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Religiões afro-americanas

As religiões afro-americanas ou religiões da diáspora africana são relacionadas entre si e evoluíram, nas Américas, entre escravos africanos e seus descendentes, no Caribe e na América Latina, bem como na parte do sul dos Estados Unidos. Provêm das religiões tradicionais africanas, especialmente da África Ocidental e da África Central, apresentando semelhanças com a religião iorubá e o vodum da África Ocidental em particular.

Exemplo do tradicional vodu da Louisiana altar no interior de um templo em Nova Orleans.

Características

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Essas religiões geralmente envolvem Culto aos egunguns (ancestrais) e/ou de um panteão de divindades, como os loás do vodu haitiano, ou os orixás da Santería. Similares espíritos divinos também são encontrados nas tradições da África Central e África Ocidental de onde eles derivam - o Orixá da cultura iorubá, o inquice dos tradições Bantu (Congo), e o Vodum do Daomé (Benim), Togo, sul de Gana, e Burquina Fasso. Além de misturar estas diferentes mas relacionadas tradições africanas, muitas religiões afro-americanas incorporam elementos do Cristianismo, indígenas americanos, Espiritismo e mesmo das tradições Islâmicas. Esta mistura de tradições religiosas é conhecida como sincretismo.

Tabela de correspondência

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Candomblé bantu
(Inquices/Inkises/Nkises)
Candomblé Queto
(Orixás)
Candomblé jeje
(Voduns)
Palo e Santeria
(Divindades)
Vodu haitiano
(Loás ou voduns)
Ref
Zambi Olodumarê / Olorum Mawu Olodumarê / Olorum Mawu

[1] [2]

Aluvaiá /
Pambunzila/Pambu Njila
Exu/Elebará Lebá Eleguá Papa Lebá [1][2]
Incoce/ Nkosi/Roxi Mukumbe Ogum Gu Ogum Ogum Ferreiro [1][2]
Cabila /Kabila/Tauami/ Mutalambo Oxóssi Otolú Ochosi [1][2]
Otim [1][2]
Ibualama Inlé [1][2]
Telekompensu/Gongobila Logunedé Averequete/Avrekete/Verekete [1][2]
Zaze/Nzazi/ Luango Xangô Quevioço/Heviossô Xangô / Jebioso Ogum Xangô [1][2]
Caviungo/Kaviungo/ Quingongo/ Nsumbo/ Cafungê/ Kafunan Obaluaiê / Omolu Sapatá/Possum/Azansu Babalu Aiê / Sapatá Agroniga Sagbata [1][2]
Angorô / Hongolô Oxumarê / Bessém Ochumare Aida Wedo / Damballah [1][2]
Catendê/Katendê Oçânhim/Ossain/Ossanha Agué Osain Ossange [1][2]
Matamba/Kaiango/Bamburucema Iansã Vodum Jó Oyya Ogoun-Djamsan [1][2]
Dandalunda/ Samba/ SambaKalunga Oxum Aziri Tobossi Ochum Ezili [1][2]
Caia/ Kaia/ Kaiatumba/ Mikaia/ Kukueto Iemanjá Naetê Iemanjá Agué
Nzumbarandá/Gangazumbá Nanã Buruquê Buku Ananu Nanan bouclou [1][2]
Karamusê Obá Obba Nani [1][2]
Ieuá, Euá, Ewá Ewá Yewa [1][2]
Axabó Ayao [1][2]
Vunje/Nvunji Ibeji Los Ibeyis Marassas [1][2]
Quitembo/Kitembo Irocô Loco Irocco Papa Loco [1][2]
Egungum Eggun [1][2]
Onilé Aizã [1][2]
Lemba/Lembaragangê/Lembá Oxalá Lissá Ochanla [1][2]
Obatalá Obatalá Ogu-Batalá [1][2]
Orunmila Fa Orula [1][2]
Odudua Oddua Aremu [1][2]
Oraniã [1][2]
Baiâni Obañeñe [1][2]
Olocum Abê Olocum [1][2]
Quisimbi Olossá [1][2]
Oxalufã [1][2]
Nkasutê/ Nkasulê Oxaguiã Ochagriña [1][2]
Ocô Oricha Oko Papa Zaka [1][2]
Asowuano [1][2]
Agallu [1][2]
Aizã Aiza [1][2]
Agassu [1][2]
Aguê [1][2]
[1][2]
Invumbe [1][2]

