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Província de São Paulo

província do Reino Unido de Portugal, Brasil e Algarves de 1821 a 1822, província do Império do Brasil de 1822 a 1889
 Nota: Este artigo é sobre a província brasileira. Para sua capital, veja São Paulo (cidade). Para o santo católico, veja Paulo de Tarso. Para outros significados, veja São Paulo (desambiguação).



A Província de São Paulo foi uma província do Reino Unido de Portugal, Brasil e Algarves, e posteriormente do Império do Brasil, tendo sido criada em 28 de fevereiro de 1821 a partir da Capitania de São Paulo.

Província de São Paulo

Província do Reino do Brasil
(1821-1822)
Província do Império do Brasil
(1822-1889)


1821 – 1889
 

Flag Brasão
Bandeira do Império do Brasil Brasão do Império do Brasil
Localização de São Paulo
Localização de São Paulo
Localização da Província de São Paulo,
no território do Império do Brasil
São Paulo
São Paulo
Mapa da província em 1886.
Continente América do Sul
País Império do Brasil
Capital São Paulo
22° 32' S 47° 54' O
Língua oficial Português
Religião Católica romana [a]
Governo Monarquia constitucional parlamentarista
Governador
 • 1821 João Carlos Augusto von Oyenhausen-Gravenburg
Presidente de Província
 • 18211822 João Carlos Augusto von Oyenhausen-Gravenburg
José Bonifácio de Andrada e Silva (governo provisório)
 • 18221823 Mateus de Abreu Pereira, José Correia Pacheco e Silva, Cândido Xavier de Almeida e Sousa (Triunvirato provisório)
 • 18231824 Cândido Xavier de Almeida e Sousa (Primeiro)
 • 1889 José Vieira Couto de Magalhães (Último)
Legislatura Assembleia Legislativa Provincial [b]
Período histórico Século XIX
 • 28 de fevereiro de 1821 Mudança de Capitania para Província
 • 15 de novembro de 1889 Proclamação da República
Área
 • 1889 248 209 km2
População
 • 1886 est. 1 221 394 
Moeda Réis
a. Art. 5º: A Religião Católica Apostólica Romana continuará a ser a religião do Império. Todas as outras religiões serão permitidas com seu culto doméstico, ou particular, em casas para isso destinadas, sem forma alguma exterior de templo.[1]
b. Criada a partir do Ato Adicional de 1834.[2]

História

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Ciclo do ouro, decadência e restauração da capitania

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 Ver artigos principais: Guerra dos Emboabas e Capitania de São Paulo
 
Representação da Guerra dos Emboabas.

No final do século XVII, bandeirantes paulistas descobrem ouro na região do Rio das Mortes, nas proximidades da atual São João del-Rei. A descoberta das imensas jazidas de ouro provoca uma corrida em direção às Minas Gerais, como eram chamadas na época os inúmeros depósitos de ouro por exploradores advindos tanto de São Paulo quanto de outras partes da colônia. Como descobridores das minas, os paulistas exigiam exclusividade na exploração do ouro, porém foram vencidos em 1710 com o fim da Guerra dos Emboabas, perdendo o controle das Minas Gerais, que se torna capitania autônoma em 1721. O ouro extraído de Minas Gerais seria escoado via Rio de Janeiro.[3]

O êxodo em direção às Minas Gerais provocou a decadência econômica na capitania, e ao longo do século XVIII esta foi perdendo território e dinamismo econômico até ser simplesmente anexada em 1748 à capitania do Rio de Janeiro. Assim, pouco antes de ser anexada ao Rio de Janeiro, São Paulo perdeu território para a criação da Capitania de Goiás e a Capitania do Mato Grosso. Estas duas capitanias correspondem hoje aos estados de Mato Grosso do Sul, Mato Grosso, Rondônia, Goiás, Tocantins, Distrito Federal e o Triângulo Mineiro.[4]

Em 1765, pelos esforços do Morgado de Mateus é reinstituída a Capitania de São Paulo e este promove uma política de incentivo à produção de açúcar para garantir o sustento da capitania. A capitania é restaurada entretanto com cerca de um terço de seu território original, compreendendo apenas os atuais estados de São Paulo e Paraná e parte de Santa Catarina. O Morgado de Mateus criou a Vila de Lages e Campo Mourão para a defesa da capitania. Foram criadas várias outras vilas, como Campinas e Piracicaba, fato que não ocorria desde o início do século XVIII em São Paulo, onde logo a cana-de-açúcar desenvolve-se.[4]

A capitania de São Paulo ganha peso político, durante a época da Independência do Brasil, pela figura de José Bonifácio, natural de Santos, e, em 7 de setembro de 1822, a Independência é proclamada às margens do riacho Ipiranga, em São Paulo, por dom Pedro I. Em 1821, a capitania transforma-se em província. Em 1853, é criada a província do Paraná, e São Paulo perde território pela última vez, ficando a partir daquela data com seu território atual, tendo suas divisas atuais fixadas em definitivo apenas na década de 1930.[4]

Ciclo do café

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 Ver artigo principal: Ciclo do café
 
Interior da antiga sede da Bolsa do Café, em Santos.

