UNIVERSIDADE FEDERAL DA GRANDE DOURADOS – UFGD
FACULDADE DE CIÊNCIAS EXATAS E TECNOLÓGICAS – FACET
DIONISIO NOGUEIRA NETO
O USO DE FUNÇÕES GERADORAS NO ENSINO MÉDIO PARA ARTICULAR
CONTÉUDOS VARIADOS EM ANÁLISE COMBINATÓRIA
DISSERTAÇÃO DE MESTRADO PROFISSIONAL EM MATEMÁTICA
DOURADOS – MS
ABRIL – 2014
DIONISIO NOGUEIRA NETO
O USO DE FUNÇÕES GERADORAS NO ENSINO MÉDIO PARA ARTICULAR
CONTEÚDOS VARIADOS EM ANÁLISE COMBINATÓRIA
ORIENTADOR: PROF. DR. SÉRGIO RODRIGUES
Dissertação apresentada ao final do
Programa de Mestrado Profissional em
Matemática em Rede Nacional – PROFMAT
da Universidade Federal da Grande Dourados
(UFGD) como exigência parcial para obtenção
do título de Mestre em Matemática
DOURADOS – MS
ABRIL – 2014
Dedico este trabalho a Deus, a minha
família, minha esposa Jucyelly que carrega
consigo um filho meu (Daniel) e ao amigo
e professor Sergio Rodrigues.
AGRADECIMENTOS
À Deus, pelo dom da vida, pelo dom de aprender e educar, pela
alegria de viver, sonhar e realizar.
À minha esposa Jucyelly, pela compreensão e paciência, por
acreditar, incentivar e apoiar nos vários momentos de angustia.
À minha mãe, pelo amor, educação e por me fazer acreditar que
tudo é possível.
Aos meus irmãos, Junior, Gerson e Grace, que sempre torceram e
nunca deixaram de acreditar em mim.
Aos amigos que muito me apoiaram e me incentivaram, em especial,
o Elton e o Roque, pela ajuda constante.
Ao meu orientador Professor Doutor Sérgio Rodrigues que, com seu
companheirismo, orientação e paciência, me conduziu para elaboração deste
trabalho.
Aos meus colegas de trabalho que acompanharam esta luta
apoiando e incentivando.
Às diretoras Tânia, Adélia e Helsney e ao diretor Alcides das escolas
em que trabalho, que sempre me deram condições e incentivo para cursar este
caminho.
Aos meus amigos e irmãos da Sexta Igreja Presbiteriana Filadélfia,
pelas orações e incentivo.
À CAPES pelo apoio financeiro.
É possível reconhecer a utilidade de
uma idéia sem, contudo, compreender
como usá-la adequadamente.
Johann Wolfgang Goethe (1749 – 1832),
poeta, romancista e teatrólogo alemão.
RESUMO
Considerando que as técnicas de contagem é um assunto difícil de
ser absorvido pelos alunos, este trabalho tem como objetivo apresentar uma
proposta de ensino de combinatória para os professores do Ensino Médio na
qual farão uso de funções geradoras para solucionar alguns problemas de
combinatória e articular outros conceitos ao tema, além de expandir seus
conhecimentos com outros métodos de contagem.
Palavras-chave: Análise Combinatória. Ensino Médio. Funções Geradoras.
ABSTRACT
Considering that techniques of counting is a difficult subject to be
absorbed by the students, this work aims to present a proposal for teaching
combinatorics for the teachers high school in which shall use generating
functions to solve some problems of combinatorics and to articulate other
concepts to the theme, expanding the knowledge with other methods for
counting.
Keywords: Combinatorial Analysis, High School, Generating Functions.
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO
11
1. PANORAMA DO ENSINO DE COMBINATÓRIA NO ENSINO MEDIO
14
2. ANÁLISE COMBINATÓRIA: CONCEITOS
17
2.1. PRINCÍPIO MULTIPLICATIVO
17
2.2. FATORIAL
18
2.3. PERMUTAÇÃO SIMPLES
18
2.4. ARRANJO SIMPLES
19
2.5. COMBINAÇÃO SIMPLES
20
2.6. PERMUTAÇÃO COM ELEMENTOS REPETIDOS
20
2.7. ARRANJO COM REPETIÇÃO
21
2.8. COMBINAÇÃO COM REPETIÇÃO
21
2.9. COEFICIENTES BINOMIAIS
23
2.9.1. Propriedades dos Coeficientes Binomiais
24
2.10.
BINÔMIO DE NEWTON
25
2.11.
POLINÔMIOS E SÉRIES DE POTÊNCIAS
27
2.12.
POLINÔMIOS DE VÁRIAS VARIÁVEIS
29
2.13.
FUNÇÕES GERADORAS
30
2.14.
RELAÇÃO DE RECORRÊNCIA
33
3. APLICANDO FUNÇÕES GERADORAS NO ENSINO MÉDIO
36
3.1. PROBLEMA 1
37
3.2. PROBLEMA 2
41
3.3. PROBLEMA 3
42
3.4. PROBLEMA 4
44
4. CONCLUSÃO
48
5. REFERÊNCIAS
49
11
INTRODUÇÃO
Este trabalho tem por objetivo ampliar o conhecimento do professor do Ensino
Médio para trabalhar o conteúdo de análise combinatória juntamente com o conceito
de funções geradoras que, em geral, não faz parte dos currículos dos cursos de
licenciatura em matemática.
As funções geradoras são de grande importância nas técnicas de contagem.
Um tipo de função geradora que abordaremos neste trabalho é dada por polinômios
p( x) an xn an1xn1 ... a1x a0 no qual os coeficientes são números inteiros e o
coeficiente de uma potência específica é a resposta da contagem de um problema
que queremos resolver. Por exemplo o polinômio dado por
(1 x)6 1 C61 x C62 x2 C63 x3 C64 x4 C65 x5 x6
é tal que o coeficiente de x3 corresponde á combinação de 6 elementos tomados 3
a 3 . As funções geradoras que usaremos neste trabalho utilizam os polinômios
dados pelo binômio de Newton para obter outros polinômios cujos coeficientes são
as respostas para os nossos problemas de contagem. Desta maneira estamos
integrando os conceitos de polinômios e de combinatória.
As funções geradoras mais gerais são dadas por séries de potências
S ( x) a0 a1x ... an xn .... com coeficientes inteiros, que podem ser pensadas
como uma generalização dos polinômios, cujos coeficientes são as respostas
procuradas para os problemas de contagem. Isto pode parecer que estamos fugindo
dos conteúdos do Ensino Médio. Lembramos que nos textos do Ensino Médio
(PAIVA, 1995) os estudantes entram em contato com a série de potências dada pela
soma infinita dos termos de uma Progressão Geométrica de termo inicial 1 e razão
x é tal que se | x | 1 então 1 x x 2 ... x n ...
1
e esta função também é um
1 x
exemplo de função geradora que usaremos.
Neste trabalho mostraremos exemplos como utilizar os polinômios de mais de
uma variável para descrever ou modelar problemas de contagem de tal modo que
cada termo deste polinômio corresponda a uma disposição exata de todos
elementos da combinatória que queremos resolver e, a partir deste polinômio,
obteremos a função geradora que “conta” quantos elementos existem na
configuração que estamos estudando. A este processo vamos chamar aqui de
12
mapeamento do problema combinatório.
Para o leitor ter uma ideia do que estamos propondo, considere o polinômio
de 6 variáveis dado por
f ( x1, x2 , x3 , x4 , x5 , x6 ) (1 x1 )(1 x2 )(1 x3 )(1 x4 )(1 x5 )(1 x6 ) P0 P1 P2 P3 P4 P5 P6
Este polinômio tem 26 256 termos e em cada termo cada uma das
indeterminadas aparece uma única vez e o coeficiente de todos os termos é igual a
1 . Vamos reagrupar os termos segundo o número de indeterminadas, isto é, denotar
por Pk , 0 k 6 a soma de todos os monômios com k variáveis. Por exemplo,
P5 x2 x3 x4 x5 x6 x1x3 x4 x5 x6 x1x2 x4 x5 x6 x1x2 x3 x5 x6 x1x2 x3 x4 x6 x1x2 x3 x4 x5
Note que em P5 cada termo deste polinômio corresponde a uma combinação de 6
elementos {x1 , x2 , x3 , x4 , x5 , x6} tomados 5 a 5 e todas as combinações destes 6
elementos 5 a 5 estão representadas uma única vez em uma parcela. Deste modo
o polinômio f ( x1 , x2 , x3 , x4 , x5 , x6 ) modela o problema de todas as combinações
possíveis que podemos obter com 6 elementos que forma um total de 26 256
combinações.
Substituindo cada uma das variáveis por uma única variável, isto é, se
x1 x2 x3 , x4 x5 x6 x então obtemos a função geradora
p( x) (1 x)6 1 C61 x C62 x2 C63 x3 C64 x4 C65 x5 x6
cujos coeficientes de grau 0 k 6 contam todas as combinações possíveis de 6
elementos tomados k a k .
Aparentemente pode-se pensar que estamos complicando o problema, mas
esta técnica é bastante útil em outras situações mais complexas como analisaremos
a seguir.
Inicialmente faremos uma prévia da problemática do ensino de Análise
Combinatória no Ensino Médio, buscando opções, e tentando visualizar meios para
aprimorar o ensino deste tema, depois apresentaremos os conceitos básicos para os
professores do Ensino Médio que serão usados para o professor trabalhar Análise
Combinatória utilizando as funções geradoras.
Fica como opção também trabalhar as funções geradoras dessa forma no
ensino superior, na qual os alunos estarão revendo conceitos e aumentando seu
raciocínio determinando outros meios de solucionar problemas.
