de forma crítica e
reflexiva frente às problemáticas sociais diversas que atingem a sociedade, especialmente no
que se refere aos segmentos sociais (DIAS SOBRINHO, 2013; 2014; 2015; GOERGEN,
2014; DAGNINO, 2015).
Em outras palavras, diz respeito a duas perspectivas opostas5 em que a primeira,
assume que a importância das IES está atrelada diretamente e, somente, à sua relação
colaborativa com o setor produtivo, devendo haver uma cooperação entre universidade–
empresa. Reproduz-se então, o raciocínio de que a universidade é concebida como uma
alavanca do desenvolvimento econômico (CASTRO; JANNUZZI; MATTOS, 2007), sendo
necessário que esta instituição “produza conhecimentos úteis e também forme pessoas
capazes de atender aos quesitos de um mundo laboral moldado pelas mesmas ciências e
tecnologia” (GOERGEN, 1998, p. 1), onde tanto a propriedade intelectual quanto a
transferência de tecnologia são incorporadas nas pautas de discussão, especialmente nas
universidades públicas (AMADEI; TORKOMIAN, 2009).
Compartilha-se, nesta perspectiva, da ideia de que vivemos em uma sociedade
baseada no conhecimento e na informação, as quais derivam-se, em grande medida, da intensa
difusão de tecnologias de comunicação e informação ocorridas desde a década de 1980
(CASSIOLATO, 1999). A ciência, tecnologia e informação se constituiriam, desse modo,
enquanto forças produtivas centrais para a reprodução do sistema (DANTAS, 1999).
No que diz respeito aos investimentos na educação, estes são considerados como
prioritários devido a essencialidade do capital humano adaptado e; diante dessas novas
orientações, são aguçados os questionamentos acerca das disciplinas humanistas, bem como a
necessidade de maior atenção às áreas propícias ao surgimento de inovações (ARBIX;
CONSONI, 2011). Nesse contexto e perspectiva, há a necessidade da parceria entre a
universidade e a empresa, onde se torna preciso compartilhar os conhecimentos gerados entre
ambos os lados, para que assim, possam ser transferidas tecnologias e desenvolvidos
ambientes de inovação benéficos à empresa e, segundo esta perspectiva, à sociedade como um
todo (SEGATTO-MENDES; MENDES, 2006).
Em relação à contribuição das universidades e do Estado, estas estariam centradas
à promoção de infraestrutura, apoio à certificação, homologação, metrologia, auxílios e
pesquisas, dentre outros (CASTRO; JANNUZZI; MATTOS, 2007). Quanto às empresas,
estas podem ser de variados setores e tamanhos, podendo a relação ocorrer através de uma
5
Cabe ressaltar que o compromisso social da universidade pública é abordado por diferentes perspectivas de
análise, porém optou-se por apresentar as principais correntes teóricas que perpassam sobre o tema.
30
forma bilateral (por meio de acordos entre a universidade e uma determinada empresa) e/ou
multilateral (através de centros de pesquisa) (PLONSKI, 1999). Esta interação pode ocorrer
ainda através de patrocínios, participação de empresas em eventos acadêmicos, consultorias,
parques tecnológicos, pesquisas cooperativas, dentre outros (BRISOLLA et al., 1997).
Trata-se, portanto, de uma visão que considera a universidade enquanto um ator
importante para:
dotar a economia – e as empresas – de capacidade de inovação e competição, através
de: recursos humanos adaptados e adequados à nova economia; estratégias e
mecanismos de cooperação para assegurar a transferência de tecnologia entre as
partes, dada a capacidade em C&T da universidade; engajamento, da própria
universidade, na diversificação da captação de recursos através de redes de
cooperação e acordos com empresas. Dentro dessa perspectiva, a universidade
realizaria seu papel social em capacitar a economia local e nacional de subsídios
importantes ao desenvolvimento econômico. Por fim, o próprio engajamento da
universidade nesse cenário e toda a mudança na cultura organizacional em prol de
valores empreendedores e competitivos vislumbra a necessidade de transformar a
universidade tradicional em uma universidade empreendedora (CRISTOFOLETTI;
SERAFIM, 2017, p. 77).
Quanto à segunda perspectiva, esta considera que a importância das IES deve
estar atrelada à produção de pesquisa básica e a formação de conhecimentos críticos;
apresentando a relevância social como um valor atribuído à universidade, considerando que
esta instituição deve estar comprometida com a solução de problemas de cunho social, como
analfabetismo, pobreza e alternativas econômicas (GOERGEN, 1998; MELLO; FILHO;
RIBEIRO, 2009). Nessa abordagem, tece-se uma crítica à mercantilização ou comoditização
do Ensino Superior, podendo ser denominada como “Capitalismo Acadêmico”, termo
desenvolvido por Slaughter e Leslie (1999).
Sucintamente, a expressão ‘capitalismo acadêmico’ na nova economia refere-se a
um regime que engloba o engajamento de faculdades e universidades pró-mercado
na conformação do discurso e desse comportamento pró-mercado no âmbito
acadêmico. Slaughter e Rhoades (2004) relacionam essa discussão com os temas
sobre o estado neoliberal e a nova economia global estabelecendo, assim, uma
intrínseca relação entre organização (no caso, as universidades) e o ambiente social,
político e econômico que a encerra. Destacam, em particular, o impacto do projeto
neoliberal sobre as atividades – mesmo algumas das mais mundanas – conduzidas
pelas universidades (SERAFIM, 2011, p. 248).
Nesse sentido, se expõe a contradição de que a universidade pública adota como
parâmetro regulador de sua produção e conduta, o próprio mercado. No âmbito da América
Latina, por exemplo, verifica-se a forte influência de novas orientações e diretrizes gerenciais,
difundidas por agências multilaterais, como o Banco Mundial. Na visão desta organização, o
papel da educação superior consiste em potencializar as competências individuais com vistas
31
ao fortalecimento das economias locais, devendo estas serem ajustadas à economia global
(DIAS SOBRINHO, 2015). As instituições de ensino superior passaram a incorporar a lógica
inovacionista, bem como a adoção da lógica pró-mercado em seu interior, havendo também a
expansão das instituições privadas (SERAFIM, 2011).
No Brasil, tal processo caminha em duas correntes: i. através da redefinição de
políticas públicas educacionais em nível governamental, especialmente no que se refere à
diminuição e/ou estagnação do financiamento às IES públicas; e, ii. a transformação interna
das instituições, que passaram a inserir novas estratégias para a obtenção de recursos, assim
como a operacionalização de mecanismos de gestão e racionalidade que integram a
universidade, adquirindo características da gestão empresarial (RODRIGUES; GREGO;
ROMANATTO, 2010; CAMARGO et al., 2003).
Interpretando esse novo padrão de funcionamento, Chauí (2003, p. 7) destaca o
seguinte:
Regida por contratos de gestão, avaliada por índices de produtividade, calculada
para ser flexível, a universidade operacional está estruturada por estratégias e
programas de eficácia organizacional e, portanto, pela particularidade e instabilidade
dos meios e dos objetivos. Definida e estruturada por normas e padrões inteiramente
alheios ao conhecimento e à formação intelectual, está pulverizada em
microorganizações que ocupam seus docentes e curvam seus estudantes a exigências
exteriores ao trabalho intelectual. A heteronomia da universidade autônoma é visível
a olho nu: o aumento insano de horas/aula, a diminuição do tempo para mestrados e
doutorados, a avaliação pela quantidade de publicações, colóquios e congressos, a
multiplicação de comissões e relatório etc.
Como pode ser visualizado, nesta perspectiva são expostas as críticas e
contradições relativas à interação entre a universidade-empresa, como o próprio
desconhecimento da realidade estrutural da sociedade latino-americana; a subordinação de
docentes, funcionários e estudantes às lógicas de eficiência, produtividade e competitividade,
deixando em segundo plano a construção de um conhecimento crítico e reflexivo; a distorção
relativa aos lócus do processo de inovação às universidades públicas; bem como a adoção da
própria crença neoliberal diante da aceitação e conformismo acerca de contextos desiguais
provocados pelo sistema econômico capitalista, onde os atores e políticas institucionais
integrantes da universidade se negam a pensar alternativas a este contexto; dentre outras
críticas (CRISTOFOLETTI, SERAFIM, 2017).
Apesar desta dualidade se constituir enquanto um debate controverso, destaca-se
que alguns autores como Goergen (2014), Chauí (2003), Dias Sobrinho (2013; 2014; 2015) e
Alva (2014) atribuem uma aproximação cada vez maior e constante entre a universidade e os
32
interesses mercadológicos. Tais mudanças podem ser observadas nas IES tanto no que diz
respeito ao campo da política pública, como também no âmbito organizacional e institucional.
No que diz respeito ao primeiro, verifica-se mudanças na política nacional de Educação
Superior, como por exemplo a já citada expansão da educação privada stricto e lato sensu,
bem como a redução e estagnação de investimento público neste nível da educação. No
âmbito organizacional, visualiza-se um aumento da preocupação relacionada aos princípios de
accountability e transparência, a gradativa privatização interna das universidades públicas,
bem como o “aumento dos rankings e da padronização dos sistemas de avaliação da educação
superior” (SERAFIM, 2011, p. 256).
Para além dessas transformações identitárias da educação, Camargo et al (2003)
cita o surgimento e expansão da indústria de dispositivos pedagógicos extraescolares, como a
utilização de softwares educativos e demais instrumentos, que visam “incrementar” a
competitividade escolar através do mercado de produtos e serviços paraescolares, os quais
englobam empresas que prestam serviços psicopedagógicos de tutorias por meio de aulas
particulares, de reforço e recuperação, dentre outros.
Decorrem, desse modo, processos chamados de privatização e mercantilização do
ensino superior e da universidade pública brasileira e latino-americana. Tais processos,
contudo, não podem ser considerados como sinônimos e nem compreendidos como a mesma
coisa, visto que, como destaca Dias Sobrinho (2013, p. 110),
condenável é a mercadorização da educação, isto é, a transformação da educação,
assim como de muitas outras atividades humanas, em meros produtos comerciais,
commodities sujeitas às leis e normas dos mercados. Instituições educativas
privadas, nos termos amparados e exigidos pela Constituição nacional, são legítimas
e necessárias, desde que, sob a autoridade superior do Estado, cumpram com
qualidade os objetivos públicos que são da essência da educação.
Estes, acabam por redefinir a função social da universidade para com a sociedade,
desvirtuando e desconsiderando sua capacidade de formar cidadãos e intelectuais
compromissados com as problemáticas sociais, onde o principal objetivo torna-se a formação
de profissionais técnicos, preocupados apenas com sua atuação no mercado de trabalho.
1.1.1 O compromisso social e a perspectiva da educação em direitos humanos
Sobretudo a partir da década de 1990, vivenciamos um desmonte da universidade
pública. Como resultado, acelera-se o processo de privatização do Ensino Superior e
“mercantiliza-se o sentido da formação universitária, da pesquisa e da extensão” (DE
33
PAULA, 2006, p. 2). Tais processos introduzidos acima, transformaram as concepções acerca
do compromisso social a ser assumido por essas instituições, em especial no que diz respeito
às universidades públicas.
De acordo com De Paula (2006), a formação foi transformada em treinamento,
perdendo seu sentido de formação para a vida e para a construção da cidadania; a pesquisa foi
direcionada ao setor produtivo, permanecendo como refém da lógica do mercado; e, no que
diz respeito à extensão, esta passou a ser comercializada e transformada em fonte de renda e
complementação salarial. Trata-se, nesse sentido, de uma transformação que preza pelo
privilegiamento da iniciativa privada, pela minimização da gestão do Estado, pela
maximização das leis de mercado e pela suspensão das barreiras entre estados e mercados
(SEVERINO, 2002). Em outras palavras, diz respeito à maturação e materialização da
perspectiva neoliberal no campo das políticas educacionais6.
Com a expansão e o vasto domínio da economia de mercado, a educação superior
foi levada a embaçar o viço de sua capacidade crítica, da autonomia de pensamento,
do hábito da reflexão radical, da capacidade de compreensão global da história
humana. As universidades estariam abdicando de sua função de intermediação entre
o indivíduo, a sociedade civil e o Estado. Com efeito, as universidades de hoje
perderam muito da utopia social dos anos de 1960 e de 1970, que lhes atribuía um
papel central na democratização das sociedades e na diminuição das desigualdades
(DIAS SOBRINHO, 2005, p. 167).
Nesse sentido, se considera que a educação não deve ser reduzida à serviço do
mercado, nem tampouco se limitar à sua expansão quantitativa para impulsionar o
desenvolvimento econômico. Na visão de Dias Sobrinho (2013), a educação diz respeito a um
bem público e direito social, tendo como finalidade a formação de sujeitos, bem como o
aprofundamento da cidadania e da democracia na sociedade. Enquanto bem público é
compreendida como um imperativo moral essencial para a formação de cidadãos conscientes
e de profissionais qualificados, integrando o que em essência, deveria ser a grande
responsabilidade das Instituições de Ensino Superior. Segundo o autor, “os fins da educação
com sentido público estão referidos à formação de indivíduos sociais, cuja construção pessoal
integral se insere no plano mais amplo da construção da sociedade e, em termos universais, da
dignificação da humanidade” (p. 110).
Em outras palavras,
Dado seu caráter de universalidade no projeto histórico de construção da
humanidade, a universidade tem papel central no processo de edificação da
sociedade do conhecimento. Para tanto, ela não pode negar sua natureza esDe acordo com Dias Sobrinho (2013, p. 112), “O cidadão aí cedeu lugar ao consumidor, a solidariedade e a
responsabilidade social perderam valor para a competitividade.
6
34
sencialmente pública, isto é, concernida à elevação de toda a sociedade humana.
Nessa perspectiva, só é digna de nomear-se universidade a instituição que produz e
dissemina o conhecimento como direito social e bem público, isto é, como algo
essencial e imprescindível à formação de sujeitos capazes de participar criativa e
criticamente da sociedade. Em contrapartida, não se poderia considerar universidade
uma organização educacional estritamente de caráter mercantil. Universidade e
comércio educacional são expressões que se negam e se repelem mutuamente.
Universidade se baseia no princípio da solidariedade, ou seja, do patrimônio comum
e do bem-estar geral. Negócio cultiva a rivalidade, a posse individual e os benefícios
privados. Universidade empresarial é, então, uma contradição em termos (DIAS
SOBRINHO, 2014, p. 657),
Nessa perspectiva, a universidade deve ter compromisso com o social e com o
público, devendo carregar como princípio a solidariedade e não a competitividade; deve se
constituir enquanto uma instituição social inclusiva, estando tencionada ao cumprimento dos
seus compromissos e responsabilidades para com a sociedade e não para o mercado. Sua
missão consiste em formar integralmente as pessoas, através da transmissão de
conhecimentos, valores e práticas; trata-se de um direito humano e um bem público que é
essencial para a consolidação de uma sociedade democrática e, principalmente, para o
processo de inclusão socioeconômica das classes mais vulneráveis e com direitos violados.
Pensar a educação, o conhecimento, a formação humana integral como essenciais ao
contexto do viver bem em sociedade, ou, ao menos do viver menos conflituoso,
implica, então, reconhecer o importante papel das instituições educativas
relativamente à formação dos jovens para a participação ativa na construção e na
prática da imprescindível democracia e, inseparavelmente, da difícil paz. Educação
democrática implica expansão da cobertura, justiça social, qualidade científica e
relevância social para todos. São exigências éticas e políticas que se requerem da
educação pública, além de técnicas e científicas, pois são essenciais à construção de
sujeitos sociais, à consolidação da sociedade democrática e dos processos de
inclusão socioeconômica (DIAS SOBRINHO, 2013, p. 115).
Contudo, diante de tal cenário, a universidade está tendendo a priorizar disciplinas
práticas propícias a promover “inovações tecnológicas”, acabando por manter em segundo
plano as disciplinas que promovem algum senso crítico e reflexivo, tornando-se pouco
valorizadas no entremeio acadêmico. Alia-se, ainda, a questão da própria disciplinaridade, que
impede, de certa forma, a incorporação de debates e discussões sobre temas que ultrapassam
as fronteiras do conhecimento disciplinar. Um desses temas seria a própria questão dos
direitos humanos. Faz-se necessário destacar que a aprendizagem, a produção e disseminação
de conhecimentos, aliado à vivência de valores fundamentais se constituem como as
condições-base da formação humana (DIAS SOBRINHO, 2015).
Bastante presente nos cursos de direito, o debate acerca dos direitos humanos,
muitas vezes passa a ser negligenciado nos projetos político-pedagógicos dos cursos de
35
graduação e pós-graduação de outras áreas do conhecimento, bem como nos projetos de
pesquisa e extensão desenvolvidos no âmbito acadêmico (CANDAU, 2008). Apesar de estar
garantida em documentos oficiais do governo federal, a educação em direitos humanos,
tratada como um conteúdo interdisciplinar, não está incorporada em todas áreas, havendo um
longo caminho a ser percorrido para que os conteúdos teóricos e metodológicos dos direitos
humanos integralizem a formação dos profissionais.
Como pode ser aferida, a EDH alinha-se mais à segunda perspectiva apresentada
sobre o compromisso social da universidade, considerando a construção do saber e da
formação através do ponto de vista dos direitos humanos e da democratização. Considera-se,
portanto, que um dos compromissos sociais da universidade se trata, justamente, da produção
e disseminação de conhecimentos em direitos humanos. Com efeito, o próprio Plano Nacional
de Educação em Direitos Humanos apresenta que:
A partir desses marcos legais [Constituição Federal de 1988 e Lei de Diretrizes e
Bases da Educação], as universidades brasileiras, especialmente as públicas, em seu
papel de instituições sociais irradiadoras de conhecimentos e práticas novas,
assumiram o compromisso com a formação crítica, a criação de um pensamento
autônomo, a descoberta do novo e a mudança histórica (...). Tal dimensão torna-se
ainda mais necessária se considerarmos o atual contexto de desigualdade e exclusão
social, mudanças ambientais e agravamento da violência, que coloca em risco
permanente a vigência dos direitos humanos. As instituições de ensino superior
precisam responder a esse cenário, contribuindo não só com a sua capacidade crítica,
mas também com uma postura democratizante e emancipadora que sirva de
parâmetro para toda a sociedade (BRASIL, 2007, p. 37-38).
Nesse sentido, se reconhece explicitamente que a universidade pública se constitui
enquanto instituição social, a qual é regida pelos princípios da indissociabilidade entre ensino,
pesquisa e extensão, incumbindo-se à “formação crítica, a criação de um pensamento
autônomo, a descoberta do novo e a mudança histórica” (BRASIL, 2007, p. 37). Segundo
Magendzo (2009), algumas competências cabem aos estudantes deste nível de ensino, como a
formulação de planos de ações que os ajudem a participar de forma responsável da vida em
sociedade, bem como saber conviver com as diferenças, valorizando-as e compartilhando-as
enquanto capital social e cultural.
A EDH, na perspectiva de Candau (2008), contribui para a desconstrução de
preconceitos
e
discriminações
presentes
nas
relações
sociais,
promovendo
a
“desnaturalização” desses contextos; promove a articulação entre diferença e igualdade nas
políticas públicas educacionais e nas práticas pedagógicas, propiciando o reconhecimento e
valorização das diferenças; permite o resgate dos processos constitutivos das identidades
36
culturais (pessoais e coletivas); a promoção de experiências relativas à interação sistemática
com outros atores; e, o empoderamento de atores sociais historicamente marginalizados.
Sendo a universidade uma instituição social, deve-se empenhar na perspectiva de
sua democratização, tanto no que diz respeito ao acesso quanto em relação à democratização
do conhecimento, bem como de norteá-la à defesa dos direitos humanos e da pesquisa e
formação críticas e reflexivas. À Educação Superior, vista recentemente enquanto espaço de
formação em direitos humanos, cabe a incorporação da educação em direitos humanos
enquanto conteúdo transversal e interdisciplinar em todas as áreas do conhecimento, devendo
permear os projetos pedagógicos, as atividades de pesquisa e extensão. E, para além das
esferas institucionalizadas, deve estar presente na própria gestão e convivência.
Nessa perspectiva, têm-se o compromisso social da universidade pública com a
educação em direitos humanos, considerando que:
a dimensão crítica dos direitos humanos pode fornecer a base para programas
educativos emancipatórios que são um contraponto para a simples
instrumentalização do conhecimento, de modo a propor uma pedagogia da cidadania
autônoma aos projetos pedagógicos e utilitários da economia mundializada. Os
princípios dos direitos humanos podem ser o fundamento da superação de um
projeto educativo voltado unicamente para o desenvolvimento econômico, que
considera o ser humano um instrumento da produção e do consumo, formando
pessoas adaptadas aos pressupostos artificiais do mercado e do consumo, relegando
ao esquecimento os princípios de justiça social, do reconhecimento do outro, das
dimensões clássicas da igualdade e da liberdade (VIOLA, 2013, p. 53).
Em outras palavras, trata-se de um novo caminho a ser considerado no que diz
respeito ao debate acerca do compromisso social da universidade pública. Este, pressupõe que
esta instituição transforme sua relação com a sociedade, tornando-a dialógica e interativa com
diferentes culturas e sujeitos, bem como que continue a se envolver com as demandas desta,
especialmente daqueles que possuem seus direitos violados cotidianamente. Nesse sentido,
deve ser tratada como um processo de reaproximação desta instituição com os segmentos
sociais, em especial; implicando na ressignificação e problematização de seu compromisso
social.
À universidade compete a missão de formar pessoas com alto sentido cultural, moral
e político de cidadania e de contribuir, em sua esfera de possibilidades e em seus
limites, para a solução de problemas da coletividade. A responsabilidade da
universidade não diz respeito somente à técnica, mas, também, à ética e à política. É
bem verdade que os conhecimentos que produz hão de apresentar pertinência para a
sociedade, e isso inclui necessariamente a economia. Mas a universidade não deve
transformar-se em serva da economia. Pertinência social e autonomia se associam
como princípios inseparáveis do estatuto da universidade. Autonomia universitária é
condição essencial para o cumprimento da responsabilidade científica e social da
universidade (DIAS SOBRINHO, 2015, p. 584).
37
Quanto à produção e difusão do conhecimento, visualiza-se uma formação que
ultrapassa os “ditames” mercadológicos e utilitaristas, se constituindo enquanto um processo
formativo que articula a teoria e a prática, promovendo o diálogo intercultural e o exercício do
convívio com o “diferente”. Trata-se, portanto, de uma formação que ultrapassa a mera
transmissão de conhecimentos. Nas palavras de Carbonari (2013, p. 89), “a educação em
direitos humanos na educação superior pode colaborar para que os direitos avancem na
efetivação”, isto é, sejam garantidos ao menos no convívio cotidiano local.
Assim, em face às transformações recentes da universidade, têm-se a educação em
direitos humanos enquanto alternativa. Tal processo educativo, apesar de ser limitado, diz
respeito a uma forma desta instituição em reaver seu compromisso social, questionando o
fazer universitário como mera prestação de serviços ao mercado. Trata-se, em nossa
perspectiva, de uma formação capaz de influir positivamente na construção de uma sociedade
democrática, cujos valores relativos aos direitos humanos sejam conhecidos e respeitados.
1.2 Os direitos humanos como tema global e interdisciplinar
O debate acerca dos direitos ganhou força a partir do reconhecimento das
violações cometidas durante a II Guerra Mundial, a qual ocasionou a morte de milhões de
pessoas e a devastação de dezenas de países. A partir deste contexto, os direitos humanos
passaram a conquistar grande repercussão mundial, devido especialmente aos esforços
relativos a instituição de uma organização internacional com vistas ao mantenimento da
ordem e segurança internacionais, bem como pela proteção e promoção de tais direitos. A
Organização das Nações Unidas (ONU), fundada em 24 de outubro de 1948, era (e continua
sendo) composta por Estados-membros que, em tese, compartilham dos pressupostos relativos
aos direitos humanos, reconhecendo - perante a ordem internacional - suas responsabilidades
na garantia destes.
Nesse sentido, à medida que tal debate obteve maior notoriedade, os direitos
humanos passaram a ser visualizados enquanto um tema de abrangência global,
compartilhando de uma linguagem progressista. Contudo, anteriormente a apresentação de
suas características e dimensões, faz-se necessário tecer uma breve contextualização acerca de
suas fundamentações, as quais variam conforme suas vertentes de pensamento e de seu
processo de construção histórica que, de acordo com Bobbio (2004), constitui-se de forma
gradual em determinadas circunstâncias, com a defesa de novas liberdades em oposição à
velhos poderes.
38
Desse modo, ao considerarmos o significado da palavra direito enquanto
ordenamento normativo, temos que:
é o conjunto de normas de conduta e de organização, constituindo unanimidade e
tendo por conteúdo a regulamentação das relações fundamentais para a convivência
e sobrevivência do grupo social, tais como as relações familiares, as relações
econômicas, as relações superiores de poder, também chamadas de relações
políticas, e ainda a regulamentação dos modos e das formas através das quais o
grupo social reage a violação das normas de primeiro grau ou a institucionalização
da sanção (BOBBIO; MATTEUCCI; PASQUINO, 1998, p. 349).
Tal concepção, conexa à Teoria do Estado, evidencia relações com o surgimento
dos direitos humanos que, historicamente, apresentam-se enquanto uma tentativa das pessoas
no ordenamento de conflitos de interesses e na disciplinarização das relações entres eles.
Logo, sendo estabelecidos conforme as necessidades provenientes da vida em sociedade,
evoluíram de forma a manter o equilíbrio da ordem social, perpassando por movimentos que
limitavam o poder do Estado, até a necessidade deste em sua proteção e garantia (SILVA,
2000).
Convém destacar, nesse momento, algumas vertentes de fundamentação7 dos
direitos humanos: os negacionistas, os jusnaturalistas, os positivistas, a fundamentação moral
e, a teoria da dignidade da pessoa humana. Quanto à primeira fundamentação, tendo como
principal adepto Norberto Bobbio, os negacionistas sustentam ser impossível a justificativa
absoluta dos direitos humanos devido a algumas razões: em primeiro lugar, persistem as
divergências quanto à definição do que são os “direitos humanos”; em segundo lugar, trata-se
de uma classe de direitos variável, isto é, modificam-se conforme sua evolução histórica; e,
em terceiro lugar, constituem-se enquanto uma categoria de direitos heterogênea,
apresentando pretensões conflitantes. Em outras palavras, para esta teoria, perdeu-se as razões
para a fundamentação desse conjunto de direitos, visto que estaríamos legitimando algo que é
considerado indefinido, variável e heterogêneo, também sendo passíveis de serem
consagrados a partir de juízos de valor (RAMOS, 2015).
A teoria jusnaturalista “sustenta que há normas anteriores e superiores ao direito
estatal posto”, isto é, fundamenta os direitos humanos através de uma ordem superior,
universal, imutável e inderrogável, compartilhando de uma corrente de cunho teológico e
metafísico (RAMOS, 2015, p. 51). Trata-se de uma teoria pautada na condição humana
enquanto sendo independente de convenções ou legislações, sustentando a existência de um
Por fundamentação, entende-se: “as razões que legitimam e motivam o reconhecimento dos direitos humanos”
(SILVA, 2002).
7
39
direito natural superior ao direito positivo (a legislação). Em outra perspectiva, a Escola
Positivista fundamenta os direitos humanos em uma ordem jurídica posta pelo Estado, ou
seja, através da inserção dos direitos humanos em legislações, tendo como requisito de
validade formal a sua edição de acordo com as regras estabelecidas na Constituição (RAMOS,
2015).
Quanto à teoria moralista, considera que os direitos humanos se fundamentam na
consciência moral de um determinado povo, sendo originado através de valores e princípios
que independem da existência de regras positivadas. Ou seja, na consciência moral concebida
através do convívio e experiência, sendo constituídos de forma coletiva (RAMOS, 2015). Por
fim, em relação à corrente pautada na dignidade da pessoa humana, esta encontra-se difundida
majoritariamente entre os organismos internacionais, os quais reconhecem que a ideia central
dos direitos humanos se refere à proteção da dignidade da pessoa humana, considerando-a
enquanto o reconhecimento de que todos somos sujeitos de direitos, sendo inerente a espécie
humana.
Dessa forma, observa-se o seguinte: a fundamentação dos direitos humanos
encontra-se em constante processo de construção, perpassando por perspectivas de análise
diferenciadas que variam conforme o contexto histórico. Destaca-se, contudo, que apesar da
teoria da dignidade da pessoa humana ser majoritária, não significa que haja uma
unanimidade em relação a ela, visto que as demais teorias, em menor constância, também se
apresentam em determinados espaços de discussão. É preciso evidenciar, neste momento que,
assim como sua fundamentação, algumas terminologias foram empregadas acerca dos direitos
humanos ao longo do tempo, variando conforme a doutrina ou diplomas internacionais e
nacionais estabelecidos, assim como originaram-se através de sua evolução e desdobramento
histórico. Como exemplo, citam-se: i. “direitos do homem”, a qual apresenta origem
jusnaturalista, considerando a proteção de alguns direitos do indivíduo, sendo primórdio de
um contexto de revoluções liberais perante a afirmação do Estado autocrático europeu; ii.
“direitos públicos subjetivos”, derivando-se da escola alemã de Direito Público (século XIX),
onde recomendava um conjunto de direitos contra a ação estatal em benefício do indivíduo,
ou seja, apresentava o limite do poder e ação do Estado; iii. “direitos naturais”, referindo-se
ao reconhecimento de que esses direitos são intrínsecos à natureza humana, conforme citado
anteriormente; e, iv. “direitos humanos” e “direitos fundamentais”, sendo que ambas as
terminologias significam a mesma coisa e são as mais utilizadas, no entanto, podem ser
diferenciadas da seguinte forma: os direitos humanos são positivados no âmbito internacional,
sem maior força vinculante; os direitos fundamentais, em contrapartida, são positivados no
40
âmbito interno (nacional) e possuem maior força vinculante, a qual pode ser realizada através
do acesso ao Poder Judiciário (RAMOS, 2014); entre outros termos. Para este trabalho,
utilizaremos ambas as últimas terminologias.
Cabe apresentar ainda que, através de sua expansão no âmbito internacional, os
direitos humanos acabaram adquirindo determinadas características e dimensões de análise.
Quantos às características, Ramos (2014) aponta quatro: a universalidade, a essencialidade, a
superioridade normativa e a reciprocidade. A universalidade refere-se ao reconhecimento de
que todos são sujeitos de direitos, reprovando a visão de que alguns devem possuir privilégios
por pertencer a determinada classe social ou, por alguma outra razão, serem superiores que os
demais; a essencialidade, referindo-se a visão de que os direitos humanos externalizam
valores indispensáveis, devendo ser protegidos por todos; a superioridade normativa (ou
preferenciabilidade), a qual considera que os direitos humanos são superiores às demais
normas, sendo inadmissível a privação de um direito essencial em virtude do atendimento de
determinada razão do Estado e; a reciprocidade, a qual consiste no conjunto dos direitos
humanos, tanto no argumento de que todos possuem os mesmos direitos quanto na sujeição
passiva, a qual refere-se a proteção de direitos como um todo, não considerando que somente
o Estado e seus agentes públicos devem protegê-los, mas sim, sendo um dever da
coletividade.
Demais autores como Carpizo (2011, p. 24) acrescentam que:
Todos los derechos humanos son universales, indivisibles e interdependientes y
están relacionados entre sí. La comunidad internacional debe tratar los derechos
humanos en forma global y de manera justa y equitativa, en pie de igualdad y
dándoles a todos el mismo peso. Debe tenerse en cuenta la importancia de las
particularidades nacionales y regionales, así como los diversos patrimonios
históricos, culturales y religiosos, pero los Estados tienen el deber, sean cuales
fueren sus sistemas políticos, económicos y culturales, de promover y proteger todos
los derechos humanos y las libertades fundamentales.
Desse modo, Carpizo adiciona às características dos direitos humanos, sua
dimensão histórica, considerando três aspectos: a evolução da civilização, os novos
problemas, necessidades e desafios e o contexto social e cultural de cada país. Tal
característica complementa-se à universalidade, visto que considera que o reconhecimento e
conteúdo dos direitos humanos resultam da história e evolução das civilizações, assim como a
obrigação por parte dos Estados em considerar a relevância dos tratados internacionais de
direitos humanos. Ademais, salienta sua característica progressiva, relacionada ao
reconhecimento, de forma contínua, dos direitos humanos; bem como seu aspecto protetor,
indivisível e de eficácia direta. Indivisível na qualidade de que forma uma única unidade,
41
visto que os mesmos são interdependentes entre si, de forma que uns se apoiam em outros,
integrando uma unidade indivisível e; de eficácia direta, por reconhecer que os direitos
positivados na Constituição e nos instrumentos internacionais devem ser vinculados a todos
os poderes públicos - Executivo, Legislativo, Judiciário e demais organizações autônomas -,
de forma que se alcance os direitos humanos através da existência da Lei.
Quanto às suas dimensões de análise, considera-se o debate acerca da
classificação dos direitos humanos em três gerações, onde cada uma detém características
próprias, podendo ser ampliadas para quatro ou cinco gerações de acordo com alguns autores.
É preciso destacar, anteriormente à sua apresentação, que tais classificações são objeto de
grandes críticas, visto que a teoria pode emitir uma visão equivocada no que diz respeito ao
caráter de substituição de uma geração por outra; há uma relação numérica de gerações que
pode provocar a ideia de que existe uma posterioridade de direitos em relação a outros;
apresentando os direitos humanos de forma fragmentada e nociva em relação à
indivisibilidade dos direitos, tornando difícil novas análises e interpretações sobre o conjunto
de suas ideias (RAMOS, 2014). Contudo, apesar de reconhecermos estas críticas e
considerarmos que uma geração de direitos não substitui a outra, sendo importante o
entendimento de que não há hierarquia e prioridades de implementação, utilizaremos a teoria
para fins didáticos e analíticos, de modo a apresentar a evolução histórica dos direitos
humanos, a qual diz respeito especificamente ao contexto europeu, especialmente o inglês.
Para tanto, utilizaremos do termo “dimensões” ao invés de “gerações” de direitos.
Desse modo, a primeira dimensão refere-se à liberdade, incorporando os direitos
civis e políticos, referindo-se às liberdades política, religiosa, de expressão e comercial. Esta
dimensão incorpora os direitos no âmbito do Estado Liberal, onde o mesmo deveria proteger a
autonomia individual, sem interferências. No que diz respeito à segunda dimensão, integramse os direitos sociais, econômicos e culturais. Em vista disso, tal dimensão introduz os direitos
coletivos no âmbito do Estado Social e Estado Democrático Social, onde o mesmo deve
interferir de modo a proteger e garantir tais direitos. A terceira dimensão, por sua vez,
relaciona-se à fraternidade, incorporando o direito ao desenvolvimento, ao meio ambiente
sadio e os direitos culturais. Tais direitos, em consonância aos de segunda dimensão, devem
sofrer interferência por parte do Estado, sendo considerados direitos de toda a humanidade.
Alguns autores como Paulo Bonavides (2006) apresentam uma quarta dimensão de direitos, a
qual foi elaborada durante o século XX, referindo-se ao direito à participação democrática e
envolvendo o direito à informação e ao pluralismo. Estes direitos resultam do processo de
globalização, devendo haver a interferência por parte do Estado em sua promoção e proteção.
42
De acordo com Bonavides (2006), esta geração refere-se à base de sustentação para a
efetivação dos direitos humanos de forma universal.
Cabe salientar, adicionando ao que foi citado anteriormente, que esta construção
sequencial dos direitos humanos corresponde a um fenômeno histórico previsto por Thomas
A. Marshall em seu livro “Cidadania, Classe Social e Status” de 1967, o qual não previu a
ocorrência de desvios e retrocessos. Na perspectiva de Escrivão Filho e Sousa Junior (2018),
tal teoria não pode ser afirmada para a realidade social, política e histórica da América Latina,
uma vez que a leitura geracional nos leva à especificidade eurocêntrica enquanto um padrão
de referência superior. Logo, Carvalho (2008) apresenta que no caso brasileiro, houve ao
menos duas diferenças em relação ao processo de desenvolvimento da cidadania: a primeira
refere-se à existência de uma maior ênfase nos direitos sociais em detrimentos dos demais e; a
segunda, na decorrência de uma alteração na sequência em que os direitos humanos foram
sendo adquiridos, onde os direitos sociais precederam os demais8.
Para além das críticas relativas a esta teoria das dimensões, o debate dos direitos
humanos também é permeado por demais concepções, as quais compartilham de um conjunto
de diferentes perspectivas e correntes teóricas. Segundo Santos (2013), o debate dos direitos
humanos deve adquirir uma concepção contra-hegemônica, reconhecendo sua vinculação à
matriz liberal e ocidental, sendo necessário romper com sensos comuns que perpassam seu
debate, são eles: a ilusão teleológica, o triunfalismo, a descontextualização, o monolitismo e o
antiestatismo. A primeira delas refere-se à noção de que os direitos humanos caminham de
forma linear, sem considerar que sua vitória se traduziu através de violentas reconfigurações
históricas. A segunda ilusão, referente ao triunfalismo, diz respeito a percepção de que a
vitória dos direitos humanos consiste em um bem comum incondicional, isto é, baseando-se
na ilusão teleológica, assume que as demais linguagens referentes à emancipação social –
como o socialismo, comunismo, revolução e nacionalismo – são inferiores, em termos éticos e
políticos, aos direitos humanos. A descontextualização, terceira ilusão, concebe a origem dos
direitos humanos a partir do Iluminismo do século XVIII, da revolução francesa e da
revolução americana. Esta ilusão acaba por considerar apenas os processos revolucionários de
tais períodos, desconsiderando que práticas opressivas e contrarrevolucionárias também
estavam presentes nesses processos. Segundo o autor, “nem podemos saber com certeza se os
direitos humanos do presente são uma herança das revoluções modernas ou das ruínas dessas
8
Para maior aprofundamento, ver Carvalho (2008).
43
revoluções. Se têm por detrás de si uma energia revolucionária de emancipação ou uma
energia contrarrevolucionária” (SANTOS, 2013, p. 49).
A quarta ilusão, o monolitismo, consiste na negação ou minimização de tensões e
contradições existentes nas teorias dos direitos humanos. Como exemplo, destacam-se os
termos direitos do “homem” e do “cidadão”. Tais termos cultivavam uma ambiguidade de
pertencimento a duas coletividades. De acordo com Hunt (2009, p. 16-17),
A Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão afirmava salvaguardar as
liberdades individuais, mas não impediu o surgimento de um governo francês que
reprimiu os direitos (conhecido como o Terror), e futuras constituições francesas —
houve muitas delas — formularam declarações diferentes ou passaram sem nenhuma
declaração. Ainda mais perturbador é que aqueles que com tanta confiança
declaravam no final do século XVIII que os direitos são universais vieram a
demonstrar que tinham algo muito menos inclusivo em mente. Não ficamos
surpresos por eles considerarem que as crianças, os insanos, os prisioneiros ou os
estrangeiros e os incapazes ou indignos de plena participação no processo político,
pois pensamos da mesma maneira. Mas eles também excluíam aqueles sem
propriedade, os escravos, os negros livres, em alguns casos as minorias religiosas e,
sempre e por toda parte, as mulheres. Em anos recentes, essas limitações a "todos os
homens" provocaram muitos comentários, e alguns estudiosos até questionaram se
as declarações tinham um verdadeiro significado de emancipação. Os fundadores, os
que estruturaram e os que redigiram as declarações têm sido julgados elitistas,
racistas e misóginos por sua incapacidade de considerar todos verdadeiramente
iguais em direitos. (grifos do autor).
Quanto a quinta e última ilusão, o antiestatismo, evidencia-se a promiscuidade
entre o poder econômico e o poder político; a retração do papel do Estado na economia; as
condicionalidades prescritas por agências financeiras internacionais; a concentração de renda
e riqueza; e, o papel dominante de empresas multinacionais na economia mundial. Trata-se da
diluição da soberania estatal em detrimento de um Estado regulador e dócil enquanto um
instrumento de interesses direcionados a prevalência do mercado (SANTOS, 2013). Ou seja,
no âmbito do sistema capitalista, os direitos humanos encontram desafios significativos
quando se encontram em relação às propostas de limites de atuação do Estado. Trata-se, em
outras palavras, de uma desconfiguração de seu poder em relação a sua responsabilidade no
âmbito da identificação e punição de violações, bem como de seu compromisso para com a
garantia dos direitos econômicos, sociais, culturais e ambientais, visto que neste contexto, os
direitos humanos acabam sendo reduzidos apenas aos direitos civis e políticos. Segundo
Santos (2013), é preciso rever as concepções dos direitos humanos de modo a não adentrar em
sensos comuns que acabam por atravancar a luta pela sua proteção e garantia.
Na interpretação de Lyra Filho (1986, p. 299),
Trata-se de fundamentar os Direitos Humanos, conscientizados, reivindicados e
exercidos pelos povos, classes, grupos e indivíduos em processo de libertação – e,
44
quando me refiro aos Direitos Humanos, trato não só daqueles que já constam nas
declarações “oficiais”, mas também dos que vão surgindo no processo mesmo e que,
só eles, podem validar as derivações normativas, isto é, os incidentes de positivação,
mediante os quais o Direito é formalizado.
Em outras palavras, considera-se que o debate conceitual dos direitos humanos
deve se fundamentar para além do direito positivado, isto é, orientar-se com base na ação
humana organizada, nos processos históricos de busca pela libertação. Assim, as declarações
“oficiais” não devem ser compreendidas enquanto ofertadas pelo Estado, mas sim, enquanto o
resultado do agir humano, sendo este condicionado ao ambiente político, social, cultural e
histórico no qual os sujeitos estão inseridos. Trata-se de uma perspectiva crítica em relação
aos elementos definidores dos direitos humanos, considerando-os enquanto “lutas sociais
concretas da experiência da humanização. São, em síntese, o ensaio de positivação da
liberdade conscientizada e conquistada no processo de criação das sociedades, na trajetória
emancipatória do homem” (SOUSA JUNIOR, 2000, p. 183).
No que se refere à concepção marxista, Mészáros (2008, p. 168) apresenta que o
debate dos direitos humanos deve ser distinguido em três fases de desenvolvimento:
(1) sob as condições da sociedade capitalista, o apelo aos direitos humanos envolve
a rejeição dos interesses particulares dominantes e a defesa da liberdade pessoal e da
auto-realização individual, em oposição às forças de desumanização e de reificação
ou de dominação material crescentemente mais destrutivas; (2) em uma sociedade de
transição, os direitos humanos promovem o padrão que estipula que, no interesse da
igualdade verdadeira, “o direito, ao invés de ser igual, teria de ser desigual”, de
modo a discriminar positivamente em favor dos indivíduos necessitados, no sentido
de compensar as contradições e desigualdades herdadas; (3) em uma “fase mais
adiantada da sociedade comunista”, quando – sob a premissa do mais alto
desenvolvimento proporcional a elas – a sociedade obtém, “de cada um, de acordo
com a sua habilidade” e dá “a cada um de acordo com as suas necessidades”, a
necessidade de aplicação de um padrão igual não existe mais, uma vez que o
desenvolvimento completo de um indivíduo de modo algum interfere na autorealização dos outros como indivíduos verdadeiros.
Para Tonet (2002, p. 63), o qual também compartilha da perspectiva marxista, “a
luta pelos chamados direitos humanos só adquire seu pleno e mais progressista sentido se
tiver como fim último a extinção dos próprios direitos humanos”. De acordo com o autor, o
direito, ao regular a atividade social no interior de uma sociedade marcada pela desigualdade
social, não atinge em nenhum momento a raiz de tal desigualdade, visto que assim como a
política, “é expressão e condição de reprodução da desigualdade social”, compartilhando de
um caráter burguês e liberal (TONET, 2002, p. 65). É preciso, desse modo, segundo os
autores acima, radicalizar a luta dos direitos humanos para superação da ordem social
45
capitalista, onde a extinção desses direitos não significaria um retrocesso, mas sim um
progresso no que tange a autoconstrução do ser social.
Assim, considerando a existência de demais perspectivas de análise acerca do
debate dos direitos humanos, é preciso reconhecer ainda que esta temática extrapola a tutela
epistemológica do Direito, de forma a adentrar-se na dimensão interdisciplinar, requerendo
uma cooperação e integração entre áreas do conhecimento através de métodos de integração
(CARDOSO, 2013). A multiplicidade de campos epistemológicos envolvidos na área dos
direitos humanos, viabiliza um diálogo no âmbito da construção de uma cultura de respeito à
dignidade da pessoa humana, sendo possível sua incorporação em diferentes áreas do
conhecimento, tanto no âmbito das ciências humanas e sociais aplicadas, quanto nas ciências
exatas. Logo, assim como nos apresenta Cardoso (2013, p. 12),
o fenômeno histórico-social dos Direitos Humanos, somente pode ser compreendido
a partir de um diálogo epistemológico e axiológico interdisciplinar. Além disso, a
interdisciplinaridade dos direitos humanos também se abre ao diálogo intercultural
contemporâneo, uma vez que há múltiplos olhares sobre a ideia de dignidade
humana em diferentes espaços culturais e tempos históricos, tão bem explicitados
pela comunicação globalizada do mundo atual.
Nesta perspectiva, pelo caminho da interdisciplinaridade, a temática dos direitos
humanos, requer, estimula e possibilita o diálogo constante entre diferentes epistemologias,
contribuindo para uma reintegração da ciência, implicando em um exercício comunicativo
contínuo de aproximações e de estranhamentos. Tal articulação entre saberes reflete a própria
complexidade inerente ao tema. Logo, é a partir desta concepção que abordaremos a educação
em direitos humanos nas próximas sessões deste capítulo.
1.3 Concepções e fundamentos da educação em direitos humanos
Apesar dos avanços relativos à incorporação dos direitos humanos em
instrumentos internacionais, interamericanos e nacionais, estes não ganharam existência real
para grande número de pessoas, sendo evidente a distorção de preceitos legais de dispositivos
Constitucionais e de demais legislações. No caso brasileiro, tal situação foi agravada na
década de 1990, quando o governo adotou a linha neoliberal, priorizando objetivos
econômicos e financeiros em detrimento aos objetivos de cunho social (DALLARI, 2008).
Para além das dificuldades relacionadas à efetivação dos direitos fundamentais, evidencia-se o
desafio em torná-los conhecidos e respeitados, visto que ainda persiste o desconhecimento por
parte da população sobre o que são os direitos humanos, para que servem e quem são
protegidos por tais direitos.
46
Segundo uma pesquisa realizada em 2014 pelo Instituto Pesquisas de Opinião,
43,2% dos entrevistados associam a cidadania aos direitos sociais, sendo considerados os
mais importantes para 71% deles. Ao se ouvir falar sobre direitos humanos, 20,5% associa-os
ao “direito do cidadão/sociedade”; 14,9% ao “direito a saúde”; 12% ao “direito a escola”;
10,3% ao “direito a ser perdoado”, sendo seguido por menor frequência o “direito à
liberdade” (9,6%); “respeito ao próximo” (9,3%); “direito de ir e vir” (7,9%); “direito à vida”
(7,6%); “emprego/trabalho para todos” (4,7%); “melhoria na vida da população/políticas
públicas e serviços” (4,1%); “direito à moradia” (4%); “lei que protege os infratores” (3,8%);
“ajudar o próximo/solidariedade” (2,9%); “acesso à justiça gratuitamente” (2,9%); “direito de
votar e ser votado” (2,6%); e, “não existe na prática” (2,2%). Contudo, evidencia-se que, ao se
questionar sobre quem tais direitos protegem, 10,4% dos entrevistados responderam
“infratores/criminosos/bandidos”; 4,7% “direito dos presidiários”; e, 3,4% “políticos
corruptos”. Tal pesquisa reflete a percepção da opinião pública acerca dos direitos humanos,
sendo realizada com 2010 pessoas, distribuídas em 150 cidades em 27 Estados da Federação
(INSTITUTO PESQUISAS DE OPINIÃO, 2014).
À vista disso, a educação9, reconhecida como um dos direitos humanos, vem
sendo compreendida como uma ferramenta fundamental para se obter o acesso ao
conhecimento histórico dos direitos humanos, permitindo que a cultura de tais direitos seja
transmitida de forma a alcançar uma transformação social local, integrando valores e noções
relativas à cultura da paz, da tolerância e do respeito às diferenças. Dessa forma, a Educação
em Direitos Humanos (EDH) tornou-se parte essencial do conjunto de direitos historicamente
constituídos, estando incluída no próprio direito à educação (BRASIL, 2012).
Faz-se necessário destacar que tal direito está positivado em diversos documentos
oficiais do Governo Federal brasileiro, bem como está presente em demais documentos do
Sistema Internacional e Interamericano de Direitos Humanos10. Seu processo constitutivo está
diretamente relacionado às lutas pela redemocratização ocorrido nos países latino-americanos,
enquanto forma de resistência aos regimes autoritários instituídos na segunda metade do
século passado.
A educação é entendida neste trabalho nos termos de Benevides (1996, p. 225), enquanto uma “formação do ser
humano para desenvolver suas potencialidades de conhecimento, de julgamento e de escolha para viver
conscientemente em sociedade, o que inclui também a noção de que o processo educacional, em si, contribui
tanto para conservar quanto para mudar valores, crenças, mentalidades, costumes e práticas”. Reconhece-se,
contudo, que tal processo é limitado, uma vez que não é capaz de modificar, por si só, a situação econômica e
social das classes populares.
10
Alguns desses documentos são abordados na próxima sessão do capítulo.
9
47
De acordo com Botto (apud SCHILLING, 2005), assim como a trajetória histórica
dos direitos humanos é classificada por “gerações”, a educação em direitos humanos também
apresenta uma trajetória de pensamento que pode ser agrupada em três níveis: no primeiro,
encontram-se a liberdade e a igualdade civis, sendo estas positivadas nas declarações de
direitos, acompanhando também a noção da tolerância religiosa; o segundo nível diz respeito
ao surgimento da noção de direito público, reconhecendo e legitimando os direitos contidos
na filosofia das Luzes; e, quanto ao terceiro nível, emergem a partir de 1948, os direitos
relativos a grupos sociais específicos, de modo a possibilitar o reconhecimento das diferenças,
bem como sua valorização.
Quanto a sua conceituação, na perspectiva de Aguirre (S/D),
Educar para os direitos humanos quer dizer educar para saber que existem também
“os outros”, tão legítimos quanto nós, seres sociais como nós, a quem devemos
respeitar, despojando-nos de nossos preconceitos e projeções de nossos próprios
fantasmas etc. Educar para os direitos humanos quer dizer aceitar a pluralidade
cultural e, ao mesmo tempo, educar na identidade, na semelhança fundamental que
nos transforma a todos os irmãos. Quer dizer convencer-se de que o ser humano
necessita da interação humana para desabrochar. Implica convencer-se de que tal
educação não pode ser ministrada setorialmente ou a alguns grupos. A educação
autêntica deverá ser integral em sua visão e global em seu método. Educar para os
direitos humanos é assumir o primeiro direito fundamental, sem o qual os outros não
tem sentido, é o de ser pessoa. A educação levará a pessoa a ser, superando as
concepções de comportamento ligadas ao ter e poder, e estabelecendo condutas que
garantam aqueles direitos e deveres em virtude dos quais todo ser humano possa
crescer em humanidade, ser mais, inclusive sem ter mais. Todo ser humano se
converte em educador que promove os direitos humanos quando tem clareza crítica
e equilibrado tato ao questionar costumes e comportamentos pessoais e coletivos
baseados na auto-defesa frente aos demais, substituindo-os com a atitude de
respeito, responsabilidade e colaboração.
Visualiza-se, portanto, que a EDH se fundamenta através do reconhecimento,
respeito, defesa e promoção desse conjunto de direitos, possuindo como objetivo desenvolver
suas máximas capacidades como sujeitos de direitos, apresentando ferramentas e elementos
que possam torná-los efetivos. No que diz respeito ao seu aspecto formativo, Magendzo
(2006) destaca que a EDH parte do reconhecimento de dimensões históricas, políticas e
sociais da própria educação, baseando-se em valores e princípios relacionados aos direitos
humanos em sua plenitude, além da sua correlação com a democracia, o desenvolvimento e a
paz. Compreende-se, assim, que o propósito maior em relação a EDH consiste em intervir na
formação das pessoas em todas as suas dimensões, cooperando para seu desenvolvimento
enquanto cidadão e, ao mesmo tempo, contribuindo com o reconhecimento de seus direitos e
deveres (TAVARES, 2010).
48
Na perspectiva de Benevides (2003), a EDH está direcionada a uma mudança
cultural local, baseando-se na transferência de valores através de uma educação permanente,
continuada e global. Trata-se, segundo a autora, de uma formação baseada no respeito à
dignidade da pessoa humana, estando orientada para “a mudança no sentido de eliminar tudo
aquilo que está enraizado nas mentalidades por preconceitos, discriminação, não aceitação dos
direitos de todos, não aceitação da diferença” (BENEVIDES, 2003, p. 1). No caso do Brasil,
tais violações são agravadas devido a herança da escravidão, a qual era considerada como
algo natural, permanecendo até os dias de hoje em forma de conduta e mentalidade. Segundo
Pedroso (1999), os estereótipos e descréditos dirigidos às mulheres, negros e índios durante o
período colonial, servem até o presente, enquanto ideias-molde de perspectivas autoritárias,
racistas e misóginas que ainda sobrevivem no contexto do país.
Logo, tal processo educativo busca ser um instrumento que visa eliminar as
deturpações existentes a respeito dos direitos humanos, como é o caso da identificação destes
com os “direitos dos bandidos e infratores” e a visão limitada de que os direitos humanos se
reduzem às liberdades individuais. Em vista disso, cabe ressaltar três dimensões acerca da
EDH: a primeira refere-se à formação de sujeitos de direitos, de forma a articular as
perspectivas da ética, político-social e práticas concretas; a segunda dimensão diz respeito à
oportunização no processo de “empoderamento”, no sentido de proporcionar possibilidades e
demonstrar a potência de cada ator social, especialmente àqueles que, historicamente,
possuíram menos poder nas decisões e processos coletivos.
O empoderamento tem duas dimensões básicas: pessoal e social, intimamente
relacionadas, que a educação em/para os direitos humanos deve promover, afirmar e
desenvolver. A dimensão pessoal se relaciona com a potencialização do próprio ser e
integra aspectos cognitivos, criatividade, autoconceito, auto-estima e confiança nas
próprias possibilidades. A dimensão social está articulada com os mecanismos de
participação e organização, assim como com a relação entre igualdade e diferença
(SACAVINO, 2008, p. 97).
E, quanto à terceira dimensão, refere-se à construção de sociedades democráticas,
de forma a “educar para o nunca mais”, isto é, de modo a resgatar a memória histórica dos
direitos humanos, rompendo com a cultura do silêncio e da impunidade; mantendo viva as
memórias relativas aos períodos autoritários, de torturas e perseguições políticas, de
escravidões e genocídios, bem como de desaparecimentos e de colonizações. Tais dimensões
se constituem no horizonte de sentido que perpassa o processo educativo da Educação em
Direitos Humanos (CANDAU, 2008).
49
Enquanto características centrais, destacam-se: i. diz respeito a uma educação
necessariamente direcionada para a mudança; ii. empenha-se para além da transmissão de
conhecimentos, tendo em vista a manifestação e reiteração de valores e princípios relativos
aos direitos humanos; iii. deve ser trabalhada de modo ininterrupto, atingindo a totalidade dos
níveis educacionais formais e informais; iv. trata-se de uma educação que compartilha de uma
perspectiva que vai além da luta pelos próprios direitos, abrangendo o reconhecimento e a
relevância da luta pelos direitos dos outros, reconhecendo-os enquanto sujeitos de direitos
(BENEVIDES, 2001). Em outros termos, consiste em um processo educativo que visa romper
com estereótipos, preconceitos, discriminações e violações de direitos, devendo se constituir
enquanto uma prática presente em todos os níveis da educação, sendo este o espaço de
formação em direitos humanos.
Apesar de limitada a seu local de promoção, bem como à sua potencialidade em
realizar mudanças estruturais na sociedade, a EDH deve ser compreendida enquanto um
processo educativo capaz de prevenir violações, bem como de informar e fazer conhecer os
direitos pelos quais todos somos sujeitos. Assim, trata-se de um compromisso pelo qual todos
os níveis da educação formal devem se empenhar em realizar, através de metodologias
participativas que traduzam os princípios dos direitos humanos, abordando de forma
transversal e interdisciplinar sua variedade de temas. A partir deste momento, apresentaremos
o processo histórico de construção dessa prática nos contextos internacional, interamericano e
nacional, tendo como base os marcos normativos que a fundamentam e legitimam a EDH
enquanto política de Estado. Há de se destacar, contudo, que tais marcos não foram ofertados
pelos Estados, assim como fora brevemente discutido na sessão anterior. Tratam-se, na
verdade, de resultados das lutas sociais em busca pela dignidade.
1.3.1 A educação em direitos humanos no âmbito internacional e interamericano
A história dos direitos humanos não se restringe aos marcos normativos e
declarações universais positivadas, sendo estes frutos de processos históricos de lutas e
consensos estabelecidos entre diferentes Estados nacionais, tendo em vista os interesses
políticos e econômicos intrínsecos a estes. De acordo com Lespaubin (1984, p. 16-17),
Na verdade, a história das declarações de direitos humanos não é a história de ideias
filosóficas ou de valores morais universais. É, sim, a história de lutas sociais, de
forças históricas em confronto. Os direitos humanos são produtos histórico-sociais
de conflitos entre as classes sociais, em suas lutas por tornar dominantes suas
concepções, seus interesses. Há sempre aí um jogo dialético entre particularismo e
50
universalismo. Por trás de cada cristalização dos direitos humanos em declarações,
cartas ou constituições, é possível perceber as reivindicações de uma classe
particular. Mas tais reivindicações são formuladas com um caráter universal.
Nesse sentido, a partir da consciência de que são fruto de processos históricos,
não podemos negar a relevância com que tais documentos se apresentam. Assim,
considerando que a trajetória histórica da Educação em Direitos Humanos apresenta
referências em diversos documentos de proteção internacional aos direitos humanos, os quais
atribuem importância à incorporação desta prática educativa tanto nos diferentes níveis de
ensino formal, quanto no que diz respeito ao ensino informal11, exporemos nesta sessão os
marcos normativos que a legitimam. Tais documentos, contudo, constituem-se, em sua grande
maioria, enquanto esforços indiretos para sua inclusão, visto que foi apenas na década de
1990 que esta prática educativa começou a adquirir uma concepção mais abrangente
(PIOVESAN; FACHIN, 2017). A primeira referência que pode ser citada se refere à Carta
Internacional dos Direitos Humanos (ONU, 1945), a qual é composta pela Declaração
Universal dos Direitos Humanos (ONU, 1948), pelo Pacto Internacional de Direitos
Econômicos, Sociais e Culturais (ONU, 1966) e pelo Pacto Internacional de Direitos Civis e
Políticos (ONU, 1966)12, em conjunto com seus protocolos facultativos.
Destaca-se de forma mais concreta a Declaração Universal dos Direitos Humanos
de 1948, que em seu preâmbulo apresenta como ideal comum a ser alcançado por todas as
nações e povos, a promoção do respeito integral aos direitos humanos e as liberdades, sendo
estas desenvolvidas por intermédio do ensino e da educação. Em seu artigo 26, a Declaração
apresenta que “todo ser humano tem direito à instrução” e, esta deverá ser “orientada no
sentido do pleno desenvolvimento da personalidade humana e do fortalecimento do respeito
pelos direitos humanos e pelas liberdades fundamentais”, devendo fomentar a compreensão e
tolerância, bem como promover relações harmoniosas entre as nações, grupos raciais e
religiosos13 (ONU, 1948, p. 14).
Entende-se por “educação formal” aquela que apresenta reconhecimento oficial, sendo “oferecida nas escolas
em cursos com níveis, graus, programas, currículos e diplomas” (GASPAR, 2002, p. 171); enquanto que a
“educação não-formal”, refere-se à “escola da vida”, sendo os conhecimentos compartilhados através de
interações socioculturais, podendo ocorrer em espaços específicos, como centros culturais, ações comunitárias,
movimentos e organizações políticas, sociais e não-governamentais (GASPAR, 2002, p. 173; BRASIL, 2007).
12
Ambos os Pactos foram adotados pela Assembleia Geral da ONU em 1966, mas, somente em 03 de janeiro de
1976 entraram em vigência, obtendo um número adequado de ratificações (LAFER, 1995).
13 Para além da Declaração, o Pacto Internacional de Direitos Econômicos, Sociais e Culturais acrescenta que, ao
concordarem que a toda pessoa possui o direito à Educação, os Estados-membros reconhecem que para garantila, devem assegurar a acessibilidade ao ensino primário, secundário e superior, instaurando de forma progressiva
a gratuidade da educação.
11
51
Sendo assim, tendo como premissa que a incorporação curricular dos direitos
humanos consistia em uma forma de promover o respeito e o reconhecimento destes, bem
como poderia contribuir para a diminuição das taxas de violações por compartilhar de uma
dimensão preventiva, a comunidade internacional passou a trabalhar com a temática de forma
mais gradual, tendo como principal articuladora a Organização das Nações Unidas para a
Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO), agência das Nações Unidas.
Evidencia-se, desse modo, a aprovação em 1974 da “Recomendação sobre a
educação para a compreensão, a cooperação e a paz internacionais e a educação relativa aos
direitos humanos e as liberdades fundamentais”. Tal recomendação, nos termos de Bernheim
(1997) e Fernández (2013), deve ser considerada enquanto o ponto de partida do ensino dos
direitos humanos, visto que dada a sua aprovação na 18ª Conferência Geral da Unesco, os
Estados-membros14 passaram a assumir o compromisso de incorporar, em todos os níveis de
ensino, bem como modalidades do sistema educacional, a Educação em Direitos Humanos.
Segundo Fernández (2013, p. 18), “en esa oportunidad se recomendaba explícitamente poner
en conocimiento sobre dicha recomendación a toda la comunidad educativa”.
Aos Estados-membros, solicitava-se o estímulo e apoio à criação de meios de
investigação sobre os princípios orientadores, bem como fundamentos e metodologias de
aplicação e consequências da educação internacional e atividades desta área, recaindo sobre as
universidades o compromisso com a construção de conhecimentos, bem como atividades de
formação docente (ONU, 1974). Além disso, sugeria a formulação e implementação de
políticas públicas nacionais encaminhadas:
(...) a aumentar a eficácia da educação em todas as suas formas e a reforçar o
respectivo contributo para a compreensão e cooperação internacionais, manutenção
e desenvolvimento de uma paz justa, realização da justiça social, respeito e
realização dos direitos humanos e liberdades fundamentais e erradicação dos
preconceitos, das concepções erróneas, das desigualdades e de todas as formas de
injustiça que comprometam a realização de tais objetivos (ONU, 1974).
Em síntese, a partir desta, incentiva-se a incorporação da prática educativa em
direitos humanos nos sistemas educacionais, respaldando-se nos princípios básicos de respeito
cultural e de igualdade; assim como a utilização de normativas internacionais como principais
bibliografias e; estímulo ao desenvolvimento de práticas pedagógicas participativas e criativas
em direitos humanos (FERNÁNDEZ, 2013). Contudo, por não se constituir enquanto uma
diretiva obrigatória aos Estados-membros, estes estímulos acabaram por serem colocados em
14
Convém destacar a participação do Brasil enquanto Estado-membro da ONU desde 1948, sendo um dos países
fundadores da Organização.
52
segundo plano, apresentando maior evidência apenas a partir dos anos 1980 e 1990, como no
caso brasileiro.
Dando prosseguimento às suas atividades e com o objetivo de aprofundar as
diretrizes contidas na Recomendação supracitada, a UNESCO organizou em Viena/Áustria no
ano de 1978, o “Congresso Internacional sobre o Ensino dos Direitos Humanos”, reunindo
pela primeira vez uma grande quantidade de especialistas governamentais e nãogovernamentais em educação (ONU, 1978). Logo após organizou, em abril de 1983, a
“Conferência Intergovernamental sobre a educação para a compreensão, a cooperação e a paz
internacionais e a educação relativa aos direitos humanos e as liberdades fundamentais, com
vistas a fomentar uma atitude favorável ao fortalecimento da segurança e do desarmamento”
(ONU, 1983), que recomendava aos Estados-membros, por meio da aprovação de uma nova
Recomendação, as seguintes diretrizes15:
fomenten en el marco de las disposiciones constitucionales en vigor, la enseñanza de
los derechos humanos como parte integrante de la educación internacional en todos
los niveles de sus sistemas docentes, en la enseñanza escolar y extraescolar, así
como en la formación de los grupos profesionales pertinentes, cuidando en especial
que se asegure una apertura hacia las demás culturas mediante soportes pedagógicos
concretos y variados; velen por la articulación, en función de los diferentes grupos
de edad, de las actividades de enseñanza de los derechos humanos y de la pedagogía
intercultural, con el fin de que esta pedagogía sea coherente a lo largo de las
diferentes etapas de formación; que consideren la formación pedagógica en
particular como un punto de partida importante de la promoción de la enseñanza de
los derechos humanos; que promuevan, basándose en las investigaciones
pedagógicas y científicas apropiadas, una pedagogía de los derechos humanos que
logre asociar, incluso entre los más jóvenes, la parte cognoscitiva indispensable y
una práctica efectiva de los derechos humanos (BERNHEIM, 1997, p. 38).
De acordo com Fernández (2013), neste momento do processo histórico de
constituição do processo educativo da Educação em Direitos Humanos, o foco recaía sobre a
necessidade da elaboração de métodos educativos, bem como enfoques pedagógicos e
materiais didáticos, devido justamente a distância reconhecida entre a formulação de tais
ferramentas e sua implementação, especialmente no âmbito da América Latina, que sofria
com os avanços dos governos militares, estando acompanhada pela crescente violação de tais
direitos. A universidade, nessa perspectiva, apresentava-se enquanto principal instituição
contribuinte com a produção do conhecimento em direitos humanos, bem como sua
transmissão.
15
Apesar de não realizar menção explícita ao Ensino Superior, a resolução aprovada nesta Conferência faz
referência implícita à universidade, especialmente quando trata sobre a educação extracurricular, compreendida
enquanto o trabalho realizado nas comunidades através da extensão universitária (FERNÁNDEZ, 20013).
53
Em 1987, a agência organizou o encontro realizado em Malta, que resultou na
elaboração da “Recomendação de Malta sobre o Ensino, Documentação e Informação sobre
os Direitos Humanos” (ONU, 1987), bem como organizou em 1993 o “Congresso
Internacional sobre Educação para os Direitos Humanos e a Democracia”16, em
Montreal/Canadá (ONU, 1993), que teve como objetivo principal a elaboração de um “Plano
Mundial de Ação sobre Educação para os Direitos Humanos e a Democracia”, sendo este
submetido à “Conferência Mundial sobre os Direitos Humanos”, a qual foi realizada em
Viena/Áustria no ano de 1993 (ONU, 1993).
