E por falar em coleções e repreentações by Manuel Ferreira Lima Filho
Bookmarks Related papers MentionsView impact
Abstract: In this article I examine the concept of cultural heritage or patrimonial
citizenship, ... more Abstract: In this article I examine the concept of cultural heritage or patrimonial
citizenship, taking into account my own professional trajectory
in the field of cultural patrimony which articulates a conceptual field with
accumulated research and field experiences, including the elaboration of
technical reports and engagement in policies related to cultural heritage and
patrimony. I put into conversation James Holston’s concept of ‘insurgent
citizenship’ with the literature on anthropology and cultural management.
My argument suggests that concepts of insurgency and agency should be
central to the construction of patrimonial citizenship. In this analysis, the
myth of the nation and its operation in the hegemony of national culture,
are reconsidered through the lens of cultural patrimony, and rearticulated
with the idea of action/ social practice in which adherence or resistance/
denial to totalizing heritage policies of the nation configure social and ethnic
collective actions modulated between myth the anti-myth of the nation.
Keywords: Cultural heritage; Citizenship; Anthropology
Bookmarks Related papers MentionsView impact
Horizontes Antropologicos, 2006
... Flávio Leonel Abreu da Silveira I ; Manuel Ferreira Lima Filho II. ... This is why in a small... more ... Flávio Leonel Abreu da Silveira I ; Manuel Ferreira Lima Filho II. ... This is why in a small text byBrother Leonardo Boff (2004), in which he discourses on the meaning of ritual objects in his life, it is possible to perceive the importance of "little things", crossed by a complex aura of ...
Bookmarks Related papers MentionsView impact
Iluminuras, Dec 31, 2011
Bookmarks Related papers MentionsView impact
resumo Apresento no presente artigo algumas reflexões etnográficas a respeito das redes sociais d... more resumo Apresento no presente artigo algumas reflexões etnográficas a respeito das redes sociais da cidade de ouro Preto tendo o patrimônio cultural como víeis metodológico. A análise dialoga com dados provenientes de pesquisa de campo por meio de entrevistas, levantamento em arquivos e acervos realizados entre os anos de 2007 a 2009. Neste trabalho fizemos um recorte analítico enquadrando um dos dramas sociais da cidade, a escravidão, que compõe um dos fios das teceduras patrimoniais de ouro Preto. As categorias conceituais utilizadas na análise são patrimônio, me-mória, museus, e história. Por meio destas categorias percebe-se a crista-lização de outra categoria, a do sofrimento, presente no imaginário sobre a cidade, e reificado pelas práticas museológicas a favor da história síntese do estado-Nação brasileira, numa perspectiva hierárquica, excludente e redutora. Práticas que inviabilizam a complexidade da cosmovisão afro-ouro-pretano que podem levar a uma ideia ingênua da vitimização social ou obliterar novas possibilidades patrimoniais relacionadas à cidadania. Palavras-chave: Patrimônio Cultural, Memória, ouro Preto.