Em 1817, é fundada a primeira fazenda de café de São Paulo, no vale do rio Paraíba do Sul, e, após a Independência do Brasil, o cultivo de café ganha força nas terras da região do Vale do Paraíba, enriquecendo rapidamente cidades como Guaratinguetá, Bananal, Lorena, Pindamonhangaba e Taubaté. O Vale enriquece-se rapidamente, gerando uma oligarquia rural, porém o restante da província continua dependente da cana-de-açúcar[5] e do comércio que vai se estabelecendo na cidade de São Paulo, impulsionado pela fundação de uma Faculdade de Direito em 1827.[6]

Entretanto, a exaustão dos solos do Vale do Paraíba e as crescentes dificuldades impostas ao regime escravocrata levam a uma decadência no cultivo do café a partir de 1860 e o Vale vai se esvaziando economicamente enquanto o cultivo do café migra em direção ao Oeste Paulista, substituindo o cultivo da cana-de-açúcar, resultando em grandes mudanças econômicas e sociais. A proibição do tráfico negreiro em 1850 leva à necessidade de busca de nova forma de mão de obra e a imigração de europeus passa a ser incentivada pelos governos imperial e provincial.[7] O escoamento dos grãos passa a ser feito via porto de Santos, o que leva a fundação da primeira ferrovia paulista, a São Paulo Railway, inaugurada em 1867, ligando Santos a Jundiaí, passando por São Paulo, que começa a se transformar em importante entreposto comercial entre o litoral e o interior cafeeiro.[7] O café vai adentrando paulatinamente o oeste paulista; em 1870, a penetração da cultura encontra os férteis campos de cultivo de terras roxas do nordeste paulista, onde surgiram as maiores e mais produtivas fazendas de café do mundo. Atrás de novas terras para o café, exploradores adentram o até então desconhecido quadrilátero compreendido entre a Serra de Botucatu e os rios Paraná, Tietê e Paranapanema no final do século XIX e início do século XX.[8] O sul paulista (Vale do Ribeira e região de Itapeva) não atrai o cultivo do café e sofre com litígios de divisa entre São Paulo e Paraná, sendo, portanto posto à margem do desenvolvimento do resto da província, tornando-se, até os dias atuais, a região mais pobre do território paulista.[9]

O enriquecimento provocado pelo café e a constante chegada de imigrantes italianos, portugueses, espanhóis e árabes à província, além do desenvolvimento de uma grande rede férrea, trazem prosperidade a São Paulo.[10]

Guerra do Paraguai

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 Ver artigo principal: Guerra do Paraguai

A província participou ativamente do esforço de guerra brasileiro durante a Guerra do Paraguai: das 21 províncias do Império, foi a sexta que mais enviou Voluntários e Guardas Nacionais em números absolutos, com 6 504 homens.[11] Após a invasão do território brasileiro pelas tropas paraguaias, houve, em todo o país, entusiasmo popular, com muitos voluntários se apresentando para lutar.[12] Em São Paulo, não foi diferente. Nela se formou o 7º Corpo de Voluntários da Pátria.

 
Tenente Pio Correa Rocha, natural de Araraquara, membro do corpo paulista de Voluntários da Pátria (7 de Voluntários), em 1866.

Em 10 de abril de 1865, saiu de São Paulo uma coluna com 568 homens (135 paranaenses), comandados pelo coronel Manuel Pedro Drago. Seu destino era Uberaba, na província de Minas Gerais, onde receberia reforços e partiria para o Mato Grosso. A primeira parada da coluna foi em Campinas, onde o coronel Drago perdeu tempo precioso permanecendo dois meses parado na cidade, desfrutando da vida social desta.[13] Entretanto, existe outra versão justificando a demora de Drago: ele teria esperado por não receber recursos financeiros, cavalos, arreios e autorização para engajar tropeiros na marcha, os quais deveriam ter sido proporcionados pelo Ministério da Guerra.[14] De qualquer modo, em Campinas a coluna sofreu seis mortos vitimados pela varíola e ainda teve 159 deserções, principalmente de praças do Corpo Policial de São Paulo e da Companhia de Cavalaria da Guarnição de São Paulo.[15] Em 20 de Junho, a coluna retomou a marcha rumo ao norte, passando por Casa Branca e Franca pelo antigo Caminho dos Goiases, onde a tropa se alimentou nos ranchos existentes na beira da estrada, chegando a Uberaba em 18 de Julho, onde recebeu reforços.[16] Depois de muitos problemas, a coluna que havia partido de São Paulo em 1865 chegou a Miranda, no Mato Grosso, em 17 de setembro de 1866, percorrendo, no total, quase 2 mil quilômetros.[17]