O resultado desta última Conferência em específico apresenta alguns avanços
quanto à legitimidade das preocupações relativas aos direitos humanos e sua interdependência
em relação à democracia, bem como ao desenvolvimento econômico, reafirmando que os
valores democráticos são requisitos fundamentais para a garantia dos direitos humanos e das
liberdades fundamentais (BERNHEIM, 1997; SACAVINO, 2008). No que diz respeito à
educação em específico, considera-se em seu artigo 33 que os Estados-membros tem o dever
de “orientar a educação no sentido de que a mesma reforce o respeito aos direitos humanos e
liberdades fundamentais” (ONU, 1993, p. 9), ressaltando a importância de sua incorporação,
bem como solicita a inclusão desta temática nos programas educacionais de todos os níveis de
ensino, desde os setores formais aos informais. O documento também evidencia a importância
do papel desempenhado pelas instituições nacionais de promoção e proteção aos direitos
humanos e de educação em direitos humanos, bem como de organizações não-governamentais
que desenvolvem a promoção do ensino em direitos humanos. Ademais, reitera que:
A educação deve promover o entendimento, a tolerância, a paz e as relações
amistosas entre as nações e todos os grupos raciais ou religiosos, além de estimular
o desenvolvimento de atividades voltadas para esses objetivos no âmbito da Nações
Unidas. Por essa razão, a educação sobre direitos humanos e a divulgação de
informações adequadas, tanto de caráter teórico quanto prático, desempenham um
papel importante na promoção e respeito aos direitos humanos em relação a todos os
indivíduos, sem qualquer distinção de raça, idioma ou religião, e devem ser
elementos das políticas educacionais em níveis nacional e internacional (ONU,
1993, p. 9).
Desse modo, ao expor um marco geral de ações, o Plano define objetivos, atores,
propósitos, meios e estratégias de longo prazo para a educação formal e informal, atribuindo
como principal objetivo a criação de uma “cultura dos direitos humanos” e o desenvolvimento
16
No ato inaugural deste evento, o diretor geral da Unesco reiterou o caráter interdisciplinar da Educação em
Direitos Humanos, bem como sua dimensão prática, visto que tem como objetivo colocar os estudantes em
contato direto com situações reais de violações de direitos humanos, de modo a permitir perceber através da
experiência o conteúdo concreto destes (BERNHEIM, 1997).
54
de uma sociedade democrática, de forma a contribuir com o respeito e garantia de tais direitos
(BERNHEIM, 1997; FERNÁNDEZ, 2013). A universidade, em tal instrumento, aparece
sobretudo por meio da extensão universitária, sem perder de vista seu compromisso com a
produção do conhecimento. A extensão, nesse sentido, apresenta-se enquanto um horizonte
temático amplo que permite, por meio do diálogo entre a comunidade universitária e a
comunidade local, a transmissão de conhecimentos (FERNÁNDEZ, 2013).
Para além de tal Plano, outros eventos e reuniões foram realizadas para o
desenvolvimento desta temática, como a 44ª reunião da Conferência Internacional de
Educação em 1994, a qual afirmou em seu documento final que “a educação deve fomentar
conhecimentos, valores, atitudes e aptidões favoráveis ao respeito dos direitos humanos e ao
compromisso ativo com sua defesa e com a construção de uma cultura da paz e da
democracia” (UGARTE, 2004, p. 297). Logo, em conformidade com as recomendações
emitidas por estes eventos, a ONU proclamou em março de 1995 o “Decênio das Nações
Unidas para a Educação na esfera dos Direitos Humanos” (1995-2004), tendo como
coordenador de suas ações o Alto Comissariado das Nações Unidas para os Direitos Humanos
(ACNUDH).
Com base em tal anúncio, o ACNUDH transmitiu à Assembleia Geral da ONU
em dezembro de 1996 um “Plano de Ação do Decênio das Nações Unidas para a Educação na
esfera dos Direitos Humanos, 1995-2004: educação na esfera dos direitos humanos. Lições
para a vida”, solicitando aos Estados-membros a contribuição para a execução do mesmo,
intensificando esforços a fim de erradicar o analfabetismo, bem como orientando a educação
para o desenvolvimento pleno da personalidade com vistas ao fortalecimento do respeito aos
direitos humanos e às liberdades fundamentais. Além disso, solicitou aos Estados a
elaboração de planos nacionais de educação, apresentando como base as “Diretrizes para a
elaboração de planos nacionais de ação para a educação na esfera dos direitos humanos”,
incentivando iniciativas de capacitação docente, desenvolvimento de materiais didáticos e,
criação e fortalecimento de programas educacionais em EDH (FERNÁNDEZ, 2013).
Destaca-se ainda o significado atribuído à educação em direitos humanos nos
termos do Decênio (ONU, 1997, p. 5), compreendendo como:
(…) el conjunto de actividades de capacitación, difusión e información orientadas a
crear una cultura universal en la esfera de los derechos humanos, actividades que se
realizan transmitiendo conocimientos y moldeando actitudes, y cuya finalidad es: a)
Fortalecer el respeto de los derechos humanos y las libertades fundamentales; b)
Desarrollar plenamente la personalidad humana y el sentido de la dignidad del ser
humano; c) Promover la comprensión, la tolerancia, la igualdad entre los sexos y la
amistad entre todas las naciones, las poblaciones indígenas y los grupos raciales,
55
nacionales, étnicos, religiosos y lingüísticos; d) Facilitar la participación efectiva de
todas las personas en una sociedad libre; e) Intensificar las actividades de
mantenimiento de la paz de las Naciones Unidas.
À universidade, enquanto lócus da produção e transmissão do conhecimento,
salienta-se o compromisso fundamental com o planejamento, evolução e incorporação da
EDH no ensino, pesquisa e extensão, envolvendo-se diretamente no desenvolvimento,
coordenação e difusão de materiais educativos (como a elaboração de guias e programas de
estudos, realização de conferências, estudos de caso, elementos audiovisuais, capacitações,
grupos de trabalho, debates, dentre outros), bem como metodologias adequadas e específicas,
possibilitando a criação de programas de pós-graduação em EDH. Evidencia-se também o
protagonismo de demais atores no processo de transmissão de conhecimentos e de atuação
com esta temática, como funcionários públicos, militares, autoridades eleitorais,
representantes de movimentos sociais, políticos e culturais e, representantes de organizações
não-governamentais (ONU, 1997).
Dando continuidade ao Decênio e aos trabalhos relatados até o momento, a
Assembleia Geral da ONU proclamou em dezembro de 2004 o “Programa Mundial para a
Educação em Direitos Humanos”, constituindo-se enquanto sua primeira etapa com período
de vigência entre 2005 a 2007. Este, por sua vez, atribui maior atenção às estratégias de
ensino no âmbito da educação primária e secundária17, apresentando como principal objetivo
a promoção da compreensão dos princípios e metodologias bases da EDH, de modo a
“proporcionar um marco concreto para a adoção de medidas e reforçar as oportunidades de
cooperação e associação, desde o nível internacional até o nível das comunidades” (ONU,
2006, p. 2).
Desse modo, sendo elaborado por especialistas em educação e em direitos
humanos de diversos países, o Programa apresenta propostas de estratégias, bem como ideias
concretas para a incorporação do ensino em direitos humanos em todos os países18,
destacando cinco eixos determinantes para seu completo êxito, são eles: i. Políticas
educativas, referindo-se à formulação de políticas públicas de educação com vistas à
incorporação da EDH em todo o sistema educativo; ii. Aplicação de políticas, a qual diz
respeito às estratégias de implementação e avaliação das políticas públicas formuladas; iii.
Ambiente de aprendizagem, de modo a incentivar a criação de ambientes participativos em
17
Isto é, os ensinos fundamental e médio da educação básica formal.
O Programa reconhece a particularidade de cada país, porém reitera a importância do desenvolvimento desta
prática educativa em todos os países. Além disso, reproduz a definição de EDH contida no Plano de Ação do
Decênio das Nações Unidas para a Educação na esfera dos Direitos Humanos.
18
56
que os direitos humanos podem ser vivenciados cotidianamente nas atividades escolares; iv.
Ensino e aprendizagem, o qual refere-se à adoção de um método educacional que reflita os
valores e princípios relativos aos direitos humanos; e, v. Formação e aperfeiçoamento
profissional do corpo docente, de modo a fomentar a produção e compartilhamento de
conhecimentos em direitos humanos19 (ONU, 2006).
Ainda neste instrumento, a ONU declara que a EDH abrange as seguintes
dimensões: i. Conhecimentos e técnicas, referindo-se a apreensão de conhecimentos sobre
direitos humanos e seus mecanismos de proteção; ii. Valores, atitudes e comportamentos,
vinculando-se à ideia de promoção de comportamentos que respeitem os direitos humanos; e,
iii. Adoção de medidas, a qual diz respeito ao fomento a adoção de medidas relativas à defesa
e proteção de tais direitos (ONU, 2006).
Em sua segunda etapa, o “Programa Mundial para a Educação em Direitos
Humanos”, cuja vigência decorreu entre 2010 a 2014, focalizou suas diretrizes e estratégias
no âmbito das instituições de ensino superior, bem como demais atores do funcionalismo
público que possuem responsabilidades quanto ao respeito e promoção de tais direitos, como
servidores públicos, forças de segurança, agentes policiais e militares (ONU, 2012). No que
diz respeito ao Ensino Superior, o Plano de Ação é enfático quanto ao compromisso a ser
assumido por estas instituições, especialmente no âmbito das universidades públicas:
Considerando que o gozo da liberdade acadêmica requer a autonomia das
instituições de ensino superior, a educação superior, como bem público, deve ser
responsabilidade e ter apoio econômico de todos os governos. Instituições de ensino
superior, por meio de suas funções básicas (ensino, pesquisa e serviços para a
comunidade), não só têm a responsabilidade social de formar cidadãos éticos e
comprometidos com a construção da paz, a defesa dos direitos humanos e os valores
da democracia, mas também de produzir conhecimento visando a atender os atuais
desafios dos direitos humanos, como a erradicação da pobreza e da discriminação, a
reconstrução pós-conflitos e a compreensão multicultural. Portanto, o papel da
educação em direitos humanos na educação superior torna-se fundamental. Essa
educação diz respeito não só ao conteúdo do currículo, mas também aos processos
educacionais, aos métodos pedagógicos e ao ambiente no qual a educação está
presente (ONU, 2012, p. 11).
Desse modo, tal proposta educativa nesse nível de ensino deve consistir em um
processo que engloba os “direitos humanos pela educação” e os “direitos humanos na
19
O Plano de Ação determina ainda uma estratégia nacional de incorporação da EDH, seguindo as seguintes
etapas: i. “Onde estamos?”, a qual consiste na análise da situação atual da EDH no país em questão; ii. “Aonde
queremos ir e de que maneira?”, referindo-se ao estabelecimento de prioridades e a elaboração de uma estratégia
nacional de incorporação; iii. “Chegada ao ponto de destino”, a qual diz respeito às atividades de implementação
e supervisão; iv. “Chegamos ao ponto de destino? Com que sucesso?”, sendo esta utilizada para a avaliação das
medidas adotadas, bem como formulação de novas estratégias e diretrizes. Nesta primeira etapa, os Estadosmembros são instigados a percorrerem, no mínimo, as etapas 1 e 2, e que deem início à etapa de número 3
(ONU, 2006).
57
educação”, de modo a assegurar que todos os instrumentos educacionais (como currículos,
métodos e materiais) sejam adequados à aprendizagem dos direitos humanos, bem como
garantir que estes direitos sejam respeitados por todos os atores e praticados na esfera do
Ensino Superior, respectivamente. A abordagem da EDH na universidade deve incluir, nos
termos do Plano, ações em cinco áreas, tais quais: i. Políticas e medidas de implementação
correlatas; ii. Processos e ferramentas de ensino e aprendizagem; iii. Pesquisa; iv. O ambiente
de aprendizagem; e, v. Educação e desenvolvimento profissional dos docentes da educação
superior (ONU, 2012).
A primeira delas refere-se a formulação e implementação de políticas públicas de
educação em direitos humanos, assim como a inclusão desta temática nas políticas
educacionais, devendo estas serem coerentes com a autonomia institucional do sistema
educacional de cada país. Convém destacar que o desenvolvimento destas deve ocorrer de
forma participativa, bem como pode ser incorporada no ensino, pesquisa, extensão e gestão
das Instituições de Ensino Superior. A segunda área, “processos e ferramentas de ensino e
aprendizagem”, diz respeito a incorporação da temática direitos humanos nos projetos
político-pedagógicos dos cursos, metodologias, materiais e avaliações. Essa incorporação
pode ser realizada de forma transversal em todas as disciplinas do Ensino Superior, bem como
através de disciplinas específicas introdutórias aos direitos humanos e, por meio da criação de
programas acadêmicos multi e interdisciplinares (ONU, 2012).
Nos termos do Plano,
não só no direito, nas ciências sociais ou na história, mas também nas disciplinas dos
domínios técnicos e científicos – como por exemplo, a arquitetura e a engenharia, já
que elas se referem ao desenvolvimento, ao meio ambiente e à habitação; à
medicina, uma vez que ela se refere aos cuidados relativos à criança, à saúde
pública, aos direitos de reprodução das mulheres, a HIV/AIDS, às deficiências; à
biotecnologia e à arquitetura, que estão relacionadas à alimentação, à habitação e ao
meio ambiente etc. (ONU, 2012, p. 15).
A educação superior deve proporcionar, através da “pesquisa” – terceira área de
ação -, assim como através de políticas e práticas educacionais em direitos humanos,
estratégias relativas ao incentivo e investimento em pesquisas e metodologias em EDH, de
modo a traduzir os princípios e instrumentos internacionais e nacionais de direitos humanos
enquanto agenda de pesquisa, bem como desenvolver relações e parcerias entre diferentes
instituições de ensino superior, ONGs e organizações da sociedade civil, a fim de tornar
simplificado o desenvolvimento colaborativo de projetos de pesquisa em direitos humanos. O
quarto item, “ambiente de aprendizagem”, refere-se, assim como na primeira etapa do
Programa, ao incentivo a criação de ambientes participativos em que os direitos humanos
58
podem ser vivenciados cotidianamente nas atividades escolares, acrescentando o papel destas
instituições na elaboração e desenvolvimento de projetos extracurriculares, como serviços à
comunidade, organização de eventos junto ao governo local e outros atores da sociedade civil
(ONU, 2012).
Por fim, a última área abordada, “educação e desenvolvimento profissional dos
docentes da educação superior”, trata sobre a necessidade da formação adequada do corpo
docente dessas Instituições, de modo a desenvolver currículos de formação contínua em EDH
incluindo elementos sobre seus princípios, mecanismos de proteção, metodologias de
formação, difusão de materiais, por meio de uma perspectiva multidisciplinar e
interdisciplinar de direitos humanos (ONU, 2012).
Uma terceira etapa do Plano de Ação foi desenvolvida para o período de 2015 a
2019, tendo como foco o fortalecimento da implementação das etapas passadas do Programa,
bem como a promoção da formação em direitos humanos dos profissionais da mídia e
jornalistas. Desse modo, apresenta como estratégias para o avanço da implementação dos
trabalhos realizados, a ampliação da EDH nos currículos e na formação docente; a formulação
de novas políticas e diretrizes nacionais; ampliação do apoio a pesquisa quanto a recursos
humanos e financeiros; assim como aplicação de processos de avaliação e monitoramento das
atividades realizadas; dentre outras. No que diz respeito às estratégias relativas à formação
dos profissionais da mídia e jornalistas, destaca-se a difusão de conteúdos e valores relativos
aos direitos humanos desde a formação universitária, de modo a tornar a EDH enquanto um
critério para a qualificação destes profissionais (ONU, 2015).
Além do mais, no ano de 2008, devido a comemoração dos 60 anos da DUDH, a
ONU decretou o Ano Internacional de Educação em Direitos Humanos, salientando as
medidas que estavam sendo realizadas em prol deste modelo educativo, evidenciando-o
também enquanto uma de suas prioridades (PIOVESAN; FACHIN, 2017). Em 2011, a
Organização aprovou a Resolução nº 66/137, dando origem à Declaração das Nações Unidas
sobre a Educação e Formação em Direitos Humanos. Esta, por sua vez, reafirma à
comunidade internacional a necessidade da garantia do direito humano à educação em direitos
humanos, positivando-o enquanto tal. Quanto à sua incorporação nos diferentes níveis
educacionais, sublinha que:
La educación y la formación en materia de derechos humanos conciernen a todos los
sectores de la sociedad, a todos los niveles de la enseñanza, incluidas la educación
preescolar, primaria, secundaria y superior, teniendo en cuenta la libertad académica
donde corresponda, y a todas las formas de educación, formación y aprendizaje, ya
sea en el ámbito escolar, extraescolar o no escolar, tanto en el sector público como
59
en el privado. Incluyen, entre otras cosas, la formación profesional, en particular la
formación de formadores, maestros y funcionarios públicos, la educación continua,
la educación popular y las actividades de información y sensibilización del público
en general (ONU, 2011, p. 3).
Nesse sentido, a Declaração salienta o paralelismo existente entre a temática dos
direitos humanos e o processo educacional, evidenciando ainda que um de seus eixos
predominantes consiste justamente na cooperação internacional, a qual requer participação e
contribuição por parte de forças globais, regionais e locais na incorporação e garantia de tal
direito (PIOVESAN; FACHIN, 2017). Faz-se necessário destacar que tais marcos normativos
se constituem enquanto eventos importantes para a construção da EDH enquanto política
pública de Estado. No entanto, apesar de positivos e influenciarem neste processo, foram
formulados enquanto facultativos, delongando sua incorporação nos diferentes níveis de
ensino.
Apresentamos até o momento as normativas do Sistema Internacional dos Direitos
Humanos que consideramos serem as mais relevantes no processo de constituição da
Educação em Direitos Humanos. Destaca-se, contudo, que estes não devem ser considerados
enquanto os únicos que fazem referência a esta prática educativa. Outros instrumentos como a
“Convenção Internacional sobre a Eliminação de Todas as Formas de Discriminação Racial”
(ONU, 1965), a “Convenção Internacional sobre a Eliminação de Todas as Formas de
Discriminação contra a Mulher” (ONU, 1979), a “Convenção contra a Tortura e outros Tratos
ou Penas Cruéis, Inumanas ou Degradantes” (ONU, 1984) e, a “Convenção sobre os Direitos
da Criança” (ONU, 1989), também incluem em seus documentos finais a articulação para o
desenvolvimento de uma educação pautada nos princípios relativos aos direitos humanos,
dentre outros documentos.
Para além desses outros documentos, há de se considerar ainda, as críticas
relativas a estes, bem como à atuação dessas Organizações Internacionais. Autores como
Escrivão Filho e Sousa Junior (2018), bem como Benoni Belli (2009), traçam considerações
que problematizam a forma de constituição e conteúdo de tais marcos normativos, além do
tipo de atuação e seletividade de alguns desses órgãos, em especial quando se trata sobre a
politização dos direitos humanos e seus mecanismos de condenação. Este trabalho, contudo,
não tem como objetivo descrever e analisar tais críticas, porém se reconhece a inexistência de
uma neutralidade em relação à constituição desses documentos, estando permeados por
interesses políticos e econômicos, para além das lutas sociais que estão intrínsecas.
60
Desse modo, no que diz respeito à América Latina20, para além dos marcos
normativos já citados anteriormente, destaca-se a “Convenção Americana sobre Direitos
Humanos”, reafirmando grande parte das declarações contidas no Pacto Internacional de
Direitos Civis e Políticos de 1966, sendo aprovada em novembro de 1969 na “Conferência
Especializada Interamericana sobre Direitos Humanos”, em São José/Costa Rica21 (OEA,
1969). Ademais, de modo a obter anuência por parte dos Estados Unidos à Convenção, a
Conferência de São José elaborou o “Protocolo Adicional à Convenção Americana sobre
Direitos Humanos em Matéria de Direitos Econômicos, Sociais e Culturais - Protocolo de San
Salvador”, sendo este aprovado em novembro de 198822 (OEA, 1988). Tal protocolo reproduz
alguns conteúdos do Pacto Internacional de Direitos Econômicos, Sociais e Culturais de 1966,
bem como afirma, em seu artigo 13, as características contidas no direito à educação:
Os Estados Partes neste Protocolo convêm em que a educação deverá orientar-se
para o pleno desenvolvimento da personalidade humana e do sentido de sua
dignidade e deverá fortalecer o respeito pelos direitos humanos, pelo pluralismo
ideológico, pelas liberdades fundamentais, pela justiça e pela paz. Convêm, também,
em que a educação deve capacitar todas as pessoas para participar efetivamente de
uma sociedade democrática e pluralista, conseguir uma subsistência digna, favorecer
a compreensão, a tolerância e a amizade entre todas as nações e todos os grupos
raciais, étnicos ou religiosos e promover as atividades em prol da manutenção da paz
(OEA, 1988, p. 7-8).
Tais características também são abordadas no âmbito da “Convenção
Interamericana para Prevenir, Sancionar e Erradicar a Violência contra a Mulher” realizada
em Belém/Brasil em 1994, a qual afirma que os Estados-membros devem adotar, de modo
progressivo, medidas estratégicas para modificar padrões culturais de conduta de homens e
mulheres, bem como a constituição de programas de educação formal e informal, a fim de
erradicar preconceitos e estereótipos contra homens e mulheres, de modo a deslegitimar a
violência contra a mulher (OEA, 1994). Ademais, corroborando com tais perspectivas, um
outro documento ganha destaque, a “Carta Democrática Interamericana” de 2001, que reitera
o papel da educação enquanto instrumento de fortalecimento das instituições democráticas,
20
A apresentação da constituição da EDH na América Latina pretende ser realizada de modo a contemplar uma
perspectiva ampla acerca de tal processo. Assim, não se pretende apresentar a especificidade de cada país, uma
vez que o foco de tal pesquisa se refere ao contexto brasileiro.
21
A adesão do Brasil à Convenção ocorreu em setembro de 1992, ressalvando a cláusula facultativa do artigo
45.1, a qual referia-se à atribuição à Comissão Interamericana de Direitos Humanos ao exame de queixas
provenientes de outros Estados acerca do não-cumprimento das obrigações contidas na Convenção, assim como
a cláusula facultativa do artigo 62.1, referindo-se à jurisdição obrigatória por parte da Corte Interamericana de
Direitos Humanos (SACAVINO, 2008).
22
A aprovação pelo Brasil deste Protocolo ocorreu em abril de 1995 (SACAVINO, 2008).
61
bem como de promoção do desenvolvimento do potencial humano, da liberdade e da justiça
social (OEA, 2001).
Sublinha-se ainda, o Pacto Interamericano pela Educação em Direitos Humanos,
aprovado em 2010 por meio de uma convergência entre o Instituto Interamericano de Direitos
Humanos (IIDH), o Ministério da Educação de El Salvador e o Ministério da Educação da
República Oriental do Uruguai. O Pacto constitui-se enquanto um plano de trabalho com
vistas ao avanço da produção de materiais sobre EDH em ambos os países, bem como
objetiva impulsionar o aprofundamento desta temática no âmbito da América Latina e Caribe,
disseminando o conteúdo do Protocolo de San Salvador e estabelecendo-se enquanto o
standard interamericano nesta questão (IIDH, 2010).
Todavia, partindo do pressuposto de que tais documentos são fruto da luta pelo
reconhecimento, promoção e garantia dos direitos humanos por parte da sociedade civil
organizada, há de se atentar ao contexto histórico pelo qual tal prática educativa surgiu e foi
sendo desenvolvida, especialmente no que diz respeito aos países da América Latina que
passaram por períodos ditatoriais. Segundo Zenaide (2016, p. 43-44), a educação em direitos
humanos emergiu enquanto uma “modalidade de resistência e de sinalização de mudanças
políticas em andamento”, no âmbito da transição democrática no Brasil e na América Latina.
De acordo com a autora, depoimentos registram aulas imaginárias, bem como classes virtuais
nas celas dos presídios, como forma de romper com o cerco da censura, à medida que, do lado
de fora, resistiam-se através da realização de vigílias, visitas aos presídios, romarias, bem
como por meio da criação de entidades de assessoria psicológica e jurídica aos presos
políticos, perseguidos e familiares.
Nesse sentido, datam da década de 198023 as primeiras experiências de educação
em direitos humanos na América Latina. Destaca-se, contudo, que apesar de ter sido
desenvolvida de modo heterogêneo, variando de acordo com as particularidades de cada país,
a EDH está intimamente vinculada com os processos de democratização, ocupando um espaço
importante na luta pelo respeito e garantia dos direitos humanos, bem como pelo repúdio às
formas de autoritarismo, marginalização e violação de direitos no contexto latino-americano.
Desse modo, assumia-se que os direitos humanos deveriam se constituir enquanto o
fundamento ético de um novo paradigma educativo, de uma educação transformadora e
libertadora, de modo a contribuir para uma cidadania ativa (SACAVINO, 2008;
MAGENDZO, 2000).
23
Durante este processo inicial, na maioria dos países, a participação do Estado era impensável, sendo
considerado com algo não desejável (MAGENDZO, 2000).
62
O primeiro registro da cronologia da EDH na América Latina remonta ao ano de
1983 com a realização do “I Curso Interdisciplinar em Direitos Humanos” na Costa Rica,
sendo organizado pelo Consejo de Educación de Adultos de América Latina (CEAAL). O
Curso tinha como objetivo “dar formação básica sobre diferentes aspectos referentes aos
direitos humanos” e contou com a participação de 33 representantes de organizações públicas
e privadas de direitos humanos e de projetos educativos da América Latina (SACAVINO,
2008, p. 72).
Enfatiza-se também a atuação do Instituto Interamericano de Direitos Humanos
(IIDH), que declarou o compromisso de educar em direitos humanos nos diferentes níveis e
modalidades do sistema educativo, executando suas ações, juntamente com a CEAAL, através
de vivências de educação formal e educação popular24, sendo estas direcionadas a luta contra
os regimes ditatoriais, bem como pela luta e defesa de um Estado democrático de direito.
Ambas as entidades organizaram em 1984 o “I Seminário Chileno sobre Educação para a Paz
e os Direitos Humanos” e, no mesmo ano, o “II Curso Interdisciplinar em Direitos
Humanos”25 (BERNHEIM, 1997; ZENAIDE, 2016; SACAVINO 2008).
Demais organizações não-governamentais (ONGs) e movimentos populares
também ganham destaque quanto ao protagonismo que assumiram no desenvolvimento da
educação em direitos humanos, especialmente no que se refere àqueles que contribuíram com
a denúncia e defesa desses direitos. Nessa perspectiva, destacam-se as instituições como a
Assembleia Permanente de Direitos Humanos, a Comissão de Justiça e Paz e o Serviço de Paz
e Justiça (Serpaj), dentre outras instituições e entidades criadas nos diferentes países da
América Latina26 (SACAVINO, 2008).
Nesse período, também se observou nos processos de transição democrática, o
reconhecimento por parte de alguns países em “desenvolver uma prática sistemática de
educação em/para os direitos humanos no interior da escola”, na educação formal, devido à
capacidade desta prática educativa em introduzir conceitos básicos para uma construção de
24
A educação popular teve papel crucial no que diz respeito à organização e mobilização popular por meio da
tomada de consciência de injustiças, exclusões e violações de direitos humanos. Desse modo, juntamente com os
movimentos dos operários e dos trabalhadores rurais, contribuiu para a constituição de demais movimentos,
como os dos jovens, das mulheres e das associações de moradores. Ademais, destaca-se ainda, desde o início
desta década, iniciativas de formação de educação em direitos humanos por intermédio da prática cotidiana
(SACAVINO, 2008; MAGENDZO, 2000).
25
Os demais eventos e atividades do período de 1983 a 1991 podem ser visualizados no Apêndice A.
26
Os movimentos surgidos no Brasil, bem como suas influências serão abordados de forma mais aprofundada na
próxima sessão.
63
uma cultura ética e social, com vistas ao desenvolvimento e manutenção da democracia27
(SACAVINO, 2008, p. 75).
Segundo Basombrío (1991, p. 222), as principais experiências deste período são
as seguintes: as atividades do Serpaj no Uruguai; do Instituto Peruano de Educación en
Derechos Humanos y la Paz (IPEDEHP) e; do Programa Interdisciplinário de Investigaciones
en Educación (PIIE) do Chile; bem como atividades de caráter inicial em países como
Argentina, Brasil, Bolívia, Belize, Chile, Costa Rica, Colômbia, Equador, Guatemala,
Honduras, México, Panamá, Peru, Uruguai e Venezuela28. Os debates perpassavam as
seguintes questões: “que contribuição específica traz a educação em direitos humanos? Ou:
toda prática de educação popular é uma prática de educação em direitos humanos?”
(SACAVINO, 2008, p. 76).
Desse modo, através da tentativa de se definir o que consistia na educação em
direitos humanos, autores como Osorio (1988 apud BASOMBRÍO, 1991, p. 195) declaravam:
É difícil definir exatamente a educação para os direitos humanos; no entanto, está
claro que as chamadas experiências educativas em direitos humanos têm uma
origem comum, e que é no meio da ação de defesa e denúncia pública das violações
dos direitos humanos que se descobre a necessidade de desenvolver, de forma
sistemática, programas educativos capazes de criar consciência sobre o problema das
violações dos direitos humanos.
Nesse sentido, considera-se a educação em direitos humanos enquanto um
processo que acompanha uma dimensão de denúncia e luta contra todas as formas de
violações de direitos humanos, assumindo uma perspectiva educativa que propicia a tomada
de consciência das condições políticas, sociais e culturais, permitindo o conhecimento teórico
e prático dos direitos humanos. No entanto, apesar de assumir um papel de transformação
cultural, este projeto educativo acabou sendo construído através da perspectiva
assistencialista, da solidariedade, da justiça e da democracia, visto que no final da década de
1980 os Estados latino-americanos já estavam sob influência dos ideais e projetos
neoliberais29 difundidos sobretudo pelos Estados Unidos e Inglaterra (SACAVINO, 2008).
27
Esta prática, contudo, não apresentava real incorporação no sistema de educação formal, constituindo-se,
naquele período, em projetos em fases iniciais sendo apoiados por organizações não-governamentais.
28
Dentre estas atividades, incluem-se seminários, cursos, oficinas e jornadas de educação em direitos humanos.
No caso do Peru, evidencia-se a Rede Peruana de Educação em Direitos Humanos e a Paz, constituindo-se
enquanto uma rede nacional com vistas à reflexão coletiva sobre a temática dos direitos humanos.
29
Neste período estabeleceu-se os “princípios do Estado mínimo”, caracterizando-se por meio dos processos de
privatização (Estado apenas como regulador), pela flexibilização dos direitos trabalhistas, pela focalização de
políticas (ao invés da universalização) e, pelo seguro social (substituindo a seguridade social). No âmbito das
políticas sociais, estabeleceu-se a “erosão” de sua legislação suplementar, isto é, uma desestruturação das
políticas sociais e da burocracia. Tal erosão pode ser evidenciada em alguns dispositivos legais do Brasil, como é
o caso do Orçamento da Seguridade Social, da Lei Orgânica da Saúde, da Regulamentação do Seguro-
64
Sob este aspecto, abordaremos de forma mais aprofundada na próxima sessão, quando
tratarmos acerca das especificidades da EDH no Estado brasileiro.
No que diz respeito à dimensão metodológica, Basombrío (1991) afirma que
apesar de alguns autores declararem a utilização do método da educação popular, com o
decorrer dos anos, o desenvolvimento de atividades e experiências na educação em direitos
humanos passou a ser concebido com suas próprias características: a concepção permanente
de direitos humanos e a articulação com vistas à participação e organização coletiva,
incluindo neste processo que o conhecimento nesta área é construído através de vários atores,
quais sejam o educador e o próprio educando, ambos em pé de igualdade.
Na década de 199030, período com maior protagonismo por parte dos Estados
latino-americanos,
a
EDH
sofre
mudanças
significativas
em
seu
processo
de
desenvolvimento, como sua incorporação em alguns currículos escolares da educação formal
enquanto conteúdo transversal, especialmente no âmbito das Ciências Sociais. Seu caráter
transversal era acompanhado por outros temas, como o multiculturalismo, o meio ambiente,
saúde, orientação sexual, educação para o consumo, dentre outros; compartilhando da
perspectiva de que este processo educativo consistia em um componente importante para o
processo de modernização da educação com vistas a formação cidadã, formação para a vida e
formação para a vida democrática; estando articulado com uma série de princípios e valores
como o respeito à vida, à justiça, à liberdade, à honestidade, à solidariedade, à
responsabilidade cidadã e à convivência pacífica; dentre outros (MAGENDZO, 2000).
Este período caracteriza-se, desse modo, pela incorporação da temática dos
direitos humanos nas legislações que fundamentam a educação formal, eclodindo de forma
inicial em programas de estudos de alguns países, bem como através de instituições
internacionais e na produção de materiais didáticos e pedagógicos para a educação formal.
Porém, o avanço na quantidade e qualidade desses materiais educativos não eram suficientes,
devido justamente a não alcançarem um conjunto metodológico satisfatório frente à
incorporação desta temática; alguns omitiam as violações de direitos, enquanto outros
abordavam apenas informações gerais de forma exagerada; os Ministérios da Educação
acabavam por não elaborar seus próprios materiais; e, sobressaiam-se materiais que
Desemprego e da Lei Orgânica da Assistência Social. Destaca-se que, o entendimento relativo à assistência
social, começava a se aproximar das concepções de caridade e assistencialismo, sendo compatíveis aos
princípios liberais de focalização, perdurando tal movimento até 2002 (FAGNANI, 2005).
30
Faz-se necessário destacar que, no caso brasileiro, a década de 1990 também representou a expansão do ensino
superior privado, visto que, seguindo princípios de organismos internacionais, o governo brasileiro passou a
cortar investimentos neste nível de ensino, incentivando a expansão das instituições privadas (MARTINS, 2009).
65
subordinavam o cumprimento dos direitos aos deveres (RODINO, 2016; MAGENDZO,
2000).
No que diz respeito à formação docente, constata-se o reconhecimento por parte
de alguns países na ausência de programas de capacitação e aperfeiçoamento desses
profissionais; a Unesco, contudo, reforçou durante este período atividades de formação,
realizadas por meio de oficinas e seminários, cursos e cátedras universitárias31, estimulando a
difusão do conhecimento de aspectos éticos, jurídicos e políticos, bem como pedagógicos 32 e
metodológicos. Na educação informal33, verifica-se a existência de experiências de
instituições que trabalham com temas e concepções amplas relativas aos direitos humanos em
países como Brasil, Peru e Venezuela, assim como demais instituições como Igrejas, grêmios
e associações de moradores que realizavam trabalhos de formação em direitos humanos
(MAGENDZO, 2000).
Segundo Magendzo (2000, p. 6),
Algunas Instituciones y ONGs abarcan y se preocupan por una variedad de grupos
de personas que históricamente han sufrido violaciones reiteradas y permanentes a
sus derechos, como son los niños y las niñas, las mujeres, los jóvenes los indígenas,
los homosexuales y lesbianas los minusválidos, las personas de tercera edad etc.,
otras se han especializado para atender solo a algunos grupos. […] De igual manera
se han creado, en algunos países Programas de formación a funcionarios policiales,
funcionarios penitenciarios, a médicos forenses; jueces etc.
No âmbito universitário, foram criados Institutos e Cursos como o Instituto
Peruano de Educação em Direitos Humanos e Paz; o Instituto de Direitos Humanos na
Argentina; o Seminário permanente de Educação Superior e Direitos Humanos no México; e,
o Curso Interdisciplinar de Direitos Humanos da Academia Mexicana de Direitos Humanos;
bem como realizaram-se demais atividades como seminários e conferências em Faculdades de
Direito, Ciências Sociais, Psicologia, Educação, Filosofia e Letras, dentre outras
(MAGENDZO, 2000).
No entanto, apesar de claros avanços na incorporação desta temática no ensino
formal, algumas situações problemas estavam presentes na década de 1990, como a tensão
entre os Estados, as ONGs e a sociedade civil. Constatava-se que em vários países decorria
31
Segundo Magendzo (2000), a Unesco foi a instituição que, por meio da criação de cátedras, incluiu o tema
direitos humanos nas universidades.
32
Um dos eixos articuladores presentes na pedagogia, consiste em conduzir a educação em direitos humanos
enquanto uma forma de dar “empoderamento” aos grupos historicamente excluídos dos processos políticos,
econômicos e sociais.
33
A educação informal está historicamente vinculada com a ideia de defesa dos direitos humanos, visto que se
entende que a educação sem defesa não apresenta sentido e significação, sendo a própria defesa um processo
educativo.
66
um processo de admissão de educadores em direitos humanos por parte do Estado,
sinalizando uma tendência de “convertimento” e suspensão da dimensão crítica desta prática
educativa. Em outras palavras, acreditava-se que, a partir da contratação de tais educadores, a
dimensão crítica da EDH estaria comprometida. Para além disso, alguns países não
apresentavam uma política e diretrizes objetivas no âmbito da EDH, contribuindo para que a
desconfiança em relação ao Estado por parte das ONGs perdurasse por um longo tempo.
Ressalta-se ainda a dificuldade em apresentar uma posição anti-hegemônica frente ao
desenvolvimento de um modelo instrumental de ensino que acaba por conduzir a educação a
serviço do mercado e da competitividade internacional, colocando a formação cidadã em
segundo plano, ou até mesmo desconsiderando-a; bem como dificuldades quanto à polissemia
do discurso, visto que não havia definição clara e objetiva do campo da EDH; dificuldades na
dimensão prática da temática; carências teóricas por parte dos docentes; resistência ao novo
processo educacional; e, resistência por parte de instituições educativas que preocupavam-se
apenas com os rendimentos acadêmicos (MAGENDZO, 2000).
Desde os anos 2000, o IIDH passou a elaborar Informes acerca do
desenvolvimento da educação em direitos humanos com base em 19 países do latinoamericanos34, utilizando-se de indicadores de progresso e metodologias comparativas a fim de
construir um sistema de monitoramento contínuo para indicar as tendências de tal processo
educativo. Para tanto, fizeram uso de documentos de domínio público, como legislações,
regulamentos, planos e programas nacionais, livros didáticos, dentre outros, realizando tais
análises através de dois ciclos. O primeiro deles foi realizado entre 2002 e 2006, tendo
analisado e comparado o desenvolvimento da EDH na década de 1990 a 2000/2, conforme
pode ser observado na tabela abaixo.
Tabela 1 - Estrutura do primeiro ciclo dos Informes do IIDH
Informe nº Ano
Campos Temáticos
I
2002
Desenvolvimento normativo e institucional
II
2003
Desenvolvimento no currículo e nos textos escolares
III
2004
Desenvolvimento na formação de educadores
IV
2005
Desenvolvimento do planejamento educacional a nível nacional
V
2006 Desenvolvimento dos conteúdos e espaços curriculares: 10 a 14 anos
Fonte: Adaptado de IIDH (2012).
34
Os países apurados foram os que firmaram e/ou ratificaram o Protocolo Adicional da Convenção Americana
sobre Direitos Humanos em matéria dos Direitos Econômicos, Sociais e Culturais do Protocolo de San Salvador,
são eles: Argentina, Bolívia, Brasil, Colômbia, Costa Rica, Chile, Equador, El Salvador, Guatemala, Haiti, México, Nicarágua, Panamá, Paraguai, Peru, República Dominicana, Suriname, Uruguai e Venezuela (RODINO,
2016).
67
No que concerne ao Primeiro Relatório Interamericano da Educação em Direitos
Humanos (2002) deste ciclo, analisou-se o desenvolvimento da EDH na esfera normativa,
tendo como resultado que esta está contemplada de forma explícita ou implícita nas
constituições e leis de todos os países analisados. O Segundo Relatório (2003) contempla o
desenvolvimento da EDH nos currículos e nos textos escolares e evidencia que são poucos,
difusos e desiguais entre tais países. O Terceiro Relatório (2004) diz respeito ao
desenvolvimento na formação de educadores, pontuando que no âmbito da formação inicial
são inexistentes, enquanto que no âmbito da capacitação ou desenvolvimento profissional
(sob responsabilidade dos Ministérios da Educação), os resultados são sempre mínimos e
irregulares quanto à sua cobertura, sendo muito variáveis em cada país. O Quarto Relatório
(2005) apresenta o desenvolvimento na planificação educativa a nível nacional, sendo estes
escassos e incompletos. Apenas a partir da década de 200035 identificaram seis iniciativas
para a formulação de planos nacionais de EDH, porém, apenas um foi conduzido de forma
exitosa, o do Brasil, que logo em 2003 concluiu sua primeira versão do Plano Nacional de
Educação em Direitos Humanos36, adquirindo sua segunda versão em 2006 (RODINO, 2016).
O Quinto Relatório (2006), cujo conteúdo versa sobre o desenvolvimento nos
espaços curriculares sobre EDH correspondentes aos alunos de 10 a 14 anos, examinou o
estado e tendências à incorporação desta temática no desenho do currículo escolar, tendo
como resultado a necessidade de negociações para sua incorporação em todos os Estados
analisados (IIDH, 2012).
Quanto ao segundo ciclo dos Informes, este ocorreu entre 2007 e 2011, de modo a
analisar e comparar o progresso da EDH na década de 2000 até a preparação de cada Informe:
2007, 2008, 2009 e 2010, respectivamente (RODINO, 2016). Na tabela a seguir, verifica-se os
campos temáticos pelos quais cada informe é dedicado.
Tabela 2 - Estrutura do segundo ciclo dos Informes do IIDH
Informe nº
VI
Ano
2007
VII
2008
VIII
2009
IX
2010
X
2011
Campos Temáticos
Desenvolvimento normativo da EDH e governo estudantil
Desenvolvimento de conhecimentos de direitos humanos nos
programas de estudo: 10 a 14 anos
Desenvolvimento de conhecimentos de direitos humanos em textos
escolares: 10 a 14 anos
Desenvolvimento de metodologia em educação em direitos
humanos nos livros didáticos: 10 a 14 anos
Desenvolvimento de políticas de convivência e segurança escolar
com enfoque em direitos
Fonte: Adaptado de IIDH (2012).
35
36
Não obtiveram resultados nos anos 1990.
O PNEDH/Brasil será abordado na próxima sessão.
68
Nesse sentido, tem-se que o segundo ciclo desenvolve um panorama mais
completo acerca do desenvolvimento da EDH em escolas, no âmbito das práticas pedagógicas
e didáticas. Desse modo, o Sexto Relatório (2007) abordou o desenvolvimento normativo da
EDH e da institucionalidade educativa, apresentando como resultado uma inclusão gradual da
EDH enquanto meta em legislações educativas nacionais no âmbito das constituições,
decretos, leis federais e resoluções dos Ministérios da Educação. Evidencia-se, nesse aspecto,
um aumento paralelo dessas legislações nacionais com o aumento das ratificações por parte
dos Estados em relação ao compromisso governamental em garantir o direito à EDH.
Segundo Rodino (2016, p. 101),
en las dos últimas décadas, en especial desde 2000, se produjeron notables
progresos en reconocer a la EDH dentro de la normativa educativa de los
países latinoamericanos. A la fecha, su reconocimiento institucional es alto.
Aunque este fenómeno por sí solo y automáticamente no transforma la
práctica escolar, es la primera condición que hace posible cualquier transformación. La progresiva legitimidad de la EDH (que hasta entrados los años
1990 en muchos países era vista con recelo como peligrosa), da confianza a
las y los educadores para empezar a hablar sobre derechos humanos, aunque
sea de modo incipiente, y sensibiliza a autoridades, técnicos, docentes y
familias respecto al valor de abordarlos en las aulas.
O Sétimo Relatório (2008), cujo campo temático aborda o desenvolvimento de
conhecimentos de direitos humanos nos programas de estudos correspondentes aos alunos de
10 a 14 anos, não apresenta nenhuma disciplina específica sobre direitos humanos nos
currículos nacionais. Os temas de direitos humanos, contudo, concentram-se em disciplinas de
estudos sociais, cujo foco se dá aos conceitos de ética e cidadania. Identificou-se também, em
menor regularidade, que algumas disciplinas de Linguagem e Comunicação em Biologia e
Ciências Naturais apresentavam conteúdos relativos aos direitos humanos; bem como em
demais disciplinas que abordavam tal temática de modo transversal, por meio de temas
relacionados com os direitos humanos e democracia. No que diz respeito ao Oitavo Relatório
(2009), com a temática direcionada ao desenvolvimento de conhecimentos de direitos
humanos nos textos escolares correspondentes aos alunos de 10 a 14 anos, obtém-se que os
livros escolares analisados apresentam um crescimento da incorporação da EDH, estando
paralelamente congruente com os programas de ensino analisados no Relatório anterior. Essa
tendência admite duas dimensões: “(a) de cobertura geográfica – los conocimientos de
derechos humanos están presentes en libros de texto de más países - y (b) de presencia
transversal – dentro de cada país, están incorporado en libros de texto de más grados
escolares” (RODINO, 2016, p. 111).
69
O penúltimo Relatório (2010) examina o desenvolvimento da metodologia da
EDH nos livros de textos (como exercícios e atividades práticas) correspondentes aos alunos
de 10 a 14 anos, apresentando como resultado um crescimento dobrado durante a década,
sendo verificado a partir do aumento da quantidade de exercícios de livros e,
proporcionalmente, de exercícios relativos aos direitos humanos. E, por fim, o Décimo
Relatório (2011), que se refere ao desenvolvimento nas políticas de convivência e segurança
escolar com enfoque de direitos, evidenciando que, a partir dos anos 2000, sobretudo a partir
de 2008, há uma tendência crescente na formulação de políticas de convivência e de
segurança escolar em matéria de direitos humanos, como projetos de prevenção a violências
na escola (bullying, agressões, tráfico de drogas) e regulamentos de convivência, dentre
outros (RODINO, 2016).
Tais Informes se constituem enquanto contribuições relevantes tanto para a
sistematização do progresso da EDH na América Latina, quanto para a elaboração de políticas
públicas de EDH, visto que, ao apresentar o panorama geral de tal tema, bem como
recomendações aos Estados analisados, permite estabelecer comparações entre os países,
possibilitando a tomada de conhecimento sobre o que é produzido (ou não) em matéria dos
direitos humanos. Na próxima sessão abordaremos o processo constitutivo da educação em
direitos humanos no contexto do Estado brasileiro.
1.3.2 A educação em direitos humanos no Brasil
De acordo com Escrivão Filho e Sousa Junior (2018), a história dos direitos
humanos no Brasil remete a diversos períodos de lutas de resistência e libertação, as quais
despontaram como meio de afronta à exploração econômica, ao sistema político, à exclusão
social e à opressão racial. Ao longo do século XIX, houve a eclosão de revoltas populares
como, por exemplo, a Balaiada no Maranhão e no Piauí (entre 1838 a 1841), a Cabanada no
Pará, Pernambuco e Alagoas (entre 1832 a 1840), a Revolta dos Malês e a Sabinada na Bahia
(1835 e 1837 a 1838, respectivamente). Nos séculos XX e XXI, despontaram-se “lutas
sindicais dos trabalhadores e trabalhadoras urbanas, aliadas à das Ligas Camponesas,
culminando na luta contra a ditadura, e a emergência dos movimentos sociais de luta pela
terra e territórios dos povos indígenas e comunidades tradicionais”, bem como apontaram-se
as lutas pelo direito à cidade, como a moradia, além da organização dos movimentos negros,
feministas e LGBTTs (ESCRIVÃO FILHO; SOUSA JUNIOR, 2018, p. 80).
70
Trata-se, portanto, de um percurso histórico não-linear e diverso em relação à luta
pelo reconhecimento e concretização dos direitos humanos no Brasil, incluindo nesse
percurso a própria constituição da educação em direitos humanos enquanto política pública.
Logo, tomando como ponto de partida a década de 1980, verifica-se que este processo foi
marcado por diferentes momentos políticos, econômicos, sociais e culturais, apresentando
experiências tanto na educação formal quanto na informal. Os anos 1980, em especial, são
lembrados pelo fim da ditadura militar e início do processo de redemocratização do país,
sinalizando, a partir da promulgação da “Constituição Federal de 1988”, o compromisso no
desenvolvimento de uma cultura pautada no respeito e garantia dos direitos fundamentais.
Destaca-se, contudo, a permanência de duas tensões que caracterizam tal
processo: “a relação entre crescimento econômico e desenvolvimento social e entre o papel do
Estado e da sociedade civil” (SACAVINO, 2008, p. 166). No que diz respeito ao primeiro,
constata-se que o processo de redemocratização, marcado pelas greves dos operários do ABC
paulista, pelo movimento denominado “Diretas Já”, pela retirada dos militares do poder e pelo
avanço do movimento sindical em diversos setores, foi acompanhado pelo início do processo
de recessão econômica do país, significando uma incompatibilidade entre ambas as direções.
Tal período, é reconhecido pelos defensores do projeto neoliberal enquanto a “década
perdida” no Brasil e na América Latina, devido à crise da dívida externa, o crescente aumento
da inflação e a retração da produção industrial. Para outros, porém, o período é reconhecido
pela reconquista da liberdade de expressão, da organização social e do processo eleitoral
democrático.
Sobre a segunda tensão, Sacavino (2008) observa que entre os anos 1960 e 1970,
o Estado violava os direitos humanos dos grupos e indivíduos que se declaravam contrários ao
regime militar. A denúncia das torturas e assassinatos, acompanhados das revelações sobre as
condições degradantes das prisões e presos políticos, eram realizadas, sumariamente, pelas
Comissões de Justiça e Paz instituídas pela Igreja Católica na década de 1970, se tornando
“um baluarte da luta contra a ditadura”37, bem como se constituindo enquanto uma das
primeiras instituições a realizar projetos ligados a educação em direitos humanos e cidadania
no Brasil (CARVALHO, 2008, p. 183; SILVA; 2000). Também se destacam a denúncia às
violações por parte de outras organizações não-governamentais, que responsabilizavam o
Governo Federal e estaduais por estas condutas. No entanto, até meados dos anos 1980, o
Governo Federal negava a existência de tais violações e de sua responsabilidade nestas,
37
Destaca-se o papel significativo exercido pela Comissão de Justiça e Paz da Arquidiocese de São Paulo, a qual
tinha como objetivo dar proteção aos indivíduos e grupos perseguidos e seus familiares através da esfera jurídica.
71
atribuindo culpa à situação de subdesenvolvimento do país e, nos anos 1960 e 1970, atribuía a
responsabilidade à “guerra suja”, sendo problemas decorridos entre os defensores e
adversários do regime vigente. Desse modo, predominava uma situação de confronto entre o
poder estatal e organizações não-governamentais que buscavam a proteção e garantia dos
direitos humanos (SACAVINO, 2008).
Dessa forma, se constituindo enquanto a expressão pela cidadania no Brasil, a
Constituição Federal de 1988 representa um divisor de águas, sendo um importante
instrumento jurídico de consagração da proteção da dignidade da pessoa humana que rompe
com o período ditatorial e inicia uma nova etapa de reconstrução democrática. A
Constituição38, conhecida como “Constituição Cidadã”, determina princípios intangíveis e
cláusulas pétreas em que se encontram os direitos humanos fundamentais. Para Dalmo Dallari
(2008, p. 29), a Constituição “foi a expressão dos anseios de liberdade e democracia (...) e foi
também o instrumento legítimo de consagração, com força jurídica, das aspirações por justiça
social e proteção da dignidade humana”, constituindo-se enquanto um instrumento com vistas
à promoção da justiça e da supremacia do direito. Porém, apesar de estarem positivados, os
direitos humanos fundamentais não ganharam existência real para grande parte dos
brasileiros, persistindo desequilíbrios regionais e sociais, bem como distorções de preceitos
legais e não implementação de dispositivos constitucionais39 (DALLARI, 2008).
É nesse contexto que a Educação em Direitos Humanos no Brasil começa a se
tornar um processo educativo sistemático, apresentando a partir da Constituição, uma
sucessão de marcos normativos que legitimam esta prática educativa nos diferentes níveis de
ensino. Conforme destaca Silva e Tavares (2013, p. 52), “todo o processo de organização da
sociedade brasileira foi fundamental para a difusão e ampliação das práticas de EDH,
especialmente a partir da segunda metade dos anos 1990, inserindo essa questão com mais
ênfase nos programas governamentais”. Nesse processo, destaca-se algumas políticas de
governo realizadas pela Secretaria de Educação de Pernambuco entre 1987 e 1990, com a
implantação do projeto intitulado “Escola pública, direitos humanos e a conquista coletiva da
cidadania”; bem como ações desenvolvidas pela Prefeitura Municipal de São Paulo, durante a
gestão de Paulo Freire na Secretaria de Educação, no período de 1989 a 1992. Quanto às
38
No que diz respeito ao Ensino Superior, a Constituição define a autonomia universitária enquanto princípio
fundamental, baseando-se na indissociabilidade entre ensino, pesquisa e extensão.
39
Segundo o autor, esta situação foi se intensificando à medida em que o Estado brasileiro adotava a linha
neoliberal, “privilegiando objetivos econômicos e financeiros, inclusive de entidades estrangeiras ou
multinacionais, que participavam do mercado financeiro brasileiro ou recebiam auxílio do governo através de
financiamentos ou renúncia fiscal, adotando-se essa política para dar maior volume à expressão econômica do
Brasil no cenário mundial” (DALLARI, 2008, p. 46).
72
instituições de ensino privado, poucas experiências estavam sendo realizadas com a oferta da
disciplina de direitos humanos nos currículos dos cursos de Direito, desenrolando-se no
âmbito das Universidade Católicas do Rio de Janeiro e de São Paulo (SILVA, 2000).
No que diz respeito à década de 1990, experiências de políticas educacionais
também podem ser verificadas, como é o caso do “Projeto Escola Legal”, desenvolvido entre
1995 a 1998 em Pernambuco; o projeto “Escola Candanga: uma lição de cidadania” entre
1995 a 1998 no Distrito Federal e; o projeto “Escola Cidadã” entre 1993 a 1996 no município
de Porto Alegre (SILVA, 2000). Tais projetos, diferentemente daqueles desenvolvidos
durante a década de 1980 com vistas à contribuição do reestabelecimento da democracia,
buscavam a melhoria da qualidade da escola pública, assim como a universalização do ensino
fundamental, a valorização dos educadores, o respeito à diversidade cultural e o
fortalecimento da democracia e da transparência.
É a partir desta década que reformas educacionais foram estabelecidas em
diversos países da América Latina, sendo estas estimuladas por organizações internacionais,
como a própria Unesco. É nesse cenário que devem ser compreendidos a elaboração dos
“Parâmetros Curriculares Nacionais (PCNs)”, sendo aprovado em 1996, conferindo
responsabilidade ao Estado brasileiro no estabelecimento de uma base comum curricular para
o âmbito nacional. Tais Parâmetros são baseados na “Lei de Diretrizes e Bases (LDB)”
(BRASIL, 1996, p. 1) que destaca, no artigo 2º que:
A educação, dever da família e do Estado, inspirada nos princípios de liberdade e
nos ideais de solidariedade humana, tem por finalidade o pleno desenvolvimento do
educando, seu preparo para o exercício da cidadania e sua qualificação para o
trabalho (Grifo do autor).
Assim como, em seu artigo 27º, que estabelece que:
Os conteúdos curriculares da educação básica observarão, ainda, as seguintes
diretrizes: I – a difusão de valores fundamentais ao interesse social, aos direitos e
deveres dos cidadãos, de respeito ao bem comum e à ordem democrática; II –
consideração das condições de escolaridade dos alunos em cada estabelecimento; III
– orientação para o trabalho; IV – promoção do desporto educacional e apoio às
práticas desportivas não formais (BRASIL, 1996, p. 10, grifo do autor).
À vista disso, os “Parâmetros Curriculares Nacionais” recomendavam a
incorporação ao currículo do Ensino Fundamental, temas relativos à pluralidade cultural,
ética, meio ambiente, saúde e orientação sexual, por intermédio da transversalidade 40, isto é,
40
Os PCNs compreendem a transversalidade enquanto “um tratamento integrado das áreas e um compromisso
das relações interpessoais e sociais escolares com as questões que estão envolvidas nos temas, a fim de que haja
uma coerência entre os valores experimentados na vivência que a escola propicia aos alunos e o contato
intelectual com tais valores” (BRASIL, 1997, p. 45).
73
introduziam, a partir de uma política de Estado, a necessidade da incorporação de tais
problemáticas sociais no currículo escolar. Faz-se necessário destacar que, apesar de ser um
instrumento que busca incorporar tais questões, os PCNs são objeto de muitas críticas no
meio acadêmico, justamente por não ter sido considerado as experiências já realizadas, bem
como não ter contado com a participação de educadores no seu processo de elaboração.
Quanto às experiências desenvolvidas no âmbito das organizações nãogovernamentais, estas foram muito ampliadas, sendo impossível a sua contabilização; em
relação às instituições de ensino superior, destaca-se a criação da Cátedra da Unesco da
Educação para a Paz, Direitos Humanos, Democracia e Tolerância, em 1997 na Universidade
de São Paulo, bem como a criação de alguns programas de pós-graduação e núcleos de
pesquisa em Universidades Federais da Paraíba e do Piauí (SILVA, 2000).
Evidencia-se ainda, no âmbito da década de 1990, a elaboração do “Programa
Nacional de Direitos Humanos (PNDH)” que, sendo iniciado após a Conferência
Internacional de Direitos Humanos de Viena, apresenta quatro conjuntos de propostas para a
promoção dos direitos humanos no contexto nacional, são elas: i. Políticas Públicas para
Proteção e Promoção dos Direitos Humanos no Brasil; ii. Proteção do Direito a Tratamento
Igualitário perante a Lei; iii. Educação e Cidadania: bases para uma cultura de direitos
humanos; e, iv. Ações Internacionais para Proteção e Promoção dos Direitos Humanos.
Quanto ao terceiro conjunto, subdivide-se em dois grandes eixos: i. Produção e
distribuição de informações e conhecimentos; e, ii. Conscientização e mobilização pelos
direitos humanos. Dentre as ações propostas em ambos, destacam-se:
Criar e fortalecer programas de educação para o respeito aos direitos humanos nas
escolas de primeiro, segundo e terceiro grau, através do sistema de "temas
transversais" nas disciplinas curriculares, atualmente adotado pelo Ministério da
Educação e do Desporto, e através da criação de uma disciplina sobre direitos
humanos; Apoiar a criação e desenvolvimento de programas de ensino e de pesquisa
que tenham como tema central a educação em direitos humanos (...); Apoiar
programas de informação, educação e treinamento de direitos humanos para
profissionais de direito, policiais, agentes penitenciários e lideranças sindicais,
associativas e comunitárias, para aumentar a capacidade de proteção e promoção dos
direitos humanos na sociedade brasileira (...); Apoiar a realização de fóruns,
seminários e "workshops" na área de direitos humanos (BRASIL, 1996, p. 17).
Faz-se necessário ressaltar que tal Programa, foi sendo revisado e atualizado
durante o passar dos anos, dando origem à sua segunda versão, lançada em 2002 e,
posteriormente, a sua terceira versão em 2010. A segunda versão do Programa expande suas
propostas de ações no âmbito dos direitos econômicos, sociais e culturais, se constituindo
enquanto base para a elaboração de Programas e Planos Estaduais e Municipais em matéria de
74
Direitos Humanos (VIVALDO, 2009). Este, reúne um montante de 518 propostas, dedicando
19 delas à Educação em Direitos Humanos. No que diz respeito à Educação Superior,
encontram-se propostas de ações para o apoio em programas de ensino e pesquisa em
educação em direitos humanos; apoio na criação e articulação de cursos regulares e de
extensão de direitos humanos em universidades públicas e privadas, bem como demais
Instituições de Ensino Superior (IESs); apoio na ampliação da quantidade de cursos
superiores de direitos humanos e de temas transversais; e, apoio na construção de uma base de
dados com informações relativas a cursos, teses e demais atividades acadêmicas de promoção
e proteção aos direitos humanos nas IESs (BRASIL, 2002).
Anteriormente à apresentação de sua terceira versão, convém relembrar que desde
1994 a ONU vinha se dedicando à elaboração de documentos internacionais relacionados a
EDH, especialmente em 1997, quando lançou diretrizes para a elaboração de planos
nacionais, bem como criação de comitês e programas educacionais de educação em direitos
humanos. Paralelamente a este processo, tramitava no Congresso Nacional desde o final da
década de 1990, um projeto de lei do então Deputado José Aníbal (PSDB/SP), que estabelecia
a necessidade da incorporação da EDH em programas educacionais de disciplinas do ensino
formal (fundamental e médio) enquanto temas transversais. No entanto, foi no ano de 2003,
durante o governo Lula, que tal projeto passou a ser explorado, sobretudo quando foi criada a
Secretaria Especial dos Direitos Humanos (SEDH), órgão da Presidência da República com
status de ministério, tendo como objetivo a articulação e implementação de políticas públicas
de direitos humanos. Esta, criou no mesmo ano, o Comitê Nacional de Educação em Direitos
Humanos, o qual tinha como incumbência a elaboração do “Plano Nacional de Educação em
Direitos Humanos” (VIVALDO, 2009).
Nessa direção, tendo sua primeira versão lançada em dezembro de 2003, no
período relativo à Década da Educação em Direitos Humanos das Nações Unidas, o Plano
tinha como objetivos primeiros: “contribuir para fortalecer o Estado democrático de direito
tendo em vista o desenvolvimento nacional; [bem como] orientar e fomentar ações educativas
nas esferas pública e privada no campo da educação formal e não-formal” (VIVALDO, 2009,
p. 65). Durante os anos de 2004 e 2005, foram realizados alguns encontros estaduais sobre
EDH com o intuito de revisar, atualizar e ampliar a versão do Plano publicada em 2003, sendo
garantido, neste processo, a participação da sociedade civil por meio da Primeira Consulta
Nacional. Foi no ano de 2006, ao longo do Congresso Interamericano de Educação em
Direitos Humanos, que houve o lançamento de uma versão prévia do PNEDH para consulta
75
online, sendo finalizado e publicado em dezembro de 2006 a nova versão do referido Plano
(BRASIL, 2007; ZENAIDE, 2007).
Segundo seu próprio documento, este é resultado de uma articulação entre os três
poderes da República, em especial o Executivo, contando também com a participação de
Instituições de Ensino Superior, organismos internacionais e a sociedade civil organizada;
cabendo ao Ministério da Educação, à Secretaria Especial dos Direitos Humanos (SEDH/PR),
em conjunto com o Ministério da Justiça e demais Secretarias, a coordenação, execução e
avaliação dos programas, projetos e ações implementadas por órgãos e entidades públicas e
privadas. Nesse sentido, destaca-se a configuração do Plano enquanto política de Estado,
compreendendo a educação enquanto um direito por si só e um meio para a promoção e
garantia dos demais direitos (BRASIL, 2007).
Com efeito, determina a Educação em Direitos Humanos:
(...) como um processo sistemático e multidimensional que orienta a formação do
sujeito de direitos, articulando as seguintes dimensões: a) apreensão de
conhecimentos historicamente construídos sobre direitos humanos e a sua relação
com os contextos internacional, nacional e local; b) afirmação de valores, atitudes e
práticas sociais que expressem a cultura dos direitos humanos em todos os espaços
da sociedade; c) formação de uma consciência cidadã capaz de se fazer presente em
níveis cognitivo, social, ético e político; d) desenvolvimento de processos
metodológicos participativos e de construção coletiva, utilizando linguagens e
materiais didáticos contextualizados; e) fortalecimento de práticas individuais e
sociais que gerem ações e instrumentos em favor da promoção, da proteção e da
defesa dos direitos humanos, bem como da reparação das violações (BRASIL, 2007,
p. 25).
Em tais termos, o Plano concebe a educação como um instrumento capaz de
promover os direitos humanos, contemplando e priorizando cinco eixos de atuação: educação
básica; educação superior; educação não-formal; educação dos profissionais dos sistemas de
justiça e segurança pública; e, educação e mídia. Quanto ao primeiro eixo, educação básica,
considera o ambiente escolar como um local fundamental para a construção de concepções de
mundo, consolidação de valores e de consciência social, como também um espaço de
formação para a cidadania, de sujeitos sociais e de promoção da diversidade cultural. A
educação em direitos humanos na educação básica, compreendida pelos ensinos fundamental
e médio, pressupõe o fomento de condições ao reconhecimento da pluralidade e do
multiculturalismo, o exercício da crítica social, bem como a valorização das diferenças
(BRASIL, 2007).
Na educação superior, eixo de maior interesse para esta pesquisa, o Plano pondera
que as Instituições de Ensino Superior possuem o compromisso de contribuir através de sua
posição crítica, democratizante e emancipadora, “da construção de uma cultura de promoção,
76
proteção, defesa e reparação dos direitos humanos, por meio de ações interdisciplinares”, de
modo a envolver as diferentes áreas do conhecimento (BRASIL, 2007, p. 37). Nessa
perspectiva, concebe à produção do conhecimento acadêmico, o compromisso com o
desenvolvimento da cidadania, da democracia, da justiça social e dos direitos humanos, para
além de seu comprometimento com o desenvolvimento científico e tecnológico. Logo,
pondera que estas atribuições devem estar atreladas aos pilares de sustentação das IES:
ensino, pesquisa e extensão.
Em relação ao ensino, pondera que a EDH pode ser incorporada através de
diferentes meios, como “disciplinas obrigatórias e optativas, linhas de pesquisa e áreas de
concentração, transversalização no projeto político-pedagógico, entre outros”. No âmbito da
pesquisa, área em que a universidade, em especial a pública, pode contribuir de forma mais
empenhada, deve ser inserida através de políticas de fomento em estudos sobre direitos
humanos enquanto conhecimento interdisciplinar e transdisciplinar. E, na extensão, sendo
porta de entrada dos direitos humanos na universidade e enfatizando o Plano Nacional de
Extensão Universitária, propõe que esta “pode envolver atividades de capacitação, assessoria
e realização de eventos, entre outras, articuladas com as áreas de ensino e pesquisa,
contemplando temas diversos” (BRASIL, 2007, p. 38).
Salienta-se que a contribuição por parte dessas Instituições na Educação em
Direitos Humanos requer a contemplação e deferência aos seguintes princípios:
a) a universidade, como criadora e disseminadora de conhecimento, é instituição
social com vocação republicana, diferenciada e autônoma, comprometida com a
democracia e a cidadania; b) os preceitos da igualdade, da liberdade e da justiça
devem guiar as ações universitárias, de modo a garantir a democratização da
informação, o acesso por parte de grupos sociais vulneráveis ou excluídos e o
compromisso cívico-ético com a implementação de políticas públicas voltadas para
as necessidades básicas desses segmentos; c) o princípio básico norteador da
educação em direitos humanos como prática permanente, contínua e global, deve
estar voltado para a transformação da sociedade, com vistas à difusão de valores
democráticos e republicanos, ao fortalecimento da esfera pública e à construção de
projetos coletivos; d) a educação em direitos humanos deve se constituir em
princípio ético-político orientador da formulação e crítica da prática das instituições
de ensino superior; e) as atividades acadêmicas devem se voltar para a formação de
uma cultura baseada na universalidade, indivisibilidade e interdependência dos
direitos humanos, como tema transversal e transdisciplinar, de modo a inspirar a
elaboração de programas específicos e metodologias adequadas nos cursos de
graduação e pós-graduação, entre outros; f) a construção da indissociabilidade entre
ensino, pesquisa e extensão deve ser feita articulando as diferentes áreas do
conhecimento, os setores de pesquisa e extensão, os programas de graduação, de
pós-graduação e outros; g) o compromisso com a construção de uma cultura de
respeito aos direitos humanos na relação com os movimentos e entidades sociais,
além de grupos em situação de exclusão ou discriminação; h) a participação das IES
na formação de agentes sociais de educação em direitos humanos e na avaliação do
processo de implementação do PNEDH (BRASIL, 2007, p. 38-39).
77
Desse modo, propõe a incorporação desta prática educativa enquanto um subsídio
à construção de diretrizes curriculares das diferentes áreas do conhecimento; o fomento às
linhas de ensino, pesquisa e extensão nos níveis de graduação e pós-graduação; a elaboração e
implementação de políticas, programas, projetos e metodologias de formação e capacitação; e,
o desenvolvimento de políticas de ações afirmativas que garantam o acesso, permanência e
inclusão de grupos que historicamente possuem seus direitos violados. Para além do ensino
formal, acrescenta-se ainda o eixo relativo à educação não-formal, compreendida como
espaços de construção de conhecimentos em educação popular, sendo também adquiridos
através da participação em ações coletivas com foco na cidadania e democracia. Para este
eixo, o Plano assinala um conjunto de ações que visam estimular a promoção de iniciativas de
formação e capacidade em direitos humanos no âmbito da sociedade civil organizada,
considerando tal ensino como meio permanente para a formação de uma consciência crítica e
emancipadora (BRASIL, 2007).