Bookmarks Related papers MentionsView impact
RESUMO: Neste artigo visito algumas idéias e práticas que marcaram o saber e o fazer inerentes ao... more RESUMO: Neste artigo visito algumas idéias e práticas que marcaram o saber e o fazer inerentes ao tema do patrimônio cultural brasileiro. A inten-ção é procurar fugir não apenas das explicações repetitivas, históricas e já desgastadas que permeiam a política denominada " de pedra e cal " , mas tam-bém da moda do patrimônio imaterial como se fosse uma política redentora do patrimônio brasileiro. A oscilação entre esses dois pólos conceituais é identificada aqui como um trauma que norteou, até o momento, as políti-cas patrimoniais do país. Aponto que é preciso sair dessa velha tensão, na realidade um falso problema, que pode desfocar a compreensão/interpreta-ção e ressemantização social do patrimônio pelos grupos sociais, que deveria ser a razão, a priori, da existência de tais políticas. Nessa cartografia das po-líticas públicas brasileiras relacionadas ao patrimônio cultural, jogo luz para focar o lugar da Antropologia, sua contribuição e seus limites, como área de conhecimento interlocutora crescente na reconstrução de tais políticas. Patrimônio e sua gênese no Brasil: notas introdutórias
Bookmarks Related papers MentionsView impact
Resumo: Neste artigo analisamos as representações sociais articuladas pelos grafi s-mos aplicados... more Resumo: Neste artigo analisamos as representações sociais articuladas pelos grafi s-mos aplicados nas bonecas karajá a partir do entendimento de que a cultura material está inserida em contextos sócio-ecológico-territoriais e imbricada nas dinâmicas de poder que envolvem sua produção, signifi cação e circulação. A análise é feita a partir dos dados levantados na pesquisa coletiva que subsidiou o registro do modo de fazer e formas de expressão das Ritxoko como Patrimônio Cultural Imaterial do Brasil. A pintura dos grafi smos integra o processo de fabricação das fi guras em cerâmica pelas mulheres, articula o mundo simbólico karajá e revela igualmente um processo cria-tivo próprio, decorrente de fatores exógenos como aqueles imputados pelo contato interétnico. Nesse sentido, as ceramistas são classifi cadas internamente como " boas ceramistas " a partir de categorias que interligam arte, relações de gênero, saber tradicional, inovação e prestígio. Palavras-chave: arte, bonecas karajá, cultura material, grafi smo. Abstract: This article analyses the social representations of graphisms on Karajá dolls based on the idea that material culture is embedded in socio-ecological-territories contexts and interconnected to the dynamics of power involved within its production , meaning and circulation. The study is based on the data collected by a research group which informed the registry of " how to do " and " the expression forms " of
Bookmarks Related papers MentionsView impact
Resumo: A proposta do texto em questão é a de refletir acerca da simbólica do objeto e seus víncu... more Resumo: A proposta do texto em questão é a de refletir acerca da simbólica do objeto e seus vínculos com a experiência cotidiana dos grupos sociais, imersos em suas paisagens de pertencimento. Portanto, busca situá-lo para além de uma visão reducionista do " objeto museal " desvinculado do vivido. A imaterialidade dos bens culturais emerge, assim, como uma instância das relações dos sujeitos com o mundo social e uma simbólica das coisas que circulam, dispersando sentidos no mundo. Uma antropologia do objeto documental acenaria, dessa maneira, para o objeto e sua dinâmica social, considerando a circularidade e a " alma nas coisas " junto às formas sociais que as engendram e dinamizam. Nesses termos, o papel da mediação se configura como o caminho mais profícuo para evitar o congelamento do objeto e o isolamento da cultura na ação. Abstract: The article aims to reflect on the symbolism of the object and its links to day-today experience of social groups, immersed in the scenery to which they belong. Therefore, the article tries to take it beyond a reductionism viewpoint of a museum piece disconnected from the living. The immateriality of cultural goods appears, just as an instance in the relationship of subjects in the social world and a symbolism of things which circulate, spreading meaning in the world. In this way, an Anthropology of Documented Objects could demonstrate its social dynamic to the object, considering the circularity and " spirit of things " with the social forms which generated and dynamized them. In this way, the role of mediation can be construed as a more perfect way in order to avoid the congealing of the object and the isolation of the culture of action.
Bookmarks Related papers MentionsView impact
Books by Manuel Ferreira Lima Filho
O (des) Encanto do Oeste, 2001
Livro resultado de tese de Doutorado defenida no Programa de Pós-graduação em Antropologia Social... more Livro resultado de tese de Doutorado defenida no Programa de Pós-graduação em Antropologia Social da Universidade de Brasília sobre memória social do Médio Araguaia.