Lista de tradições

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Religiões afro-americanas
Religião Desenvolvido em* Raiz Ancestral Também praticado em Observações
Candomblé Brasil Sincretismo

Iorubá - orixás
Fon - voduns
Banto - inquices

Alemanha, Argentina, Colômbia, Espanha,
Guianas, Itália, México, Panamá, Portugal, Uruguai, Estados Unidos, Canadá, Venezuela
Nações: Candomblé queto , Candomblé jeje, Candomblé angola ou bantu (Bantu refere-se às nações Congo e Angola)
Nação Ijexá são poucas casas.
O Candomblé de Caboclo é sincrético
Batista espiritual Trinidade e Tobago Sincretismo

Espiritismo

Iorubá - orixás

Estados Unidos,Granada, Jamaica, São Vicente e Granadinas, Trindade e Tobago e Ilhas Virgens Existe também dentro dessa tradição os Batistas de Xangô, que podem ou não ser associados aos batistas espirituais em conjunto com os Trinidad Orisha.
Batuque Brasil - Rio Grande do Sul Sincretismo

Espiritismo
Iorubá - orixás

Argentina, Uruguai, Nações Jeje, Ijexá, Oió, Cabinda e mescladas.
Umbanda Brasil Sincretismo

Espiritismo Iorubá - orixás[nota 1]

Fon - voduns[nota 2]

Banto - inquices[nota 3]

Xamanismo[6]

Alemanha, França, Japão, Argentina, Bolívia, Chile[7], Colômbia, Espanha,
Guianas, Itália, México, Panamá, Paraguai[8], Portugal, Uruguai, Estados Unidos, Venezuela
Adiciona elementos Indígenas
(principais guiasː Preto Velho, Caboclo, Crianças, Exus e Pombagiras).
Fundada no início do século XX.
Quimbanda Brasil Sincretismo

Iorubá - orixás[nota 4]

Fon - voduns[nota 5]

Banto - inquices[nota 6]
Feitiçaria
Xamanismo

Argentina, Uruguai, Inglaterra,
Espanha, Estados Unidos
Veneração de espíritos chamados
Exu e Pombajira Não confundir com quimbanda (magia negra).

Na maioria das vezes é praticada como um elemento ritualístico da Umbanda.[9]

Santeria Cuba Sincretismo

Espiritismo

Iorubá - orixás

Xamanismo[10]


Estados Unidos,
Porto Rico, República Dominicana, Venezuela, México
Regla de Arará República Dominicana vudu do Daomé    
Regla de Palo República Dominicana Banto - inquice Cuba,
Porto Rico,

Venezuela[11][nota 7]

Também chamado Palo Mayombe, Palo Monte, Regla de Congo.

Na maioria das vezes é praticada como um elemento ritualístico da Santeria.

Tambor de Mina Brasil - Maranhão Principalmente jeje, sobretudo no Kwerebentã de Zomadonu, mas também possui fortes e incontestáveis raízes nagô.
Sincrético (Catolicismo e Pajelança)
Embora as tradições jeje e nagô sejam melhor documentadas, na Mina também estão presentes elementos de outras procedências africanas como agrôno, nupé, cacheu, fulupa ou felupe, bijagó, balanta, nalu, manjaro, mandinga, fanti, ashanti, gangá, cambinda, congo e angola.
Praticamente em toda a região amazônica.
Guianas
Na Mina, são cultuados, principalmente, voduns, alguns orixás (que se comportam como voduns) e grande número de entidades da Encantaria, os encantados - gentilheiros e caboclos - de comportamento diferente dos caboclos da umbanda;
A maioria dos terreiros comumente realiza rituais predominantemente indígenas como cura, borá e canjerê.
Apesar de complexa, a Mina consegue congregar grande número de elementos diferentes que coexistem de maneira autônoma.
A existência de centros de culto abertos a influências do candomblé e da umbanda leva a que a Mina seja errônea e grosseiramente confundida com estes últimos.
Vodu, Vodum Haiti, Brasil vodum do Daomé Chile, Cuba, República Dominicana, Estados Unidos (O vodum, no Brasil, é chamado de Tambor de Mina e Candomblé Jeje)
Obeah Jamaica vudu do Daomé Trinidad e Tobago  
Winti Suriname      
Kumina Jamaica Congo    
Trinidad Orisha Trinidad e Tobago Sincretismo


Iorubá - orixás

Jamaica, Estados Unidos protestantismo, sincretismo. Desde o início do século XIX.