Ao final apresentaremos quatro problemas que podem ser trabalhados em
13
sala de aula como atividade de aperfeiçoamento do conteúdo de combinatória.
Esses problemas são, ao mesmo tempo, sugestões para o professor de como fazer
a aplicação das funções geradoras articulando o estudo da combinatória com o
binômio de Newton e os polinômios e, deste modo, enriquecendo o conhecimento do
aluno.
14
Capitulo 1
PANORAMA DO ENSINO DE COMBINATÓRIA NO ENSINO MÉDIO
A análise combinatória é um ramo da Matemática que tem por objetivo
resolver problemas que consistem, basicamente, em escolher, agrupar e contar os
elementos de um conjunto e que possui aplicação direta no cálculo das
probabilidades, sendo portanto, um instrumento de vital importância para as ciências
aplicadas, como a Medicina, a Engenharia e a Estatística, entre outras.
Segundo Sabo (2010), alguns professores evitam, ou não abordam no Ensino
Médio o conceito de análise combinatória por considerarem um tema árduo para
ensinar. Eles afirmam que a má estruturação do Ensino Fundamental não
proporciona aos alunos habilidades para trabalhar conceitos tão sofisticados,
acusam também o tempo insuficiente em sala de aula e até mesmo que eles
próprios não entendem o assunto e acabam optando por outros conteúdos
considerados importantes deixando então de lado este conceito. Sobre isso Sabo
(2010) menciona:
Um dos fatores responsáveis pela má qualidade de
ensino é, sem dúvida alguma, a formação do professor. E
possível dizer que a maioria dos profissionais que se formaram
ou estão se formando, não tem claro o papel da escola, os
objetivos da aprendizagem, a razão dos conteúdos a serem
trabalhados, enfim, não tem claro o seu próprio papel de
educador. (SABO, 2010, p. 14 apud LOPES, 2000, p. 12)
De fato, podemos dizer que em muitos casos o professor, desde sua
formação, não recebeu fundamentos matemáticos necessários para trabalhar tal
assunto. O que contribui também é a questão social do professor, o meio em que
vive, suas necessidades e os recursos que possui para aumentar sua capacitação.
Dessa forma entendemos que os saberes do professor
estão atrelados às condições sociais e de trabalho por ele
vividas, como também pela sua personalidade e experiência
profissional, ou seja, esses saberes estão assentados entre o
que o professor é e o que ele faz e, desse modo, situam-se
entre o individual e o social. (SABO, 2010, p. 34)
Existe também o fato de que muitos professores possuem certa facilidade
para acomodação, apóiam-se em seus livros didáticos e não buscam outros meios
de se ensinar um assunto considerado difícil ou que não está no seu conhecimento.
Por sua vez, os livros didáticos trazem os conteúdos de forma sucinta e, na maioria
das vezes, como um pacote fechado para ser aplicado em determinada série,
15
havendo assim uma dificuldade para intercalar outros conteúdos.
Um dos fatores que pode contribuir e favorecer que os
professores
não
abordarem
determinados
conceitos
matemáticos é a segmentação do conhecimento matemático.
Cada conceito é tratado de forma pontual em uma determinada
série do Ensino Médio, desta forma, não há interação entre os
conhecimentos ensinados. (SABO, 2007, p. 8)
No Ensino Fundamental o tema da combinatória é pouco abordado. Os livros
didáticos abordam sobre o Princípio Aditivo e Multiplicativo e ainda assim
resumidamente. A aplicação constante do conteúdo depende definitivamente do
professor, que como já vimos, muitas vezes não o faz.
O que podemos dizer é que nos tempos de hoje, com os computadores,
internet, celulares avançados e os vários meios de comunicação o professor tem
subsídios de busca e capacitação “[...] ele precisa assumir o papel de agente
participativo e protagonista no processo de seu desenvolvimento profissional”.
(SABO, 2010, p. 34). Ele pode deixar de se apoiar somente nos livros didáticos e
pleitear formações continuadas, e outros recursos que abordem este e outros temas
que cujo ensino deixam a desejar.
Quanto aos livros didáticos, uma solução possível seria intercalar conteúdos
de técnicas de contagem desde o primeiro ano do Ensino Médio, buscando novas
possibilidades de resolução e de interação destes conceitos.
A grande maioria dos livros didáticos do Ensino Médio
segue o padrão de “encaixotamento” dos conceitos
matemáticos, ou seja, cada conceito matemático é abordado
pontualmente em uma determinada série, desta forma, não há
interação entre os conhecimentos matemáticos ensinados.
(SABO, 2007, p. 20)
Também seria necessário fazer uma modificação nas técnicas abordadas,
pois a maioria dos livros traz muitos exercícios que alteram apenas o enunciado, e o
aluno, por sua vez, aplica a resolução de forma mecânica, não entendendo o
procedimento.
Este pensamento nos fez acreditar que este trabalho pode ser de grande
serventia, pois damos ao professor sugestões de como trabalhar novos conceitos e
revisando conteúdos que já foram transmitidos, reforçando assim o que foi ensinado.
A pergunta que pode surgir: Por que utilizar o conceito de funções geradoras
no Ensino Médio? Em primeiro lugar podemos responder que, deste modo,
apresentaremos aos alunos do Ensino Médio problemas de contagem que não se
enquadram na classificação usual de arranjo, permutação e combinação e isto pode
16
ser estimulante para os alunos e para que os professores repensem seus conceitos
e métodos de ensino. Por exemplo, considere o seguinte problema que
abordaremos aqui:
“Um professor de Educação Física quer montar um time misto com 7
jogadores. Quantas soluções são possíveis de forma que tenha no máximo 5
meninos ou 5 meninas?”
Problemas deste tipo recaem em procedimentos matemáticos que não estão
previstos nos textos do Ensino Médio.
Outro modo de justificar o uso de funções geradoras ordinárias é que este
tópico utiliza os conceitos do binômio de Newton e de polinômios e, deste modo,
estaremos integrando o ensino dos tópicos de matemática do Ensino Médio de um
modo útil e inovador. Além de que, por meio das funções geradoras podemos
enumerar possibilidades combinatórias de um problema de forma mais concreta e
certeira.
Em nossa pesquisa bibliográfica não encontramos propostas de metodologias
de ensino que utilizem as funções geradoras no Ensino Médio sendo que estas
constituem um tópico importante da matemática discreta e que é tema de pesquisa
avançada atualmente. Nos livros, Matemática Concreta (KNUTH,1995) e Introdução
à análise combinatória (SANTOS,1998) e mais recentemente como dissertação do
PROFMAT (GARCIA, 2013), podemos ter contato com a importância e abrangência
do assunto.
17
Capítulo 2
ANÁLISE COMBINATÓRIA: CONCEITOS
Apresentaremos aqui, os conceitos e fórmulas da análise combinatória de
maneira resumida, simples para consulta sendo que os detalhes poderão ser vistos
em (SANTOS, 2007), (KNUTH, 1995), (IEZZI, 2010), (BARRETO, 2003) e (GARCIA,
2013). Entretanto, teremos um pouco mais de cuidado com os conceitos de
polinômios e sua relação com as séries de potências e funções geradoras, pois, é
através destes conceitos que faremos a integração e articulação de conhecimentos
múltiplos.
2.1 Princípio Multiplicativo
O princípio multiplicativo da contagem diz que um acontecimento ocorre em
duas situações sucessivas e independentes, sendo que se a 1ª situação ocorre de a
maneiras e a 2ª situação ocorre de b maneiras, então o número total de
possibilidades de ocorrência desse acontecimento é dado pelo produto a b .
Suponha que uma seqüência seja formada por k elementos (a1 , a2 , a3 ,..., ak ) ,
em que:
a1 pode ser escolhido de n1 maneiras distintas;
a2 pode ser escolhido de n2 formas diferentes, a partir de cada uma das
possibilidades anteriores;
a3 pode ser escolhido de n3 modos diferentes, a partir de cada uma das
escolhas anteriores;
ak pode ser escolhido de nk maneiras distintas, a partir das escolhas
anteriores;
Então, o número de possibilidades para construir a sequência (a1 , a2 , a3 ,..., ak )
é:
n1 n2 n3 ... nk
18
Esse resultado é conhecido como uma extensão do Princípio Multiplicativo
(SANTOS, 2007) e serve de base para a resolução de muitos problemas de
contagem.
Exemplo: (GARCIA, 2013, p.17) Podemos aplicar este princípio para contar os
subconjuntos de um conjunto finito C sem usar a soma das combinações do
seguinte modo: Seja o conjunto C {x1 , x2 ,..., xn } com n elementos. Se S é um
subconjunto
de
C
podemos
descrever
S
como
uma
sequência
s (a1, a2 , a3 , ..., ak ) na qual ai 1 se ai S e ai 0 se ai S . Por exemplo, o
subconjunto S {x1, x2} corresponde á sequência s (1, 1, 0, ..., 0) . Como temos
duas possibilidades, 0 ou 1, para cada posição e as n posições são independentes
então teremos um total de 2n possibilidades o que corresponde a um 2n
subconjuntos.
2.2 Fatorial
Dado um número natural n , definimos o fatorial de n (indicado por n ! ) como:
n! n .(n 1).(n 2)..3.2.1 para n 1
Se n 1 , 1! 1
Se n 0 , 0! 1
Por exemplo:
2! 2.1 2
4! 4.3.2.1 24
3! 3.2.1 6
5! 5.4.3.2.1 120
No final deste capítulo discutiremos como dar uma definição recursiva de fatorial.
