CONHECIMENTOS PRÉVIOS SOBRE CALOR E TEMPERATURA A LUZ DA
APRENDIZAGEM SIGNIFICATIVA CRÍTICA NO CONTEXTO DOS ANOS
INICIAIS
PREVIOUS KNOWLEDGE OF HEAT AND TEMPERATURE IN LIGHT OF CRITIC
SIGNIFICATIVE LEARNING IN THE CONTEXT OF INITIAL YEARS
CONOCIMIENTOS PREVIOS SOBRE CALOR Y TEMPERATURA A LA LUZ DEL
APRENDIZAJE SIGNIFICATIVO CRÍTICO EN EL CONTEXTO DE LOS
PRIMEROS AÑOS
Arthur Philipe Cândido de Magalhães*
Jesus Meneses Villagrá**
Ileana Maria Greca***
Ivanise Maria Rizzatti****
RESUMO
Este trabalho tem como finalidade descrever e interpretar características das concepções prévias de 18
estudantes do 4º ano do Ensino Fundamental, no contexto dos anos iniciais acerca dos conceitos de calor
e temperatura. Para esta pesquisa utilizou-se uma abordagem qualitativa com objetivo descritivo,
adotando o estudo de caso como procedimento. Como instrumentos de coleta de dados, teve-se a
elaboração de um mapa mental, uma entrevista semiestruturada e uma roda de conversa. O diagnóstico
revela que os alunos tem suas ideias prévias essencialmente de origem sensorial, o que implica em não
diferenciar os conceitos de calor e temperatura, associação do calor somente as altas temperaturas, como
uma substância, uma espécie de fluido, que pertence a um corpo e pode penetrar em outros. Ademais, a
temperatura é apresentada com duas dimensões, frio e quente ou como oposto ao calor, mas identificam
o termômetro como instrumento para verificar a temperatura. Os resultados possibilitam estruturar uma
sequência de estudos, que não será objeto de análise neste artigo, que leve em consideração o que os
estudantes sabem e faça-os avançar para uma perspectiva mais científica dos conceitos.
Palavras-chave: Aprendizagem Significativa Crítica. Calor e temperatura. Conhecimentos prévios.
Doutor em Educação pela Universidade de Burgos – Espanha, revalidado pela Universidade Federal do Rio
Grande do Sul – UFRGS. Professor da Rede Estadual de Ensino de Roraima e da rede municipal de Ensino de Boa
Vista. Boa Vista, Roraima, Brasil. Endereço para correspondência: Rua Reinaldo Neves, nº 217, Bairro Jardim
Floresta, Boa Vista, Roraima, Brasil. CEP; 69.312-045. E-mail: arthurphilipe@yahoo.com.br.
**
Doctor en Ciencias de la Educación pela Universidade de Burgos. Professor no Departamento de Didácticas
Específicas, Facultad de Educación, Burgos, Castilla e Leon, Espanha. Endereço para correspondência: C/
Villadiego, 109001. Burgos, Castilla e Leon, Espanha. E-mail: meneses@ubu.es.
***
Doutora em Física pela Universidade Federal do Rio Grande do Sul – UFRGS. Professora no Departamento de
Didácticas Específicas, Facultad de Educación, Burgos, Castilla e Leon, Espanha. Endereço para correspondência:
C/ Villadiego, 109001. Burgos, Castilla e Leon, Espanha.E-mail: imgreca@ubu.es.
****
Doutora em Química pela Universidade Federal de Santa Catarina. Professora do Magistério Superior, Classe
Adjunto A, Nível I da Universidade Federal de Roraima, Boa Vista, Roraima, Brasil. Endereço para
correspondência: CCT/Bloco V, campus Paricarana - bairro Aeroporto- Boa Vista/RR- cep 69300-000. E-mail:
niserizzatti@gmail.com.
*
Revista REAMEC, Cuiabá/MT, v. 11, n. 1, e23025, jan./dez., 2023
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Conhecimentos prévios sobre calor e temperatura a luz da aprendizagem significativa crítica...
ABSTRACT
This work aims to describe and interpret characteristics of previous conceptions of 18 fourth-year Basic
Education students, in the context of initial years regarding concepts of heat and temperature. For this
research it was used a qualitative approach with descriptive object, by adopting the case study as
procedure. As instruments of data collection, there was the formulation of a mind map, a semi-structured
interview, and a conversation group. The diagnosis reveals that students have their previous ideas
essentially from a sensorial perspective, which implies in not differentiating the concepts of heat and
temperature, association of heat to high temperatures, as a substance, as a type of fluid, which belongs
to the body and could penetrate others. Furthermore, temperature is presented in two dimensions, hot
and cold, but identify the thermometer as an instrument to verify temperature. The results make possible
to structure a sequence of studies, which won’t be object of this article, that consider what the students
know and make them progress on a more scientific perspective of the concepts.
Keywords: Critic Significative Learning. Heat and temperature. Previous knowledge.
RESUMEN
Este trabajo tiene como objetivo describir e interpretar los posibles orígenes y características de las
concepciones previas de los estudiantes en el contexto de la serie inicial sobre los conceptos de calor y
temperatura. Para esta investigación se utilizó un enfoque cualitativo con un objetivo descriptivo,
adoptando como procedimiento el estudio de caso. Como instrumentos de recolección de datos se
elaboró un mapa mental, una entrevista semiestructurada y una rueda de conversación. El diagnóstico
revela que los estudiantes tienen sus ideas previas esencialmente de origen sensorial, lo que implica no
diferenciar los conceptos de calor y temperatura, asociación de calor solo con altas temperaturas, como
una sustancia, una especie de fluido, que pertenece a un cuerpo y puede penetrar otros. Además, la
temperatura se presenta con dos dimensiones, frío y caliente o en contraposición al calor, pero
identifican al termómetro como un instrumento para medir la temperatura. Los resultados permiten
estructurar una secuencia de estudios que tiene en cuenta lo que los estudiantes saben y les hace avanzar
hacia una perspectiva más científica de los conceptos.
Palabras clave: Aprendizaje Crítico Significativo. Calor y temperatura. Conocimientos previos.
1 INTRODUÇÃO
A aprendizagem em Ciências da Natureza nos anos iniciais do Ensino Fundamental,
deve iniciar pelos conhecimentos prévios que as crianças já dispõem em sua estrutura cognitiva,
por meio de suas vivências diárias e pela interação com o meio que vivem, ou seja, situações e
elementos concretos em ambientes que estão em seu entorno possibilitando maior interação,
compreensão e ação. É assim que construirão as primeiras noções a respeito dos materiais e
suas propriedades, bem como sua interação com a luz, o calor, a eletricidade, entre outros
elementos (BRASIL, 2017).
Para Ausubel (2003), os conhecimentos prévios constituem a variável que mais
influencia ou limita a aprendizagem de um indivíduo. Assim, faz-se necessário diagnosticar
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aquilo que os estudantes já sabem, utilizar esses elementos para planejar o ensino e ensinar a
partir dos significados pessoais que possuem, avançando para ideias mais científicas.