No que diz respeito ao eixo relativo à educação dos profissionais dos sistemas de
justiça e segurança, o Plano concebe a EDH enquanto um instrumento estratégico para a
consolidação democrática, visto que pode respaldar práticas profissionais coerentes com os
princípios relativos aos direitos humanos, sendo estes previstos nas próprias legislações
nacionais e instrumentos internacionais sancionados pelo Estado brasileiro, os quais devem se
constituir como suporte para os profissionais englobados por este eixo. Por fim, a última área
do Plano, referindo-se a educação e mídia, concebe o aparato de comunicação como um
“espaço político, com capacidade de construir opinião pública, formar consciências, influir
nos comportamentos, valores, crenças e atitudes” (BRASIL, 2007, p. 53). Nesse sentido,
consiste em um espaço estratégico para a produção e divulgação de materiais sobre direitos
humanos, de modo a contribuir para a construção de uma cultura pautada nas garantias
fundamentais e na justiça social.
De acordo com Nunes (2013, p. 191), o referido Plano apresenta a EDH através
de “fundamentos inscritos na teoria crítica da educação, assumindo, por conseguinte, uma
perspectiva axiológica crítico-transformadora de educação e de sociedade, se constituindo
como prática social e política emancipatória, espaço de conquista e proteção de direitos”.
Cabe salientar que após a publicação da primeira versão do Plano, em 2003, decorreram-se
encontros estaduais com o intuito de divulgar as ações propositivas do PNEDH, contando
com a participação de cerca de 5 mil pessoas, provenientes de 26 estados. Para além de
contribuírem com a segunda versão desta política, também colaboraram com a criação de
Comitês Estaduais de Educação em Direitos Humanos. Em 2004, paralelamente as discussões
78
sobre o PNEDH, o Ministério da Educação e a SEDH/PR introduziram o programa “Ética e
Cidadania: construindo valores na escola e na sociedade”, cuja finalidade consistia em
aprofundar ações e projetos educativos que conduziam a uma formação ética e moral no
âmbito escolar em nível básico. Em 2006, foi organizado o Congresso Interamericano de
Educação em Direitos Humanos pelo Ministério da Educação, SEDH/PR e Unesco,
promovendo o intercâmbio de políticas de EDH entre educadores, pesquisadores, gestores e
demais atores que se dedicam à área da Educação e dos Direitos Humanos. E, sendo instituído
pela Portaria Interministerial n° 812, de 2 de julho de 2008, o Ministério da Educação em
conjunto com a SEDH/PR, lançaram o Prêmio Nacional de Educação em Direitos Humanos,
atribuindo maior reconhecimento aos projetos desenvolvidos nesta área do conhecimento
(VIVALDO, 2009).
Para além das duas versões introduzidas do PNDH e do PNEDH, o governo
brasileiro lançou em 2009, sendo atualizado em 2010, a terceira versão do “Programa
Nacional de Direitos Humanos (PNDH-3)”, estando estruturado em seis eixos orientadores,
são eles: i. interação democrática entre Estado e sociedade civil; ii. desenvolvimento e direitos
humanos; iii. universalizar direitos em um contexto de desigualdades; iv. segurança pública,
acesso à justiça e combate à violência; v. educação e cultura em direitos humanos; e, vi.
direito à memória e à verdade. Especial destaque se dá ao quinto eixo, o qual dialoga com o
PNEDH, explicitando a necessidade da adoção da EDH nos âmbitos nacional, estadual,
distrital e municipal (BRASIL, 2010).
Segundo o PNDH-3,
A educação em Direitos Humanos, como canal estratégico capaz de produzir uma
sociedade igualitária, extrapola o direito à educação permanente e de qualidade.
Trata-se de mecanismo que articula, entre outros elementos: a) a apreensão de
conhecimentos historicamente construídos sobre Direitos Humanos e a sua relação
com os contextos internacional, nacional, regional e local; b) a afirmação de valores,
atitudes e práticas sociais que expressem a cultura dos Direitos Humanos em todos
os espaços da sociedade; c) a formação de consciência cidadã capaz de se fazer
presente nos níveis cognitivo, social, ético e político; d) o desenvolvimento de
processos metodológicos participativos e de construção coletiva, utilizando
linguagens e materiais didáticos contextualizados; e) o fortalecimento de políticas
que gerem ações e instrumentos em favor da promoção, da proteção e da defesa dos
Direitos Humanos, bem como da reparação das violações (BRASIL, 2010, p. 185).
Logo, reiterando a concepção da EDH contida nos documentos oficiais do
Governo Federal antecedentes, o Programa postula propostas de mudanças curriculares,
especialmente através da inclusão de temas como gênero e orientação sexual, bem como
acerca do reconhecimento e valorização das culturas indígena e afro-brasileira no âmbito do
ensino fundamental e médio. Quanto ao ensino superior, destaca em sua diretriz de número
79
19, “o fortalecimento dos princípios da democracia e dos Direitos Humanos” nas IESs e
demais instituições formadoras (BRASIL, 2010, p. 191). Desse modo, recomenda a
incorporação da temática da EDH nos cursos das diversas áreas do conhecimento, através da
elaboração de metodologias pedagógicas inter e transdisciplinares; criação de linhas de
pesquisa e áreas de concentração; programas e projetos de extensão universitária; fomento a
atividades das áreas de ensino, pesquisa e extensão por meio de agências de financiamento; e,
incentivo à formação continuada, bem como programas de pós-graduação em direitos
humanos (BRASIL, 2010).
À luz deste contexto, é aprovado o Parecer CNE/CP nº 8/2012, o qual compõe as
“Diretrizes Nacionais para a Educação em Direitos Humanos”, apresentando em seu relatório
os princípios base da EDH, são eles: i. Dignidade humana, estando relacionado a uma
concepção de existência humana fundada em direitos, isto é, perpassa sobre os conhecimentos
historicamente construídos sobre direitos humanos, de forma a fundamentar o Estado
democrático de direito e o reconhecimento destes no âmbito mundial e nacional; ii. Igualdade
de direitos, ligado a temas como a ampliação dos direitos civis, políticos, econômicos, sociais,
culturais e ambientais a todos os cidadãos e cidadãs, com vistas a sua universalidade, sem
distinção de cor, credo, nacionalidade, orientação sexual, biopsicossocial e local de moradia;
iii. Reconhecimento e valorização das diferenças e das diversidades, relativo ao
enfrentamento dos preconceitos e das discriminações, garantindo que diferenças não sejam
transformadas em desigualdades; iv. Laicidade do Estado, referindo-se à imparcialidade do
Estado diante dos conflitos e disputas do campo religioso, desde que não atentem contra os
direitos fundamentais da pessoa humana, fazendo valer a soberania popular em matéria de
política e de cultura, bem como temas referentes ao respeito à diversidade cultural religiosa do
País; v. Democracia da educação, ligado a processos que se desenvolvem continuamente por
meio da participação democrática, tangenciando os preceitos da liberdade, igualdade e
solidariedade, de forma a perpassar temas como a construção de condições de acesso e
permanência à educação; vi. Transversalidade, vivência e globalidade, tratando sobre o
desenvolvimento de atividades trabalhadas a partir do diálogo interdisciplinar, permitindo a
construção de valores relacionados a ética e envolva toda a comunidade acadêmica,
fortalecendo o diálogo entre as perspectivas locais, regionais, nacionais e mundiais das
experiências dos/as estudantes; e, vii. Sustentabilidade socioambiental, ligado ao estímulo do
respeito ao espaço público como bem coletivo e de utilização democrática através da
dimensão política da educação ao cuidado com o meio ambiente local, regional e global, isto
80
é, está comprometida com o incentivo e promoção de um desenvolvimento sustentável que
preserve a diversidade da vida e das culturas (BRASIL, 2012).
Nesse horizonte, determina às Instituições de Ensino Superior a inserção da EDH
enquanto princípio orientador do processo educativo e institucional, de modo a abranger as
esferas do ensino, pesquisa, extensão e gestão. Assim sendo, compartilhando dos pressupostos
do PNEDH e do PNDH-3, considera que no âmbito do ensino, deve-se traçar um diálogo
interdisciplinar de modo a contemplar as várias áreas do conhecimento, desenvolvendo-se
através de uma perspectiva crítica de currículo por meio de sua incorporação nos projetos
pedagógicos e demais atividades curriculares. Na pesquisa, se requisita uma política de
incentivo à realização de estudos e pesquisas, criando-se núcleos e grupos com foco em temas
como direitos humanos, relações de gênero, violência, segurança pública, diversidade cultural,
dentre outros; além da própria organização do acervo produzido. No que se refere à extensão,
relembra a necessidade dessas Instituições em atender as demandas provenientes dos
segmentos sociais em situação de exclusão e violação de direitos, movimentos sociais e a
própria gestão pública. Segundo as Diretrizes, “à IES cabe, portanto, o papel de assessorar
governos, organizações sociais e a sociedade na implementação dos Direitos Humanos como
forma de contribuição para a consolidação da democracia” (BRASIL, 2012, p. 16). Por fim,
na gestão, pondera que os direitos humanos devem ser incluídos na cultura e gestão
organizacional, isto é, deve ser incorporado tal perspectiva no âmbito da mediação e
reparação de conflitos e violações, em intervenções sociais e na representação sindical, em
conselhos, comitês e fóruns de políticas públicas (BRASIL, 2012).
Particularmente, sobre a extensão universitária, reconhece-se em âmbito da
“Política Nacional de Extensão” que a universidade deve apoiar o Estado na elaboração,
implementação e execução de políticas públicas. Para isso, a universidade, segundo esta
Política, deveria priorizar suas ações de extensão em alguns eixos temáticos mais amplos. Um
desses eixos, justamente, são os Direitos Humanos. Desse modo, tendo em vista o
fortalecimento deste pilar da Universidade, reafirma a necessidade na priorização de práticas
voltadas aos segmentos sociais, sendo “relacionadas com as áreas de Comunicação, Cultura,
Direitos Humanos e Justiça, Educação, Meio Ambiente, Saúde, Tecnologia e Produção,
Trabalho” (FORPROEX, 2012, p. 5). Com efeito, reconhece-se a importância e o
compromisso social da universidade, via extensão, na execução de ações que promovam e
disseminem os Direitos Humanos.
Constituindo-se enquanto mais um documento base da Educação em Direitos
Humanos, especialmente no que se refere à Educação Superior, surge em novembro de 2016 o
81
“Pacto Universitário pela Promoção do Respeito à Diversidade, da Cultura da Paz e dos
Direitos Humanos”, iniciativa da Secretaria Especial de Direitos Humanos do Ministério da
Justiça em parceria com o Ministério da Educação. O Pacto tem como objetivo fomentar a
elaboração, implementação, monitoramento e disseminação de atividades e projetos que se
direcionam à promoção e defesa dos direitos humanos fundamentais, como forma de
fortalecer a prática da EDH nas Instituições de Ensino Superior nas esferas do ensino,
pesquisa, extensão, gestão e convivência universitária e comunitária (BRASIL, 2016;
PIOVESAN; FACHIN, 2017). Além disso, parte do reconhecimento das IES enquanto lócus
da construção e disseminação de conhecimentos para a construção de uma cultura pautada nos
princípios dos direitos humanos. À vista disso, seu processo de elaboração contou com uma
consulta pública do texto, de modo a permitir que a sociedade civil organizada, representada
por meio de tais Instituições, pudessem contribuir com seu aperfeiçoamento.
Trata-se, em outras palavras, de uma iniciativa de fomento ao fortalecimento da
prática da educação em direitos humanos no âmbito das Instituições de Ensino Superior e de
Entidades Apoiadoras, considerando-a por meio da “inserção de conhecimentos, valores e
práticas convergentes com os Direitos Humanos em todos os níveis e modalidades da
educação nacional nos cursos de graduação e pós-graduação”, bem como nos Projetos
Político-Pedagógicos dos cursos das IES e no Planos de Desenvolvimento Institucionais
(BRASIL, 2016, p. 2).
Nessa perspectiva, assinala em seu acordo de cooperação a responsabilidade por
parte das IES com a incorporação da EDH, sendo esta dada através da aproximação entre as
instituições acadêmicas junto à comunidade, a inclusão de conhecimentos teóricos e práticos
relativos aos princípios dos direitos humanos nas esferas institucionais e no processo
educativo; cabendo ao representante da universidade a adesão voluntária a este instrumento,
não envolvendo a transferência de recursos financeiros entre os participantes. Assim, com “o
objetivo de apoiar IES para a implementação da Educação em Direitos Humanos para a
promoção e a defesa dos Direitos Humanos no âmbito da educação superior” (BRASIL, 2016,
p. 3), o Pacto prevê a adoção de alguns princípios, segundo os eixos de atuação destas
instituições.
Logo, na esfera do ensino, projeta-se a inclusão da temática dos direitos humanos
enquanto conteúdo preferencialmente obrigatório, complementar e adaptável no âmbito dos
projetos político-pedagógicos de todos os cursos e nas atividades curriculares, bem como da
promoção da formação continuada de docentes e técnicos-administrativos através de meios
presenciais e à distância; no âmbito da pesquisa, estimula-se a promoção de uma política de
82
apoio ao crescimento e fortalecimento de programas de pós-graduação em direitos humanos,
assim como o desenvolvimento de estudos e pesquisas em temas que perpassam as situações
de enfrentamento às violências e estereótipos que atingem diferentes grupos de atores na
sociedade; na extensão, visualiza-se o atendimento de demandas formativas e de intervenção,
realizadas através da aproximação com os segmentos sociais em situação de violência e
vulnerabilidade, movimentos sociais, instituições participativas e entidades de classe, além do
assessoramento de governos, organizações sociais e a própria sociedade no âmbito da
implementação e garantia dos direitos humanos; na esfera da gestão, delineia-se a
incorporação dos direitos humanos na cultura e gestão organizacional e institucional, tendo
em vista a mediação de conflitos e violações, dada através da instauração de ouvidorias e
comissões de direitos humanos e da participação em instituições participativas; e, no âmbito
da convivência universitária e comunitária, idealiza-se a conciliação de esforços que
assegurem a igualdade de oportunidades, a valorização e reconhecimento da diferença, a
consolidação de um ambiente pautado pela não violência (BRASIL, 2016).
Dentre suas principais diretivas, estão a realização de campanhas de sensibilização
do corpo docente, discente e funcionários; a formação de canais institucionais capacitados
para o recebimento, levantamento e apuração de denúncias relativas a violações de direitos; a
incorporação da EDH nos projetos político-pedagógicos dessas Instituições; a implementação
de ações no âmbito do reconhecimento e valorização de práticas de promoção e defesa dos
direitos humanos; e, o “estabelecimento de mecanismos institucionais dentro de cada
universidade para coordenar, fomentar e monitorar o cumprimento das medidas adotadas
mediante a criação de Comitês Gestores e de um Comitê Nacional” (PIOVESAN; FACHIN,
2017, p. 32).
Assim, após a adesão voluntária do representante da Instituição, esta deverá seguir
às seguintes atribuições:
a) realizar atividades em um ou mais eixos de atuação e linhas de ações
prioritárias, conforme as Cláusulas Primeira e Segunda do Acordo de
Cooperação, respectivamente; b) criar o Comitê Gestor responsável pela
coordenação, fomento e monitoramento do Pacto na IES nos termos na
Cláusula Quinta do Acordo de Cooperação; c) elaborar e implementar Plano
de Trabalho, em conformidade com os Eixos de Atuação e as Linhas de Ação
Prioritárias estabelecidas no Acordo de Cooperação; d) dar transparência e
permitir o monitoramento do Acordo no âmbito da IES; e) divulgar o
presente Acordo e as medidas adotadas em consequência de sua adesão, no
âmbito da comunidade acadêmica; e f) prestar informações referentes ao
presente Acordo solicitadas pela Comissão Nacional, por meio do Portal do
Pacto Universitário pela Promoção do Respeito à Diversidade, da Cultura de
Paz e dos Direitos Humanos (BRASIL, 2016, p. 2).
83
A partir daí a vigência do Pacto entra em vigor por meio da data de assinatura do
Termo de Adesão, sendo válida por um período de dois anos, podendo este ser prorrogado por
iguais e sucessivos períodos (BRASIL, 2016). Destaca-se que até dezembro de 2017, 326
instituições de ensino já estavam participando do Pacto, sendo que 80% estavam realizando
iniciativas e 20% estavam em fase de criação do Comitê Gestor. Dessas, “47 [eram]
universidades federais, 16 institutos federais, 30 universidades estaduais e municipais, 38
universidades privadas, 30 centros universitários e 165 faculdades”41.
Dessa forma, através da realização de um encontro de comemoração de um ano do
Pacto, em dezembro de 2017, que contou com a participação de 88 representantes de 67
instituições, foi possível verificar as principais motivações em relação à adesão do Pacto e as
principais características e dificuldades, dentre outras questões. Em relação às motivações,
destacam-se àquelas relacionadas ao momento histórico e político do país, sendo este marcado
pela crescente violação dos direitos humanos na região das instituições; àquelas relacionadas
com questões de saúde mental de alunos e docentes; à incorporação de cotas raciais; ao
reconhecimento da diversidade enquanto inerente a estes espaços; e, à atuação de professores
com a temática e linhas de pesquisa já existentes. No que se refere às principais características
e dificuldades, destacam-se as divergências políticas e ideológicas que podem surgir no
decorrer da implementação das ações e atividades do Comitê; e, a ausência de direcionamento
em algumas atividades. Para além disso, visualiza-se ainda a crítica em relação ao Pacto, uma
vez que foi visto em determinados momentos enquanto “uma forma de monitorar o que as
universidades estão fazendo” (BRASIL, 2017, p. 3), tendo em vista o contexto em que foi
lançado, isto é, em pleno governo interino e golpista. Faz-se necessário destacar que devido à
Instrução Normativa nº 01/2018 da Secretaria de Comunicação da Presidência da República,
não foi possível ter acesso aos boletins lançados pelo Ministério da Educação e do Ministério
da Justiça e Cidadania sobre o Pacto.
A partir de todo o exposto, verifica-se que apesar de se constituir enquanto uma
prática educativa recente, especialmente no contexto de países que passaram por períodos
ditatoriais, a EDH vem ganhando espaço através de marcos normativos que visam direcionar
as atividades educativas nos diferentes níveis de ensino, desde o formal ao informal, através
da interdisciplinaridade e da transversalidade de temas. Faz-se necessário destacar que, assim
como nos Sistemas Internacional e Interamericano, apresentamos apenas os marcos
normativos que consideramos serem fundamentais para a construção desta prática educativa
Disponível em: <http://portal.mec.gov.br/ultimas-noticias/202-264937351/58121-pacto-universitario-faz-umano-e-e-tema-de-encontro-nacional>. Acesso em 26 nov. 2018.
41
84
no país, não esquecendo àqueles que também influenciaram e influenciam em seu processo de
desenvolvimento, como por exemplo a Lei 7.716, de 5 de janeiro de 1989, que define os
crimes resultantes de preconceito de raça ou de cor; a Lei 8.069/1990, de 13 de julho de 1990,
que institui o Estatuto da Criança e do Adolescente; a Lei nº 9.795, de 27 de abril de 1999,
que determina a Política Nacional de Educação Ambiental; dentre outros42.
Desse modo, considerando o que foi apresentado nesse capítulo, observa-se que a
EDH trata de uma formação diferenciada que contempla questões sociais, fundamentos éticos
e jurídicos em prol dos direitos humanos, podendo ser incorporada em diferentes níveis de
ensino e áreas do conhecimento. Porém, é preciso reconhecer que se trata de um processo
educativo local e limitado, uma vez que, apesar de propor uma mudança cultural no âmbito do
respeito e garantia dos direitos humanos fundamentais, se reconhece que sua incorporação
exige uma predisposição por parte daqueles que consideram que a própria educação deve se
constituir como uma ferramenta de emancipação, de forma a superar a visão restrita relativa à
educação com vistas apenas ao mercado de trabalho.
A EDH está em processo de implementação e, com efeito, limita-se por não ser
satisfatoriamente integrada aos sistemas de ensino em geral, bem como devido a sua própria
natureza, visto que se encontra vinculada à dinâmica da democracia liberal burguesa, não
proporcionando uma mudança estrutural na sociedade. Cabe destacar, apesar das limitações
apontadas, que esta se constitui enquanto uma alternativa concreta e potencial, com vistas à
resistência aos avanços dos discursos e ações de ódio, como o racismo, o machismo e a
xenofobia.
42
Demais documentos podem ser visualizados no Apêndice B deste trabalho, o qual apresenta a cronologia dos
marcos normativos da Educação em Direitos Humanos nos contextos internacional, interamericano e nacional.
85
CAPÍTULO 2: A EDUCAÇÃO EM DIREITOS HUMANOS NA UNICAMP:
EVOLUÇÃO E CATEGORIZAÇÃO
Este capítulo tem como objetivo apresentar o cenário dos direitos humanos e da
educação em direitos humanos na Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), sob a
perspectiva da produção e disseminação de conhecimentos. Para tanto, será realizada uma
breve apresentação acerca do histórico da Universidade estudada43, bem como a exposição
dos dados quantitativos e qualitativos relativos aos projetos de pesquisa e práticas
extensionistas desenvolvidas entre o período de 2006 a 2017, sobre a temática dos direitos
humanos e da EDH. Tal período foi determinado com base na atualização e lançamento do
Plano Nacional de Educação em Direitos Humanos (BRASIL, 2007), contemplando também
uma perspectiva temporal acerca das práticas extensionistas realizadas antes e após o
lançamento da Política Nacional de Extensão Universitária (FORPROEX, 2012). Há, ainda, a
apresentação da categorização dos projetos e práticas mapeadas, sendo esta realizada com
base na metodologia desenvolvida por Laurence Bardin.
Quanto à seleção de tais projetos e práticas, contemplamos as divisões
institucionais que a própria universidade apresenta. Logo, analisaremos a pesquisa com base
nas produções científicas, considerando as dissertações e teses, artigos e livros publicados,
bem como os grupos, laboratórios e núcleos de pesquisa; e, a extensão como sendo os
projetos de extensão comunitária, eventos e cursos que almejam a interação entre a
universidade e a sociedade civil, abordando temas relacionados aos direitos humanos e, em
especial, à educação em direitos humanos. As fontes de dados utilizadas neste levantamento
podem ser verificadas no quadro abaixo.
43
A apresentação do histórico da Unicamp não pretende contemplar todo o processo de construção desta. Para
maior aprofundamento, ver Meneghel (1994) e Sanchez (1996).
86
Quadro 1 - Fontes de dados para o levantamento dos projetos de pesquisa e práticas
extensionistas desenvolvidos na Unicamp
Fontes de dados para o levantamento dos Projetos de Pesquisa
Sites dos Institutos e Faculdades da Unicamp
Sistema de Arquivos da Unicamp (SIARQ)
Portal do Sistema de Bibliotecas da Unicamp (SBU)
Anuário de Pesquisa da Unicamp
Sistema de Informação de Pesquisa e Extensão da Unicamp (SIPEX)
Fontes de dados para o levantamento das Práticas Extensionistas
1. Sites dos Institutos e Faculdades da Unicamp
2. Sistema de Arquivos da Unicamp (SIARQ)
3. Sites e documentos dos Órgãos da Pró-Reitoria de Extensão e Cultura da Unicamp (PROEC)
4. Projetos aprovados em editais da PROEC (Projetos de Extensão Comunitária - PEC) e do
Ministério da Educação (Programa de Extensão Universitária - PROEXT)
5. Catálogos dos cursos da Escola de Extensão da Unicamp (EXTECAMP)
6. Banco de dados da RTV - Jornal da Unicamp
Fonte: elaboração própria.
1.
2.
3.
4.
5.
Após a identificação das fontes de dados e, para a realização do levantamento
destes projetos e práticas, foram utilizadas as palavras-chave presentes no quadro 2 deste
capítulo. Estas foram determinadas de acordo com os princípios e diretrizes dos documentos
oficiais do Governo Federal que tratam diretamente sobre a educação em direitos humanos,
bem como através da literatura consultada sobre o tema44. Faz-se necessário destacar que a
escolha de tais palavras foi realizada de modo a contemplar variados temas relativos aos
direitos humanos, atribuindo especial atenção à própria EDH e aos fenômenos decorrentes da
violação de tais direitos45.
44
Tais documentos e literatura podem ser visualizados no capítulo 1 deste trabalho.
A intenção desta pesquisa exploratória foi realizar um mapeamento abrangente daquilo que foi desenvolvido
sobre direitos humanos e EDH na Unicamp. Dessa forma, optou-se por escolher palavras-chave genéricas que
apresentassem a produção de conhecimento nesta área, bem como os fenômenos decorrentes da violação de tais
direitos. Assim, ao se buscar pelas palavras “preconceitos/discriminações”, por exemplo, já foi possível
identificar produções relativas à temática de “raça/racismo”. O mesmo ocorre com a palavra
“violência/violações”. Contudo, instiga-se que demais pesquisas sejam realizadas nesta área, com vistas a
contemplar demais temas específicos e relativos aos direitos humanos.
45
87
Quadro 2 - Palavras-chave para o levantamento dos projetos de pesquisa e práticas
extensionistas
Palavras-chave
principais
Democracia
Cidadania
Direitos e deveres
Inclusão social
-
-
Democracia da
educação
Acesso e
permanência
Acessibilidade
-
-
-
Direito à cidade
Direito à moradia
Direito ao
transporte público
Diversidades e
regionalidade
-
-
Direito à justiça
Direito à verdade
Direito à memória
-
-
-
Direito de asilo
Proteção dos
refugiados
-
-
-
-
-
-
-
-
-
-
-
-
Direito a migrar
Palavras-chave secundárias
Direito ao meio
Educação
ambiente
socioambiental
Direito das Direito à convivência
Direito ao esporte e
crianças e dos
familiar e
ao lazer
adolescentes
comunitária
Direitos civis
Direito à liberdade
Direitos culturais Multiculturalismo
Direitos
econômicos
Direito ao
desenvolvimento
-
Direito à
diversidade
religiosa
Direito à
Combate ao
Direito ao trabalho
profissionalização trabalho escravo
Diversidade
cultural
-
Distribuição de
renda
Direitos e
garantias
Sujeito de direitos
fundamentais
Direitos humanos
Direitos
fundamentais
Dignidade humana
Dignidade da
pessoa humana
Direitos políticos
Direito a votar e ser
votado
-
-
-
-
Direitos sociais
Direito à educação
Direito à cultura
Direito à saúde
Direito à
alimentação
-
-
-
-
Cultura da paz
-
-
Violência contra a
mulher
Direitos LGBT
Direito à vida
Diversidades e
diferenças
geracionais
Educação em
direitos humanos
Gênero e
diversidades
Igualdade de
direitos
Laicidade do
Estado
Violações de
direitos
Direitos das
pessoas com
deficiência
Educação para os Educação e direitos
direitos humanos
humanos
Direitos da pessoa
idosa
Direitos humanos
das mulheres
Discriminação
contra a mulher
Direito à igualdade Direito à diferença Igualdade social Igualdade regional
-
Estado laico
-
-
-
-
Direitos violados
Combate às
violações
Preconceitos
Discriminações
Prevenção e
combate à tortura
Fonte: elaboração própria.
Destaca-se que após o levantamento dos dados, foi realizado uma interpretação e
análise dos projetos identificados à luz do debate teórico, permitindo traçar uma perspectiva
mais abrangente da realidade posta, sendo realizada com base em categorias analíticas
extraídas tanto através do eixo referente ao Ensino Superior do PNEDH e dos princípios
contidos nas DNEDH, quanto da própria literatura consultada. A análise categorial, segundo
Bardin (2004), trata-se de uma técnica cronologicamente antiga, sendo a mais utilizada. Esta
atua através do desdobramento do texto-base em categorias conforme “reagrupamentos
88
analógicos”; em outras palavras, diz respeito a uma investigação temática. Segundo a mesma
autora, o principal objetivo da categorização consiste em fornecer, através de uma
condensação, um retrato simplificado dos dados levantados:
“As categorias são rubricas ou classes, as quais reúnem um grupo de elementos (...)
sob um título genérico, agrupamento esse efetuado em razão das características
comuns destes elementos (...). Classificar elementos em categorias impõe a
investigação do que cada um deles tem em comum com outros” (BARDIN, 2004, p.
145-148).
Assim, a categorização realizada nesta dissertação se constitui enquanto um
processo de investigação estruturalista, sendo este realizado a partir de duas etapas: a primeira
delas referiu-se ao que Bardin denomina como “inventário”, a qual consiste no levantamento
e isolamento dos elementos; e, a segunda etapa tratou-se da “classificação”, que se refere à
repartição dos elementos por meio de uma organização categorial (BARDIN, 2004). Logo,
com base nos documentos e literatura supracitada, foram elaboradas as seguintes categorias:
Quadro 3 - Categorias analíticas dos projetos de pesquisa e práticas extensionistas
Categorias analíticas/Áreas temáticas
1.
Direito à cidade
2.
Direito à educação
3.
Direito à saúde
4.
Direito ao meio ambiente
5.
Direitos civis
6.
Direitos culturais e geracionais
7.
Direitos humanos e relações
internacionais
8.
Direitos humanos, justiça e memória
9.
Direitos políticos
10. Gênero, classe e raça
11. Laicidade do Estado
12. Tecnologia, produção e trabalho
Fonte: elaboração própria.
Descrição
Projetos que contemplam temas como o direito à moradia, à
mobilidade urbana e à ocupação de espaços públicos.
Projetos que contemplam temas como o acesso à educação
pública, à permanência e à inclusão escolar.
Projetos que contemplam temas como o acesso à saúde física e
mental.
Projetos que contemplam temas como o direito à preservação do
meio ambiente sadio, à educação socioambiental e à
sustentabilidade.
Projeto que contemplam temas como o direito à liberdade de
expressão e de ordem privada.
Projetos que contemplam temas como a preservação das
heranças culturais, o multiculturalismo e as relações entre
sujeitos de diferentes gerações.
Projetos que contemplam temas como o direito à migração, os
tratados internacionais de direitos humanos e as relações
relativas aos conflitos internacionais.
Projetos que contemplam temas como a memória ditatorial, a
relação entre direitos humanos e o Poder Judiciário e o
enfrentamento às violações de direitos.
Projetos que contemplam temas como o direito ao voto e de ser
votado, o direito à democracia e à participação social.
Projetos que contemplam temas como identidades,
discriminações, desigualdades e ações afirmativas.
Projetos que contemplam temas como a relação entre Estado e
religião.
Projetos que contemplam temas como a geração e distribuição
de renda, a autonomia econômica, a pobreza e o trabalho.
89
A partir destas e, seguindo a metodologia da análise de conteúdo concebida por
Bardin (2004), foi possível a categorização dos projetos de pesquisa e práticas extensionistas
em direitos humanos e em educação em direitos humanos desenvolvidos na Unicamp. Assim,
apresentaremos durante o capítulo 2 deste trabalho, uma compreensão mais ampla acerca do
tema estudado, de forma a sistematizar quanti e qualitativamente o que foi produzido e
realizado na Universidade estudada. Faz-se necessário destacar que no âmbito da análise
qualitativa, daremos maior ênfase aos projetos e práticas que foram considerados pertencentes
à área da educação em direitos humanos.
2.1 Um panorama sobre a Unicamp e os direitos humanos
A Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), fundada oficialmente em 5 de
outubro de 1966, se auto considera enquanto uma instituição jovem que conquistou uma forte
tradição e excelência no ensino, pesquisa e extensão46. Trata-se de uma autarquia de regime
especial, que se configura como uma instituição pública dotada de autonomia política,
administrativa, didática e científica em relação ao Estado, estando vinculada ao governo do
Estado de São Paulo.
De acordo com Castilho (2008), a criação desta universidade pública paulista se
destinava, em especial, para o desenvolvimento de setores de atividades inexistentes na
universidade brasileira. Assim, vigorava-se a perspectiva da multi e interdisciplinaridade,
onde a criação de sua estrutura radial se materializava por meio da busca pelo diálogo entre os
diferentes institutos, áreas e saberes. Ao mesmo tempo, havia ainda um ideal humboldtiano de
universidade, em que o núcleo de tal estrutura seria dedicado à pesquisa básica e à filosofia,
enquanto que o seu redor seria voltado à pesquisa tecnológica47. Tal intersecção foi projetada
tanto por meio da integração entre os prédios, quanto pela estruturação de sua área de
convivência.
A Unicamp, criada durante o período ditatorial, é um dos frutos da Reforma do
Ensino Superior de 1968, a qual pressupunha um modelo de modernização universitária que
buscava privilegiar na “estrutura seletiva, acadêmica e socialmente, o atendimento da
crescente demanda por acesso ao ensino superior” e que, devido à retração do ensino público
46
Disponível em: <https://www.unicamp.br/unicamp/node/64>. Acesso em 02 nov. 2018.
Trata-se de um modelo alemão organizado pelos princípios de Von Humboldt, o qual preconizava o primado
da pesquisa, da formação livre e da produção do saber (PEREIRA, PEREIRA; 2012). Para maior
aprofundamento sobre tal ideal, ver Castilho (2008).
47
90
de modo geral, tal Reforma também foi responsável pelo surgimento do ensino superior
privado de perfil empresarial (MARTINS, 2009, p. 15).
Faz-se necessário destacar que neste período de grandes violações dos direitos
humanos, a Unicamp, assim como demais universidades públicas como a USP e a UnB, em
especial, não foi poupada dos atos de vigilância, controle, repressão e terror, os quais se
instalaram por todo o campus durante todo o período militar através do clima de medo e
perseguição, conforme demonstra o relatório final da Comissão da Verdade e Memória
“Octávio Ianni” (UNICAMP, 2015). De acordo com tal documento, um dos principais
instrumentos repressivos direcionados à área educacional foi o Decreto-Lei n. 477, de 26 de
fevereiro de 1969, o qual traduzia em seus primeiros artigos os poderes relativos à
intimidação de professores, alunos e funcionários das universidades e demais instituições de
ensino:
1º Comete infração disciplinar o professor, aluno, funcionário ou empregado de
estabelecimento de ensino público ou particular que:
I - Alicie ou incite à deflagração de movimento que tenha por finalidade a
paralisação de atividade escolar ou participe nesse movimento;
II - Atente contra pessoas ou bens tanto em prédio ou instalações, de qualquer
natureza, dentro de estabelecimentos de ensino, como fora dele;
III - Pratique atos destinados à organização de movimentos subversivos, passeatas,
desfiles ou comícios não autorizados, ou dele participe;
IV - Conduza ou realize, confeccione, imprima, tenha em depósito, distribua
material subversivo de qualquer natureza;
V - Sequestre ou mantenha em cárcere privado diretor, membro de corpo docente,
funcionário ou empregado de estabelecimento de ensino, agente de autoridade ou
aluno;
VI - Use dependência ou recinto escolar para fins de subversão ou para praticar ato
contrário à moral ou à ordem pública.
§ 1º As infrações definidas neste artigo serão punidas:
I - Se se tratar de membro do corpo docente, funcionário ou empregado de
estabelecimento de ensino com pena de demissão ou dispensa, e a proibição de ser
nomeado, admitido ou contratado por qualquer outro da mesma natureza, pelo prazo
de cinco (5) anos;
II - Se se tratar de aluno, com a pena de desligamento, e a proibição de se matricular
em qualquer outro, estabelecimento de ensino pelo prazo de três (3) anos.
§ 2º Se o infrator for beneficiário de bolsa de estudo ou perceber qualquer ajuda do
Poder Público, perdê-la-á, e não poderá gozar de nenhum desses benefícios pelo
prazo de cinco (5) anos (BRASIL, 1969).
Assim, utilizando-se tanto das normas institucionais quanto do terrorismo do
Estado, a ditadura militar semeava, nas universidades e por todo o tecido social, o medo
através de seus aparatos repressivos. Havia ainda o Serviço Nacional de Informações (SNI),
que controlava uma rede de informações, informantes e infiltrados policiais em todas as
instituições públicas, tendo como os estudantes universitários os primeiros de sua lista
(UNICAMP, 2015). Dessa forma, como demonstra Toledo (2015, p. 12), durante tal período
91
“a Unicamp não foi uma ilha”: professores da comunidade acadêmica foram ameaçados de
morte; um deles, preso e torturado; e, em relação aos estudantes, alguns foram presos e
torturados durante os anos 1970.
Após a redemocratização, vestígios da ditadura ainda podem ser encontrados na
Universidade, como o próprio estatuto universitário vigente, que apesar de tentar preservar
um ideal humanista, pouco mudou desde o regime militar. Têm-se, desse modo, em seu artigo
2º, que a orientação da Universidade deve se dar através da:
função pública da pesquisa e do ensino laico e independente de injunções
econômicas, políticas, ideológicas ou confessionais, reafirmando sua vocação para
produzir e transmitir conhecimento para a formação do pensamento crítico, o
espírito empreendedor e a cultura da liberdade e pluralismo, com vistas a contribuir
para a vida intelectual, científica, cultural, econômica, política e social do país e fora
dele.
§ 1º. Como princípios de atuação, a Universidade Estadual de Campinas afirma a
liberdade acadêmica de ensino e de pesquisa, tanto no que concerne aos temas
quanto aos métodos e procedimentos, bem como estabelece sua política cultural, de
extensão, de desenvolvimento e inovação, referidos aos valores éticos da liberdade,
igualdade, justiça, à democracia e aos direitos fundamentais (...) (UNICAMP, 2015,
p. 1, grifos da autora).
Atualmente, a Universidade conta com 34.652 alunos, sendo estes matriculados
em 66 cursos de graduação e 153 programas de pós-graduação. Tais cursos são oferecidos nos
campi dos municípios de Campinas, Limeira e Piracicaba48. Quanto à sua organização –
política, administrativa, didática e de pesquisa -, a Unicamp “é constituída por Institutos e por
Faculdades definidos pelo conjunto de seus Departamentos, pelo Hospital de Clínicas e pelos
Órgãos Complementares” (UNICAMP, 2015, p. 1). Estes órgãos são destinados aos assuntos
político-administrativos, como a reitoria e as pró-reitorias, diretorias e demais repartições;
também podendo se constituir como órgãos complementares destinados ao apoio ao ensino, à
pesquisa e à extensão, como por exemplo, os laboratórios, centros e núcleos de pesquisa e
extensão, e a biblioteca central (UNICAMP, 2015).
Para além destas estruturas, há diversos conselhos e comissões, de variados níveis,
que são incumbidos pela elaboração de normas e aprovação de políticas institucionais da
Universidade. Como exemplo, citam-se as comissões/conselhos de ensino (graduação),
pesquisa (pós-graduação) e extensão, sendo esta última composta principalmente por
docentes, contando também com representantes de funcionários e discentes. Em relação ao
principal órgão deliberativo, tem-se a Congregação, que se constitui de membros docentes,
discentes e de funcionários técnicos e administrativos (UNICAMP, 2015).
48
Disponível em: <http://www.unicamp.br/unicamp/alunos>. Acesso em 02 nov. 2018.
92
Há ainda o Conselho Universitário (CONSU), órgão deliberativo que se configura
enquanto a maior instância de decisão e normatização da Universidade, cuja responsabilidade
consiste em: “elaborar a política acadêmica, científica, cultural e de prestação de serviços à
comunidade”, bem como aprovar (ou não) tópicos que sejam propícios à pesquisa científica, à
administração, ao ensino e à extensão, ao orçamento, além de seu corpo de funcionários,
dentre outros (UNICAMP, 2015, p. 1). Tal conselho se constitui pelo seu plenário, pela
Câmara de Ensino, Pesquisa e Extensão (CEPE) e pela Câmara de Administração. Em relação
à CEPE, esta tem como objetivo deliberar acerca da criação de cursos de extensão, sua
normatização e coordenação, bem como estabelecer normas relativas à obtenção de recursos
externos à Universidade, além de realizar pareceres sobre os convênios entre a Unicamp e
instituições externas. Cabe à Câmara de Administração a deliberação sobre os tópicos
relativos às políticas administrativas da Universidade, como os estatutos administrativos, os
planos orçamentários, dentre outros.
Quanto à coordenação e o estímulo às atividades de ensino, pesquisa e extensão,
temos a Pró-Reitoria de Graduação (PRG), a Pró-Reitoria de Pesquisa (PRP) e a Pró-Reitoria
de Extensão e Cultura (PROEC), respectivamente. Especificamente sobre a PRP, esta
considera em seu site institucional que a Universidade possui uma grande tradição em
pesquisa, sendo responsável por cerca de 8% de toda a produção científica brasileira. Este
resultado é explicado pela participação das atividades de pesquisa na vida universitária, visto
que:
Uma das mais importantes funções da Universidade é a formação de mão de obra
qualificada para atender as várias necessidades da sociedade brasileira. Para que essa
formação esteja alinhada com o estado da arte do conhecimento, a universidade
utiliza a pesquisa como um dos fatores de qualificação do ensino. Uma Universidade
que desenvolve pesquisa de alto nível renova, de forma constante, o ensino que é
ministrado aos estudantes das várias áreas de conhecimento. Isso permite que ela
cumpra outro papel relevante na sociedade, que é geração de conhecimento original
e inovador49.
Esta atuação da Unicamp no âmbito da pesquisa científica surge a partir de seu
projeto institucional de fundação que, de acordo com Brisolla et ali (1997, p. 192),
“contemplava explicitamente a disposição em contribuir para o desenvolvimento industrial,
interagir com a área empresarial e participar da resolução das questões tecnológicas do país”.
Segundo Castilho (2008), a Unicamp nasce imbuída em realizar pesquisa antes de qualquer
outra atividade.
49
Disponível em: <https://www.prp.unicamp.br/pt-br/pesquisa-na-unicamp>. Acesso 23 mai. 2018.
93
Em relação à Pró-Reitoria de Extensão e Cultura da Unicamp (PROEC)50,
considera-se que o conceito atribuído à extensão diz respeito àquele propagado pelo Fórum de
Pró-Reitores de Extensão (FORPROEX, 2012, p. 9), o qual compreende que este pilar, “sob o
princípio constitucional da indissociabilidade entre ensino, pesquisa e extensão, é um
processo interdisciplinar educativo, cultural, científico e político que promove a interação
transformadora entre universidade e outros setores da sociedade”.
A extensão na Unicamp, desse modo, tem buscado adotar as diretrizes do Plano
Nacional de Extensão, reiterando que o objetivo primeiro desta esfera consiste em:
(...) facilitar o contato de professores, funcionários e alunos com as demandas da
sociedade, através de cursos, eventos, projetos de ação solidária, difusão dos
resultados dos projetos de pesquisa, constituição de disciplinas práticas e estágios,
em um processo no qual a universidade opera em conjunto com as comunidades
buscando a superação de problemas e a realização de suas aspirações. Ao mesmo
tempo, alunos, professores e funcionários promovem a disseminação do
conhecimento gerado na Universidade e trazem novas demandas 51.
Assim, em relação à PRP, esta está incumbida em estabelecer uma política
científica na Universidade, por meio do incentivo à implementação de ações e condições
necessárias à realização da pesquisa, considerando-se todas as áreas do conhecimento. E,
quanto à PROEC, tem como missão a coordenação e estímulo às atividades de extensão e
cultura que, através do diálogo permanente, tenham aplicação nas comunidades da Região
Metropolitana de Campinas (RMC), assim como em demais localidades. Por conseguinte, tais
estruturas também devem ser vistas como responsáveis em relação ao estímulo à produção de
conhecimento e extensão em direitos humanos e em educação em direitos humanos na
Universidade, haja vista suas finalidades.
Em relação aos compromissos relativos à pauta dos direitos humanos, especial
destaque se dá às iniciativas de gestão que constam no quadro 4 deste capítulo. Tais ações
representam parte daquilo que foi ou vem sendo realizado na Unicamp sobre a temática
proposta. Para além destas, também podem ser destacadas a criação do Ambulatório de
Gênero na Infância; o Centro de Atenção Integral à Saúde da Mulher – CAISM; a Central de
Tradutores e Intérpretes de Língua de Sinais – TILS; os Comitês de Ética Científica; o Centro
de Integração e Inclusão Social – CIIS Guanabara; o Programa de Atendimento à Mulher
Vítima de Violência Sexual; o Serviço de Apoio ao Estudante – SAE; o Serviço de
50
Faz-se necessário destacar que a durante a realização desta pesquisa, a Pró-Reitoria de Extensão e Assuntos
Comunitários (PREAC) da Unicamp modificou sua denominação para Pró-Reitoria de Extensão e Cultura
(PROEC) da Unicamp.
51
Disponível em: <http://www.preac.unicamp.br/?page_id=5>. Acesso em 23 mai. 2018.
94
Assistência Psicológica e Psiquiátrica ao Estudante – SAPPE; e os Grupos de Trabalho que
tratam sobre temas relativos ao assédio, inclusão e boas práticas científicas, dentre outras.
Quadro 4 - Iniciativas e ações de gestão em direitos humanos na Unicamp
Ano
Unidade
Nome do Projeto
2004
PróReitoria de
Graduação
Criação do Programa de
Ação Afirmativa e
Inclusão Social - PAAIS
Reitoria
Grupo de trabalho para
elaborar proposta de
política e programa da
Unicamp para questões de
discriminação, assédio
sexual e preconceito
2007
Resumo
Se constitui enquanto o primeiro programa de ações
afirmativas sem cotas implantado em uma universidade
brasileira. Com o objetivo de ampliar a inclusão social de
alunos nos cursos de graduação, o Programa possibilita a
adição de pontos à nota dos candidatos no vestibular.
GT para elaboração de proposta de política e programa da
Universidade para questões de discriminação, assédio e
violência sexual e preconceito. Solicitação encaminhada
pelo Coletivo Feminista da Unicamp.
Trata-se de um programa direcionado aos estudantes que
cursaram o ensino médio em escolas públicas de
Campinas/SP. Para cada escola pública de ensino médio do
município é garantida uma vaga. Concluído o ProFIS, o
aluno pode ingressar, sem vestibular, em um curso de
graduação da Unicamp.
A Comissão tinha como objetivo promover o
esclarecimento dos fatos e circunstâncias das violações de
direitos humanos praticadas contra docentes, discentes e
funcionários da Universidade durante o regime militar
(1964-1985). O relatório final dos trabalhos da Comissão foi
divulgado em 1º de abril de 2015.
2011
Reitoria
Criação do Programa de
Formação Interdisciplinar
Superior (ProFIS)
2013
Reitoria
Criação da Comissão da
Verdade e Memória
“Octávio Ianni”
2016
Biblioteca
Central
Construindo a diferença
com a diferença: cartilha
de acessibilidade - Ciência
e Arte nas Férias
Construção de uma cartilha de acessibilidade às pessoas
com deficiência da comunidade interna e externa à
Unicamp.
Reitoria
Adesão ao Pacto
Universitário pela
Promoção do Respeito à
Diversidade, da Cultura da
Paz e dos Direitos
Humanos
O Pacto tem como objetivo fomentar a elaboração,
implementação, monitoramento e disseminação de
atividades e projetos que se direcionam à promoção e defesa
dos direitos humanos fundamentais, como forma de
fortalecer a prática da EDH nas Instituições de Ensino
Superior nas esferas do ensino, pesquisa, extensão, gestão e
convivência universitária e comunitária.
Reitoria
Grupo de Trabalho
responsável por elaborar
proposta de política para
combater discriminação de
gênero, assédio e violência
sexual na Unicamp
Grupo de Trabalho responsável por elaborar proposta de
política para combater discriminação de gênero, assédio e
violência sexual na Unicamp.
2016
2017
2017
Reitoria
2017
Reitoria
2018
Reitoria
Cátedra Sérgio Vieira de
Melo dos Refugiados
ONU/Unicamp
Aprovação das Cotas
Étnico-Raciais na
Unicamp
Criação do Observatório
de Direitos Humanos e
Para além de difundir o ensino universitário sobre temas
relacionados ao refúgio, a Cátedra também visa promover a
formação acadêmica e a capacitação de professores e
estudantes dentro desta temática. O trabalho direto com os
refugiados em projetos comunitários também é definido
como uma grande prioridade.
Adoção de um sistema de cotas étnico-raciais que reserva
25% das vagas disponíveis para candidatos autodeclarados
pretos e pardos e a criação do Vestibular Indígena.
O Observatório dos Direitos Humanos da Unicamp é um
ambiente virtual (site) de referenciamento de todas as
95
Diversidades da Unicamp
pesquisas, atividades de ensino, extensão e gestão realizadas
pela universidade no campo dos direitos humanos. Seu
objetivo é oferecer apoio à divulgação das atividades
desenvolvidas por iniciativa de diferentes unidades, grupos
de pesquisa e pesquisadores, realizar ações educativas
segundo as diretrizes nacionais e internacionais de educação
em Direitos Humanos e servir de canal de comunicação com
a comunidade interna e externa.
Fonte: elaboração própria a partir da base de dados do Sistema de Arquivos da Unicamp (SIARQ).
Destaca-se ainda o Arquivo Edgard Leuenroth (AEL), que iniciou suas atividades
em 1974 com a chegada de documentos impressos relativos aos registros históricos da
sociedade. A partir da redemocratização, foram incorporados em tal Arquivo:
documentos relativos aos chamados novos movimentos sociais (feminista,
homossexual, estudantil etc.), à repressão política sob a ditadura militar (19641985), à formação da opinião pública, à história cultural e agrária do Brasil
republicano, bem como documentos produzidos no século XIX, adquiridos da
Fundação Biblioteca Nacional e de instituições congêneres. Recentemente, com o
apoio de agências de fomento, o Arquivo passou a receber a custódia de importantes
acervos documentais ligados à história da colonização na América Latina, África e
Ásia52.
Esta ampliação reflete os interesses temáticos, bem como a expansão dos
programas de Pós-graduação do Instituto de Filosofia e Ciências Humanas da Unicamp
(IFCH). Além de tal acervo, há de se enfatizar os processos relativos à adoção e
implementação das cotas étnico-raciais na Universidade, tendo em vista o contexto em que
foram aprovadas.
O debate por ações afirmativas na Unicamp surgiu no início dos anos 2000
através da discussão acerca da responsabilidade da universidade pública em promover a
inclusão social. Foi a partir deste momento em que foram criadas duas políticas de ações
afirmativas implementadas na universidade: o Programa de Ação Afirmativa e Inclusão Social
(PAAIS) em 2004 e o Programa de Formação Interdisciplinar Superior (ProFIS) em 2011,
como podem ser vistas no quadro acima. Tais políticas ficaram conhecidas por representar a
tentativa da Universidade em desenvolver um ingresso mais democrático no âmbito do ensino
superior.
Em 2016, os movimentos estudantis passaram a questionar as instâncias
deliberativas da Universidade que assumiam as decisões administrativas. Foi nesse momento
que alguns programas de Pós-Graduação passaram a formalizar a reserva de vagas dentro de
seus institutos, como o Instituto de Filosofia e Ciências Humanas (IFCH), o Instituto de
52
Disponível em: <https://www.ael.ifch.unicamp.br/acervo>. Acesso em 06 nov. 2018.
96
Economia (IE), a Faculdade de Educação (FE) e o Instituto de Estudos da Linguagem (IEL),
que em 2017 já tinham aprovado a implementação de uma política de cotas.
Assim, a partir do desenvolvimento de uma greve estudantil que surgiu em 2016 e
demandava dentre outras pautas a formulação de uma política de cotas na Unicamp, o debate
passou a se tornar importante dentro das reuniões do CONSU. O Núcleo de Consciência
Negra (NCN), a Frente Pró-Cotas e os grupos organizados do movimento estudantil passaram
a atuar mais frequentemente nessas reuniões, pressionando para que houvesse um maior
debate sobre o tema, que acabou por incentivar os conselheiros de tal Conselho a instituir um
grupo de trabalho responsável53 pela organização das audiências públicas para debater a
política de cotas na Unicamp (denominado de GT-Cotas).
A partir da instituição de tal GT, foram realizadas três audiências públicas,
compreendidas entre outubro e dezembro de 2016, que eram divididas inicialmente pela
exposição de professores universitários (da Unicamp e de outras instituições) e,
posteriormente, pelas sessões plenárias abertas à participação do público. De forma geral,
podemos dizer que as três audiências sintetizaram os argumentos e debates históricos que se
apresentam quando se considera a temática das cotas étnico-raciais. Buscou-se combater,
sobretudo, a ideia de que a implementação de tais políticas desvirtua o ethos do mérito
acadêmico; pelo contrário, foi apontado por meio de evidências científicas e empíricas que a
diversidade nas instituições acadêmicas é, em si mesmo, um critério de avaliação da
qualidade, trazendo também à tona a questão da diversidade epistemológica. Tocou-se em
temas como permanência estudantil como questão integrada à implementação de cotas. O
contexto internacional e nacional evidenciou, segundo os debates das audiências, atraso por
parte da Unicamp nestas questões. Com efeito, as políticas de bonificação, como o PAAIS,
foram consideradas insuficientes. Conformou-se, assim, as bases do debate para que a
política, efetivamente, pudesse ser criada, detalhada e implementada.
Em relação à adesão ao “Pacto Universitário pela Promoção do Respeito à
Diversidade, da Cultura da Paz e dos Direitos Humanos”, esta foi realizada em 19 de outubro
de 2017 pelo então reitor Marcelo Knobel, em conjunto com a assinatura da Cátedra Sérgio
Vieira de Mello, junto ao Alto Comissariado das Nações Unidas para Refugiados54
A Portaria GR-050/2016, datada de 06/09/2016, institui o grupo responsável por organizar as Audiências
Públicas. Disponível em: <https://www.pg.unicamp.br/portarias.php?ano=2016&pagina=2>. Acesso em: 06 nov.
2018.
53
Disponível em: <https://www.unicamp.br/unicamp/ju/noticias/2017/10/19/unicamp-assina-catedra-pararefugiados-e-pacto-universitario-em-direitos>. Acesso em 26 nov. 2018.
54
97
(ACNUR/ONU). A partir daí uma série de ações passaram a ser planejadas e realizadas,
incluindo a submissão de um projeto ao edital nº 38/2017, lançado em agosto deste mesmo
ano, por meio de uma parceria entre a Fundação Capes e a Secretaria de Educação
Continuada, Alfabetização, Diversidade e Inclusão (SECADI), do Ministério da Educação. O
edital tinha como objetivo estimular e fomentar projetos dedicados à temática da “Educação
em Direitos Humanos e Diversidades” no âmbito das Instituições de Ensino Superior,
contemplando diferentes modalidades de apoio, como bolsas de iniciação científica, mestrado
e pós-doutorado (BRASIL, 2017). Nesta oportunidade, foi proposta a criação de um
Observatório dos Direitos Humanos e Diversidades da Unicamp.
Apesar da não aprovação no edital, e tendo em vista a criação de um Comitê
Gestor do Pacto, a institucionalização do Observatório55 passou a ser a principal ação a ser
concretizada. Assim, após a realização de diversas atividades, como a participação junto ao
Guia do Ingressante 201856; a divulgação de artigos sobre direitos humanos no Jornal da
Unicamp57; a produção de uma série de vídeos intitulada “Diálogos Direitos Humanos”58; a
realização de visitas às unidades da Unicamp para a apresentação do Pacto e recolhimento de
demandas; o oferecimento de um curso de 40 horas para alguns funcionários da Universidade,
intitulado “Direitos Humanos na Atualidade”; a criação de uma página na rede social
Facebook para o Observatório59; a realização de um simpósio “Unicamp Direitos Humanos:
pesquisas e ações”60, que permitiu conhecer o que vem sendo realizado na Unicamp sobre a
temática, incluindo ações de gestão e convivência; a realização de campanhas contra a
intolerância; e, a participação dos membros de tal Comitê em palestras e seminários na
Unicamp e externos à ela, foi possível manter a proposta do Observatório, o qual foi criado
oficialmente através da Resolução GR nº 46, em 29 de novembro de 2018.
Através desta resolução, o Observatório tem como competências:
I. Apoiar a educação formal e informal em direitos humanos de todos os segmentos
que atuam na universidade: alunos, professores, funcionários; II. Estimular o
respeito aos direitos humanos na pesquisa, ensino, extensão, gestão e convívio; III.
Difundir informações e iniciativas a partir das pesquisas, estudos, projetos de
extensão e cursos realizados na Unicamp para auxiliar o fortalecimento do debate
dos direitos humanos na sociedade; IV. Auxiliar na resposta a consultas de
55
Portaria GR nº 19/2018, de 15. 03. 2018.
Disponível em: <https://www.calouros.sae.unicamp.br/index.php/a-unicamp-e-o-sae/pacto-direitos-humanos>.
Acesso em 05 dez. 2018.
57
Disponível em: <https://www.unicamp.br/unicamp/ju/artigos/direitos-humanos>. Acesso em 05 dez. 2018.
58
Disponível em: <https://www.unicamp.br/unicamp/noticias/2018/11/08/dialogos-direitos-humanos-fechatemporada-2018>. Acesso em 05 dez. 2018.
59
Disponível em: <https://www.facebook.com/ODH.Unicamp/>. Acesso em 05 dez. 2018.
60
Disponível em: <http://www.evento.odh.unicamp.br/simposio2018/>. Acesso em 05 dez. 2018.
56
98
diferentes órgãos da universidade; V. Elaborar o seu Regimento Interno
submetendo-o ao Conselho Universitário61.
Refere-se, nesse sentido, de uma iniciativa recente que pode se constituir
enquanto objeto de pesquisa para futuros estudos62. Assim, de modo geral, no âmbito da
educação em direitos humanos, pode-se dizer que tais ações e atividades são estímulos às
discussões relativas aos direitos humanos, bem como iniciativas que promovem o
evidenciamento e recuperação de uma memória social e histórica que ainda permanecem
precárias. Trata-se, portanto, de uma universidade de pesquisa que tem muito a contribuir para
com a EDH, mas que em matéria de políticas institucionais específicas em DH, considerandose ainda seu estatuto vigente, está obsoleta.
Nas próximas subseções abordaremos os dados quanti e qualitativos acerca das
produções científicas e das práticas extensionistas em direitos humanos e educação em
direitos humanos na Unicamp.
2.1.1 A pesquisa em educação em direitos humanos na Unicamp
No que se refere à pesquisa em direitos humanos e em educação em direitos
humanos na Unicamp - considerando as palavras-chave supracitadas no início deste capítulo,
bem como o período consultado (2006-2017) -, identificamos um total de 428 produções
relativas às dissertações e teses, artigos e livros publicados, laboratórios, núcleos e grupos de
pesquisa, assim como projetos de pesquisa que contam com convênios externos à
Universidade, conforme podem ser visualizados no gráfico 1. A apresentação e identificação
destas produções será realizada a seguir.
61
Disponível em Resolução GR nº 46, de 29.11.2018.
Optou-se pela não realização de uma descrição e análise densa das atividades do Observatório pois este se
encontra em processo de constituição e institucionalização.
62
99
Gráfico 1 - Projetos de pesquisa em DH e EDH identificados na Unicamp (2006-2017)
Artigos
122
Dissertações
96
Livros
95
Teses
84
Núcleos de Pesquisa
11
Projetos de Pesquisa (convênios)
8
Grupos de Pesquisa
7
Laboratórios de Pesquisa
5
0
20
40
60
80
100
120
140
Fonte: elaboração própria.
Especificamente em relação às dissertações e teses, identificamos um total de 180
pesquisas desenvolvidas durante o período consultado. Verifica-se, desse modo, através do
gráfico 2, uma concentração da produção nas unidades das áreas das ciências humanas e
sociais aplicadas, como é o caso do Instituto de Filosofia e Ciências Humanas (IFCH),
Faculdade de Educação (FE) e Instituto de Economia (IE), respectivamente. De forma menos
significativa, apresentam-se algumas produções nas unidades das ciências exatas, como o
Instituto de Geociências (IG), Faculdade de Tecnologia (FT), Faculdade de Engenharia
Agrícola (FEAGRI) e Faculdade de Engenharia Civil, Arquitetura e Urbanismo (FEC),
respectivamente. Demais unidades como o Instituto de Biologia (IB), Instituto de Física
(IFGW), Instituto de Matemática, Estatística e Computação Científica (IMECC), Instituto de
Química (IQ), Faculdade de Ciências Farmacêuticas (FCF), Faculdade de Engenharia de
Alimentos (FEA), Faculdade de Engenharia Elétrica e de Computação (FEEC), Faculdade de
Engenharia Mecânica (FEM) e Faculdade de Engenharia Química (FEQ) não apresentaram a
produção de dissertações e teses em direitos humanos e/ou em educação em direitos humanos
no período consultado. Em outras palavras, verifica-se que os cursos das áreas das ciências
humanas e sociais apresentam maior produção acadêmica em relação à temática proposta se
comparado aos cursos das áreas das ciências exatas, tornando-se uma constante no âmbito da
pesquisa e da extensão, conforme ainda veremos no decorrer deste capítulo.
Quanto à distribuição de dissertações e teses nas unidades identificadas, verificase um certo equilíbrio na quantidade produzida em cada nível, representando, em algumas
situações, a continuidade da pesquisa desenvolvida, conforme pode ser observado abaixo:
100
Gráfico 2 - Dissertações e teses sobre DH e EDH por unidade da Unicamp (2006-2017)
Teses
Dissertações
Instituto de Geociências
5
3
Instituto de Filosofia e Ciências Humanas
42
33
4
Instituto de Estudos da Linguagem
5
8
Instituto de Economia
0
Instituto de Computação
12
1
2
2
Instituto de Artes
Faculdade de Tecnologia
0
Faculdade de Odontologia de Piracicaba
0
Faculdade de Enfermagem
0
2
1
3
1
Faculdade de Educação Física
Faculdade de Engenharia Civil, Arquitetura e
Urbanismo
0
Faculdade de Engenharia Agrícola
0
3
1
1
18
18
Faculdade de Educação
3
Faculdade de Ciências Médicas
0
Faculdade de Ciências Aplicadas
0
10
2
5
10
15
20
25
30
35
40
45
Fonte: elaboração própria.
Em relação à disposição de tais pesquisas por ano, verifica-se a ausência de
dissertações e teses durante alguns anos em determinadas unidades e o predomínio constante
em outras. Como exemplos do primeiro caso, citam-se a Faculdade de Engenharia Agrícola,
Faculdade de Engenharia Civil, Arquitetura e Urbanismo, Faculdade de Odontologia de
Piracicaba e Instituto de Computação; e, no segundo caso, o Instituto de Filosofia e Ciências
Humanas, Faculdade de Educação, Instituto de Economia e Instituto de Estudos da
Linguagem, respectivamente. Estas últimas unidades, como já visualizado anteriormente,
apresentam as maiores quantidades de produção de conhecimento em direitos humanos e/ou
EDH identificadas.
101
Tabela 3 - Dissertações e teses por ano, segundo a unidade de vinculação (2006-2017)
2009
2010
2011
2012
2013
2014
2015
2016
2017
1
3
3
1
3
-
1
-
1
2
1
1
-
2
1
-
1
1
1
1
2
1
4
1
20
9
4
4
6
6
6
9
9
8
7
8
6
75
1
-
3
1
-
1
4
-
5
-
1
-
1
1
4
-
1
7
-
5
-
4
-
3
2
1
2
1
3
3
-
3
1
1
1
-
8
2
13
36
1
-
-
1
-
-
-
-
-
-
-
-
-
1
-
1
-
-
1
-
1
-
-
1
-
1
2
-
-
-
4
3
-
-
-
-
-
-
-
-
-
1
-
-
1
8
11
11
18
12
13
1
23
16
17
16
1
19
16
2
180
2007
Instituto de Artes
Instituto de Computação
Instituto de Economia
Instituto de Estudos da Linguagem
Instituto de Filosofia e Ciências
Humanas
Instituto de Geociências
Faculdade de Ciências Aplicadas
Faculdade de Ciências Médicas
Faculdade de Educação
Faculdade de Engenharia Agrícola
Faculdade de Engenharia Civil,
Arquitetura e Urbanismo
Faculdade de Educação Física
Faculdade de Enfermagem
Faculdade de Odontologia de
Piracicaba
Faculdade de Tecnologia
Total Geral
Fonte: elaboração própria.
Total
Geral
2006
Unidade
2008
Ano
5
-
1
1
2
Com referência à categorização de tais pesquisas, têm-se a predominância de
temas como “gênero, classe e/ou raça” (54 pesquisas), “direitos humanos, justiça e memória”
(25 p.), “tecnologia, produção e trabalho” (24 p.) e, “direito à educação” (21 p.),
respectivamente. Demais temas também estão presentes no levantamento, conforme descrito
na tabela 2. Há, ainda, a categorização das pesquisas sendo estas pertencentes à área dos
direitos humanos (175 p.) e aquelas que dizem respeito sobre a temática da educação em
direitos humanos (5 p.). Ressalta-se que o critério para a classificação dos projetos e práticas
extensionistas como “EDH” foi a demonstração do foco na questão da formação educativa
dos sujeitos.
102
Tabela 4 - Categorização das dissertações e teses por tema (2006-2017)
Categorias/Temas
Direito à cidade
Direito à educação
Direito à saúde
Direito ao meio ambiente
Direitos civis
Direitos culturais e geracionais
Direitos humanos e relações internacionais
Direitos humanos, justiça e memória
Direitos políticos
Gênero, classe e raça
Laicidade do estado
Tecnologia, produção e trabalho
Total geral
Fonte: elaboração própria.
Total
Geral
12
21
9
5
1
8
15
25
3
54
3
24
180
DH
EDH
12
19
9
2
1
8
15
25
3
54
3
24
175
2
3
5
Em relação às cinco teses e dissertações em EDH, temos a predominância do tema
“direito ao meio ambiente” (3 p.), em que o foco se dá sobre o estudo da formação de
professores e estudantes, bem como da comunidade local, enquanto multiplicadores
comprometidos com a proteção do meio ambiente e a sustentabilidade. Tratam-se de
pesquisas desenvolvidas na Faculdade de Tecnologia (FT) e no Instituto de Geociências (IG)
da Unicamp, sendo 2 dissertações e 1 tese de doutorado.
A primeira dissertação a ser destacada refere-se à pesquisa intitulada “Estudos
sobre Tecnologia Social e Educação Ambiental Crítica: Possíveis caminhos para construção
de outra sociedade”, desenvolvida por Gaspar (2012) no âmbito da Faculdade de Tecnologia
(FT). O autor em questão reflete acerca do papel da Tecnologia Social enquanto ferramenta
contributiva para a prática da Educação Ambiental. Em outras palavras, evidencia-se o fator
estratégico na construção de ambas as políticas como meio de se potencializar ações de
emancipação social e empoderamento de atores sociais historicamente excluídos. Trata-se,
dessa forma, de um campo a ser considerado no âmbito dos processos de construção de novos
processos educativos que viabilizem empreendimentos solidários, com foco sobre a educação
socioambiental. Tais práticas, segundo o autor, pressupõe enquanto premissa básica a
conquista e ocupação de espaços democráticos de tomadas de decisão.
A segunda dissertação tem como título “Educação ambiental e o empoderamento
da pessoa com deficiência na universidade", desenvolvida por Guerra (2016), também na
Faculdade de Tecnologia (FT). Nesta, a autora discute a potencialidade das ações relativas à
Educação Ambiental enquanto “metodologia de intervenção para inclusão, permanência e
acessibilidade à universidade” (GUERRA, 2016, p. 10). Nesse sentido, considera a
necessidade de transformar a universidade enquanto um ambiente cada vez mais inclusivo,
103
sendo este destituído de pré-conceitos em relação às diferenças. Diz respeito, portanto, de
uma pesquisa que se fundamentou por meio da verificação de ações implementadas na
Unicamp com vistas à inclusão de pessoas com deficiência e, para além disso, apontou
possíveis ações a serem implementadas em prol desta pauta.