Existe também dentro dessa tradição os Batistas de Xangô, que podem ou não ser associados aos trinidad orishas em conjunto com os Batistas espirituais.

Hodu, Vodu da Luisiana Estados Unidos Congo, Daomé, Togo   Principalmente no sul dos Estados Unidos. Não é uma religião mas está enraizada em todas as religiões indígenas da África Central e África Ocidental.

* "Desenvolvido em" Como indicado no gráfico, não referem-se às religiões de origem indígena no interior da África continental. Refere-se apenas ao seu desenvolvimento no Novo Mundo.

Outras religiões regionais intimamente relacionadas incluem:

Novos movimentos religiosos

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Alguns novo movimento religioso sincréticos têm elementos destas religiões Africanas, Mas são predominantemente enraizadas em outras tradições espirituais. A primeira onda de tais movimentos originou-se na década de 1930:

Uma segunda onda de novos movimentos origina-se nas décadas de 1960 a 1970, no contexto da emergência de Nova Era e Neopaganismo nos Estados Unidos:

Ver também

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Notas
  1. A grande maioria dos terreiros de Umbanda seguem os orixás iorubá de forma semelhante ao Candomblé Ketu[4] e sincretizam os orixás iorubá com os santos católicos traçando as qualidades dos orixás e suas semelhanças com os santos.[4]
  2. Devido a grande diversidade existente na Umbanda, existem alguns terreiros com influência dos cultos mina-gegê e congo que seguem os orixás dessas respectivas culturas.[5] Os cultos de mina-gegê, de forma semelhante do Candomblé Jeje, denominam seus orixás de voduns.[5] Os de rito congo, de forma semelhante ao Candomblé Angola, denominam seus orixás de inquices.[5] Variam-se os nomes dependendo da casa.[5] O sincretismo católico segue o mesmo que os orixás iorubá.[5] A nação do congo pratica rituais muito parecidos com os de mina-gegê. Apesar de vários de seus orixás serem denominados de forma diferente, as entidades possuem o mesmo nome em algumas ocasiões.[5]
  3. Devido a grande diversidade existente na Umbanda, existem alguns terreiros com influência dos cultos mina-gegê e congo que seguem os orixás dessas respectivas culturas.[5] Os cultos de mina-gegê, de forma semelhante do Candomblé Jeje, denominam seus orixás de voduns.[5] Os de rito congo, de forma semelhante ao Candomblé Angola, denominam seus orixás de inquices.[5] Variam-se os nomes dependendo da casa.[5] O sincretismo católico segue o mesmo que os orixás iorubá.[5] A nação do congo pratica rituais muito parecidos com os de mina-gegê. Apesar de vários de seus orixás serem denominados de forma diferente, as entidades possuem o mesmo nome em algumas ocasiões.[5]
  4. A grande maioria dos terreiros de Umbanda seguem os orixás iorubá de forma semelhante ao Candomblé Ketu[4] e sincretizam os orixás iorubá com os santos católicos traçando as qualidades dos orixás e suas semelhanças com os santos.[4]
  5. Devido a grande diversidade existente na Umbanda, existem alguns terreiros com influência dos cultos mina-gegê e congo que seguem os orixás dessas respectivas culturas.[5] Os cultos de mina-gegê, de forma semelhante do Candomblé Jeje, denominam seus orixás de voduns.[5] Os de rito congo, de forma semelhante ao Candomblé Angola, denominam seus orixás de inquices.[5] Variam-se os nomes dependendo da casa.[5] O sincretismo católico segue o mesmo que os orixás iorubá.[5] A nação do congo pratica rituais muito parecidos com os de mina-gegê. Apesar de vários de seus orixás serem denominados de forma diferente, as entidades possuem o mesmo nome em algumas ocasiões.[5]