Cañal, García-Carmona e Guzmám (2016), também mencionam que o planejamento
didático deve levar em consideração as ideias prévias. Para Moreira (2010; 2011), se temos
como finalidade formarmos sujeitos para uma nova maneira de estar e se posicionar no mundo,
faz-se urgente considerarmos no ato de ensinar a implementação de um ensino fundamentado
a partir de referencial teórico consolidado e levando em consideração os conhecimentos prévios
dos indivíduos.
Por fim, consideramos que ensinar, na perspectiva da Teoria da Aprendizagem
Significativa Crítica, deve considerar que a aprendizagem na contemporaneidade não permita
que os sujeitos sejam passivos diante do conhecimento, da cultura, das manifestações
ideológicas e políticas. Essa aprendizagem deve desenvolver o pensamento crítico para que
mesmo participando uma sociedade consumidora não sejamos dominados por este consumo,
por exemplo. Ademais, espera-se que os estudantes aprendam com compreensão e capacidade
crítica ao longo de sua vida (MOREIRA, 2011; MOREIRA, MASSONI, 2016).
Nessa perspectiva, o objetivo dessa investigação foi descrever e interpretar as
características das concepções prévias dos estudantes de uma turma de 3º ano do Ensino
Fundamental anos iniciais acerca dos conceitos de calor e temperatura e de suas relações com
os fenômenos da natureza a partir de questões, como: Que ideias, conceitos e princípios
estariam disponíveis na estrutura cognitiva desses participantes? As concepções prévias
seriam relevantes para aprendizagem dos fenômenos físicos que envolvessem o conceito de
calor e temperatura? Quais ideias estariam estáveis ou instáveis? Em que medida essas ideias
possuíam poder de inclusividade? Eram intuitivas, do contexto cultural ou de abordagem
escolares?
2 APRENDIZAGEM SIGNIFICATIVA CRÍTICA
Inicialmente, é preciso compreender que a aprendizagem significativa resulta de um
processo cognitivo em que a pessoa adquire significado a partir da interação entre
conhecimentos estabelecidos na estrutura cognitiva e o novo conteúdo que tenha um potencial
significativo capaz de se ancorar no conhecimento prévio. Esta aprendizagem permite que o
estudante adquira maior compreensão, capacidade de transferência, de explicação e de
possibilidades de descrever novas experiências. Nesse sentido, o que mais influencia o
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processo de aprendizagem dos estudantes é aquilo que já possuem de ideias ou conhecimentos
em sua estrutura cognitiva sobre determinado conteúdo (AUSUBEL, NOVAK, HANESIAN,
1978; AUSUBEL, 2003; MOREIRA, 2011).
Já a dimensão da aprendizagem Significativa Crítica diz respeito a uma perspectiva em
que o sujeito deve aprender a aprender de forma crítica, no qual deve buscar permanentemente
o conhecimento. Ademais, não deve aceitar passivamente qualquer novo conhecimento sem
crítica, sem discuti-lo, sem perceber suas intencionalidades, compreendendo que o
conhecimento humano é construído e, neste sentido, há que se questioná-lo se necessário
(MOREIRA, 2010; MOREIRA, 2011).
Essa compreensão de aprendizagem, refere-se ao processo no qual o sujeito adquire uma
nova postura frente ao conhecimento, no qual deixa de aceitar passivamente qualquer
conhecimento, assumindo um posicionamento intelectualmente ativo sendo capaz de criticá-lo.
Para Moreira (2011) esta aprendizagem é uma perspectiva que permite ao sujeito, por exemplo,
fazer parte de uma determinada cultura, mas ter condições de chegar a um novo patamar de
reflexão, no qual, mesmo percebendo-se participante dessas manifestações culturais consegue
perceber-se fora dessas, a partir de um viés crítico. Quanto ao ensino é necessário que o
professor planeje condições favoráveis para que o aluno aprenda com compreensão e
capacidade crítica.
Esse processo de formação pressupõe por parte do docente o abandono da narrativa, o
ensino centrado no aluno, seu papel mediador e, por parte do estudante, participação ativa,
curiosidade, compromisso, interação, aprender a ser crítico(a), aceitar a crítica e fazer uso de
diversas estratégias e recursos que possibilitem a discussão, o diálogo e a negociação de
significados entre si (MOREIRA, 2011; MOREIRA, MASSONI, 2016).
Neste sentido, Moreira (2011) apresenta em sua teoria alguns princípios facilitadores
que são fundamentais para essa aprendizagem. Um destes, é o princípio do conhecimento prévio
e o professor deve compreender que os estudantes aprendem a partir do que já sabem. Assim,
para que ocorra a aprendizagem significativa crítica é necessário levarmos em consideração
aquilo que o sujeito já dispõe em sua estrutura cognitiva, pois é o fator de maior importância
neste processo.
Na mesma perspectiva, Ausubel (2003) destaca que, o fator que mais influencia a
aprendizagem dos estudantes é aquilo que ele já sabe, ou seja, aquilo que possui de
conhecimento em sua estrutura cognitiva sobre determinado assunto. Já a falta de
conhecimentos prévios estáveis, claros, discriminados e relevantes é uma limitação na
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aprendizagem significativa. Outro aspecto é a presença de ideias preconcebidas que não estão
adequadas ao conhecimento científico do que se estuda. Por esta razão, é importante que o
professor compreenda a necessidade de estrutura uma sequência didática com base na avaliação
destas informações.
Para Pozo e Crespo (2009) essas ideias prévias ou concepções espontâneas dos
estudantes podem ser provenientes de três fontes. A primeira são as de origem sensorial, ou
seja, as concepções são formadas de modo espontâneo pelos indivíduos na tentativa de explicar
as atividades cotidianas a partir do contato direto com o meio. A segunda são as de origem
cultural, nas quais boa parte das ideias dos sujeitos estariam impregnadas pela vivência social
e cultural. E por sua vez, a terceira diz respeito as concepções de origem escolar que vão, de
certa forma, influenciar desde a fase inicial de estudos até as aprendizagens futuras.
Portanto, é fundamental que com essas informações o professor desenvolva atividades
em que os estudantes possam relacionar suas ideias prévias aos novos conhecimentos de forma
não aleatória e não arbitrária, e possam avançar no conhecimento (SOARES; LIMA; CARBO,
2020; SILVA; KALHIL; NICOT, 2015; CARVALHO; BELTRÃO; FEIO; TERÁN, 2018). Por
isso, é que o ponto de partida do ensino e da aprendizagem é o nível de conhecimento inicial,
as experiências e o desenvolvimento mental (ZABALA, 1988; NOVAK, GOWIN, 1999;
MOREIRA, 2001; ALSUBEL, 2003; CAÑAL, GARCÍA-CARMONA, CRUZ-GUZMÁM,
2016).
3 AS IDEIAS PRÉVIAS DE CALOR E TEMPERATURA E AS IMPLICAÇÕES PARA
O ENSINO
Os significados principalmente atribuídos aos conceitos de calor, ocorrem pelas
interações pessoais com as sensações de quente e com o uso cotidiano da palavra sem a
compreensão de seu significado científico e sim cotidiano (DUIT, 1984; ERICKSON, 1979;
MOREIRA, 1998; MORTIMER, AMARAL,1998; CELIK, 2016). Ademais, Young (2008)
afirma que os os conceitos de calor e temperatura são utilizados como sinônimo no dia a dia.