2.3 Permutação Simples
Dado um conjunto com n elementos S {a1 , a2 , a3 , ..., an } então o conjunto P
de todas as n-uplas ordenadas ou sequências ( x1 , x2 , x3 , ..., xn ) dos elementos de
S é chamado do conjunto das permutações simples de S .
P {( x1, x2 , x3 , ..., xn ) : xi S e xi x j se i j}
Se denominarmos Pn o número das permutações simples dos n objetos,
então:
19
Pn n(n 1)(n 2) 1 n!
P0 0! 1 .
Vamos definir
Um modo de se usar o princípio multiplicativo para justificar que o fatorial de
n dá o número de permutações possíveis dos elementos distintos da n-upla
(a1 , a2 , a3 , ..., ak ) , é que se temos n escolhas para primeira posição temos (n 1)
escolhas para a segunda posição e (n 2) escolhas para a terceira posição e assim
por diante restando apenas uma escolha para a última posição.
2.4 Arranjos Simples
Arranjos simples de n elementos tomados p a p , onde n 1 e p é um
número natural tal que p n , são todos os grupos de p elementos distintos que
diferem entre si pela ordem e pela natureza dos elementos que compõem cada
grupo.
Notação Anp . (SANTOS, 2007, p. 57)
Usando o princípio multiplicativo vamos encontrar uma expressão matemática
que caracterize Anp .
Se S {a1 , a2 , a3 , ..., an } são os elementos do conjunto então se 0 p n ,
temos n possibilidades de se colocar um elemento de S na posição de x1 em
( x1, x2 , x3 , ..., x p ) e n 1 possibilidades de se colocar um elemento de S na posição
de x2 sem repetir e, assim sucessivamente, temos n ( p 1) possibilidades na
posição
xp .
Pelo
princípio
multiplicativo
temos
então
um
total
de
n (n 1) (n 2) (n 3) ... (n ( p 1)) possibilidades no total.
Portanto Anp n n 1 n 2 n p 1 .
Sabemos que não se altera uma igualdade se a multiplicarmos e dividirmos
por um mesmo valor então:
Anp n (n 1) (n 2) ... (n ( p 1))
Isto é, a fórmula de arranjo pode ser simplificada como
Anp
n!
.
(n p)!
(n p)!
.
(n p)!
20
2.5 Combinação Simples
Chamam-se combinação simples de n elementos tomados p a p , onde n 1
e p é um número natural tal que n p , todas as escolhas não ordenadas de p
n
desses n elementos. Notação: Cnp (lê-se: combinação de n p a p ). Se
p
p n , p , n inteiros, define-se Cnp 0 .(SANTOS, 2007, p. 62)
Vimos que o número de arranjos simples de n elementos tomados p a p é
igual ao número de maneiras de preencher p lugares com n elementos distintos
disponíveis. Obtivemos:
Anp
n!
(n p)!
que é o número de agrupamentos que diferem entre si pela natureza e pela ordem
de colocação de seus elementos no agrupamento, isto é, quem participa e o lugar
que ocupa.
Quando consideramos combinações simples de n elementos tomados p a
p , temos agrupamentos de p elementos tomados entre os n disponíveis, que
diferem entre si apenas pela sua natureza, ou seja, só importa quem participa do
grupo. Neste caso, a combinação simples dos n elementos tomados p a p é dado
pelo arranjo simples dos n elementos tomados p a p dividido por p ! , que é o
número de permutações dos elementos que compõem cada arranjo, isto é,
Cnp
n!
. (SANTOS, 2007, p. 62)
p !(n p )!
2.6 Permutação com Elementos Repetidos
Dada uma n-upla (a1, a2 , a3 , ..., an ) com n elementos, vamos supor que
existem n1 elementos iguais a a1 , n2 elementos iguais a a2 , ∙∙∙, e nr elementos iguais
a ar . Neste caso o conjunto das permutações dos elementos da n-upla é chamado
de conjunto das permutações com repetição. Segue que o número de permutações
distintas que se pode obter com os elementos é:
( n1 , n2 ,..., nr )
Pn
n!
n1 !n2 !... nr !
21
2.7 Arranjo com Repetição
Lembrando que,
(...) o número de arranjos simples de n elementos tomados p a p é dado
por:
Anp n (n 1) (n 2) ... (n p 1) .
Este número conta todas as possíveis maneiras de se retirar, de um
conjunto de n elementos distintos, p elementos, levando-se em conta a
ordem dos elementos.
Caso repetições sejam permitidas, pelo princípio multiplicativo, o
número total de maneiras de se retirar, levando-se em conta a ordem, p dos
n objetos, distintos ou não, é igual a
ARnp n p
uma vez que o primeiro elemento pode ser retirado de n maneiras, o
segundo também de n maneiras e assim sucessivamente até que o p-ésimo
elemento seja escolhido.” (SANTOS, 2007)
Podemos acrescentar que o modelo dos arranjos com repetição dos n
elementos de um conjunto S {a1 , a2 , a3 , ..., an } p a p é dado por todas as p-uplas
( x1, x2 , x3 , ..., x p ) em que xi é um elemento qualquer de S , isto é,
( x1 , x2 , x3 , ..., x p ) S S .... S
p vezes
2.8 Combinações com Repetição
O livro de Santos (2007) descreve as combinações com repetição do seguinte
modo:
“Suponhamos que num parque de diversões existam quatro tipos de
brinquedos a , b , c e d , e que uma pessoa queira comprar dois bilhetes. É
claro que ela poderá comprar dois bilhetes do mesmo tipo. Na tabela abaixo
temos a lista de todas as possibilidades que, como vemos, é igual a dez.
aa
bb
cc
ab
ac
ad
bc
bd
cd
dd
22
Observe que este número é maior do que C42 6 , pois quando
estamos considerando as combinações simples de 4 tomados 2 a 2 , não
podemos tomar um mesmo objeto mais de uma vez. Dizemos ser a tabela
acima a lista das combinações com repetição de 4 tomados 2 a 2 .
Vamos supor que ela resolva comprar 5 bilhetes para estes 4
brinquedos. Algumas possibilidades seriam:
aaaaa
abbbc
aacbb
bbccd
Estamos interessados em contar o total de elementos do tipo acima.
Para sabermos quais foram os 5 bilhetes comprados, basta que a pessoa
nos diga quantos bilhetes de cada tipo comprou. Se chamarmos de x1 o
número de bilhetes para o brinquedo a , de x2 o número para b , de x3 para
c e de x4 o número para o brinquedo d , o que estamos procurando é, nada
mais nada menos, do que o número de soluções inteiras não negativas para
a equação
x1 x2 x3 x4 5 ” (SANTOS, 2007)
Para concluir o exemplo vamos provar o seguinte resultado
Proposição : Se m um inteiro positivo então
a) o número de soluções inteiras e positivas de
x1 x2 ... xr m
é Cmr 11 .
b) o número de soluções inteiras e não negativas de
x1 x2 ... xr m
é Cmr 1r 1 .
Demonstração:
a) Considere m símbolos do número “1 ” alinhados consecutivamente.
Podemos representar todas as soluções positivas da equação dada reagrupando os
números 1 ’s. Por exemplo a solução x1 3; x2 1; x3 3,...; xr 1 1; xr 4 pode ser
representada por
3 1 3 .... 1 4 r
ou
111 1 111 .... 1 1111 r
Como temos (m 1) espaços entre os 1 ’s então cada solução distinta
( x1, x2 ,..., xr ) desta equação pode ser representada por uma escolha de (r 1) destes
23
espaços para se colocar os sinais de “+” separando os grupos que representam as
soluções e portanto temos Cmr 11 escolhas distintas.
b) A cada solução positiva distinta da equação
y1 y2 ... yr m r
corresponde a uma solução não negativa distinta da equação
x1 x2 ... xr ( y1 1) ( y2 1) ... ( yr 1) m
e reciprocamente, logo o total Cmr 1r 1 soluções para x1 x2 ... xr m .
Desta proposição segue que a solução do problema dos bilhetes corresponde
à soluções não negativas da equação x1 x2 x3 x4 5 que é igual a C83 56 .
De modo geral CRnp é o número total de maneiras de selecionarmos p
objetos dentre n objetos distintos onde cada objeto pode ser tomado até p vezes.
Como vimos este número é igual ao número de soluções inteiras não-negativas da
equação x1 x2 ... xn p logo CRnp Cnp p1
Santos (2007) chama a atenção para o fato de que se consideramos as
combinações simples de n elementos tomados p a p então p n . No caso de
combinações com repetição esta restrição não é necessária, como vimos no
exemplo da compra dos bilhetes acima.
2.9 Coeficientes Binomiais
Os coeficientes binomiais podem ser usados no cálculo diferencial para a
expansão de funções (1 x)r , em série de potências, conhecido como Teorema
Binomial (KNUTH, 1995, p. 122). Não vamos usar este resultado mais geral pois
este foge do programa do Ensino Médio, mas ele está presente quando r 1 pois
os textos apresentam a soma da PG infinita S 1 x x 2 ... x n ...
1
.
1 x
Primeiramente vamos definir o que vem a ser um binômio, segundo Santos
(2007) chamamos de binômio qualquer expressão da forma a b , isto é, a soma de
dois símbolos distintos.
Definimos como coeficiente binomial o número que representa a quantidades
de vezes que um termo aparece na expansão de um produto binomial, (a b)n .
24
n
Segundo Knuth (1995), “o símbolo denota um coeficiente binomial, assim
p
chamado devido a uma propriedade importante, o teorema binomial. Lemos este
símbolo como “combinação de n p a p ”, o que tem sua origem na interpretação
combinatória – é o número de maneiras diferentes de combinar n coisas de p em
p.