Bookmarks Related papers MentionsView impact
Coleções étnicas e museologia compartilhada, 2019
Coleções étnicas e museologia compartilhada, fruto da liderança da Antropologia da Universidade F... more Coleções étnicas e museologia compartilhada, fruto da liderança da Antropologia da Universidade Federal de Goiás
(UFG) no campo dos estudos do Patrimônio e Museologia no
Brasil. Este livro resulta do diálogo travado entre pesquisadores da
temática cultura material por ocasião do Seminário Coleções étnicas
e museologia compartilhada, organizado como pré-evento do 18º
Congresso Mundial da International Union of Anthropological and
Ethnological Sciences (IUAES), realizado de 10 a 13 de julho de
2018 na Universidade Federal de Goiás.
Bookmarks Related papers MentionsView impact
COLEÇÕES ÉTNICAS E MUSEOLOGIA COMPARTILHADA, 2019
Bookmarks Related papers MentionsView impact
Este livro, fruto do Seminário Internacional “dos ‘museus etnográficos’ às etnografias dos museus... more Este livro, fruto do Seminário Internacional “dos ‘museus etnográficos’ às etnografias dos museus: o lugar da Antropologia na contemporaneidade” realizado entre os dias 02 a 04 de agosto de 2016 na 29a RBA na cidade de Natal, e organizado por Julie Cavicnag (UFRN), Manuel Ferreira Lima Filho (UFG/ ABA), Regina Abreu (UNIRIO) e Renato Athias (UFPE/ABA), possamos estimular os novos profissionais em Antropologia ABA a eleger o tema dos museus no foco das análises antropológicas. Acreditamos que a iniciativa desta publicação é da maior relevância ao reunir ma- terial reflexivo e, certamente, também por proporcionar muita inspira- ção para aqueles que, exercitando o ofício do antropólogo, focalizam os museus seja como inventariantes e formadores de coleções, como educadores, como agentes de políticas públicas patrimoniais, ou como pesquisadores, mas, sobretudo, como cidadãos antenados com um tema que se impõe como uma das agendas para o século XXI.
Bookmarks Related papers MentionsView impact
Bookmarks Related papers MentionsView impact
Antropologia e identificação: os antropólogos e a identificação de terras indígenas no Brasil, 19... more Antropologia e identificação: os antropólogos e a identificação de terras indígenas no Brasil, 1977-2002 reúne contribuições que procuram ampliar a compreensão sociológica da prática jurídico-administrativa da identificação das terras indígenas no Brasil, que tem se revelado cada vez mais uma megaoperação de codificação governamental de demandas territoriais e culturais de povos indígenas, veiculando efeitos de Estado de enorme importância. Os autores procuram pesar o que mudou e o que permaneceu em relação ao cenário dos anos 1980 até o início dos anos 1990 (o imediato pós-Constituinte) não só em termos dos elementos mais evidentes relativos às práticas administrativas chamadas de estudos de identificação , como também em relação à configuração política em que se enquadram. Os estudos aqui reunidos buscam, ainda, pensar sobre as mudanças e as permanências na própria disciplina antropologia e na formação do antropólogo, considerando a sua definição progressiva como profissional e técnico pelas instâncias administrativas que demandam a sua expertise , bem como o papel multifuncional que cada vez mais é chamado a desempenhar como perito em processos jurídicos-administrativos, como gestor de conflitos de significação entre partes variadas e como executor de ações de intervenção social.
Destacam também o quanto a formação acadêmica universitária atual continua a dar pouca ênfase a aspectos da disciplina que contribuíram sobremaneira para uma menor plerplexidade do recém-formado nesse exercício profissional de caráter “prático”, embora não menos reflexivo que o “acadêmico”, já que hoje este fazer segue muitas vezes as veredas que se abrem (ainda que não se as declarem ou as pensem analiticamente) ao exercício real da pesquisa etnográfica em contextos como os abordados neste livro. Os textos aqui contidos permitem, pois, alguns relances quanto ao fazer antropológico no Brasil dos anos 1990, de certo a serem analiticamente perseguidos em outras publicações similares, consolidando um material imprescindível à formação de novos praticantes.