Na literatura, encontra-se fundamentos que descrevem que é inviável extinguir as ideias
do viver cotidiano a respeito de calor e temperatura, pois estas concepções estão enraizadas
culturalmente na linguagem do dia a dia pela existência de diversas situações em que essas
concepções são aplicadas (MORTIMER, AMARAL, 1998; CAÑAL, GARCÍA-CARMONA,
CRUZ-GUZMÁM, 2016).
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Porém, as ideias de cunho cotidiano ou mesmo científicas podem coexistir e serem úteis
de acordo com o contexto que o indivíduo esteja ou mesmo com a intencionalidade
argumentativa em diferentes ocasiões. Em um ambiente cotidiano informal o indivíduo não tem
que renunciar sua forma de falar que “tem ou faz calor” desde que, compreenda que, em numa
perspectiva científica consiga diferenciar e relacionar, em fenômenos térmicos, os conceitos de
calor e temperatura (CAÑAL, GARCÍA-CARMONA, CRUZ-GUZMÁM, 2016).
Quanto ao aprendizado destes conceitos na infância, Erickons (1979,1980) investigou
detalhadamente aspectos referentes ao pensamento infantil sobre o conteúdo e descreve que as
dificuldades encontradas com crianças de 2 a 14 anos. Nesse entendimento, refere-se à:
dificuldade dos alunos em diferenciar os conceitos de calor e temperatura não conseguindo
fazer nenhuma distinção ente estes; apresentam a ideia de calor como uma substância que se
acumula nos materiais; o calor como algo quente ou frio; o calor vem de algo que é quente; a
compreensão da temperatura como a medida da quantidade de calor que um corpo possui e; a
temperatura pode altera-se a depender do recebimento ou retirada do calor.
Os resultados apresentados em Erickons (1979, 1980), demonstram a necessidade de se
programar o ensino considerando, a sequências didáticas adequadas para determinado grupo de
estudantes, os conceitos apresentados considerando idade ou níveis de ensino e as estratégias
para superar as dificuldades dos estudantes de maneira que consigam diferenciar, distinguir e
evitar compreensão equivocadas.
Erickson (1979) sugere que, para o ponto de partida no ensino de calor e temperatura, o
indicado seria adotar estratégias que incentive os estudantes a se familiarizarem com uma gama
de fenômenos associados a energia térmica. Tais atividades devem promover condições para
que os estudantes possam aprender novas ideias, esclarecer que ideias que possuem, fazer
previsões a partir do que aprendem e facilitar aprendizagem futuras.
Já na perspectiva de Cañal, García-Carmona e Cruz-Guzmám (2016), o ideal é iniciar
pelos problemas perceptíveis e buscar soluções a partir de respostas científicas. Nesse sentido,
as interpretações de fenômenos devem partir do cotidiano e serem enriquecidas pela ciência.
Seguindo essa linha teórica, se é na experiência cotidiana que os estudantes constroem suas
ideias prévias acercas dos fenômenos, é também com o envolvimento com diversas
experiências, nas situações do dia a dia e em contextos familiares que se deve focar em questões
mais científicas, por meio de problemas é que certamente poderão alcançar uma nova
compreensão sobre os conteúdos apresentados.
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De acordo com Pozzo e Crespo (1998), é importante que os estudantes, sejam
submetidos a investigação e solução de problemas em Ciências da Naureza, pois os problemas
promovem condições para que possam refletir e ter consciência dos próprios conhecimentos.
Ademais, favorece que passem da necessidade de resolver problemas relacionados a
determinados objetos à solução de problemas em relação aos seus próprios conceitos.
Por outro lado, ao proporcionar este contexto de ensino, o estudante poderá, ao ser
intelectualmente ativo, construir novos significados e explicações da experiência, a respeito da
linguagem que utilizou para explicar, da percepção dos significados pessoais em diversos
contextos, o que pode favorecer uma nova atitude em relação a aprendizagem dos conceitos de
calor e temperatura, principalmente quanto à questão de busca em seus próprios conhecimentos
e em conhecimentos prontos, encontrados nos livros didáticos.
Para tanto, para ir além dos significados do raciocínio cotidiano na aquisição de
significados mais científicos do que seja calor e temperatura ou mesmo para a diferenciação
entre estes conceitos, conforme Pozzo e Crespo (1998), é indispensável que os estudantes
possam ser envolvidos em situações de aprendizagem que lidem com a solução de problemas
de cunho científico no qual a familiaridade de contextos conhecidos, podem favorecer a tomada
de consciência de problemas de cunho científico por parte dos estudantes.
Na perspectiva de Cañal, García-Carmona e Guzmám (2016), para se construir ideias
científicas de calor e temperatura é indispensável apresentá-las de forma progressiva,
considerando o desenvolvimento cognitivo em cada etapa de ensino. Assim, a intervenção
didática em relação aos conceitos de calor e temperatura devem partir de situações problemas
que tenham relação direta com a vida cotidiano das crianças, e que as soluções destas questões,
se dê pela mobilização e discussão de ideia de cunho científico.
Nessa linha de pensamento, Pozzo e Crespo (1998) defendem que é necessário que o
indivíduo aprenda ativar suas ideias (intuitivas ou científicas) de acordo com as necessidades
de cada situação, associando às dificuldades na aprendizagem destes conceitos, apontando que
a mensuração acontece, em certa medida, porque as pessoas compreendem seu significado no
âmbito da conhecimentos da física. Por fim, alertam para o cuidado que se deve ter ao abordar
conceitos com essa complexidade nas séries inicias e evitar principalmente que os mesmos
decorem respostas prontas e acabadas. É, nesse sentido, que Moreira (2011) destaca que é
necessário aprender a incerteza do conhecimento e, esta pode ser proporcionada pelas
atividades investigativas.
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4 METODOLOGIA
Esta pesquisa foi realizada com características de abordagem qualitativa, objetivo
descritivo e adotando procedimentos de estudo de caso (SAMPIERI, 2006; MOREIRA, 2011b).
O universo da pesquisa foi constituído de 18 estudantes do 3º ano, com faixa etária entre oito a
12 anos do ensino fundamental anos iniciais de uma escola da rede municipal de ensino de Boa
Vista-RR/Brasil e que foram codificados por E1 a E18.
A unidade de análise, no procedimento de estudo do caso, foi a variável teórica
‘conhecimento prévio’ a respeito do calor e temperatura, descrita de acordo com o referencial
teórico, como elemento essencial que, quando disponível de forma clara, estável, discriminável
e relevante é a que mais influencia a facilitação da aprendizagem, assim como a falta desse
conhecimento constitui um fator limitador da aprendizagem.
Para identificar a variável na amostra, utilizou-se como Instrumentos de Coleta de dados
– ICD’s – a produção de um mapa mental, uma entrevista semiestruturada e uma roda de
conversa, fundamentados no marco teórico da investigação.
