A Ilha que justifica seu nome
Foi na viagem de exploração da costa da América do Sul, iniciada em 13 de maio de 1501, com financiamento do Rei D. Manoel I, de Portugal, que o navegador genovês que Vespúcio avistou e batizou inúmeros territórios brasileiros, como o Cabo de Santo Agostinho, a Baía de Todos os Santos, o Rio de Janeiro e a Ilha de São Sebastião, nome atribuído à gigantesca porção de terra avistada pela esquadra em 20 de janeiro de 1502, dia do santo.
Porção visível de uma grande formação montanhosa que sobe a quase 1.400 metros de altura, a Ilha de São Sebastião é a principal de um arquipélago formado por outras 13, das quais se destacam ainda as Ilhas de Búzios, Vitória, Sumítica, das Cabras e Serraria. “Endereço” completo: Ilha de São Sebastião, informalmente conhecida como Ilhabela; Latitude: 23o 48′ 45″ S; Longitude: 45o 18′ 45″ W.
Como toda a região litorânea brasileira, é composta pela cobertura vegetal denominada Mata Atlântica, formação que, à época do descobrimento, se entendia originalmente por quase todo o litoral do Brasil.
Ao contrário, do ocorrido nas regiões do continente que, densamente urbanizadas durante o século XX, inviabilizaram a continuidade da vida das espécies animais selvagens, o fato de ser uma ilha, de acesso dificultado, e a transformação de quase 85% de seu território em parque estadual, em 1977, garantiram a preservação de quase toda sua cobertura vegetal original.
Sua face voltada ao mar aberto recebe o impacto das correntes oceânicas e sofre ação de ventos
É formada por poucas praias, algumas baías, sacos, e muitos costões rochosos, inclusive submersos, causa dos vários naufrágios registrados em seu entorno.
Menos perigosa, a face da ilha voltada ao continente é banhada pelas águas do Canal de São Sebastião, um trecho de mar com largura entre dois e sete quilômetros, profundidades que atingem até 30 metros e que preenche o verdadeiro corredor entre a ilha e o continente.
Este corredor de águas abrigadas e vento constante, literalmente “encanado”, foi logo descoberto pelos navegantes como um dos melhores, senão o melhor, ponto da costa brasileira para a prática de esportes à vela.