República de Pisa
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A República de Pisa foi, de facto, um Estado independente localizado na península Itálica, que existiu entre 1060 e 1406, cuja capital era a cidade de Pisa. Ela cresceu de forma a tornar-se uma força económica, um centro comercial cujos mercadores dominaram o mar Mediterrâneo e a península Itálica no sector comercial, antes de ser superada por Génova. O poder de Pisa como uma poderosa nação marítima começou a crescer e chegou ao seu auge no século XI quando adquiriu fama tradicional como uma das quatro principais repúblicas marítimas históricas de Itália.
Repubblica di Pisa República de Pisa | |||||
República | |||||
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Península Itálica no final do século X | |||||
Continente | Europa | ||||
País | Itália | ||||
Capital | Pisa | ||||
Língua oficial | Toscano Latim | ||||
Religião | Catolicismo | ||||
Governo | República | ||||
Presidente | |||||
• 1402 - 1406 | Gabriele Maria Visconti | ||||
História | |||||
• 1060 | Fundação | ||||
• 1406 | Dissolução |
Ascensão ao poder
editarNaquela época, a cidade era um importante centro comercial e controlava uma frota significativa da marinha mercante do Mediterrâneo. Ela expandiu o seu poder em 1005 pelo saque de Régio da Calábria, no sul da Itália. Pisa continuou em conflito com os sarracenos, que tinham as suas bases em Sardenha e Córsega, para o controlo do Mediterrâneo. Em 1017, foi conquistada a Sardenha, em aliança com a República de Génova, pela derrota do rei mouro Mugahid. Esta vitória deu a supremacia de Pisa sobre o mar Tirreno. Quando os pisanos, posteriormente, afastaram os genoveses da Sardenha, um novo conflito e rivalidade nasceu entre as duas Repúblicas. Entre 1030 e 1035, Pisa venceu várias batalhas contra cidades rivais na Sicília e conquistou Cartago, no Norte de África. Entre 1051 e 1052, o almirante Jacopo Ciurini conquistou Córsega, provocando mais ressentimentos aos genoveses. Em 1063, os pisanos abordaram o Normando Rogério I da Sicília, que conduzia uma campanha que devia durar mais de três décadas para conquistar Sicília, com a perspectiva de um ataque conjunto em Palermo. Rogério desistiu devido a outros compromissos que ele tinha. O ataque de Pisa, sem qualquer apoio terrestre, fracassou.
Pisa, em 1060, teve de intervir na sua primeira batalha com Génova. A vitória dos pisanos ajudou a consolidar a sua posição no Mediterrâneo. O Papa Gregório VII reconheceu em 1077 "As leis e os costumes do mar" instituídas pelos pisanos, e o imperador Henrique IV concedeu-lhes o direito a ter cônsules, aconselhado por um Conselho de Anciãos. Esta foi apenas uma confirmação da situação actual, porque nesses anos o marquês já tinha sido excluído do poder. Em 1092, o Papa Urbano II adjudicou a supremacia de Pisa sobre Córsega e Sardenha, e ao mesmo tempo elevar a vila à categoria de arcebispado. Pisa saqueou a cidade ifriquiana de Mádia em 1088. Quatro anos mais tarde, navios genoveses e pisanos ajudaram Afonso VI de Leão e Castela para expulsar El Cid de Valência.
Pisa e as Cruzadas
editarUma frota pisana de 120 navios participou na Primeira Cruzada e os pisanos foram determinantes para a tomada de Jerusalém em 1099. No seu caminho à Palestina, os navios não perderam a ocasião para saquear algumas ilhas bizantinas: os expedicionários pisanos foram liderados pelo seu arcebispo Daiberto, o futuro patriarca de Jerusalém.
Pisa e outras repúblicas marítimas aproveitaram-se da Cruzada para estabelecer postos comerciais e colónias em regiões costeiras do leste da Síria, Líbano e Palestina. Em particular, os pisanos fundaram colónias em Antioquia, Acre, Jafa, Trípoli, Tiro, Jafa, Lataquia e Accone. Eles também tinham outras possessões em Jerusalém e em Cesareia, e mais algumas pequenas colónias (com menos autonomia), no Cairo, Alexandria e, claro, em Constantinopla, onde o imperador bizantino Aleixo I Comneno, concedeu-lhes direitos especiais de atracarem e de negociarem. Em todas estas cidades, foram concedidos privilégios e imunidade de tributação aos pisanos, mas tiveram que contribuir para a defesa em caso de ataque. No século XII, um quartel pisano situado na parte oriental de Constantinopla tinha crescido para 1 000 pessoas. Durante alguns anos desse século, Pisa foi o mais proeminente comerciante e aliado militar do Império Bizantino, superado somente por Veneza.
Declínio de Pisa
editarO poder de Pisa como uma potência internacional foi definitivamente destruído pela esmagadora derrota na Batalha marítima de Meloria contra Génova, em 1284, na qual a maioria dos seus barcos foram destruídos e muitos dos marinheiros foram capturados como prisioneiros. Em 1290, um atentado contra os navios genoveses no porto pisano causaram a sua destruição.
Como parte dos domínios da Casa de Visconti após 1399, Pisa, em seguida, foi vendida a Florença, em 1402, após uma sangrenta e inútil resistência, o município foi finalmente dominado em 1406.
Bibliografia
editar- Norwich, John Julius. The Normans in the South 1016-1130. Longmans: Londres, 1967.
Ver também
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