A identificação é a etapa administrativa inicial das intervenções governamentais que definem porções do território brasileiro como terras indígenas, sendo tais procedimentos administrativos aspectos do processo de territorialização contemporâneo dos povos indígenas em nosso país. Os antropólogos têm importância fundamental nessa etapa, assim como em outras práticas administrativas que estabelecem direitos culturalmente diferenciados. Conhecê-la nos diz muito das crenças, dos valores e das representações entretecidos em práticas e dispositivos vigentes em toda ação fundiária governamental. Permite também entender como é concebida, pelos gestores governamentais, a participação da antropologia e dos antropólogos (inclusive por eles mesmos) nessas ações de governo, bem como lança pistas importantes sobre como esses profissionais se auto-representam em face dos trabalhos que demandam sua expertise.
SUMÁRIO
Uma apresentação (Antonio Carlos de Souza Lima e Henyo Trindade Barretto Filho)
A identificação como categoria histórica (Antonio Carlos de Souza Lima)
Os relatórios antropológicos de identificação de terras indígenas da Fundação Nacional do Índio: notas para o estudo da relação entre antropologia e indigenismo no Brasil, 1968-1985 (Antonio Carlos de Souza Lima)
Disciplinando a diversidade cultural: uma perspectiva antropológica sobre a Portaria 14 (Henyo Trindade Barretto Filho)
A identificação de terras indígenas e os relatórios de identificação e delimitação da FUNAI: reflexões sobre a prática da antropologia no Brasil - 1988-2003 (Rodrigo Pádua Rodrigues Chaves)
Áreas Etnográficas: proposta de reestruturação do Departamento de Identificação e Delimitação da FUNAI com base na atuação em áreas etnográficas (Marco Paulo Fróes Schettino)
A construção de instrumentos de pesquisa para a documentação do SPI e a busca de novas formas de acesso e diálogo (Carlos Alberto Montes Perez, Maria Elizabeth Brêa Monteiro, Sheila Maria Guimarães de Sá e Sonia Maria Otero Coqueiro)
Recursos comuns indígenas ou conservação global na Amazônia? O Monte Roraima entre Parque Nacional e Terra Indígena Raposa-Serra do Sol (Vincenzo Lauriola)
Campo Minado: considerações sobre o poder e a antropologia na identificação e delimitação de terras indígenas (Cristhian Teófilo da Silva)
Identidade, território e interesses entre os índios Jenipapo-Kanindé do Ceará (Carlos Kleber Saraiva de Sousa)
A identificação da TI Potiguara de Monte-Mor e as conseqüências (im)previstas do Decreto 1775/96 (Sidnei Peres)
Retomada ou invasão: percepção das instituições governamentais sobre a ocupação do Monte Pascoal pelos índios Pataxó (Rodrigo Paranhos Faleiro)
Entre a paixão e a técnica: reflexões sobre o processo de identificação e demarcação das terras dos Karajá de Aruanã, GO (Manuel Ferreira Lima Filho)
Estação Parecis: um território expropriado (Maria Fátima Roberto Machado)
Referências bibliográficas
Sobre os autores
Bookmarks Related papers MentionsView impact
Analise das narrativas a respeito do passado afro-brasileiro na cidade de Ouro Preto associado a ... more Analise das narrativas a respeito do passado afro-brasileiro na cidade de Ouro Preto associado a Irmandade dos Pretos de Santa Ifigênia e Nossa Senhora do Rosário.
Bookmarks Related papers MentionsView impact
Book Chapters by Manuel Ferreira Lima Filho
Este texto foi elaborado a partir de questões colocadas em simpósios internacionais (último reali... more Este texto foi elaborado a partir de questões colocadas em simpósios internacionais (último realizado na 29 RBA em Natal) que merecem a atenção quando discutimos coleções de objetos e museus etnográficos. Esses eventos têm possibilitado avançar nessas questões que estão sendo postas de forma bem aberta por inú- meros antropólogos que participam desses eventos. Um número significativo de antropólogos e museólogos estão preocupados com as narrativas expográficas em museus etnográficos. O que essas narrativas contam para um público distante a respeito da cultura de outros povos, muitas vezes muito longe dos lugares onde esses museus estão abertos e recebendo um público diverso. Questão pautada por cada exposição de objetos etnográficos que se inauguram. Aliás, essa questão vem sendo posta por Franz Boas desde 1907 quando publicou Alguns princípios de administração em museus.