De acordo com Santos (2007),
“(...)vamos considerar, inicialmente, o seguinte produto:
(a b)(c d )(e f ) ace acf ade adf bce bcf bde bdf ,
Que consiste de oito termos, onde cada termo consiste de três letras,
cada uma selecionada de um dos binômios. Pelo princípio multiplicativo, é
claro que o número total de termos é
23 8 . Para o produto
(a b)(c d )(e f )( g h) , temos 16 24 termos, cada um consistindo de um
produto de 4 letras, cada uma delas pertencendo a um dos 4 binômios
considerados. Por exemplo, acdf e adeh são alguns dos 16 termos deste
último produto. No caso do produto de n binômios, temos 2n termos.
Consideremos agora o produto
(a b)(a b)(a b)(a b)(a b)(a b) .
Como temos 64 maneiras de selecionarmos 6 letras, uma de cada
binômio, e como todos os binômios são iguais a (a b) , teremos termos
repetidos. Por exemplo, se tomarmos a letra a nos 4 primeiros e a letra b
nos 2 últimos teremos a 4b2 , que irá aparecer toda vez que a letra a for
escolhida em exatamente 4 dos 6 binômios e a letra b nos 2 restantes.
Como isto pode ser feito de C64 maneiras diferentes, concluímos que o termo
a 4b2 irá aparecer este número de vezes, o que equivale a dizer que o
coeficiente de a 4b2 é igual a C64 .”(SANTOS, 2007)
2.9.1 Propriedades dos Coeficientes Binomiais
Propriedade de simetria: Se p e q são inteiros positivos ou nulos e n p q
25
p q p q
então
e neste caso dizemos que p e q são números binomiais
p q
complementares.
Relação de Stifel. Se r n é um número inteiro positivo ou nulo então
n n n 1
p p 1 p 1
Demonstração: Desenvolveremos cada um dos membros da igualdade e
chegaremos a uma identidade.
n!
n!
(n 1)!
p !(n p)! ( p 1)!(n p 1)! ( p 1)![(n 1) ( p 1)]!
n !( p 1) n !(n p)
(n 1)!
( p 1)!(n p)!
( p 1)!(n 1 p 1)!
n !( p 1 n p)
(n 1) n !
( p 1)!(n p)! ( p 1)!(n p)!
(n 1) n !
(n 1) n !
( p 1)!(n p)! ( p 1)!(n p)!
2.10 Binômio de Newton
Supondo um número natural n , podemos considerar a seguinte expressão:
n
n
n
n
( x a)n xn a0 x n1a1 x n2a 2 ... x0a n
0
1
2
n
Com o emprego do somatório, a fórmula fica reduzida a:
n
n
( x a) n x n p a p
p 0 p
n
e xn p a p é chamado de termo geral do binômio de Newton
p
Exemplos: Considerando alguns valores para n , temos:
a) n 0
0
( x a )0
0
b) n 1
1
1
( x a)1 x1a 0 x0 a1
0
1
26
c) n 2
2
2
2
( x a)2 x 2 a0 x1a1 x0 a 2
0
1
2
d) n 3
3
3
3
3
( x a)3 x3a0 x2 a1 x1a 2 x0 a3
0
1
2
3
A definição de coeficiente binomial deve ser da seguinte forma (KNUTH,
1995, p.114). Se k é um número inteiro e r um número real qualquer então
definimos
r (r 1)(r 2)....(r k 1)
,
r
k!
k 0,
se k 0
se k 0
1 (1)(2)(3) 1 (1)(2)
Por exemplo, se r 1 então
,
1, isto é,
2!
3!
2
3
1
k
(1) para qualquer inteiro k . No caso de r não ser um inteiro positivo
k
o coeficiente binomial está definido para todo número inteiro k e, neste caso, o
coeficiente binomial não tem uma interpretação combinatória.
A extensão do binômio de Newton para coeficientes combinatórios mais
gerais é conhecida como Teorema Binomial (KNUTH, 1995, p.120) é dada pela série
binomial
r
( x a) r x n p a p
p 0 p
No presente trabalho vamos usar este resultado apenas no caso em que
r 1
1
1
(1 ( x))1 ( x) p (1) p ( x) p x p 1 x x 2 ... x p ....
1 x
p 0 p
p 0
p 0
que é conhecida como a série geométrica e, no nosso caso, ela é uma das funções
geradoras definidas a seguir.
Alguns textos de matemática para o Ensino Médio (PAIVA,1995, p.45)
apresentam a soma infinita de uma PG de razão r com valor absoluto menor do que
1 , isto é, se r x e se x 1 então
27
U ( x) 1 x x 2 x3 x 4 ... x n ....
1
1 x
No caso do uso de U ( x ) como funções geradora, não estamos interessados
quanto a convergência desta série mas apenas no seu aspecto formal (como se
fosse um polinômio infinito) e não como uma função na qual podemos substituir o
valor de x por um número real qualquer.
2.11 Polinômios e Séries de Potências
Esses conceitos, aqui, serão tratados de modo a dar subsídios para a
formulação da teoria de funções geradoras (GARCIA, 2013).
Definição 2.11.1: “[...]. Uma sequência de números reais é uma função
a : N R que associa a cada número natural n um número real an ,
chamado de n-ésimo termo da sequência.
Escrevemos a (a1, a2 , a3 , ..., an , ...) ou (an )nN , ou simplesmente
(an ) , para indicar a sequência cujo n-ésimo termo é an .
Observação [...]. A sequência
(an )
é diferente do conjunto
{a1 , a2 , ..., an , ...} de seus termos. Por exemplo, a sequência (1, 1, 1, 1, 1) não
é o mesmo que o conjunto
{1} ; as sequências
(0, 2, 0, 2, ...)
e
(0, 0, 2, 0, 0, 2, ...) são diferente mas o conjunto de seus termos é o mesmo,
igual a {0, 2} .” (GARCIA, 2013)
Definição 2.11.2: “[...].Um polinômio de grau n é uma expressão do tipo
p( x) a0 a1x a2 x2 a3 x3 ... an xn ,
onde an , são termos da sequência (a1, a2 , a3 , ..., an ) e x uma variável.”
(GARCIA, 2013)
Definição 2.11.3 “[...]. Uma série de potências é uma série infinita da
forma a0 a1x a2 x2 a3 x3 ..., onde ai , para i 0, 1, 2, 3,... , são reais e x é
uma variável.
Desta forma um polinômio de grau n em x é um caso particular de
uma série de potências. De fato,
28
p( x) a0 a1 x a2 x 2 a3 x 3 ... an x n
a0 a1 x a2 x 2 a3 x 3 ... an x n 0 x n 1 0 x n 2 ...
an x n
n 0
Quando tivermos interessados em identificar apenas os coeficientes
a0 , a1 , a2 ,..., an ,... , da série de potências
a0 a1x a2 x2 a3 x3 ...,
os termos
x0 1, x1 , x2 ,..., xn ,...
serão meros símbolos algébricos. Nesse caso, a série de potências é
chamada formal.” (GARCIA, 2013)
Definição
2.11.4:
“[...].
Se
a0 a1x a2 x2 a3 x3 ...
e
b0 b1x b2 x2 b3 x3 ... são duas séries de potências, então a soma destas
duas séries é a série de potências na qual o coeficiente de x n é
an bn
e o produto destas duas séries é a série de potências na qual o coeficiente de
xn é
a0bn a1bn1 a2bn2 ... anb0 .” (GARCIA, 2013).
Como no caso dos polinômios, vamos usar aqui a propriedade de que duas
séries de potências são iguais se, e somente se, todos os coeficientes de mesmo
grau são iguais, isto é, dadas as séries
S ( x) a0 a1x a2 x2 a3 x3 a4 x4 ... an xn .... e
T ( x) b0 b1x b2 x2 b3 x3 b4 x4 ... bn xn ....
então: T ( x) S ( x) se, e só se, ak bk para todo k 0, 1, 2, ... .
Vamos usar este resultado no caso da série geométrica,
U ( x) 1 x x 2 x3 x 4 ... x n ....
1
1 x
O professor pode escolher em usar a função U ( x ) como soma de uma PG ou
simplesmente fazer uma soma e multiplicação formal das séries de potências. Como
xU ( x) x x2 x3 x4 ... xn ...
então:
29
(1 x)U ( x) (1 x)(1 x x2 ... xn ) 1 0x 0x2 ... 0xn ...
Se S ( x) a0 a1x a2 x2 a3 x3 a4 x4 ... an xn .... é uma série de potências e
se
S ( x) a0 a1x a2 x2 a3 x3 a4 x4 ... an xn .... (1 x)U ( x) 1 0x ... 0x n
então a0 1, a1 0, a2 0, ..., an 0,...
2.12 Polinômios de várias variáveis
O conceito de polinômio de várias variáveis não é um conteúdo do Ensino
Médio, mas julgamos que sua assimilação é bastante natural para os alunos que já
estudaram grau de um monômio no Ensino Fundamental. Usaremos os polinômios
de várias variáveis para representar de forma fiel as possibilidades combinatórias
entre os objetos de um problema.
Um polinômio de duas ou mais variáveis com coeficientes reais é dado por
uma soma finita
P P( x1 , x2 ,..., xn )
0 jk N
ai1 ...in x1 j1 x2 j2 ...xn jn
Segundo (MONTEIRO, 1969, p.318) ai1 ...in são os coeficientes, que no nosso
caso podem ser reais ou inteiros, x1 , x2 , ..., xn são as indeterminadas e j1 , j2 , ..., jn
inteiros positivos ou nulos são os expoentes das indeterminadas e a expressão
x1 j1 x2 j2 ...xn jn é chamada de monômio. Esta definição estende a definição de
polinômio de uma variável.