Para apresentar ideias prévias nesses instrumentos, os participantes foram confrontados
com as palavras calor e temperatura, conteúdo de investigação proposto, onde deveriam buscar
ativar uma ideia ou conhecimento prévio de forma que apresentassem os sentidos prévios aos
termos e pudessem expressá-los por meio de outras palavras, frases, desenhos, explicações orais
e perguntas.
A análise do conteúdo e dos significados apresentados por meio de palavras, desenhos,
falas e explicações foi realizado pelo estabelecimento de dimensões e indicadores com base nos
dados apresentados numa tabela nos resultados e discussões e na teoria da aprendizagem
significativa.
5 ANÁLISE E RESULTADOS
5.1 Resultados do mapa mental
Os dados coletados do mapa mental a respeito do conceito de calor e temperatura foram
inicialmente transcritos para um quadro, sem nenhuma interpretação. Após a análise inicial
buscou-se relacionar essas informações com os demais resultados dos instrumentos de coleta
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de dados. A tabela 1, apresenta a frequência e porcentagem, de uma classificação com base nas
Tabela 1: Frequência e porcentagem de uma classificação com base nas respostas apresentadas.
Indicadores
Frequência Porcentagem
1.1. Ideias que apresentam definições a respeito de calor ou
temperatura.
14
16,6
1.2. Ideias relativas as fontes de calor e como é transferido.
3
3,6
1.3. Ideias de calor e temperatura relacionadas as sensações do
cotidiano relacionadas ao sol;
11
13,1
1.4. Situações ou lugares do cotidiano em que relacionam a
sensação de quente com o conceito de calor ou de temperatura;
4
4,8
1.5. Ideias referentes aos efeitos do calor nos objetos, substâncias,
no corpo humano.
11
13,1
1.6 Ideias de calor como sinônimo de temperatura ou Calor como
oposição ao frio.
12
14,3
1.7. Ideias de materiais ou atividades que diminuem a sensação
3
3,6
térmica.
1.8. Ideias que apresentam fenômenos naturais atribuídos ao calor
ou a temperatura.
7
8,3
2.1. Ideias de calor e temperatura relacionadas a linguagem
cotidiana do contexto cultural em que vivem.
2
2,4
Dimensão 2 – ideias de
origem no contexto
social e cultural
Dimensão 1 – ideias de origem sensorial:
respostas apresentadas e que foram distribuídas nas categorias.
2.2. Ideias de calor e temperatura relacionadas ao contexto cultural
e veiculadas pela mídia impressa, televisiva ou internet;
2.3. Ideia de temperatura como medida de algo ou da temperatura
corporal;
2.4. Ideia de como a temperatura é medida, ou seja, instrumento.
Total:
Não respondeu
Total:
Fonte: Os autores.
2
2,4
7
8,3
1
77
7
84
1,2
91,7
8,3
100,0
Quanto aos resultados dos indicadores da Dimensão 1, pôde-se destacar que as palavras
e frases apresentadas pelos estudantes, não explicitam uma reflexão sobre a diferença de calor
e temperatura, embora houvessem variadas explicações. Nos desenhos, pôde-se perceber os
elementos relacionados ao sol, referindo-se ao calor e, elementos relacionados ao tempo
climático de frio, como sendo temperatura.
A frequência de respostas, representada por um percentual de 16,6% de palavras
apresentadas, referiram-se à possíveis tentativas de explicar ou de definir o conceito de calor e
temperatura. Obteve-se 12 expressões voltadas para tentativa de apresentar uma definição
conceitual, enquanto que duas, deveriam explicar o que seria temperatura, em respostas, como:
“[...] o calor é quente, é o sol, é fogo, é o sol fervendo, é muito forte, temperatura é o calor
gerado, temperatura é o calor do sol ou é grau”. Percebeu-se que as definições oriundas das
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sensações associaram o calor, principalmente com as altas temperatura ou disseram que se
tratava do elemento, o sol.
A frequência de respostas, retratada em percentual de 13,1%, fizeram menção as
sensações de calor, relacionadas ao elemento sol. Além disso, os desenhos produzidos
expressaram o desconforto que tiveram na exposição, a energia solar, tanto por meio das
expressões faciais, como por destacar o suor na pele.
Encontrou-se uma variedade de termos que, em certa medida, referiram-se a uma relação
de causa e efeito, como: “[...] o calor é quando fica quente, a água fica quente, o calor deixa a
pessoa com calor”. É nesse sentido que, o percentual de resposta de 13,1%, atribuíram algum
efeito do sol ao calor quando relataram que o sol deixaria a substância, o objeto ou o corpo
quente ou com calor, como descrito pelo participante E14, quando descreveu que, “[...] a água
fica quente, o ar não gela”.
Isso também implicou perceberem o calor como algo que se acumula nos materiais,
conforme descrição do participante E4, onde disse que, “[...] o calor está na praia”. Também
se observou na descrição do participante E11, onde disse que, “[...] quando corre fica com
calor”, bem como na descrição do participante E12, no qual escreveu, “[...] a gente fica com
calor”. Nessa análise, compreendeu-se que o estudante E4, apresentou os fenômenos como
sendo efeitos da temperatura, conforme transcrição: [...] “a temperatura faz chover, faz nevar,
faz a primavera”.
Significativamente alto percentual de respostas 51,2%, correspondentes aos indicadores
1.1 a 1.5 que englobaram palavras e/ou expressões que fizessem indução à associação do calor
ao sol. Embora, somente 3,6% das respostas apresentadas fizeram menção ao sol como fonte
de calor ou que o mesmo viesse do mesmo, não compreendendo o astro como fonte de energia.
Na análise dos desenhos produzidos pelos estudantes, também fizeram menção ao sol.
Compreendeu-se que, nesse momento particular, acaba sendo um referente ao significado de
calor, tanto pelo aspecto concreto que atribuem a ele, como pelas sensações e explicações nas
suas experiências cotidianas.
Dos 18 participantes, 61,1%, 11 apresentaram em seus desenhos a imagem do sol
enquanto que 11,1%, ou seja, dois fizeram outras ilustrações e 27,7%, cinco participantes, não
fizeram nenhuma ilustração, embora se observou menção ao conteúdo, de forma escrita.
Percebeu-se uma frequência de respostas de um percentual de 14,3% que apresentaram
ideias de calor como sinônimo de temperatura, temperatura com uma dimensão fria e outra
quente ou como termo oposto. Calor como algo quente e temperatura como algo frio. O
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participante E4, escreveu que: [...] “há temperatura do sol (quente) e temperatura da lua
(fria)”; já o participante E8 disse que: “[...] temperatura é o frio e o calor”. O destaque nesta
análise, se refere à percepção do participante E3 que disse: “[...] se tiver azul fica frio/ou
morno/se tiver vermelho é quente”. Analisou-se que a criança além de destacar a dimensão
quente e fria da temperatura, apresentou a expressão morno.