Bookmarks Related papers MentionsView impact
Papers by Manuel Ferreira Lima Filho
Vibrant: Virtual Brazilian Anthropology, 2019
Abstract
In this article, I present the concept of ‘patrimonial citizenship’- based on my traject... more Abstract
In this article, I present the concept of ‘patrimonial citizenship’- based on my trajectory as an anthropologist
working in the feld of cultural heritage, articulating a conceptual repertoire with the feld experiences,
accumulated in my academic research well as the production of technical reports required by authorities
managing patrimonial policies. I revisit James Holston’s notion of insurgent citizenship and dialogue with
anthropological approaches to cultural management. The notion of patrimonial citizenship is inspired by
the concepts of insurgency and agency. In my analysis, the myth of the nation and its operability in affrming
the hegemony of national culture are thought through the lens of cultural patrimony. I associate this with
the idea of social action, or praxis, in which the adhesion or the resistance to and the negation of totalizing
patrimonial policies frames the action of social and ethnic collectives modulated between the myth and antimyth of the nation.
Bookmarks Related papers MentionsView impact
Apresentamos à comunidade acadêmica o dossiê
“Coleções, Colecionadores e Práticas de Representaçã... more Apresentamos à comunidade acadêmica o dossiê
“Coleções, Colecionadores e Práticas de Representação”
da revista Sociedade e Cultura da Universidade Federal
de Goiás. Fomos motivados, após conduzir e participar
de fóruns e grupos de trabalho em encontros como os
da Associação Brasileira de Antropologia (ABA) e da
Associação Nacional de Pós-Graduação em Ciências
Sociais (ANPOCS), a estimular a publicação de pesquisas
no campo da antropologia e ciências sociais e suas interfaces
disciplinares a respeito do tema da formação e gestão de
coleções artístico-científicas e as práticas de representação
a estas associadas, uma vez que se tem notado um aumento
de interesse pelas temáticas fomentadas pela revisão e
retomada críticas da antropologia com relação aos estudos
da cultura material, dos museus e da formação de campos
disciplinares e instituições artístico-científicas.
Bookmarks Related papers MentionsView impact
Uploads
E por falar em coleções e repreentações by Manuel Ferreira Lima Filho
citizenship, taking into account my own professional trajectory
in the field of cultural patrimony which articulates a conceptual field with
accumulated research and field experiences, including the elaboration of
technical reports and engagement in policies related to cultural heritage and
patrimony. I put into conversation James Holston’s concept of ‘insurgent
citizenship’ with the literature on anthropology and cultural management.
My argument suggests that concepts of insurgency and agency should be
central to the construction of patrimonial citizenship. In this analysis, the
myth of the nation and its operation in the hegemony of national culture,
are reconsidered through the lens of cultural patrimony, and rearticulated
with the idea of action/ social practice in which adherence or resistance/
denial to totalizing heritage policies of the nation configure social and ethnic
collective actions modulated between myth the anti-myth of the nation.
Keywords: Cultural heritage; Citizenship; Anthropology
Books by Manuel Ferreira Lima Filho
(UFG) no campo dos estudos do Patrimônio e Museologia no
Brasil. Este livro resulta do diálogo travado entre pesquisadores da
temática cultura material por ocasião do Seminário Coleções étnicas
e museologia compartilhada, organizado como pré-evento do 18º
Congresso Mundial da International Union of Anthropological and
Ethnological Sciences (IUAES), realizado de 10 a 13 de julho de
2018 na Universidade Federal de Goiás.