A tese de doutorado relativa à temática do “direito ao meio ambiente” apresenta
como título “Formação de professores para o estudo do ambiente: projetos escolares e a
realidade socioambiental local”, escrita por Santos (2006), no âmbito do Instituto de
Geociências (IG). Tal pesquisa teve como objetivo “investigar o desenvolvimento de projetos
escolares de educação socioambiental realizados a partir da formação continuada de
professores em exercício” (SANTOS, 2006, p. 12). Dessa forma, a autora considera que o
desenvolvimento de projetos na área de educação socioambiental trouxe contribuições
significativas para com a construção de novas concepções práticas pedagógicas, tendo em
vista as implicações destas para com o entendimento acerca da qualidade de vida, bem como
relativas à “reformulação de valores éticos e morais, individuais e coletivos, e à formação da
cidadania” (p. 210).
Quanto às duas teses e dissertações relativas à temática do “direito à educação”,
estas foram desenvolvidas no âmbito da Faculdade de Educação (FE), onde o foco se deu
sobre a construção da cultura da paz enquanto fundamento do processo educativo e, acerca da
violência na escola, tratando especificamente sobre o bullying e o direito à diferença.
Em relação à dissertação, esta intitula-se como “Bullying e diferenças = a busca
por um olhar ampliado”, sendo desenvolvida por Batista (2011). Tal pesquisa problematiza o
fenômeno do bullying através de uma análise crítica relacionando-o às diferenças na escola.
Assim, a autora considera tal fenômeno como uma forma de violência que ultrapassa os
muros da escola, tendo em vista o meio sociocultural e estando intrinsecamente relacionado às
“manifestações de desrespeito e pré-conceitos que a sociedade atribui ao outro, a partir de um
padrão que valoriza alguns e desvaloriza os “diferentes”, causando por sua vez as injustiças e
desigualdades nas relações cotidianas” (BATISTA, 2011, p. 152). Trata-se, em outras
palavras, de uma ação que retrata a desigualdade em relação aos que não são culturalmente
valorizados, considerando-se o padrão social predominante.
E, com relação à tese, esta tem como título “A construção da paz como meta do
processo educativo”, escrita por Carvalho (2011). A autora em questão analisa o
conhecimento de docentes em relação à cultura de paz, à educação para paz e a educação de
valores, com vistas à “elaboração de um programa de formação continuada para docentes que
consideram a construção da paz como meta do processo educativo” (BATISTA, 2011, p. 11).
104
Verifica-se, a partir de tais pesquisas, que o tema relativo à EDH é perpassado de
forma direta e indireta, a depender do objetivo traçado pelo autor. No âmbito do “direito à
educação”, nota-se maior correspondência em relação à EDH, enquanto que no tema do
“direito ao meio ambiente”, tratam de forma mais indireta. Apesar disso, em relação às
pesquisas encontradas na área, estas condizem com àquilo que fora apresentado no âmbito do
capítulo 1 desta dissertação, em que o foco se dá sobre as ações de pesquisa relativas ao
ensino e à promoção de valores relativos aos direitos humanos, à diversidade e à educação.
No que concerne aos artigos e livros, têm-se um total de 217 produções. Tais
publicações, conforme pode ser visto na tabela 3, se intensificam conforme o passar dos anos,
havendo também, a contemplação de diferentes temáticas relativas aos DH e à EDH, podendo
ser observado na tabela 4.
Tabela 5 - Artigos e livros publicados sobre DH e EDH por ano (2006-2017)
2009
2010
2011
2012
2013
2014
2015
2016
2017
Artigo
4
2
Livro
4
1
Total
8
3
Geral
Fonte: elaboração própria.
2008
2007
Tipo
2006
Anos
Total Geral
3
5
3
5
7
4
2
4
9
2
8
15
16
12
15
9
29
16
24
18
122
95
8
8
11
6
11
23
28
24
45
42
217
As principais temáticas se referem às questões de “gênero, classe e/ou raça” (90
artigos e livros), “tecnologia, produção e trabalho” (32 art./liv.), “direito à educação” (27
art./liv.), “direitos humanos, justiça e memória” (25 art./liv.), e “direitos humanos e relações
internacionais” (21 art./liv.), respectivamente. Em relação à produção específica sobre a EDH,
têm-se um total de 6 artigos/livros, contemplando os temas relativos ao “direito à educação”
(3 art./liv.), “gênero, classe e raça” (2 art./liv.) e “direito ao meio ambiente” (1 art./liv.).
105
Tabela 6 - Categorização dos artigos e livros por tema (2006-2017)
Categorias/Temas
Direito à cidade
Direito à educação
Direito à saúde
Direito ao meio ambiente
Direitos civis
Direitos culturais e geracionais
Direitos humanos e relações internacionais
Direitos humanos, justiça e memória
Direitos políticos
Gênero, classe e raça
Laicidade do Estado
Tecnologia, produção e trabalho
Total Geral
Fonte: elaboração própria.
Total Geral
2
28
4
1
2
9
21
25
3
90
32
217
DH
2
25
4
2
9
21
25
3
88
32
211
EDH
3
1
2
6
Em relação à produção relativa ao “direito à educação”, identificam-se estudos
relativos ao ensino da filosofia e sua ligação com a cidadania, bem como estudos relativos à
própria educação em direitos humanos. No que se refere à temática de “gênero, classe e raça”,
temos as questões de gênero e suas desigualdades no âmbito escolar e, com relação ao “direito
ao meio ambiente”, a ligação entre a educação ambiental e a promoção da dignidade da
pessoa humana.
Para além de tais pesquisas e produções acadêmicas, foi possível realizar a
identificação de laboratórios, grupos e núcleos de pesquisa que tratam direta e indiretamente
sobre direitos humanos e EDH, como já mencionado anteriormente. Verifica-se, desse modo,
sua distribuição por unidade no quadro abaixo63, o qual apresenta uma maior predominância
de tais grupos nas unidades que também possuem uma maior quantidade de produção de
dissertações e teses sobre esta temática, são elas: Instituto de Filosofia e Ciências Humanas e
Faculdade de Educação.
63
Ressalta-se que, alguns dos laboratórios, núcleos e grupos de pesquisa identificados, foram criados em outros
períodos para além daquele consultado, ou seja, alguns desses já existiam anteriormente à 2006.
106
Quadro 5 - Grupos, núcleos e laboratórios de pesquisa da Unicamp
Unidade
vinculada
Faculdade de
Ciências
Aplicadas
Faculdade de
Ciências
Aplicadas
Faculdade de
Ciências
Aplicadas
Faculdade de
Educação
Faculdade de
Educação
Faculdade de
Educação
Faculdade de
Educação
Faculdade de
Engenharia de
Alimentos
Faculdade de
Educação
Física
Faculdade de
Educação
Física
Faculdade de
Tecnologia
Instituto de
Economia
Instituto de
Economia
Instituto de
Filosofia e
Ciências
Humanas
Instituto de
Filosofia e
Ciências
Humanas
64
Grupo/Núcleo/Laboratório de
Pesquisa
Núcleo de Estudos de População
“Elza Berquó” (NEPO)
Núcleo de Estudos de Políticas
Públicas (NEPP)
Núcleo de Estudos Estratégicos
(NEE)
Núcleo de Estudos e Pesquisas
Ambientais (NEPAM)
Categorização/Tema64
DH
Direito à cidade
X
Direito à cidade
X
Direitos humanos, justiça e
memória
X
Direito ao meio ambiente
X
Laboratório de Promoção e
Educação em Saúde (LAPES)
Direito à saúde
X
Laboratório de Estudos do Setor
Público (LESP)
Tecnologia, produção e trabalho
X
Laboratório de Ergonomia, Saúde e
Trabalho (ERGOLAB)
Direito à saúde
X
Laboratório de Estudos e Pesquisas
em Ensino e Diferença (LEPED)
Grupo de Estudos e Pesquisa em
Educação e Diferenciação SócioCultural (GEPEDISC)
Grupo de Estudo Interdisciplinar em
Sexualidade Humana (GEISH)
Grupo de Estudos Educação para a
Paz e Tolerância (GEEPAZ)
Direito à educação
X
Direito à educação
X
Direito à saúde
X
Direito à educação
X
Núcleo de Estudos e Pesquisas em
Alimentação (NEPA)
Direito à saúde
X
Grupo de Estudos e Pesquisa sobre
Violências (GEPEVS)
Direitos humanos, justiça e
memória
X
Grupo de Estudo e Pesquisa em
Políticas Públicas e Lazer (GEPL)
Direito à saúde
X
Laboratório de Pesquisa e Extensão
Ecoedu Ambiental (EcoEdu
Ambiental)
Núcleo de Economia Social, Urbana
e Regional (NESUR)
Centro de Estudos Sindicais e
Economia do Trabalho (CESIT)
EDH
Direito ao meio ambiente
X
Tecnologia, produção e trabalho
X
Tecnologia, produção e trabalho
X
Núcleo de Estudos de Gênero
(PAGU)
Gênero, classe e raça
X
Grupo de Estudos de Defesa e
Segurança Internacional
Direitos humanos e relações
internacionais
X
A categorização foi realizada conforme os temas das linhas de pesquisa, no entanto, se reconhece que cada
núcleo, centro e laboratório de pesquisa contemplam outros temas relativos aos direitos humanos, em especial no
que se refere ao NEPO e NEPP, os quais também atribuem maior foco sobre as questões relativas às políticas
públicas.
107
Instituto de
Filosofia e
Ciências
Humanas
Instituto de
Filosofia e
Ciências
Humanas
Instituto de
Filosofia e
Ciências
Humanas
Reitoria da
Unicamp
Grupo de Estudos sobre Conflitos
Internacionais (GECI)
Direitos humanos e relações
internacionais
X
Centro de Pesquisa em Etnologia
Indígena (CPEI)
Direitos culturais e geracionais
X
Centro de Estudos de Migrações
Internacionais (CEMI)
Direitos humanos e relações
internacionais
X
Núcleo de Informática Aplicada à
Educação (NIED)
Direito à educação
X
Total Geral
Fonte: elaboração própria.
20
3
Como forma de exemplificação, alguns desses grupos publicizam suas linhas de
pesquisa, conforme podem ser visualizadas abaixo. Tais linhas contemplam diferentes
temáticas acerca dos direitos humanos, inexistindo uma linha específica relativa à educação
em direitos humanos.
Tabela 7 - Linhas de pesquisa dos grupos/núcleos identificados
Ano de
criação da
linha
1982
Grupo/Núcleo
Linha de pesquisa
NEPO
Saúde reprodutiva e sexualidade
Temas específicos de políticas
públicas
Condições de vida da população,
pobreza e sua reprodução
População e ambiente
Forças Armadas, Estado e
Democracia
Desenvolvimento de interfaces,
dispositivos robóticos e material
de apoio para Educação Especial
Aspectos Socioeconômicos e
Tecnológicos da Agricultara
Familiar
Demografia e etnias
População e saúde
Família, gênero e população
Sexualidade
Segurança Pública
Caracterização e conservação da
biodiversidade
Dinâmicas sociais, demográficas,
políticas, territoriais e econômicas
da sustentabilidade
Políticas Públicas para Crianças e
Adolescentes
Sociologia Ambiental
Migrações, mobilidades
territoriais e transnacionalidade
1982
NEPP
1982
NEPP
1983
NEPO
1985
NEE
1987
NIED
1989
NEPA
1993
1993
1995
1999
2000
NEPO
NEPO
NEPO
PAGU
NEE
2007
NEPAM
2007
NEPAM
2008
NEPP
2008
NEPAM
2014
PAGU
Período
(início/término)
Situação
1982
Em andamento
1982
Em andamento
1982
Em andamento
1983
Em andamento
1985 - 2009
Finalizado
1987
Em andamento
1989
Em andamento
1993
1993
1995
1999
2000 - 2009
Em andamento
Em andamento
Em andamento
Em andamento
Finalizado
2007
Em andamento
2007
Em andamento
2008
Em andamento
2008
Em andamento
2014
Em andamento
108
2014
2014
PAGU
PAGU
2014
PAGU
2014
PAGU
2014
PAGU
2014
NEPA
Relações de trabalho
Saberes científicos
Teorias feministas, de gênero e
perspectivas disciplinares
Violência, tráfico de pessoas,
prisões, distribuição de justiça e
práticas jurídicas
Curso da vida e geração
Aspectos Socioeconômicos e
Tecnológicos da questão
alimentar
2014
2014
Em andamento
Em andamento
2014
Em andamento
2014
Em andamento
2014
Em andamento
2014
Em andamento
Fonte: elaboração própria.
Especificamente em relação aos grupos/laboratórios categorizados como EDH,
destacam-se três: i. o Laboratório de Estudos e Pesquisas em Ensino e Diferença (LEPED),
que tem como objetivo o planejamento e execução de atividades e projetos que visam
“eliminar barreiras educacionais que excluem crianças e jovens das escolas (...), concretizar
uma educação pautada no direito à diferença; fomentar novas perspectivas da educação
comum e especial”, com foco sobre os princípios dos direitos humanos e da inclusão e,
“propor e desenvolver projetos educacionais a partir de propostas originais e polêmicas”65; ii.
o Grupo de Estudos Educação para a Paz e Tolerância (GEEPAZ), que visa “desenvolver,
incentivar e orientar estudos, pesquisas e programas em Psicologia Genética, bem
como estabelecer e divulgar diretrizes e critérios que orientem profissionais da Educação em
suas atividades escolares de modo que sejam adequadas e comprometidas com a Educação
para a Paz e a Tolerância”66; e, iii. o Laboratório de Pesquisa e Extensão Ecoedu Ambiental
(EcoEdu Ambiental), que tem “como objetivo, através da educação ambiental, ajudar no
processo de inclusão social e na melhoria da educação no país”67.
Quanto aos tipos de financiamento identificados, apenas 8 pesquisas constam que
resultam de convênios entre a Universidade e demais instituições, dos quais 6 deles se referem
a projetos em parceria com a União Federal. Apenas uma das pesquisas conveniadas diz
respeito à educação em direitos humanos, tratando especificamente sobre a diversidade na
escola, sendo desenvolvida junto ao Núcleo de Estudos de Gênero (PAGU).
65
Disponível em: <https://www.leped.fe.unicamp.br/apresentacao>. Acesso em 16 nov. 2018.
Disponível em: <http://www.geepaz.com.br/?page_id=6>. Acesso em 16 nov. 2018.
67
Disponível em: <https://www.ft.unicamp.br/pt-br/laboratorio/ecoedu-ambiental>. Acesso em 16 nov. 2018.
66
109
Tabela 8 - Tipos de financiamento dos projetos de pesquisa identificados (2006-2017)
Tipo do Financiamento
Convênio entre a Unicamp e a Associação de Pais e Amigos Excepcionais
Convênio entre a Unicamp e o Centro Brasileiro de Análise e Planejamento
Convênio entre a Unicamp e a União Federal
Sem especificações
Total Geral
Fonte: elaboração própria.
Total Geral
1
1
6
420
428
A partir do exposto e de modo a sistematizar a categorização dos projetos de
pesquisa - considerando as dissertações e teses, artigos e livros, bem como projetos de
pesquisa conveniados e centros, núcleos e laboratórios de pesquisa -, temos a condensação do
seguinte material na tabela 7.
Tabela 9 - Categorização dos projetos de pesquisa em DH e EDH da Unicamp (2006-2017)
Categorias/Temas
Direito à cidade
Direito à educação
Direito à saúde
Direito ao meio ambiente
Direitos civis
Direitos culturais e geracionais
Direitos humanos e relações internacionais
Direitos humanos, justiça e memória
Direitos políticos
Gênero, classe e raça
Laicidade do Estado
Tecnologia, produção e trabalho
Total Geral
Fonte: elaboração própria.
Total Geral
16
55
19
8
3
18
39
52
6
148
3
61
428
DH
16
48
19
3
3
18
39
52
6
145
3
61
413
EDH
7
5
3
15
Verifica-se, a partir da tabela acima, que a maioria dos projetos de pesquisa em
direitos humanos identificados neste levantamento se referem às categorias de “gênero, classe
e raça” (145 pesquisas), “tecnologia, produção e trabalho” (61 p.), “direito à educação” (48 p.)
e, “direitos humanos, justiça e memória” (52 p.). No âmbito da educação em direitos
humanos, destacam-se as temáticas do “direito à educação” (7 p.) e “direito ao meio
ambiente” (5 p.) e “gênero, classe e raça” (3 p.), respectivamente. Assim, após a apresentação
dos dados identificados, pode-se dizer que no decorrer do período e fontes consultadas, não
foi possível localizar uma pesquisa específica com os termos “educação em direitos humanos”
no âmbito da Unicamp.
2.1.2 A extensão em educação em direitos humanos na Unicamp
Com relação ao levantamento das práticas extensionistas - considerando os
projetos de extensão comunitária, eventos e cursos -, foram identificadas um total de 476
110
práticas entre o período de 2006 a 2017, sendo estas desenvolvidas por diferentes unidades e
órgãos da Unicamp, tratando sobre diferentes temas relativos aos direitos humanos e, também,
relativos à EDH. Há de se considerar, contudo, que, ao se desconsiderar as disciplinas
isoladas e dos cursos de aperfeiçoamento e especialização universitária e técnica68, este
número cai para 370 práticas extensionistas, representando o que de fato foi realizado em
relação à temática aqui abordada. O gráfico 3 apresenta a agregação dos dados identificados
relativos aos tipos de práticas extensionistas.
Gráfico 3 - Práticas extensionistas em DH e EDH identificados na Unicamp (2006-2017)
Projetos de Extensão Comunitária
125
Cursos de Extensão
107
Eventos Diversos
95
Disciplinas Especialização Universitária
87
Difusão Científica
22
Difusão Cultural
21
Disciplinas Aperfeiçoamento
9
Disciplinas Especialização Técnica
6
Disciplinas Isoladas
4
0
20
40
60
80
100
120
140
Fonte: elaboração própria.
A partir do gráfico acima, verifica-se que os principais tipos de práticas
extensionistas em DH e EDH na Unicamp correspondem aos projetos de extensão
comunitária (125 práticas), cursos de extensão (107 p.) e eventos diversos (95 p.), sendo estes
últimos a realização de seminários, palestras, audiências públicas e fóruns permanentes. Os
cursos de difusão científica e cultural, bem como demais práticas, foram realizados de
maneira menos frequente quando comparado às demais práticas identificadas. Com relação à
evolução temporal relativa ao oferecimento e desenvolvimento de tais práticas, temos um
aumento da quantidade conforme o passar dos anos, conforme pode ser observado na tabela 8.
Esta expansão, contudo, ocorre devido à dois fatores: o primeiro se refere à escassez de dados
Destaca-se que grande parte dos cursos listados no Apêndice D deste trabalho, foram incluídos devido a oferta
de disciplinas que perpassam sobre conteúdos relativos aos direitos humanos fundamentais. Isto é, não tratam
especificamente sobre direitos humanos e/ou educação em direitos humanos.
68
111
sobre as práticas extensionistas desenvolvidas entre os anos de 2006 a 2010 na Unicamp e; o
segundo, diz respeito ao reoferecimento dos cursos, eventos e projetos de extensão
comunitária ao longo dos anos.
Tabela 10 - Práticas extensionistas em DH e EDH na Unicamp (2006-2017)
2008
2009
2010
2011
2012
2013
2014
2015
2016
2017
S/D
Aperfeiçoamento
Curso de Extensão
Difusão Científica
Difusão Cultural
Disciplina Isolada
Especialização Técnica
Especialização
Universitária
(disciplinas)
Eventos Diversos
Projeto de Extensão
Comunitária
Total Geral
Fonte: elaboração própria.
2007
Tipo
2006
Ano
Total
Geral
-
-
-
-
-
2
8
5
1
1
1
2
13
5
2
1
1
2
13
5
3
1
1
2
12
5
3
1
1
1
18
1
4
-
25
1
4
1
18
4
1
-
9
107
22
21
4
6
-
-
-
-
-
19
17
14
14
10
8
5
-
87
-
-
4
2
1
8
11
13
16
12
11
17
-
95
1
11
11
11
13
11
13
5
9
11
9
14
6
125
1
11
15
13
14
56
65
57
63
57
59
59
6
476
Em relação a agregação dos dados identificados por unidade ou órgão
responsável, visualiza-se, a partir do Apêndice E deste trabalho, que a maioria destas práticas
foram ofertadas pela Faculdade de Educação (90 práticas), Faculdade de Ciências Médicas
(69 p.) e Instituto de Economia (40 p.). Demais órgãos e unidades também se destacam neste
quesito, como a Faculdade de Tecnologia (36 p.) e a Faculdade de Engenharia Mecânica (30
p.). Cabe ressaltar que alguns dos projetos identificados foram desenvolvidos de forma
conjunta entre unidades e órgãos, havendo também aqueles que não identificam a unidade ou
órgão responsável.
Quanto ao status dos projetos identificados, verifica-se que dentre as 476 práticas,
apenas duas foram interrompidas durante o desenvolvimento do projeto; 22 estão em
andamento; 102 foram finalizadas; e, no que diz respeito aos eventos em específico, 95 foram
realizados. Em relação à oferta de cursos, foram identificados 255 projetos, dentre cursos de
extensão, de especialização universitária e técnica, de difusão científica e cultural, de
aperfeiçoamento e disciplinas isoladas.
112
Tabela 11 - Situação/status dos projetos identificados (2006-2017)
Status
Em andamento
Finalizado
Interrompido
Ofertado
Realizado
Total Geral
Total Geral
22
102
2
255
95
476
Fonte: elaboração própria.
E, no que tange ao tipo de financiamento de tais práticas69, identificou-se o
seguinte: 317 práticas não especificam em sua descrição o financiamento de suas atividades;
114 foram financiadas através de editais específicos da Pró-Reitoria de Extensão e Cultura
(PROEC); 33 referem-se aos eventos financiados pela própria Coordenadoria Geral da
Universidade (CGU); 6 dizem respeito ao financiamento da Pró-Reitoria de Extensão e
Cultura, não sendo oriundos de editais; e, os demais projetos financiados foram através de
convênios entre universidades, governo federal e organizações internacionais.
Tabela 12 - Tipos de financiamento das práticas extensionistas identificadas (2006-2017)
Tipo de financiamento
Coordenadoria Geral da Universidade
Convênio entre a Unicamp e a União Federal
Convênios entre a Unicamp e Organização Internacional
Edital Projeto de Extensão Comunitária/PROEC
Edital Programa de Extensão/MEC
Pró-Reitoria de Extensão e Cultura/PROEC
Sem financiamento identificado
Total Geral
Fonte: elaboração própria.
Total Geral
33
4
1
114
1
6
317
476
Logo, a partir do exposto e de modo a adentrar, novamente, ao que foi
denominado como análise categorial, temos a tabela 11, que apresenta as principais áreas
temáticas relativas às 476 práticas identificadas. Como pode ser observado, as principais
temáticas são relativas ao “direito à educação” (97 práticas), “direito à saúde” (93 p.) e
“direito ao meio ambiente” (76 p.). Demais temas também podem ser destacados, como
“tecnologia, produção e trabalho” (54 p.), “gênero, classe e raça” (48 p.) e “direitos culturais e
geracionais” (43 p.). Há, ainda, aqueles que apresentaram poucas ou nenhuma produção,
como é o caso dos temas da “laicidade do Estado” e dos “direitos civis”, respectivamente.
69
Em relação aos cursos de aperfeiçoamento, difusão científica e cultural, especialização técnica e universitária,
estes podem ser (ou não) pagos, a depender do(s) docente(s) responsável(eis).
113
Tabela 13 - Categorização das práticas extensionistas em DH e EDH da Unicamp (20062017)
Categorias/Temas
Direito à cidade
Direito à educação
Direito à saúde
Direito ao meio ambiente
Direitos civis
Direitos culturais e geracionais
Direitos humanos e relações internacionais
Direitos humanos, justiça e memória
Direitos políticos
Gênero, classe e raça
Laicidade do Estado
Tecnologia, produção e trabalho
Total Geral
Fonte: elaboração própria.
Total Geral
12
97
93
76
43
7
34
11
48
1
54
476
DH
12
70
92
55
39
7
19
11
40
1
54
400
EDH
27
1
21
4
15
8
76
Em relação às práticas extensionistas específicas em educação em direitos
humanos, verifica-se um montante de 76, sendo este distribuído por diversas áreas temáticas,
como o “direito à educação” (27 p.), “direito ao meio ambiente” (21 p.), “direitos humanos,
justiça e memória” (15 p.), dentre outras. Ao se realizar a categorização específica às práticas
que são diretamente relacionadas com os DH e a EDH, isto é, desconsiderando novamente as
disciplinas isoladas e oferecidas nos cursos de especialização e aperfeiçoamento, tais números
se modificam, conforme pode ser visualizado na tabela abaixo:
Tabela 14 - Categorização das práticas extensionistas em DH e EDH da Unicamp,
desconsiderando as disciplinas de cursos (2006-2017)
Categorias/Temas
Direito à cidade
Direito à educação
Direito à saúde
Direito ao meio ambiente
Direitos civis
Direitos culturais e geracionais
Direitos humanos e relações internacionais
Direitos humanos, justiça e memória
Direitos políticos
Gênero, classe e raça
Laicidade do Estado
Tecnologia, produção e trabalho
Total Geral
Fonte: elaboração própria.
Total Geral
4
96
60
32
42
7
34
6
42
1
46
370
DH
4
69
59
12
38
7
19
6
38
1
46
299
EDH
27
1
20
4
15
4
71
Assim, dentre as 370 práticas extensionistas que tratam direta e indiretamente
114
sobre DH e EDH, temos a predominância do tema do “direito à educação” (96 práticas) e do
“direito à saúde” (60 p.), seguidos pelas temáticas da “tecnologia, produção e trabalho” (46
p.), “direitos culturais e geracionais” (42 p.) e “gênero, classe e raça” (42 p.), dentre outras.
Quanto às práticas específicas em EDH, temos um total de 71, sendo estas mais frequentes
nos temas do “direito à educação” (27 p.), “direito ao meio ambiente” (20 p.) e “direitos
humanos, justiça e memória” (15 p.), respectivamente.
Em relação às práticas relativas ao “direito à educação”, evidenciam-se o
desenvolvimento atividades educativas junto às comunidades assentadas, população de rua,
bem como crianças e adolescentes. Tais práticas visam formar espaços de educação pautados
no reconhecimento e valorização da diversidade cultural e do diálogo, tendo em vista a
reflexão sobre os conflitos e a construção de um ambiente cooperativo e respeitoso. Há, ainda,
aquelas que tratam diretamente sobre os ensinamentos relativos aos direitos humanos no
âmbito escolar, de modo a combater quaisquer tipos de violências e preconceitos que possam
vir a surgir.
Quanto às práticas referentes ao “direito ao meio ambiente”, destacam-se a
realização de processos de formação de educadores ambientais, sendo destinados à
comunidade acadêmica e externa à universidade. Com referência às práticas em “direitos
humanos, justiça e memória”, maior destaque se dá às atividades que visam desconstruir
situações de violência no âmbito escolar, tanto em relação ao ensino fundamental quanto em
relação ao ensino superior.
Demais temas também fazem referência à EDH, como as práticas relativas aos
“direitos culturais e geracionais”, que tratam sobre o desenvolvimento de atividades de
valorização do conhecimento e da cultura popular; bem como aquelas que tratam sobre as
questões de “gênero, classe e raça”, onde o foco se dá sobre a reflexão acerca da construção
das identidades e desigualdades entre gêneros. E, uma prática relativa sobre o “direito à
saúde”, onde se propõe ações de educação em saúde destinados à população escolar. Faz-se
necessário destacar que a análise qualitativa das práticas extensionistas foi limitada devido ao
acesso restrito apenas aos resumos de tais práticas, não sendo encontrado, assim como na
pesquisa, uma prática extensionista que citava os termos “educação em direitos humanos”.
Nessa perspectiva, quando comparado com os projetos de pesquisa em EDH
analisados na subseção anterior, observa-se uma diferença relevante em relação à ambos os
pilares da universidade. Em tais pilares há a predominância dos temas do “direito à
educação” e do “direito ao meio ambiente”; o que os diferencia trata-se dos objetivos e da
frequência relativa ao desenvolvimento de tais projetos e práticas, estando relacionada ao
115
reoferecimento anual das práticas extensionistas mapeadas, bem como em relação aos
possíveis entraves e desafios que se colocam frente à EDH no âmbito do ensino superior,
conforme pode ser visto em Dibbern et ali (2018), tais como os processos de mercantilização
da universidade pública e a privatização do ensino superior; a fragilidade da integração entre
ensino, pesquisa e extensão; as dificuldades de se estabelecer uma conexão mais sistemática
e profícua com os segmentos e classes sociais que se apresentam em situação de
vulnerabilidade social e com direitos violados; e as dificuldades na democratização do
acesso à universidade.
No capítulo seguinte apresentaremos os resultados obtidos através de um
questionário online remetido aos docentes da Unicamp, sobre a percepção destes em relação
aos direitos humanos e à EDH na Universidade.
116
CAPÍTULO 3: A PERCEPÇÃO DOS DOCENTES DA UNICAMP EM RELAÇÃO À
PESQUISA E À EXTENSÃO EM EDUCAÇÃO EM DIREITOS HUMANOS
O objetivo deste capítulo consiste em descrever e analisar a percepção dos
docentes da Unicamp em relação à temática dos direitos humanos e da educação em direitos
humanos no âmbito universitário. Em vista disso, o capítulo estrutura-se da seguinte maneira:
em um primeiro momento, descreveremos algumas considerações metodológicas de um
questionário online remetido aos docentes da Unicamp que apresentaram produções e/ou
práticas extensionistas na área temática desta pesquisa; em seguida, descreveremos e
analisaremos os resultados deste.
3.1 Considerações metodológicas acerca da aplicação do questionário
Tendo
em
vista
que
um
questionário
se
constitui
enquanto
uma
técnica/instrumento de pesquisa bastante utilizado no âmbito das ciências humanas e sociais
aplicadas, e que objetiva recolher informações baseando-se num conjunto de questões
remetidas a um grupo representativo de indivíduos que proporciona dados de interesse para os
pesquisadores (AMARO; PÁVOA; MACEDO, 2004; GIL, 2008), optou-se pela seleção desta
técnica de pesquisa para investigar acerca da percepção dos docentes da Unicamp em relação
à educação em direitos humanos no ambiente universitário, bem como em relação às
motivações que os levaram a desenvolver tais atividades.
De acordo com Gil (2008), a aplicação de questionários apresenta uma série de
vantagens, como: i. possibilita o alcance de um grande número de pessoas, mesmo estando
dispersas em diferentes áreas geográficas; ii. acarreta menores gastos com pessoal, visto que
não requer o treinamento de pesquisadores; iii. possibilita a garantia do anonimato dos
respondentes, contribuindo para que este se sinta mais seguro ao apresentar suas opiniões; iv.
permite que os indivíduos o respondam quando lhe for conveniente; e, v. quando este é
aplicado à distância, não expõe os respondentes à possíveis influências por parte do
pesquisador. Logo, visualizou-se nesse instrumento o cabimento prático de sua aplicação, em
especial por atingir um grande número de docentes em um curto período de tempo e, para
além disso, assegurar o anonimato destes em relação às suas percepções e posicionamentos.
Para além de suas vantagens, Gil (2008, p. 122) destaca uma série de limitações
em relação à aplicação desta técnica, como: i. exclui a participação de pessoas analfabetas; ii.
impede que o pesquisador auxilie o respondente em caso de dúvidas; iii. impede que o
117
pesquisador conheça as circunstâncias em que foi respondido; iv. não garante que a totalidade
dos indivíduos selecionados o responda; v. abrange um conjunto pequeno de questões; e, vi.
“proporciona resultados bastante críticos em relação à objetividade, pois os itens podem ter
significado diferente para cada sujeito pesquisado”. Nas palavras de Chagas (2000, p. 2), “a
mensuração sempre ocorre em situações complexas, onde diversos fatores influenciam as
características medidas e o processo de mensuração, podendo gerar erros não amostrais”. Tais
fatores podem se configurar enquanto situações pessoais que abalariam uma situação estável
de resposta, bem como a falta de coerência e de clareza em relação ao questionário e as
possíveis diferenças de linguagem existentes entre o respondente e o pesquisador, dentre
outros.
Assim, em seu processo de elaboração, é preciso seguir um conjunto de requisitos
que minimizem possíveis falhas, tais como: “constatação de sua eficácia para verificação dos
objetivos; determinação da forma e do conteúdo das questões; quantidade e ordenação das
questões; construção das alternativas; apresentação do questionário e pré-teste do
questionário” (GIL, 2008, p. 121). Com efeito, uma série de escolhas devem ser realizadas de
antemão, como a definição dos objetivos da pesquisa e do questionário; o conteúdo das
questões, devendo estas serem coerentes com os objetivos; a forma, sequência e ordenamento
das questões (abertas, fechadas e/ou escalas de intensidade); o público-alvo respondente
(amostra ou população); a ferramenta de construção e aplicação (formato digital, em papel,
aplicado via telefone, internet, de forma pessoal, etc.); os possíveis riscos, cronograma e
custos de aplicação; a realização de testes anteriores à sua efetiva aplicação; e, após aplicado,
a definição da forma de análise e descrição dos resultados obtidos (CHAGAS, 2000; VIEIRA,
2009; NOGUEIRA, 2002).
Cabe apresentar, dessa forma, o modo como nosso questionário foi elaborado e
aplicado aos docentes da Unicamp. Em um primeiro momento, foi definido o objetivo do
questionário: analisar a percepção dos docentes da Unicamp em relação às práticas de
pesquisa e extensão em direitos humanos e em educação em direitos humanos no ambiente
universitário, assim como as motivações que os levaram a desenvolver estas atividades, bem
como os possíveis entraves/desafios que se fazem presentes nestas. Faz-se necessário destacar
que o questionário foi enviado apenas aos docentes que apresentaram publicações e/ou
práticas extensionistas relativas à temática de direitos humanos e/ou EDH70.
70 A descrição e análise das pesquisas e práticas extensionistas desenvolvidas pelos docentes podem ser
visualizada no capítulo 2 desta dissertação.
118
Enquanto dimensões analíticas consideradas, destacam-se: grande área de
conhecimento; participação em grupos de pesquisa que abordam a temática dos direitos
humanos; desenvolvimento de pesquisas na área e temáticas de direitos humanos e/ou EDH;
desenvolvimento de práticas extensionistas nessas áreas e temáticas; participação em
conselhos de direitos/políticas públicas (externos à universidade); existência (ou não) de
políticas institucionais de estímulo à pesquisa e extensão em direitos humanos; motivação
pela realização de tais atividades; conhecimento (ou não) de documentos oficiais do Governo
Federal relativos à EDH; e, possíveis entraves/dificuldades na realização de pesquisas e
práticas extensionistas em direitos humanos.
Evidencia-se que, apesar da consideração de tais dimensões, a utilização do
questionário levou à necessidade da construção de recortes pontuais, uma vez que nem todas
as questões eram abertas aos respondentes. Isto se deve ao que Vieira (2009) e Gil (2008)
ressaltam ao compreender os questionários enquanto técnicas que apresentam limitações,
sendo estas referentes aos tipos de análise e conclusões que podem ser geradas por meio dos
diferentes tipos de questões e conteúdos consideradas. Assim, para cada tipo de questão, uma
determinada série de possibilidades analíticas são produzidas, não podendo ultrapassar
generalizações que não condizem com o sentido das respostas recebidas. No entanto, ao se
considerar demais métodos de pesquisa, como aqueles realizados nos capítulos 1 e 2 desta
dissertação, as questões submetidas podem contribuir para um maior aprofundamento acerca
das percepções dos docentes da Unicamp em relação ao desenvolvimento de atividades em
direitos humanos no ambiente universitário.
Para isso, utilizamos algumas formas de perguntas, sendo estas abertas de resposta
livre, fechadas com alternativas pré-definidas (sendo possível a escolha de mais de uma
alternativa), fechadas com alternativas binárias (sim e não) e, questões com escala de
intensidade. Logo, com base na literatura consultada sobre esta técnica (GIL, 2008; VIEIRA,
2009; AMARO; PÁVOA; MACEDO, 2004), julgou-se oportuno e adequado a realização
destes tipos de perguntas.
Quanto às questões com escala de intensidade, estas caracterizam-se por
apresentar um conjunto de sentenças em que os pesquisados devem responder através da
escolha de uma gradação pré-determinada de intensidade, sendo coerente para a medição de
crenças, opiniões e atitudes (AMARO; PÁVOA; MACEDO, 2004). Assim, tendo em vista a
existência de diversos tipos de escala, optamos pela utilização da Escala de Likert 71, que
71 Para melhor compreensão acerca desta Escala, ver Vieira, 2009; Nogueira, 2002; Gil, 2008; Silva Júnior;
Costa, 2014.
119
“consiste em tomar um construto e desenvolver um conjunto de afirmações relacionadas à sua
definição, para as quais os respondentes emitirão seu grau de concordância” (SILVA
JÚNIOR; COSTA, 2014, p. 5).
Assim, partindo para a apresentação do conjunto de questões elaboradas, temos
em um primeiro momento àquelas que se referem às questões de identificação. Contudo, por
prezarmos pelo anonimato, não objetivamos identificar os nomes e identidades dos
respondentes, mas sim a área de conhecimento em que atua/atuava72 e a unidade de vínculo
institucional, constituindo-se enquanto perguntas fechadas com opções pré-definidas. Faz-se
necessário destacar que algumas percepções em relação aos direitos humanos e à EDH na
universidade podem se diferenciar quanto às particularidades das grandes áreas do
conhecimento. Nesse sentido, o quadro abaixo apresenta a construção do questionário, sendo
este dividido em três seções: a primeira diz respeito à identificação geral dos respondentes; a
segunda relaciona-se às atividades de pesquisa e práticas extensionistas desenvolvidas por
estes; e, a terceira, destinada à identificação da percepção destes em relação aos
entraves/desafios dos direitos humanos e da EDH na Unicamp e demais afirmações.
Quadro 6 - Questionário aplicado aos docentes da Unicamp
Nº
1
2
3
4
Nº
5
6
Sessão 1: Identificação geral dos respondentes
Objetivo
Forma
Pergunta fechada com alternativas préGrande área do conhecimento
Identificar o perfil dos
definidas, com possibilidade de
em que atua/atuava
docentes respondentes
assinalar mais de uma alternativa
Pergunta fechada com alternativas préUnidade de vínculo
Identificar o perfil dos
definidas, mas com possibilidade de
institucional
docentes respondentes
resposta aberta caso não se enquadre
nas alternativas
Participa/participou de algum
Identificar o perfil dos
Pergunta fechada com alternativas
centro ou núcleo de pesquisa?
docentes respondentes
binárias
Pergunta fechada com alternativas préEm caso positivo para a
Identificar o perfil dos
definidas, sendo condicionada à
pergunta anterior, qual?
docentes respondentes
questão anterior
Sessão 2: Identificação das atividades de pesquisa e práticas extensionistas desenvolvidas pelos
respondentes
Participa/participou de algum
Identificar o tipo de
grupo de pesquisa que trata
atuação dos docentes em
Pergunta fechada com alternativas
direta ou indiretamente sobre
relação aos direitos
binárias
algum assunto relacionado
humanos e à EDH no
aos direitos humanos?
ambiente universitário
Durante sua trajetória na
Identificar o tipo de
Unicamp, você já desenvolveu
atuação dos docentes em
Pergunta fechada com alternativas
ou participou de alguma
relação aos direitos
binárias
pesquisa que trata sobre o
humanos e à EDH no
Pergunta
72 Faz-se necessário destacar que o público-alvo deste questionário se referiu aos docentes em atividade, bem
como aposentados, que apareceram no levantamento realizado no capítulo 2. Para além disso, em relação à
grande área do conhecimento, era possível assinalar mais de uma opção.
120
tema dos direitos humanos?
ambiente universitário
Identificar o tipo de
atuação dos docentes em
relação aos direitos
humanos e à EDH no
ambiente universitário
Pergunta fechada com alternativas prédefinidas, sendo condicionada à
questão anterior (mas com
possibilidade de resposta aberta caso
não se enquadre nas alternativas)
7
Em caso positivo, sobre
qual(is) temática(s)?
8
Durante sua trajetória na
Unicamp, você já desenvolveu
ou participou de alguma
prática extensionista que trata
direta ou indiretamente sobre
o tema dos direitos humanos?
Identificar o tipo de
atuação dos docentes em
relação aos direitos
humanos e à EDH no
ambiente universitário
Pergunta fechada com alternativas
binárias
9
Em caso positivo, qual era o
tema principal?
Identificar o tipo de
atuação dos docentes em
relação aos direitos
humanos e à EDH no
ambiente universitário
Pergunta aberta com resposta livre,
sendo condicionada à questão anterior
10
Já integrou conselhos de
direitos/políticas públicas,
comitês ou comissões de
direitos humanos? (externos à
Unicamp)
Identificar o perfil dos
docentes respondentes
Pergunta fechada com alternativas
binárias
11
No seu instituto/faculdade, há
políticas institucionais de
estímulo à pesquisa em
direitos humanos?
12
Se há políticas, você
participa/participou da
elaboração destas ações?
13
No seu instituto/faculdade, há
políticas institucionais de
estímulo às práticas
extensionistas que lidam com
temas dos direitos humanos?
14
Se há políticas, você
participa/participou da
elaboração destas ações?
15
16
17
18
Durante sua trajetória na
Unicamp, você já orientou
pesquisas de graduação ou
pós-graduação sobre o tema
dos direitos humanos?
Caso desenvolva pesquisas
e/ou práticas extensionistas na
temática dos direitos
humanos, comente sobre
quando foi despertado seu
interesse pelo tema?
Você conhece o Plano
Nacional de Educação em
Direitos Humanos do Governo
Federal?
Em caso positivo, você se
Identificar a existência (ou
não) de políticas
institucionais em relação
aos direitos humanos e à
EDH no ambiente
universitário
Identificar o tipo de
atuação dos docentes em
relação aos direitos
humanos e à EDH no
ambiente universitário
Identificar a existência (ou
não) de políticas
institucionais em relação
aos direitos humanos e à
EDH no ambiente
universitário
Identificar o tipo de
atuação dos docentes em
relação aos direitos
humanos e à EDH no
ambiente universitário
Identificar o tipo de
atuação dos docentes em
relação aos direitos
humanos e à EDH no
ambiente universitário
Identificar o tipo de
atuação dos docentes em
relação aos direitos
humanos e à EDH no
ambiente universitário
Identificar os
conhecimentos específicos
à EDH no ambiente
universitário
Identificar o tipo de
Pergunta fechada com alternativas
binárias
Pergunta fechada com alternativas
binárias
Pergunta fechada com alternativas
binárias
Pergunta fechada com alternativas
binárias
Pergunta fechada com alternativas prédefinidas
Pergunta fechada com alternativas prédefinidas, sendo condicionada à
questão anterior (mas com
possibilidade de resposta aberta caso
não se enquadre nas alternativas)
Pergunta fechada com alternativas
binárias
Pergunta fechada com alternativas
121
orienta e/ou se orientou
atuação dos docentes em
binárias
através dele para o
relação aos direitos
desenvolvimento de projetos
humanos e à EDH no
de pesquisa e/ou práticas
ambiente universitário
extensionistas?
Você conhece o Pacto
Universitário pela Promoção
Identificar os
do Respeito à Diversidade, da conhecimentos específicos
Pergunta fechada com alternativas
19
Cultura da Paz e dos Direitos
à EDH no ambiente
binárias
Humanos do Governo
universitário
Federal?
Sessão 3: identificação da percepção dos respondentes em relação aos entraves/desafios dos
Nº
direitos humanos e da EDH na Unicamp e demais afirmações
Na sua opinião, existem
dificuldades/entraves que
Identificar as percepções
dificultam o desenvolvimento
dos docentes em relação
20
Pergunta aberta com resposta livre
de pesquisas e/ou práticas
aos direitos humanos e à
extensionistas que abordam a
EDH no ambiente
temática dos direitos
universitário
humanos? Quais seriam?
A partir de agora, as
perguntas objetivam
Identificar as percepções
compreender a percepção dos
dos docentes em relação
Perguntas fechadas com escala de
21
docentes sobre os direitos
aos direitos humanos e à
intensidade (Escala de Likert)
humanos no ensino superior:
EDH no ambiente
Qual o grau de concordância
universitário
com as afirmações a seguir?
Fonte: elaboração própria.
Após a elaboração destas perguntas, estruturamos o questionário73 por meio da
plataforma online de criação de formulários, chamada Google Drive. Em seguida, coletamos
os e-mails institucionais dos 200 docentes identificados no capítulo 2 desta pesquisa e àqueles
que participam do Comitê Gestor do Pacto Universitário, remetendo a eles o questionário
formulado. Assim, de modo a apresentar os resultados obtidos, iremos expor a descrição e
análise de questão por questão, considerando-se sua forma e objetivo.
Dessa forma, tem-se que o questionário alcançou uma população de 200 docentes,
segundo os critérios estabelecidos por esta pesquisa. No entanto, apesar de ter sido
encaminhado pelo e-mail institucional de cada docente, não é possível garantir que todos
tenham visualizado a mensagem. Assim, considerando o período de 29 de outubro à 29 de
novembro de 2018, obtivemos um total de 54 respostas, representando 27% do total de
docentes considerados. Apesar de não alcançarmos a totalidade dos docentes, consideramos
significativa a taxa de resposta obtida, tendo em vista que, “em média, os questionários
expedidos pelo pesquisador alcançam 25% de devolução” (MARCONI; LAKATOS, 2003, p.
201). Logo, apesar de não ser possível realizar generalizações em âmbito estatístico,
73 O questionário enviado aos docentes da Unicamp pode ser visualizado no Apêndice F deste trabalho.
122
utilizaremos as respostas enquanto ponto de partida para a construção de hipóteses e, também,
como direcionamentos a serem investigados em futuras pesquisas.
3.2 A percepção dos docentes da Unicamp em relação à educação em direitos humanos
Nesta seção temos como objetivo descrever e analisar o questionário submetido
aos docentes da Unicamp. Assim, começaremos a expor os dados que revelam o perfil dos
respondentes.
Considerando as 54 respostas e, tendo em vista que o docente tinha a opção de
assinalar mais de uma grande área do conhecimento, visualiza-se - conforme disposto no
gráfico abaixo - que a maior parte dos respondentes se encontram na grande área das Ciências
Humanas (CH), seguido das Ciências Sociais Aplicadas (CSA) e da Linguística, Letras e
Artes (LLA), Ciências da Saúde (CS), Engenharias (ENG), Ciências Exatas e da Terra (CET),
Ciências Biológicas (CB) e Ciências Agrárias (CA).
Gráfico 4 - Grandes áreas do conhecimento dos docentes respondentes
Ciências Humanas
42,60%
Ciências Sociais Aplicadas
18,50%
Linguística, Letras e Artes
16,70%
Ciências da Saúde
14,80%
Engenharias
9,30%
Ciências Agrárias
3,70%
Ciências Biológicas
3,70%
Ciências Exatas e da Terra
3,70%
0,00% 5,00% 10,00% 15,00% 20,00% 25,00% 30,00% 35,00% 40,00% 45,00%
Fonte: elaboração própria.
Quanto à unidade de vínculo institucional, temos os seguintes resultados: 16,7%
(9 respondentes) são da Faculdade de Ciências Aplicadas (FCA); 13% (7 respondentes) são
do Instituto de Filosofia e Ciências Humanas (IFCH); 13% (7 respondentes) são da Faculdade
de Educação (FE); 11,1% (6 respondentes) são da Faculdade de Ciências Médicas (FCM);
123
9,3% (5 respondentes) são do Instituto de Artes (IA); 9,3% (5 respondentes) são do Instituto
de Estudos da Linguagem (IEL); 5,6% (3 respondentes) são do Instituto de Geociências (IG);
5,6% (3 respondentes) são do Instituto de Economia (IE); e, 9 respondentes, sendo apenas um
de cada unidade (1,9%), correspondem à Faculdade de Tecnologia (FT), Colégio Técnico de
Limeira (Cotil), Instituto de Biologia (IB), Faculdade de Engenharia Agrícola (FEAGRI),
Faculdade de Engenharia de Alimentos (FEA), Faculdade de Engenharia Civil, Arquitetura e
Urbanismo (FEC), Instituto de Química (IQ), Faculdade de Enfermagem (FEM) e PróReitoria de Extensão e Cultura (PROEC). Logo, obtivemos as maiores quantidades de
respostas por parte de docentes vinculados à FCA, IFCH e FE.
Gráfico 5 - Unidade de vínculo institucional dos docentes respondentes
16,70%
Faculdade de Ciências Aplicadas
Instituto de Filosofia e Ciências Humanas
13,00%
Faculdade de Educação
13,00%
11,10%
Faculdade de Ciências Médicas
Instituto de Artes
9,30%
Instituto de Estudos da Linguagem
9,30%
Instituto de Geociências
5,60%
Instituto de Economia
5,60%
Faculdade de Tecnologia
1,90%
Colégio Técnico de Limeira
1,90%
Instituto de Biologia
1,90%
Faculdade de Engenharia Agrícola
1,90%
Faculdade de Engenharia de Alimentos
1,90%
Faculdade de Engenharia Civil, Arquitetura e
Urbanismo
1,90%
Instituto de Química
1,90%
Faculdade de Enfermagem
1,90%
Pró Reitoria de Extensão e Cultura
1,90%
0
Fonte: elaboração própria.
0,02
0,04
0,06
0,08
0,1
0,12
0,14
0,16
0,18
124
Como é possível notar, não tivemos respondentes vinculados às unidades do
Instituto de Matemática, Estatística e Computação Científica (IMECC), Instituto de
Computação (IC), Instituto de Física (IFGW), Faculdade de Ciências Farmacêuticas (FCF),
Faculdade de Engenharia Elétrica e de Computação (FEEC), Faculdade de Engenharia
Mecânica (FEM), Faculdade de Engenharia Química (FEQ), Faculdade de Educação Física
(FEF), Faculdade de Odontologia de Piracicaba (FOP) e Colégio Técnico de Campinas
(COTUCA). Destaca-se que algumas destas unidades também não apareceram no
levantamento realizado durante o capítulo 2 desta dissertação, o que justifica o motivo pelo
qual não obtivemos respondentes.
Seguindo com a etapa de identificação do perfil dos respondentes, foi questionado
sobre a participação destes em centros ou núcleos de pesquisa, obtendo os seguintes
resultados: 44,4% (24 respondentes) indicaram resposta positiva à questão, 14,8% (8
respondentes) indicaram que já participaram e, 40,7% (22 respondentes) indicaram a não
participação. A representação gráfica desta questão segue abaixo.
Gráfico 6 - Participação dos docentes respondentes em centros ou núcleos de pesquisa.
Já participei;
14,80%
Não participo;
40,70%
Participo; 44,40%
Não participo
Participo
Já participei
Fonte: elaboração própria.
Assim, considerando sua distribuição por grande área do conhecimento, temos
que no âmbito das CH, CSA, CB e CA, maior parte dos docentes respondentes indicaram que
125
participam ou já participaram de centros ou núcleos de pesquisa. Quanto à LLA, ENG e CET,
há um equilíbrio em relação à participação destes. E, em relação às CS, maior parte dos
respondentes indicaram resposta negativa à questão, isto é, não participam/participaram de
centros ou núcleos de pesquisa.
Tabela 15 - Participação dos docentes respondentes em centros ou núcleos de pesquisa, por
grande área do conhecimento
Grande Área
Ciências Humanas (CH)
Ciências Sociais Aplicadas (CSA)
Linguística, Letras e Artes (LLA)
Ciências da Saúde (CS)
Engenharias (ENG)
Ciências Exatas e da Terra (CET)
Ciências Biológicas (CB)
Ciências Agrárias (CA)
Total Geral
Fonte: elaboração própria.
Participo
9
5
4
1
3
1
1
24
Já participei
4
2
1
1
8
Não participo
6
2
4
7
2
1
22
Assim, para aqueles que responderam positivamente, foi questionado o nome do
centro ou núcleo. Como resultados, obteve-se que 20,7% (6 respondentes) indicaram a
participação junto ao Núcleo de Estudos de Políticas Públicas (NEPP); 17,2% (5
respondentes) indicaram a participação junto ao Núcleo de Estudos e Pesquisas Ambientais
(NEPAM); 13,8% (4 respondentes) indicaram a participação junto ao Núcleo de Estudos de
População “Elza Berquó” (NEPO); 6,9% (2 respondentes) indicaram a participação junto ao
Centro de Engenharia Biomédica (CEB); 6,9% (2 respondentes) indicaram a participação
junto ao Núcleo de Desenvolvimento da Criatividade (NUDECRI); e, o agregado de 44,2%
(13 respondentes, sendo um de cada centro/núcleo), indicaram a participação junto aos
seguintes Centros e Núcleos: Núcleo de Informática Aplicada à Educação (NIED); Núcleo
Interdisciplinar de Comunicação Sonora (NICS); Centro de Investigação em Pediatria
(CIPED); Centro de Estudos Internacionais e de Política Contemporânea (CEIPOC); Centro
de Estudos Sindicais e Economia do Trabalho (CESIT); Centro de Estudos do
Desenvolvimento Econômico (CEDE); Centro Interdisciplinar de Estudos sobre Cidade
(CIEC); Laboratório Fluxus (FLUXUS); Centro de Estudos Rurais (CERES); Laboratório de
Pesquisa Clínico-Qualitativa (LPCQ); e, como havia espaço para inclusão de novos núcleos
ou centros, três docentes indicaram a participação em grupos de pesquisa, são eles: Grupo de
Estudos e Pesquisas em Educação Continuada (GEPEC); Grupo Prática como Pesquisa; e,
Grupo de Pesquisa Direitos Humanos, Democracia, Política e Memória (USP).
126
No que se refere a questão relativa à participação específica em grupos de
pesquisa que tratam direta ou indiretamente sobre algum tópico relativo aos direitos humanos,
temos que 64,8% (35 respondentes) indicaram a participação, enquanto que 35,2% (19
respondentes) indicaram que não participam em tais grupos. Tendo em vista as grandes áreas
do conhecimento pertencentes, a grande maioria dos docentes das CH, CSA e CS,
responderam positivamente à questão, conforme pode ser visualizado no gráfico a seguir.
Gráfico 7 - Participação dos docentes em grupos de pesquisa que tratam direta ou
indiretamente sobre os direitos humanos, por grande área do conhecimento
Participo
Não participo
14
Ciências Humanas
Ciências Sociais Aplicadas
6
Ciências da Saúde
6
3
2
4
Linguística, Letras e Artes
Engenharias
3
Ciências Biológicas
1 1
Ciências Exatas e da Terra
1 1
5
4
2
Ciências Agrárias 0 1
Fonte: elaboração própria.
Dessa forma, considerando as informações obtidas até o momento temos que, no
âmbito das CH, CSA e ENG, maior parte dos docentes respondentes indicaram participar de
centros ou núcleos de pesquisa, havendo também a indicação positiva em relação à
participação em grupos de pesquisa que tratam sobre alguma temática relativa aos direitos
humanos. No que se refere às CS, apenas um docente indicou participar de centro ou núcleo
de pesquisa, porém para a maior parte dos respondentes desta área, houve a indicação positiva
em relação à participação em grupos de pesquisa sobre DH. Nota-se, ainda, um equilíbrio no
âmbito das LLA, CET e CB, bem como a resposta negativa à questão por parte do docente
respondente das CA.
127
Dando continuidade a apresentação do perfil dos docentes respondentes, foi
questionado acerca do desenvolvimento e/ou participação em projetos de pesquisa
relacionados à grande área dos DH, visualiza-se que dentre os respondentes, a maioria indicou
resposta positiva à questão, consistindo em 75,9% (41 respondentes); enquanto que apenas
24,1% (13 respondentes) indicaram o não desenvolvimento e/ou participação. Considerando
as grandes áreas do conhecimento, tem-se que a maioria dos respondentes de todas as áreas,
exceto das CA, responderam positivamente à questão.
Gráfico 8 - Desenvolvimento e/ou participação dos docentes em projetos de pesquisa
relacionados à área dos DH, por grande área do conhecimento
Sim
5
14
Ciências Humanas
1
8
Ciências Sociais Aplicadas
1
7
Linguística, Letras e Artes
3
5
Ciências da Saúde
Engenharias
4
Ciências Biológicas
2 0
Ciências Exatas e da Terra
Não
1
1 1
Ciências Agrárias 0 1
Fonte: elaboração própria.
Assim, para aqueles que responderam de forma positiva, foi questionado sobre as
temáticas trabalhadas. Destaca-se que as opções constantes nesta questão se constituem
enquanto as mesmas categorias analíticas utilizadas no capítulo 2 desta pesquisa, sendo
possível incluir e/ou assinalar mais de uma alternativa. O resultado das temáticas indicadas
segue no gráfico abaixo:
128
Gráfico 9 - Temáticas de pesquisa indicadas pelos docentes respondentes
Direito à saúde
33,60%
Gênero, classe e/ou raça
33,60%
Direito à educação
28,80%
Direito à cidade
16,80%
Direitos humanos, justiça e memória
16,80%
Tecnologia, produção e trabalho
14,40%
Direito ao meio ambiente
12,00%
Direitos civis
12,00%
Direitos humanos e relações internacionais
14,60%
Direito das pessoas com deficiência
7,20%
Direitos culturais e/ou geracionais
4,90%
Direitos políticos
4,90%
Acesso ao território (indígenas e quilombolas)
2,40%
Assistencia social e proteção à violação de
direitos
2,40%
Desenvolvimento econômico e social
2,40%
Desenvolvimento moral e valores sociomorais na
escola
2,40%
Direito à informação e liberdade de expressão
2,40%
Direito humano à alimentação adequada
2,40%
Humanização em contextos de saúde mental
2,40%
Inclusão escolar
2,40%
Justiça cognitiva
2,40%
Relações interpessoais na escola
2,40%
Laicidade do Estado
0,00%
0,00% 5,00% 10,00% 15,00% 20,00% 25,00% 30,00% 35,00% 40,00%
Fonte: elaboração própria.
Como pode ser observado, no âmbito das categorias consideradas, verifica-se
maior predominância dos temas do direito à saúde (14 respondentes); gênero, classe e raça
(14 respondentes); direito à educação (13 respondentes); direito à cidade (7 respondentes);
direitos humanos, justiça e memória (7 respondentes); tecnologia, produção e trabalho (6
129
respondentes); direitos humanos e relações internacionais (6 respondentes); direito ao meio
ambiente (5 respondentes); direitos civis (5 respondentes); direitos culturais e/ou geracionais
(2 respondentes); direitos políticos (2 respondentes); laicidade do Estado (nenhum
respondente). Ao se permitir a inclusão de demais temas, alguns docentes acrescentaram os
seguintes: direito das pessoas com deficiência (3 respondentes); acesso ao território por parte
de indígenas e quilombolas (1 respondente); assistência social e proteção à violação de
direitos
(1
respondente);
desenvolvimento
econômico
e
social
(1
respondente);
desenvolvimento moral e valores sócio-morais na escola (1 respondente); direito à informação
e liberdade de expressão (1 respondente); direito humano à alimentação adequada (1
respondente); humanização em contextos de saúde mental (1 respondente); inclusão escolar (1
respondente); justiça cognitiva (1 respondente); e, relações interpessoais na escola (1
respondente). Quando analisado por grande área do conhecimento, temos os resultados
constantes na tabela abaixo. Vale ressaltar que a contabilização para esta tabela, assim como
as figuras anteriores, foi realizada tendo em vista apenas a primeira opção assinalada em
relação à grande área do conhecimento.
Tabela 16 - Temas de projetos de pesquisa indicados pelos docentes respondentes, por grande
área do conhecimento
Direitos políticos
Direitos culturais e/ou
geracionais
DH, justiça e memória
Direito ao meio
ambiente
Direito à educação
Direito à saúde
Tecnologia, produção e
trabalho
Laicidade do Estado
Direito à cidade
Gênero, classe e raça
Outros temas indicados
Ciências
3
Humanas
Ciências Sociais
1
Aplicadas
Linguística,
0
Letras e Artes
Ciências da
2
Saúde
Engenharias
0
Ciências
0
Agrárias
Ciências
0
Biológicas
Ciências Exatas
0
e da Terra
Total Geral
6
Fonte: elaboração própria.
Direitos civis
Grande Área
DH e relações
internacionais
Temas/Categorias
2
1
1
4
1
5
1
2
0
1
4
7
1
0
0
0
1
0
5
1
0
1
2
1
0
0
1
2
0
3
0
0
0
3
4
1
1
1
0
1
0
3
6
0
0
1
1
3
1
0
0
0
2
1
1
3
0
1
1
1
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
0
1
0
1
0
0
0
1
0
0
0
0
0
0
1
0
0
0
0
1
0
5
2
2
7
5
13
14
6
0
7
14
13
130
Logo, nota-se que no âmbito das Ciências Humanas e Ciências Sociais Aplicadas
uma variedade de temas pôde ser encontrada, como: os “direitos humanos e relações
internacionais”, “direitos civis”, “direitos políticos”, “direitos culturais e/ou geracionais”,
“direitos humanos, justiça e memória”, “direito à educação”, “direito ao meio ambiente”,
“direito à saúde”, “tecnologia, produção e trabalho”, “direito à cidade” e, “gênero, classe e
raça”. Na Linguística, Letras e Artes, os temas que se apresentaram foram: “direitos culturais
e/ou geracionais”, “direitos humanos, justiça e memória”, “direito à educação”, “direito à
cidade” e, “gênero, classe e raça”. Nas Ciências da Saúde, especial destaque se dá ao “direito
à saúde”, “direito à educação”, “direitos humanos e relações internacionais”, “direitos civis”,
“direitos políticos”, “direitos humanos, justiça e memória”, “direito à cidade” e, “gênero,
classe e raça”. E, no que tange às Engenharias, às Ciências Biológicas e às Ciências Exatas e
da Terra, os temas se tornam um pouco mais restritos, se fazendo presentes os “direitos civis”,
“direito ao meio ambiente”, “direito à educação”, “direito à saúde”, “tecnologia, produção e
trabalho”, “direito à cidade” e, “gênero, classe e raça”. Quanto às Ciências Agrárias, nenhuma
tema foi assinalado.
No âmbito das práticas extensionistas têm-se, também, que a grande maioria dos
respondentes indicaram resposta positiva à questão, sendo que 70,4% (38 respondentes) já
desenvolveram e/ou participaram de práticas de extensão em direitos humanos e, 29,6% (16
respondentes) não participaram. Quando analisado por grande área do conhecimento, temos a
seguinte representação gráfica:
131
Gráfico 10 - Desenvolvimento e/ou participação dos docentes em práticas extensionistas
relacionados à área dos DH, por grande área do conhecimento
Sim
Não
15
Ciências Humanas
4
Ciências Sociais Aplicadas
Engenharias
4
Ciências Biológicas
2 0
Ciências Agrárias
3
7
Ciências da Saúde
Ciências Exatas e da Terra 0
5
5
Linguística, Letras e Artes
4
1
1
2
10
Fonte: elaboração própria.
Assim, especial destaque se dá no âmbito das CS e LLA, onde a grande maioria
dos respondentes indicaram ter desenvolvido e/ou participado de práticas extensionistas cujas
temáticas relacionam-se com os DH. No que se refere às CET, nenhum docente indicou
resposta positiva à questão; e, nas CSA, a maior parte também indicou resposta negativa,
diferindo-se em relação ao pilar da pesquisa74. Quanto às CA, o único docente respondente da
área declarou resposta positiva à questão. Logo, para aqueles que responderam positivamente,
foi questionado a principal temática abordada. Como resultado, temos a seguinte lista de
temas, de acordo com a primeira grande área do conhecimento assinalada:
74
O resultado obtido no âmbito das CSA é intrigante visto que o fenômeno de atuação em temáticas dos DH, nas
outras áreas, se manifestaram de forma positiva em relação às práticas extensionistas. Assim, é possível
considerar a possibilidade de não entendimento da pergunta e, em caso de entendimento, indaga-se quanto a
motivação pela qual não participam e/ou desenvolvem práticas extensionistas em DH.
132
Tabela 17 - Temáticas das práticas extensionistas indicadas pelos docentes respondentes, por
grande área do conhecimento
Ciências Humanas
“Arqueologia e direitos humanos”
“Convivência ética na escola e direitos humanos na escola”
“Convivência ética nas escolas”
“Cursinho pré-vestibular para alunos de baixa renda”
“Direito à cidade e direito à moradia”
“Direito à educação na modalidade EJA”
“Direitos humanos e diversidade na Unicamp”
“Direitos humanos e práticas punitivas”
“Direitos humanos”
“Direto à memória e justiça”
“Educação inclusiva”
“Educação para a mídia, práticas de expressão audiovisual em ambiente mediático”
“Extensão com os Pankararu sobre antropologia e saúde”
“História da África (Lei 10.632)”
“Violência contra crianças e adolescentes”
Ciências Sociais Aplicadas
“Direito constitucional aplicado”
“Direito humano à alimentação adequada”
“População, cidades e políticas sociais”
“Reforma trabalhista e subsídio para atores sociais”
Linguística, Letras e Artes
“A linguagem nas afasias (contra a exclusão devido às dificuldades de linguagem nas afasias)”
“Dança e comunidade com crianças em uma ocupação em Sumaré”
“Mídia e inclusão”
“Práticas audiovisuais em comunidades afro-brasileiras”
“Produção de material, voltado à educação básica, sobre escrita e direitos humanos”
Ciências da Saúde
“Adolescentes grávidos, qualidade de vida em idosos moradores da Vila Dignidade e grupos de
apoio”
“Direito humano à alimentação adequada”
“Direitos sexuais e reprodutivos”
“Educação em saúde e promoção da saúde (saúde como direito de cidadania)”
“Ocupação Mstm em Sumaré e cuidado à população em situação de rua de Campinas”
“Recursos de tecnologia assistiva para pessoas com deficiência e em situação de vulnerabilidade
comunicativa”
“Saúde mental na comunidade”
Engenharias
“Geração de trabalho e renda, tecnologia social e inclusão produtiva”
“Objetivos do Desenvolvimento Sustentável”
“Projeto Rondon”
“Tecnologia e produção”
Ciências Agrárias
“Acesso à terra”
Ciências Biológicas
“Conservação, restauração e uso sustentável da biodiversidade e dos serviços ecossistêmicos”
“Direito à saúde”
Fonte: elaboração própria.
Tendo em vista as respostas de identificação apresentadas até o momento, temos
que no âmbito da pesquisa e da extensão em DH na Unicamp, há maior predominância dos
temas como o direito à educação, o direito à saúde e gênero, classe e raça, podendo ser
133
destacado o surgimento de temas no âmbito da extensão, os quais não se fizeram presentes na
esfera da pesquisa, são eles: o cuidado com a população em situação de rua, bem como as
temáticas relativas à relação entre os direitos humanos e a mídia. Nessa perspectiva, levando
em consideração as áreas temáticas da Extensão Universitária, tendo em vista a Política
Nacional de Extensão, isto é, as áreas da “Comunicação, Cultura, Direitos Humanos e Justiça,
Educação, Meio Ambiente, Saúde, Tecnologia e Produção, e Trabalho” (FORPROEX, 2012,
p. 25), têm-se uma convergência de temas, podendo ser atribuído maior destaque às atividades
extensionistas relativas à educação e à saúde.