Cada parcela da soma do polinômio ai1...in x1 j1 x2 j2 ...xn jn é chamada de termo do
polinômio e dizemos que o grau de ai1...in x1 j1 x2 j2 ...xn jn é q (MONTEIRO, 1969, p.319)
onde a soma j1 j2 ... jn q . O grau do polinômio P é definido como o maior grau
de seus temos.
Por exemplo P( x1, x2 ) 3x1x2 x13 x2 1 é um polinômio de duas variáveis com
coeficientes inteiros. Pela definição acima o grau de 3x1 x2 é dois, o grau de x13 é
três, o grau de x2 é um e o grau de 1 é zero. Portanto o grau de P( x1 , x2 ) é três.
Como no polinômio de uma variável, no conjunto de polinômios de várias
30
variáveis estão definidas as operações de adição e multiplicação.
2.13 Funções Geradoras
Apresentaremos de uma forma geral o conceito de funções geradoras que
são chamadas de ordinárias (SANTOS, 2007) que, no nosso ponto de vista, são as
mais adequadas para serem usadas no Ensino Médio. Existem sim outros tipos de
funções geradoras, as exponenciais, de Dirichlet que podem ser vistas nos textos do
(KNUTH, 1995) e (SANTOS, 2007).
Santos (2007) dá uma introdução de funções geradoras com os seguintes
exemplos:
“Suponhamos uma caixa contendo quatro bolas, sendo duas amarelas,
uma branca e uma cinza. Representando, respectivamente, por a , b e c , as
bolas de cor amarela, branca e cinza, vamos listar todas as possibilidades de
tirarmos uma ou mais bolas desta caixa.
Maneiras de tirar uma bola: a, b, c .
Maneiras de tirar duas bolas: aa, ab, ac, bc .
Maneiras de tirar três bolas: aab, aac, abc .
Maneiras de tirar quatro bolas: aabc .
Associamos o polinômio 1 ax a 2 x 2 às bolas de cor amarela, e às de
cor branca e cinza associamos, respectivamente, os polinômios 1 bx e 1 cx .
Interpretamos o polinômio 1 ax a 2 x 2 da seguinte forma: o termo ax
significa que uma bola de cor amarela foi escolhida, o termo a 2 x 2 que duas
foram escolhidas e o termo constante 1 ( x0 ) que nenhuma bola amarela foi
escolhida. De forma análoga, interpretamos os polinômios 1 bx e 1 cx .
Cada um destes polinômios controla, portanto a presença de bolas de uma
determinada cor. Olhamos, agora, para o produto destes três polinômios:
(1 ax a2 x2 )(1 bx)(1 cx)
1 (a b c) x (a2 ab ac bc) x2 (a2b a2c abc) x3 a2bcx4 .
Como se pode observar esse produto nos fornece, diretamente a lista
de possibilidades dada acima. O termo a 2 , que aparece no coeficiente de x 2 ,
surgiu ao tomarmos a 2 x 2 no primeiro polinômio, o termo 1 (que significa “não
31
pegar b ”) em 1 bx e o termo 1 ( que significa “não pegar c ”) em 1 cx , isto
é, devemos tomar duas bolas amarelas, nenhuma bola branca e nenhuma
bola cinza. O termo acx 2 , que surgiu do produto (ax)(1)(cx) , significa a
retirada de uma bola amarela nenhuma branca e uma cinza. Observe que o
expoente de x representa o número de bolas retiradas e o coeficiente, a lista
destas possibilidades.
Caso estivéssemos interessados, não na listagem das diferentes
escolhas possíveis, mas somente no número de tais diferentes escolhas,
bastaria tomarmos, no produto dos três polinômios, a b c 1 , obtendo:
(1 x x2 )(1 x)(1 x) 1 3x 4x2 3x3 1x4
O qual nos diz que existem 3 maneiras de retirarmos só uma bola, 4
de retirarmos 2 bolas, 3 de retirarmos 3 bolas, 1 de retirarmos as 4 bolas e
1 ( x0 ) de não retirarmos nenhuma bola.
Dizemos que o polinômio 1 3x 4 x2 3x3 1x 4 é a função geradora
ordinária para o problema apresentado, uma vez que a sequência formada
pelos seus coeficientes, 1, 3, 4, 3, 1 , nos fornece as respostas para esse
problema.
Outro problema típico é o de encontrar o número de soluções inteiras
da equação x1 x2 x3 12 , onde as variáveis x1 e x2 pertencem ao conjunto
{2, 3, 4} e a variável x3 pertence ao conjunto {5, 6, 7} . Definimos três
polinômios, um para cada variável xi , da seguinte forma:
p1 x2 x3 x4
p2 x2 x3 x4
p3 x5 x6 x7
Observe que os expoentes em pi são os elementos do conjunto ao
qual xi pertence. Como estamos procurando números cuja soma seja 12 e
que estejam cada um , num conjunto cujos elementos são os expoentes dos
polinômios acima, vamos considerar o produto p( x) destes três polinômios:
P( x) p1 p2 p3 ( x2 x3 x4 )( x2 x3 x4 )( x5 x6 x7 ) .
Mostramos a seguir que a resposta ao nosso problema será o
coeficiente de x12 na expansão do referido produto. Como este produto é
32
igual a:
( x2 x3 x4 )2 ( x5 x6 x7 ) x9 3x10 6x11 7 x12 6x13 3x14 x15 ,
A equação x1 x2 x3 12 possui 7 soluções inteiras com as restrições
dadas. Um termo como x3 x 2 x 7 nos fornece a solução x1 3 , x2 2 e x3 7 . O
termo x3 x 4 x5 nos fornece x1 4 , x2 3 e x3 5 . O que verificamos aqui é que
cada solução deste problema corresponde a exatamente uma maneira de se
obter x12 na expansão do produto dos polinômios em questão. Observamos
que o polinômio x9 3x10 6 x11 7 x12 6 x13 3x14 x15 nos fornece também, a
resposta para outros problemas. Como o coeficiente de x14 é igual a 3 ,
existem, com as restrições dadas, somente 3 soluções para a equação
x1 x2 x3 14 . Na realidade pelas razões apresentadas acima o polinômio
gera o número de soluções para todas as equações x1 x2 x3 m , para
m {9, 10, 11, 12, 13, 14, 15} , com as restrições impostas ás variáveis xi ’s.
Definição (SANTOS, 2007): Se ar , para r 1, 2, 3, ... , é o número de soluções
de um problema de combinatória, a função geradora ordinária para este problema é
a série de potências
a0 a1x a2 x2 a3 x3 ...,
ou, de maneira geral, dada a sequência (ar ) , a função geradora ordinária para está
sequência é definida como a série de potências a0 a1x a2 x2 a3 x3 ... .
Chamamos atenção para o fato de que, apesar do nome, a função geradora é
dada por uma série formal, isto é, esta pode não definir uma função no sentido
estrito, pois a série pode resultar num número infinito se substituímos a variável x
por um número real r , como no caso da série geométrica
1 x x2 ... x p ...
que só resulta num número bem definido se x 1.
Em 2.8 provamos que o número de soluções inteiras e positivas de
x1 x2 ... xr m
é Cmr 11 .
Note que este número coincide com o coeficiente de x m
( x1 x2 x3 x4 ..... x p .....)r
e o número de soluções inteiras e não negativas de
33
x1 x2 ... xr m é Cmr 1r 1 .
e este número coincide com o coeficiente de x m de
(1 x1 x2 x3 x4 ..... x p .....)r
2.14 Relação de recorrência
A relação de recorrência não é um tópico comum nos textos do Ensino Médio,
portanto, o professor terá que explicar antes, com exemplos, o seu significado.
A relação de recorrência é um tópico de fácil compreensão e é central nas
ideias matemáticas, achamos que este tipo de solução é pertinente para o Ensino
Médio, pelo menos para turmas onde se pode falar de tópicos especiais de
matemática.
O professor pode introduzir estas ideias definindo o fatorial como uma relação
de recorrência como:
Exemplo 2.14.1: “Sabendo que 1! 1
calcule 5! pela relação de recorrência
n ! n(n 1)!”
Pela relação de recorrência 5! 5.(4)! . Usando novamente a relação de
recorrência, passo a passo, temos 4! 4.(3)! ; 3! 3.(2)!; 2! 2.(1)! e, por definição,
1! 1 logo, fazendo as substituições temos 5! 5.(4).(3).(2).(1) 120 .
Outra situação que pode ser apresentada para os alunos como preparação
para relações de recorrência mais complexas é apresentação da soma de uma
progressão geométrica de razão r e termo inicial a0 1 como uma relação de
recorrência
Exemplo 2.14.2: Dada relação de recorrência
S (n) S (n 1) r n e S (0) 1
calcular S (4) .
Neste caso, podermos calcular S (4) usando a fórmula de recorrência
S (4) S (3) r 4 ,
S (3) S (2) r 3 ,
S (2) S (1) r 2 ,
S (1) S (0) r e
S (0) 1 por definição.
34
Substituindo os valores temos
S (4) 1 r r 2 r 3 r 4
No caso da soma de uma PG podemos obter uma fórmula chamada de
r n 1 1
fórmula fechada para cada n dada por S (n)
, mas no caso do fatorial temos
1 r
que fazer a multiplicação dos n números que é o mesmo processo de calcular o
fatorial usando a relação de recorrência, isto é, multiplica-se o número n pelo fatorial
do número anterior.
Estes dois exemplos são importantes, pois são funções conhecidas (conceitos
estudados) pelo estudante do Ensino Médio. O professor pode introduzir outro
exemplo famoso da matemática que é sequência de Fibonacci.