ISBN: 978-85-93380-58-7
https://cegraf.ufg.br/p/25498-ebook-imprensa-universitaria-iu
Destacam também o quanto a formação acadêmica universitária atual continua a dar pouca ênfase a aspectos da disciplina que contribuíram sobremaneira para uma menor plerplexidade do recém-formado nesse exercício profissional de caráter “prático”, embora não menos reflexivo que o “acadêmico”, já que hoje este fazer segue muitas vezes as veredas que se abrem (ainda que não se as declarem ou as pensem analiticamente) ao exercício real da pesquisa etnográfica em contextos como os abordados neste livro. Os textos aqui contidos permitem, pois, alguns relances quanto ao fazer antropológico no Brasil dos anos 1990, de certo a serem analiticamente perseguidos em outras publicações similares, consolidando um material imprescindível à formação de novos praticantes.
A identificação é a etapa administrativa inicial das intervenções governamentais que definem porções do território brasileiro como terras indígenas, sendo tais procedimentos administrativos aspectos do processo de territorialização contemporâneo dos povos indígenas em nosso país. Os antropólogos têm importância fundamental nessa etapa, assim como em outras práticas administrativas que estabelecem direitos culturalmente diferenciados. Conhecê-la nos diz muito das crenças, dos valores e das representações entretecidos em práticas e dispositivos vigentes em toda ação fundiária governamental. Permite também entender como é concebida, pelos gestores governamentais, a participação da antropologia e dos antropólogos (inclusive por eles mesmos) nessas ações de governo, bem como lança pistas importantes sobre como esses profissionais se auto-representam em face dos trabalhos que demandam sua expertise.
SUMÁRIO
Uma apresentação (Antonio Carlos de Souza Lima e Henyo Trindade Barretto Filho)
A identificação como categoria histórica (Antonio Carlos de Souza Lima)
Os relatórios antropológicos de identificação de terras indígenas da Fundação Nacional do Índio: notas para o estudo da relação entre antropologia e indigenismo no Brasil, 1968-1985 (Antonio Carlos de Souza Lima)
Disciplinando a diversidade cultural: uma perspectiva antropológica sobre a Portaria 14 (Henyo Trindade Barretto Filho)
A identificação de terras indígenas e os relatórios de identificação e delimitação da FUNAI: reflexões sobre a prática da antropologia no Brasil - 1988-2003 (Rodrigo Pádua Rodrigues Chaves)
Áreas Etnográficas: proposta de reestruturação do Departamento de Identificação e Delimitação da FUNAI com base na atuação em áreas etnográficas (Marco Paulo Fróes Schettino)
A construção de instrumentos de pesquisa para a documentação do SPI e a busca de novas formas de acesso e diálogo (Carlos Alberto Montes Perez, Maria Elizabeth Brêa Monteiro, Sheila Maria Guimarães de Sá e Sonia Maria Otero Coqueiro)
Recursos comuns indígenas ou conservação global na Amazônia? O Monte Roraima entre Parque Nacional e Terra Indígena Raposa-Serra do Sol (Vincenzo Lauriola)
Campo Minado: considerações sobre o poder e a antropologia na identificação e delimitação de terras indígenas (Cristhian Teófilo da Silva)
Identidade, território e interesses entre os índios Jenipapo-Kanindé do Ceará (Carlos Kleber Saraiva de Sousa)
A identificação da TI Potiguara de Monte-Mor e as conseqüências (im)previstas do Decreto 1775/96 (Sidnei Peres)
Retomada ou invasão: percepção das instituições governamentais sobre a ocupação do Monte Pascoal pelos índios Pataxó (Rodrigo Paranhos Faleiro)
Entre a paixão e a técnica: reflexões sobre o processo de identificação e demarcação das terras dos Karajá de Aruanã, GO (Manuel Ferreira Lima Filho)
Estação Parecis: um território expropriado (Maria Fátima Roberto Machado)
Referências bibliográficas
Sobre os autores
Book Chapters by Manuel Ferreira Lima Filho
Papers by Manuel Ferreira Lima Filho
In this article, I present the concept of ‘patrimonial citizenship’- based on my trajectory as an anthropologist
working in the feld of cultural heritage, articulating a conceptual repertoire with the feld experiences,
accumulated in my academic research well as the production of technical reports required by authorities
managing patrimonial policies. I revisit James Holston’s notion of insurgent citizenship and dialogue with
anthropological approaches to cultural management. The notion of patrimonial citizenship is inspired by
the concepts of insurgency and agency. In my analysis, the myth of the nation and its operability in affrming
the hegemony of national culture are thought through the lens of cultural patrimony. I associate this with
the idea of social action, or praxis, in which the adhesion or the resistance to and the negation of totalizing
patrimonial policies frames the action of social and ethnic collectives modulated between the myth and antimyth of the nation.