Seguindo com a apresentação das respostas obtidas e, com relação à participação
dos docentes em conselhos de direitos/políticas públicas, comitês ou comissões de direitos
humanos, sendo estes externos à Unicamp, 64,8% (35 respondentes) declararam nunca ter
participado e, 35,2% (19 respondentes) revelaram já ter participado. Este resultado indica que
o perfil de atuação dos docentes respondentes, em relação à participação em instituições
participativas de direitos humanos é moderado, porém apresenta um fenômeno de atuação
interessante, tendo em vista a amostra obtida. Destaca-se, portanto, um compromisso
assumido junto ao Pacto Universitário abordado brevemente no capítulo anterior, em relação
ao estímulo a estas participações no âmbito da relação entre a convivência acadêmica e da
convivência comunitária.
Quanto ao conhecimento dos docentes em relação às políticas institucionais de
estímulo à pesquisa em DH da Unicamp, tem-se que: 42,6% (23 respondentes) indicaram a
inexistência destas, 22,2% (12 respondentes) indicaram a existência e, 35,2% (19
respondentes) indicaram não saber opinar. Em relação à participação destes na elaboração
destas políticas, 46,2% (18 respondentes) indicaram não terem envolvimento, 25,6% (10
respondentes) indicaram ter participado e, 28,2% (11 respondentes) não souberam opinar.
No que se refere às políticas institucionais de estímulo às práticas extensionistas
em DH da Unicamp, 48,1% (26 respondentes) indicaram a sua inexistência, 24,1% (13
respondentes) declararam a existência e, 27,8% (15 respondentes) não souberam opinar. Com
referência à participação na elaboração destas, 51,4% (19 respondentes) indicaram não ter
participado, 21,6% (8 respondentes) indicaram positivamente à participação e, 27% (10
respondentes) indicaram não saber opinar. É possível dizer que tais respostas refletiram no
âmbito da questão relativa aos possíveis desafios e entraves à realização de pesquisas e
práticas extensionistas em direitos humanos na Unicamp. Esta será analisada mais à frente.
A representação gráfica das respostas obtidas pode ser visualizada nos gráficos
abaixo:
134
Gráfico 11 - Respostas às questões relativas à existência de políticas institucionais de
estímulo à pesquisa e à extensão em direitos humanos na Unicamp
Políticas institucionais de estímulo à
extensão em DH na Unicamp
Políticas institucionais de estímulo à
pesquisa em DH na Unicamp
Sim
11%
Não sei
opinar
27%
Sim
24%
Não
21%
Não sei
opinar
68%
Não
49%
Sim
Não
Não sei opinar
Sim
Não
Não sei opinar
Fonte: elaboração própria.
A partir deste, verifica-se que apesar dos docentes desenvolverem atividades de
pesquisa e/ou extensão em DH na Universidade, grande parte deles desconhece sobre a
existência de políticas institucionais de estímulo à pesquisa e à extensão universitária nesta
área temática. Nota-se, além disso, que em relação à questão específica às políticas
institucionais de extensão, maior parte dos respondentes indicaram a sua inexistência, o que
remete às dificuldades e entraves que existem em relação a este pilar de atuação. Para além
disso, verifica-se a dissonância em relação ao Pacto Universitário abordado no capítulo 2,
visto que este prevê a formulação de políticas institucionais de fomento à pesquisa e extensão
na área dos DH. Na tabela abaixo é possível identificar tais respostas segundo as áreas do
conhecimento.
135
Tabela 18 - Respostas às questões relativas à existência de políticas institucionais de estímulo
à pesquisa e à extensão em direitos humanos na Unicamp, por grande área do conhecimento
Grande Área
Ciências Humanas
Ciências Sociais
Aplicadas
Linguística, Letras e
Artes
Ciências da Saúde
Engenharias
Ciências Agrárias
Ciências Biológicas
Ciências Exatas e da
Terra
Total Geral
Fonte: elaboração própria.
Políticas de estímulo à pesquisa
Sim
Não
Não sei opinar
3
9
7
Políticas de estímulo à extensão
Sim
Não
Não sei opinar
4
9
6
2
3
4
2
4
3
5
1
2
4
1
3
1
1
-
4
3
1
1
3
1
1
2
1
-
5
3
1
1
1
1
1
-
1
1
-
2
-
12
23
19
13
26
15
Observa-se que a grande maioria dos docentes pertencentes à grande área da
Linguística, Letras e Artes indicaram resposta positiva à ambas as questões. No entanto,
quando analisamos os resultados obtidos segundo as demais áreas, visualizam-se as respostas
negativas, especialmente no âmbito das Ciências Humanas, Ciências Sociais Aplicadas,
Ciências da Saúde e Engenharias. Destaca-se ainda que todos os docentes respondentes das
Ciências Agrárias, Ciências Biológicas e Ciências Exatas e da Terra, indicaram as respostas
negativas ou responderam não saber opinar.
Com relação à questão relativa a orientação de pesquisas, temos que 42,6% (23
respondentes) já orientaram pesquisas de graduação e pós-graduação sobre a temática dos
direitos humanos, 14,8% (8 respondentes) orientaram apenas pesquisas de graduação, 11,1%
(6 respondentes) orientaram pesquisas de pós-graduação e, 31,5% (17 respondentes)
indicaram não ter orientado nenhuma pesquisa relativa à área temática.
136
Gráfico 12 - Orientação de pesquisas de graduação e pós-graduação em direitos humanos
Sim, apenas
graduação
15%
Não
31%
Sim, apenas pósgraduação
11%
Sim, graduação e
pós-graduação
43%
Sim, apenas graduação
Sim, apenas pós-graduação
Sim, graduação e pós-graduação
Não
Fonte: elaboração própria.
No que diz respeito à motivação que levou os docentes ao desenvolvimento de
pesquisas e/ou práticas extensionistas em direitos humanos, temos que 46,3% (25
respondentes) indicaram a alternativa relativa à formação acadêmica; 13% (7 respondentes)
declararam que o interesse se deu após o ingresso como docente na Unicamp; 13% (7
respondentes) indicaram que o interesse foi despertado após a participação em projetos de
pesquisa e/ou extensão relativos à temática; e, 11,4% (6 respondentes) indicaram que a
questão não se aplicava. Especial destaque se dá àqueles que optaram por responder esta
questão de forma aberta, evidenciando a militância em direitos humanos e, também, a
formação anterior à Unicamp:
137
Quadro 7 - Motivações declaradas pelos docentes em relação ao desenvolvimento de
pesquisas e/ou práticas extensionistas em direitos humanos, por grande área do conhecimento
Ciências Humanas
“Após ser incorporada à administração superior”
“Desde o mestrado, motivada pelo silêncio da Psicologia sobre o racismo”
“Sou militante na luta pela inclusão escolar (direito de todos à educação), desde a década de 90”
“Toda minha formação acadêmica (Graduação na História e Pós na Antropologia) e profissional (10
anos em ONGs, 5 na PUC-Rio e 6 na UNICAMP) está ligada aos temas dos DH, em especial na sua
relação com populações étnicas”
Ciências Sociais Aplicadas
“Conjunto de fatores: pesquisa, militância social e compreensão de que os direitos trabalhistas
também fazem parte da agenda dos direitos humanos”
“Desenvolvi trabalho acadêmico sobre líder feminina de DDHH (...)”
Ciências da Saúde
“Após ver as dificuldades que alguns cidadãos brasileiros têm para usufruir de seus direitos
constitucionais”
“Militância junto a políticas de direitos humanos desde graduação em Medicina nos anos 70”
Ciências Biológicas
“Desde antes de entrar na Unicamp, professores do Colegial e formação Religiosa, que foi
implementada quando entrei na Unicamp onde fiz toda minha formação e fiquei como Docente”
Fonte: elaboração própria.
Através deste quadro, notabilizam-se as seguintes motivações: “(...) motivada
pelo silêncio da Psicologia sobre o racismo”; “(...) militante na luta pela inclusão escolar
(...); e, “Após ver as dificuldades que alguns cidadãos brasileiros têm para usufruir de seus
direitos constitucionais”. Estas, como dito anteriormente incorporam a questão da militância
em DH, porém também acrescentam os desafios em torná-los conhecidos e efetivamente
respeitados, bem como a ausência do debate em algumas áreas.
A partir desse momento, apresentaremos as respostas obtidas em relação ao
conhecimento por parte dos docentes quanto à existência do Plano Nacional de Educação em
Direitos Humanos do Governo Federal, em que 55,6% (30 respondentes) declararam que não
o conhecem, enquanto que 44,4% (24 respondentes) indicaram o conhecimento. Para aqueles
que o conheciam, foi questionado se as atividades de pesquisa e extensão desenvolvidas por
estes são orientadas através de tal Plano, resultando numa resposta positiva por parte de
62,5% (15 respondentes), enquanto que 37,5% (9 respondentes) indicaram a não utilização e
embasamento. Nesta mesma linha, foi questionado acerca do “Pacto Universitário pela
Promoção do Respeito à Diversidade, da Cultura da Paz e dos Direitos Humanos”, resultando
nos seguintes números: 51,9% (28 respondentes) declararam que não o conhecem, enquanto
que 48,1% (26 respondentes) indicaram que o conhecem. Destaca-se que, nem todos que
conheciam o PNEDH declararam conhecer o Pacto, e vice-versa. Assim, na tabela abaixo
podemos ver a proporção desses resultados por grande área do conhecimento:
138
Tabela 19 - Conhecimento dos docentes em relação ao PNEDH e ao Pacto, por grande área
do conhecimento
Grande Área
Ciências Humanas
Ciências Sociais Aplicadas
Linguística, Letras e Artes
Ciências da Saúde
Engenharias
Ciências Agrárias
Ciências Biológicas
Ciências Exatas e da Terra
Total Geral
Fonte: elaboração própria.
Declarou
Conhecer
11
5
4
1
3
0
0
0
24
PNEDH
Declarou Não
Conhecer
8
4
4
7
2
1
2
2
30
Pacto Universitário
Declarou
Declarou Não
Conhecer
Conhecer
11
8
5
4
5
3
2
6
2
3
1
0
0
2
0
2
26
28
Notabiliza-se através do exposto que, em relação ao Pacto Universitário, apesar de
ter sido aderido em 2017 pela Unicamp, grande parte dos docentes indicaram seu
conhecimento, especialmente no âmbito das CH, CSA, LLA e CA. No âmbito das CB e CET,
nenhum dos docentes respondentes indicou ter conhecimento sobre o Pacto e o PNEDH e,
quanto à CS a grande maioria declarou o desconhecimento de tais normativas. Estes últimos,
contudo, ainda que tenham assinalado a resposta negativa, apresentam produções na área dos
DH, conforme pôde ser visualizado nas representações gráficas apresentadas.
Faz-se necessário atribuir maior destaque à próxima questão, onde se pergunta
sobre a existência (ou não) de entraves e desafios que dificultam o desenvolvimento de
pesquisas e/ou práticas extensionistas que abordam a temática dos direitos humanos. Para esta
questão, não haviam alternativas, sendo o docente livre para responder como fosse
conveniente. Assim, dentre os 54 respondentes, grande parte deles (79,6%) indicou haver
entraves e/ou desafios no desenvolvimento de pesquisas e/ou práticas extensionistas no
âmbito da temática abordada, principalmente na grande área das Ciências Humanas (devido
também à quantidade de respondentes da área). Apenas 4 indicaram a inexistência desses
entraves e desafios e, 7 declararam não saber opinar. Desses últimos, um docente da área das
Ciências Exatas e da Terra escreveu: “Não sei opinar. Mas não há claras orientações sobre
tratamento dos problemas mais comuns de direitos humanos dentro da Unicamp. P.ex., não
há atividades claras que preparam professores e funcionários para tratar das diferenças
culturais, econômicas e raciais entre os alunos, bem como entre alunos e professores”.
139
Destacaremos no quadro abaixo as demais respostas obtidas, considerando-se as grandes áreas
do conhecimento indicadas.
Quadro 8 - Percepção dos docentes em relação à existência de dificuldades/entraves em
relação ao desenvolvimento de pesquisas e/ou práticas extensionistas em direitos humanos,
por grande área do conhecimento
Ciências Humanas
“A falta de formação específica na área nas graduações; muitas vezes é uma área pouco valorizada
para fomentos em pesquisa”
“As atividades extensionistas são vistas como atividades acadêmicas de segunda classe. Além disto, a
temática dos DDHH é considerada por parte considerável da comunidade universitária como
militância política sem vínculo com a produção do conhecimento acadêmico”
“As exigências da Pós-Graduação com a produção pensada em termos exclusivamente textuais
(critérios da CAPES), os encargos administrativos impostos pela Unicamp aos professores deixam
pouco espaço para o envolvimento adequado com a "comunidade externa" à Universidade. A
adequada valorização do tempo destinado à extensão ajudaria na promoção de ações ligadas aos
DHs”
“Existe pouco conhecimento dos docentes para abordar devidamente a temática”
“Falta de apoio institucional e de bolsas”
“Falta de apoio, verbas e visibilidade”
“Falta de editais de apoio ao pesquisador para o desenvolvimento da temática”
“Falta de interesse e valorização de pesquisas com esse tema”
“Há entraves para as questões raciais”
“Não existe discussão aberta e participativa de toda a universidade”
“Não há políticas de esclarecimento e incentivo à proteção dos direitos humanos”
“Não há promoção destas pesquisas!”
“O conhecimento dos direitos humanos, o interesse apenas por tópicos especializados pelos
estudantes e pesquisadores, a dificuldade para a compreensão da importância do tema no ambiente
universitário”
“Pouca valorização social do tema”
Ciências Sociais Aplicadas
“A lógica produtivista e de concorrência que os professores(as) são submetidos(as)”
“As dificuldades estão relacionadas, a meu ver, com a necessidade de sensibilização da sociedade
sobre a temática dos DH”
“Dificuldades se referem às práticas em geral (ao menos no âmbito do Instituto)”
“É preciso fazer parcerias interinstitucionais para avançar no tema”
“Não acho que sejam entraves específicos da área de direitos humanos, mas entraves das ciências
humanas e sociais em geral. Falta de recursos, deslegitimação do campo do conhecimento são alguns
deles”
“No caso do Instituto de Economia, os trabalhos mais concretos abordam aspectos institucionais, sem
muita ligação com a temática. As exceções são os trabalhos do Cesit (sobre mundo do trabalho) e do
NEPP (sobre políticas públicas). Há ainda um segmento da pós-graduação em economia aplicada que
trata do meio ambiente. Porém, não é um recorte usual no Instituto”
“Uma dificuldade central é a manutenção a longo prazo das iniciativas que aliem informação,
formação e ações que promovam um amplo e qualificado entendimento sobre os direitos humanos e a
necessidade de constante observância, mobilização e controle social para que sejam de fato
concretizados”
Linguística, Letras e Artes
“Falta de reconhecimento institucional para a carreira acadêmica”
“Maior acesso e debate sobre informações relativas ao tema”
“Maior interesse institucional ao tema”
140
“Na área em que desenvolvo projeto de extensão (educação básica), há dificuldades que se referem de
aceitação de alguns temas na escola por pressão de pais e temor de alguns docentes e corpo diretivo.
Imagino que essas dificuldades devam se intensificar nos próximos anos”
“Práticas continuas, principalmente dentro das atividades de extensão universitária”
“Sim, faltam recursos especialmente no Instituto de Artes”
“Sim, há dificuldades, justamente pelos temas de impacto social não despertarem muito interesse,
talvez pela instituição e seus currículos serem fortemente engajados em temas pouco vinculados a
essas realidades”
Ciências da Saúde
“Falta de consciência coletiva”
“Falta de estímulo institucional, fraco financiamento”
“Falta estímulo institucional. DH não são prioridades”
“Financiamento de pesquisas e bolsas para temas similares e ausência de valorização curricular das
atividades de extensão para a Graduação”
“O apoio da instituição Unicamp”
“O principal entrave e o quase total menosprezo e desvalorização das práticas extensionistas no
contexto da carreira docente na Unicamp. Esta perna do tripé e muito frágil. Em relação à temática
direitos humanos historicamente observo importante apoio por parte da PREAC a projetos afins que
coordenei. Um paradoxo?”
“Sim, pois é uma temática vinculada à área das Ciências Humanas, que nas pesquisas e práticas em
Saúde são contra hegemônicas. Na Faculdade de Enfermagem há um privilégio nas Avaliações
Docentes pelo "produtivismo" e publicações internacionais de alto impacto”
Engenharias
“A própria Universidade, principalmente no âmbito da administração central, não consegue colocar
em prática pressupostos e ações que fortaleçam o respeito aos direitos humanos. E isso é estendido
aos Institutos e Faculdades”
“É um tema que se espalha/dispersa/pulveriza através de várias temáticas sociais. Ela fica embutida
dentro de muitas e muitas questões mais amplas”
“Na atualidade estes temas são vistos como doutrinação ou ideológicos. Há medo em
ensinar/pesquisar/praticar sobre esses temas. Antes do atual contexto, o que havia era desvalorização,
especialmente das práticas extensionistas”
“Pré-conceitos sobre a dimensão teórico-científica dos direitos humanos e suas potencialidades para
aprimoramento das políticas públicas”
Ciências Biológicas
“Desconhecimento deste Plano e Pacto; Não entendimento da Função Social de cada um e de cada
profissão; Não percepção da Possibilidade de trabalhar com estas temáticas; Falta de
Interdisciplinaridade e Intersetorialidade na Pesquisa e nas Práticas; Distorção do que seja Direitos
Humanos; Não Compreensão desta função por parte Professores e das Instituições de Ensino de todos
os níveis; Cerceamento político e religioso pela distorção do que seja”
Ciências Agrárias
“Acredito que esta temática não é muito valorizada pela Universidade”
Fonte: elaboração própria.
Logo, com maior frequência destacam-se os seguintes desafios/entraves: a
inexistência e/ou insuficiência de apoio institucional e financeiro para o desenvolvimento
dessas atividades; o produtivismo acadêmico, já abordado no capítulo 1 desta pesquisa;
o desconhecimento por parte dos docentes em relação à temática e aos documentos
oficiais do Governo Federal que a legitimam; e, a desvalorização e deslegitimação do
tema perante o atual contexto do país. Tratam-se, portanto, de desafios que a própria
literatura nos apresenta (DIBBERN et ali, 2018; CANDAU; SACAVINO, 2008; SALVIOLI,
141
2009), e que se mostram enquanto verdadeiros também no âmbito da Unicamp,
obstaculizando o desenvolvimento de pesquisas e práticas extensionistas na área dos direitos
humanos.
Assim, em relação às respostas obtidas pelos docentes das Ciências Humanas,
pode-se destacar os seguintes excertos: “falta de apoio, verbas e visibilidade”; “a temática
dos DDHH é considerada por parte considerável da comunidade universitária como
militância política sem vínculo com a produção do conhecimento acadêmico”; “as
exigências da Pós-Graduação com a produção (...), os encargos administrativos impostos
pela Unicamp (...) deixam pouco espaço para o envolvimento adequado com a "comunidade
externa" à Universidade”; “há entraves para as questões raciais”; “o conhecimento dos
direitos humanos, o interesse apenas por tópicos especializados (...), a dificuldade para a
compreensão da importância do tema no ambiente universitário”. Nesse aspecto,
evidenciam-se os entraves e desafios referentes ao financiamento e ao apoio institucional; à
associação da temática enquanto militância; à questão específica do racismo; à lógica
produtivista; e, as dificuldades relativas à compreensão do tema, bem como o tratamento
destes através de temáticas específicas.
No âmbito das Ciências Sociais Aplicadas, destacam-se: “a lógica produtivista e
de concorrência que os professores(as) são submetidos(as)”; “(...) a necessidade de
sensibilização da sociedade sobre a temática dos DH”; (...) falta de recursos, deslegitimação
do campo do conhecimento (...)”; “(...) a manutenção a longo prazo das iniciativas que aliem
informação, formação e ações que promovam um amplo e qualificado entendimento sobre os
direitos humanos e a necessidade de constante observância, mobilização e controle social
para que sejam de fato concretizados”. Nesta, maior ênfase se dá à ausência de recursos; à
manutenção de projetos à longo prazo; e, novamente, à questão do produtivismo acadêmico.
No que se refere à grande área da Linguística, Letras e Artes, evidenciam-se os
entraves/desafios relativos ao apoio institucional e à complexidade do tema em provocar
atenção: “maior interesse institucional ao tema”; “(...) há dificuldades, justamente pelos
temas de impacto social não despertarem muito interesse, talvez pela instituição e seus
currículos serem fortemente engajados em temas pouco vinculados a essas realidades”.
Quanto às Ciências da Saúde, notabiliza-se a “falta [de] estímulo institucional. DH não são
prioridades”; e, “(...) o quase total menosprezo e desvalorização das práticas extensionistas
no contexto da carreira docente na Unicamp (...)”.
E, nas áreas das Engenharias, Ciências Agrárias e Ciências Biológicas, os
principais entraves/desafios que foram considerados pelos respondentes e que se colocam à
142
frente do desenvolvimento de pesquisas e práticas extensionistas em direitos humanos
referem-se à não valorização da temática pela Universidade e outras Instituições de Ensino; o
desconhecimento dos documentos do Governo Federal; bem como a desvalorização e o medo
que podem surgir ao se pesquisar sobre essas temáticas: “a própria Universidade,
principalmente no âmbito da administração central, não consegue colocar em prática
pressupostos e ações que fortaleçam o respeito aos direitos humanos (...)”; “na atualidade
estes
temas
são
vistos
como
doutrinação
ou
ideológicos.
Há
medo
em
ensinar/pesquisar/praticar sobre esses temas. Antes do atual contexto, o que havia era
desvalorização, especialmente das práticas extensionistas”; “desconhecimento deste Plano e
Pacto; não entendimento da Função Social de cada um e de cada profissão; não percepção
da possibilidade de trabalhar com estas temáticas; falta de interdisciplinaridade e
intersetorialidade na pesquisa e nas práticas; distorção do que seja Direitos Humanos; não
compreensão desta função por parte dos professores e das Instituições de Ensino de todos os
níveis (...)”;“esta temática não é muito valorizada pela Universidade”.
Caminhando para a descrição e análise da última pergunta do questionário, têm-se
como objetivo mensurar o grau de concordância dos docentes em relação à algumas
afirmações. Assim, os docentes deveriam assinalar, após a leitura da afirmação, uma
alternativa dentre as seguintes: “Concordo Totalmente”; “Concordo Parcialmente”; “Discordo
Parcialmente”; ou, “Discordo Totalmente”. Na tabela abaixo encontram-se o número de
assinalações dos docentes respondentes, segundo as afirmações expostas na questão.
143
Tabela 20 - Número de assinalações, por grau de concordância, dos docentes respondentes
Nº
Afirmação
A Universidade deveria,
prioritariamente, fomentar o
desenvolvimento de
1
pesquisas que tratam sobre
a temática dos direitos
humanos
A Universidade deveria
incluir uma disciplina
obrigatória sobre direitos
2
humanos para todos os
cursos de todas as áreas do
conhecimento
Um dos compromissos
sociais da Universidade é a
3
educação em direitos
humanos
Um desafio para a
incorporação da educação
em direitos humanos na
4
Universidade relaciona-se
às visões deturpadas sobre
os direitos humanos
Um desafio para a
incorporação da educação
5
em direitos humanos na
Universidade relaciona-se à
disciplinaridade do tema
Um desafio para a
incorporação da educação
em direitos humanos na
6
Universidade relaciona-se à
capacitação docente sobre o
tema
Um desafio para a
incorporação da educação
em direitos humanos na
7
Universidade relaciona-se
aos processos de
privatização da universidade
pública
Um desafio para a
incorporação da educação
em direitos humanos na
8
Universidade relaciona-se
aos processos de
mercantilização da
universidade pública
Fonte: elaboração própria.
Concordo
totalmente
Número de assinalações
Concordo
Discordo
parcialmente parcialmente
Discordo
totalmente
51,85% (28
respondentes)
42,59% (23
respondentes)
5,55% (3
respondentes)
-
59,25% (32
respondentes)
29,62% (16
respondentes)
5,55% (3
respondentes)
5,55% (3
respondentes)
87,03% (47
respondentes)
11,11% (6
respondentes)
1,85% (1
respondente)
-
59,25% (32
respondentes)
18,51% (10
respondentes)
14,81% (8
respondentes)
7,40% (4
respondentes)
24,07% (13
respondentes)
44,44% (24
respondentes)
5,55% (3
respondentes)
25,92% (14
respondentes)
46,29% (25
respondentes)
37,03% (20
respondentes)
11,11% (6
respondentes)
5,55% (3
respondentes)
33,33% (18
respondentes)
20,37% (11
respondentes)
25,92% (14
respondentes)
20,37% (11
respondentes)
40,74% (22
respondentes)
24,07% (13
respondentes)
16,66% (9
respondentes)
18,51% (10
respondentes)
144
Nesse sentido, para a afirmação “A Universidade deveria, prioritariamente,
fomentar o desenvolvimento de pesquisas que tratam sobre a temática dos direitos humanos”,
tem-se que 51,85% (28 respondentes) indicaram concordar totalmente, 42,59% (23
respondentes) indicaram concordar parcialmente e, apenas 5,55% (3 respondentes) indicaram
discordar parcialmente. Destes que discordaram parcialmente, a resposta foi dada por um
docente de cada área: Ciências Humanas, Linguística, Letras e Artes e, Engenharias.
Para a afirmação “A Universidade deveria incluir uma disciplina obrigatória sobre
direitos humanos para todos os cursos de todas as áreas do conhecimento”, 59,25% (32
respondentes) declararam concordar totalmente, 29,62% (16 respondentes) concordaram
parcialmente, 5,55% (3 respondentes) discordaram parcialmente e, 5,55% (3 respondentes)
discordaram totalmente. Dentre estes últimos, a resposta foi dada por um docente de cada
área: Ciências Humanas, Ciências da Saúde e Ciências Exatas e da Terra. Para esta afirmação
em específico, tem-se a previsão da inclusão de disciplinas preferencialmente obrigatórias
junto aos Projetos Pedagógicos dos Cursos, tendo em vista o PNEDH, as DNEDH e, o Pacto
Universitário, o qual foi aderido pela Universidade em questão.
Quanto à assertiva “Um dos compromissos sociais da Universidade é a educação
em direitos humanos”, esta obteve o maior grau de concordância, sendo que 87,03% (47
respondentes) concordaram totalmente, 11,11% (6 respondentes) concordaram parcialmente e,
apenas 1,85% (1 respondente) discordou parcialmente, sendo este respondente da grande área
das Ciências Biológicas. Trata-se, portanto, de atribuir maior ênfase a este compromisso, de
modo a problematizar aquilo que foi apresentado no âmbito do capítulo 1 desta pesquisa.
Em relação à afirmação “Um desafio para a incorporação da educação em direitos
humanos na Universidade relaciona-se às visões deturpadas sobre os direitos humanos”, temse que 59,25% (32 respondentes) alegaram concordar totalmente, 18,51% (10 respondentes)
concordaram parcialmente, 14,81% (8 respondentes) discordaram parcialmente e, 7,40% (4
respondentes) discordaram totalmente, sendo estes últimos, dois respondentes das Ciências
Humanas e um respondente das Ciências da Saúde e das Ciências Sociais Aplicadas.
Na afirmação “Um desafio para a incorporação da educação em direitos humanos
na Universidade relaciona-se à disciplinaridade do tema”, 44,44% (24 respondentes)
indicaram concordar parcialmente, 25,92% (14 respondentes) discordaram totalmente,
24,07% (13 respondentes) indicaram concordar totalmente e, 5,55% (3 respondentes)
discordaram parcialmente. Em relação aos 13 respondentes que discordaram totalmente, estes
contemplam todas a áreas do conhecimento consideradas, exceto os respondentes das
Engenharias e Ciências Agrárias.
145
No que se refere à assertiva “Um desafio para a incorporação da educação em
direitos humanos na Universidade relaciona-se à capacitação docente sobre o tema”, tem-se
que 46,29% (25 respondentes) concordaram totalmente, 37,03% (20 respondentes)
concordaram parcialmente, 11,11% (6 respondentes) discordaram parcialmente e, 5,55% (3
respondentes) discordaram totalmente. Estes últimos indicaram pertencer à grande área das
Ciências Sociais Aplicadas, Ciências da Saúde e Ciências Biológicas. Para este desafio em
específico, há de se considerar o que é proposto em relação à formação continuada em DH por
parte dos docentes e funcionários, tendo em vista os documentos citados anteriormente.
De forma mais equilibrada, a afirmação “Um desafio para a incorporação da
educação em direitos humanos na Universidade relaciona-se aos processos de privatização da
universidade pública”, obteve-se 33,33% (18 respondentes) de indicações de concordância
total, 20,37% (11 respondentes) concordância parcial, 25,92% (14 respondentes) discordância
parcial e, 20,37% (11 respondentes) discordância total. Dentre os respondentes que
discordaram totalmente, estes contemplam todas a áreas do conhecimento consideradas,
exceto Ciências Agrárias e Ciências Exatas e da Terra.
E, por fim, no que diz respeito à última assertiva, “Um desafio para a
incorporação da educação em direitos humanos na Universidade relaciona-se aos processos de
mercantilização da universidade pública”, tem-se que 40,74% (22 respondentes) indicaram a
concordância total, 24,07% (13 respondentes) a concordância parcial, 16,66% (9
respondentes) a discordância parcial e, 18,51% (10 respondentes) a discordância total. Dentre
estes últimos, contemplam todas a áreas do conhecimento consideradas, exceto Linguística,
Letras e Artes, Ciências Agrárias e Ciências Exatas e da Terra. Evidencia-se que estes dois
grandes desafios foram abordados junto ao capítulo 1 desta dissertação.
Assim, de modo a recuperar os principais resultados obtidos por meio da
aplicação desse questionário, tendo em vista as quantidades de docentes respondentes por
grande área do conhecimento, pode-se dizer que grande parte destes participam e/ou já
participaram de grupos de pesquisa que tratam direta ou indiretamente sobre a temática dos
DH. Logo, considerando as questões apresentadas sobre a esfera da pesquisa, têm-se a
presença de diferentes temáticas trabalhadas: no âmbito das CH e CSA, maior predominância
se dá aos temas do direito à educação; direito à saúde; e, gênero, classe e raça; na LLA têm-se
os temas de gênero, classe e raça; direito à educação; e, direito à cidade; nas CS o tema do
direito à saúde ganha maior notoriedade, seguido do direito à educação; nas ENG, apresentase o tema da tecnologia, produção e trabalho, bem como o direito ao meio ambiente; e, nas
CB e CET, o tema de gênero, classe e raça. Quanto à CA, o único docente respondente não
146
indicou nenhuma temática no âmbito da pesquisa, apenas para o pilar da extensão. Há de se
destacar, nesse sentido, que as principais temáticas presentes no âmbito das questões relativas
à pesquisa foram o direito à educação, o direito à saúde e gênero, classe e raça, estando
condizente com aquilo que foi apresentado no âmbito do capítulo 2 desta pesquisa.
Na esfera da extensão, para além da predominância de tais temas, houve o
aparecimento de outras temáticas que não haviam sido levantadas no capítulo anterior, como
o cuidado com a população em situação de rua e, a relação entre os direitos humanos e a
mídia. Para além disso, percebe-se uma congruência entre as temáticas trabalhadas pelos
docentes respondentes e as temáticas indicadas pela Política Nacional de Extensão. À vista
disso, de forma a transcender tais pilares, notabilizou-se ainda a existência de uma série de
motivações que levaram os docentes ao desenvolvimento de atividades de pesquisa e extensão
em direitos humanos, podendo ser atribuído maior destaque à formação acadêmica, as
experiências relativas à militância, e a percepção dos desafios intrínsecos à garantia de tais
direitos.
Especificamente em relação a tais desafios, tendo em vista a produção e
disseminação de conhecimentos em direitos humanos na Universidade, obteve-se que
aproximadamente 80% dos docentes respondentes indicaram a existência destes. Assim,
enquanto principais entraves destacam-se: a inexistência e/ou insuficiência de apoio
institucional e financeiro para o desenvolvimento dessas atividades; o produtivismo
acadêmico; o desconhecimento por parte dos docentes em relação à temática e aos
documentos oficiais do Governo Federal que a legitimam; e, a desvalorização e
deslegitimação do tema perante o atual contexto do país. Tratam-se, portanto, de tópicos
presentes de forma direta e/ou indireta no âmbito das respostas obtidas, configurando-se
enquanto desafios percebidos pela maior parte dos docentes das grandes áreas do
conhecimento. Tais desafios e entraves devem ser melhor compreendidos e explorados pela
Universidade, haja vista seu compromisso assumido recentemente com a pauta. E, para além
desta, devem ser considerados no âmbito de outras Instituições de Ensino, atentando-se às
suas particularidades.
Quanto ao conhecimento dos docentes em relação à existência do PNEDH e do
Pacto Universitário, obteve-se que maior parte dos docentes desconhecem tais normativas, em
especial no âmbito das CS, CET e CB. Quanto às CH e CSA, maior parte dos docentes
indicaram conhecer tais documentos e iniciativas. E, quanto ao conhecimento relativo às
políticas institucionais de apoio à pesquisa e à extensão em DH, têm-se que apesar de tais
docentes desenvolverem atividades no âmbito de tal temática, maior parte deles desconhece
147
sobre a existência de tais políticas. Para além disso, nota-se ainda que no âmbito da extensão
universitária, maior parte dos respondentes indicaram a inexistência destas.
Em suma, através das respostas obtidas, têm-se uma certa concordância em
relação à consideração da Educação em Direitos Humanos enquanto um dos compromissos
sociais a ser assumido pela universidade pública, sendo a questão que obteve maior grau de
respostas positivas (87%). Destaca-se ainda que ao obter maior quantidade de respondentes
por parte das CH, CSA, LLA e CS, os resultados tornaram-se limitados em relação às ENG,
CET, CB e CA, uma vez que não apresentaram quantidades significativas de projetos de
pesquisa e extensão no âmbito do levantamento do capítulo 2 dessa dissertação. Logo,
considerando as respostas obtidas e a limitação deste, instiga-se o desenvolvimento e
realização de novas pesquisas, tendo em vista o maior aprofundamento acerca das temáticas
trabalhadas por grande área do conhecimento, bem como sobre suas especificidades.
148
CONCLUSÃO
O objetivo desta dissertação de mestrado consistiu em analisar a produção e
disseminação de conhecimentos acerca da Educação em Direitos Humanos na Universidade
Estadual de Campinas (Unicamp). Para tanto, a pesquisa foi realizada com base em revisões
bibliográficas, levantamento e análise quanti e qualitativa de ações de gestão, projetos de
pesquisa e práticas extensionistas desenvolvidas entre o período de 2006 a 2017 e, a aplicação
de um questionário online aos docentes que estavam envolvidos com tais projetos e práticas.
Com efeito, durante o primeiro capítulo identificamos alguns pontos centrais:
i.
O debate acerca do compromisso social a ser assumido pelas universidades
públicas é permeado por diversas perspectivas. Se por um lado, a concepção
baseia-se na sua relação colaborativa com o setor privado; por outro, há a
concepção de que esta Instituição de Ensino deve estar envolvida com a produção
de pesquisa básica e a formação de conhecimentos críticos;
ii.
Nesse sentido, a Educação em Direitos Humanos, enquanto prática educativa
recente, atrela-se à segunda perspectiva, tendo em vista a construção do saber e da
formação através do ponto de vista dos direitos humanos. Trata-se, portanto, de
um novo caminho a ser considerado no âmbito de tal debate;
iii.
A EDH é parte essencial do conjunto de direitos humanos fundamentais e diz
respeito a um processo educativo capaz de prevenir violações, bem como de
informar e fazer conhecer os direitos pelos quais todos somos sujeitos. Esta, está
positivada em diversos documentos e normativas do Governo Federal, bem como
em documentos e tratados internacionais. Sua incorporação a estes documentos,
contudo, deve ser considerada enquanto fruto de processos históricos de lutas e
consensos estabelecidos entre os Estados nacionais;
iv.
Tal processo educativo, contudo, limita-se por estar vinculado à democracia
liberal burguesa, porém se constitui enquanto uma alternativa concreta e
potencial, considerando-se a resistência que apresenta em relação à discursos de
ódio e às violações aos direitos humanos.
No âmbito do capítulo dois, apresentamos o cenário dos direitos humanos na
Unicamp através de uma breve exposição do histórico desta, bem como da descrição e análise
dos dados quantitativos e qualitativos obtidos. Enquanto pontos centrais, destacam-se:
i.
A Universidade apresenta uma série de ações de gestão que tratam de forma direta
e indireta sobre a questão dos direitos humanos, podendo ser atribuído maior
149
destaque às iniciativas recentes de adesão ao Pacto Universitário pela Promoção
do Respeito à Diversidade, da Cultura da Paz e dos Direitos Humanos, bem como
a criação de um Observatório de Direitos Humanos. Tratam-se, portanto, de
iniciativas que têm como norte a educação em direitos humanos;
ii.
Em relação à pesquisa em direitos humanos e em educação em direitos humanos,
têm-se maior participação das áreas das Ciências Humanas e Ciências Sociais
Aplicadas, havendo em menor proporção, produções nas Ciências da Saúde e
Ciências Exatas. Quanto aos temas de maior predominância em direitos humanos,
destacam-se às categorias de “gênero, classe e raça”, “tecnologia, produção e
trabalho”, “direito à educação” e “direitos humanos, justiça e memória”,
respectivamente. Em relação à educação em direitos humanos, predomina-se as
categorias do “direito à educação”, “direito ao meio ambiente” e “gênero, classe e
raça”;
iii.
As práticas extensionistas em direitos humanos apresentaram-se de forma mais
frequente através de projetos de extensão comunitária, cursos de extensão e
eventos diversos, contemplando as categorias do “direito à educação”, “direito à
saúde”, “tecnologia, produção e trabalho”, “direitos culturais e geracionais” e
“gênero, classe e raça”. Especificamente em relação à EDH, têm-se o predomínio
das categorias do “direito à educação”, “direito ao meio ambiente” e “direitos
humanos, justiça e memória”;
iv.
Em ambos os pilares, há a predominância dos temas do “direito à educação” e do
“direito ao meio ambiente”; o que os diferencia trata-se dos objetivos e da
frequência relativa ao desenvolvimento de tais projetos e práticas, estando
relacionada ao reoferecimento anual das práticas extensionistas mapeadas, bem
como em relação aos possíveis entraves e desafios que se colocam frente à EDH
no âmbito do ensino superior.
No que se refere ao capítulo três, este foi elaborado com base nos resultados
obtidos através da aplicação de um questionário online remetido aos docentes da Unicamp
que apresentaram produções e/ou práticas extensionistas na área temática desta pesquisa.
Assim, evidenciam-se os seguintes resultados:
i.
Dentre os 54 respondentes, as principais temáticas indicadas em relação à
produção de pesquisas em direitos humanos na Unicamp foram: “direito à saúde”,
“gênero, classe e raça” e “direito à educação”, dentre outras. Quando considerado
por área de conhecimento assinalada, uma maior quantidade de temas/categorias
150
pôde ser encontrada no âmbito das Ciências Humanas, Ciências Sociais
Aplicadas, Linguística, Letras e Artes e Ciências da Saúde. Em relação às áreas
das Engenharias, Ciências Agrárias, Ciências Biológicas e Ciências Exatas e da
Terra, devido à menor quantidade de respondentes, os temas se tornaram um
pouco mais restritos;
ii.
No que se refere às práticas extensionistas, houve a manifestação de temas que
não haviam ganhado tanta evidência no âmbito do capítulo dois, são eles: o
cuidado com a população em situação de rua, bem como as temáticas relativas à
relação entre os direitos humanos e a mídia. E, quanto ao conhecimento relativo
às políticas institucionais de estímulo à produção de pesquisas e práticas
extensionistas em direitos humanos na Universidade, grande parte dos
respondentes não souberam opinar ou indicaram a sua inexistência;
iii.
Destaca-se que 79,6% dos respondentes indicaram haver dificuldades/entraves no
desenvolvimento de pesquisas e práticas extensionistas em direitos humanos na
Unicamp. Enquanto principais respostas: a inexistência e/ou insuficiência de
apoio institucional e financeiro para o desenvolvimento dessas atividades; o
produtivismo acadêmico; o desconhecimento por parte dos docentes em relação à
temática e aos documentos oficiais do Governo Federal que a legitimam; e, a
desvalorização e deslegitimação do tema perante o atual contexto do país;
iv.
Por fim, observa-se uma certa concordância em relação à consideração da EDH
enquanto um dos compromissos sociais a ser assumido pela universidade pública,
sendo a questão que obteve maior grau de respostas positivas.
Em suma, diante dos pontos apresentados, têm-se que a Universidade Estadual de
Campinas, apresenta poucas produções e práticas extensionistas relativas aos direitos
humanos e à EDH. Tais atividades contemplam uma variedade de temas, estando presentes de
forma mais intensa no âmbito das Ciências Humanas e Ciências Sociais Aplicadas. Há de se
destacar, contudo, a inexistência de pesquisas e práticas que utilizam os termos “educação em
direitos humanos” ou “educação para os direitos humanos”. A hipótese, nesse caso, relacionase à questão desta prática educativa ser recente no âmbito acadêmico, bem como à questão da
disciplinarização do conhecimento abordado no âmbito do capítulo 1 desta pesquisa.
Para além disso, chama-se a atenção para a quantidade de projetos de pesquisa e
extensão desenvolvidos durante o período consultado, bem como sua concentração em
determinadas áreas do conhecimento. Quanto ao elemento quantitativo, verifica-se o não
reconhecimento da Educação em Direitos Humanos enquanto um conteúdo transversal às
151
áreas, bem como o desconhecimento relativo aos documentos oficiais do governo federal em
relação à EDH por parte dos docentes respondentes. Nesse sentido, questiona-se se a Unicamp
está, de fato, assumindo seu compromisso social para com os direitos humanos.
Diante disso, instiga-se para que novas pesquisas sejam realizadas sobre a
temática, podendo estas estar relacionadas ao ensino em direitos humanos na Unicamp, às
práticas específicas de gestão e, também, às práticas de convivência da comunidade interna e
externa à Universidade. Nesse processo, evidenciam-se as iniciativas realizadas recentemente
por parte da Reitoria da Universidade, tendo em vista o comprometimento com a pauta dos
direitos humanos fundamentais a partir de sua adesão ao Pacto Universitário. Estas iniciativas
devem se apresentar enquanto políticas de incentivo à realização de pesquisas e práticas
extensionistas em direitos humanos, devendo ser atribuído maior atenção aos desafios e
entraves que se colocam à frente da realização dessas atividades. Trata-se, portanto, de
institucionalizar a EDH enquanto um dos compromissos sociais da Universidade. No entanto,
é preciso reconhecer que apenas o Pacto não provocará mudanças automáticas, é preciso
haver vontade política para tais.
Assim, de modo geral, têm-se que a educação em direitos humanos deve ser
incorporada no âmbito do ensino, pesquisa e extensão, bem como nas ações de gestão e na
convivência, tendo em vista o PNEDH, a DNEDH e o Pacto Universitário. Logo,
considerando os desafios e entraves apresentados pelos docentes no âmbito do capítulo três
desta pesquisa, recomenda-se o seguinte:
i.
Que a temática da EDH subsidie a construção dos Projetos Político-Pedagógicos
de todos os cursos de graduação e pós-graduação;
ii.
Que seja incentivado a elaboração de metodologias pedagógicas participativas e
interdisciplinares para a incorporação da EDH, bem como a promoção de
pesquisas conjuntas entre as universidades públicas sobre a questão dos direitos
humanos;
iii.
Que sejam estabelecidas políticas institucionais de apoio ao desenvolvimento de
pesquisas e práticas extensionistas em direitos humanos, bem como políticas de
apoio à formação continuada de docentes e funcionários em EDH;
iv.
Que sejam apoiados a criação de núcleos, centros e grupos de pesquisa, bem como
a realização de eventos sobre os direitos humanos;
v.
Que sejam estimulados os debates relativos aos direitos humanos no âmbito das
disciplinas e externos à sala de aula;
152
vi.
Que sejam elaborados e implementados programas de pós-graduação com linhas
de pesquisa em direitos humanos;
vii.
Que sejam implementados programas de formação e capacitação em EDH para os
membros da comunidade local, gestores públicos e movimentos sociais;
viii.
ix.
Que sejam fomentados a realização de atividades artísticas e culturais em EDH;
Que sejam promovidas ações de integração entre a comunidade acadêmica e
externa à universidade, tendo em vista o diálogo permanente entre ambas.
153
REFERÊNCIAS
AGUIRRE, Luiz Perez. Educar para os Direitos Humanos: O Grande Desafio
Contemporâneo. S/D. Disponível em:
<http://www.dhnet.org.br/educar/redeedh/bib/aguirre.htm>. Acesso em 04 abr. 2018.
ALVA, Blanca Beatriz Díaz. A educação superior em direitos humanos face à ideologia
neoliberal globalizada. Revista Interdisciplinar de Direitos Humanos, n. 2, v. 2, 2, p. 115130, 2014.
AMADEI, José Roberto Plácido; TORKOMIAN, Ana Lúcia Vitale. As patentes nas
universidades: análise dos depósitos das universidades públicas paulistas. Ciência da
Informação. Brasília, v. 38, n.2, p. 9-18. mai./ago., 2009.
AMARO, Ana; PAVOA, Andreia; MACEDO, Lúcia. A arte de fazer questionários. Porto:
Faculdade de Ciências da Universidade do Porto, 2005.
ANDERSON, Perry. Balanço do neoliberalismo. In: SADER, Emir; GENTILI, Pablo (Orgs.).
Pós-neoliberalismo: as políticas sociais e o Estado democrático. Rio de Janeiro: Paz e Terra,
1995, p. 9-23.
ARBIX, Glauco; CONSONI, Flávia. Inovar para transformar a universidade brasileira.
Revista Brasileira de Ciências Sociais, v. 26, n. 77, p. 205-224, out. 2011.
BARDIN, Laurence. Analise de conteúdo. 4. ed. Lisboa: Editora 70, 2004. 223 p.
BARROCO, Maria Lucia. Barbárie e neoconservadorismo: os desafios do projeto éticopolítico. Serviço social e sociedade, n. 106, p. 205-218, 2011.
BASOMBRÍO, Carlos. Educación y ciudadanía. La educación en derechos humanos en
América Latina. Santiago: CEAAL, 1991.
BATISTA, Elise Helena de Morais. Bullying e diferenças = a busca por um olhar ampliado.
2011. 177 p. Dissertação (mestrado) - Universidade Estadual de Campinas, Faculdade de
Educação, Campinas, SP. Disponível em:
<http://www.repositorio.unicamp.br/handle/REPOSIP/251143>. Acesso em: 16 nov. 2018.
BECHI, Diego. Mercantilização do ensino superior: os desafios da universidade diante do
atual cenário educacional. Acta Scientiarum Education. Maringá, v. 33, n. 1, p. 139-147,
2011.
154
BELLI, Benoni. A politização dos direitos humanos: o Conselho de Direitos Humanos das
Nações Unidas e as resoluções sobre países. São Paulo: Perspectiva, 2009.
BENEVIDES, Maria Victoria de Mesquita. Educação em Direitos Humanos: de que se trata?
In: LEITE, Raquel Lazzari Barbosa; CATANI, Denice Barbara. Formação de educadores –
desafios e perspectivas. São Paulo, Fundação Editora da UNESP, 2001.
BENEVIDES, Maria Victoria de Mesquita. Educação em direitos humanos: de que se trata?.
Formação de Educadores. Desafios e Perspectivas. São Paulo: UNESP, 2003.
BENEVIDES, Maria Victoria de Mesquita. Educação para a democracia. Lua Nova: Revista
de cultura e política, n. 38, p. 223-237, 1996.
BERNHEIM, Carlos Tunnerman; CHAUÍ, Marilena de Souza. Desafios da Universidade na
sociedade do conhecimento. Brasília: UNESCO, 44 p., 2008.
BERNHEIM, Carlos Tunnermann. Los derechos humanos: evolución histórica y reto
educativo. 2ª Edição - Caracas, Venezuela: UNESCO Caracas, 1997. 134 p.
BOBBIO, Norberto. A era dos direitos. Tradução de Carlos Nelson Coutinho. Rio de
Janeiro, 2004.
BOBBIO, Norberto; MATTEUCCI, Nicola; PASQUINO, Gianfranco. Dicionário de
Política, Brasília: Ed. Universidade de Brasília, 11ª Edição, 1998.
BONAVIDES, Paulo. Direitos fundamentais, globalização e neoliberalismo. Revista Latinoamericana de Estudos Constitucionais, Belo Horizonte, v. 2, p. 351-361, 2006.
BRASIL. Comitê Nacional de Educação em Direitos Humanos. Plano Nacional de
Educação em Direitos Humanos. Brasília: Secretaria Especial dos Direitos Humanos,
Ministério da Educação, Ministério da Justiça, UNESCO, 2007.
BRASIL. Decreto nº 1.904, de 13 de maio de 1996. Institui o Programa Nacional de Direitos
Humanos – PNDH. Brasília: 1996.
BRASIL. Decreto-Lei nº 477, de 26 de fevereiro de 1969. Define infrações disciplinares
praticadas por professores, alunos, funcionários ou empregados de estabelecimentos de ensino
público ou particulares, e dá outras providências. Disponível em:
<http://www2.camara.leg.br/legin/fed/declei/1960-1969/decreto-lei-477-26-fevereiro-1969367006-publicacaooriginal-1-pe.html>. Acesso em 06 nov. 2018.
155
BRASIL. Especial dos Direitos Humanos da Presidência da República. Programa Nacional
de Direitos Humanos (PNDH - 3). Brasília: SEDH/PR, 2010.
BRASIL. Lei nº 9.394 de 20 de dezembro de 1996. Estabelece as diretrizes e bases da
educação nacional. Brasília: 1996.
BRASIL. Ministério da Educação. Conselho Nacional de Educação. Diretrizes Nacionais
para a Educação em Direitos Humanos. Brasília, 2012.
BRASIL. Ministério da Educação. Fundação Capes. Programa de Educação em Direitos
Humanos e Diversidades. 2017. Disponível em:
<http://www.capes.gov.br/bolsas/programas-especiais/educacao-em-direitos-humanosdiversidades>. Acesso em 15 mar. 2018.
BRASIL. Pacto Nacional Universitário pela Promoção do Respeito à Diversidade e da
Cultura da Paz e Direitos Humanos. Brasília: Ministério da Justiça, 2016. Disponível em:
<http://educacaoemdireitoshumanos.mec.gov.br>. Acesso em: 15 mar. 2018.
BRASIL. Programa Nacional de Direitos Humanos (PNDH - 2). Brasília: 2002.
BRASIL. Projeto de Lei nº 867, de 2015. Inclui, entre as diretrizes e bases da educação
nacional, o “Programa Escola Sem Partido”. Disponível em:
<https://www.camara.gov.br/proposicoesWeb/fichadetramitacao?idProposicao=1050668>.
Acesso em 04 dez. 2018.
BRASIL. Relatório de encontro de 1 ano do Pacto Universitário pela Promoção do
Respeito à Diversidade, da Cultura da Paz e dos Direitos Humano. Brasília: 2017.
Disponível em: <http://edh.mec.gov.br/arquivos/Encontro_1ano_Pactorelatorio_final_v6.pdf>. Acesso em 26 nov. 2018.
BRASIL. Secretaria de Educação Fundamental. Parâmetros curriculares nacionais:
introdução aos parâmetros curriculares nacionais. Brasília: MEC/SEF, 1997. 126p.
BRISOLLA, Sandra; CORDER, Solange; GOMES, Erasmo; MELLO, Débora. As relações
universidade-empresa-governo: Um estudo sobre a Universidade Estadual de Campinas
(UNICAMP). Educação & sociedade, v. 18, n. 61, p. 187-209, 1997.
CAMARGO, Elizabeth de Almeida Silvares Pompêo de et al (Org.). Educação: de direito de
cidadania a mercadoria. Educação e Sociedade, v. 24, n. 84, p. 727-732, 2003.
156
CANDAU, Vera Maria. Direitos humanos, educação e interculturalidade: as tensões entre
igualdade e diferença. Revista Brasileira de educação, v. 13, n. 37, p. 45-56, 2008.
CANDAU, Vera Maria. Educação em Direitos Humanos e estratégias metodológicas.
2008.
CANDAU, Vera; SACAVINO, Suzana Beatriz. Educação em direitos humanos no Brasil:
ideias-força e perspectivas de futuro. Pensamiento e ideas-fuerza de la educación en
derechos humanos en Iberoamérica. Santiago, Chile: OIE/Orealc/Unesco, p. 68-83, 2008.
CARBONARI, Paulo César. O sentido dos direitos humanos na educação superior. In:
SILVA, Aida Maria Monteiro (Org.). Educação superior: espaço de formação em direitos
humanos. São Paulo: Cortez, 2013.
CARDOSO, Clodoaldo Meneguello. Revista Interdisciplinar de Direitos Humanos: uma
contribuição para o diálogo entre a ciência, a ética e a política. Revista Interdisciplinar de
Direitos Humanos, v. 1, n. 1, p. 7-14, 2013.
CARDOSO, Clodoaldo Meneguello. Valores ético-políticos na formação Universitária.
CARDOSO, C. M. (Org.). Universidade, poder e direitos humanos. São Paulo: Cultura
Acadêmica, 2016.
CARPIZO, Jorge. Los derechos humanos: naturaleza, denominación y características.
Cuestiones Constitucionales, n. 25, p. 3-29, jul./dez. 2011.
CARVALHO, José Murilo de. Cidadania no Brasil. O longo caminho. Rio de Janeiro:
Civilização Brasileira, 2008.
CARVALHO, Lucia Helena de. A construção da paz como meta do processo educativo.
2011. 302 p. Tese (doutorado) - Universidade Estadual de Campinas, Faculdade de Educação,
Campinas, SP. Disponível em:
<http://www.repositorio.unicamp.br/handle/REPOSIP/251100>. Acesso em: 16 nov. 2018.
CASSIOLATO, José Eduardo. A economia do conhecimento e as novas políticas industriais e
tecnológicas. In: CASSIOLATO, José Eduardo. Informação e globalização na era do
conhecimento. Rio de Janeiro: Campus, p. 164-190, 1999.
CASTILHO, Fausto. O conceito de universidade no projeto da UNICAMP. Org:
SOARES, A.G.T. Campinas, SP: EdUNICAMP, 2008.
157
CASTRO, Alexandre Camargo; JANNUZZI, Celeste Aída Sirotheau Corrêa; MATTOS,
Fernando Augusto Mansor de. Produção e disseminação de informação tecnológica: a atuação
da Inova – Agência de Inovação da Unicamp. TransInformação, v. 19, n. 3, p. 265-277,
set./dez. 2007.
CHAUÍ, Marilena de Souza. A universidade pública sob nova perspectiva. Revista Brasileira
de Educação, n. 24, p. 5-15, set.-dez. 2003.
CRISTOFOLETTI, Evandro Coggo; SERAFIM, Milena Pavan. A relação universidadeempresa sob diferentes abordagens: da universidade empreendedora ao capitalismo
acadêmico. Educação, v. 40, n. 1, 2017.
DAGNINO, Renato. Como é a universidade de que o Brasil precisa?. Avaliação, v. 20, n. 2,
p. 293-333, 2015.
DALLARI, Dalmo de Abreu. O Brasil rumo à sociedade justa. In: SILVEIRA, Rosa Maria
Godoy (Org.) et al. Educação em direitos humanos: fundamentos teórico-metodológicos.
João Pessoa: Editora Universitária, 2008, p. 29-49.
DANTAS, Marcos. Capitalismo na era das redes: trabalho, informação e valor no ciclo da
comunicação produtiva. In: LASTRES, Helena; ALBAGLI, Sarita. Informação e
globalização na era do conhecimento. Rio de Janeiro: Campus, p. 216-261, 1999.
DE PAULA, Maria de Fátima. A perda da identidade e da autonomia da universidade
brasileira no contexto do neoliberalismo. Revista Eletrônica do Grupo Aleph–Formação
dos Profissionais da Educação, v. 2, p. 1-16, 2006.
DIAS SOBRINHO, José. Educação superior, globalização e democratização: qual
universidade?. Revista brasileira de educação, n. 28, p. 164-173, 2005.
DIAS SOBRINHO, José. Educação superior: bem público, equidade e democratização.
Avaliação, v.18, n.1, p. 107-126, 2013.
DIAS SOBRINHO, José. Universidade e novos modos de produção, circulação e aplicação do
conhecimento. Avaliação, v. 19, n. 3, p. 643-662, 2014.
DIAS SOBRINHO, José. Universidade fraturada: reflexões sobre conhecimento e
responsabilidade social. Avaliação, v. 20, n. 3, p. 581-601, 2015.
158
DIBBERN, Thais Aparecida; CRISTOFOLETTI, Evandro Coggo; SERAFIM, Milena Pavan.
Educação em direitos humanos: um panorama do compromisso social da universidade
pública. Educação em Revista, v. 34, 2018.
ECOEDU AMBIENTAL. Apresentação. Disponível em: <https://www.ft.unicamp.br/ptbr/laboratorio/ecoedu-ambiental>. Acesso em 16 nov. 2018.
ESCRIVÃO FILHO, Antonio; SOUSA JUNIOR, José Geraldo de. Para um debate teóricoconceitual e político sobre os direitos humanos. Belo Horizonte: Editora D’Plácido, 2018.
FACEBOOK. Observatório de Direitos Humanos da Unicamp. Disponível em:
<https://www.facebook.com/ODH.Unicamp/>. Acesso em 05 dez. 2018.
FAGNANI, Eduardo. Política social no Brasil (1964-2002): entre a cidadania e a caridade.
Tese (Doutorado) – Universidade Estadual de Campinas. Instituto de Economia. Campinas,
SP: 2005.
FERNÁNDEZ, Mónica. La educación en derechos humanos en la Argentina. Editorial de
la Universidad Nacional de Quilmes, 2013.
FOLHA DE SÃO PAULO. Empresários bancam campanha contra o PT pelo WhatsApp.
2018. Disponível em: <https://www1.folha.uol.com.br/poder/2018/10/empresarios-bancamcampanha-contra-o-pt-pelo-whatsapp.shtml>. Acesso em 17 nov. 2018.
FORPROEX. Política Nacional de Extensão Universitária. 2012. Disponível em:
<https://www.ufmg.br/proex/renex/documentos/2012-07-13-Politica-Nacional-deExtensao.pdf>. Acesso em 15 mar. 2018.
GASPAR, Alberto. A educação formal e a educação informal em ciências. Ciência e público.
Local: Editora UFRJ, p. 171-183, 2002.
GASPAR, Vitor Tavares. Estudos sobre tecnologia social e educação ambiental crítica:
possíveis caminhos para construção de outra sociedade. 2012. 119 p. Dissertação (mestrado) Universidade Estadual de Campinas, Faculdade de Tecnologia, Limeira, SP. Disponível em:
<http://www.repositorio.unicamp.br/handle/REPOSIP/267787>. Acesso em: 16 nov. 2018.
GEEPAZ. Grupo de Estudos Educação para a Paz e Tolerância. Missão. Disponível em:
<http://www.geepaz.com.br/?page_id=6>. Acesso em 16 nov. 2018.
159
GENTILI, Pablo. Dictacracia: El Brasil que queda. In: El País. Elecciones em Brasil 2018.
2018. Disponível em:
<https://elpais.com/elpais/2018/10/29/contrapuntos/1540780955_489243.html>. Acesso em
19 nov. 2018.
GIL, Antônio Carlos. Métodos e Técnicas de Pesquisa Social. São Paulo: Editora Atlas,
2008.
GOERGEN, Pedro. Ciência, sociedade e universidade. Educação &Sociedade. Campinas,
vol.19, n. 63. ago., 1998.
GOERGEN, Pedro. Tecnociência, pensamento e Formação na educação superior. Avaliação,
v. 19, n. 3, p. 561-584, 2014.
GUERRA, Fatima Aparecida Alves. Educação ambiental e o empoderamento da pessoa
com deficiência na universidade. 2016. 1 recurso online (64 p.). Dissertação (mestrado) Universidade Estadual de Campinas, Faculdade de Tecnologia, Limeira, SP. Disponível em:
<http://www.repositorio.unicamp.br/handle/REPOSIP/305593>. Acesso em: 16 nov. 2018.
HUNT, Lynn. A invenção dos direitos humanos: uma história. São Paulo: Companhia das
Letras, 2009.
IIDH. Pacto Interamericano pela Educação em Direitos Humanos. 2010. Disponível em:
<https://www.google.com.br/url?sa=t&rct=j&q=&esrc=s&source=web&cd=1&ved=0ahUKE
wiejdXNpdrZAhXIEJAKHeVhB4EQFggpMAA&url=http%3A%2F%2Fwww.dhnet.org.br%
2Feducar%2Fmundo%2Fa_pdf%2Fiidh_pacto_interamericano_edh_2010.pdf&usg=AOvVaw
2An6Hur3VQ5uIqyaBunf_d>. Acesso em 07 mar. 2018.
IIDH. Relatório interamericano de educação em direitos humanos: Um estudo em 19
países, desenvolvimento nas políticas de convivência e segurança escolar com enfoque de
direitos. Instituto Interamericano de Direitos Humanos. San José, Costa Rica: IIDH, 2012.
INSTITUTO PESQUISAS DE OPINIÃO. Direitos humanos. Percepções da opinião pública.
2014. Disponível em:
<https://www.google.com.br/url?sa=t&rct=j&q=&esrc=s&source=web&cd=2&cad=rja&uact
=8&ved=0ahUKEwi255OvzaDaAhVMlZAKHaCED9gQFggxMAE&url=http%3A%2F%2Fc
amp.org.br%2Ffiles%2F2016%2F06%2FApresenta%25C3%25A7%25C3%25A3o-PesqDireitos-Humanos-EDHESCA-CAMP.pdf&usg=AOvVaw18C6YBCZ9CBzVs9DK9sUHh>.
Acesso em 04 abr. 2018.
160
LAFER, Celso. A ONU e os direitos humanos. Estudos Avançados, v. 9, n. 25, p. 169-185,
1995.
LEPED. Laboratório de Estudos e Pesquisas em Ensino e Diferença. Apresentação.
Disponível em: <https://www.leped.fe.unicamp.br/apresentacao>. Acesso em 16 nov. 2018.
LESPAUBIN, Ivo. As classes populares e os direitos humanos. Petrópolis: Editora Vozes,
1984.
LÖWY, Michael. Conservadorismo e extrema-direita na Europa e no Brasil. Serviço social e
sociedade, São Paulo, n. 124, p. 652-664, Dez. 2015. Disponível em:
<http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S010166282015000400652&lng=en&nrm=iso>. Acesso em 09 jun. 2017.
LYRA FILHO, Roberto. Desordem e processo: um posfácio explicativo. In: LYRA, Doreodó
Araújo. Desordem e processo: estudos em homenagem a Roberto Lyra Filho. Porto Alegre:
Sergio Fabris, 1986.
MAGENDZO, Abraham. Educación en derechos humanos – un desafío para los docentes
de hoy. Santiago: LOM Ediciones, 2006.
MAGENDZO, Abraham. Introducción. La Educación en Derechos Humanos en América
Latina: una mirada de fin de siglo. In: CUELLAR, R. (Org.). Experiencias de educación en
derechos humanos en América Latina. San José: IIDH, USAID, F. Ford, 2000.
MAGENDZO, Abraham. La educación en derechos humanos constructora del sujeto de
derechos: una perspectiva desde el enfoque de competencias genéricas. In: MAGENDZO,
Abraham (Ed.). Pensamiento e ideas-fuerza de la educación en derechos humanos en
Iberoamérica. Unesco y OEI: Editorial Santa María, Chile, 2009.
MARCONI, Maria de Andrade; LAKATOS, Eva Maria. Fundamentos de metodologia
científica. 5ª edição. São Paulo: Atlas, 2003.
MARTINS, Carlos Benedito. A reforma universitária de 1968 e a abertura para o ensino
superior privado no Brasil. Educação & sociedade, v. 30, n. 106, 2009.
MELLO, Alex Fiuza; FILHO, Naomar de Almeida; RIBEIRO, Renato Janine. Por uma
Universidade socialmente relevante. Atos de Pesquisa em Educação, v. 4, n. 3, p. 292-302,
2009.
161
MENEGHEL, Stela Maria. Zeferino Vaz e a Unicamp – uma trajetória e um modelo de
universidade. 1994. Dissertação (mestrado) - Universidade Estadual de Campinas, Faculdade
de Educação, Campinas, SP.
MÉSZÁROS, István. Filosofia, ideologia e ciência social. São Paulo: Boitempo, 2008.
MIGUEL, Luis Felipe. A reemergência da direita brasileira. In: GALLEGO, Esther Solano
(Org.). O ódio como política: a reinvenção da direita no Brasil. São Paulo: Boitempo, 2018.
NOGUEIRA, Roberto. Elaboração e análise de questionários: uma revisão da literatura básica
e a aplicação dos conceitos a um caso real. Relatório Coppead, p. 1-28, 2002.
NUNES, Itamar. Um olhar sobre a diversidade no Plano Nacional de Educação em Direitos
Humanos: contribuição à formação universitária. In: SILVA, Aida Maria Monteiro (Org.).
Educação Superior: espaço de formação em Direitos Humanos. São Paulo: Cortez, 2013.
OEA. Carta Democrática Interamericana. 2001. Disponível em:
<http://www.oas.org/OASpage/port/Documents/Democractic_Charter.htm>. Acesso em 09
fev. 2018.
OEA. Convenção Americana sobre Direitos Humanos. 1969. Disponível em:
<https://www.cidh.oas.org/basicos/portugues/c.convencao_americana.htm>. Acesso em 09
fev. 2018.
OEA. Convenção Interamericana para Prevenir, Sancionar e Erradicar a Violência
contra a Mulher. 1994. Disponível em:
<http://www.pge.sp.gov.br/centrodeestudos/bibliotecavirtual/instrumentos/belem.htm>.
Acesso em 09 fev. 2018.
OEA. Protocolo Adicional à Convenção Americana sobre Direitos Humanos em Matéria
de Direitos Econômicos, Sociais e Culturais. 1988. Disponível em:
<www.direito.mppr.mp.br/arquivos/File/protocoloadicional.PDF>. Acesso em 09 fev. 2018.
ONU. Carta Internacional dos Direitos Humanos. 1945. Disponível em:
<https://nacoesunidas.org/carta/>. Acesso em 07 fev. 2018.
ONU. Conferência Intergovernamental sobre a educação para a compreensão, a
cooperação e a paz internacionais e a educação relativa aos direitos humanos e as
liberdades fundamentais, com vistas a fomentar uma atitude favorável ao fortalecimento
da segurança e do desarmamento. 1983.
162
ONU. Congresso Internacional sobre Educação para os Direitos Humanos e a
Democracia. 1993.
ONU. Congresso Internacional sobre o Ensino dos Direitos Humanos. 1978.
ONU. Convenção contra a Tortura e outros Tratos ou Penas Cruéis, Inumanas ou
Degradantes. 1984. Disponível em: <www.dhnet.org.br/direitos/sip/onu/tortura/lex221.htm>.
Acesso em 08 fev. 2018.
ONU. Convenção Internacional sobre a Eliminação de Todas as Formas de
Discriminação Racial. 1965. Disponível em:
<http://direitoshumanos.gddc.pt/3_2/IIIPAG3_2_1.htm>. Acesso em 08 fev. 2018.
ONU. Convenção Internacional sobre a Eliminação de Todas as Formas de
Discriminação contra a Mulher. 1979. Disponível em:
<plataformamulheres.org.pt/docs/PPDM-CEDAW-pt.pdf>. Acesso em 08 fev. 2018.
ONU. Convenção sobre os Direitos da Criança. 1989. Disponível em:
<https://www.unicef.org/brazil/pt/resources_10120.htm>. Acesso em 08 fev. 2018.
ONU. Declaração e Programa de Ação de Viena. 1993. Disponível em:
<www.dhnet.org.br/direitos/anthist/viena/viena.html>. Acesso em 07 fev. 2018.