Após o fim da ocupação paraguaia em território brasileiro, praticamente não se alistaram mais voluntários. A guerra começava a se tornar impopular e o recrutamento forçado de soldados foi recebido com resistência em todas as províncias. Para evitar o recrutamento, muitos passaram a aderir ao Partido Liberal, na esperança de serem protegidos por partidários locais; outros, principalmente os jovens, casavam-se com mulheres que tinham o dobro da sua idade.[18] Ainda assim, a forma mais comum de se evitar o alistamento era simplesmente a fugir para o mato. Em São José do Rio Preto, a população abandonou totalmente a vila, fugindo para o mato, ficando nela apenas o subdelegado, encarregado de recrutar a população.[19] Em São Sebastião, todos os convocados desertaram, se refugiando no mato. Uma das medidas adotadas pelo governo para contrabalancear as dificuldades de alistamento era libertar escravos, arrematando-os como voluntários. Houve também o uso do alistamento como vingança política: em Capivari, o líder conservador, Francisco Fernando de Barros, encarregado do recrutamento e visando anular o prestígio do padre Fabiano José Pereira de Camargo, líder liberal, literalmente caçava membros do Partido Liberal para remetê-los como voluntários a São Paulo. A situação foi tanta que, em 1866, dos 1331 soldados recrutados na província, apenas 87 eram voluntários.[20]

Demografia

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A população da província era de pouco mais de 200 mil habitantes no período imediato à independência do Brasil, chegando à marca de 1 221 394 no ano de 1886, próximo ao fim do Império.[21] Durante os quase 70 anos de sua duração, a província de São Paulo foi marcada por vários processos que modificaram seu quadro demográfico. Houve, durante a primeira metade do século, um incremento na população de origem africana através do tráfico negreiro, durando até sua proibição, em 1850, passando então a se importar escravos das outras províncias do Império.[22] Com a proibição do tráfico e as leis antiescravistas que se seguiram aos longo das décadas, cada vez mais os fazendeiros passaram a depender da mão de obra imigrante, visando a suprir a falta de braços para a lavoura, fazendo com que a população estrangeira passasse a aumentar a partir da década de 1850. Entretanto, esse processo foi lento, pois dificilmente o número de imigrantes entrados no território paulista passava de mil por ano. Isso só mudou a partir da década de 1880, com os últimos anos da província, especialmente o triênio 1887/1888/1889, sendo caracterizados pela imigração massiva, especialmente de italianos.[23]

O historiador Sérgio Buarque de Holanda afirma que na primeira metade do século XVIII os indígenas representavam 80 por cento da população de São Paulo. Cem anos depois, os censos realizados na cidade, mostravam apenas três categorias: branco, preto e pardo ou mulato. No início do século XVIII, os censos de São Paulo registravam seis grupos raciais, incluindo dois para indígenas, um para descendentes de indígenas e um para descendência europeia. Observando os censos do final do século XVIII, nota-se que os índios eram muito poucos, principalmente aqueles que permaneceram nas aldeias, que eram administradas pelas ordens religiosas. No entanto, os mestiços ou mulatos, continuaram a aparecer nos censos como uma parte considerável da população até a última década do século. Esses fatos sugerem que os mestiços passaram a ser classificados de forma diferente, mas o que aconteceu com os índios é incerto. Eles podem ter migrado para longe, ou a maioria deles pode ter tido descendentes mestiços, ou até mesmo virem a ser classificados como tal.[24]