“Coleções, Colecionadores e Práticas de Representação”
da revista Sociedade e Cultura da Universidade Federal
de Goiás. Fomos motivados, após conduzir e participar
de fóruns e grupos de trabalho em encontros como os
da Associação Brasileira de Antropologia (ABA) e da
Associação Nacional de Pós-Graduação em Ciências
Sociais (ANPOCS), a estimular a publicação de pesquisas
no campo da antropologia e ciências sociais e suas interfaces
disciplinares a respeito do tema da formação e gestão de
coleções artístico-científicas e as práticas de representação
a estas associadas, uma vez que se tem notado um aumento
de interesse pelas temáticas fomentadas pela revisão e
retomada críticas da antropologia com relação aos estudos
da cultura material, dos museus e da formação de campos
disciplinares e instituições artístico-científicas.
citizenship, taking into account my own professional trajectory
in the field of cultural patrimony which articulates a conceptual field with
accumulated research and field experiences, including the elaboration of
technical reports and engagement in policies related to cultural heritage and
patrimony. I put into conversation James Holston’s concept of ‘insurgent
citizenship’ with the literature on anthropology and cultural management.
My argument suggests that concepts of insurgency and agency should be
central to the construction of patrimonial citizenship. In this analysis, the
myth of the nation and its operation in the hegemony of national culture,
are reconsidered through the lens of cultural patrimony, and rearticulated
with the idea of action/ social practice in which adherence or resistance/
denial to totalizing heritage policies of the nation configure social and ethnic
collective actions modulated between myth the anti-myth of the nation.
Keywords: Cultural heritage; Citizenship; Anthropology
(UFG) no campo dos estudos do Patrimônio e Museologia no
Brasil. Este livro resulta do diálogo travado entre pesquisadores da
temática cultura material por ocasião do Seminário Coleções étnicas
e museologia compartilhada, organizado como pré-evento do 18º
Congresso Mundial da International Union of Anthropological and
Ethnological Sciences (IUAES), realizado de 10 a 13 de julho de
2018 na Universidade Federal de Goiás.
ISBN: 978-85-93380-58-7
https://cegraf.ufg.br/p/25498-ebook-imprensa-universitaria-iu
Destacam também o quanto a formação acadêmica universitária atual continua a dar pouca ênfase a aspectos da disciplina que contribuíram sobremaneira para uma menor plerplexidade do recém-formado nesse exercício profissional de caráter “prático”, embora não menos reflexivo que o “acadêmico”, já que hoje este fazer segue muitas vezes as veredas que se abrem (ainda que não se as declarem ou as pensem analiticamente) ao exercício real da pesquisa etnográfica em contextos como os abordados neste livro. Os textos aqui contidos permitem, pois, alguns relances quanto ao fazer antropológico no Brasil dos anos 1990, de certo a serem analiticamente perseguidos em outras publicações similares, consolidando um material imprescindível à formação de novos praticantes.
A identificação é a etapa administrativa inicial das intervenções governamentais que definem porções do território brasileiro como terras indígenas, sendo tais procedimentos administrativos aspectos do processo de territorialização contemporâneo dos povos indígenas em nosso país. Os antropólogos têm importância fundamental nessa etapa, assim como em outras práticas administrativas que estabelecem direitos culturalmente diferenciados. Conhecê-la nos diz muito das crenças, dos valores e das representações entretecidos em práticas e dispositivos vigentes em toda ação fundiária governamental. Permite também entender como é concebida, pelos gestores governamentais, a participação da antropologia e dos antropólogos (inclusive por eles mesmos) nessas ações de governo, bem como lança pistas importantes sobre como esses profissionais se auto-representam em face dos trabalhos que demandam sua expertise.