ONU. Declaração Universal dos Direitos Humanos. 1948. Disponível em:
<http://www.onu.org.br/img/2014/09/DUDH.pdf>. Acesso em 07 fev. 2018.
ONU. Diretrizes do Decênio das Nações Unidas para a Educação na esfera dos Direitos
Humanos. 1997.
ONU. Pacto Internacional dos Direitos Civis e Políticos. 1966. Disponível em:
<www.cjf.jus.br/caju/tratados.pdf>. Acesso em 07 fev. 2018.
ONU. Pacto Internacional dos Direitos Econômicos, Sociais e Culturais. 1966. Disponível
em: <www.unfpa.org.br/Arquivos/pacto_internacional.pdf>. Acesso em 07 fev. 2018.
ONU. Plano de Ação: Programa Mundial para a Educação em Direitos Humanos.
Primeira etapa. 2006. Disponível em:
<www.dhnet.org.br/.../plano_acao_programa_mundial_edh_pt.pdf>. Acesso em 08 fev. 2018.
163
ONU. Plano de Ação: Programa Mundial para a Educação em Direitos Humanos.
Segunda etapa. 2012. Disponível em:
<unesdoc.unesco.org/images/0021/002173/217350por.pdf>. Acesso em 08 fev. 2018.
ONU. Plano de Ação: Programa Mundial para a Educação em Direitos Humanos.
Terceira etapa. 2015. Disponível em:
<unesdoc.unesco.org/images/0023/002329/232922POR.pdf>. Acesso em 08 fev. 2018.
ONU. Recomendação de Malta sobre o Ensino, Documentação e Informação sobre os
Direitos Humanos. 1987.
ONU. Recomendação sobre a Educação para a Compreensão, a Cooperação e a Paz
Internacionais e a Educação relativa aos Direitos Humanos e as Liberdades
Fundamentais. 1974. Disponível em:
<http://direitoshumanos.gddc.pt/3_20/IIIPAG3_20_2.htm>. Acesso em 07 fev. 2018.
ONU. Resolução n. 66/137. Declaração das Nações Unidas sobre Educação em Direitos
Humanos. Nova York: ONU, 2011. Disponível em:
<http://www.mdh.gov.br/assuntos/conferenciasdh/12a-conferencia-nacional-de-direitoshumanos/educacao-em-direitos-humanos/resolucao-a-66-137-2011-declaracion-de-lasnaciones-unidas-sobre-educacion-y-formacion-en-materia-de-derechos-humanos>. Acesso em
07 mar. 2018.
PEDROSO, Regina Célia. Violência e cidadania no Brasil. 1ª edição. São Paulo: Editora
Ática, 1999.
PENNA, Fernando. O discurso reacionário de defesa de uma “escola sem partido”. In:
GALLEGO, Esther Solano (Org.). O ódio como política: a reinvenção da direita no Brasil.
São Paulo: Boitempo, 2018.
PEREIRA, Luana de Cássia Souza; PEREIRA, Waltor Ribeiro. A universidade: da concepção
original à mercantilização. WebArtigos. 2012. Disponível em:
<https://www.webartigos.com/artigos/a-universidade-da-concepcao-original-amercantilizacao/92324>. Acesso em 05 nov. 2018.
PIOVESAN, Flávia. A constituição brasileira de 1988 e os tratados internacionais de proteção
dos direitos humanos. Revista Jurídica da Faculdade de Direito/Faculdade Dom Bosco.
Núcleo de Pesquisa do Curso de Direito. V. 2, n. 1, p. 20-33, jan./jun. 2008.
164
PIOVESAN, Flávia; FACHIN, Melina Girardi. Educação em Direitos Humanos no Brasil:
desafios e perspectivas. Revista Jurídica da Presidência, v. 19, n. 117, p. 20-38, 2017.
PLONSKI, Guilherme Ary. Cooperação universidade-empresa: um desafio gerencial
complexo. Revista de Administração da Universidade de São Paulo, v. 34, n. 4, p. 5-12,
1999.
RAMOS, André de Carvalho. Curso de Direitos Humanos. São Paulo: Saraiva, 2014.
RAMOS, André de Carvalho. Teoria geral dos direitos humanos na ordem internacional.
5ª edição. São Paulo: Saraiva, 2015.
RODINO, Ana María. La institucionalización de la educación en derechos humanos en los
sistemas educativos de América Latina (1990-2012): avances, limitaciones y desafíos. In: In:
RODINO, Ana María et al. (Org.). Cultura e educação em direitos humanos na América
Latina: trajetórias, desafios e perspectivas. João Pessoa: CCTA, 2016.
RODRIGUES, Elaina Curvelo; GREGO, Sonia Maria Duarte; ROMANATTO, Maria José. A
problematização da docência universitária no contexto do capitalismo universitário. Revista
Ibero-Americana de Estudos em Educação, v. 5, n. 3, p. 1-17, 2010.
SACAVINO, Suzana Beatriz. Educação em/para os direitos humanos em processos de
democratização: o caso do Chile e do Brasil. Tese (Doutorado em Educação) –Pontifícia
Universidade Católica do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, 2008.
SALVIOLI, Fabián. La universidad y la educación en el siglo XXI: los derechos humanos
como pilares de la nueva Reforma Universitaria. Instituto Interamericano de Derechos
Humanos. San José: IIDH, 2009.
SANCHEZ, Luz Helena Toro de. A extensão universitária: o histórico da experiência da
Unicamp. 1996. Dissertação (mestrado) - Universidade Estadual de Campinas, Faculdade de
Educação, Campinas, SP.
SANTOS, Boaventura de Souza. Direitos humanos, democracia e desenvolvimento. São
Paulo: Cortez, 2013.
SANTOS, Vania Maria Nunes dos. Formação de professores para o estudo do ambiente:
projetos escolares e a realidade socioambiental local. 2006. 279p. Tese (doutorado) Universidade Estadual de Campinas, Instituto de Geociencias, Campinas, SP. Disponível em:
<http://www.repositorio.unicamp.br/handle/REPOSIP/287040>. Acesso em: 16 nov. 2018.
165
SCHILLING, Flávia. Direitos Humanos e Educação: outras palavras, outras práticas, São
Paulo, EDUSP/Cortez, 2005.
SEGATTO-MENDES, Andréa Paula; MENDES, Nathan. Cooperação tecnológica
universidade-empresa para eficiência energética: um estudo de caso. Revista de
Administração Contemporânea, Edição Especial, p. 53-75, 2006.
SERAFIM, Milena Pavan. O processo de mercantilização das instituições de educação
superior: um panorama do debate nos EUA, na Europa e na América Latina. Avaliação, v. 16,
n. 2, p. 241-265, 2011.
SEVERINO, Antônio Joaquim. Educação e universidade: conhecimento e construção da
cidadania. Interface-Comunicação, Saúde, Educação, v. 6, p. 117-124, 2002.
SGUISSARDI, Valdemar. Educação Superior no Brasil: democratização ou massificação
mercantil. Educação e Sociedade, v. 36, n. 133, p. 867-889, 2015.
SGUISSARDI, Valdemar. Modelo de expansão da educação superior no Brasil: predomínio
privado/mercantil e desafios para a regulação e a formação universitária. Educação e
Sociedade, v. 29, n. 105, p. 991-1019, 2008.
SILVA JÚNIOR, Severino Domingos; COSTA, Francisco José. Mensuração e Escalas de
Verificação: uma Análise Comparativa das Escalas de Likert e Phrase Completion. Revista
Brasileira de Pesquisa de Marketing, Opinião e Mídia, v. 15, p.1-16, 2014.
SILVA, Aida Maria Monteiro. Escola pública e a formação da cidadania: possibilidades e
limites. Tese de Doutorado – Faculdade de Educação, Universidade de São Paulo. São Paulo,
2000.
SILVA, Aida Maria Monteiro; TAVARES, Celma. Educação em direitos humanos no Brasil:
contexto, processo de desenvolvimento, conquistas e limites. Educação, v. 36, n. 1, p. 50-58,
jan./abr., 2013.
SILVA, Fernanda Duarte Lopes Lucas da. Fundamentando os direitos humanos: um breve
inventário. In: TORRES, Roberto Lobo (Org.). A legitimação dos direitos humanos. Rio de
Janeiro: Renovar, 2002, p. 99-138.
SLAUGTHER, Sheila; LESLIE, Larry L. Academic capitalism, politics, policies and the
entrepreneurial university. Baltimore, Maryland, EUA: The Johns Hopkins University
Press, 1999.
166
SOUSA JUNIOR, José Geraldo de. Discurso social e cidadania: movimento social e práticas
instituintes de direito (ética e direitos humanos). Revista Ethos. Brasília: Sociedade de
Estudos e Pesquisas éticas de Brasília – SEPEB, 2000, p. 171-190.
TAVARES, Celma. Educar em direitos humanos, o desafio da formação dos educadores
numa perspectiva interdisciplinar. In: SILVEIRA, Rosa Maria Godoy, et al. Educação em
Direitos Humanos: fundamentos teórico-metodológicos. Brasília: Secretaria Especial dos
Direitos Humanos, p. 487-503, 2010.
TOLEDO, Caio Navarro de. Por uma Comissão da Verdade e Memória na Unicamp. In:
UNICAMP. Relatório final da Comissão da Verdade e Memória “Octávio Ianni” da
Unicamp. Campinas, 2015. Disponível em:
<http://www.unicamp.br/unicamp/noticias/2015/04/01/comissao-da-verdade-apresentarelatorio-final>. Acesso em 06 nov. 2018.
TONET, Ivo. Para além dos direitos humanos. Revista Novos Rumos, ano 17, nº 37, 2002.
UGARTE, Carolina. Las Naciones Unidas y la educación en derechos humanos. Madri:
Eunsa, 2004.
UNICAMP. “Diálogos Direitos Humanos” fecha temporada 2018. Jornal da Unicamp.
Disponível em: <https://www.unicamp.br/unicamp/noticias/2018/11/08/dialogos-direitoshumanos-fecha-temporada-2018>. Acesso em 05 dez. 2018.
UNICAMP. Acervo do Arquivo Edgard Leuenroth. Disponível em:
<https://www.ael.ifch.unicamp.br/acervo>. Acesso em 06 nov. 2018.
UNICAMP. Alunos. Disponível em: <http://www.unicamp.br/unicamp/alunos>. Acesso em
02 nov. 2018.
UNICAMP. Conselho Universitário. Relatório Grupo de Trabalho - Organização das
Audiências Públicas para debater a Política de Cotas na UNICAMP. Portaria GR 050/2016, de 06/09/2016. Disponível em:
<https://www.pg.unicamp.br/portarias.php?ano=2016&pagina=2>. Acesso em: 06 nov. 2018.
UNICAMP. Direitos Humanos. Jornal da Unicamp. Disponível em:
<https://www.unicamp.br/unicamp/ju/artigos/direitos-humanos>. Acesso em 05 dez. 2018.
UNICAMP. Ensino. Disponível em: <https://www.unicamp.br/unicamp/ensino>. Acesso em
23 mai. 2018.
167
UNICAMP. Estatuto da Unicamp Vigente. Disponível em:
<http://www.reitoria.unicamp.br/estatuto/list>. Acesso em 02 nov. 2018.
UNICAMP. Guia para ingressantes 2018. Disponível em:
<https://www.calouros.sae.unicamp.br/index.php/a-unicamp-e-o-sae/pacto-direitoshumanos>. Acesso em 05 dez. 2018.
UNICAMP. História. Disponível em: <https://www.unicamp.br/unicamp/node/64>. Acesso
em 02 nov. 2018.
UNICAMP. Portaria GR nº 19/2018, de 15.03.2018. Designa Grupo de trabalho para
organizar o Observatório de Direitos Humanos da Unicamp. Disponível em:
<https://www.imprensaoficial.com.br/Certificacao/Certificador.aspx?link=%2f2018%2fexecu
tivo%2520secao%2520i%2fmarco%2f17%2fpag_0056_4SJQQVLFKM8O8e11TIICRQJDU
56.pdf&pagina=56&data=17/03/2018&caderno=Executivo%20I> . Acesso em 05 dez. 2018.
UNICAMP. Pró-Reitoria de Extensão e Cultura. Missão PROEC. Disponível em:
<http://www.preac.unicamp.br/?page_id=5>. Acesso em 23 mai. 2018.
UNICAMP. Pró-Reitoria de Pesquisa. Pesquisa na Unicamp. Disponível em:
<https://www.prp.unicamp.br/pt-br/pesquisa-na-unicamp>. Acesso 23 mai. 2018.
UNICAMP. Relatório final da Comissão da Verdade e Memória “Octávio Ianni” da
Unicamp. Campinas, 2015. Disponível em:
<http://www.unicamp.br/unicamp/noticias/2015/04/01/comissao-da-verdade-apresentarelatorio-final>. Acesso em 06 nov. 2018.
UNICAMP. Resolução GR nº 46, de 29.11.2018. Dispõe sobre a criação do Observatório de
Direitos Humanos da Unicamp. Disponível em:
<https://www.imprensaoficial.com.br/DO/BuscaDO2001Documento_11_4.aspx?link=%2f20
18%2fexecutivo%2520secao%2520i%2fnovembro%2f30%2fpag_0082_63d37b7ee80fcbacce
d5c82de79a00be.pdf&pagina=82&data=30/11/2018&caderno=Executivo%20I&paginaorden
acao=100082>. Acesso em 05 dez. 2018.
UNICAMP. Simpósio Unicamp Direitos Humanos: pesquisas e ações. Disponível em:
<http://www.evento.odh.unicamp.br/simposio2018/>. Acesso em 05 dez. 2018.
UNICAMP. Unicamp assina Cátedra para Refugiados e Pacto Universitário em Direitos
Humanos. Disponível em:
168
<https://www.unicamp.br/unicamp/ju/noticias/2017/10/19/unicamp-assina-catedra-pararefugiados-e-pacto-universitario-em-direitos>. Acesso em: 26 nov. 2018.
VIEIRA, Sônia. Com elaborar questionários. São Paulo: Editora Atlas, 2009.
VIOLA, Solon Eduardo Annes. A educação superior: compromisso com os direitos humanos.
In: SILVA, Aida Maria Monteiro (Org.). Educação superior: espaço de formação em
direitos humanos. São Paulo: Cortez, 2013.
VIVALDO, Fernando Vicente. Educação em Direitos Humanos: abordagem histórica, a
produção e experiência brasileira. Dissertação (Mestrado) – Faculdade de Educação,
Universidade de São Paulo. São Paulo, 2009.
ZENAIDE, Maria de Nazaré Tavares. Educação em Direitos Humanos para formar novos
modos de ser e agir. Entrevista realizada por Júlio Américo. 2007. Disponível em:
<http://www.dhnet.org.br/direitos/militantes/nazarezenaide/a_pdf/nazare_entrevista_julio.pdf
>. Acesso em 13 mar. 2018.
ZENAIDE, Maria de Nazaré Tavares. Linha do Tempo da Educação em Direitos Humanos na
América Latina. In: RODINO, Ana María et al. (Org.). Cultura e educação em direitos
humanos na América Latina: trajetórias, desafios e perspectivas. João Pessoa: CCTA, 2016.
ZENAIDE, Maria de Nazaré Tavares; TOSI, Giuseppe. Os direitos humanos na educação
superior no Brasil: história, tendências e desafios. Anais do 7º Encontro Anual da “Direitos
humanos, democracia e diversidade”. Curitiba/PR, 2012.
169
APÊNDICE A – CRONOLOGIA DA EDUCAÇÃO EM DIREITOS HUMANOS NA
AMÉRICA LATINA 1983-1991
Ano
1985
Atividade
Seminario Internacional
Educación para la
Comprensión Internacional,
la Paz y los Derechos
Humanos en América
Latina
II Seminario
Latinoamericano de
Educación para la Paz y los
Derechos Humanos
1986
1987
1988
1989
Ano
1985
Ano
1988
Seminario Educación y
Derechos Humanos en la
Enseñanza Universitaria
Primer Curso de Postgrado
en Derechos Humanos
I Seminario Taller Nacional
para la Formación
de
Coordinadores
Seminario de Derechos
Humanos Interfacultades
Universitarias
Seminario Educación en
Libertad y Derechos
Políticos y Protección del
medio ambiente
Seminario Presente y Futuro
de los Derechos Económicos
de América Latina
Atividade
Taller sobre la
situación de los
Derechos Humanos en
Bélice
ARGENTINA
Organizador
Participantes
Federación Mundial de
Asociaciones por las Naciones
Unidas
-
Programa de Educación para los
Derechos Humanos y la Paz del
Consejo de Educación de Adultos
de América Latina (CEAAL) y el
Consejo Internacional de
Educación de Adultos
(ICAE)
Assistem representantes de
Bolivia, México, Equador,
Colômbia, Chile, Argentina,
Brasil, Costa Rica e Uruguai
Instituto Interamericano de
Derechos Humanos (IIDH)
Participam
Instituto Argentino de Derechos
Humanos y de los Pueblos
Sub Comisión de Educación de la
Asamblea Permanente de los
Derechos Humanos
Universidad de Rosario y el
Instituto Interamericano de
Derechos Humanos (IIDH)
Colegio
Nicolás
Avellaneda y el Instituto
Interamericano
de
Derechos
Humanos (IIDH)
Ministerio de Relaciones
Exteriores, Subsecretaría de
Derechos Humanos y el Instituto
Interamericano de Derechos
Humanos (IIDH)
Assistem 50 profissionais
Participam 37 professores
Assistem 120 especialistas
Participam 53 pessoas
Assistem 52 especialistas
BELIZE
Organizador
Comisión de Derechos
Humanos de Centroamérica
(CODEHUCA)
Atividade
Taller Nacional sobre el Perfil del
Educador Popular en Derechos
Humanos
Reunión Nacional de las comisiones
Departamentales
de Educación
popular de la
especialistas
Participantes
Assistem representantes de
organizações de trabalhadores,
sociais, cívicas e educadores
BOLÍVIA
Organizador
Asamblea Permanente de
Derechos Humanos
Asamblea Permanente de los
Derechos Humanos de
Bolivia
Participantes
Assistem educadores
das diferentes regiões
do país
-
170
Primer
Asamblea Permanente
Colectivo Nacional de
Educación Popular
II Colectivo Nacional de Educación
popular
1989
III Colectivo Nacional de
Educación popular
Seminario Diagnóstico de la
Educación en Derechos Humanos en
Bolivia. Situación actual
y perspectivas
IV Colectivo Nacional de Educación
Popular
1990
Seminario Taller Democracia Formal
y Educación en Derechos
Humanos
II Seminario sobre Educación para la
Paz, la
Democracia y los Derechos
Humanos
VII Colectivo de Educación
popular
1991
Seminario Nuestros Pueblos en la
Escuela
Seminario Derechos Humanos y
Derecho Penal. Nuevas
perspectivas y alcance
Ano
Primeiro Seminário
Educação e Direitos
Humanos
Seminário Educação em
Direitos Humanos para
professores
1988
Seminário
de
Capacitação
em
Educação e Direitos
Humanos
Seminário
sobre
-
Instituto Interamericano de
Derechos Humanos (IIDH)
-
Asamblea Permanente de los
Derechos Humanos de
Bolivia
Asamblea Permanente de los
Derechos Humanos de
Bolivia
Instituto Interamericano de
Derechos Humanos (IIDH)
Participam 70
educadores de todo
o país
Assistem 91 pessoas
Comisión de Educación de
la Asamblea Permanente de
Derechos
Humanos Bolivia
Instituto Interamericano
de Derechos Humanos
(IIDH)
-
Assistem 76 educadores
Instituto Interamericano de
Derechos Humanos (IIDH)
BRASIL
Organizador
Atividade
Seminário de Direitos
Humanos e
Universidade
1987
Asamblea Permanente de los
Derechos Humanos
Asamblea Permanente de
Derechos Humanos de
Bolivia
Asamblea Permanente de
Derechos Humanos de
Bolivia
Instituto Interamericano de
Derechos Humanos (IIDH)
Secretaria de Educação da
Prefeitura de Recife, a Secretaria
do Governo de Pernambuco e o
Instituto Interamericano de
Derechos Humanos (IIDH)
Comissão Justiça e Paz de São
Paulo, Secretaria de Educação do
Estado de São Paulo e o Instituto
Interamericano
de
Derechos Humanos (IIDH)
Secretaria de Educação do
Estado de Pernambuco e o
Instituto Interamericano de
Derechos Humanos
(IIDH)
Movimento Justiça e Direitos
-
Participantes
Participam 36 pessoas
representantes de instituições
tais como: Comissão Justiça e
Paz de São Paulo, Gajop
(Recife), Universidade Federal
da Paraíba
-
Participam 14 pessoas
Assistem 405 pessoas
Assistem 492 pessoas
171
Direitos Humanos na
Educação
Seminário Internacional
sobre o Ensino Jurídico
dos Direitos Humanos
Seminário
sobre
Educação e Directos
Humanos
Seminário
sobre
Direitos Humanos,
Violência e Educação em
Direitos Humanos
Segundo Seminário
Educação em Directos
Humanos na Escola
1989
Seminário Interamericano
Pedagogia e Didática da
Educação em Direitos
humanos
II Seminário Educação
em Direitos Humanos
na Escola
1990
Seminário A Educação
em Direitos Humanos em
Minas Gerais: situação
atual e perspectivas
1991
I Encontro de Educadores
em Direitos
Humanos
Curso de Educação em
Direitos Humanos para
Professores da Rede
Pública do Estado de São
Paulo
Humanos, a Secretaria do Estado
do Rio Grande do Sul e o
Instituto Interamericano de
Derechos Humanos (IIDH)
Faculdade de Direito da
Universidade de Santa Maria e o
Instituto Interamericano de
Derechos Humanos (IIDH)
Universidade Federal de
Paraíba (Extensão universitária)
e o Instituto Interamericano de
Derechos Humanos (IIDH)
Universidade de Caxias do Sul e
o Instituto Interamericano de
Derechos Humanos
(IIDH)
Movimento Justiça e Direitos
Humanos, Secretaria de
Educação do Estado do Rio
Grande do Sul e o Instituto
Interamericano de Derechos
Humanos (IIDH)
Participam 237 pessoas
Participam 150 pessoas
Participam 105 pessoas
Assistem 150 educadores
Instituto Interamericano de
Derechos Humanos (IIDH)
Participam 34 representantes de
organizações não
governamentais de 10 países da
região
Instituto Interamericano
de Derechos Humanos (IIDH)
Assistem 146 pessoas
Faculdade de Direitos da
Universidade do Estado de
Minas Gerais e o Instituto
Interamericano de Derechos
Humanos (IIDH)
Comissão Justiça e Paz de São
Paulo
Participam 57 especialistas
Participam professores de 10
escolas piloto com as que já
estavam trabalhando
Comissão Justiça e Paz de São
Paulo e Secretaria de Educação
do Estado de São Paulo
CHILE
Organizador
Ano
Atividade
1984
I Seminario Chileno sobre
Educación para la Paz y los
Derechos
Humanos
Consejo de Educación de Adultos de
América Latina (CEAAL)
1985
Segundo Encuentro
Nacional de Educación para
la Paz y los Derechos
Humanos
Consejo de Educación de Adultos de
América Latina (CEAAL)
1986
III Encuentro Nacional de
Educación para la Paz y los
Consejo de Educación de Adultos de
América Latina (CEAAL), y Centro el
-
Participantes
Participaram 33
representantes de
organizações de direitos
humanos e projetos
educativos
Assistem educadores
e membros de
organizações de
direitos humanos de
todo o país
Assistem 60
representantes de
organizações chilenas
172
Derechos Humanos
Primer Curso
Latinoamericano de
Educación para los
Derechos Humanos
1987
I Encuentro Nacional de
Servicios Legales Populares
Taller Educación Formal y
Derechos Humanos
IV Encuentro Nacional de
Educación para la Paz y los
Derechos Humanos
Quercus con el apoyo del Instituto
Latinoamericano de Servicios Legales
(ILSA)
Programa Interdisciplinario (PIIE) y
el
Consejo de Educación de
Adultos de América
Latina
(CEAAL)
Programa Interdisciplinario (PIIE) y
el
Consejo de Educación de
Adultos de América
Latina
(CEAAL) y El Canelo de Nos
-
-
-
Servicio de Paz y Justicia (Serpaj)
Participam 10
representantes de
equipes regionais de
Serpaj
Primer Programa de
Formación em Derechos
Humanos para el Cono Sur
Programa Interdisciplinario
de Investigación Educativa
(PIIE) y el Consejo de Educación de
Adultos de América
Latina
(CEAAL), Servicio de Paz y Justicia
América Latina (SERPAJ) y el Instituto
de Estudios
Sociales de La Haya
Assistem delegados
de Brasil, Bolívia,
Paraguai, Uruguai,
Argentina, Peru e
Chile
Seminario
Latinoamericano de
Educación para la Paz y los
Derechos Humanos
Red de Educación en Derechos
Humanos y la Paz del Consejo de
Educación de Adultos de
América Latina (CEAAL)
Assistem 35
representantes de
organizações de
educação em direitos
humanos de 13 países
da região
II Escuela de Derechos
Humanos de la Zona Norte
Servicio de Paz y Justicia
Antofagasta (Serpaj)
Consejo de Educación de Adultos de
América Latina (CEAAL), Servicio
Paz y Justicia América Latina y el
Instituto de Estudios Sociales de La
Haya
III
Segundo Curso Taller de
Formación em Derechos
Humanos para América
Latina
Primer Reencuentro de
Participantes al
Programa de Formación en
Derechos Humanos
1990
Consejo de Educación de Adultos de
América Latina (CEAAL)
Participam
educadores de
Honduras, Costa
Rica, Colômbia,
Equador, Bolívia,
Brasil,
Paraguai, República
Dominicana, Peru,
Panama e Chile
III Encuentro Nacional de
Educación popular del
SERPAJ
1988
1989
Canelo de Nos
Seminario sobre Educación
en Derechos Humanos y
Democracia
Tercer Curso Taller para
formadores em Derechos
Humanos em América Latina
Servicio Paz y Justicia
Programa Interdisciplinario de
Investigación Educativa (PIIE) y el
Instituto Interamericano de
Derechos Humanos (IIDH)
Consejo de Educación de Adultos de
América Latina (CEAAL), Servicio
Paz y Justicia América Latina y el
Instituto de Estudios Sociales de La
Haya
Participam 26 pessoas
de toda América
Latina
-
-
-
173
1991
Ano
1987
1990
Ano
1984
VI Seminario para
estudiantes de Derecho hacia
el uso Alternativo
del Derecho
Atividade
Primer Encuentro
Colombiano de Educación en
Derechos Humanos
Seminário Por uma
Cultura de Derechos
Humanos: el papel
protagónico de la escuela
Atividade
II Curso
Interdisciplinario en
Derechos Humanos
Taller sobre la situación de los
derechos humanos en Costa
Rica
1985
I Seminario de Capacitación
en Derechos Humanos de
Asesores del Ministerio
de Educación Pública
II Seminario de Capacitación
en Derechos Humanos de
Asesores del Ministerio
de Educación Pública
Seminario Interamericano
sobre Enseñanza de los
Derechos Humanos
III Curso Interdisciplinario
en Derechos Humanos
I Taller Centroamericano de
Metodologia Educativa em
Derechos Humanos
1986
III Seminario de Capacitación
en Derechos Humanos de
Asesores del Ministerio
de Educación Pública
IV Seminario de Capacitación
en Derechos Humanos de
Asesores del Ministerio de
Educación Pública
I Seminario Taller
-
Quercum
COLÔMBIA
Organizador
CODECAL y CINEP
Instituto Interamericano
de Derechos Humanos
(IIDH)
COSTA RICA
Organizador
Instituto Interamericano de
Derechos Humanos (IIDH)
Participantes
Assistem
representantes
de
Assistem 127 pessoas
Participantes
Assistem representantes de
governos e organizações da
sociedade civil de toda
América
Comisión de Derechos
Humanos de Centroamérica
(CODEHUCA) y
Colectivo
Centroamericano de
Educación Popular
(ALFORJA)
-
Instituto Interamericano de
Derechos Humanos (IIDH)
Assistem 48 funcionários
de todo o país
Instituto Interamericano de
Derechos Humanos (IIDH)
Participam 33 funcionários
de diferentes lugares do país
Instituto Blaustein e Instituto
Interamericano de Derechos
Humanos (IIDH)
Instituto Interamericano de
Derechos Humanos (IIDH)
Comisión de Derechos
Humanos de Centroamérica
(CODEHUCA) y
Colectivo
Centroamericano de
Educación Popular
(ALFORJA)
Assistem representantes de
Ministérios de Educação e
especialistas no tema
Assistem
75
pessoas
Instituto Interamericano de
Derechos Humanos (IIDH)
Participam 55 assessores
regionais de todo o país
Instituto Interamericano de
Derechos Humanos (IIDH)
Participam 30 assessores
regionais de todo o país
Comisión de Derechos
-
Participam 18
representantes de
organizações de direitos
humanos da região
174
Centroamericano para la
Defensa de los Derechos
Humanos
IV Curso Interdisciplinario
en Derechos Humanos
II Taller de Metodologia
Educativa en Derechos
Humanos
I Taller Elaboración y Uso
de Medios Informativos para
los Derechos Humanos
1987
1988
IV Curso
Interdisciplinario en
Derechos Humanos
Taller La Denuncia y al
elaboración de los medios
informativos
I Jornada de
Sistematización de
Experiencias Educativas en
Derechos Humanos
III Taller
Centroamericano de
Metodología Educativa para los
Derechos Humanos
VI Curso
Interdisciplinario em Derechos
Humanos
VII Curso
Interdisciplinario de
Derechos Humanos
Seminario La Radio como
instrumento educativo para la
educación en derechos
Humanos
1989
Segundo Taller Seminario de
Defensa Jurídica
II Jornada de Sistematización
de Experiencias Educativas
1990
Foro Latinoamericano de
Diagnóstico de la
Capacitación en Derechos
Humanos de Centroamérica
(CODEHUCA) y
Colectivo
Centroamericano de
Educación Popular
(ALFORJA)
Instituto Interamericano de
Derechos Humanos (IIDH)
Comisión de Derechos
Humanos de Centroamérica
(CODEHUCA)
Comisión de Derechos
Humanos de Centroamérica
(CODEHUCA) y
Colectivo
Centroamericano de
Educación Popular
(ALFORJA)
Instituto Interamericano
de Derechos Humanos
(IIDH)
Comisión de Derechos
Humanos de Centroamérica
(CODEHUCA)
Comisión de Derechos
Humanos de Centroamérica
(CODEHUCA)
Comisión de Derechos
Humanos de Centroamérica
(CODEHUCA) y
Colectivo
Centroamericano de
Educación Popular
(ALFORJA)
Instituto Interamericano
de Derechos Humanos (IIDH)
Assistem 180 participantes
de todos os países da
América
-
Participam 20 membros de
organizações de direitos
humanos de Centro
América encarregados
desta área de trabalho
Assistem 100 participantes
de todos os países da
América
-
-
Assistem 14 membros das
unidades de educação da
Comisión Nacional de
Derechos Humanos
Participam 132 pessoas de
todos os países da América
Instituto Interamericano de
Derechos Humanos (IIDH)
-
Instituto Interamericano de
Derechos Humanos (IIDH)
Participam 32
representantes de 14 países
Comisión de Derechos
Humanos de Centroamérica
(CODEHUCA)
Comisión de Derechos
Humanos de Centroamérica
(CODEHUCA) y el
Consejo de Educación de
Adultos de América Latina
(CEAAL)
Comisión de Derechos
Humanos de Centroamérica
(CODEHUCA)
-
-
-
175
Humanos
VIII Curso
Interdisciplinario en
Derechos Humanos
Foro Evolución, Perspectivas y
Retos de la Educación Popular
en
América Latina
III Jornada de sistematización de
Experiencias Educativas en
Derechos Humanos
I Seminario Latinoamericano
sobre Discapacidad y
Derechos Humanos
1991
Instituto Interamericano de
Derechos Humanos (IIDH)
-
Comisión de Derechos
Humanos de Centroamérica
(CODEHUCA)
-
Comisión de Derechos
Humanos de Centroamérica
(CODEHUCA)
-
Instituto Interamericano de
Derechos Humanos (IIDH)
Assistem 83 especialistas
Taller Subregional sobre
Capacitación en Derechos
Humanos
Servicio Universitario
Mundial y Comisión de
Derechos Humanos de
Centroamérica (CODEHUCA)
-
III Congreso Infantil de
Informática Educativa “Los
niños, las niñas y los derechos
humanos”
Instituto Interamericano de
Derechos Humanos (IIDH)
Participam 500 pessoas
IX Curso Interdisciplinario de
Derechos Humanos
Instituto Interamericano
de Derechos Humanos
(IIDH)
-
Ano
Atividade
1987
Primer Encuentro Ecuatoriano de
Educación para la Paz y los
Derechos Humanos
1989
1990
Ano
1989
1990
1991
Segundo Encuentro
Latinoamericano de
Organismos Ecuménicos de
Derechos Humanos
II Curso Taller en Derechos
Humanos para
Dirigentes Indígenas
Atividade
Seminario La Educación en
Derechos Humanos en
Guatemala
Seminario La Educación en
Derechos Humanos en
Guatemala
II Seminario La Educación
en Derechos Humanos en
Guatemala
Seminario Taller El Estado
y la Enseñanza de los
Derechos
EQUADOR
Organizador
Comisión Ecuménica de
Derechos Humanos (CEDHU) y
al comisión por la Defensa de los
Derechos Humanos
(CDDH)
Participantes
Participam 35
representantes de
organizações do país
Consejo Mundial de Iglesias y la
conferencia de Iglesias del
Caribe
-
Comisión Andina de Juristas
-
GUATEMALA
Organizador
Instituto Interamericano de
Derechos Humanos (IIDH)
Instituto Interamericano de
Derechos Humanos (IIDH)
Participantes
Participam 20 delegados de
organizações
nã
o- governamentais do país
Participam
20
pessoas
de diferentes
regiões do país
Instituto Interamericano de
Derechos Humanos (IIDH)
-
Instituto Interamericano de
Derechos Humanos (IIDH)
Assistem 72 pessoas
176
humanos
Ano
1986
1987
Ano
1986
HONDURAS
Atividade
Primer Seminario de Educación en Derechos Humanos
para Profesores de Educación
Media
Segundo Seminario de Educación en Derechos
Humanos para Profesores de Educación Primaria y
Media
1988
1989
Taller de Educación para la Paz y los
Derechos Humanos
IV Curso
Interdisciplinario en Derechos
Humanos
Segundo Curso Taller Regional para
Representantes de Organizaciones
Indígenas de México e
Centroamérica
V Curso Interdisciplinario en
Derechos Humanos
Ano
1990
Atividade
Seminario Los Derechos
Humanos en la Educación de
Hoy
-
Comisión de
Derechos Humanos
-
Consejo de Educación de
Adultos de América Latina
(CEAAL), Academia
Mexicana de Derechos
Humanos, CLAIP y Praxis
III Curso Interdisciplinario en Derechos
Humanos
Participantes
Comisión de
Derechos Humanos
MÉXICO
Organizador
Academia Mexicana de
Derechos Humanos
Atividade
Primer Curso Interdisciplinario en
Derechos Humanos
Taller Preparatorio del Taller
Regional México Centroamericano
para la promoción de estrategias que
vinculen la educación popular y las
prácticas de denuncia y promoción de
los derechos
humanos y la paz
II Curso Interdisciplinario en
Derechos Humanos
1987
Organizador
Academia Mexicana de
Derechos Humanos con la
colaboración de la
Coordinación de
Humanidades de la
Universidad Nacional
Autónoma de México
Academia Mexicana de
Derechos Humanos
Programa Interdisciplinario
(PIIE) y el Consejo de
Educación de Adultos de
América Latina (CEAAL)
Academia Mexicana de
Derechos Humanos
Participantes
-
-
-
-
-
-
Academia Mexicana de
Derechos Humanos
Assistem
representantes das
principias étnias da
região: maias,
nahuals, mazahuals,
miskitos etc.
Academia Mexicana de
Derechos Humanos
-
NICARÁGUA
Organizador
Ministerio de Educación Pública y el
Instituto Interamericano de Derechos
Humanos (IIDH)
Participantes
Assistem 61
especialistas
PANAMÁ
Ano
Atividade
Organizador
Participantes
177
I Seminario de Derechos Humanos en la
Enseñanza Universitaria
1986
I Seminario de Derechos Humanos en la
Enseñanza Universitaria
1989
1990
1991
Primer Taller sobre Técnicas de
Investigación
Seminario La Educación en Derechos
Humanos en Panamá: análisis y
perspectivas
Seminario Taller para la
Implementación de los Derechos
Humanos en el Currículum, Pedagogía y
Textos Escolares
Universidad de Panamá e Instituto
Interamericano de Derechos
Humanos (IIDH)
Universidad de Panamá e Instituto
Interamericano de Derechos
Humanos
(IIDH)
Comisión de Derechos Humanos de
Centroamérica (CODEHUCA), el
Centro de Capacitación Social y la
Comisión Nacional de Derechos
Humanos de Panamá
Ministerio de Educación y Cultura
y el Instituto Interamericano de
Derechos Humanos (IIDH)
Instituto Interamericano de
Derechos Humanos (IIDH)
Participam 53
pessoas
Assistem 36
especialistas
-
Participam 62
especialistas
Assistem 40
especialistas
PARAGUAI
Ano
1988
1991
Atividade
I Taller de Educación en Derechos
Humanos
Reencuentro del Tercer Curso
Taller para Formadores em
Derechos humanos em América
Latina
Ano
Atividade
1986
Taller Andino de
Educación para la Paz y
los Derechos Humanos
I Encuentro de
Participantes a Cursos
en Derechos Humanos
1987
1988
I Encuentro Peruano de
Educación en Derechos
Humanos y la Paz
II encuentro Peruano de
Educación en Derechos
Humanos
II Encuentro Nacional de
Participantes a Cursos em
Derechos
Humanos
Semana de los Derechos
Humanos
1989
Taller Técnicas
Participativas para la
Organizador
Coordinadora de Derechos Humanos del
Paraguay
Consejo de Educación de Adultos de
América Latina (CEAAL), Servicio Paz y
Justicia América Latina y Instituto de
Estudios
Sociales de La Haya
PERU
Organizador
Consejo de Educación de Adultos de
América Latina (CEAAL), Instituto de
Pedagogía Popular e Instituto Peruano
de Educación en Derechos Humanos y
la Paz (IPEDHEP)
Instituto de Defensa Legal
Participantes
Participam 40
pessoas
-
Participantes
Participam representantes
de organizações de
educação em direitos
humanos de Equador,
Bolívia, Chile e Peru
Assistem 60 pessoas
Instituto Peruano de Educación en
Derechos Humanos y la Paz
(IPEDHEP) con apoyo del Consejo de
Educación de Adultos de
América Latina (CEAAL)
Participam 40 pessoas e
criam a Red Peruana de
Educación em Derechos
Humanos y la Paz
Red Peruana de Educación en Derechos
Humanos y la Paz
Assistem 50 pessoas de
diferentes regiões do país
Instituto de Defensa Legal
Assistem 120 pessoas de
diferentes regiões do país
Polo coordinador de la Red Peruana de
Educación para la Paz y los Derechos
Humanos
Red Peruana de Educación en
Derechos Humanos y la Paz
-
178
1990
Educación en Derechos
Humanos
I Taller Nacional de
Formación de
Promotores en Educación
en Derechos Humanos
III Encuentro Peruano
de Educación en
Derechos Humanos
Primer Taller Nacional
sobre Educación en
Derechos humanos en
Zonas de Emergencia
I encuentro de
Experiencias
Universitarias de
Educación en Derechos
Humanos
III Encuentro Nacional
de Participantes a Cursos
de Derechos Humanos
“Manuel Soto y Víctor
Lozano”
III Taller Nacional de
Formación de
Promotores de
Educación en Derechos
Humanos
Taller Regional de
Derechos Humanos en
Iquitos
IV Encuentro Peruano de
Educación en Derechos
Humanos y la Paz
IV Encuentro Nacional
de Participantes a Cursos
en Derechos humanos
Semana de los Derechos
Humanos de Huacho
1991
Ano
1986
IV Taller Nacional de
formación de Promotores
en Derechos Humanos
V Encuentro Peruano de
Educación en Derechos
Humanos y la Paz
Atividade
Primer Seminario Taller sobre
la Enseñanza de
los Derechos Humanos
II Seminario Taller sobre
Enseñanza de los Derechos
Humanos
Taller Subregional de
Educación en Derechos
Humanos para el Cono Sur
Red Peruana de Educación en
Derechos Humanos y la Paz
Participam 120 pessoas
Red Peruana de Educación en
Derechos Humanos y la Paz
Assistem 60
educadores de diferentes
regiões do país
Red Peruana de Educación en
Derechos Humanos y la Paz
Assistem 30 pessoas
Comisión Andina de Juristas
-
Instituto de Defensa Legal
Participam 180 pessoas de
todo o país
Red Peruana de Educación en
Derechos Humanos y la Paz
-
Um grupo de ONGs peruanas
-
Grupo de ONGs peruanas (CAAAP,
CAJ, CEAS, IDL, CEAPAZ e
IPEDHEP)
-
Instituto de Defensa Legal
Grupo de ONGs (CODEH HUACHO,
CAJ, CEAS, IDL,
CEAPAZ e IPEDEHP)
Participam 80 pessoas
-
Grupo de ONGs (CAJ, IDL e
IPEDHEP)
-
Grupo de ONGs (CAAAP, CAJ,
CEAS, IDL, CEAPAZ e IPEDHEP)
-
URUGUAI
Organizador
Instituto Interamericano
de Derechos Humanos (IIDH)
Instituto Interamericano de
Derechos Humanos (IIDH)
Consejo de Educación de Adultos de
América Latina (CEAAL) y el
Servicio de Paz y Justicia de
Participantes
-
Participam 202 pessoas
Assistem delegados de
Argentina, Chile,
Paraguay, Brasil e
179
1987
1988
1989
1990
Tercer Seminário Taller sobre
Enseñanza de los Derechos
Humanos
I Seminario Taller de
Elaboración
de
Experiencias Educativas
en Derechos Humanos
Seminario Educación para
las Nuevas Generaciones:
un encuentro por sus
derechos
II Seminario Educación para
las Nuevas Generaciones: un
encuentro por sus
derechos
Ano
Atividade
1984
I Seminário Latinoamericano de
Educación para la Paz y los
Derechos Humanos
Taller Subregional para la Paz y los
Derechos Humanos
1986
Uruguay (Serpaj)
Uruguay
Instituto Interamericano de
Derechos Humanos (IIDH)
-
-
-
Instituto Interamericano de
Derechos Humanos (IIDH)
Assistem 80
especialistas
Instituto Interamericano de
Derechos Humanos (IIDH) y el
Instituto Interamericano del Niño
Participam 39
especialistas
VENEZUELA
Organizador
Consejo de
Educación de
Adultos de América
Latina (CEAAL)
Consejo de
Educación de
Adultos de América
Latina (CEAAL)
III Encuentro Venezolano de
Educación para la Paz y los Derechos
Humanos
I Taller de Educación en Derechos
humanos para Maestros de la
1988
Asociación Venezolana de
Educación Católica
Fonte: Adaptado de Sacavino (2008, p. 278-289).
APÊNDICE
B
–
Participantes
Assistem representantes de
diversos projetos de
educação popular da
América Latina
Assistem representantes de
Máxico, Costa Rica, Guiana,
Venezuela e Colômbia
-
-
Provea y Paz Presente
(ONGs)
-
CRONOLOGIA
DE
MARCOS
NORMATIVOS
QUE
FUNDAMENTAM A EDUCAÇÃO EM DIREITOS HUMANOS
SISTEMA ONU
1948
Carta das Nações Unidas. Assinada em São Francisco, dia 26 de junho de 1945, após o término da
Conferência das Nações Unidas sobre Organização Internacional.
Declaração Universal dos Direitos Humanos da ONU. Adotada e proclamada pela Assembleia
Gral em sua Resolução de 10 de dezembro de 1948.
1959
Declaração dos Direitos da Criança. Assembleia Geral, Resolução 1386 (XIV), de 1959.
1960
Convenção relativa à luta contra as discriminações em matéria de ensino. Adotada na
Conferência Geral da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura, em
sua 11ª reunião celebrada em Paris de 14 de novembro a 15 de dezembro de 1960.
1945
1963
1965
Declaração a eliminação de todas as formas de discriminação racial. Proclamada pela
Assembleia Geral das Nações Unidas, dia 20 de novembro de 1963 [resolução 1904 (XVIII)
Declaração sobre o fomento entre a juventude dos ideais de paz, respeito mútuo e compreensão
entre os povos. Adotada pela Assembleia Geral da ONU, em sua Resolução 2037 (XX), de 07 de
dezembro de 1965.
180
1966
1974
Convenção Internacional sobre a Eliminação de todas as Formas de Discriminação Racial.
Adotada e aberta à assinatura e ratificação pela
Assembleia Geral em sua Resolução 2106 A (XX), de 21 de dezembro de 1965.
Pacto Internacional Sobre Direitos Civis e Políticos e Pacto Internacional dos Direitos
Econômicos, Sociais e Culturais. Adotados pela Resolução n.2.200-A (XXI) da Assembleia Geral
das Nações Unidas, em 16 de dezembro de 1966.
Recomendação a educação para a compreensão, cooperação e a paz internacionais e a
educação relativa aos Direitos Humanos e às liberdades fundamentais. Aprovada pela
Conferência Geral da ONU para a Educação, a Ciência e a Cultura, em sua 18.ª reunião, dia 19 de
novembro de 1974.
1979
Convenção sobre a eliminação de todas as formas de discriminação contra a mulher. Adotada e
aberta à assinatura e ratificação ou adesão pela Assembleia Geral em sua resolução 34/180, de 18 de
dezembro de 1979. (art. 10)
1984
Convenção contra tortura e outros tratamentos ou penas cruéis, desumanos ou degradantes.
Adotada pela Assembleia Geral das Nações Unidas, através da Resolução n. 39/46, em 10 de
dezembro de 1984.
1985
Regras Mínimas das Nações Unidas para a Administração da Justiça de Menores - Regras de
Beijing. Adotadas pela Assembleia Geral das Nações Unidas na sua resolução 40/33, de 29 de
novembro de 1985.
1989
Convenção sobre os Direitos da Criança. Adotada e aberta à assinatura e ratificação pela
Assembleia Geral em sua Resolução 44/25, de 20 de novembro de 1989. (art. 29)
1990
2000
Diretrizes das Nações Unidas para a prevenção da delinquência juvenil – Diretrizes de Riad.
Adotadas e proclamadas pela Assembleia Geral em sua resolução 45/112, de 14 de dezembro de
1990.
Declaração das ONGs Educação para Todos, Consulta Internacional de ONGS (CCNGO), feita
em Dakar, dia 25 de Abril de 2000.
Protocolo Facultativo para a Convenção dos Direitos da Criança, Venda de crianças,
pornografia e prostituição infantil. Adotado pela Assembleia Geral das Nações Unidas, em 25 de
maio de 2000.
UNESCO, OIT E CONGRESSOS INTERNACIONAIS
Declaração sobre a raça e os prejuízos raciais. Adotada na Conferência Geral da ONU para a
Educação, a Ciência e a Cultura, reunida em Paris em sua 20ª reunião, de 24 de outubro a 28 de
novembro de 1978.
C169 Convênio sobre povos indígenas e tribais. Convocado em Genebra pelo Conselho de
Administração da Oficina Internacional do Trabalho, dia 7 de junho de 1989, em sua 76ª reunião.
1989 Convenção sobre o Ensino Técnico e Profissional. Adotada na Conferência Geral da ONU para a
Educação, a Ciência e a Cultura, reunida em Paris de 17 de outubro a 16 de novembro de 1989 em
sua 25ª reunião.
Carta das Cidades Educadoras. Adotada durante o 1º Congresso Internacional das Cidades
1990 Educadoras, em Barcelona - novembro de 1990. Esta Carta foi revista no III Congresso Internacional
(Bolonha, 1994) e no de Gênova (2004). Proposta Definitiva datada de Novembro de 2004
Convênio sobre Reconhecimento de Qualificações relativas à Educação Superior na Região
Europeia. Adotado em Lisboa, dia 11 de abril de 1997.
1997 Recomendação relativa à Condição do Pessoal Docente do Ensino Superior. Adotada na
Conferência Geral da ONU para a Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO), reunida em Paris
de 21 de outubro a 12 de novembro de 1997, em sua 29ª reunião.
Recomendação revisada relativa ao Ensino Técnico e Profissional, de 2 de novembro de 2001
1998 originária da Decisão 154 EX/4.3 (de maio de 1998)
Declaração Universal sobre a Diversidade Cultural. Aprovada na 31ª reunião da Conferência
2001 Geral da UNESCO, em 2001.
Marco de princípios reitores. Aprovado pelo Conselho Executivo em sua 177ª reunião (Decisão 177
2007
EX/35 II) de 01 outubro de 2007.
1978
SISTEMA INTERAMERICANO
181
1948
Declaração Americana dos Direitos e Deveres do Homem. Resolução XXX, aprovada na IX
Conferência Internacional Americana, em Bogotá, em abril de 1948.
1969
Convenção Americana sobre Direitos Humanos – Pacto de San José da Costa Rica. Assinada na
Conferência Interamericana de Direitos Humanos em 22 de novembro de 1969.
1985
1988
1994
1999
1999
2001
2005
2008
2009
2010
2011
Convenção Interamericana para Prevenir e Sancionar a Tortura. Adotada em Cartagena das
Índias na Colômbia, dia 09 de dezembro de 1985. Durante a 15ª sessão ordinária da Assembleia
Geral.
Protocolo Adicional à Convenção Americana sobre Direitos Humanos em Matéria de Direitos
Econômicos, Sociais e Culturais, "Protocolo de San Salvador". Adotado em San Salvador, El
Salvador, dia 17 de novembro de 1988, no 18º período ordinário de sessões da Assembleia Geral.
Convenção Interamericana para Prevenir, Sancionar e Erradicar a Violência contra a mulher
"Convenção de Belém do Pará”. Adotada e aberta à assinatura, ratificação e adesão pela
Assembleia Geral da OEA em seu 24º período ordinário de sessões, de 9 de junho de 1994, em
Belém do Pará, Brasil. Declaração de Princípios – Primeira Cumbre das Américas. De
dezembro de 1994, originando o Pacto para o Desenvolvimento e a Prosperidade: Democracia, Livre
Comércio e Desenvolvimento Sustentável nas Américas.
Convenção Interamericana para a Eliminação de todas as formas de Discriminação contra as pessoas
portadoras de deficiência. Adotada na cidade do Guatemala, Guatemala, dia 7 de junho de 1999, no
29º período ordinário de sessões da Assembleia Geral.
Protocolo Adicional à Convenção Americana sobre Direitos Humanos em Matéria de Direitos
Econômicos, Sociais e Culturais, “Protocolo de San Salvador” (artigo 13.2). Aprovado no Brasil pelo
Decreto nº 3.321, de 30 de dezembro de 1999.
Resolução de San José da Costa Rica – Carta Democrática Interamericana. Aprovada na 4ª
sessão plenária, realizada em 5 de junho de 2001.
Declaração do México sobre a Educação em Direitos Humanos na América Latina e no Caribe.
Adotada na Conferência Regional de Educação em Direitos Humanos na América Latina e do
Caribe, realizada na Cidade do México de 28 novembro a 1 dezembro 2001.
Resolução OEA/AG/RES. 2.066 (XXXV-O/05), mediante a qual a Assembleia Geral da
Organização dos Estados Americanos sugere a incorporação de conteúdos e ações básicas em
matéria de direitos humanos nos centros formais de educação.
Resolução OEA/AG/RES. 2.404 (XXXVIII-O/08). Sugere aos Estados Membros que analisem a
contribuição da Proposta Curricular do IIHR de incorporar a educação em direitos humano no
currículo oficial para crianças na idade de 10 a 14 anos.
Resolução OEA/AG/RES. 2.481 (XXXIX-O/09). Destaca a importância do Programa de Educação
em valores e práticas democráticas e o fortalecimento de uma cultura democrática e de não violência
na educação formal e não formal.
Resolução OEA/AG/RES. 2.604 (XL-O/10). Adotada na 4ª sessão plenária de 8 de junho de 2010.
Sugere aos Estados Membros que incorporem a Educação em Direitos Humanos em todos os níveis
do sistema de educação formal.
Resolução OEA/AG/RES. 2.673 (XLI-O/11), adotada na 4a. Sessão plenária em 7.6.2011. Sugere
aos Estados que incorporem a educação em direitos humanos em todos os níveis do sistema de
educação formal.
SISTEMA NACIONAL (BRASIL)
1988
1989
Constituição Federal
Lei 7.716, de 5 de janeiro de 1989. Define os crimes resultantes de preconceito de raça ou de cor.
Lei 8.069/1990, de 13 de julho de 1990. Institui o Estatuto da Criança e do Adolescente.
1990
1992
Decreto nº 99.710, de 21 de novembro de 1990. Promulga a Convenção sobre os Direitos da Criança.
Decreto nº 678, de 6 de novembro de 1992. Promulga a Convenção Americana de Direitos Humanos
– Pacto de San José da Costa Rica
182
Decreto nº 592, de 6 de julho de 1992. Promulga o Pacto Internacional sobre direitos civis e políticos
Lei nº 10.098/1994. Estabelece normas gerais e critérios básicos para a promoção da acessibilidade das
pessoas portadoras de deficiência ou com mobilidade reduzida, e dá outras providências.
1994
Portaria nº 1.793/1994. Dispõe sobre a necessidade de complementar os currículos de formação de
docentes e outros profissionais que interagem com portadores de necessidades especiais e dá outras
providências
Lei nº 8.842, de 4 de janeiro de 1994. Dispõe sobre a política nacional do idoso e cria o Conselho
Nacional do Idoso
1995
1996
Criação da Rede Brasileira de Educação em Direitos
Lei nº 9.394, de 20 de dezembro de 1996. Estabelece as diretrizes e bases da educação.
Decreto nº 2.099, de 18 de dezembro de 1996. Cria o Conselho Nacional dos Direitos da Criança e do
Adolescente CONANDA.
1996
Decreto nº 2.208/1997. Regulamenta a Lei nº 9.394/1996 que estabelece as diretrizes e bases da
educação nacional
Decreto nº 1.904, de 13 de maio de 1996. Institui o Programa Nacional de Direitos Humanos – PNDH
I
Decreto nº 3.321, de 30 de dezembro de 1999. Promulga o Protocolo Adicional à Convenção
Americana sobre Direitos Humanos em Matéria de Direitos Econômicos, Sociais e Culturais
"Protocolo de São Salvador", concluído em 17 de novembro de 1988, em São Salvador, El Salvador.
1999
Portaria nº 319/1999. Institui no Ministério da Educação, vinculada à Secretaria de Educação
Especial/SEESP a Comissão Brasileira do Braille, de caráter permanente.
1997
Lei nº 9.795, de 27 de abril de 1999. Política Nacional de Educação Ambiental
2000
2000
Lei nº 10.098, de 19 de dezembro de 2000. Estabelece normas gerais e critérios básicos para a
promoção da acessibilidade das pessoas portadoras de deficiência ou com mobilidade reduzida, e dá
outras providências.
Lançamento do Plano Nacional de Enfrentamento à Violência Sexual Infanto Juvenil
Lei nº 10.172/2001. Plano Nacional de Educação (PNE).
Lei nº 10.216, de 6 de abril de 2001. Dispõe sobre a proteção e os direitos das pessoas portadoras de
transtornos mentais e redireciona o modelo assistencial em saúde mental - Lei Paulo Delgado.
2001
Decreto nº 3.956/2001 (Convenção da Guatemala). Promulga a Convenção Interamericana para a
Eliminação de Todas as Formas de Discriminação contra as Pessoas Portadoras de Deficiência.
Decreto nº 3.952/2001. Regulamenta o Conselho Nacional de Combate à Discriminação.
Decreto nº 4.229, de 13 de maio de 2002. Dispõe sobre o Programa Nacional de Direitos Humanos –
PNDH 2, instituído pelo Decreto n 1.904, de 13 de maio de 1996. (revogado pelo Decreto 7037/09)
2002
Lei nº 10.436/2002. Dispõe sobre a Língua Brasileira de Sinais - Libras e dá outras providências
Portaria nº 365, de 12 de setembro de 2002. Criação da Comissão Nacional de Erradicação do
Trabalho Infantil (CONAETI)
Portaria nº 98, de 9 de julho de 2003. Institui o Comitê de Educação em Direitos Humanos
2003
2003
Portaria nº 66/2003, da Secretaria Especial dos Direitos Humanos /SEDH – cria o Plano Nacional
de Educação em Direitos Humanos
Lei nº 10.678, de 23 de maio de 2003. Cria o Conselho Nacional de Promoção da Igualdade Racial
(CNPIR). Regulamentada pelo Decreto 4.885 de 20 de novembro de 2003.
183
2004
2004
2004
Decreto nº 5.159, de 28 de julho de 2004. Publicado no DOU de 29.7.2004 Aprova a Estrutura
Regimental e o Quadro Demonstrativo dos Cargos em Comissão e das Funções Gratificadas do
Ministério da Educação, e dá outras providências. (art. 29). Revogado pelo Decreto 6.320/2007, que
por sua vez foi revogado pelo Decreto 7.480.
Decreto nº 5.174, de 9 de agosto de 2004. Aprova a Estrutura Regimental e o Quadro Demonstrativo
dos Cargos em Comissão da Secretaria Especial dos Direitos Humanos, órgão integrante da Presidência
da República, e dá outras providências.
Cria a Coordenação de Educação em Direitos Humanos
Decreto nº 5.089, de 20 de maio de 2004. Dispõe sobre a composição, estruturação, competências e
funcionamento do Conselho Nacional dos Direitos da Criança e do Adolescente - CONANDA, e dá
outras providências.
2004
Portaria nº 365, de 12 de setembro de 2002. Lançamento do Plano Nacional de Enfrentamento ao
Trabalho Infantil e Proteção ao Trabalhador Adolescente.
2005
Decreto nº 5.390, de 8 de março de 2005. Aprova o Plano Nacional de Políticas para as Mulheres –
SPM/PR
2006
2006
2006
2006
Lei nº 11.494/2006. Regulamenta o Fundeb.
Decreto nº 5.948, de 26 de outubro de 2006. Institui a Política Nacional de Enfrentamento ao Tráfico
de Pessoas.
Lançamento do Plano Nacional de Promoção, Proteção e Defesa do Direito de Crianças e
Adolescentes à Convivência Familiar e Comunitária
Resolução nº 119, de 11 de dezembro de 2006 – Conanda. Dispõe sobre o Sistema Nacional de
Atendimento Socioeducativo.
Decreto nº 6.094/2007. Dispõe sobre a implementação do Plano de Metas Compromisso Todos pela
Educação
Parecer CNE/CEB nº 2/2007. Referente à abrangência das Diretrizes Curriculares Nacionais para a
Educação das Relações Étnicorraciais e para o Ensino de História e Cultura Afro-Brasileira e Africana.
Decreto nº 6.093, de 24 de abril de 2007. Dispõe sobre a reorganização do Programa Brasil
Alfabetizado, visando a universalização da alfabetização de jovens e adultos de quinze anos ou mais, e
dá outras providências.
2007
Decreto nº 6.230, de 11 de outubro de 2007. Estabelece o Compromisso pela Redução da Violência
Contra Crianças e institui o Comitê Gestor de Políticas de Enfrentamento à Violência contra Criança e
Adolescente, e dá outras providências.
Decreto s/n de 11 de outubro de 2007. Comissão Intersetorial de Enfrentamento à Violência Sexual
contra Crianças e Adolescentes
Decreto s/n de 11 de outubro de 2007. Institui a Comissão Nacional Intersetorial para
acompanhamento da implementação do Plano Nacional de Promoção, Proteção e Defesa do Direito de
Crianças e Adolescentes à Convivência Familiar e Comunitária.
2008
Decreto nº 6.387, de 5 de março de 2008. Aprova do II Plano Nacional de Políticas para Mulheres.
2008
Decreto nº 6.347, de 8 de janeiro de 2008. I Plano Nacional de Enfrentamento ao Tráfico de Pessoas
(I PNETP)
2008
Decreto nº 6.481, de 12 de junho de 2008. Aprova a Lista de Piores Formas de Trabalho Infantil –
Lista TIP.
Decreto nº 6.571/2008. Dispõe sobre o atendimento educacional especializado
2008
Lei nº 11.645 que altera a Lei nº 9.394, de 20 de dezembro de 1996, modifica- da pela Lei no
10.639, de 9 de janeiro de 2003, que estabelece as diretrizes e bases da educação nacional, para incluir
no currículo oficial da rede de ensino a obrigatoriedade da temática “História e Cultura Afro-Brasileira
e Indígena”.
184
Decreto nº 7.037, de 21 de dezembro de 2009. Aprova o Programa Nacional de Direitos HumanosPNDH-3 e dá outras providências. (alterado pelo Decreto 7.177/10)
Resolução CD/FNDE nº 15, de 8 de abril de 2009. Estabelece orientações e diretrizes para a
produção de materiais didáticos e paradidáticos voltados para a promoção, no contexto escolar, da
educação em direitos humanos
2009
Decreto nº 6.861, de 27 de maio de 2009. Dispõe sobre a Educação Escolar Indígena, define sua
organização em territórios etnoeducacionais, e dá outras providências.
Decreto nº 6.872, de 4 de junho de 2009. Aprova o Plano Nacional de Promoção da Igualdade Racial
– PLANAPIR
Decreto nº 7.053, de 23 de dezembro de 2009. Institui a Política Nacional para Inclusão Social da
População em Situação de Rua.
2010
Decreto nº 7.177, de 12 de maio de 2010. Altera o Anexo do Decreto nº 7.037, de 21 de dezembro de
2009, que aprova o Programa Nacional de Direitos Humanos-PNDH-3.
Decreto nº 7.084, de 27 de janeiro de 2010. Dispõe sobre os programas de material didático e dá
outras providências.
2010
2011
2011
2011
2011
2011
Decreto nº 7.352, de 4 de novembro de 2010. Dispõe sobre a política de educação do campo e o
Programa Nacional de Educação na Reforma Agrária - PRONERA.
Decreto nº 7.480, de 16 de maio de 2011. Reestrutura a SECADI. Aprova a Estrutura Regimental e o
Quadro Demonstrativo dos Cargos em Comissão do Grupo-Direção e Assessoramento Superiores DAS e das Funções Gratificadas do Ministério da Educação e dispõe sobre remanejamento de cargos
em comissão
Lei nº 7.611, de 17 de novembro de 2011. Institui o Plano Nacional dos Direitos da Pessoa com
Deficiência - Plano Viver sem Limite.
Aprovação do Plano Decenal dos Direitos Humanos de Crianças e Adolescentes
Decreto nº 7.626, de 24 de novembro de 2011. Institui o Plano Estratégico de Educação no âmbito do
Sistema Prisional.
Decreto nº 7.611, de 17 de novembro de 2011. Dispõe sobre a educação especial, o atendimento
educacional especializado e dá outras providências.
Lei nº 12.594, de 18 de janeiro de 2012. Institui o Sistema Nacional de Atendimento Socioeducativo.
Parecer CNE/CP nº 8/2012. Institui as Diretrizes Nacionais para a Educação em Direitos
Humanos
Lançamento do Pacto Universitário pela Promoção do Respeito à Diversidade, da Cultura da
2016
Paz e dos Direitos Humanos
Fonte: Adaptado do Parecer CNE/CP nº 8/2012 (BRASIL, 2012).
2012
181
APÊNDICE C – PROJETOS DE PESQUISA EM DIREITOS HUMANOS IDENTIFICADOS (2006-2017)
Ano Unidade
Título
A diferença da igualdade: a dinâmica da economia solidaria em quatro cidades
do Mercosul
Um múltiplo de transições: a transição do trabalho escravo para o trabalho livre
em Minas Gerais
A implantação da política de segurança alimentar e nutricional no Brasil: seus
limites e desafios
Tipo
Categorização
DH EDH
Tese
Tecnologia, produção e trabalho
x
Dissertação
Tecnologia, produção e trabalho
x
Tese
Direito à saúde
x
Dissertação
Direitos humanos e relações internacionias
x
Artigo
Direito à cidade
x
Dissertação
Tecnologia, produção e trabalho
x
Livro
Gênero, classe e raça
x
Livro
Tecnologia, produção e trabalho
x
Artigo
Gênero, classe e raça
x
Tese
Tecnologia, produção e trabalho
x
Livro
Direitos humanos, justiça e memória
x
Tese
Direito ao meio ambiente
Artigo
Gênero, classe e raça
x
Livro
Direitos humanos, justiça e memória
x
2006
IE
2006
IE
2006
IE
2006
IFCH
2006
-
2006
IE
2006
-
2006
-
2006
-
2006
IE
2006
-
2006
IG
2006
-
2006
-
2006
NEPO
Levantamento de demandas sociais em Várzea Paulista: desigualdade social,
educação e saúde
Projeto de
Pesquisa
Tecnologia, produção e trabalho
x
2006
FCM
Pesquisa Nacional de Demografia e Saúde da Criança e da Mulher
Projeto de
Pesquisa
Direito à saúde
x
2006
-
Artigo
Tecnologia, produção e trabalho
x
A questão dos refugiados no contexto internacional (de 1943 aos dias atuais)
Acessibilidade: Política Pública?