Exemplo 2.14.3: A sequência de Fibonacci que é dada por uma relação de
recorrência da ordem 2 , isto é, o termo F (n) é a soma dos dois termos anteriores
da sequência.
F (n) F (n 1) F (n 2) e F (1) 1 e F (2) 1 então deste modo podemos
calcular os termos sucessivos para n 2, 3, 4, ...
F (3) F (2) F (1) 1 1 2 ;
F (4) F (3) F (2) 2 1 3 ;
F (5) F (4) F (3) 3 2 5 , etc.
O professor poderá informar de que dada uma recorrência nem sempre é
possível achar uma fórmula fechada como no caso da soma de uma PG. Mas em
alguns casos podemos definir uma fórmula fechada para a sequência de Fibonacci,
(KNUTH, 1995):
1 1 5
Fn
5 2
n 1
1 1 5
5 2
n 1
entretanto, a prova deste resultado não é objeto do Ensino Médio.
Outra sugestão para mostrar uma relação de recorrência de segunda ordem e
é conhecida dos estudantes é a relação dos coeficientes combinatórios que nos
livros didáticos é chamada de relação de Stiefel com a qual podemos obter o
triângulo de Pascal que também é bastante divulgado nos livros didáticos,
(BARRETO, 2003), (IEZZI, 2010).
35
n1 n n
k 1 k 1 k
Para abordar o problema 4 utilizando-se relações de recorrência o professor
poderá fazer um problema análogo simplificando-o para ficar claro a forma com que
se emprega a recorrência, exemplo: solução preliminar:
36
CAPITULO 3
APLICANDO FUNCÕES GERADORAS NO ENSINO MÉDIO
Como já dissemos anteriormente, a solução de problemas de contagem e
combinatória consiste de um dos tópicos mais problemáticos de ser ensinado no
Ensino Médio.
As soluções de problemas de combinatória utilizando-se funções geradoras
são, em geral, estudadas na disciplina denominada Matemática Discreta do Ensino
Superior, pois seu desenvolvimento geral envolve o conhecimento da expansão de
funções em série de Taylor que não é assunto do Ensino Médio.
Os textos destinados ao ensino do binômio de Newton no Ensino Médio
utilizam a fórmula da combinação para calcular os coeficientes binomiais e esta é a
única ligação apresentada entre o desenvolvimento do binômio de Newton para
expoentes positivos e a combinatória. Os aspectos da formação dos coeficientes
binomiais como um sistema de contagem, como é usado nas funções geradoras,
como foi apresentado na introdução deste trabalho não é ressaltado no Ensino
Médio.
O objetivo deste capítulo é apresentar alguns problemas que podem ser
apresentados no Ensino Médio e cujas soluções evidenciam a integração entre o
desenvolvimento polinomial do binômio de Newton e da série geométrica como uma
forma de contagem e que, poderão ser usados pelos professores no ensino regular
ou como tópicos extras de matemática, também é uma boa opção para o ensino
superior, para revisar conceitos e conteúdos de combinatória e soluções alternativas.
Neste capítulo vamos selecionar alguns problemas de combinatória e
contagem que estão presentes nos textos do Ensino Médio e vamos propor métodos
de soluções que utilizam os coeficientes binomiais das funções geradoras de alguma
forma.
Alguns professores poderão nos fazer a crítica de que a proposta “complica a
solução”, pois se pode dar a resposta de modo mais rápido seguindo os passos
tradicionais. Entretanto nosso objetivo não é resolver o problema de modo mais
rápido, mas sim, mostrar outros modos de raciocínios que buscam mapear um
problema de contagem num problema de busca de coeficientes de polinômios (ou
37
séries de potências) de forma vantajosa, pois estes mapeamentos transformam o
problema combinatório num problema algébrico de cálculo de coeficientes
polinomiais.
3.1 Problema 1
O problema a seguir foi adaptado do livro (IEZZI, 1977), que traz a seguinte
questão: “Um grupo tem 10 pessoas. Quantas comissões de no mínimo 4 pessoas
podem ser formadas, com as disponíveis?”. Segue então nosso problema:
Um grupo tem 5 pessoas. Quantas comissões de no mínimo 3 pessoas podem ser
formadas, com as disponíveis?
Proposta de desenvolvimento: Inicialmente o professor pode propor aos alunos
que construam todas as comissões possíveis, por se tratar de um grupo
relativamente pequeno de pessoas, a enumeração direta não é um processo
trabalhoso. Depois disso o professor pode pedir para os alunos resolverem o
problema por meio de combinação simples. Logo a seguir trabalhamos outra forma
de solucionar este problema, que é por meio das funções geradoras, que tem o
papel de mapear e integrar outros conceitos de polinômios de uma ou mais variáveis
aos problemas de combinatória.
Solução 1- Solução descritiva: Sempre que houver tempo encorajamos o professor
a sugerir ao aluno que descreva todas as soluções nomeando-se as pessoas de um
modo sugerido pelos alunos. Por exemplo, o professor pode sugerir os nomes
A, B, C, D e E , então, neste caso podemos descrever explicitamente as comissões
como
{A, B, C}, {A, B, D}, {A, B, E}, {A, C, D}, {A, C, E}, {A, D, E}, {B, C, D}
{B, C, E}, {B, D, E}, {C, D, E} comissões com 3 pessoas;
{A, B, C, D}, {A, B, C, E}, {A, B, D, E}, {A, C, D, E}, {B, C, D, E} ,
com 4 pessoas e
{A, B, C, D, E} comissão com 5 pessoas.
comissões
38
As dificuldades que os alunos vão encontrar em ordenar todas as comissões
de uma forma racional como foi feito acima pode valorizar de modo instrutivo a
solução por função geradora que o professor vai apresentar.
Fica aqui outra sugestão que pode facilitar a contagem, iremos chamar de “o
pulo do gato”. Nomear as pessoas por números 1, 2, 3, 4, 5 e formar as comissões
de 3, 4 e 5 pessoas com uma sequência 123 para designar a comissão {1, 2, 3} .
Assim {123, 124, 125, 134, 135, 145, 234, 235, 245, 345} formam as 10 comissões com
3 pessoas e {1234, 1235, 1245, 1345, 2345} formam as comissões com 4 pessoas e
{12345} a comissão com 5 pessoas formando um total de 16 comissões. Note que a
ordenação dos números nas comissões pode ser uma “prova” de que nenhuma
comissão foi esquecida. Está é a idéia que iremos utilizar nos polinômios para
descrever todas as comissões.
Solução 2: Solução tradicional: O professor pode ainda mostrar que uma comissão
formada pelas pessoas A, B e C é igual a comissão formada pelas pessoas B, C e
A , logo, podemos concluir que em cada comissão a ordem das pessoas não é
importante. Como as comissões devem ter no mínimo 3 pessoas temos que
considerar comissões com 4 e com 5 pessoas também. Logo este problema pode
ser resolvido com a soma das combinações simples das cinco pessoas tomadas 3 a
3, 4 a 4 e 5 a 5.
3
4
5
5
5
5
C C C
5!
5!
5!
10 5 1 16
3!(5 3)! 4!(5 4)! 5!(5 5)!
Os alunos podem comparar, neste caso, o modelo de solução descritiva com o
resultado obtido nesta solução.
Solução 3: Descrevendo e contando todas a soluções com polinômios. Se
supormos que as pessoas são dadas pelas variáveis x1 , x2 , x3 , x4 e x5 então vamos
obter a descrição de todas as comissões através de um polinômio com 5 variáveis
da seguinte maneira:
As comissões compostas com apenas 1 pessoa também serão identificadas
por x1 , x2 , x3 , x4 e x5 . Note que se colocamos um sinal de + entre as variáveis
obtemos um polinômio de grau 1 com as 5 comissões de uma pessoa.
39
p1 x1 x2 x3 x4 x5
Analogamente o conjunto das comissões com duas pessoas xi e x j podem
ser denotadas pelo conjunto {x1, x2} ou pelo monômio do segundo grau x1 x2 . Deste
modo o conjunto de todas as comissões com duas pessoas podem ser denotadas
pelo polinômio p2 de grau dois com 10 termos sendo que cada termo representa
uma comissão distinta.
p2 x1x2 x1x3 x1 x4 x1 x5 x2 x3 x2 x4 x2 x5 x3 x4 x3 x5 x4 x5
O professor pode chamar a atenção de que a forma de enumeração escolhida
segue uma ordem lógica dos índices que aparecem, são números na ordem
crescente 12, 13, 14, ..., 45 . Deste modo podemos “certificar” que colocamos todas as
comissões possíveis com duas pessoas.
Analogamente, as comissões com três pessoas podem ser dadas pelo
polinômio p3 , as comissões com quatro pessoas pelo polinômio p4 e as com cinco
pessoas pelo polinômio p5 , descritos a seguir:
p3 x1x2 x3 x1 x2 x4 x1 x2 x5 x1 x3 x4 x1 x3 x5 x1 x4 x5 x2 x3 x4 x2 x3 x5 x2 x4 x5 x3 x4 x5
p4 x1x2 x3 x4 x1x2 x3 x5 x1 x2 x4 x5 x1 x3 x4 x5 x2 x3 x4 x5
p5 x1 x2 x3 x4 x5
Como no caso das comissões com duas pessoas, escolhemos colocar os
termos dos polinômios de uma certa maneira de modo que os índices apareçam
numa ordem numérica crescente.
Estes polinômios podem ser colocados também de uma forma mais sintética
como um único polinômio que é o produto de 5 binômios de grau 1 dados por:
p (1 x1 )(1 x2 )(1 x3 )(1 x4 )(1 x5 ) 1 p1 p2 p3 p4 p5
O polinômio p descreve todas as comissões possíveis com cinco elementos,
isto é, cada termo deste polinômio representa uma comissão distinta e a constante 1
pode ser interpretada como associada à comissão vazia.