Nessa compreensão, um percentual pequeno apresentou a ideia de materiais ou
atividades que pudessem diminuir a sensação de calor e disseram que o vestuário e o tomar
banho, era fator para minimizar a temperatura que sentiam. Já 8,3% apresentaram um percentual
de palavras que atribuíam calor ou temperatura aos fenômenos da natureza, como: chuva, neve,
verão, inverno.
Quanto aos resultados do indicador 2, os resultados demonstraram que as ideias
expressas nos indicadores apontaram que um percentual de 8,3% de respostas, a temperatura
era medida de algo. Quanto as expressões do cotidiano, somente 2,4% das respostas se
encaixaram neste indicador. O mesmo percentual foi atribuído a ideia veiculada pela mídia, na
qual as referências eram os jornais ou desenhos animados. Já quanto ao conhecimento do
termômetro, somente 1,2% apresentaram em seu mapa.
5.2 Resultados da entrevista
Optou-se por avaliar 6 (seis) entrevistas, por agrupamento e semelhança de respostas,
ao qual os participantes apresentassem maior capacidade de explicação oral, quanto as
perguntas realizadas por meio da análise de conteúdo, iniciando por uma leitura e depois por
uma exploração do material coletado. A entrevista tinha como finalidade que os participantes
pudessem expressar com maior nível de clareza o que apresentaram no mapa mental.
Os resultados coletados confirmam o que fora apresentado no mapa mental, embora
fosse possível que os participantes apresentassem exemplos das ideias expostas. O quadro 2,
apresenta o resumo das ideias expressas em entrevistas de quatro estudantes. Buscou-se integrálas no quadro para que se facilitasse a comparação e interpretação dos resultados.
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Conhecimentos prévios sobre calor e temperatura a luz da aprendizagem significativa crítica...
Quadro 2: Resumo das ideias expressas nas entrevistas.
Categorias
Como você
explicaria o
que é calor?
E de onde
vem?
Efeitos do
calor?
E como
explicaria o
que é
Temperatura
?
Como se
verifica?
Com que
objeto?
Diferença
entre calor e
temperatura.
E2
E3
E4
E9
Calor é
uma
panela
fervendo.
É a luz
solar. O
calor é
quando
está
quente.
Ele vem do
sol.
Por meio dos
raios solares.
O calor vem
do sol.
Por meio
dos raios
solares.
Vem do sol.
Não sei.
Vem do
sol?!
Pelos raios
solares.
Ele vem do
sol.
Não sei.
Ele deixa o
planeta
quente.
Ele faz a
gente suar.
A gente
sente calor.
O calor faz
ficar muito
quente.
Faz as
coisas
esquentare
m...ficam
quente.
O calor
deixa a
gente
quente.
É frio e
quente.
Aparece
quando
estamos
com frio ou
quando
estamos ou
sentimos
com calor.
É um grau
que a gente
atinge
quando
muito
quente,
quando está
com febre.
É o frio e
o calor.
Éa
temperatur
a do nosso
corpo.
Quando
está
esquentan
do você
descobre
que está
calor e
quando
está
esfriando
você
descobre
que está
frio.
Não sei.
Não sei.
Não sei.
Calor é
quando fica
quente.
Vem do sol,
do solo.
Por meio
daquela luz
que dá um
calor. Aquela
luz de larva.
Queimaduras
em feridas.
A gente mede
uma
temperatura.
Quando a
gente sente
aquele frio, a
gente não sabe
a
temperatura?
Mas, também
dá pra gente
saber com o
Ter-mô-metro.
A temperatura
é feita por
muitas coisas.
Pode ser por
pessoa, pode
ser por calor,
por frio.
O calor é uma
coisa que a
gente sente na
nossa própria
pele!
E8
Eu acho que É uma
calor é
temperatura
importante que é muito
quente.
Calor é
quando fica
bem quente.
É quando a
gente mede
alguma coisa.
E5
Por meio do
meu tato. Ou
com o
termômetro.
O calor é
quente e a
temperatura é
de qualquer
uma das
estações frio
ou quente.
Essa é a
diferença.
No
termômetro,
quando a
gente está
com febre....
Que mais? ...
Quando a
gente ver na
reportagem
na televisão,
na previsão
do tempo.
Tem...
(pensando)
Mas, não
lembro o
nome.
O calor é
quando está
quente e a
temperatura é Não sei.
quanto está
frio ou calor.
Fonte: Os autores.
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No agrupamento de ideias e com categorias apresentadas no quadro, pôde-se
compreender que: (1) a ideia mais comum foi associar calor a algo quente. E, embora o
participante E8 afirmasse que “[...] calor estava na panela”, e o E9 fizesse menção à luz, as
duas coisas remeteram a ideia qualitativa de algo quente; (2) o sol foi considerado como fonte
de calor. Entretanto, o participante E2 também descreveu que o calor vinha do solo, porém não
soube explicar. Ademais, disse a respeito do calor e do sol que: “[...] são duas coisas, mas só
que são feitas em um só”; e (3) como esse calor se transferido para nosso planeta, segundo a
maioria dos participantes, era pelos raios solares, corroborando com o que foi falado por eles
na roda de conversa. A E2 apresentou outra explicação dizendo que: “[....] o calor vem por meio
daquela luz que dá um calor. Aquela luz de larva”.
Quanto aos efeitos, a ideia padrão apresentada foi que, o calor deixa as coisas quentes,
principalmente relacionada a sensação corporal. Observou-se que novamente o participante E2,
apresentou uma explicação diferente, pois disse que o efeito era a queimadura. Relacionando
esses efeitos à alguma consequência, os participantes apresentaram alguns exemplos,
relacionando o calor ou o quente a algum resultado. O participante E2 e E9, apresentaram como
resultado do calor o suor; o E3 disse que aparecia um fogo que faz a panela ficar com calor; O
E4 disse que o calor absorva a água e faz vapor, que vai para as nuvens; e por fim; O E5 disse
que fica muito quente quando sai de casa (ambiente).
Com relação a ideia de temperatura, o participante E9 atribuiu o conceito a temperatura
corporal, semelhante ao E5, quando afirmou que temperatura “[...] é o grau que a gente atinge
quando está doente, quando a gente está com febre”. Já o E2, atribuiu a medida de alguma
coisa.
Destacou-se na fala do participante E4 sobre tipos de vestimentas adequadas ao tempo
climático, na qual disse que se usa casaco, descrevendo: “[...] para poder esquentar o frio,
vestimos o casaco, porque não pode ficar muito frio, senão o sangue congela”, atribuindo uma
mudança de estado ao frio. Em outro trecho da entrevista o E4 também fez menção
indiretamente às mudanças de estado.
Professor: Para você o que é calor? Explica para mim...
E4: o que eu acho o que é calor? (pensando).... humm.... Eu acho que... Eu acho que
calor é importante.
Professor: Mas o que seria calor?
E4: O calor vem do sol.
Professor: e como ele vem do sol?
E4: Ele vem por meio dos raios solares.
Professor: Ele vem por meio dos raios solares, e para que serve o calor?
E4: Ele faz a gente suar. A gente sente calor.
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Conhecimentos prévios sobre calor e temperatura a luz da aprendizagem significativa crítica...