Como crescimento desigual afetam a pobreza
Conflitos Éticos nas Delegacias de Defesa da Mulher
Desigualdade, vulnerabilidade social e a mortalidade por causas violentas no
contexto metropolitano: o caso de Campinas, Brasil
Diferenças de Rendimento do Trabalho de Homens e Mulheres com Educação
Superior nas Metrópoles
Escravidão e indústria: Sorocaba (SP): 1765-1895
Feixes, paralelismo e entraves: as delegacias de defesa da mulher em São Paulo e
as instituições
Formação de professores para o estudo do ambiente: projetos escolares e a
realidade socioambiental local
Gender and Democracy
Gênero e distribuição da justiça: as delegacias de defesa da mulher e a
construção das diferenças
Ricos e pobres no Brasil
x
182
Tal Conceição, Conceição de Tal: classe, gênero e raça no cotidiano de mulheres
pobres no Rio de Janeiro das primeiras décadas republicanas
Dissertação
Gênero, classe e raça
x
IE
As controversias acerca da distribuição de renda no Brasil : uma reflexão
Dissertação
Tecnologia, produção e trabalho
x
2007
2007
FCM
FEF
Violencia domestica na gravidez
A configuração do lazer no espaço das Universidades da Terceira Idade
Tese
Tese
Gênero, classe e raça
Direitos culturais e geracionais
x
x
2007
IEL
A designação da palavra preconceito em dicionarios atuais
Dissertação
Direitos humanos, justiça e memória
x
2007
-
Artigo
Tecnologia, produção e trabalho
x
2007
IFCH
Tese
Direitos humanos, justiça e memória
x
2007
-
Livro
Tecnologia, produção e trabalho
x
2007
IFCH
Os direitos fundamentais na doutrina de John Rawls
Dissertação
Direitos humanos, justiça e memória
x
2007
IFCH
Refugiados colombianos no Brasil : interpretações das suas travessias internas
Dissertação
Direitos humanos e relações internacionias
x
2007
IFCH
Relações internacionais e politica externa do Brasil nos governos FHC e Lula
Dissertação
Direitos humanos e relações internacionias
x
2007
FCM
Saude mental, qualidade de vida, religiosidade e identidade psicossocial nas
homosexualidades
Dissertação
Direito à saúde
x
2007
FCM
Sexualidade em mulheres vitimas de violencia sexual
Dissertação
Gênero, classe e raça
x
2007
-
Artigo
Tecnologia, produção e trabalho
x
2007
FE
Dissertação
Gênero, classe e raça
x
2008
FE
Tese
Direitos humanos, justiça e memória
x
2008
IFCH
Dissertação
Direitos humanos e relações internacionias
x
2008
IFCH
Tese
Direitos humanos, justiça e memória
x
2008
FE
Dissertação
Tecnologia, produção e trabalho
x
2006
IFCH
2007
Elasticidades da pobreza: novas fórmulas de cálculo e avaliação de diferentes
pressupostos
Estado de exceção e vida nua : violencia policial em Porto Alegre entre os anos
de 1960 e 1990
Gasto Social e Desigualdade Social
Transferência de Renda aos Ricos e Pobres no Brasil
Violencias contra as mulheres na relação conjugal : uma pesquisa na Delegacia
Adjunta de Repressão a Crimes Contra a Mulher (DARCCM) - Uberlandia (MG)
Implementação de politica publica : uma leitura a partir da esfera federal :
politica de atendimento do adolescente em conflito com a lei no Brasil
Intervenções humanitarias : aspectos politicos, morais e juridicos de um conceito
em (trans)formação
Nem burocratas nem cruzados: militares argentinos: memorias castrenses sobre a
repressão
Trabalho infantil : politicas publicas e a concepção emancipatoria do trabalho
183
2008
FEC
A arquitetura como instrumento do projeto inclusivo: percepção do surdocego
Dissertação
Tecnologia, produção e trabalho
x
2008
2008
IEL
-
Tese
Artigo
Direitos humanos, justiça e memória
Gênero, classe e raça
x
x
2008
-
Livro
Direitos humanos, justiça e memória
x
2008
-
Livro
Tecnologia, produção e trabalho
x
2008
-
Artigo
Direito à educação
x
2008
IFCH
Tese
Gênero, classe e raça
x
2008
FE
A escrita da dor: testemunhos da ditadura militar
A Polícia e as Formas de Feminização da Violência contra o Idoso
Arqueologia da Repressão e da Resistência. América latina na era das ditaduras
(décadas de 1960-1980)
Crescimento, emprego e renda e os desafos para o desenvolvimento com maior
igualdade
Educação inclusiva e bibliotecas acessíveis
Entre umas e outras: mulheres, (homo)sexualidades e diferenças na cidade de
São Paulo
Estranhos no ninho: a inclusão de alunos com deficiência na Unicamp
Tese
Tecnologia, produção e trabalho
x
2008
PAGU
Projeto de
Pesquisa
Gênero, classe e raça
2008
-
Gênero, família e gerações: Juizado especial Criminal e Tribunal do Júri
2008
FT
Inclusão digital social de alunos com necessidades educacionais especiais
2008
IG
Inclusão social na universidade: experiências na UNEMAT
2008
-
2008
FE
2008
IFCH
2008
2008
-
2009
FE
2009
2009
IFCH
IE
2009
FE
Gênero e diversidade na escola
Mediação Familiar transdisciplinar - Uma metodologia de trabalho em situações
de conflitos de gênero
Qualidade da educação: fundamentos para a promoção de políticas publicas
Racismo e sindicalismo: reconhecimento, redistribuição e ação política das
centrais sindicais acerca do racismo no Brasil (1983-2002)
Sobre Direitos Humanos na Era da Bio-Política
Trabalho, Cidadania e Reconhecimento
A suposta homossexualidade
Conservação ambiental e direitos multiculturais: reflexões sobre justiça
Distribuição da renda e diferenças regionais no estado de São Paulo
História, trabalho e educação: relações de produção e qualificação da força de
trabalho na agroindustria canavieira
x
Livro
Projeto de
Pesquisa
Gênero, classe e raça
x
Direito à educação
x
Dissertação
Gênero, classe e raça
x
Livro
Gênero, classe e raça
x
Dissertação
Direito à educação
x
Tese
Gênero, classe e raça
x
Artigo
Livro
Direitos humanos, justiça e memória
Tecnologia, produção e trabalho
x
x
Dissertação
Gênero, classe e raça
x
Tese
Tese
Direito ao meio ambiente
Tecnologia, produção e trabalho
x
x
Tese
Tecnologia, produção e trabalho
x
184
2009
IE
Inclusão social em tempos de neoliberalismo: as políticas sociais em São Paulo
Dissertação
Gênero, classe e raça
x
2009
FEF
Interação entre alunos com e sem deficiência na educação física escolar:
validação de instrumento
Dissertação
Direito à saúde
x
2009
IFCH
Mortes femininas violentas segundo raça/cor
Dissertação
Gênero, classe e raça
x
2009
-
Livro
Direitos humanos, justiça e memória
x
2009
IFCH
Crime de racismo ou injuria qualificada?
Dissertação
Gênero, classe e raça
x
2009
IFCH
De Donas-de-casa a Donas-da-casa: o protagonismo feminino nas camadas
medias urbanas na cidade de São Paulo
Dissertação
Gênero, classe e raça
x
2009
NEPP
Desenvolvimento de metodologias de monitoramento do Plano Nacional de
Promoção, Proteção e Defesa do Direito de Crianças e Adolescentes à
Convivência Familiar e Comunitária
Projeto de
Pesquisa
Direito à educação
x
2009
IE
Desigualdade e polarização da distribuição de renda no Brasil e no estado de São
Paulo, 1992-2007
Dissertação
Tecnologia, produção e trabalho
x
2009
IFCH
Direitos humanos e dialogo intercultural: possibilidades e limites
Dissertação
Direitos culturais e geracionais
x
2009
-
Livro
Tecnologia, produção e trabalho
x
2009
FE
Dissertação
Gênero, classe e raça
x
2009
-
Artigo
Gênero, classe e raça
x
2009
PAGU
Projeto de
Pesquisa
Gênero, classe e raça
x
2009
IEL
Dissertação
Direito à educação
x
2009
IEL
Tese
Gênero, classe e raça
x
2009
FE
Tese
Direito à educação
x
2009
-
Livro
Direitos culturais e geracionais
x
A importância da Arqueologia Forense na construção das memórias perdidas nos
períodos ditatoriais latino-americanos
Economia Social y Solidaria y Políticas Públicas de la vulnerabilidad de renta y
trabajo: el caso de Brasil
Educação e identidade no Quilombo Brotas
Esporte e Mulher em perspectiva.
Implantação da área de pesquisa sexual, poder e diferença no Núcleo de Estudos
de Gênero PAGU/Unicamp
Língua Brasileira de Sinais: reflexões sobre a sua oficialização como instrumento
de inclusão dos surdos
Linguagem e identificação: uma contribuição para o debate sobre ações
afirmativas para negros no Brasil
Na escuta: encontros e diálogos dos/com os professores sobre os dilemas do
cotidiano escolar
O idoso, as delegacias de polícia e os usos da violência doméstica
185
2009
IFCH
2009
FE
2009
IEL
2009
2009
-
2009
-
2009
-
2010
FEF
2010
IE
2010
IE
2010
-
2010
IFCH
2010
PAGU
2010
-
2010
-
2010
IFCH
2010
IE
2010
-
2010
-
2010
-
Para falar em nome da segurança: o que pensam, querem e fazem os
representantes dos Conselhos Comunitários de Segurança
Processos de exclusão intra-escolar = os alunos que passam sem saber
Quem e negro no Brasil?: uma análise discursiva de artigos que versam sobre a
adoção de "cotas" em universidades publicas
Reflexões sobre o tema da cidadania e a produção de subjetividade no SUS
Relações de violência e erotismo
Tipologia municipal de classes sócio-ocupacionais: uma nova dimensão para
análise das desigualdades territoriais no Brasil
Violence and Gender: new proposals, old dilemmas
A educação física na educação infantil e as relações de gênero = educando
crianças ou meninos e meninas?
Trabalhadores de baixos salários num contexto de globalização neoliberal =
estudo de caso da classe trabalhadora na Tanzânia
A importância do salário mínimo para a valorização do rendimento do trabalho e
para a distribuição de renda
A Lei 5.692 de 1971 e a presença dos preceitos liberais e escola novistas: os
estudos sociais e a formação da cidadania
Tese
Direitos humanos, justiça e memória
x
Tese
Direito à educação
x
Dissertação
Gênero, classe e raça
x
Livro
Livro
Direito à saúde
Gênero, classe e raça
x
x
Artigo
Tecnologia, produção e trabalho
x
Artigo
Gênero, classe e raça
x
Dissertação
Gênero, classe e raça
x
Dissertação
Tecnologia, produção e trabalho
x
Dissertação
Tecnologia, produção e trabalho
x
Artigo
Direitos à educação
x
A luta pela moradia em São Paulo
Dissertação
Direito à cidade
x
Ampliação e consolidação da rede de serviços especializados de atendimento às
mulheres em situação de violência
Projeto de
Pesquisa
Gênero, classe e raça
x
Até quando? Bullying na escola que prega a inclusão social.
Cidadania, qualidade de vida e produção do espaço urbano: desafios para a
gestão urbana e para o enfrentamento da questão social
Crime e Congresso Nacional no Brasil pós-1988 = uma análise da política
criminal aprovada de 1989 a 2006
Diferenças salariais entre os gêneros no setor público = evolução e principais
determinantes
Domestic Violence and Different Forms of Conciliation
Ensino de filosofia e cidadania nas "sociedades de controle": resistência e linhas
de fuga
Informalidade e desproteção social: uma realidade para a maioria das mulheres
trabalhadoras
Artigo
Direito à educação
x
Livro
Direito à cidade
x
Dissertação
Direitos humanos, justiça e memória
x
Tese
Gênero, classe e raça
x
Artigo
Gênero, classe e raça
x
Artigo
Direito à educação
Livro
Gênero, classe e raça
x
x
186
2010
2010
IFCH
2010
IFCH
2010
IFCH
2010
2010
2010
IFCH
2010
-
2010
IA
2010
-
2010
FCM
2011
FE
2011
IFCH
2011
IFCH
2011
IFCH
2011
-
2011
FE
2011
IFCH
2011
-
2011
IFCH
2011
FE
2011
IFCH
Jongueiros do Tamandaré: Devoção, Memória e Identidade Social
Justiças do diálogo = uma análise da mediação extrajudicial
Liberdades em disputa = a reconstrução da autonomia privada na teoria crítica de
Jurgen Habermas
Migração forçada = uma abordagem conceitual a partir da imigração de
angolanos para os estados do Rio de Janeiro e São Paulo, Brasil (1970-2006)
O cidadão Sócrates e o filosofar numa democracia
O direito à diversidade: patrimônio e quilombo de Palmares
O espaço da democracia no projeto político dos dirigentes do MST
Oralidade, política e direitos humanos: por uma aula de língua portuguesa
comprometida com o diálogo e com a construção da cidadania
Políticas públicas culturais, mediações e cidadania = o caso da Lei Rouanet
Teatro, gênero e sociedade (1940-1968)
Violência de gênero e sexual entre alunos de uma universidade paulista
A construção da paz como meta do processo educativo
A grande estratégia norte americana e o Tribunal Penal Internacional (19902008)
A(s) juventude(s) e a construção das políticas públicas no Brasil = avanços e
perspectivas
As normas multilaterais para o combate ao terrorismo = uma análise das políticas
dos EUA no pós-11 de setembro e sua recepção nos espaços decisórios da ONU
Aspectos metodológicos e Análise do Discurso: migrantes em situação de rua,
entre a hospitalidade e a anulação de si
Bullying e diferenças = a busca por um olhar ampliado
Cidadania e direitos sexuais = um estudo comparativo do reconhecimento legal
das uniões entre pessoas do mesmo sexo no Brasil e na África do Sul
Cidadania, autonomia e renda básica
Cinema e sociedade = sobre a ditadura militar no Brasil
Educação do campo = contexto de discursos e de políticas
Estado de exceção permanente = soberania, violência e direito na obra de
Giorgio Agamben
Livro
Tese
Direitos culturais e geracionais
Direitos humanos, justiça e memória
x
x
Tese
Direitos civis
x
Dissertação
Direitos humanos e relações internacionias
x
Artigo
Artigo
Tese
Direitos políticos
Gênero, classe e raça
Direitos políticos
x
x
x
Livro
Direito à educação
x
Dissertação
Direitos culturais e geracionais
x
Artigo
Gênero, classe e raça
x
Dissertação
Gênero, classe e raça
x
Tese
Direito à educação
Tese
Direitos humanos e relações internacionias
x
Tese
Gênero, classe e raça
x
Dissertação
Direitos humanos e relações internacionias
x
Livro
Direitos humanos e relações internacionais
x
Dissertação
Direito à educação
Tese
Gênero, classe e raça
x
Artigo
Tecnologia, produção e trabalho
x
Dissertação
Direitos humanos, justiça e memória
x
Tese
Direito à educação
x
Tese
Direitos humanos, justiça e memória
x
x
x
187
2011
IE
2011
-
2011
FCM
2011
-
2011
IG
2011
FE
2011
-
2011
-
2012
IFCH
2012
IFCH
2012
IE
2012
FEF
2012
IFCH
2012
FT
2012
IFCH
2012
IFCH
2012
IFCH
2012
IA
2012
-
Financeirização e transformações recentes no circuito imobiliário no Brasil
Gênero na prática docente em educação física: "meninas não gostam de suar,
meninos são habilidosos ao jogar "?
Tese
Direito à cidade
x
Artigo
Gênero, classe e raça
x
Dissertação
Gênero, classe e raça
x
Livro
Gênero, classe e raça
x
Tese
Direito à cidade
x
Tese
Direitos humanos e relações internacionias
x
Livro
Direitos humanos, justiça e memória
x
Livro
Tecnologia, produção e trabalho
x
Dissertação
Direito à cidade
x
Tese
Gênero, classe e raça
x
As políticas públicas de economia solidária no Governo Federal: 2003 a 2010
Dissertação
Tecnologia, produção e trabalho
x
As relações de gênero em uma escola de futebol: quando o jogo é possível?
Dissertação
Gênero, classe e raça
x
Tese
Tecnologia, produção e trabalho
x
Dissertação
Direito ao meio ambiente
Dissertação
Direitos humanos, justiça e memória
x
Dissertação
Direito à cidade
x
Política em relação aos refugiados no Brasil (1947-2010)
Tese
Direitos humanos e relações internacionias
x
(Re)apresentações do outro: travestilidades e estética fotográfica
Análise do Processo Inclusivo de Pessoas com Deficiência no Clube Esportivo:
Um Estudo de Caso
Tese
Gênero, classe e raça
x
Artigo
Direito à educação
x
Identidade, discriminação e saúde mental em estudantes universitários
Las Comisarias: un estudio sobre familias, violencia y generaciones
Movimento socioespacial de cursinhos alternativos e populares = a luta pelo
acesso à universidade no contexto do direito a cidade
O discurso moderno sobre educação, diversidade e tolerância = os documentos
da UNESCO e a crítica de Marcuse
Politización de la justicia versus judicialización de las relaciones en la familia:
Las Comisarías de Defensa de la Mujer
Transferência de renda no âmbito municipal no Brasil: renda básica de cidadania
em Santo Antonio do Pinhal
A luta pela moradia na cidade de São Paulo: as interações entre moradores de
favelas e o poder público de 1975 a 1982
Adoção = realidade e desafios para um Brasil do século XXI
Comercio de escravos do Sul para o Sudeste, 1850-1888: economias
microregionais, redes de negociantes e experiência cativa
Estudos sobre tecnologia social e educação ambiental crítica = possíveis
caminhos para construção de outra sociedade
Infância(s) e Políticas Públicas : um estudo sobre o enfrentamento à violência
doméstica contra crianças
O agir coletivo nas interfaces da sociedade civil e do sistema político = o caso da
atuação do movimento de moradia de São Paulo sobre a política pública de
habitação
x
188
2012
FE
2012
-
2012
-
2012
-
2012
-
2012
FE
2012
FE
2012
FCM
2012
FE
2012
IFCH
2012
2012
-
2012
IE
2012
IEL
2012
FE
2012
2012
-
2012
FE
2012
FE
2012
-
Aqui tem racismo!: um estudo das representações sociais e das identidades das
crianças negras
As relações de gênero no ensino fundamental: uma análise da produção
acadêmica em educação física
As Tensões entre Segurança Doméstica e Direitos Civis nos EUA Pós 11 de
Setembro
Cuidado ao idoso em Campinas-SP: estudo qualitativo com gestores e
representantes políticos
Da bolsa família à renda básica: limites e possibilidades de uma transição
De docência e militância: a formação de educadores étnicos num programa da
Secretaria Municipal de Educação de Campinas - 2003 a 2007
Direito à educação e diálogo entre poderes
Direitos dos usuários em intenso sofrimento psíquico, na perspectiva dos
usuários e dos gestores de CAPS
Do preferencial ao necessário: o atendimento educacional especializado na
escola comum
Fios para trançar, jogos para armar: o "fazer" policial nos crimes de violência
doméstica e familiar contra a mulher
Fronteiras de gênero e a sexualidade na velhice
Gênero e qualidade de vida percebida - estudo com professores da área de saúde
Gênero e trabalho na Tanzânia contemporânea
História, memória e violência em Nocturno e Chile, Estrella distante e Amuleto
de Roberto Bolaño
Invisibilidade e emergência da Universidade inclusiva na tessitura de uma rede
de memórias
Nota crítica sobre cidadania no Brasil
Notas sobre o paradoxo dos direitos humanos e as relações hemisféricas
O significado das cotas para estudantes negros do Instituto Federal de Santa
Catarina: Campus São José
Realidades da educação de jovens e adultos no ensino fundamental-presencial no
municipio de Itaituba (PA) : desafios da gestão, do planejamento e das políticas
educacionais na efetivação do direito á educação em escolas da cidade e do
campol
Reflexões Filosóficas sobre o Direito Natural
Dissertação
Gênero, classe e raça
x
Artigo
Gênero, classe e raça
x
Artigo
Direitos civis
x
Artigo
Direitos culturais e geracionais
x
Artigo
Tecnologia, produção e trabalho
x
Dissertação
Direito à educação
x
Tese
Direito à educação
x
Dissertação
Direito à saúde
x
Dissertação
Direito à educação
x
Dissertação
Direitos humanos, justiça e memória
x
Artigo
Artigo
Gênero, classe e raça
Gênero, classe e raça
x
x
Dissertação
Gênero, classe e raça
x
Dissertação
Direitos humanos, justiça e memória
x
Tese
Direito à educação
x
Livro
Artigo
Direitos humanos, justiça e memória
Direitos humanos e relações internacionais
x
x
Dissertação
Gênero, classe e raça
x
Tese
Direito à educação
x
Livro
Direitos humanos, justiça e memória
x
189
2012
-
2012
IFCH
2013
FE
2013
2013
2013
-
2013
-
2013
2013
-
2013
-
2013
2013
2013
-
2013
-
2013
-
2013
IE
2013
2013
-
2013
FE
2013
IFCH
2013
IFCH
2013
-
2013
-
2013
-
Refugiados Africanos em São Paulo - Brasil: espaços da migração
Vozes femininas = um estudo sobre a Revista Feminina e a luta pelo direito ao
voto, ao trabalho e à instrução
De vulneráveis a empreendedoras: os limites da promoção da autonomia
econômica das mulheres no Brasil
A Desconfiança Política e os seus impactos na Qualidade da Democracia
Batalha pelos direitos trabalhistas do segmento começa a produzir avanços
Desigualdades de gênero e raça no mercado de trabalho brasileiro
Direito à educação e a atuação "Administrativa" do juízo da infância e da
juventude
Direito à educação no Brasil e Sistema Nacional de Educação
Direito à educação: modelos de gestão e papel do estado.
Divergências e chão comum: o direito à educação no IV Seminário de Educação
Brasileira
Do Bolsa Família ao Brasil sem Miséria: o desafio de universalizar a cidadania
Educação Física Escolar: Atividades Inclusivas
Ensino de filosofia e cidadania: uma abordagem a partir de Gramsci
Entre o acordo e o acórdão: a Justiça do Trabalho paulista na antevéspera do
golpe de 1964
Exploração sexual, trabalho sexual: noções e limites
Fortalecimento político das mulheres para garantir e ampliar direitos, promover a
igualdade no mundo do trabalho e a autonomia econômica
Infância e Resistência resistir a quê?
Medicalização, sexualidade e gênero: sujeitos e agenciamentos
O direito à educação básica para jovens e adultos da modalidade EJA no Brasil:
um resgate histórico e legal
O Lugar do Fandango Caiçara: natureza e cultura de "povos tradicionais",
direitos comunais e travessia ritual no Vale do Ribeira (SP)
O Supremo Tribunal Federal e os tratados internacionais de direitos humanos:
uma análise política das decisões judiciais
Os 25 anos da Constituição de 1988: reflexões sobre o direito à educação de
qualidade
Os Conselhos e as Narrativas sobre a Velhice
Os direitos sociais e humanos dos trabalhadores no Brasil: a título de
apresentação
Artigo
Direitos humanos e relações internacionais
x
Dissertação
Gênero, classe e raça
x
Dissertação
Tecnologia, produção e trabalho
x
Livro
Artigo
Livro
Direitos políticos
Tecnologia, produção e trabalho
Gênero, classe e raça
x
x
x
Artigo
Direito à educação
x
Livro
Livro
Direito à educação
Direito à educação
x
x
Artigo
Direito à educação
x
Livro
Livro
Artigo
Tecnologia, produção e trabalho
Direito à educação
Direito à educação
x
x
Livro
Direitos humanos, justiça e memória
x
Livro
Projeto de
Pesquisa
Artigo
Livro
Gênero, classe e raça
x
Tecnologia, produção e trabalho
x
Direito à educação
Gênero, classe e raça
x
x
Tese
Direito à educação
x
Tese
Direitos culturais e geracionais
x
Dissertação
Direitos humanos e relações internacionias
x
Livro
Direito à educação
x
Livro
Direitos culturais e geracionais
x
Livro
Tecnologia, produção e trabalho
x
x
190
2013
-
2013
-
2013
FEnf
2013
FE
2013
IFCH
2013
-
2013
-
2013
FE
2013
-
2013
2013
IFCH
IFCH
2013
IFCH
2013
FE
2013
-
2013
IE
2013
IFCH
2013
IFCH
2013
IFCH
2014
FE
Os Estados Unidos e os Mecanismos Regionais de Proteção dos Direitos
Humanos
Os refugiados e o Direito: obstáculos trazidos pela realidade
Percepções de gestantes negras com HIV sobre a discriminação racial e de
soropositivade
Política educacional e inclusão social: um estudo dos programas de ampliação da
jornada escolar
Artigo
Direitos humanos e relações internacionais
x
Livro
Direitos humanos e relações internacionais
x
Dissertação
Direito à saúde
x
Tese
Direito à educação
x
Dissertação
Direito à cidade
x
Livro
Tecnologia, produção e trabalho
x
Livro
Tecnologia, produção e trabalho
x
Tese
Direitos humanos, justiça e memória
x
Artigo
Gênero, classe e raça
x
Tese
Tese
Direitos humanos, justiça e memória
Direito à saúde
x
x
Tese
Tecnologia, produção e trabalho
x
Dissertação
Direito à educação
x
Trabalhando com Identidades de Gênero: uma Proposta de Sequência Didática
Uma visão de progresso: a influência da economia política na transição da ordem
escravista
Artigo
Gênero, classe e raça
x
Tese
Tecnologia, produção e trabalho
x
União de Mulheres de São Paulo: eminismo, violência de gênero e subjetividades
Dissertação
Gênero, classe e raça
x
Tese
Direitos humanos, justiça e memória
x
Dissertação
Gênero, classe e raça
x
Dissertação
Gênero, classe e raça
x
Política, fabulação e a ocupação Mauá: etnografia de uma experiência
Políticas sociais, desenvolvimento e cidadania: economia, distribuição da renda e
mercado de trabalho
Políticas sociais, desenvolvimento e cidadania: educação, seguridade social,
pobreza, infraestrutura e transição demográfica
Proteção integral e garantia de direitos da criança e do adolescente: desafios à
intersetorialidade
Relações de gênero na educação física escolar: desafios ao ensino dos conteúdos
da cultura corporal de movimento
Sangue, identidade e verdade: memórias sobre o passado ditatorial na Argentina
Saúde como questão de justiça
Se eles são livres ou escravos: escravidão e trabalho livre nos Canteiros da
Estrada de São Francisco: Bahia, 1858-1863
Teatro, educação e cidadania = estudo em uma escola do Ensino Básico
Vidas esticadas, vidas descartadas = Estado repressivo, aparelho policial e
sistema de justiça: uma análise de homicídios no pretenso contexto de
valorização da vida
Violencia de género en México = una aproximación a partir de la ENDIREH2006 = Violência contra a mulher - México: uma aproximação a partir da
ENDIREH-2006
"O meu cabelo é assim... igualzinho o da bruxa, todo armado": hierarquização e
racialização das crianças pequenininhas negras na educação infantil
191
2014
FE
2014
IFCH
2014
IFCH
2014
IFCH
2014
-
2014
-
2014
IE
2014
-
2014
FE
2014
2014
-
2014
-
2014
-
2014
-
2014
-
2014
-
2014
FE
2014
FEnf
2014
-
2014
-
2014
IFCH
Ações afirmativas no ensino superior: a produção acadêmica nas Universidades
Estaduais Paulistas de 1990 a 2012
Ampliando o debate sobre a participação política e a construção democrática = o
movimento de moradia e as ocupações de imóveis ociosos no centro da cidade de
São Paulo
Negociação de sentidos: violência e direitos da mulher na prática de ONGs em
Marrocos
"Felicidade Clandestina": refúgio e família no Brasil
A experiência do desemprego e relações de gênero na categoria metalúrgica de
Campinas
A memória da justiça
Análise do impacto do salário mínimo sobre a distribuição de renda na
agricultura brasileira: recortes segundo a posição na ocupação
Antropologia, Gênero e Sexualidade no Brasil: Balanço e Perspectivas
As crianças (in)visíveis nos discursos políticos da educação infantil : entre
imagens e palavras
Constituição Federal e Direitos Sociais-Avanços e Recuos da Cidadania
Desigualdade Predatória
Discriminação contra a mulher - Revisão
integrativa da literatura
Ditadura, universidade e direitos humanos: o papel da Arqueologia da repressão
e da resistência
Diversidade Cultural, Cidadania e Construção democrática
Educação Física Escolar e gênero: construindo estratégias pedagógicas através
do PIBID
Educação Física Escolar e Inclusão: alguns desencontros
Educação não-formal e religiosidade: outro front para o debate da laicidade do
Estado
Enfermagem na atenção primária à saúde e o enfrentamento da violência contra a
mulher
Equidade de gênero na sociedade do conhecimento no Brasil: presença feminina
na ciência e na tecnologia
Espaços Migratórios na Fronteira: imigração boliviana e gênero
Estabelecer pontes ou delimitar fronteiras?: desvendando o potencial de uma
humanidade "outra" a partir do pensamento dos indígenas da Serra Nevada de
Dissertação
Gênero, classe e raça
x
Tese
Direito à cidade
x
Dissertação
Gênero, classe e raça
x
Dissertação
Direitos humanos e relações internacionias
x
Artigo
Gênero, classe e raça
x
Artigo
Direitos humanos, justiça e memória
x
Tese
Tecnologia, produção e trabalho
x
Livro
Gênero, classe e raça
x
Tese
Gênero, classe e raça
x
Artigo
Artigo
Direitos humanos, justiça e memória
Tecnologia, produção e trabalho
x
x
Artigo
Gênero, classe e raça
x
Artigo
Direitos humanos, justiça e memória
x
Livro
Direitos culturais e geracionais
x
Livro
Gênero, classe e raça
x
Artigo
Direito à educação
x
Dissertação
Laicidade do Estado
x
Dissertação
Gênero, classe e raça
x
Artigo
Gênero, classe e raça
x
Livro
Direitos humanos e relações internacionais
x
Tese
Direitos culturais e geracionais
x
192
Santa Marta, Colômbia
2014
-
2014
IFCH
2014
-
2014
-
2014
-
2014
2014
-
2014
-
2014
-
2014
IFCH
2014
-
2014
IFCH
2014
2014
-
2014
IA
2014
-
2014
IFCH
2014
2014
2014
-
Estudos sobre sexualidade, sociabilidade e mercado: olhares antropológicos
contemporâneos
Fazer-se no "Estado”: uma etnografia sobre o processo de constituição dos
"LGBT" como sujeitos de direitos no Brasil contemporâneo
Feminismos transacionais e deslocamentos de brasileiras através das fronteiras
Gênero e esporte na escola: reflexões a partir da Declaração de Brighton sobre
Mulheres no Esporte
Hermenêutica Constitucional e Condições de Efetividade dos Direitos
Fundamentais
Imagens das mulheres na mídia: significados políticos
Imagens precárias. Inscrições tênues da violência ditatorial no Brasil
Legados esportivos e inclusão social: por uma política de equidade de gênero no
futebol
Liberte-se dos rótulos': questões de gênero e sexualidade em práticas de
letramento em comunidades ativistas do
facebook
Migração e crime: desconstrução das políticas de segurança e tráfico de pessoas
Migração Feminina: um debate teórico e metodológico no âmbito dos estudos de
gênero
Mujeres Mayas y Aymaras = transitando entre los derechos culturales y los
derechos individuales = Mulheres Mayas e Aymaras: transitando entre os direitos
culturais e os direitos individuais
Mulher, Estado e Revolução
O Habeas corpus na prática judicial republicana: o problema dos direitos civis
Os cursos de formação de profissionais aptos ao trabalho de educação musical
para alunos com deficiência visual
Os músicos e seu trabalho: Diferenças de gênero e raça
Prostituição, gênero e direitos: noções e tensões nas relações entre prostitutas e
Pastoral da Mulher Marginalizada
Questões de gênero no contexto midiático
Rastros de sobrevivência no documentário brasileiro pós-64
Ser diferente é ser diferente: a quem interessam as minorias?
Artigo
Gênero, classe e raça
x
Tese
Gênero, classe e raça
x
Livro
Gênero, classe e raça
x
Artigo
Gênero, classe e raça
x
Artigo
Direitos humanos, justiça e memória
x
Livro
Artigo
Gênero, classe e raça
Direitos humanos, justiça e memória
x
x
Livro
Gênero, classe e raça
x
Artigo
Gênero, classe e raça
x
Tese
Direitos humanos e relações internacionias
x
Livro
Direitos humanos e relações internacionais
x
Dissertação
Direitos culturais e geracionais
x
Livro
Livro
Gênero, classe e raça
Direitos civis
x
x
Dissertação
Direito à educação
x
Artigo
Gênero, classe e raça
x
Tese
Gênero, classe e raça
x
Livro
Artigo
Livro
Gênero, classe e raça
Direitos humanos, justiça e memória
Gênero, classe e raça
x
x
x
193
2014
IA
2014
-
2014
FEnf
Shakespeare além do espaço tempo: uma conversa sobre direitos humanos nas
tragédias Titus Andronicus, Ricardo III e Macbeth
Violências e afetos: intercâmbios sexuais e econômicos na (recente) produção
antropológica realizada no Brasil
Vivência da gravidez de mulheres em situação de prisão
A inclusão social pelo trabalho em Campinas: um debate sobre o direito, o desejo
e a necessidade de acesso ao trabalho para as pessoas com transtornos mentais
Análise do Programa de Ação Afirmativa e Inclusão Social (PAAIS)
2015
FE
implementado pela UNICAMP no período de 2005-2014
Mulheres de fibra: narrativas e o ato de narrar entre usuárias e trabalhadoras de
2015 IFCH
um serviço de atenção às vítimas de violência na periferia de São Paulo
O direito à moradia no meio rural: significados, entraves e potencialidades para
2015 FEAGRI
sua conquista
O jeito de ser movimento do Movimento de Moradia da Leste II: tensões entre o
2015 IFCH
legado movimentalista e a demanda pragmática (1984-2014)
2015
IEL
Trabalho, ócio e lazer: um olhar discursivo
A educação ambiental como instrumento de preservação das águas e de
2015
promoção da dignidade da pessoa humana
2015
A Garantia do Acesso à Justiça no Direito Internacional dos Direitos Humanos
Análise da desigualdade racial entre negros e brancos no cuidado da hipertensão
2015 FCM
arterial sistêmica no município de Campinas em 2008 e 2009
2015
FE
Cartografias de um currículo encarcerado
Categorias em movimento: a gestão de vítimas do tráfico de pessoas na Espanha
2015
e no Brasil
2015
Cidadania e educação: apontamentos em torno de uma categoria burguesa
2015
Cidade digital: o que esperar? Inovação social e novos arranjos institucionais
Cinquenta anos de relações de gênero e geração no Brasil: mudanças e
2015
permanências
Conhecimento e atitudes dos profissionais de saúde frente à violência doméstica
2015
FOP
infantil: uma revisão sistemática
2015
Copa, gênero feminino
2015
Crescimento e inclusão social
2015
Crianças e guerras
2015
FCM
Tese
Direitos humanos, justiça e memória
x
Artigo
Direitos humanos, justiça e memória
x
Dissertação
Gênero, classe e raça
x
Dissertação
Tecnologia, produção e trabalho
x
Dissertação
Gênero, classe e raça
x
Tese
Gênero, classe e raça
x
Tese
Direito à cidade
x
Dissertação
Direito à cidade
x
Tese
Tecnologia, produção e trabalho
x
Livro
Direito ao meio ambiente
Artigo
Direitos humanos e relações internacionais
x
Dissertação
Gênero, classe e raça
x
Tese
Direito à educação
x
Artigo
Direitos humanos e relações internacionais
x
Livro
Livro
Direito à educação
Tecnologia, produção e trabalho
x
x
Livro
Gênero, classe e raça
x
Dissertação
Direito à saúde
x
Livro
Artigo
Artigo
Gênero, classe e raça
Tecnologia, produção e trabalho
Direitos humanos e relações internacionais
x
x
x
x
194
2015
IE
2015
2015
-
2015
-
2015
-
2015
-
2015
-
2015
IFCH
2015
2015
-
2015
IFCH
2015
IFCH
2015
IFCH
2015
-
2015
-
2015
-
2015
-
2015
-
2015
IFCH
2015
-
2015
-
2015
FCM
Desempenho econômico, desigualdade e mercado de trabalho: o caso de
Barbados
Desigualdades de Gênero na Carreira Acadêmica no Brasil
EDUCAÇÃO FÍSICA ESCOLAR - Relações de Gênero em Jogo
Espiando por trás da persiana - um olhar sobre a discriminação traduzida em
assédio moral organizacional contra mulheres
Estereótipos de gênero nas imagens dos livros didáticos de educação física do
Brasil
Gênero e diversidade sexual nas escolas: uma questão de direitos humanos
Inclusão e segmentação social no Ensino Superior público no Estado de São
Paulo (1990-2012)
Mulheres mamíferas: práticas da maternidade ativa
Mulheres na Fronteira: a migração boliviana em Corumbá - MS
Nunca houve Inquisição, nem censura – só galhardia
O alto comissário das Nações Unidas para os direitos humanos e seu escritório:
criação e desenvolvimento institucional (1994-2014)
Os velhos como sujeitos de direitos: uma análise da gestão de velhice nos
conselhos de idosos
Política criminal brasileira: a negação da cidadania em marcha
Políticas de Drogas e Saúde Pública: Algumas incongruências entre políticas de
drogas, saúde coletiva e direitos humanos no Brasil
Políticas públicas de educação infantil e o direito à educação
Relações de gênero em jogos de queimada: Diferenças de oportunidade e
aprendizagens
Social Policy, inequality and development: notes on Brazil in the first decade of
the 21 st Century
Tecnologias sociais como políticas públicas de inclusão social
Terrorismo e direitos humanos: três ensaios críticos
Tratados Internacionais de Direitos Humanos e o Estado Brasileiro: incentivo na
construção de políticas públicas
Tratados Internacionais: Soberania Versus Indivíduo
Vivencias de mulheres que sofreram violência sexual e solicitaram interrupção
legal de gestação
Dissertação
Tecnologia, produção e trabalho
x
Artigo
Livro
Gênero, classe e raça
Gênero, classe e raça
x
x
Livro
Gênero, classe e raça
x
Artigo
Gênero, classe e raça
x
Artigo
Gênero, classe e raça
x
Artigo
Direito à educação
x
Dissertação
Gênero, classe e raça
x
Artigo
Artigo
Gênero, classe e raça
Direitos humanos, justiça e memória
x
x
Tese
Direitos humanos e relações internacionias
x
Tese
Direitos culturais e geracionais
x
Tese
Direitos humanos, justiça e memória
x
Artigo
Direito à saúde
x
Artigo
Direito à educação
x
Artigo
Gênero, classe e raça
x
Livro
Tecnologia, produção e trabalho
x
Artigo
Tecnologia, produção e trabalho
x
Dissertação
Direitos humanos, justiça e memória
x
Artigo
Direitos humanos e relações internacionais
x
Livro
Direitos humanos e relações internacionais
x
Tese
Gênero, classe e raça
x
195
2016
IFCH
2016
IFCH
2016
IFCH
2016
IFCH
2016
-
2016
IFCH
2016
-
2016
-
2016
-
2016
-
2016
-
2016
IG
2016
2016
2016
-
2016
IFCH
2016
IFCH
2016
2016
2016
-
2016
-
A atuação do Poder Judiciário nos conflitos de terra: o caso do Pinheirinho
A única luta que se perde é aquela que se abandona: Etnografia entre familiares
de mortos e desaparecidos políticos no Brasil
Imigração haitiana e política de acolhimento institucional na cidade de São
Paulo: 2010-2015
Os movimentos dos sem-teto no Brasil e na França
"Desmanche": notas sobre as disputas em torno da legitimidade das políticas
LGBT no Brasil
A atuação do Poder Judiciário nas políticas de erradicação do trabalho escravo
rural no Brasil contemporâneo
A construção de um elemento de exclusão - a nacionalidade no direito
internacional privado brasileiro
A divisão funcional do espaço doméstico por gênero: um olhar através da
imagem da mulher na propaganda de eletrodomésticos
À escuta de narrativas femininas: História oral e a expansão da experiência
A Geografia Política e o Neoinstitucionalismo Histórico como abordagem teórica
para um estudo das causas da ditadura em Moçambique
América do Sul - a utopia no horizonte sangra aos golpes de Estado, às ditaduras
e ao exílio
As resistências à cidade de exceção: reestruturação urbana em Cuiabá no
contexto da copa do mundo da FIFA de 2014
Ausência de expectativa de suporte para o cuidado aos idosos da comunidade
Cidades, cultura e gênero
Condutas naturalizadas na educação física: uma questão de gênero?
Construção democrática da política pública federal para a criança e o
adolescente: o conselho dos direitos entre a participação social e a comunidade
de política
Cores e contradições: a luta pela diversidade sexual e de gênero sob o
neoliberalismo brasileiro
Corpos brutalizados: conflitos e materializações nas mortes de LGBT
Das máscaras do Estado: mulheres e pesquisadoras na Polícia Militar
Desafios brasileiros na Exclusão social e desigualdade regional
Desigualdade social intraurbana: implicações sobre a epidemia de dengue em
Campinas, SP, em 2014
Dissertação
Direitos humanos, justiça e memória
x
Tese
Direitos humanos, justiça e memória
x
Dissertação
Direitos humanos e relações internacionias
x
Tese
Direito à cidade
x
Artigo
Gênero, classe e raça
x
Tese
Direitos humanos, justiça e memória
x
Livro
Direitos humanos e relações internacionais
x
Artigo
Gênero, classe e raça
x
Livro
Gênero, classe e raça
x
Artigo
Direitos humanos, justiça e memória
x
Artigo
Direitos humanos, justiça e memória
x
Tese
Direito à cidade
x
Artigo
Artigo
Artigo
Direitos culturais e geracionais
Gênero, classe e raça
Gênero, classe e raça
x
x
x
Tese
Direitos políticos
x
Tese
Gênero, classe e raça
x
Artigo
Artigo
Artigo
Gênero, classe e raça
Gênero, classe e raça
Tecnologia, produção e trabalho
x
x
x
Artigo
Direito à saúde
x
196
2016
-
2016
IFCH
2016
-
2016
FT
2016
-
2016
2016
2016
2016
2016
2016
2016
-
2016
-
2016
-
2016
FCM
2016
2016
2016
-
2016
-
2016
2016
-
2016
-
2016
2016
-
2016
-
Diferentes, não desiguais: a questão de gênero na escola
Direitos indígenas e cortes constitucionais: uma análise comparada entre Brasil,
Colômbia e Bolívia
Diversidade sexual e de gênero e violência: situando reflexões e pesquisas
Educação ambiental e o empoderamento da pessoa com deficiência na
universidade
Educação física escolar e relações de gênero: diferentes modos de participar e
arriscar‐se nos conteúdos de aula
Eficácia de direitos fundamentais nas relações do trabalho, sociais e empresariais
Equidade de gênero no Brasil: uma revolução inacabada?
Espaço social destinado ao exercício e à difusão da leitura, cultura e cidadania
Estereótipo de gênero e política no Brasil
Gênero, Reprodução e Infecção pelo HIV: Resultados do Estudo GENIH
Gênero, Violência e os Limites da Sexualidade
Giorgio Agamben e a Emancipação da Mulher
Grupos empresariais na educação básica pública brasileira: limites à efetivação
do direito à educação
Imigração e gênero: as mulheres haitianas no Brasil
Inclusão escolar e políticas públicas na percepção de membros de redes virtuais
do Facebook responsáveis por alunos com transtornos do espectro autista
Intersecções família e gênero: a questão das assincronias
Las performances del riesgo y los límites de la sexualidad
Memórias de luta: brasileiros no exterior (1993-2010)
Mercado de trabalho: da euforia do ciclo expansivo e de inclusão social à
frustração da recessão econômica
Migração e Direito do Mar - Refugiados e non refoulement
Movimentos Sociais e Associativismo Civil no Brasil Contemporâneo
O "fenômeno da judicialização" como uma forma de acesso à educação de 0-3
anos de idade: depoimentos de diretores de creches municipais de Campinas/SP Brasil
O Dever de memória do Estado no processo de Justiça de Transição
O Ensino de Ciências na Educação do Campo: uma questão de justiça social
O ensino e a prática das artes marciais, lutas e esportes de combate para pessoas
com deficiência: aprofundando o tema
Livro
Gênero, classe e raça
x
Tese
Direitos culturais e geracionais
x
Livro
Gênero, classe e raça
x
Dissertação
Direito ao meio ambiente
Artigo
Gênero, classe e raça
x
Livro
Artigo
Artigo
Artigo
Artigo
Livro
Artigo
Tecnologia, produção e trabalho
Gênero, classe e raça
Direito à educação
Gênero, classe e raça
Gênero, classe e raça
Gênero, classe e raça
Gênero, classe e raça
x
x
x
x
x
x
x
Artigo
Direito à educação
x
Livro
Direitos humanos e relações internacionais
x
Dissertação
Direito à educação
x
Livro
Artigo
Artigo
Gênero, classe e raça
Gênero, classe e raça
Direitos humanos, justiça e memória
x
x
x
Artigo
Tecnologia, produção e trabalho
x
Livro
Livro
Direitos humanos e relações internacionais
Direitos políticos
x
x
Livro
Direitos humanos, justiça e memória
x
Artigo
Livro
Direitos humanos, justiça e memória
Direito à educação
x
x
Livro
Direito à educação
x
x
197
2016
FCA
2016
IFCH
2016
-
2016
FCM
2016
-
2016
FE
2016
FE
2016
2016
2016
-
2016
FCM
2016
IG
2016
-
2016
IEL
2016
2016
2016
-
2016
FE
2016
2017
IFCH
2017
IEL
O esporte nas políticas públicas de inclusão social para pessoas com deficiência,
no Brasil
Os direitos das mulheres: organização social e legislação trabalhista no entre
guerras brasileiro (1917-1937)
Os direitos humanos e os direitos da criança nas Relações Internacionais
Participação social da pessoa com deficiência intelectual no município de
Campinas, SP
Participação social e envelhecimento
Política nacional de educação especial na perspectiva da educação inclusiva: uma
análise de três programas federais, para a educação especial, desenvolvidos pela
Secretaria Municipal de Educação do município de São Luís-MA, no período de
2009 a 2012
Políticas de educação infantil no município de Campinas-SP: entrelaçamentos
entre os direitos da criança e da mulher
Prazer e perigo: situando debates e articulações entre gênero e sexualidade
Proteção internacional do trabalhador e as políticas migratórias
Questões de gêneros: vídeos, documentários e mulheres no Brasil
Receita pra lavar praça suja: políticas públicas de saúde mental para a população
em situação no Centro de Referência Especializado da Assistência Social da
cidade de Leme/SP
Recursos oferecidos por um museu de ciências para uma educação comprometida
com a sustentabilidade
Relações de trabalho e de gênero nos ramos de teleatendimento e de comércio
varejista de super e hipermercado
Ser mulher, sentir a violência, enunciar os sentimentos: um olhar discursivo
sobre a humilhação na condição de violência conjugal
Sujeitos da Diversidade: a agenda LGBT na Educação de Jovens e Adultos
Trabalho decente no Brasil: diferenças por sexo e idade
Um convite à consciência negra
Violência contra a mulher: atravessamentos pela juventude e escola
Violência contra mulheres
Feminicídios no Brasil, uma proposta de análise com dados do setor de saúde
Somos mais que isso: práticas de (re)existência de migrantes e refugiados frente
à despossessão e ao não reconhecimento
Dissertação
Direito à saúde
x
Tese
Gênero, classe e raça
x
Artigo
Direitos humanos e relações internacionais
x
Dissertação
Direitos políticos
x
Livro
Direitos culturais e geracionais
x
Tese
Direito à educação
x
Dissertação
Direito à educação
x
Artigo
Artigo
Livro
Gênero, classe e raça
Direitos humanos e relações internacionais
Gênero, classe e raça
x
x
x
Dissertação
Direito à saúde
x
Dissertação
Direito ao meio ambiente
Livro
Tecnologia, produção e trabalho
x
Tese
Gênero, classe e raça
x
Artigo
Artigo
Artigo
Gênero, classe e raça
Tecnologia, produção e trabalho
Gênero, classe e raça
x
x
x
Dissertação
Gênero, classe e raça
x
Artigo
Tese
Gênero, classe e raça
Gênero, classe e raça
x
x
Dissertação
Direitos humanos e relações internacionias
x
x
198
2017
IFCH
2017
-
2017
-
2017
-
2017
-
2017
IG
2017
FCA
2017
2017
-
2017
-
2017
IG
2017
-
2017
FE
2017
-
2017
-
2017
IE
2017
IC
2017
-
2017
IFCH
2017
-
2017
-
"Perfeito para você, no centro de São Paulo”: mercado, conflitos urbanos e
homossexualidades na produção da cidade
“#queroviajarsozinhasemmedo”: novos registros das articulações entre gênero,
sexualidade e violência no Brasil
A bela e a fera: as mulheres e a política no discurso midiático.
A Dimensão de gênero no índice de vulnerabilidade social (IVS): alguns
apontamentos teóricos e analíticos
A Guerra Racial de Alta Letalidade Radiografia dos discursos e estratégias da
política contra negros no Brasil
A pobreza na Região Canavieira de Alagoas no século XXI: do Programa Bolsa
Família à dinâmica dos circuitos da economia urbana
A religião como instrumento da política: nas trilhas de Maquiavel
África do Sul, nação-mulher: gênero e narrativa em Mhudi, de Sol Plaatje (1930)
As formas flexíveis de contratação e a divisão sexual do trabalho
As representações de gênero e sexualidade em paródias de fãs na internet: o caso
das fanfics slash
As vias que removem não abrem caminhos: reestruturação espacial e mobilidade
urbana na Metrópole de Fortaleza e a luta pelo direito à cidade
Conservadorismo, direitos, moralidades e violência: situando um conjunto de
reflexões a partir da Antropologia
Constituindo a Nova República: agentes católicos na Assembleia Nacional 198788
Das leis para a inclusão de surdos às (im)possibilidades de mudanças nas práticas
escolares para a implantação da educação bilíngue na Brasil
Decisões para combater o preconceito
Desenvolvimento agrícola e distribuição de renda: um comparativo entre o
Paraguai e o Brasil
Design para todos e educação inclusiva: envolvendo professores na criação de
tecnologias
Desigualdade no Brasil
Direito natural e direitos fundamentais: a atualidade de Schopenhauer para o
debate acerca dos direitos humanos
Direitos humanos sob ameaça: organizações patogênicas, trabalho e
subjetividade
Diversidade sexual e de gênero, desigualdades e diferenças: refletindo sobre a
Tese
Gênero, classe e raça
x
Artigo
Gênero, classe e raça
x
Artigo
Gênero, classe e raça
x
Artigo
Gênero, classe e raça
x
Artigo
Gênero, classe e raça
x
Tese
Tecnologia, produção e trabalho
x
Dissertação
Laicidade do Estado
x
Artigo
Livro
Gênero, classe e raça
Tecnologia, produção e trabalho
x
x
Artigo
Gênero, classe e raça
x
Tese
Direito à cidade
x
Artigo
Direitos humanos, justiça e memória
x
Tese
Laicidade do Estado
x
Livro
Direito à educação
x
Artigo
Gênero, classe e raça
x
Dissertação
Tecnologia, produção e trabalho
x
Dissertação
Direito à educação
x
Livro
Tecnologia, produção e trabalho
x
Tese
Direitos humanos, justiça e memória
x
Artigo
Direitos humanos, justiça e memória
x
Livro
Gênero, classe e raça
x
199
2017
2017
2017
-
2017
-
2017
-
2017
IFCH
2017
-
2017
2017
2017
-
2017
-
2017
-
2017
IFCH
2017
-
2017
2017
2017
-
2017
IE
2017
-
2017
IG
2017
-
2017
2017
-
violência LGBT no Brasil
Educação em direitos humanos e narrativas biográficas
Educação Infantil e Gênero
Elementos Relativos à Migração e à Economia
Entrelaçando gênero, sexualidade e curso da vida: apresentação e
contextualização
Famílias multigeracionais: Algumas reflexões sobre a coabitação e as dinâmicas
familiares entre avós, pais e netos
Gênero e etnicidade no México: contribuições para o debate sobre a violência de
gênero a partir da perspectiva interseccional
Gênero e infecção pelo HIV: reflexões sobre práticas e decisões relativas à saúde
sexual e reprodutiva
Gênero e Trabalho: as Coletoras de Algas do Rio Grande do Norte
Ideologias de gênero
Impactos Econômicos da Migração: Análise Preliminar
Inclusão na Educação Física escolar: estudo da tríade acessibilidade-conteúdosatitudes
Lutas para as pessoas com deficiência: uma possibilidade de intervenção na
Educação Física
Mata-mata: reciprocidades constitutivas entre classe, gênero, sexualidade e
território
Migração internacional de mulheres e o trabalho doméstico remunerado:
opressão e cidadania na era da globalização
Misoginia e homofobia como elementos de sociabilidade na prática arqueológica
Neoliberalismo, Subjetividades e Resistências Feministas
O aumento da escolaridade resolve a desigualdade de gênero?
O mercado de trabalho das pessoas com deficiência e o impacto da lei de cotas:
aspectos metodológicos e a experiência no município de Campinas (SP)
O multiculturalismo em livros didáticos de português como língua adicional
O papel do argumento científico nas controvérsias recentes sobre o aborto no
Brasil
O tempo de não trabalho e o lazer dos trabalhadores terceirizados da vigilância
da Unicamp: uma análise comparativa entre os gêneros
Os Direitos dos Migrantes e os Antagonismos
Os impactos do crescimento econômico com inclusão social na participação das
Livro
Livro
Livro
Direito à educação
Direito à educação
Direitos humanos e relações internacionais
x
x
x
Artigo
Gênero, classe e raça
x
Livro
Direitos culturais e geracionais
x
Tese
Gênero, classe e raça
x
Livro
Direito à saúde
x
Livro
Artigo
Livro
Gênero, classe e raça
Gênero, classe e raça
Direitos humanos e relações internacionais
x
x
x
Artigo
Direito à educação
x
Artigo
Direito à educação
x
Tese
Gênero, classe e raça
x
Artigo
Direitos humanos e relações internacionais
x
Artigo
Livro
Artigo
Gênero, classe e raça
Gênero, classe e raça
Gênero, classe e raça
x
x
x
Dissertação
Gênero, classe e raça
x
Artigo
Direitos culturais e geracionais
x
Dissertação
Gênero, classe e raça
x
Artigo
Tecnologia, produção e trabalho
x
Livro
Livro
Direitos humanos e relações internacionais
Tecnologia, produção e trabalho
x
x
200
mulheres no mercado de trabalho
Perspectiva para uma Teoria Geral de Novos Direitos: uma leitura crítica sobre a
2017
biodiversidade e os conhecimentos tradicionais associados
2017
Por lentes de gênero e raça: análises de discursos sobre uma brasilianidade
2017
Precisamos falar de sexualidade e gênero na escola?
2017
Questões sobre gênero e tecnologia na construção da agroecologia
Reflexos das reformas da década de 90 na política brasileira de educação
2017
bilíngue para surdos
Resiliência em crianças e adolescentes vítimas de violência doméstica e linha de
2017 FCM
cuidado
Saúde e trabalho de mulheres: gênero como determinante de desigualdades
2017
sociais
Significados e expectativas de gênero: olhares sobre a participação nas aulas de
2017
educação física
Tecnologia assistiva e suas relações com a qualidade de vida de pessoas com
2017
deficiência
Testemunho de massacre na elaboração da obra Os Sertões (1902) de Euclides da
2017 IFCH
Cunha
Tráfico de mulheres nas portarias das prisões ou dispositivos de segurança e
2017
gênero nos processos de produção das classes perigosas
2017
Trajetórias de mulheres vivendo com HIV/aids no Brasil
Fonte: elaboração própria.
Livro
Direitos humanos, justiça e memória
x
Livro
Artigo
Artigo
Gênero, classe e raça
Gênero, classe e raça
Gênero, classe e raça
x
Livro
Direito à educação
x
Tese
Gênero, classe e raça
x
Livro
Gênero, classe e raça
x
Artigo
Gênero, classe e raça
x
Artigo
Tecnologia, produção e trabalho
x
Dissertação
Direitos humanos, justiça e memória
x
Artigo
Gênero, classe e raça
x
Artigo
Gênero, classe e raça
x
x
x
APÊNDICE D – PRÁTICAS DE EXTENSÃO EM DIREITOS HUMANOS IDENTIFICADAS (2006-2017)
Ano
Unidade
2006
PREAC
2007
IB
2007
FEA
2007
PREAC
2007
FEF
Nome do Projeto/Evento
Ampliação da autonomia econômica das mulheres do Assentamento
"12 de outubro"
Alfabetização ecológica e desenvolvimento de horta orgânica e
comunitária na Sociedade Pró-menor Barão Geraldo, Campinas
Arte-educação com crianças e adolescentes moradores de rua
Desenvolvimento de atividades para o protagonismo dos jovens em
sáude e meio ambiente
Empoderamento no Jardim São Marcos, Campinas – SP, pelo teatro
de sombras: afastando as sombras da Hanseníase
Tipo
Extensão comunitária
Categorias analíticas
contempladas
Tecnologia, produção e
trabalho
DH EDH
x
Projeto de Extensão Comunitária
Direito ao meio ambiente
x
Projeto de Extensão Comunitária
Direito à educação
Extensão comunitária
Direito ao meio ambiente
x
Projeto de Extensão Comunitária
Direito à saúde
x
x
201
2007
IB
2007
IA
2007
FEA
2007
FEA
2007
2007
2007
FEF
IB
CESET
2008
IB
2008
2008
FEF
-
2008
FE
2008
-
2008
IE
2008
IA
2008
2008
FEF
FEC
2008
FE
2008
IFCH
2008
2008
IG
-
2008
-
2008
IEL
Ensino, pesquisa e extensão em comunidades ribeirinhas da região da
foz do Rio São Francisco
Fortalecendo a cultura quilombola
Inclusão digital em Quilombos do Médio Vale do Ribeira
Planejamento participativo para produção artesanal e comunitária de
alimentos no quilombo Nhunguara
Projeto Atividade Motora e Esporte Adaptado
Projeto hortas medicinais: conhecimento e saúde no quintal da família
Taxistas educadores ambientais
Alfabetização ecológica e integração dos projetos sócio-ambientais
desenvolvidos na sociedade Pró-Menor e na Moradia Estudantil da
Unicamp
Atividades percepto-motoras para pessoas com múltiplas deficiências
Direito sanitário, discurso e políticas públicas
Educação e autonomia processos educativos no acampamento
Elisabeth Teixeira
Estação Guanabara: Pólo Cultural de Inclusão Social da Unicamp
Extensão universitária e economia solidária: o papel da Universidade
na formação de cooperativas populares
Memória, percussão e tecnologias digitais: expressões da cultura
quilombola
Meu corpo, meu brinquedo
Nosso pomar: saúde e bem-estar
O jornal comunitário como ponte entre a educação formal e a nãoformal
Oficinas de imagens sobre as condições de vida e trabalho dos
migrantes nas modernas usinas paulistas: formando agentes
multiplicadores no mundo rural.
Projeto Educacional Via Popular
Promoção da Saúde e Trabalho: Vozes, rostos e lugares
Violência na sociedade: Interfaces na assistência social e na saúde
Webindígena: computadores e internet como ferramentas de
fortalecimento de línguas e culturas indígenas
NEPO/CE
Promoção da saúde; populações específicas e empoderamento
L/IPES
2009
FT
Ecoedu-Ambiental – Plantando Conhecimento
2009
Projeto de Extensão Comunitária
Direito ao meio ambiente
Projeto de Extensão Comunitária
Projeto de Extensão Comunitária
Projeto de Extensão Comunitária
Projeto de Extensão Comunitária
Direitos culturais e geracionais
Tecnologia, produção e
trabalho
Tecnologia, produção e
trabalho
Direito à saúde
Direito à saúde
Direito ao meio ambiente
Projeto de Extensão Comunitária
Direito ao meio ambiente
Projeto de Extensão Comunitária
Evento (Fórum Permanente)
Direito à saúde
Direito à saúde
Projeto de Extensão Comunitária
Direito à educação
Evento (Fórum Permanente)
Direitos culturais e geracionais
Tecnologia, produção e
trabalho
x
Projeto de Extensão Comunitária
Direitos culturais e geracionais
x
Projeto de Extensão Comunitária
Projeto de Extensão Comunitária
Direito à educação
Direito à saúde
x
x
Projeto de Extensão Comunitária
Direito à educação
x
Projeto de Extensão Comunitária
Direitos humanos e relações
internacionais
x
Projeto de Extensão Comunitária
Projeto de Extensão Comunitária
Projeto de Extensão Comunitária
Projeto de Extensão Comunitária
Evento (Fórum Permanente)
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
Direito à educação
Direito à saúde
Direitos humanos, justiça e
memória
x
x
Projeto de Extensão Comunitária
Direitos culturais e geracionais
x
Evento (Fórum Permanente)
Direito à educação
x
Projeto de Extensão Comunitária
Direito ao meio ambiente
Evento (Fórum Permanente)
x
x
202
2009
FE
2009
IB
2009
FEF
2009
FEF
2009
IE
2009
CAC
2009
FE
2009
FE
2009
FCM
2009
FCM
2009
IEL
2010
FCM
2010
2010
FEA
FEA
2010
FE
2010
PREAC
2010
FE
2010
2010
Preac
FEF
2010
Preac
2010
IA
2010
FE
Educação e Autonomia Processos Educativos no Assentamento
Elizabeth Teixeira
Educação, ecologia, cultura e arte - Sociedade Pró Menor, Moradia
Estudantil e comunidade
Escolas Promotoras da Saúde na Região dos Amarais: Ações Culturais
e Sociais Dirigidas à Educação para a Saúde e o Ensino de
Habilidades para a Vida
Esportes Adaptados para Deficientes
Extensão Universitária e Economia Solidária: a contribuição da
Universidade na Formação de Cooperativas Populares
Integração Cultural Afro-brasileira na Unicamp
Moradia & Moradores no Maracatu: oficinas de percussão, cantos e
dança
O Jornal Comunitário como Instrumento de Aproximação
Intergeracional
Políticas públicas de inclusão social: programas de melhoria de vidas
da sociedade
Projeto de Promoção de Saúde em Comunidades Quilombolas no Vale
do Ribeira
Webindígena (Fase III): consolidação da "Rede Kaingang"
A cultura como promotora de saúde e bem-estar à comunidade de exdesabrigados no Jardim Denadai em Sumaré (SP)
Arte-Educação com crianças e adolescentes moradores de rua
Cinemoras: Cultura e integração na Moradia estudantil da UNICAMP
Cultura, Memória e Comunicação Popular no Assentamento Milton
Santos
Desenvolvimento da identidade visual e arte-educação na Associação
de Mulheres Agroecológicas
Educação ambiental e interdisciplinaridade: práticas e desafios para a
escola básica
Educação de Jovens e Adultos em Cooperativa Popular
Esgrima em cadeira de rodas
Extensão Universitária e Economia Solidária no campo e na cidade:
agricultura familiar, construção civil e reciclagem
Itinerários do saber musical: trocando experiências entre a academia e
grupos de cultura afro-brasileira
Jornal Comunitário e Fotojornalismo como Instrumento de
Aproximação Intergeracional (2011 - 2a.fase)
Projeto de Extensão Comunitária
Direito à educação
Projeto de Extensão Comunitária
Direito à educação
Projeto de Extensão Comunitária
Direito à educação
Projeto de Extensão Comunitária
Projeto de Extensão Comunitária
Direito à saúde
Tecnologia, produção e
trabalho
Gênero, classe e raça
Projeto de Extensão Comunitária
Direitos culturais e geracionais
Projeto de Extensão Comunitária
Direitos culturais e geracionais
x
Evento (Fórum Permanente)
Gênero, classe e raça
x
Projeto de Extensão Comunitária
Direito à saúde
x
Projeto de Extensão Comunitária
Direito à educação
x
Projeto de Extensão Comunitária
Direitos culturais e geracionais
Projeto de Extensão Comunitária
Projeto de Extensão Comunitária
Direito à educação
Direitos culturais e geracionais
x
Projeto de Extensão Comunitária
Direito à educação
x
Extensão comunitária
Tecnologia, produção e
trabalho
x
Evento (Fórum Permanente)
Direito ao meio ambiente
x
Projeto de Extensão Comunitária
Projeto de Extensão Comunitária
Direito à educação
Direito à saúde
Tecnologia, produção e
trabalho
x
x
Projeto de Extensão Comunitária
Direitos culturais e geracionais
x
Projeto de Extensão Comunitária
Direitos culturais e geracionais
x
Projeto de Extensão Comunitária
Projeto de Extensão Comunitária
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
203
2010
FE
2010
CEL
2010
IFCH
2011
FCM
2011
FEA
2011
2011
2011
2011
2011
FEC
FEC
PREAC
IA
FE
2011
FEAGRI
2011
FEF
2011
FEF
2011
2011
FE
ITCP/
Preac
Cocen/
NIED
CGU
2011
FE
2011
IE
2011
2011
2011
FCM
Cocen/
Labeurb
NEPP
IE
2011
FE
2011
FE
2011
2011
2011
Maracatu canta sua história - a história do povo negro no Brasil, da
senzala ao sucesso, através do maracatu de baque virado
Projeto de Extensão Comunitária
Direitos culturais e geracionais
Rostos, Vozes e Lugares
Projeto de Extensão Comunitária
Tecnologia, produção e
trabalho
x
Projeto de Extensão Comunitária
Direitos culturais e geracionais
x
Especialização Universitária
Direito à educação
x
Projeto de Extensão Comunitária
Tecnologia, produção e
trabalho
x
Aperfeiçoamento
Especialização Universitária
Evento (Fórum Permanente)
Especialização Universitária
Evento (Fórum Permanente)
Direito à cidade
Direito à cidade
Direitos culturais e geracionais
Direitos culturais e geracionais
Gênero, classe e raça
x
x
x
x
x
Curso de Extensão
Gênero, classe e raça
x
Especialização Universitária
Direito à saúde
x
Projeto de Extensão Comunitária
Direito à saúde
x
Curso de Extensão
Gênero, classe e raça
Tecnologia, produção e
trabalho
x
Projeto de Extensão Comunitária
Direito à educação
x
Evento (Fórum Permanente)
Curso de Extensão
Direito ao meio ambiente
Direitos humanos, justiça e
memória
Tecnologia, produção e
trabalho
Direito à saúde
Projeto de Extensão Comunitária
Direito à educação
Evento (Fórum Permanente)
Projeto de Extensão Comunitária
Gênero, classe e raça
Direito à educação
Direitos humanos, justiça e
memória
Direitos humanos, justiça e
Vivências e Ritmos da Cultura Popular: Práticas Educativas no
Acampamento Elizabeth Teixeira
A surdez em foco: fundamentos teóricos e metodológicos
Apoio a Associação das Mulheres Agroecológicas (AMA) do
Assentamento 12 de Outubro no Melhoramento da Qualidade da
Mandioca Frita Tipo “Chips”
Arquitetura comunitária I
Arquitetura comunitária II
Artes e cultura brasileiras na extensão universitária
Artes visuais
As diferentes faces do racismo e suas implicações na escola
Assistência técnica e extensão rural - ater e comunidades quilombolas:
enfoques e especificidades
Atividade física e qualidade de vida
Atividades Percepto-Motoras para Crianças e Adolescentes com
Deficiência
Atores da inclusão na universidade
Autogestão e Finanças solidárias: comércio justo, fundo solidário e
auto-organização produtiva de dois grupos populares de agricultoras.
Avaliação de Requisitos Básicos da Acessibilidade em Bibliotecas:
Novos Atores e Parceiros
Biodiversidade, educação e divulgação
Bullying e inclusão social: quando a escola precisa de ajuda
Capacitação de monitores da incubadora tecnológica de cooperativas
populares da Unicamp
Capacitação para agentes comunitários de saúde
Ciência, cultura, tecnologia e sociedade: produzir conhecimento na
periferia – uma proposta de inclusão
Combate à extrema pobreza e segurança alimentar
Construindo a cultura infantil do assentamento Elizabeth Teixeira
Desconstruindo a violência na escola i: os meus, os seus e os nossos
bagunceiros
Desconstruindo a violência na escola ii: os meus, os seus e os nossos
Projeto de Extensão Comunitária
Difusão Científica
Curso de Extensão
Difusão Científica
Difusão Científica
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
204
bagunceiros
Desconstruindo a violência na escola: os meus, os seus, os nossos
bagunceiros
Desenvolvendo a Expressão Oral em Escolares: Uma Abertura para a
Inclusão
Direito sanitário
Ecoedu-Ambiental: Educar para a Paz
2011
FE
2011
IEL
2011
2011
FCM
FT
2011
IG
2011
ITCP/
Preac
2011
FE
2011
FE
2011
2011
2011
2011
2011
2011
2011
2011
2011
2011
2011
2011
2011
2011
2011
FEF
FEM
FEM
FEM
Cotil
FEM
IE
FCM
IFCH
FCM
FT
FCM
FCM
IMECC
IE
2011
FE
2011
IE
Políticas públicas de emprego, trabalho e renda
Especialização Universitária
2011
IE
Políticas públicas de emprego, trabalho e renda
Especialização Universitária
2011
2011
FEM
FCM
Profissional de análise de risco ambiental
Promoção da saúde no ambiente escolar: alimentação saudável e vida
Especialização Universitária
Difusão Científica
Economia solidária e tecnologia social na américa latina
Educação de Jovens e Adultos em Empreendimentos de Economia
Solidária
Educação de Jovens e Adultos na comunidade de ex-desabrigados
Zumbi dos Palmares (Sumaré-SP)
Educação e Autonomia: Processos Educativos no Assentamento
Elizabeth Teixeira
Educação física: fundamentos teóricos e prática profissional na escola
Engenharia de segurança do trabalho
Engenharia de segurança do trabalho
Gestão ambiental
Gestão ambiental e energias renováveis
Gestão da diversidade
Gestão da Sustentabilidade e Responsabilidade Corporativa
Gestão de sistemas e serviços de saúde
Injustiça ambiental e saúde: os atingidos pela poluição do ar.