Muito embora este polinômio descreva todas as comissões ele não fornece a
resposta do problema proposto.
Como cada polinômio pk descreve todas as combinações possíveis com k
pessoas então se fizermos:
40
x x1 x2 x3 x4 x5
então:
p( x) (1 x)5
C
0 k 5
5
k
xk , ou,
5
5
5
5
5
5
p x (1 x)5 .15 .14. x .13. x2 .12. x3 .1.1 x4 . x5
0
1
2
3
4
5
p x 1 5x 10 x2 10x3 5x4 1x5
A solução do problema é dada pela soma dos coeficientes dos termos de
graus 3, 4 e 5 do polinômio p( x)
3
4
5
5
5
5
C C C
5!
5!
5!
10 5 1 16
3!(5 3)! 4!(5 4)! 5!(5 5)!
e o polinômio p( x) é chamado de função geradora ordinária.
Comentários:
1- Se o aluno tentou descrever todas as soluções sem aplicar uma
sistemática de contagem ele vai ter dificuldades em certificar-se de que ele
descreveu todas as comissões possíveis. A solução tradicional vai lhe fornecer um
número e ele poderá voltar ao problema e verificar se todas as combinações foram
contadas. A solução polinomial vai ensinar ao estudante uma forma de sistematizar a
contagem das comissões na forma polinomial.
2- A substituição das variáveis x x1 x2 x3 x4 x5 que transforma o
polinômio descritor numa função geradora pode ser usada para justificar que os
coeficientes do Binômio de Newton ou Teorema Binomial são combinações pois,
alguns textos, (BARRETO, 2003), não apresentam provas explicativas destes
resultados.
3- Um dos mistérios do enunciado do problema 1 está na expressão “no
mínimo 3 pessoas” que pode causar uma dificuldade de interpretação para os
alunos. O professor poderá propor como exercício o mesmo problema trocando a
expressão no mínimo 3 pessoas” por “no máximo 4 pessoas” (podendo ou não
levar em conta a comissão vazia) ou ainda, trocar pela expressão por “no mínimo 2
e no máximo 4 pessoas”.
41
3.2 Problema 2
Existem 10 jogadores de futebol de salão, entre eles João, que por sinal é o único
que joga como goleiro. Nestas condições, quantos times de 5 pessoas podem ser
escalados?
Proposta de desenvolvimento: Como no problema 1 pode-se primeiramente pedir
aos estudantes para construir um quadro com todas as possibilidades para que
estes tenham uma resposta esperada. Eles irão notar que é uma construção
trabalhosa, então, logo depois pode-se pedir para que eles resolvam o problema da
forma apresentada a seguir, posteriormente faremos a solução por meio das funções
geradoras ordinárias que nos darão assim todas as possíveis formações de grupos
com n pessoas entre as nove disponíveis.
Solução 1: Solução tradicional: Observando que João, por ser o único goleiro, já
tem confirmação garantida na escalação, devemos então escolher mais quatro
jogadores entre os nove disponíveis, como no exemplo anterior devemos usar uma
combinação simples para encontrar o resultado, pois o professor pode mostrar aos
alunos que neste caso, a ordem das pessoas é irrelevante, então o correto é:
C
4
9
9!
9.8.7.6
126
4!9 4! 4.3.2.1
O professor pode chamar a atenção dos alunos para mostrar que construir
uma tabela de possibilidades neste caso, seria muito trabalhoso.
Solução 2: Aplicando os polinômios: “Solucionar este problema utilizando funções
geradoras é dar um tiro de canhão para matar uma formiguinha”.(TEIXEIRA, 2004,
p. 22). Neste exercício não utilizaremos os polinômios da função geradora para
mapear a situação, porque como já dissemos será um processo trabalhoso,
entretanto usaremos a função geradora para articular outros conteúdos como os
coeficientes binomiais, polinômios e combinação. Devemos lembrar que um jogador
pode ser ou não selecionado, daí para representar uma pessoa usaremos o
polinômio
pn (1 xn ) , claro que se utilizarmos
1 x1 , 1 x2 , ..., 1 x9
para
nomearmos os jogadores, quando fizermos o produto deles descreveremos todas as
42
possibilidades, então faremos
x x1 x2 ... x9 , teremos assim o produto
p x (1 x)9 , fazendo sua expansão, agora utilizando o conceito de coeficientes
binomiais temos:
9 9 9
9
9
9
9
9
9
9
p x (1 x)9 x x 2 x3 x 4 x5 x6 x7 x8 x9
0 1 2
3
4
5
6
7
8
9
p x 1 9x 36x2 84x3 126x4 126x5 84x6 36x7 9x8 x9
O resultado que queremos é o coeficiente de x 4 que é igual a 126 , que são
todas as possibilidades de se escolher quatro pessoas entre nove. Segue que p( x)
é a função geradora ordinária deste problema, pois nos dá todas as maneiras de
escolher n pessoas dentro do grupo de nove pessoas, assim podemos agora
determinar facilmente quantos grupos com 2 pessoas podemos formar com os nove
disponíveis, observando-se o coeficiente de x 2 que é igual a 36 .
Comentários
1- Vale lembrar que é um processo mais trabalhoso que a combinação em si,
entretanto estamos aqui articulando os conteúdos e as funções geradoras nos
propiciam uma integração de conhecimentos enriquecedora.
2- Teixeira (2004) chama o binômio 1 x de “polinômio controlador”, pois o
mesmo tem por objetivo determinar se um jogador é ou não selecionado. Isso se dá
por que o símbolo 1 , como foi dito no exercício anterior, é interpretado com uma
comissão vazia, 1 x0 , ou seja, uma pessoa não selecionada.
3.3 Problema 3
O problema a seguir retirado de (GARCIA, 2013) foi contextualizado em uma
possível situação real.
Um professor de Educação Física quer montar um time misto com 7 jogadores.
Quantas soluções são possíveis de forma que tenha no máximo 5 meninos ou 5
meninas?
Proposta de desenvolvimento: Pela simplicidade do problema é possível que o
43
professor peça aos alunos que façam a enumeração direta do problema, em um
segundo momento, mapearemos o problema para ser resolvido utilizando as funções
geradoras.
Como estamos interessados somente no número de meninos e meninas esse
problema poderia ser reformulado como:
“De quantas maneiras distintas podemos resolver a equação x y 7 com x
e y inteiros positivos ou nulos menores ou iguais a 5 ?” (GARCIA, 2013).
Solução 1: Solução descritiva: Fazendo a enumeração direta, utilizando uma tabela:
Meninas
2
3
4
5
Meninos
5
4
3
2
Assim, existem quatro soluções para o problema.
Solução 2: Descrevendo e contando todas a soluções com polinômios: Usaremos
as funções geradoras para solucionar o problema. Primeiramente vamos adotar um
polinômio para cada variável, que são no caso, os meninos e as meninas:
pma ( x) x0 x1 x2 x3 x4 x5 e pmo ( y) y0 y1 y 2 y3 y 4 y 5
Observe que os expoentes das variáveis x e y
em cada polinômio
pertencem ao conjunto {0, 1, 2, 3, 4, 5} , cujos elementos são os possíveis valores que
se podem escolher de meninas e meninos.
Multiplicando os polinômios pma x e pmo y , teremos o polinômio de duas
variáveis:
p( x, y) pma ( x). pmo ( y) ( x 0 x1 x 2 x3 x 4 x5 ). ( y 0 y1 y 2 y 3 y 4 y 5 )
p0 p1 p2 .... p9 p10
em que pk são polinômios de grau k . A parcela de p7 de p( x, y) é dada por
p7 x2 y5 x3 y 4 x4 y3 x5 y 2
Como os expoentes de x e y somam 7 então as parcelas de p7 nos fornece
todas as soluções inteiras da equação x y 7 com x e y positivos ou nulos e
menores ou iguais a 5 .
Como no problema 1 , fazendo-se x y no polinômio p( x, y) obtemos o
44
polinômio
p( x) 1 2x 3x 2 4x3 5x 4 6x5 5x6 4x7 3x8 2x9 x10 .
e a solução do nosso problema é o coeficiente de x 7 em p(x) . Dizemos que p(x) é a
função geradora ordinária do problema.
A função geradora p(x) cujo coeficiente de x 7 nos fornece a solução
procurada poderia ser obtida de imediato multiplicando-se diretamente, como em
(BOAES, 2013):
p( x) PMa ( x). PMo ( x) ( x 0 x1 x 2 x3 x 4 x 5 ). ( x 0 x1 x 2 x 3 x 4 y 5 )
1 2 x 3x 2 4 x3 5 x 4 6 x5 5 x 6 4 x 7 3x8 2 x9 x10
Segue porém que o polinômio p( x, y) constrói todas as soluções justificando a
função geradora.
3.4 Problema 4
Este problema foi adaptado de (KNUTH, 1995, p. 239) cuja solução utiliza
relações de recorrência entre os coeficientes da função geradora sem usar uma
“fórmula” para gerar os coeficientes.
De quantas maneiras podemos dar R$ 0, 20 de troco utilizando-se moedas de 1
centavo, 5 centavos e 10 centavos?
1º passo: Trabalhando um problema bem mais simples.
De quantas maneiras podemos dar R$ 0,10 de troco utilizando-se moedas de
1 centavo e de 5 centavos?
