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Granito

rocha comum tipo ígnea ou magmática
 Nota: Para outros significados, veja Granito (desambiguação).

GRANITO É UMA ROCHA MAGMATICA

Os picos de granito no Parque Nacional Torres del Paine, Patagônia chilena

O granito é quase sempre compacto (sem estruturas internas), duro e resistente, sendo por essas qualidades usado como pedra para a construção civil. A densidade média do granito situa-se entre 2,65 g/cm3[1] e 2,75 g/cm3[2] A sua temperatura de fusão é de 1215 - 1260 °C.[3]

Cortes variados de granito

A composição mineralógica dos granitos é definida por associações muito variadas de quartzo, feldspato, micas (biotite e/ou moscovite), anfíbolas (sobretudo horneblenda), piroxenas (augite e hiperstena) e olivina. Alguns desses constituintes podem estar ausentes em determinadas associações mineralógicas, anotando-se diversos outros minerais acessórios em proporções bem mais reduzidas. Quartzo, feldspato, micas e anfíbolas são os minerais dominantes nas rochas graníticas e afins.

Os feldspatos (microclina, ortóclase e plagióclases), são os principais condicionantes do padrão cromático das rochas silicáticas, conferindo as colorações avermelhada, rosada e creme-acinzentada a estas rochas.

A cor negra variavelmente impregnada na matriz das rochas silicatadas, é conferida pelos minerais máficos (silicatos ferro-magnesianos) sobretudo anfíbolas (hornblenda) e micas (biotite).

Nos granitos mais leucocráticos (claros), portanto com menor quantidade de minerais ferro-magnesianos, o quartzo e o feldspato compõem normalmente entre 85% e 95% da rocha.

A textura das rochas silicatadas é determinada pela granulação e hábito dos cristais, sendo a estrutura definida pela distribuição desses cristais. Composição, textura e estrutura representam assim parâmetros de grande importância para caracterização de granitos.

O granito é utilizado como rocha ornamental e na construção civil. Para o sector de pedras ornamentais e de revestimento, o termo granito designa um amplo conjunto de rochas silicatadas, abrangendo monzonitos, granodioritos, charnockitos, sienitos, dioritos, doleritos, basaltos e os próprios granitos.

Em Portugal a paisagem granítica revela-se principalmente em extensos planaltos, em serras, nas Beiras e em várias regiões montanhosas. Há ainda a considerar um maciço de dimensões mais reduzidas, na serra de Sintra, com cerca de 10 por 5 quilómetros.

Mineralogia

 
Parede de granito em um muro de Madri.
 
Diagrama QAPF de Streckeisen para classificação de rochas plutônicas

Granitos são classificados de acordo com o diagrama QAPF para rochas plutônicas de granulação grossa e são nomeados de acordo com a porcentagem de quartzo, álcali-feldspato (ortoclásio, sanidina ou microclina) e plagioclásio na porção A-Q-P do diagrama. De acordo com a convenção petrológica moderna, granitos verdadeiros contém tanto plagioclásio quanto álcali-feldspatos. Quando um granitoide é desprovido (ou quase) de plagioclásio, nos referimos à rocha como um álcali-feldspato granito. Quando um granitoide contém menos de 10% de ortoclásio, é chamado de tonalito; piroxênios e anfibólios são comuns em tonalitos. Um granito contendo tanto muscovita quanto biotita é chamado de binário, ou granito de duas micas. Granitos com duas micas possuem alto teor de potássio e baixo de plagioclásio, e são normalmente granitos tipo-S ou tipo-A.

Composição química

Uma média mundial da composição química dos granitos, por porcentagem de peso, baseado em 2485 análises:[4]

SiO2 72.04% (sílica) 72.04
 
Al2O3 14.42% (alumina) 14.42
 
K2O 4.12% 4.12
 
Na2O 3.69% 3.69
 
CaO 1.82% 1.82
 
FeO 1.68% 1.68
 
Fe2O3 1.22% 1.22
 
MgO 0.71% 0.71
 
TiO2 0.30% 0.3
 
P2O5 0.12% 0.12
 
MnO 0.05% 0.05
 

Origem

Granitos tem composição félsica e são mais comuns recentemente no tempo geológico em contraste à antiga história ígnea ultramáfica da Terra. Rochas félsicas são menos densas que rochas máficas e ultramáficas, e portanto, tendem a escapar da subducção, enquanto rochas basálticas ou gabroicas tendem a afundar no manto abaixo das rochas graníticas dos crátons continentais. Portanto, rochas graníticas formam o embasamento de todos os continentes terrestres.

Origens geoquímicas

Granitoides cristalizam a partir de magmas que têm composições em (ou próximas de) um ponto eutético (ou um mínimo de temperatura em uma curva cotética). Magmas evoluirão até o eutético devida a diferenciação ígnea, ou porque eles representam baixos graus de fusão parcial. Cristalização fracionada acaba por reduzir um melt em ferro, magnésio, titânio, cálcio e sódio, e enriquecem o melt em potássio e silício. Álcali-feldspatos (ricos em potássio) e quartzo (SiO2) são os dois constituintes principais do granito.

Este processo opera independentemente da origem do magma parental do granito e de sua química. Entretanto, a composição e origem do magma que sofre diferenciação para granitos deixa certas evidências geoquímicas e minerais de qual seria a rocha-fonte. Por exemplo, um granito que é formado por sedimentos fundidos pode ter mais álcali-feldspatos, enquanto um granito derivado de basalto fundido pode ser mais rico em plagioclásio. É precisamente nisto que se baseia a classificação moderna.

Intemperismo

O intemperismo físico ocorre em larga escala na forma de juntas de desplacamento, que são o resultado da expansão e fraturamento de um granito, à medida que há alívio de pressão quando o material sobrejacente é eliminado por erosão ou outros processos.

O intemperismo químico do granito ocorre quando ácido carbônico diluído (e outros ácidos presentes na chuva e na água freática), alteram o feldspato em um processo chamado hidrólise.[5][6] Como demostrado na seguinte reação, isto faz com que o feldspato potássico forme caulinita, com íons potássicos, bicarbonato e sílica como subprodutos.

2 KAlSi3O8 + 2 H2CO3 + 9 H2O → Al2Si2O5(OH)4 + 4 H4SiO4 + 2 K+ + 2 HCO3
Referências
  1. Webpages.sdsmt.edu. «Basic Rock Mechanics». Consultado em 9 de maio de 2010. Arquivado do original em 3 de agosto de 2010 
  2. Kumagai, Naoichi; Sadao Sasajima, Hidebumi Ito (15 de Fevereiro de 1978). Long-term Creep of Rocks: Results with Large Specimens Obtained in about 20 Years and Those with Small Specimens in about 3 Years. Journal of the Society of Materials Science (Japan). 27. [S.l.]: Japan Energy Society. pp. 157–161. Consultado em 16 de junho de 2008 
  3. minsocam.org - American Mineralogist, Volume 14, pages 81-94, 1929, The temperatures of magmas*, Esper s. Larsen, Harvard University
  4. Harvey Blatt & Robert J. Tracy (1997). Petrology 2nd ed. New York: Freeman. p. 66. ISBN 0-7167-2438-3 
  5. «Granite [Weathering]». University College London. Consultado em 10 de Julho de 2014. Arquivado do original em 15 de outubro de 2014 
  6. «Hydrolysis». Geological Society of London. Consultado em 10 de Julho de 2014 

Ligações externas

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