SUMÁRIO
Uma apresentação (Antonio Carlos de Souza Lima e Henyo Trindade Barretto Filho)
A identificação como categoria histórica (Antonio Carlos de Souza Lima)
Os relatórios antropológicos de identificação de terras indígenas da Fundação Nacional do Índio: notas para o estudo da relação entre antropologia e indigenismo no Brasil, 1968-1985 (Antonio Carlos de Souza Lima)
Disciplinando a diversidade cultural: uma perspectiva antropológica sobre a Portaria 14 (Henyo Trindade Barretto Filho)
A identificação de terras indígenas e os relatórios de identificação e delimitação da FUNAI: reflexões sobre a prática da antropologia no Brasil - 1988-2003 (Rodrigo Pádua Rodrigues Chaves)
Áreas Etnográficas: proposta de reestruturação do Departamento de Identificação e Delimitação da FUNAI com base na atuação em áreas etnográficas (Marco Paulo Fróes Schettino)
A construção de instrumentos de pesquisa para a documentação do SPI e a busca de novas formas de acesso e diálogo (Carlos Alberto Montes Perez, Maria Elizabeth Brêa Monteiro, Sheila Maria Guimarães de Sá e Sonia Maria Otero Coqueiro)
Recursos comuns indígenas ou conservação global na Amazônia? O Monte Roraima entre Parque Nacional e Terra Indígena Raposa-Serra do Sol (Vincenzo Lauriola)
Campo Minado: considerações sobre o poder e a antropologia na identificação e delimitação de terras indígenas (Cristhian Teófilo da Silva)
Identidade, território e interesses entre os índios Jenipapo-Kanindé do Ceará (Carlos Kleber Saraiva de Sousa)
A identificação da TI Potiguara de Monte-Mor e as conseqüências (im)previstas do Decreto 1775/96 (Sidnei Peres)
Retomada ou invasão: percepção das instituições governamentais sobre a ocupação do Monte Pascoal pelos índios Pataxó (Rodrigo Paranhos Faleiro)
Entre a paixão e a técnica: reflexões sobre o processo de identificação e demarcação das terras dos Karajá de Aruanã, GO (Manuel Ferreira Lima Filho)
Estação Parecis: um território expropriado (Maria Fátima Roberto Machado)
Referências bibliográficas
Sobre os autores
In this article, I present the concept of ‘patrimonial citizenship’- based on my trajectory as an anthropologist
working in the feld of cultural heritage, articulating a conceptual repertoire with the feld experiences,
accumulated in my academic research well as the production of technical reports required by authorities
managing patrimonial policies. I revisit James Holston’s notion of insurgent citizenship and dialogue with
anthropological approaches to cultural management. The notion of patrimonial citizenship is inspired by
the concepts of insurgency and agency. In my analysis, the myth of the nation and its operability in affrming
the hegemony of national culture are thought through the lens of cultural patrimony. I associate this with
the idea of social action, or praxis, in which the adhesion or the resistance to and the negation of totalizing
patrimonial policies frames the action of social and ethnic collectives modulated between the myth and antimyth of the nation.
“Coleções, Colecionadores e Práticas de Representação”
da revista Sociedade e Cultura da Universidade Federal
de Goiás. Fomos motivados, após conduzir e participar
de fóruns e grupos de trabalho em encontros como os
da Associação Brasileira de Antropologia (ABA) e da
Associação Nacional de Pós-Graduação em Ciências
Sociais (ANPOCS), a estimular a publicação de pesquisas
no campo da antropologia e ciências sociais e suas interfaces
disciplinares a respeito do tema da formação e gestão de
coleções artístico-científicas e as práticas de representação
a estas associadas, uma vez que se tem notado um aumento
de interesse pelas temáticas fomentadas pela revisão e
retomada críticas da antropologia com relação aos estudos
da cultura material, dos museus e da formação de campos
disciplinares e instituições artístico-científicas.