Jornada de adolescência
Legislação ambiental aplicada
Língua brasileira de sinais I e II
Multiprofissional em saúde da família com educação à distância
Nossa realidade - matemática e cidadania
Ouvidoria pública e privada no brasil
Políticas de educação de jovens e adultos: contradições,
potencialidades e inclusão social
Evento (Fórum Permanente)
memória
Direitos humanos, justiça e
memória
x
Projeto de Extensão Comunitária
Direito à educação
x
Especialização Universitária
Projeto de Extensão Comunitária
Direito à saúde
Direito ao meio ambiente
Tecnologia, produção e
trabalho
Tecnologia, produção e
trabalho
x
Projeto de Extensão Comunitária
Direito à educação
x
Projeto de Extensão Comunitária
Direito à educação
Especialização Universitária
Especialização Universitária
Especialização Universitária
Especialização Universitária
Especialização Técnica
Curso de Extensão
Especialização Universitária
Especialização Universitária
Evento (Fórum Permanente)
Difusão Científica
Disciplina Isolada
Curso de Extensão
Especialização Universitária
Curso de Extensão
Aperfeiçoamento
Direito à saúde
Direito ao meio ambiente
Direito ao meio ambiente
Direito ao meio ambiente
Direito ao meio ambiente
Gênero, classe e raça
Gênero, classe e raça
Direito à saúde
Direito ao meio ambiente
Direito à saúde
Direito ao meio ambiente
Direito à educação
Direito à saúde
Direito à educação
Direitos políticos
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
Difusão Cultural
Direito à educação
x
Especialização Universitária
Projeto de Extensão Comunitária
Tecnologia, produção e
trabalho
Tecnologia, produção e
trabalho
Direito ao meio ambiente
Direito à saúde
x
x
x
x
x
x
x
x
205
2011
2011
2011
FCM
FCM
FE
DEdIC/D
2011
GRH
2011
FCM
IFCH/FE
2011
C/IA
ativa
Saúde da família: atenção e gestão do cuidado na atenção básica
Saúde do trabalhador
Sexualidade humana - educação sexual
Especialização Universitária
Especialização Universitária
Especialização Universitária
Direito à saúde
Direito à saúde
Gênero, classe e raça
x
x
Sustentar a práxis: a educação infantil como obra de arte
Evento (Fórum Permanente)
Direito à educação
x
Curso de Extensão
Direito à saúde
x
Evento (Seminário)
Direito à cidade
x
Treinamento em psicoterapia breve psicanalítica - aprofundamento
XIV SAL - seminário de arquitetura latino-americana. Tema i: espaço
público e cidadania
2012
PREAC
A extensão universitária na construção da harmonia social
2012
FEAGRI
2012
FCM
2012
FCM
2012
IG
2012
2012
2012
FT
FEC
FEC
2012
FEAGRI
2012
FCM
2012
FEF
2012
FEF
2012
FE
Ação socioeducativa / formação de educadores ambientais
Arquitetura comunitária I
Arquitetura comunitária II
Assistência técnica e extensão rural - ater e comunidades quilombolas:
enfoques e especificidades
Atenção integral à saúde de mulher no cárcere: organização da
atenção na Penitenciária Feminina de Campinas/SP
Atividade física e qualidade de vida
Atividades Percepto-Motoras para Crianças e Adolescentes com
Deficiência
Atores da inclusão na universidade
2012
FE
Bullying e inclusão social: quando a escola precisa de ajuda
2012
IE
2012
FCM
2012
FE
2012
FE
A produção de alimentos, energia e serviços ambientais no espaço
rural e a resiliência dos ecossistemas do planeta
A proteção social à família, à criança e à adolescência: desafios para a
sociedade
A surdez em foco: fundamentos teóricos e metodológicos
Abordagem estratégica em tecnologia social
Capacitação de monitores da incubadora tecnológica de cooperativas
populares da Unicamp
Capacitação para agentes comunitários de saúde
Ciranda: Educação Não Formal com crianças na comunidade de exdesabrigados "Zumbi dos Palmares"
Construindo a cultura infantil do Assentamento Elisabeth Teixeira continuação
Evento (Fórum Permanente)
Evento (Fórum Permanente)
Tecnologia, produção e
trabalho
Tecnologia, produção e
trabalho
x
x
x
Evento (Fórum Permanente)
Direitos culturais e geracionais
x
Especialização Universitária
x
Curso de Extensão
Aperfeiçoamento
Especialização Universitária
Direito à saúde
Tecnologia, produção e
trabalho
Direito ao meio ambiente
Direito à cidade
Direito à cidade
Curso de Extensão
Direitos culturais e geracionais
x
Extensão Comunitária
Gênero, classe e raça
x
Especialização Universitária
Direito à saúde
x
Projeto de Extensão Comunitária
Direito à saúde
x
Curso de Extensão
x
Curso de Extensão
Direito à educação
Direitos humanos, justiça e
memória
Tecnologia, produção e
trabalho
Direito à saúde
Projeto de Extensão Comunitária
Direito à educação
Projeto de Extensão Comunitária
Direito à educação
Curso de Extensão
Difusão Científica
Curso de Extensão
x
x
x
x
x
x
x
x
x
206
2012
FE
2012
FE
2012
FE
2012
FEC
2012
FCM
2012
IG
2012
FE
2012
FE
2012
IE
2012
FEF
2012
FE
2012
2012
2012
2012
2012
2012
2012
2012
2012
2012
2012
FT
FEM
FEF
FEF
FT
FT
FEM
Cotil
FEM
IE
FCM
2012
FCA
Desconstruindo a violência na escola i: os meus, os seus e os nossos
bagunceiros
Desconstruindo a violência na escola ii: os meus, os seus e os nossos
bagunceiros
Desconstruindo a violência na escola: o que a realidade da escola
básica traz à universidade e o que a universidade tem a contribuir para
com a escola básica
Desenho universal, tecnologias assistivas e acessibilidade: impacto e
perspectivas
Direito sanitário
Especialização Universitária
Economia solidária e tecnologia social na América Latina
Especialização Universitária
Educação de Jovens e Adultos na Comunidade "Zumbi dos Palmares"
- Sumaré - SP
Educação de Jovens e Adultos na Comunidade Universitária da
UNICAMP.
Educação financeira e Auto Gestão - uma experiência de finanças
solidárias com grupos populares de mulheres.
Educação física: fundamentos teóricos e prática profissional na escola
Educação matemática, alfabetização e letramento em assentamento
rural
Encontros Culturais e Ambientais Morro Azul
Engenharia de segurança do trabalho
Esportes Adaptados na FEF/UNICAMP
Estudos Avançados em Esporte Adaptado
Formação de educadores/as ambientais
Formação-articulação de coletivos locais em ação socioeducativa
Gestão ambiental
Gestão ambiental e energias renováveis
Gestão da diversidade
Gestão da Sustentabilidade e Responsabilidade Corporativa
Gestão de sistemas e serviços de saúde
Hortas escolares e comunitárias como espaços para promoção de
educação nutricional e ambiental
Fundação
III Fórum internacional síndrome de Down: quem eu seria se pudesse
2012 Sindrome
ser
de Down
2012
FCM
Jornada de adolescência
Difusão Científica
Difusão Científica
Evento (Fórum Permanente)
Evento (Fórum Permanente)
Direitos humanos, justiça e
memória
Direitos humanos, justiça e
memória
x
x
Direitos humanos, justiça e
memória
Tecnologia, produção e
trabalho
Direito à saúde
Tecnologia, produção e
trabalho
x
x
x
x
Projeto de Extensão Comunitária
Direito à educação
x
Projeto de Extensão Comunitária
Direito à educação
x
Projeto de Extensão Comunitária
Direito à educação
x
Especialização Universitária
Direito à saúde
x
Projeto de Extensão Comunitária
Direito à educação
x
Projeto de Extensão Comunitária
Especialização Universitária
Projeto de Extensão Comunitária
Evento (Fórum Permanente)
Curso de Extensão
Curso de Extensão
Especialização Universitária
Especialização Técnica
Curso de Extensão
Especialização Universitária
Especialização Universitária
Direito ao meio ambiente
Direito ao meio ambiente
Direito à saúde
Direito à saúde
Direito ao meio ambiente
Direito à educação
Direito ao meio ambiente
Direito ao meio ambiente
Gênero, classe e raça
Gênero, classe e raça
Direito à saúde
Projeto de Extensão Comunitária
Direito à saúde
x
Evento (Seminário)
Direito à saúde
x
Difusão Científica
Direito à saúde
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
207
2012
FE
2012
2012
FT
FCM
IFCH/FC
2012
A
2012
FT
2012
NEPAM
2012
2012
IFCH
FCM
2012
FEC
2012
IE
2012
IEL
2012
FE
2012
2012
FEM
FEM
2012
FCM
2012
2012
2012
2012
2012
2012
2012
2013
2013
Disciplina Isolada
Curso de Extensão
Direitos humanos, justiça e
memória
Direito ao meio ambiente
Direito à educação
Linguagens e culturas: configurações políticas do público e do urbano
Evento (Fórum Permanente)
Direitos culturais e geracionais
x
Meio ambiente e desenvolvimento sustentável
Mudanças ambientais globais e qualidade de vida: ambiente, turismo e
violência
Mulheres fazendo arte: territórios estéticos, políticos e culturais
Multiprofissional em saúde da família com educação à distância
Oficina Itinerante de educação ambiental: Construindo o
conhecimento em espaços diferenciados
Ouvidoria pública e privada no brasil
Plurilinguismo na sala de aula: reflexões teórico-práticas sobre o
atendimento a alunos imigrantes
Políticas de educação de jovens e adultos: contradições,
potencialidades e inclusão social
Profissional de análise de risco ambiental
Profissional de avaliação ambiental
Promoção da saúde no ambiente escolar: alimentação saudável e vida
ativa
Saúde da família: atenção e gestão do cuidado na atenção básica
Saúde da população negra
Saúde do trabalhador
Sexualidade humana - educação sexual
Treinamento em psicoterapia breve psicanalítica - aprofundamento
Universidade na Comunidade
Vivências coletivas em coletivos locais
A Educação de Jovens e Adultos no contexto brasileiro
A Educação Especial na perspectiva da Educação Inclusiva
Especialização Universitária
Direito ao meio ambiente
x
Evento (Fórum Permanente)
Direito ao meio ambiente
x
Evento (Fórum Permanente)
Especialização Universitária
Gênero, classe e raça
Direito à saúde
x
x
Projeto de Extensão Comunitária
Direito ao meio ambiente
Aperfeiçoamento
Direitos políticos
Direitos humanos e relações
internacionais
x
Difusão Cultural
Direito à educação
x
Especialização Universitária
Especialização Universitária
Direito ao meio ambiente
Direito ao meio ambiente
x
x
Difusão Científica
Direito à saúde
x
Especialização Universitária
Evento (Fórum Permanente)
Especialização Universitária
Especialização Universitária
Curso de Extensão
Projeto de Extensão Comunitária
Curso de Extensão
Evento (Fórum Permanente)
Evento (Fórum Permanente)
Direito à saúde
Direito à saúde
Direito à saúde
Gênero, classe e raça
Direito à saúde
Direito à educação
Direito ao meio ambiente
Direito à educação
Direito à educação
x
x
x
Evento (Fórum Permanente)
Direitos políticos
x
Juventudes e violências
Legislação ambiental aplicada
Língua brasileira de sinais I e II
FCM
FCM
FCM
FE
FCM
COCEN
FT
FE
FE
CGU e
Ouvidoria A Lei de Acesso à Informação e a Cidadania Brasileira - Avanços e
2013
da
Perspectivas
Unicamp
Difusão Cultural
Curso de Extensão
2013
IG
Abordagem estratégica em tecnologia social
Curso de Extensão
2013
FT
Ação socioeducativa / formação de educadores ambientais
Curso de Extensão
Tecnologia, produção e
trabalho
Direito ao meio ambiente
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
208
2013
2013
2013
2013
NEPP
FEC
FEC
IFCH/FE
C
2013
FEAGRI
2013
FE
2013
FEC
2013
FE
2013
IE
2013
FCM
2013
IG
2013
FE
2013
FE
2013
FCM
2013
IG
2013
2013
FEF
FEM
2013
FEC
2013
2013
2013
2013
2013
2013
2013
2013
2013
2013
FT
FT
FEM
Cotil
FEM
IE
FCM
FEF
IFCH
FCM
Acesso ao ensino superior no brasil: equidade e desigualdade social
Arquitetura comunitária I
Arquitetura comunitária II
Arquitetura, Cidade e Patrimônio: caminhos para a qualidade de vida
no mundo contemporâneo
Assistência técnica e extensão rural - ater e comunidades quilombolas:
enfoques e especificidades
Atores da inclusão na universidade
Bibliotecas acessíveis no ensino superior: ações afirmativas para
inclusão
Bullying e inclusão social: quando a escola precisa de ajuda
Capacitação de monitores da incubadora tecnológica de cooperativas
populares da Unicamp
Capacitação para agentes comunitários de saúde
Cartografia participativa, território e cultura: a Comunidade e Terra
Indígena "Rio Silveira" em Bertioga SP.
Desconstruindo a violência na escola i: os meus, os seus e os nossos
bagunceiros
Desconstruindo a violência na escola ii: os meus, os seus e os nossos
bagunceiros
Direito sanitário
Evento (Fórum Permanente)
Aperfeiçoamento
Especialização Universitária
Direito à educação
Direito à cidade
Direito à cidade
x
x
x
Evento (Fórum Permanente)
Direito à cidade
x
Curso de Extensão
Direitos culturais e geracionais
x
Curso de Extensão
Direito à educação
x
Evento (Fórum Permanente)
Direito à educação
x
Curso de Extensão
Direitos humanos, justiça e
memória
Tecnologia, produção e
trabalho
Direito à saúde
Projeto de Extensão Comunitária
Direitos culturais e geracionais
Difusão Científica
Curso de Extensão
x
x
x
x
Economia solidária e tecnologia social na américa latina
Especialização Universitária
Educação física: fundamentos teóricos e prática profissional na escola
Engenharia de segurança do trabalho
Espaços Sustentáveis: valorizando vivências, construindo saberes e
praticando cidadania.
Formação de educadores/as ambientais
Formação-articulação de coletivos locais em ação socioeducativa
Gestão ambiental
Gestão ambiental e energias renováveis
Gestão da diversidade
Gestão da Sustentabilidade e Responsabilidade Corporativa
Gestão de sistemas e serviços de saúde
II Fórum de Estudos Avançados em Esporte Adaptado
Inclusão e Diversidade: políticas atuais e desafios para o futuro
Jornada de adolescência
Especialização Universitária
Especialização Universitária
Direitos humanos, justiça e
memória
Direitos humanos, justiça e
memória
Direito à saúde
Tecnologia, produção e
trabalho
Direito à saúde
Direito ao meio ambiente
Projeto de Extensão Comunitária
Direito ao meio ambiente
x
Curso de Extensão
Curso de Extensão
Especialização Universitária
Especialização Técnica
Curso de Extensão
Especialização Universitária
Especialização Universitária
Evento (Fórum Permanente)
Evento (Fórum Permanente)
Difusão Científica
Direito ao meio ambiente
Direito à educação
Direito ao meio ambiente
Direito ao meio ambiente
Gênero, classe e raça
Direito ao meio ambiente
Direito à saúde
Direito à saúde
Gênero, classe e raça
Direito à saúde
x
x
Difusão Científica
Difusão Científica
Especialização Universitária
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
209
2013
FE
2013
2013
2013
2013
2013
FT
FCM
FT
FE
-
2013
FCM
2013
2013
IE
FE
2013
IEL
2013
FE
2013
2013
FEM
FEM
2013
FCM
2013
FCM
2013
2013
2013
2013
FCM
FCM
FCM
FE
2013
FCA/FT
2013
2013
FCM
FCM
2013
IA
2013
Juventudes e violências
Legislação ambiental aplicada
Língua brasileira de sinais I, II e III
Meio ambiente e desenvolvimento sustentável
Multí-mídia, Educação e Resistências em uma plataforma virtual
Novas e antigas questões em saúde e trabalho: desafios e perspectivas
O (des)financiamento da saúde: entre a saúde das finanças e as
finanças da saúde
Ouvidoria pública e privada no brasil
Paz, conflitos e convivência
Plurilinguismo na sala de aula: reflexões teórico-práticas sobre o
atendimento a alunos imigrantes
Políticas de educação de jovens e adultos: contradições,
potencialidades e inclusão social
Profissional de análise de risco ambiental
Profissional de avaliação ambiental
Promoção da saúde no ambiente escolar: alimentação saudável e vida
ativa
Promoção de Saúde e Autonomia de Mulheres da periferia da Região
Metropolitana de Campinas.
Saúde da família: atenção e gestão do cuidado na atenção básica
Saúde do trabalhador
Saúde Mental e Direitos Humanos
Sexualidade humana - educação sexual
Tecnologia social e os conceitos de economia verde: propondo
convívios possíveis e... Desejáveis
Treinamento em psicoterapia breve psicanalítica - aprofundamento
Uso de drogas lícitas e ilícitas na adolescência
Valorização e Difusão da Cultura Caiçara Paulista: Garotos e garotas
da APAE de São Sebastião divulgando as suas realidades sociais
Vivências coletivas em coletivos locais
FT
Instituto
de Direito
Sanitário 1º Seminário o direito sanitário: seu desenvolvimento no Brasil à luz
2014
Aplicado do direito humano universal à saúde: os 25 anos do SUS
de
Campinas
Disciplina Isolada
Curso de Extensão
Especialização Universitária
Projeto de Extensão Comunitária
Evento (Fórum Permanente)
Direitos humanos, justiça e
memória
Direito ao meio ambiente
Direito à educação
Direito ao meio ambiente
Direito à educação
Direito à saúde
Evento (Fórum Permanente)
Direito à saúde
x
Aperfeiçoamento
Difusão Cultural
Direitos políticos
Direito à educação
Direitos humanos e relações
internacionais
x
Difusão Cultural
Direito à educação
x
Especialização Universitária
Especialização Universitária
Direito ao meio ambiente
Direito ao meio ambiente
x
x
Difusão Científica
Direito à saúde
x
Projeto de Extensão Comunitária
Direito à saúde
x
Especialização Universitária
Especialização Universitária
Evento (Fórum Permanente)
Especialização Universitária
x
x
x
Curso de Extensão
Evento (Fórum Permanente)
Direito à saúde
Direito à saúde
Direito à saúde
Gênero, classe e raça
Tecnologia, produção e
trabalho
Direito à saúde
Direito à saúde
Projeto de Extensão Comunitária
Direitos culturais e geracionais
x
Curso de Extensão
Direito ao meio ambiente
x
Evento (Seminário)
Direito à saúde
x
Difusão Cultural
Curso de Extensão
Evento (Fórum Permanente)
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
210
2014
IE
A Auto-Organização de Mulheres Agroecológicas: Autonomização da
Produção e reprodução da Vida
2014
IG
Abordagem estratégica em tecnologia social
FCM/IFC
H
2014 Reitoria
2014
FEC
2014
FEC
Projeto de Extensão Comunitária
Curso de Extensão
2014
FEAGRI
2014
FE
Além da Guerra às Drogas: o desafio de novas políticas para o uso de
substâncias psicoativas
Apresentação do programa universIDADE
Arquitetura comunitária I
Arquitetura comunitária II
Assistência técnica e extensão rural - ater e comunidades quilombolas:
enfoques e especificidades
Atores da inclusão na universidade
2014
FE
Bullying e inclusão social: quando a escola precisa de ajuda
2014
IE
2014
FCM
2014
FE
2014
PREAC
2014
IFCH
2014
FE
2014
FE
2014
FCM
Capacitação de monitores da incubadora tecnológica de cooperativas
populares da Unicamp
Capacitação para agentes comunitários de saúde
Ciranda: Educação Não Formal com Crianças na Fábrica de Cultura e
Esporte FLASKÔ.
Cultura e extensão universitária: um diálogo necessário
Depois de junho de 2013: qualidade da democracia, debilidades
institucionais e as novas formas de ativismo político no brasil
Desconstruindo a violência na escola i: os meus, os seus e os nossos
bagunceiros
Desconstruindo a violência na escola ii: os meus, os seus e os nossos
bagunceiros
Direito Sanitário
2014
IFCH
Ditadura e Direitos humanos: os Desafios da Universidade
Evento (Fórum Permanente)
2014
IG
Economia solidária e tecnologia social na América Latina
Especialização Universitária
2014
IE
2014
FE
2014
FEF
2014
IE
2014
Educação de Jovens e Adultos na Comunidade Universitária da
UNICAMP
Educação de Jovens e Adultos na Fábrica de Cultura e Esportes
Flaskô.
Educação física: fundamentos teóricos e prática profissional na escola
Educação Popular: alfabetização, letramento e formação de
educadores em área de reforma agrária.
Tecnologia, produção e
trabalho
Tecnologia, produção e
trabalho
x
x
Evento (Fórum Permanente)
Direito à saúde
x
Evento (Seminário)
Aperfeiçoamento
Especialização Universitária
Direitos culturais e geracionais
Direito à cidade
Direito à cidade
x
x
x
Curso de Extensão
Direitos culturais e geracionais
x
Curso de Extensão
x
Curso de Extensão
Direito à educação
Direitos humanos, justiça e
memória
Tecnologia, produção e
trabalho
Direito à saúde
Projeto de Extensão Comunitária
Direito à educação
Evento (Fórum Permanente)
Direitos culturais e geracionais
x
Evento (Fórum Permanente)
Direitos políticos
x
Difusão Científica
Curso de Extensão
x
x
x
x
Direitos humanos, justiça e
memória
Direitos humanos, justiça e
memória
Direito à saúde
Direitos humanos, justiça e
memória
Tecnologia, produção e
trabalho
x
Projeto de Extensão Comunitária
Direito à educação
x
Projeto de Extensão Comunitária
Direito à educação
x
Especialização Universitária
Direito à saúde
x
Projeto de Extensão Comunitária
Direito à educação
x
Difusão Científica
Difusão Científica
Especialização Universitária
x
x
x
x
211
2014
FT
2014
2014
FEM
FEF
2014
FE
2014
2014
Encontros para incentivar a criação e reconhecimento de Espaços
Educadores no município de Limeira.
Engenharia de segurança do trabalho
Esportes Adaptados na Universidade Estadual de Campinas.
Estudos e difusão da manifestação popular do Maracatu na Unicamp e
em escolas públicas de campinas.
Formação de educadores/as ambientais
Formação-articulação de coletivos locais em ação socioeducativa
FT
FT
Fórum
Pensament
o
2014
Fórum pensamento estratégico: penses: inclusão e diversidade
Estratégic
o
Fórum permanente de vida e saúde: 1º Seminário da Unicamp sobre
2014 Reitoria
longevidade e qualidade de vida
2014
FEM
Gestão ambiental
2014
Cotil
Gestão ambiental e energias renováveis
2014
FEM
Gestão da diversidade
2014
IE
Gestão da Sustentabilidade e Responsabilidade Corporativa
2014
FCM
Gestão de sistemas e serviços de saúde
Fórum
Pensament
o
2014
I fórum violência contra a mulher: múltiplos olhares
Estratégic
o
I Seminário da Unicamp sobre Longevidade e Qualidade de Vida
2014
2014
2014
FCM
Jornada de adolescência
2014
FE
2014
2014
2014
2014
2014
2014
FT
FCM
FT
FCM
IE
FE
2014
IEL
Juventudes e violências
Legislação ambiental aplicada
Língua brasileira de sinais I, II e III
Meio ambiente e desenvolvimento sustentável
Mulheres no Esporte
Ouvidoria pública e privada no brasil
Paz, conflitos e convivência
Plurilinguismo na sala de aula: reflexões teórico-práticas sobre o
atendimento a alunos imigrantes
Projeto de Extensão Comunitária
Direito à educação
x
Especialização Universitária
Projeto de Extensão Comunitária
Direito ao meio ambiente
Direito à saúde
x
x
Projeto de Extensão Comunitária
Direitos culturais e geracionais
x
Curso de Extensão
Curso de Extensão
Direito ao meio ambiente
Direito à educação
Evento (Fórum PENSES)
Gênero, classe e raça
x
Evento (Fórum Permanente)
Direito à saúde
x
Especialização Universitária
Especialização Técnica
Curso de Extensão
Especialização Universitária
Especialização Universitária
Direito ao meio ambiente
Direito ao meio ambiente
Gênero, classe e raça
Direito ao meio ambiente
Direito à saúde
x
x
x
x
x
Evento (Fórum PENSES)
Gênero, classe e raça
x
Evento (Fórum Permanente)
Direitos culturais e geracionais
x
Difusão Científica
Direito à saúde
Direitos humanos, justiça e
memória
Direito ao meio ambiente
Direito à educação
Direito ao meio ambiente
Gênero, classe e raça
Direitos políticos
Direito à educação
Direitos humanos e relações
internacionais
x
Difusão Cultural
Disciplina Isolada
Curso de Extensão
Especialização Universitária
Evento (Fórum Permanente)
Aperfeiçoamento
Difusão Cultural
Curso de Extensão
x
x
x
x
x
x
x
x
x
x
212
2014
FE
2014
2014
FEM
FEM
2014
FCM
2014
IFCH
Políticas de educação de jovens e adultos: contradições,
potencialidades e inclusão social
Profissional de análise de risco ambiental
Profissional de avaliação ambiental
Promoção da saúde no ambiente escolar: alimentação saudável e vida
ativa
Promoção de Saúde e Autonomia de Mulheres da periferia de
Campinas.
Saúde da família: atenção e gestão do cuidado na atenção básica
Saúde do trabalhador
Seminário educação, cultura e igualdade racial: a lei 10.639 em foco
Difusão Cultural
Direito à educação
x
Especialização Universitária
Especialização Universitária
Direito ao meio ambiente
Direito ao meio ambiente
x
x
Difusão Científica
Direito à saúde
x
Projeto de Extensão Comunitária
Direito à saúde
x
FCM
FCM
PRG
Comissão
da
Verdade e
2014
Seminário: 50 anos do golpe militar: repressão, memória e transição
Memória
"Octávio
Ianni"
2014
FE
Sexualidade humana - educação sexual
Especialização Universitária
Especialização Universitária
Evento (Seminário)
Direito à saúde
Direito à saúde
Gênero, classe e raça
x
x
x
Evento (Seminário)
Direitos humanos, justiça e
memória
x
2014
IFCH
Trabalho análogo à escravidão: desafios acadêmicos e políticos
Evento (Fórum Permanente)
2014
IFCH
Trabalho análogo à escravidão: desafios acadêmicos e políticos
Evento (Fórum Permanente)
2014
2014
FCM
FT
2014
FE
2015
PREAC
2015
IFCH
2015
FCM
2015
IFCH
Treinamento em psicoterapia breve psicanalítica - aprofundamento
Vivências coletivas em coletivos locais
XII Deminário internacional Paulo Freire: educação e reflexão
freireana: a africanidade no contexto da diversidade social brasileira.
"Cultura, universidade e sociedade: construindo uma política cultural
para a - e a partir da Unicamp"
"Qual reforma política? Condições, limites e alternativas para
melhorar a política no brasil"
25 anos de ECA: avanços no combate à violência à crianças e
adolescentes.
A salvaguarda do patrimônio cultural imaterial: responsabilidade
conjunta do estado e da sociedade civil
2015
IG
Abordagem estratégica em tecnologia social
2015
2015
FT
IE
Ação socioeducativa / formação de educadores ambientais
As mulheres camponesas: produção e organização nas áreas de
2014
2014
2014
Especialização Universitária
Curso de Extensão
Curso de Extensão
Gênero, classe e raça
Tecnologia, produção e
trabalho
Tecnologia, produção e
trabalho
Direito à saúde
Direito ao meio ambiente
Evento (Seminário)
Gênero, classe e raça
x
Evento (Fórum Permanente)
Direitos culturais e geracionais
x
Evento (Fórum Permanente)
Direitos políticos
x
Evento (Fórum Permanente)
Direitos humanos, justiça e
memória
x
Evento (Fórum Permanente)
Direitos culturais e geracionais
x
Curso de Extensão
Curso de Extensão
Projeto de Extensão Comunitária
Tecnologia, produção e
trabalho
Direito ao meio ambiente
Tecnologia, produção e
x
x
x
x
x
x
x
x
213
2015
FE
reforma agrária.
Atores da inclusão na Universidade
Curso de Extensão
2015
FE
Bullying e inclusão social: quando a escola precisa de ajuda
Difusão Científica
2015
IE
2015
2015
Capacitação de monitores da incubadora tecnológica de cooperativas
populares da Unicamp
Ciranda: educação popular para crianças e jovens
Ciranda: movimento das crianças por direito a infância
IE
FE
Comissão
da
Verdade e
2015
Comissão da verdade e memória "Otávio Ianni"
Memória
"Octávio
Ianni"
Cultura, Universidade e Sociedade: construindo uma política cultural
2015 PREAC
para e a partir da Unicamp
2015
FCM
Direito sanitário
2015
IEL
Discurso, corpo e gênero
Economia feminista e economia solidária: autogestão no trabalho e na
2015
FE
vida
2015
IG
2015
IE
2015
FEF
2015
IA
2015
2015
FEM
IFCH
2015
IE
2015
FE
2015
IE
2015
2015
2015
FT
FT
Fórum
Economia solidária e tecnologia social na América Latina
Educação de jovens e adultos na comunidade universitária da
Unicamp
Educação física: fundamentos teóricos e prática profissional na escola
Educação Social no Contexto Latino Americano: Perspectivas e
Desafios
Engenharia de segurança do trabalho
Ensino em história da África
Estudos de Gênero e Ação Social para Mulheres - Articulação e
Impasses
Experimentação de utopias - construindo espaços de educação infantil
em comunidades rurais
Extensão, universidade e movimentos sociais: pensando práticas
conjuntas a partir da educação popular
Formação de educadores/as ambientais
Formação-articulação de coletivos locais em ação socioeducativa
Fórum pensamento estratégico: laicidade e intolerância
Curso de Extensão
Projeto de Extensão Comunitária
Projeto de Extensão Comunitária
trabalho
Direito à educação
Direitos humanos, justiça e
memória
Tecnologia, produção e
trabalho
Direito à educação
Direito à educação
x
x
x
x
x
Evento (Seminário)
Direitos humanos, justiça e
memória
x
Evento (Fórum Permanente)
Direitos culturais e geracionais
x
Especialização Universitária
Curso de Extensão
Direito à saúde
Gênero, classe e raça
x
Curso de Extensão
Gênero, classe e raça
x
Especialização Universitária
Tecnologia, produção e
trabalho
x
Projeto de Extensão Comunitária
Direito à educação
x
Especialização Universitária
Direito à saúde
x
Evento (Fórum Permanente)
Direito à educação
x
Especialização Universitária
Curso de Extensão
Direito ao meio ambiente
Direito à educação
x
x
Difusão Cultural
Gênero, classe e raça
x
Projeto de Extensão Comunitária
Direito à educação
x
Curso de Extensão
Curso de Extensão
Curso de Extensão
Evento (Fórum PENSES)
Tecnologia, produção e
trabalho
Direito ao meio ambiente
Direito à educação
Laicidade do Estado
x
x
x
x
x
214
2015
2015
2015
2015
2015
2015
2015
2015
Pensament
o
Estratégic
o
Fórum
Pensament
o
Estratégic
o
Fórum
Pensament
o
Estratégic
o
FEM
FEM
IE
FCM
IFCH
Fórum
Pensament
o
Estratégic
o
2015
IFCH
2015
FE
2015
2015
FCM
FT
2015
IA
2015
2015
IE
FE
2015
IEL
2015
FE
Fórum pensamento estratégico: penses: fórum quando o preconceito
tem cor. Reflexões sobre o racismo
Evento (Fórum PENSES)
Gênero, classe e raça
x
Fórum pensamento estratégico: penses: ser criança e adolescer em
uma sociedade desigual
Evento (Fórum PENSES)
Direitos culturais e geracionais
x
Especialização Universitária
Curso de Extensão
Especialização Universitária
Especialização Universitária
Curso de Extensão
Direito ao meio ambiente
Gênero, classe e raça
Direito ao meio ambiente
Direito à saúde
Gênero, classe e raça
x
x
x
x
x
Evento (Fórum PENSES)
Gênero, classe e raça
x
Gestão ambiental
Gestão da diversidade
Gestão da Sustentabilidade e Responsabilidade Corporativa
Gestão de sistemas e serviços de saúde
Igualdade, identidade e bem comum: elementos da organização social
Ii fórum sobre violência contra a mulher: múltiplos atores
Justiça e cidadania: velhos e novos desafios do judiciário brasileiro
Juventudes e violências
Libras - língua brasileira de sinais I, II e III
Meio ambiente e desenvolvimento sustentável
Oficinas de Música para Crianças e Adolescentes com Deficiência
Cognitiva
Ouvidoria pública e privada no brasil
Paz, conflitos e convivência
Plurilinguismo na sala de aula: reflexões teórico-práticas sobre o
atendimento a alunos imigrantes
Políticas de educação de jovens e adultos: contradições,
potencialidades e inclusão social
Curso de Extensão
Especialização Universitária
Direitos humanos, justiça e
memória
Direitos humanos, justiça e
memória
Direito à educação
Direito ao meio ambiente
Projeto de Extensão Comunitária
Direitos culturais e geracionais
x
Aperfeiçoamento
Difusão Cultural
Direitos políticos
Direito à educação
Direitos humanos e relações
internacionais
x
Direito à educação
x
Evento (Fórum Permanente)
Difusão Cultural
Curso de Extensão
Difusão Cultural
x
x
x
x
x
x
215
2015
2015
2015
FEC
FEM
IB
2015
FCM
2015
FE
2015
FE
2015
IA
2015
FCM
Práticas e políticas urbanas saudáveis
Profissional de análise de risco ambiental
Programa Comunidade Saudável: Um desafio urgente
Programa saúde da população negra no assentamento rural do vergel
(Mogi-mirim-SP).
Projeto de educação de jovens e adultos no centro comunitário 10 de
outubro
Proposta de educação e cultura de jovens e adultos no município de
Sumaré
Representação e representatividade: as artes dramáticas na sociedade o negro dentro e fora dos contextos cênicos
Saúde do trabalhador
2015
FCA
Tecnologia e inclusão social
2015
2015
FCM
Treinamento em psicoterapia breve psicanalítica - aprofundamento
FT
Vivências coletivas em coletivos locais
Museu de
Artes
2016
Museus de arte: acolhendo a diversidade de públicos
Visuais da
Unicamp
2016
IG
2016
2016
FT
IFCH
2016
FEAGRI
2016
FE
2016
IE
2016
IE
2016
FEnf
2016
FE
2016
IEL
2016
FE
Abordagem estratégica em tecnologia social
Ação socioeducativa / formação de educadores ambientais
Apoio para o Curso Popular TRIU - educação de jovens e adultos
Assistência técnica e extensão rural - ater e comunidades quilombolas:
enfoques e especificidades
Atores da inclusão na universidade
Capacitação de monitores da incubadora tecnológica de cooperativas
populares da UNICAMP
Ciranda: Educação Popular para Crianças e Jovens
Cuidar da criança e da família no hospital: promovendo a assistência
integral
Curso da Escola de Conselhos para Formação Continuada de
Conselheiros dos Direitos e Conselheiros Tutelares do Estado de São
Paulo
Discurso, corpo e gênero
Economia feminista e economia solidária: autogestão no trabalho e na
vida
Curso de Extensão
Especialização Universitária
Projeto de Extensão Comunitária
Direito à saúde
Direito ao meio ambiente
Direito ao meio ambiente
x
x
x
Projeto de Extensão Comunitária
Gênero, classe e raça
x
Projeto de Extensão Comunitária
Direito à educação
x
Projeto de Extensão Comunitária
Direito à educação
x
Projeto de Extensão Comunitária
Gênero, classe e raça
x
Especialização Universitária
x
Curso de Extensão
Curso de Extensão
Direito à saúde
Tecnologia, produção e
trabalho
Direito à saúde
Direito ao meio ambiente
Evento (Fórum Permanente)
Direitos culturais e geracionais
x
Curso de Extensão
x
x
x
Curso de Extensão
Projeto de Extensão Comunitária
Tecnologia, produção e
trabalho
Direito ao meio ambiente
Direito à educação
Curso de Extensão
Direitos culturais e geracionais
x
Curso de Extensão
x
Projeto de Extensão Comunitária
Direito à educação
Tecnologia, produção e
trabalho
Direito à educação
Evento (Fórum Permanente)
Direito à saúde
x
Curso de Extensão
Direitos políticos
x
Curso de Extensão
Gênero, classe e raça
Curso de Extensão
Gênero, classe e raça
Curso de Extensão
Curso de Extensão
x
x
x
x
x
x
x
216
2016
IG
Economia solidária e tecnologia social na América Latina
Educação através do esporte: releitura do futebol em nossas relações
sociais.
2016
FT
Educação e percepção ambiental
2016
FE
Educação especial na perspectiva inclusiva
Educação infantil e Direitos Humanos: construindo a Ciranda Infantil
2016
IE
dos atingidos por barragens
Em busca de caminhos que promovam a convivência respeitosa em
2016
FE
sala de aula todos os dias
2016
FEM
Engenharia de segurança do trabalho
2016
IFCH
Ensino em história da África
2016
FCA
Epistemologias feministas e estudos de gênero em ciência e tecnologia
Estudos de Gênero e Ação Social para Mulheres - Articulação e
2016
IE
Impasses
LEES/NE Expansão do ensino superior no brasil na última década: conquistas,
2016
PP
limites e desafios.
Extensão, universidade e movimentos sociais: pensando práticas
2016
IE
conjuntas a partir da educação popular
2016
FT
Formação de educadores/as ambientais
2016
FT
Formação-articulação de coletivos locais em ação socioeducativa
Fórum
Pensament
Fórum pensamento estratégico: penses: conservadorismos, fascismos e
o
2016
fundamentalismos
Estratégic
o
2016
FEM
Gestão ambiental
2016
FEM
Gestão da diversidade
2016
IE
Gestão da Sustentabilidade e Responsabilidade Corporativa
2016
2016
FE
FE
2016
2016
Gestão de conflitos na escola: em busca da convivência respeitosa
Especialização Universitária
Tecnologia, produção e
trabalho
x
Projeto de Extensão Comunitária
Direito à educação
x
Curso de Extensão
Curso de Extensão
Direito ao meio ambiente
Direito à educação
x
Projeto de Extensão Comunitária
Direito à educação
x
Curso de Extensão
Direito à educação
x
Especialização Universitária
Curso de Extensão
Difusão Científica
Direito ao meio ambiente
Direito à educação
Gênero, classe e raça
x
x
x
Difusão Cultural
Gênero, classe e raça
x
Evento (Fórum Permanente)
Direito à educação
x
Curso de Extensão
Especialização Universitária
Curso de Extensão
Evento (Fórum PENSES)
Especialização Universitária
Curso de Extensão
Especialização Universitária
Tecnologia, produção e
trabalho
Direito ao meio ambiente
Direito à educação
Direitos humanos, justiça e
memória
x
x
x
x
x
x
x
x
Especialização Técnica
Curso de Extensão
Direito ao meio ambiente
Gênero, classe e raça
Direito ao meio ambiente
Direitos humanos, justiça e
memória
Direito à saúde
Gênero, classe e raça
Curso de Extensão
x
Cotil
IFCH
Programa
2016 UniversID
ADE
Higiene e segurança do trabalho
Igualdade, identidade e bem comum: elementos da organização social
III seminário sobre longevidade e qualidade de vida da Unicamp:
idoso um novo personagem na sociedade atual.
Evento (Seminário)
Direitos culturais e geracionais
x
2016
Inclusão digital de jovens, adultos e idosos
Curso de Extensão
Tecnologia, produção e
trabalho
x
FE
x
x
217
2016
FE
2016
2016
2016
FCM
FE
FT
2016
IE
2016
FE
2016
IA
Juventudes e violências
Libras - língua brasileira de sinais I, II e III
Maloca Arte e Cultura
Meio ambiente e desenvolvimento sustentável
Mobilidade Internacional no século XXI: direitos humanos, migrações
e políticas
O professor de referência e a construção do projeto de convivência na
escola
Oficinas de Música para Crianças e Adolescentes com Deficiência
Cognitiva
IA/NEPA
Patrimônio e poder
M
2016
FE
Paz, conflitos e convivência
Perspectivas Unicamp 50 anos: da universidade para a sociedade:
balanço das políticas sociais no brasil iii: distribuição de renda,
2016 Reitoria
redenção da pobreza e a nova classe média: distribuição e
transferência de renda
Pluralidades em português brasileiro: explorando a compreensão oral
e escrita em nível
2016
IEL
intermediário
Plurilinguismo na sala de aula: reflexões teórico-práticas sobre o
2016
IEL
atendimento a alunos imigrantes
2016
FEC
Práticas e políticas urbanas saudáveis
Primeira audiência pública: cotas e ações afirmativas: perspectiva
2016 Reitoria
histórica e o papel da universidade pública no Brasil
2016
FEM
Profissional de análise de risco ambiental
2016
Projeto Educativo de Integração Social - PEIS
Difusão Cultural
Curso de Extensão
Projeto de Extensão Comunitária
Especialização Universitária
Evento (Fórum Permanente)
Direitos humanos, justiça e
memória
Direito à educação
Direitos culturais e geracionais
Direito ao meio ambiente
Direitos humanos e relações
internacionais
x
x
x
x
x
Curso de Extensão
Direito à educação
x
Projeto de Extensão Comunitária
Direitos culturais e geracionais
x
Evento (Fórum Permanente)
Direito à cidade
x
Difusão Cultural
Direito à educação
Evento (Seminário)
Tecnologia, produção e
trabalho
x
Difusão Cultural
Direitos culturais e geracionais
x
x
Curso de Extensão
Direitos humanos e relações
internacionais
Direito à saúde
Evento (Audiência Pública)
Direito à educação
x
Especialização Universitária
Direito ao meio ambiente
Tecnologia, produção e
trabalho
x
Direitos culturais e geracionais
x
Curso de Extensão
2016
FE
Projeto de Extensão Comunitária
2016
IG
2016
CGU
2016
2016
IFCH
FCM
Protagonismo juvenil quilombola– preservação da biodiversidade e
cultura regional.
Refletir: encontro permanente sobre vivência e gestão na Unicamp:
assédio faz mal à saúde!
Roda de Mulheres
Saúde do trabalhador
2016
FCA
Tecnologia e inclusão social
Curso de Extensão
2016
FCM
Treinamento em psicoterapia breve psicanalítica - aprofundamento
Curso de Extensão
Projeto de Extensão Comunitária
Evento (Seminário)
Projeto de Extensão Comunitária
Especialização Universitária
Direitos humanos, justiça e
memória
Gênero, classe e raça
Direito à saúde
Tecnologia, produção e
trabalho
Direito à saúde
x
x
x
x
x
x
x
x
218
Curso de Extensão
Direitos humanos, justiça e
memória
Direito ao meio ambiente
x
Evento (Fórum Permanente)
Direitos políticos
x
2016
FE
Violência e indisciplina escolar: caminhos para intervenção
Evento (Fórum Permanente)
2016
FT
2017
IFCH
Vivências coletivas em coletivos locais
Das ruas as urnas? Percepções dos cidadãos sobre rumos da
democracia brasileira de junho de 2013 aos dias atuais.
2017
IG
2017
FEAGRI
2017
IE
2017
FE
Fórum
Pensament
o
2017
Estratégic
o
2017
IA
2017
IEL
2017
FE
2017
2017
2017
2017
FE
FE
FE
FCM
2017
FE
2017
2017
FEM
IFCH
2017
FCM
2017
FCA
2017
2017
FEF
IA
2017
IE
Abordagem estratégica em tecnologia social
Agricultura Familiar E Comercialização Local: A Alimentação Na
Perspectiva Ambiental
Capacitação de monitores da incubadora tecnológica de cooperativas
populares da Unicamp
Capoeduca itinerante: Interfaces Entre Educação E Patrimônio
Cultural Imaterial
Da segurança alimentar à segurança dos alimentos: discutindo
direitos, políticas e desafios.
Dança Na Comunidade - Ocupação Vila Soma
Discurso, corpo e gênero
Economia feminista e economia solidária: autogestão no trabalho e na
vida
Educação Através do Esporte: treinando cidadania.
Educação de crianças e pedagogia da infância
Educação especial na perspectiva inclusiva
Educação Não Formal: Múltiplos Olhares
Em busca de caminhos que promovam a convivência respeitosa em
sala de aula todos os dias
Engenharia de segurança do trabalho
Ensino em história da África
Entre A Clínica, A Arte E A Cidadania: Oficinas Com A População
Em Situação De Rua Em Campinas
Escolinha De Futebol Linhas: Esporte E Lazer/Grupos Sociais
Vulneráveis/Infância E Adolescência
Esportes Adaptados Na Universidade Estadual De Campinas
Estéticas das Resistências: Africanidades e Narrativas Diásporas
Estudos de Gênero e Ação Social para Mulheres - Articulação e
Impasses
Curso de Extensão
Projeto de Extensão Comunitária
Curso de Extensão
Tecnologia, produção e
trabalho
Tecnologia, produção e
trabalho
Tecnologia, produção e
trabalho
x
x
x
x
Projeto de Extensão Comunitária
Direitos culturais e geracionais
x
Evento (Fórum PENSES)
Direito à saúde
x
Projeto de Extensão Comunitária
Curso de Extensão
Direitos culturais e geracionais
Gênero, classe e raça
x
Curso de Extensão
Gênero, classe e raça
x
Projeto de Extensão Comunitária
Especialização Universitária
Curso de Extensão
Projeto de Extensão Comunitária
Direito à educação
Direito ao meio ambiente
Direito à educação
Direito à educação
x
x
x
x
Curso de Extensão
Direito à educação
Especialização Universitária
Curso de Extensão
Direito ao meio ambiente
Direito à educação
x
x
Projeto de Extensão Comunitária
Direito à saúde
x
Projeto de Extensão Comunitária
Direito à saúde
x
Projeto de Extensão Comunitária
Evento (Fórum Permanente)
Direito à saúde
Gênero, classe e raça
x
x
Difusão Cultural
Gênero, classe e raça
x
x
x
219
2017
FE
2017
PREAC
2017
IE
2017
FEC
2017
Fórum
Pensament
o
Estratégic
o
Fórum
Pensament
o
Estratégic
o
Fórum
Pensament
o
Estratégic
o
Fórum
Pensament
o
Estratégic
o
Fórum
Pensament
o
Estratégic
o
IFCH
2017
FCM
2017
2017
IE
FE
2017
2017
2017
2017
2017
Estudos em psicologia moral e conflitos interpessoais na escola
(GEPEM-2)
Extensão e Economia Solidária: os (des)caminhos da atuação da
universidade para a geração de trabalho
Extensão, universidade e movimentos sociais: pensando práticas
conjuntas a partir da educação popular
Formação De Agentes Para Construção De Cidadania, Saúde E
Democracia Por Meio Do Método Paideia
Curso de Extensão
Evento (Fórum Permanente)
Curso de Extensão
Direitos humanos, justiça e
memória
Tecnologia, produção e
trabalho
Tecnologia, produção e
trabalho
x
x
x
Projeto de Extensão Comunitária
Direitos políticos
x
Fórum pensamento estratégico: penses: mudanças ambientais globais
e as mudanças climáticas
Evento (Fórum PENSES)
Direito ao meio ambiente
x
Fórum pensamento estratégico: penses: prisão para quê? Para quem?
Evento (Fórum PENSES)
Direitos humanos, justiça e
memória
x
Fórum pensamento estratégico: penses: capitalismo e meio ambiente,
crescimento zero e desenvolvimento sustentável
Evento (Fórum PENSES)
Direito ao meio ambiente
x
Fórum pensamento estratégico: penses: direito à cidade: desafios para
uma agenda metropolitana
Evento (Fórum PENSES)
Direito à cidade
x
Fórum pensamento estratégico: penses: gestão e produção cultural e
políticas públicas de cultura: o papel da universidade
Evento (Fórum PENSES)
Direitos culturais e geracionais
x
Evento (Fórum Permanente)
Gênero, classe e raça
Curso de Extensão
Gênero, classe e raça
x
Especialização Universitária
Curso de Extensão
Direito ao meio ambiente
Direitos humanos, justiça e
x
Gênero, Cultura e Educação
Gênero: violência sexual e intrafamiliar na perspectiva
multiprofissional
Gestão da Sustentabilidade e Responsabilidade Corporativa
Gestão de conflitos na escola: em busca da convivência respeitosa
x
x
220
2017
2017
Cotil
IFCH
2017
FE
2017
2017
FEnf
FCM
2017
FCA
2017
FE
2017
2017
FE
2017
IEL
2017
FT
2017
2017
FEC
FEM
2017
IFGW
2017
FEF
2017
SAE
2017
FCM
2017
2017
FCM
FCM
2017
Reitoria
2017
FCA
2017
IQ
2017
Reitoria
2017
2017
FCM
FT
Higiene e segurança do trabalho
Igualdade, identidade e bem comum: elementos da organização social
Inclusão digital de jovens, adultos e idosos
Inovações no Cuidado à Criança, ao Adolescente e suas Famílias
Libras - língua brasileira de sinais I, II e III
Música popular brasileira na tela de cinema: política e cultura nos
anos 1960
O professor de referência e a construção do projeto de convivência na
escola
Para onde caminha o SUS?
Paz, conflitos e convivência
Pluralidades em português brasileiro: explorando a compreensão oral
e escrita em nível intermediário
Políticas Públicas e os Desafios dos Objetivos de Desenvolvimento
Sustentável (ODSs)
Práticas e políticas urbanas saudáveis
Profissional de análise de risco ambiental
Projeto Dança Afro-Brasileira Na Comunidade/ Década
Afrodescendente No Brasil
Projeto De Extensão Em Cadeira De Rodas
Projeto saiba mais: convivência ética, bullyng e afetividade na
universidade
Projetos Que Mudam Vidas: Experiencia De Formação Junto A
Alunos De Uma Escola Da Cidade De Campinas
Saúde coletiva aplicada à vida: cidadania como produção de saúde
Saúde do trabalhador
Segunda audiência pública com o tema: cotas e ações afirmativas:
experiências nacionais e internacionais
Tecnologia e inclusão social
Temas Transversais E Sua Inclusão Na Formação Cidadã Em
Comunidades Escolares Periféricas
Terceira audiência pública com o tema: cotas e ações afirmativas: o
PAAIS, seus alcances e limites
Treinamento em psicoterapia breve psicanalítica - aprofundamento
Vem Ser - Educação Ambiental Para O Desenvolvimento E Inclusão
Evento (Fórum Permanente)
Curso de Extensão
memória
Direito à saúde
Gênero, classe e raça
Tecnologia, produção e
trabalho
Direito à saúde
Direito à educação
Difusão Cultural
Direitos culturais e geracionais
Curso de Extensão
Direito à educação
Evento (Fórum Permanente)
Difusão Cultural
Direito à saúde
Direito à educação
x
Difusão Cultural
Direitos culturais e geracionais
x
Evento (Fórum Permanente)
Direito ao meio ambiente
x
Curso de Extensão
Especialização Universitária
Direito à saúde
Direito ao meio ambiente
x
x
Projeto de Extensão Comunitária
Gênero, classe e raça
x
Projeto de Extensão Comunitária
Direito à saúde
Direitos humanos, justiça e
memória
x
Projeto de Extensão Comunitária
Direito à educação
x
Evento (Fórum Permanente)
Especialização Universitária
Direito à saúde
Direito à saúde
x
x
Evento (Audiência Pública)
Direito à educação
x
Curso de Extensão
Tecnologia, produção e
trabalho
x
Projeto de Extensão Comunitária
Direito à educação
x
Evento (Audiência Pública)
Direito à educação
x
Curso de Extensão
Projeto de Extensão Comunitária
Direito à saúde
Direito à saúde
x
x
Especialização Técnica
Curso de Extensão
Curso de Extensão
Evento (Palestra SAE)
x
x
x
x
x
x
x
x
x
221
-
CAC
CAC
CAC
Social Da Pessoa Com Síndrome De Down
Brincadeira Séria na Comunidade
Curso Exato
Domingo na Vila
Projeto de Extensão Comunitária
Projeto de Extensão Comunitária
Projeto de Extensão Comunitária
-
CAC
Feira de Economia Solidária
Projeto de Extensão Comunitária
-
CAC
Incubadora Tecnológica de Cooperativas Populares
Projeto de Extensão Comunitária
CAC
Projeto Rondon
Fonte: elaboração própria.
Projeto de Extensão Comunitária
Direito à educação
Direito à educação
Direitos culturais e geracionais
Tecnologia, produção e
trabalho
Tecnologia, produção e
trabalho
Direito à educação
x
x
x
x
x
x
APÊNDICE E – PRÁTICAS EXTENSIONISTAS POR ANO, SEGUNDO A UNIDADE/ÓRGÃO RESPONSÁVEL (2006-2017)
1
1
6
1
1
1
1
1
7
7
1
2
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
1
Total Geral
1
1
1
2
S/D
2017
1
2016
1
2015
2014
2012
2011
2010
2009
2008
4
2013
Sem unidade identificada
Coordenadoria de Assuntos Comunitários
Centro de Estudos de Línguas
Coordenadoria Geral da Universidade
Coordenadoria Geral da Universidade/Ouvidoria da Unicamp
Coordenadoria de Centros e Núcleos Interdisciplinares de Pesquisa
Coordenadoria de Centros e Núcleos Interdisciplinares de Pesquisa/Laboratório de
Estudos Urbanos
Coordenadoria de Centros e Núcleos Interdisciplinares de Pesquisa/Núcleo de
Informática Aplicada à Educação
Comissão da Verdade e Memória "Octávio Ianni"
Colégio Técnico de Limeira
Divisão de Educação Infantil e Complementar
Faculdade de Ciências Aplicadas
Faculdade de Ciências Aplicadas/Faculdade de Tecnologia
Faculdade de Ciências Médicas
2007
Órgão/Unidade Responsável
2006
Ano
11
14
1
13
10
1
1
1
1
2
3
7
3
8
2
6
1
7
1
69
222
Faculdade de Ciências Médicas/Instituto de Filosofia e Ciências Humanas
Faculdade de Educação
Faculdade de Engenharia de Alimentos
Faculdade de Engenharia Agrícola
Faculdade de Engenharia Civil, Arquitetura e Urbanismo
Faculdade de Educação Física
Faculdade de Engenharia Mecânica
Faculdade de Enfermagem
Fórum Pensamento Estratégico
Faculdade de Tecnologia
Fundação Síndrome de Down
Instituto de Artes
Instituto de Artes /Núcleo de Estudos e Pesquisas Ambientais
Instituto de Biologia
Instituto de Economia
Instituto de Estudos da Linguagem
Instituto de Filosofia e Ciências Humanas
Instituto de Filosofia e Ciências Humanas/Faculdade de Ciências Aplicadas
Instituto de Filosofia e Ciências Humanas/Faculdade de Engenharia Civil, Arquitetura e
Urbanismo
Instituto de Filosofia e Ciências Humanas/Instituto de Artes/Faculdade de Engenharia
Civil, Arquitetura e Urbanismo
Instituto de Física
Instituto de Geociências
Instituto de Matemática, Estatística e Computação Científica
Instituto de Direito Sanitário Aplicado de Campinas
Instituto de Química
Incubadora Tecnológica de Cooperativas Populares da Unicamp/Pró-Reitoria de
Extensão e Cultura
Laboratório de Estudos sobre Educação Superior/Núcleo de Estudos de Políticas
Públicas
Museu de Artes Visuais da Unicamp
Núcleo de Estudos e Pesquisas Ambientais
Núcleo de Estudos de População “Elza Berquó”/Centro de Estudos de Línguas/Instituto
de Pesquisas Especiais para a Sociedade
2
3
3
2
1
2
1
2
4
2
1
1
1
1
3
1
1
1
1
1
1
1
1
1
10
1
1
2
3
5
13
11
1
12
2
4
5
5
1
4
2
5
1
2
2
5
1
1
4
2
7
1
6
2
6
4
5
1
6
1
1
4
1
1
1
10
1
3
3
1
1
1
8
2
5
6
1
5
14
11
1
1
1
2
2
2
1
6
2
4
1
1
6
1
1
2
7
3
4
4
2
4
1
1
1
1
1
1
1
2
3
2
2
3
1
1
1
1
2
1
15
1
1
1
2
1
1
1
90
6
7
17
22
30
2
13
36
1
11
1
6
40
13
23
1
1
1
1
1
1
1
223
Núcleo de Estudos de Políticas Públicas
Pró-Reitoria de Extensão e Cultura
Pró-Reitoria de Graduação
Programa UniversIDADE
Reitoria da Unicamp
Serviço de Apoio ao Estudante
Total Geral
Fonte: elaboração própria.
1
1
3
1
1
1
1
1
1
2
1
2
2
1
11
15
13
14
56
65
57
63
1
57
59
2
1
59
6
2
11
1
1
6
1
476
224
APÊNDICE F – QUESTIONÁRIO APLICADO AOS DOCENTES DA UNICAMP
Os direitos humanos na Unicamp: um estudo sobre a produção e disseminação de
conhecimentos
Você está sendo convidado(a) a participar como voluntário(a) de uma pesquisa. Este
questionário é parte integrante de uma dissertação de mestrado desenvolvida pela aluna Thais
Aparecida Dibbern, com orientação da Profa. Dra. Milena Pavan Serafim e Prof. Dr. Mauro
Cardoso Simões, no âmbito do Programa de Pós-graduação Interdisciplinar em Ciências
Humanas e Sociais Aplicadas da FCA/Unicamp.
O objetivo geral desta pesquisa consiste em analisar a produção e disseminação de
conhecimentos acerca da Educação em Direitos Humanos através dos projetos de pesquisa e
extensão da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp).
Desse modo, neste questionário, que possui 22 questões, você responderá sobre seu interesse
e experiência no desenvolvimento e/ou participação em projetos de pesquisa e/ou extensão
que tratam sobre os direitos humanos fundamentais. Este questionário tem duração
aproximada de 5 minutos.
Sua participação é voluntária, o que significa que você poderá desistir a qualquer momento,
retirando seu consentimento, sem que isso lhe traga nenhum prejuízo ou penalidade.
Todas as informações obtidas serão sigilosas e a divulgação dos resultados será feita de forma
a não identificar os participantes. Os resultados deste trabalho poderão ser apresentados em
encontros ou revistas científicas, entretanto, ele mostrará apenas os resultados obtidos como
um todo, sem revelar seu nome, instituição a qual pertence ou qualquer informação que esteja
relacionada com sua privacidade. Ressalta-se que este questionário é anônimo, não sendo
identificado nomes e/ou e-mails.
Desconfortos e riscos:
Por se tratar de um questionário, não há maiores riscos previstos pela pesquisa. Caso esse
procedimento possa gerar algum tipo de constrangimento você não precisa realizá-lo.
225
Benefícios:
Não há benefícios diretos ao participante da pesquisa, mas você estará contribuindo com a
pesquisa na área interdisciplinar e em direitos humanos, para a geração de conhecimento a
partir de mais de uma visão mais abrangente.
Contato:
Em caso de dúvidas sobre a pesquisa, você poderá entrar em contato com a pesquisadora
Thais Aparecida Dibbern, aluna Programa de Mestrado Interdisciplinar em Ciências Humanas
e Sociais Aplicadas, integrante do Laboratório de Estudos do Setor Público (LESP), na sala
UL37, Faculdade de Ciências Aplicadas, FCA/Unicamp: Rua Pedro Zaccaria, 1300; Caixa
Postal 1068; Cep 13484-350; Limeira, SP; e-mail: dibbern.thais@gmail.com.
Em caso de denúncias ou reclamações sobre sua participação e sobre questões éticas do
estudo, você poderá entrar em contato com a secretaria do Comitê de Ética em Pesquisa
(CEP) da UNICAMP das 08:30hs às 11:30hs e das 13:00hs as 17:00hs na Rua: Tessália
Vieira de Camargo, 126; CEP 13083-887 Campinas – SP; telefone (19) 3521-8936 ou (19)
3521-7187; e-mail: cep@fcm.unicamp.br.
Número do CAAE: 84086518.4.0000.5404
AO CLICAR EM ACEITO, AUTORIZO A UTILIZAÇÃO DAS INFORMAÇÕES
QUE FORNECEREI NESTE QUESTIONÁRIO. É IMPORTANTE RESSALTAR QUE
ESTE QUESTIONÁRIO É ANÔNIMO E, PORTANTO, NÃO IDENTIFICA O
DOCENTE RESPONDENTE
☐ ACEITO
1. Grande área do conhecimento em que atua/atuava:
☐ Ciências Exatas e da Terra
☐ Ciências Biológicas
☐ Engenharias
☐ Ciências da Saúde
☐ Ciências Agrárias
☐ Ciências Sociais Aplicadas
226
☐ Ciências Humanas
☐ Linguística, Letras e Artes
☐ Outro(s): _____________________
2. Unidade de vínculo institucional:
☐ Instituto de Artes
☐ Instituto de Biologia
☐ Instituto de Computação
☐ Instituto de Economia
☐ Instituto de Estudos da Linguagem
☐ Instituto de Filosofia e Ciências Humanas
☐ Instituto de Física
☐ Instituto de Geociências
☐ Instituto de Matemática, Estatística e Computação Científica
☐ Instituto de Química
☐ Faculdade de Ciências Aplicadas
☐ Faculdade de Ciências Farmacêuticas
☐ Faculdade de Enfermagem
☐ Faculdade de Engenharia de Alimentos
☐ Faculdade de Engenharia Agrícola
☐ Faculdade de Engenharia Civil, Arquitetura e Urbanismo
☐ Faculdade de Engenharia Elétrica e de Computação
☐ Faculdade de Engenharia Mecânica
☐ Faculdade de Engenharia Química
☐ Faculdade de Ciências Médicas
☐ Faculdade de Educação Física
☐ Faculdade de Educação
☐ Faculdade de Tecnologia
☐ Faculdade de Odontologia de Piracicaba
☐ Outro: _______________________
227
3. Participa/participou de algum centro ou núcleo de pesquisa?
☐ Não Participo
☐ Participo
☐ Já participei
4. Em caso positivo para a pergunta anterior, qual?
☐ CBMEG
☐ CCSNAN
☐ CEB
☐ CESOP
☐ CEPETRO
☐ CIDDIC
☐ CLE
☐ CMU
☐ CEPAGRI
☐ CEMIB
☐ CPQBA
☐ NUDECRI
☐ NEPO
☐ PAGU
☐ NEPP
☐ NEPAM
☐ NEPA
☐ NIED
☐ NICS
☐ LUME
☐ NIPE
☐ Outro(s): _________________
228
5. Participa/participou de algum grupo de pesquisa que trata direta ou indiretamente
sobre algum assunto relacionado aos direitos humanos?
☐ Não Participo
☐ Participo
6. Durante sua trajetória na Unicamp, você já desenvolveu ou participou de alguma
pesquisa que trata sobre o tema dos direitos humanos?
☐ Sim
☐ Não
7. Em caso positivo, sobre qual(is) temática(s)? É possível assinalar mais de uma
alternativa.
☐ Direitos humanos e relações internacionais
☐ Direitos civis
☐ Direitos políticos
☐ Direitos culturais e/ou geracionais
☐ Direitos humanos, justiça e memória
☐ Direito ao meio ambiente
☐ Direito à educação
☐ Direito à saúde
☐ Tecnologia, produção e trabalho
☐ Laicidade do Estado
☐ Direito à cidade
☐ Gênero, classe e/ou raça
☐ Outro(s): ________________________
8. Durante sua trajetória na Unicamp, você já desenvolveu ou participou de alguma
prática extensionista que trata direta ou indiretamente sobre o tema dos direitos
humanos?
☐ Sim
☐ Não
229
9. Em caso positivo, qual era o tema principal?
Resposta aberta
10. Já integrou conselhos de direitos/políticas públicas, comitês ou comissões de direitos
humanos? (externos à Unicamp)
☐ Sim, já participei
☐ Não, nunca participei
11. No seu instituto/faculdade, há políticas institucionais de estímulo à pesquisa em
direitos humanos?
☐ Sim
☐ Não
☐ Não sei opinar
12. Se há políticas, você participa/participou da elaboração destas ações?
☐ Sim
☐ Não
☐ Não sei opinar
13. No seu instituto/faculdade, há políticas institucionais de estímulo às práticas
extensionistas que lidam com temas dos direitos humanos?
☐ Sim
☐ Não
☐ Não sei opinar
14. Se há políticas, você participa/participou da elaboração destas ações?
☐ Sim
☐ Não
☐ Não sei opinar
230
15. Durante sua trajetória na Unicamp, você já orientou pesquisas de graduação ou pósgraduação sobre o tema dos direitos humanos?
☐ Sim, apenas graduação
☐ Sim, apenas pós-graduação
☐ Sim, graduação e pós-graduação
☐ Não
16. Caso desenvolva pesquisas e/ou práticas extensionistas na temática dos direitos
humanos, comente sobre quando foi despertado seu interesse pelo tema?
☐ Motivado pela formação acadêmica
☐ Após ter ingressado como docente na Unicamp
☐ Após ter participado de projetos de pesquisa e/ou atividades de extensão relacionadas à
temática
☐ Outro: ________________________
17. Você conhece o Plano Nacional de Educação em Direitos Humanos do Governo
Federal?
☐ Sim
☐ Não
18. Em caso positivo, você se orienta e/ou se orientou através dele para o
desenvolvimento de projetos de pesquisa e/ou práticas extensionistas?
☐ Sim
☐ Não
19. Você conhece o Pacto Universitário pela Promoção do Respeito à Diversidade, da
Cultura da Paz e dos Direitos Humanos do Governo Federal?
☐ Sim
☐ Não
231
20. Na sua opinião, existem dificuldades/entraves que dificultam o desenvolvimento de
pesquisas e/ou práticas extensionistas que abordam a temática dos direitos humanos?
Quais seriam?
Resposta aberta
A partir de agora, as perguntas objetivam compreender a percepção dos docentes sobre os
direitos humanos no ensino superior:
21. Qual o grau de concordância com as afirmações a seguir?
Afirmações
1. A Universidade
deveria,
prioritariamente,
fomentar o
desenvolvimento de
pesquisas que tratam
sobre a temática dos
direitos humanos
2. A Universidade
deveria incluir uma
disciplina obrigatória
sobre direitos
humanos para todos
os cursos de todas as
áreas do
conhecimento
3. Um dos
compromissos sociais
da Universidade é a
educação em direitos
humanos
4. Um desafio para a
incorporação da
educação em direitos
humanos na
Universidade
relaciona-se às visões
deturpadas sobre os
direitos humanos
5. Um desafio para a
incorporação da
educação em direitos
humanos na
Concordo
totalmente
Grau de concordância
Concordo
Discordo
Discordo
parcialmente
parcialmente totalmente
☐
☐
☐
☐
☐
☐
☐
☐
☐
☐
☐
☐
☐
☐
☐
☐
☐
☐
☐
☐
232
Universidade
relaciona-se à
disciplinaridade do
tema
6. Um desafio para a
incorporação da
educação em direitos
humanos na
Universidade
relaciona-se à
capacitação docente
sobre o tema
7. Um desafio para a
incorporação da
educação em direitos
humanos na
Universidade
relaciona-se aos
processos de
privatização da
universidade pública
8. Um desafio para a
incorporação da
educação em direitos
humanos na
Universidade
relaciona-se aos
processos de
mercantilização da
universidade pública
☐
☐
☐
☐
☐
☐
☐
☐
☐
☐
☐
☐