Todos os estudantes são capazes de dar a resposta contando as
possibilidades. O professor poderá discutir com os alunos se este problema pode ser
resolvido da mesma forma que o problema 3 , isto é, se u denota a variável de um
centavo e c as moedas de cinco centavos, então este problema é o mesmo que
resolver a equação u c 10 com u e c variando de 1 a 10 ?, Esta é uma
abordagem equivocada, pois, esta equação tem soluções que não se adéquam ao
45
problema, por exemplo, u 7 e c 3 , neste caso corresponde à um troco de
R$ 0, 22 , e isto significa que não podemos usar todos as soluções u , c que somam
10 .
Vamos propor uma contagem usando os expoentes de polinômios como
fizemos com o problema 3 . Para isto, vamos denotar um troco de uma, duas, três,
etc. moedas de um centavo por u, u 2 , u3 , ... e vamos denotar por 1 u 0 nenhuma
moeda de um centavo. Analogamente faremos o mesmo com as moedas de cinco
centavos que denotaremos por c e indicaremos por u 3c 2 ou c 2u 3 um troco de duas
moedas de cinco centavos e três moedas de um centavo.
Vamos denotar por
U 1 u u 2 u3 ... u10 ...
Diferentemente do problema anterior, não vamos delimitar o valor máximo
para cada moeda e, desta forma, o produto
C (1 c c 2 ....) U (1 c c 2 ....)(1 u u 2 u 3 ... u10 ...)
1 u c u 2 uc ..... (u 5c u10 c 2 ) ....
(3.4.0).
descreve todos os trocos possíveis com as duas moedas.
Para se obter a resposta desejada devemos obter as combinações das duas
moedas que somam 10 centavos e, para isto, vamos substituir as variáveis
u x , c x5 em C
C ( x) (1 x5 x10 ...)(1 x x 2 ... x10 ...)
1 x x 2 x3 x 4 2 x5 2 x 6 2 x 7 2 x8 2 x9 3x10 3x11 ... 3x14 4 x15 ...
(3.4.1)
Deste modo C ( x) é a função geradora e o coeficiente 3 de x10 é a solução
procurada.
Nesta altura o professor pode induzir que os alunos cheguem a uma
conclusão de que os cinco primeiros coeficientes de C ( x) é 1 e que estes aumentam
de uma unidade quando a potências aumentam de 5 unidades.
Para se calcular o coeficiente de um termo geral x n qualquer dividimos o
número n por 5 , desprezamos a parte fracionária e acrescentamos mais um, isto é
dado pela fórmula
n
Cn 1
5
46
n
n
na qual denota o maior inteiro entre todos os inteiros menores ou iguais a .
5
5
2º passo: Solução do problema 4 por recorrência.
Vamos acrescentar ao problema simplificado com duas moedas de 1 e 5
centavos mais uma moeda de 10 centavos ao troco e cada conjunto com k moedas
de 10 centavos será designada por d k . Se denotamos por ui d j d k um troco com i
moedas de 1 centavos, j moedas de 5 centavos e k moedas de 10 centavos
então, do mesmo modo anterior, podemos obter a descrição de todos os trocos
possíveis com as três moedas com a série
D (1 d d 2 ... d n ...)C
Na qual C é a série dos trocos com as moedas de 1 e 5 centavos da
equação (3.4.0). Substituindo d x10 , c x5 , u x , temos a série
D( x) (1 x10 x20 ... x30 ...)C( x) D0 D1x .... Dn xn ...
Multiplicando a equação por (1 x10 ) e como (1 x10 )(1 x10 x20 ... x30 ...) 1 , então
(1 x10 ) D( x) C( x)
Coletando os coeficientes de mesmo grau em (1 x10 ) D( x) temos
(1 x10 ) D( x) D0 D1 x ... D9 x9 ( D10 D0 ) x10 ( D11 D1 ) x11 .... ( Dn Dn 10 ) x n ....
C0 C1 x C2 x 2 ... Cn x n .
de onde temos uma relação de recorrência entre os coeficientes de C ( x) e
D ( x ) dada por
D0 C0 , D1 C1, ..., D9 C9 e
Dn Dn10 Cn , se n 10
Deste modo podemos dar a resposta para o problema que é saber de quantas
maneiras são possíveis de dar um troco de 20 centavos com as 3 moedas. Pela
relação de recorrência.
20
Pela (3.4.1), C10 3 e C20 1 5 então D10 D0 C10 1 3 4
5
e portanto a resposta do problema é
C20 D10 C20 4 5 9
Conclusão: Temos 9 possibilidades de troco com as três moedas. Neste caso
47
podemos descrever os 9 trocos possíveis como:
{d 2 , dcc, dcu5 , du10 , c4 , c3u5 , c2u10 , cu15 , u 20} .
Note que com a relação de recorrência
Dn Dn10 Cn
podemos calcular o número de trocos distintos de n centavos quaisquer com os três
tipos de moedas.
O leitor poderá encontrar uma solução deste problema aumentando as
moedas de troco com valores de R$ 0, 25 e R$ 0,50 em (KNUTH, 1995, p.239 ).
48
CONCLUSÃO
A Análise Combinatória é de fato um instrumento de vital importância na
matemática e nas ciências aplicadas, logo podemos afirmar que é um conhecimento
necessário que deve receber seu devido valor, o que muitas vezes não ocorre.
Vimos que existem algumas falhas na formação, ou, até mesmo no professor
que torna o ensino de combinatória um trabalho um pouco mais complicado, talvez a
falta, por parte de professor, de continuar em constante processo de capacitação.
Podemos dizer também que muitas vezes o livro didático não dá o suporte
necessário, e que, não aborda o conteúdo de uma forma metódica, isto é, a partir do
ensino fundamental de forma gradativa.
Os problemas aqui apresentados ficam como uma opção aos professores do
Ensino Médio e Ensino Superior, para que em suas aulas eles possam estar
integrando outros conteúdos ao ensino de combinatória. Trabalhar com funções
geradoras nos dá essa oportunidade para introduzir outros conceitos, como binômio
de Newton, polinômios, séries geométricas, que são alguns dos exemplos
apresentados.
Esperamos assim que o professor possa ir mais além capacitando-se em
busca de sabedoria, pois quando seu conhecimento cresce a educação dada por ele
cresce também.
Sobre o ensino de combinatória podemos concordar com Garcia (2013)
quando ele diz:
A Análise Combinatória contribui significativamente
para a elaboração de situações problemas que podem ser
discutidas através de conjecturas e discussão de idéias,
promovendo o desenvolvimento da capacidade de
argumentação em diferentes níveis de ensino. (GARCIA, 2013,
p. 63)
Assim cremos que trabalhando funções geradoras no Ensino Médio, com
certa prudência, pode tornar o ensino de combinatória mais espontâneo e atraente
para o aluno.
49
REFERÊNCIAS
BARRETO FILHO, Benigno; SILVA, Cláudio X. Matemática aula por aula. 1. Ed.
São Paulo: FTD, 2003.
BRASIL. Ministério da Educação. Secretaria de Educação Média e Tecnológica.
Parâmetros Curriculares Nacionais: Ensino Médio. Brasília: MEC, 2000.
GARCIA, Domingos Boaes. Resolução de Problemas Combinatórios Utilizando
Funções Geradoras. São Luís: Universidade Federal do Maranhão Centro de
Ciências Exatas e Tecnologia, 2013. Disponível em: <http://bit.profmatsbm.org.br/xmlui/handle/123456789/134/browse?value=DOMINGOS+BOAES+GAR
CIA&type=author>. Acesso em: 29 de março de 2014.
IEZZI, Gelson et al., Matemática: Ciência e Aplicações, 2: ensino médio. 6. Ed.
São Paulo: Saraiva, 2010.
IEZZI, Gelson et al. Fundamentos de Matemática Elementar. Vol.5. 3. Ed. São
Paulo: Atual Editora, 1977.
KNUTH, D. E.; GRAHAN, J.; PATASHNIK, O. Matemática Concreta: Fundamentos
para a Ciência da Computação. 2. Ed. Rio de Janeiro: Ltc, 1995.
MONTEIRO, L. H. J. Elementos de álgebra. Rio de Janeiro, Ao Livro Técnico, 1969.
PAIVA, M.R. Matemática.v2. São Paulo, Moderna, 1995.
SABO, Ricardo Dezso. Saberes Docentes: A análise combinatória no Ensino
Médio. São Paulo: Pontifícia Universidade Católica de São Paulo – PUC/SP, 2010.
Disponível
em:
<http://www.sapientia.pucsp.br//tde_busca/arquivo.php?codArquivo=10692>. Acesso
em: 29 de março de 2014.
SABO, Ricardo Dezso. Análise dos livros didáticos do Ensino Médio: Um estudo
dos conteúdos referentes à Combinatória. Santo André: Centro de PósGraduação, Pesquisa e Extensão do Centro Universitário Fundação Santo André,
2007. Disponível em: <http://www.pucsp.br/~cileda/Monografia_RicardoSabo.pdf>.
acesso em: 29 de março de 2014.
SANTOS, J. Plínio O.; MELLO, Margarida P.; MURARI, Idani T. C. Introdução à
Análise Combinatória. 4. Ed. Rio de Janeiro: Editora Ciência Moderna Ltda., 2007.
SANTOS, J. Plínio O.; ESTRADA, Eduardo Luis Problemas Resolvidos de
Combinatória. 2. Ed. Rio de Janeiro: Editora Ciência Moderna Ltda., 2011.
TEIXEIRA, Cleidemar dos Santos. Um Estudo Sobre Funções Geradoras.
Florianópolis: Universidade Federal de Santa Catarina Centro de Ciências Físicas e
Matemáticas, 2004. Disponível em:
<https://repositorio.ufsc.br/xmlui/handle/123456789/96722>. Acesso
março de 2014.
em:
29
de