População da província de São Paulo em 1828/1829 (excluindo o que viria a ser o Paraná e a cidade de São Paulo)[25]
Município Etnias
Brancos % Pretos % Pardos % Total
Areias 5 098 41,9 5 363 44,1 1 685 13,8 12 146
Atibaia 3 991 50,5 1 552 19,6 2 357 29,8 7 900
Bragança 8 488 62,3 1 894 13,9 3 221 23,6 13 603
Cananéia 213 15,0 535 37,7 669 47,2 1 417
Conceição de Itanhaém 212 21,5 35 3,56 735 74,8 982
Constituição (Piracicaba) 4 149 49,9 3 058 36,8 1 093 13,1 8 300
Cunha 1 181 36,9 1 379 43,2 632 19,7 3 192
Guaratinguetá 3 888 57,4 1 998 29,5 883 13,0 6 769
Iguape 4 354 50,8 2 110 24,6 2 106 24,5 8 570
Itapeva 937 26,4 461 13,0 2 138 60,4 3.536
Itapetininga 5 583 60,4 922 9,9 2 724 29,5 9 229
Itu 2 883 36,8 3 917 50,0 1 024 13,0 7 824
Jacareí 5 174 60,6 1 665 19,5 1 688 19,7 8 527
Jundiaí 2 252 38,5 2 061 35,2 1 535 26,2 5 848
Lorena 4 840 56,0 2 440 28,2 1 348 15,6 8 628
Mogi das Cruzes 6 116 58,0 1 726 16,3 2 696 25,5 10 538
Mogi Mirim 15 349 68,5 3 841 17,1 3 196 14,2 22 386
Nazaré 1 828 53,3 598 17,4 998 29,1 3 424
Parnaíba 3 289 46,2 1.663 23,3 2 167 30,43 7 119
Pindamonhangaba 3 570 59,1 1 635 27,0 831 13,7 6 036
Porto Feliz 3 598 36,4 5 004 50,6 1 276 12,9 9 878
Santos 1 454 28,2 2 320 45,0 1 372 26,6 5 146
São Carlos (Campinas) 2 328 30,2 4 188 54,5 1 168 15,2 7 684
São José 2 164 68,7 317 10,0 668 21,2 3 149
São Luiz do Paraitinga 2 748 63,5 1.065 24,6 508 11,7 4 321
São Roque 598 46,8 365 28,0 340 26,0 1 303
São Sebastião 2 297 49,6 1 370 29,6 959 20,73 4 626
São Vicente 99 13,6 230 31,7 396 54,6 725
Sorocaba 6 849 67,8 1 852 18,3 1 387 13,7 10 088
Taubaté 7 168 68,8 1 971 18,9 1 278 12,2 10 417
Ubatuba 2 726 55,8 1 633 33,4 518 10,6 4 877
Vila Bela da Princesa (Ilha Bela) 1 518 45,0 1 096 32,5 756 22,4 3.370
Total aproximado da província 116 943 52,7 60 264 27,1 44 352 20,0 221 559

Observação: os dados para os municípios de Atibaia, Conceição de Itanhaém, Constituição, Jacareí, Santos, e Ubatuba são referentes ao ano de 1828, enquanto que os restantes são referentes ao ano de 1829.

Entrada de imigrantes na província de São Paulo: 1827-1886[23]
Ano Imigrantes Ano imigrantes Ano Imigrantes Ano Imigrantes Ano Imigrantes
1827 226 1850 5 1859 120 1869 117 1878 2 058
1828 100 1851 53 1860 108 1870 159 1879 973
1829 29 1852 976 1861 218 1871 83 1880 613
1836 27 1853 535 1862 185 1872 323 1881 2 705
1837 277 1854 732 1863 10 1873 590 1882 2 743
1840 80 1855 2 125 1865 1 1874 120 1883 4 912
1846 18 1856 926 1866 144 1875 3 289 1884 4 879
1847 465 1857 509 1867 789 1876 1 303 1885 6 500
1849 86 1858 329 1868 108 1877 2 832 1886 9 536

Como dito antes, o auge da imigração para a província de São Paulo ocorreu no triênio final do Império:

Entrada de imigrantes na província de São Paulo: triênio 1887/1888/1889[26]
Ano Italianos Portugueses Espanhóis Austríacos Diversos Total
1887 27 323 2 704 218 162 1 867 32 274
1888 80 749 7 757 1 465 1 112 1 003 92 086
1889 19 025 3 312 2 845 1 090 1 621 27 893
Total do triênio 127 097 13 773 4 528 4 491 2 364 152 253

Havia ainda boa quantidade de índios na província, principalmente nas regiões do atual Oeste e Noroeste paulista. Conforme foram sendo criadas povoações nestas regiões, fazia-se necessário pacificar os índios e/ou catequizá-los. Também existiam aldeamentos nas regiões de povoamento mais antigo, embora muitos desses aldeamentos existissem apenas nominalmente e seus índios já fossem etnicamente muito misturados com os brancos, além de quase desconhecerem sua língua e cultura nativas.[27]