  6. Devido a grande diversidade existente na Umbanda, existem alguns terreiros com influência dos cultos mina-gegê e congo que seguem os orixás dessas respectivas culturas.[5] Os cultos de mina-gegê, de forma semelhante do Candomblé Jeje, denominam seus orixás de voduns.[5] Os de rito congo, de forma semelhante ao Candomblé Angola, denominam seus orixás de inquices.[5] Variam-se os nomes dependendo da casa.[5] O sincretismo católico segue o mesmo que os orixás iorubá.[5] A nação do congo pratica rituais muito parecidos com os de mina-gegê. Apesar de vários de seus orixás serem denominados de forma diferente, as entidades possuem o mesmo nome em algumas ocasiões.[5]
  7. A introdução de "Algunas consideraciones sobre la religión de origen africano palo monte durante el proceso de colonización: caso cubano", de Luigui Rojas e Elibeth Martínez, publicado pela Universidade de Carabobo diz: "Los iniciados en la religión de Palería, específicamente en la rama bantú, la cual es una religión africana, hacen acto de presencia en diversos países del mundo incluyendo Venezuela. [Os iniciados na religião da Paleria, especificamente o ramo bantu, que é uma religião africana, se faz presente em diversos países do mundo, incluindo a Venezuela]"[11]
Referências
  1. a b c d e f g h i j k l m n o p q r s t u v w x y z aa ab ac ad ae af ag ah ai aj ak al am AZEVEDO, Janaina. Orixás na umbanda. São Paulo: Universo dos Livros, 2010. link.
  2. a b c d e f g h i j k l m n o p q r s t u v w x y z aa ab ac ad ae af ag ah ai aj ak al am VERGER, Pierre. Notas sobre o culto aos Orixás e Voduns na Bahia de Todos os Santos, no Brasil, e na antiga Costa dos Escravos, na África. Tradução por Carlos Eugênio Marcondes de Moura. São Paulo: Edusp, 1999. link.
  3. Costa, Maximiliano Gonçalves da (junho de 2019). «O sincretismo religioso no Candomblé». Universidade Estadual de Goiás. Anais do Simpósio Nacional dos Estudos da Religião da UEG - O Céu, o Inferno e o Além: o Pós-Morte na História das Religiões. 1. Consultado em 12 de dezembro de 2021 
  4. a b c d «Sincretismo». Candomblé. 10 de maio de 2008. Consultado em 27 de setembro de 2021 
  5. a b c d e f g h i j k l m n o p q r s t u v w x PINTO, Tancredo da Silva; FREITAS, Byron Torres de (1957). As Mirongas de Umbanda. Col: Coleção Espiritualista - Nº 4 3ª ed. ed. Rio de Janeiro: Gráfica Editora Aurora 
  6. "Curso: O Fênomeno nas Tradições Religiosas II - Tradições Religiosas Indígenas e Afro-Brasileiras", ASSINTEC/SME de Curitiba, 2007.
  7. Digitalproserver; Agricultura, Radio. «"En Chile se está practicando más el umbanda, el quimbanda y el vudú": ¿Creencias aumentan por la migración?». Radio Agricultura (em espanhol). Consultado em 13 de dezembro de 2021 
  8. «Paraguayos se preparan para venerar a Iemanjá, la diosa africana de las aguas». www.efe.com (em espanhol). Consultado em 13 de dezembro de 2021 
  9. Carvalho, Glaucia (19 de outubro de 2018). «Quimbanda: conheça mais sobre essa controversa vertente da Umbanda». Raizes Espirituais. Consultado em 8 de dezembro de 2021 
  10. «SANTERÍA CUBANA». Conmemorativo Gorgas de Estudios de la Salud (1928) 
  11. a b Rojas, Luigui; Martínez, Elibeth (2016). «Algunas consideraciones sobre la religión de origen africano palo monte durante el proceso de colonización: caso cubano». Universidad de Carabobo. ARJÉ. Revista de Postgrado FACE-UC. 10 (18). Consultado em 12 de dezembro de 2021 
  12. «Xangô do Recife». Consultado em 30 de março de 2008. Arquivado do original em 18 de junho de 2007 

Ligações externas

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