Professor: Além de fazer calor e fazer a gente suar, como você disse, o que mais ele
faz?
E4: O calor serve para as plantas. Ele absorve a água e quando ele absorve a água
ele faz chover. O calor absorve a água e faz vapor.
Professor: Você consegue pensar em algo mais?
E4: O calor está no fogo que esquenta a panela.
Contudo, foi durante as entrevistas que apareceram explicações mais elaboradas,
inclusive fazendo menção às mudanças de estado físico da matéria. A fala do E4, demostra o
desconhecimento da maioria, tanto do processo, como dos termos que os ajudassem interpretar
o conceito de calor e das mudanças de estados físicos, embora fizesse menção a elas.
Contudo, o participante E4 não conseguiu dizer o que é calor, somente o que percebe
dele, tanto nas sensações relacionadas ao corpo, como na relação com a água. O mesmo
apresenta uma percepção do calor em alguns fenômenos, mas não soube explicar com clareza,
de forma mais elaborada, ou seja, com a utilização de conceitos e compreensão científica.
Apresenta uma ideia “equívoca” ou melhor, não muito elaborada para atender os objetivos
propostos, embora, com o entendimento infantil, ao dizer que o calor absorve a água, fazendo
chover e surgir vapor.
Percebeu-se que ainda não tem conhecimentos prévios claros a respeito dos efeitos do
calor para as mudanças de estado físico e nem como nomeá-las, embora, sua explicação
indiretamente faz menção a um fenômeno que o mesmo ainda não dispõe de conceitos para
explicar essa realidade a respeito do processo de vaporização.
Assim como este, os demais participantes não demonstraram ter ideias iniciais que os
ajudassem a compreender as mudanças de estado em função do calor. Com relação a ideia de
como pode-se verificar a temperatura e se havia algum objeto que fizesse isso ocorrer, também
houveram respostas variadas. Os participantes E8, E2 e E3 em certa medida atribuíram a
verificação da temperatura de acordo com o que sentiam, como pelo “tato”. Já as participantes
E2 e E3, além das sensações, também disseram que se pode usar o termômetro para verificar a
temperatura. O E4 e E5 explicaram o uso do termômetro associado ao corpo humano no período
em que está doente, mas o segundo não conseguiu lembrar o nome do objeto. O E4 também
disse que, na televisão se pode assistir sobre a temperatura do tempo.
Quando se perguntou se havia alguma diferença quanto a ideia de calor e temperatura,
a maioria afirmou que não sabiam como explicar. Assim, compreende-se que, os participantes
E2, E3 e E4 disseram que, o calor estava associado ao quente e a temperatura ao frio e ao quente.
E que o E2, enfatizou em sua fala que, o calor era algo que sente na pele.
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5.3 Resultados da roda de conversa
Durante a roda de conversa, solicitou-se que aos estudantes apresentassem suas certezas
e dúvidas provisórias em relação ao conteúdo de calor e temperatura (Quadro 3).
Quadro 3: Indagações coletivas mensurada no mapa mental e entrevista
Participante
E3
E5, E4 e E9
E8
E4 e E10
E14
E4
E11
E4, E5, E16
E2 e e14
Participante
E2, E3
E10
E14
E8
E12
E9
E13
Participante
E3
E3, E9, e12
E4
E16
E14
E10
E9
E18
E2
E6
E11
E9
E8
E1 e E3
Participante
E5, E12
E4
E6, E13, E7
E8, E9
E2
E3
E16
Certezas provisórias
CALOR
O calor faz suar.
Calor é quando fica quente.
Quanto está calor bebemos água.
O calor vem do sol.
O calor derrete o picolé.
O sol é importante.
O calor é um tipo de clima.
O termômetro mede a temperatura do corpo.
A temperatura é o frio e o quente.
Certezas provisórias
TEMPERATURA
É quente e frio.
É o sol quente.
Só quando está gelado.
Temperatura alta e temperatura baixa
Frio
Inverno e verão
Calor
Dúvidas provisórias
CALOR
O que é calor?
Por que em nossa cidade nunca neva?
Por que em nossa cidade é sempre tão quente?
Por que depois que chove fica quente?
O que o calor faz?
O que é aquecimento global? Como a água vira gelo?
Como o calor surge?
Por que na nuvem tem pedrinhas brancas?
Por que nosso planeta gira? Do que o calor é feito.
Por que o sol gira em volta da terra?
Por que no espaço não existe oxigênio?
Por que em algumas cidades não chove?
Por que tem cidades que chove granizo e outras não?
Por que em nossa cidade chove no inverno e não neva?
Dúvidas provisórias
TEMPERATURA
O que é temperatura?
Como é a temperatura?
O que ela faz?
Para que serve a temperatura?
Por que a temperatura sabe que é frio e calor?
Como surge a temperatura?
Por que a temperatura é quente?
Fonte: Os autores.
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Os resultados da roda de conversa apresentaram informações próximas a outras já
coletadas, como a ideia de calor como algo quente ou como o sol e a temperatura como frio e
quente. Porém, na discussão o E14, apresentou uma questão que de causa-consequência de
forma mais clara que no mapa mental e partir da fala dele, os demais colegas apresentaram
outros exemplos, como: “[...] o calor seca a roupa, derrete o gelo, deixa as coisas quente”.
Nessa análise, verificou-se que, nos instrumentos roda de conversa e entrevista, o termo calor
era mais utilizado que temperatura no dia a dia destes participantes, pois alguns alunos disseram
não utilizam com muita frequência.
Quando se perguntou qual a fonte do calor, a maioria dos participantes disseram que a
fonte era o sol. O estudante E4 também disse que “[...] o calor vem do fogo do fogão. O verão
é quente e faz calor, o inverno é frio e o calor esquenta as coisas”. O participante E4 destacou
tanto no mapa, como nas discussões a temperatura do sol e a temperatura da lua, fazendo
menção ao período do dia em que é iluminado pelo sol e o período noturno em que não há
radiação solar aparente. Além dele, outros demonstraram que suas ideias se fundamentaram na
relação em que o sol é a fonte de calor e quando ele não está aparente, fica frio. Nessa análise,
compreende-se que, isso explique o porquê de associaram calor à estação do verão e
temperatura à estação do inverno.
Nas discussões referentes a temperatura, um dos participantes fez referência a cor azul
para frio e vermelho para quente, além de falar que, além de quente e frio, a temperatura tem a
ver com temperatura morna. Assim como na entrevista, reforçou-se a ideia de que, associam as
cores às temperaturas como nos desenhos animados.
Quanto ao estado morno, não souberam explicar e afirmaram somente que quando o
café estava morno, era que se podia bebê-lo. O estudante E3 disse que deveria ser a temperatura
do meio, ou seja, nem quente, nem frio. Ademais, a maioria dos estudantes disseram conhecer
o termômetro, demonstrado que, o mesmo servia para verificar a temperatura corporal e como
se deve utilizá-lo, em virtude da experiência em hospitais ou mesmo em casa quando estiveram
doentes.
