The Cotton Club

O filme, de produção extremamente atribulada, procura contar a história do Cotton Club, lendária casa noturna do Harlem, que teve seu auge nas décadas de 1920 e 1930. Ali, apenas os negros podiam tocar e apenas os brancos podiam se acomodar na plateia.^[2]

O roteiro inicial, de Mario Puzo, foi reescrito várias vezes. Coppola, contratado pelo produtor Robert Evans apenas como roteirista, exigiu plenos poderes, inclusive a direção—e foi atendido.^[3]

Richard Gere, avesso à maneira de Coppola trabalhar, abandonou as filmagens e somente voltou quando teve seu cachê aumentado em 1,5 milhão de dólares.^[3] Além de aulas de dança, ele teve de aprender a tocar trompete e piano^[3], e demonstra essas habilidades na tela, inclusive ao tocar, ele mesmo, seus solos.^[2]

Inicialmente orçada em 20 milhões de dólares, a produção consumiu quase 60 milhões e fracassou nas bilheterias. Afogado em dívidas, Evans vendeu todos seus direitos sobre o filme para poder pagá-las. De tudo, só lhe restou o nome nos créditos, aposto ao lado da Zoetrope Studios, a companhia de Coppola.^[3]

Várias histórias se entrelaçam entre os frequentadores e contratados do Cotton Club, na efervescente Nova Iorque da primeira metade do século XX. Dixie Dwyer é um trompetista de jazz que ama Vera Cicero, amante do gângster Dutch Schultz, cuja vida Dixie salvara anos antes. Vincent, irmão de Dixie, é o rival de Dutch no mundo do crime. Sandman (Dalbert) Williams, dançarino negro, é apaixonado por Lila Rose, cantora negra de pele clara, que alcança o sucesso ao fingir ser branca.^[3]