Na compreensão dos dados analisados, as dúvidas provisórias estavam de certa forma
relacionadas as percepções climáticas, o que de certa maneira aponta a ideia de calor e
temperatura, associadas as sensações relacionadas ao tempo. Duas perguntas giram em torno
dos movimentos que a Terra executa. O E10 apresentou um questionamento que nos chamou
atenção, no que diz respeito à mudança de estado físicos, no caso, a solidificação.
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Nas discussões amplas, a participante E3 questionou: “[..] Por que alguns lugares são
muito quente e outros não? Por que alguns lugares nevam e em outros não?”. Outros estudantes
também se manifestaram para dizer que essa era uma dúvida que tinham a respeito da sensação
térmica alta, que tem durante quase todo o ano na região em que vivem.
O questionamento dos estudantes diz respeito ao fato de residirem na região norte do
Brasil, cuja capital está acima da linha do Equador e que nessa região amazônica, não se
experimenta bem definidas as quatro estações, somente um período de verão e o outro o
inverno, que tem como característica ser um período muito chuvoso, mas com pouca variação
de temperatura. Em análise, compreende-se que, muitos não conhecem temperaturas muito
baixas, a não ser pelo noticiário ou pelas centrais de ar que dispõem em suas residências.
Em resumo, pôde-se concluir que, as ideias prévias são essencialmente de origem
sensorial, pois ideias do contexto social e cultural, representavam menos de 15% do percentual
de respostas apresentadas. Já as ideias de origem escolar ou científica não houve nenhuma
resposta que se adequasse ao agrupamento de categoria, o que implicou compreender que, os
estudantes ainda demandavam, não somente a necessidade de aquisição conceitual, mas
também da formação conceitual, referindo-se à aprendizagem dos termos e palavras associadas
ao conhecimento científico de calor. O quadro 4 apresenta a frequência e o percentual dos
resultados relacionados as três dimensões ao qual caracterizam as ideias dos estudantes.
Quadro 4: Demanda de necessidade de aquisição conceitual
CATEGORIAS
Ideias de origem sensorial
Ideias de origem no contexto
social e cultural
Ideias do contexto
escolar/científico
Total
Omisso - NS/NR
Total
FREQUÊNCIA
65
12
PORCENTAGEM
77,4
14,3
0
0,0
77
7
84
91,7
8,3
100,0
Fonte: Os autores.
Nessa compreensão, verificou-se que essas ideias construídas na vivência cotidiana na
relação com o meio, possuía caráter estável, contudo, com pouco poder de inclusividade em
relação aos conceitos científicos abordados na instituição escolar. Ademais, os resultados ainda
revelam a necessidade de que, ao estudar conceitos de calor e temperatura, seria necessário a
utilização de um organizador prévio com a finalidade de apresentar ideias mais gerais do
conteúdo, relacionado com os elementos que se destacaram no instrumento diagnóstico.
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Os resultados também apontam características semelhantes encontrados em outros
estudos em que se discutia os conhecimentos prévios de crianças, que indicavam a dificuldade
para (1) distinguir os conceitos de calor e temperatura; (2) o calor como uma substância que se
acumula nos materiais; (3) o calor como algo quente, ou que vem de algo que é quente; (4) a
temperatura como a medida da quantidade de calor, (5) e a temperatura como calor ou frio ou
que pode altera-se a depender do recebimento ou retirada do calor (ERICKSON, 1978;
CAÑAL, GARCÍA-CARMONA, CRUZ-GUZMÁM, 2016).
Ao ouvir ou escrever a palavra “calor” os estudantes atribuam o significado deste
conceito, relacionando à sensação térmica das situações do cotidiano conforme discutidos em
Amaral e Mortimer (1998), Moreira (1998), Yeo e Zadnik (2001). Porém, numa perspectiva de
níveis maiores de ensino, mas que, fruto da não aprendizagem destes conceitos ao longo de sua
trajetória escolar, expressam como significado desta palavra, a sensação que possuem ao
sentirem o que nomeiam de “quente”.
Nesse sentido, Pozo e Crespo (1998) leva-nos a refletir e considerar a necessidade de
ajudá-los a avançar de uma percepção mais concreta da realidade para um pensamento mais
formal, considerando que, um dos aspectos relevantes a serem considerados é que os alunos já
possuem ou sabem algo dentro de uma perspectiva infantil é que, o “calor” derrete, e “seca”
deixa as coisas quentes, contudo, não sabem descrever ou explicar com palavras ou termos mais
científicos, tais fenômenos que ocorrem.
Pozo e Crespo (1998), ainda explicam que as crianças já possuem certa capacidade de
previsão e destaca a necessidade de levar os estudantes a responder o porquê que esses
fenômenos acontecem. Todavia, para esses resultados, convém pensar em estratégias para
discutir com as crianças desta investigação por que o gelo derrete, a roupa seca, a água depois
de muito tempo aquecida vaporiza e os objetos esquentem ao serem submetidos ao calor.
Contudo, o mais importante é levá-los a uma tomada de consciência do próprio conhecimento
de forma que reflitam sobre as ideias que possuem e como as mesmas são utilizadas para
explicar os referidos fenômenos.
5 CONSIDERAÇÕES
O instrumento diagnóstico revelou que, os participantes possuem argumentos sobre os
fenômenos da natureza, em especial sobre calor e temperatura, fundamentados nas vivências e
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experiências pessoais, relacionadas as sensações térmicas do cotidiano, características da
formação conceitual em crianças menores.
Ao apresentarem calor como sendo o sol ou o fogo, alguns afirmaram que o sol era fonte
de calor, porém, não compreendiam calor como energia, justamente por não perceberem a
associação entre os conceitos. Também apresentaram dificuldade em diferenciar os conceitos
de calor e temperatura, no qual associavam o calor somente as altas temperaturas, como uma
substância, uma espécie de fluído, que pertencesse a um corpo e que pudesse penetrar em
outros. Já em relação à temperatura, descreveram com duas dimensões: frio e quente ou como
oposto ao calor. Nesse momento, identificam o termômetro como instrumento para verificar a
temperatura.
Além disso, evidencia-se que, esse diagnóstico foi de suma importância, pois percebeuse que para os estudantes a ideia de calor estava relacionada as sensações do cotidiano que a
radiação solar provoca e, durante todo esse diagnóstico, percebeu-se nas falas, a curiosidade
dos mesmos, e em virtude desses resultados e ao relacioná-los com a estrutura conceitual da
matéria de ensino e com as implicações para o ensino e a aprendizagem de calor e temperatura,
construiu-se uma sequência de unidades didáticas que estruturou-se e organizou-se de maneira
não aleatória, mas considerando os conhecimentos prévios, a maturidade cognitiva e a
linguagem científica adequada ao estudante.
Ademais, no planejamento didático a partir desses resultados, é fundamental que o
docente promova um ensino que favoreça a reflexão do próprio conhecimento, visto que por
meio da interação social, do uso do questionamento, pode-se favorecer a discussão em torno da
incerteza do conhecimento, do conhecimento como linguagem, dos múltiplos recursos e
estratégias e compartilha significados pessoais com os colegas, com o professor e com outros.
Os resultados também demonstraram a necessidade de: (1) Introduzir, por meio de um
organizador prévio (atividade inicial que serve como ponte cognitiva entre o que eles sabem e
o que vão aprender), uma ideia mais geral a respeito de energia e do calor; (2) Familiarizar os
estudantes com novas palavras do contexto científico; (3) Explorar e discutir perguntas
elaboradas pelos estudantes; (4) Fazer uso de diversos recursos para execução das aulas, em
especial daqueles que possibilitem os estudantes visualizarem os processos em que o calor
promove mudanças em substâncias e objetos; (5) Permitir maior participação dos estudantes a
partir de seus conhecimentos prévios; e (6) motivá-los a participarem ativamente dos estudos.
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Revista REAMEC, Cuiabá/MT, v. 11, n. 1, e23025, jan./dez., 2023
https://doi.org/10.26571/reamec.v11i1.14522
2318-6674
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Conhecimentos prévios sobre calor e temperatura a luz da aprendizagem significativa crítica...
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__________________________________________________________________________
APÊNDICE 1 – INFORMAÇÕES SOBRE O MANUSCRITO
AGRADECIMENTOS
Não se aplica.
FINANCIAMENTO
Não houve financiamento.
Revista REAMEC, Cuiabá/MT, v. 11, n. 1, e23025, jan./dez., 2023
https://doi.org/10.26571/reamec.v11i1.14522
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Arthur Philipe Cândido de Magalhães, Jesus Meneses Villagrá, Ileana Maria Greca e Ivanise Maria Rizzatti
CONTRIBUIÇÕES DE AUTORIA
Resumo/Abstract/Resumen: Arthur Philipe Cândido de Magalhães, Jesus Meneses Villagrá, Ileana Maria Greca e
Ivanise Maria Rizzatti
Introdução: Arthur Philipe Cândido de Magalhães, Jesus Meneses Villagrá, Ileana Maria Greca e Ivanise Maria
Rizzatti
Referencial teórico: Arthur Philipe Cândido de Magalhães, Jesus Meneses Villagrá, Ileana Maria Greca
Análise de dados: Arthur Philipe Cândido de Magalhães, Jesus Meneses Villagrá, Ileana Maria Greca e Ivanise
Maria Rizzatti
Discussão dos resultados: Arthur Philipe Cândido de Magalhães, Jesus Meneses Villagrá, Ileana Maria Greca e
Ivanise Maria Rizzatti
Conclusão e considerações finais: Arthur Philipe Cândido de Magalhães, Jesus Meneses Villagrá, Ileana Maria
Greca e Ivanise Maria Rizzatti
Referências:
Revisão do manuscrito: Jesus Meneses Villagrá, Ileana Maria Greca e Ivanise Maria Rizzatti
Referências: Arthur Philipe Cândido de Magalhães, Jesus Meneses Villagrá, Ileana Maria Greca e Ivanise Maria
Rizzatti
Aprovação da versão final publicada: Arthur Philipe Cândido de Magalhães, Jesus Meneses Villagrá, Ileana Maria
Greca e Ivanise Maria Rizzatti
CONFLITOS DE INTERESSE
Os autores declararam não haver nenhum conflito de interesse de ordem pessoal, comercial, acadêmico, político e
financeiro referente a este manuscrito.
DISPONIBILIDADE DE DADOS DE PESQUISA
Informamos este artigo é um recorte de uma tese de doutorado e o conjunto de dados que dá suporte aos resultados
deste manuscrito foi publicado no próprio artigo.
PREPRINT
Não publicado.
CONSENTIMENTO DE USO DE IMAGEM
Não se aplica.
APROVAÇÃO DE COMITÊ DE ÉTICA EM PESQUISA
Não se aplica.
COMO CITAR - ABNT
MAGALHÃES, Arthur Philipe Cândido; VILLAGRÁ, Jesus Meneses; GRECA, Ileana Maria; RIZZATTI,
Ivanise Maria. Conhecimentos prévios sobre calor e temperatura a luz da Aprendizagem Significativa Crítica no
contexto dos anos iniciais. REAMEC – Rede Amazônica de Educação em Ciências e Matemática. Cuiabá, v.
11, n. 1, e23025, jan./dez., 2023. https://doi.org/10.26571/reamec.v11i1.14522
COMO CITAR - APA
MAGALHÃES, A. P. C., Villagrá, J. M., Greca, I. M., Rizzatti, I. M. (2023). Conhecimentos prévios sobre calor
e temperatura a luz da Aprendizagem Significativa Crítica no contexto dos anos iniciais. REAMEC - Rede
Amazônica de Educação em Ciências e Matemática, 11(1), e23025. https://doi.org/10.26571/reamec.v11i1.14522
LICENÇA DE USO
Licenciado sob a Licença Creative Commons Attribution-NonCommercial 4.0 International (CC BY-NC 4.0).
Esta licença permite compartilhar, copiar, redistribuir o manuscrito em qualquer meio ou formato. Além disso,
permite adaptar, remixar, transformar e construir sobre o material, desde que seja atribuído o devido crédito de
autoria e publicação inicial neste periódico.
DIREITOS AUTORAIS
Os direitos autorais são mantidos pelos autores, os quais concedem à Revista REAMEC – Rede Amazônica de
Educação em Ciências e Matemática - os direitos exclusivos de primeira publicação. Os autores não serão
remunerados pela publicação de trabalhos neste periódico. Os autores têm autorização para assumir contratos
Revista REAMEC, Cuiabá/MT, v. 11, n. 1, e23025, jan./dez., 2023
https://doi.org/10.26571/reamec.v11i1.14522
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Conhecimentos prévios sobre calor e temperatura a luz da aprendizagem significativa crítica...
adicionais separadamente, para distribuição não exclusiva da versão do trabalho publicado neste periódico (ex.:
publicar em repositório institucional, em site pessoal, publicar uma tradução, ou como capítulo de livro), com
reconhecimento de autoria e publicação inicial neste periódico. Os editores da Revista têm o direito de realizar
ajustes textuais e de adequação às normas da publicação.
POLÍTICA DE RETRATAÇÃO - CROSSMARK/CROSSREF
Os autores e os editores assumem a responsabilidade e o compromisso com os termos da Política de
Retratação da Revista REAMEC. Esta política é registrada na Crossref com o DOI:
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PUBLISHER
Universidade Federal de Mato Grosso. Programa de Pós-graduação em Educação em Ciências e Matemática
(PPGECEM) da Rede Amazônica de Educação em Ciências e Matemática (REAMEC). Publicação no Portal de
Periódicos UFMT. As ideias expressadas neste artigo são de responsabilidade de seus autores, não representando,
necessariamente, a opinião dos editores ou da referida universidade.
EDITOR
Dailson Evangelista Costa
AVALIADORES
Geison Jader Mello
Lilian Cristiane Almeida dos Santos
Avaliador 3: não autorizou a divulgação do seu nome.
HISTÓRICO
Submetido: 18 de outubro de 2022.
Aprovado: 07 de fevereiro de 2023.
Publicado: 31 de maio de 2023.
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