Os aldeamentos para o ano de 1868 eram os seguintes:

Aldeamento Município Homens Mulheres Total
Itarery Iguape 17 14 31
Tijuco-Preto Botucatu 35 40 75
Pinheiros São Paulo 18 25 43
Escada Mogi das Cruzes 21 27 48
Queluz Queluz 33 33 66
Mboy Santo Amaro 45 42 87
S. Miguel São Paulo 45 58 103
Itaquaquecetuba Mogi das Cruzes 86 61 147
Total 300 300 600

Além destes oito, havia os aldeamentos de Carapicuhyba, Baruery e S. João Baptista, sem informações existentes, sendo os dois primeiros na Capital e este último no município de Faxina, totalizando, então, 11 aldeamentos.[28]

Política

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Quando promulgada em 1824, a Constituição Imperial criou o Conselho Geral de Província, o legislador das províncias.[29] Este conselho era composto por 21 ou 13 membros eleitos, dependendo do tamanho da população da província.[30] Todas as "resoluções" (leis) criadas pelos conselhos precisavam da aprovação da Assembleia Geral, sem direito de recurso.[30] Os Conselhos Provinciais também não tinham autoridade para aumentar as receitas e os seus orçamentos eram debatidos e ratificados pela Assembleia Geral.[30] As províncias não tinham autonomia e eram inteiramente subordinadas ao governo nacional.[29]

Com a emenda constitucional de 1834, conhecida como Ato Adicional, os Conselhos Gerais de Províncias foram suplantados pela Assembleias Legislativas Provinciais. As novas Assembleias gozavam de uma autonomia muito maior em relação ao governo nacional.[31] A Assembleia Provincial era composta por 36, 28 ou 20 deputados eleitos, número que dependia do tamanho da população da província.[32] A eleição de deputados provinciais seguia o mesmo procedimento usado para eleger deputados gerais para a Câmara dos Deputados.[32]

Assembleia Legislativa Provincial

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 Ver artigo principal: Assembleia Legislativa Provincial
 
O Palácio, a Secretaria do Governo e a Igreja do Colégio, sede do governo provincial, 1887.

A primeira Constituição do Brasil (outorgada por Dom Pedro I, em 25 de março de 1824) não previa a delegação de poderes legislativos às províncias do império. Por outro lado, estabelecia órgãos deliberativos sobre assuntos gerais de interesse das províncias, os chamados Conselhos Gerais.[1][33]

Esta situação perdura por dez anos, até a criação das Assembleias Legislativas Provinciais, através do Ato Adicional de 1834. Inicialmente as sessões da assembleia legislativa provincial duravam dois meses, sujeitas a prorrogações.[34]

Em 27 de junho de 1835 foi estabelecido, que o início dos trabalhos se daria a 1 de março de cada ano. Já a lei nº 1, de 25 de março de 1846, mudou a instalação para 1 de outubro. Estas datas eram passíveis de modificação pelos presidentes da província. A mesa diretora da assembleia seria eleita após a instalação e seu mandato era de um mês, sendo possível a reeleição.[34]

A função estabelecida para as Assembleias era de legislar sobre assuntos municipais e provinciais, como educação pública (exceto ensino superior); desapropriação por utilidade pública; orçamento; fiscalização dos gastos públicos; criação de cargos e definição dos salários; obras públicas, estradas e navegação no interior da Província; construção de prisões, casas de socorros públicos e associações religiosas; controle dos atos do Presidente da Província em relação aos empregados provinciais; etc.[34]

Presidente da Província

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 Ver artigo principal: Lista de presidentes de São Paulo
 
Lucas Antônio Monteiro de Barros, o Visconde de Congonhas do Campo, primeiro Presidente da Província.

Os presidentes das províncias eram nomeados pelo governo nacional e eram, em teoria, acusado de governar a província. Na prática, porém, o seu poder era intangível, e variava de província para província baseado em um grau relativo de influência pessoal e de caráter pessoal de cada presidente. Como o governo nacional queria garantir que eles fossem leais, os presidentes eram, na maioria dos casos, enviados para a província em que não tinham laços políticos, familiares ou de outros tipos.[35] Para impedi-los de desenvolver quaisquer interesses ou apoios locais fortes, os presidentes eram limitados a um mandato de apenas alguns meses no cargo.[35]

Como o presidente geralmente passava grande parte do tempo longe da província, muitas vezes viajando para a sua província natal ou para a capital imperial, o governador de facto era o vice-presidente, que era escolhido pela Assembleia Provincial e normalmente era um político local.[36] Com pouco poder de minar a autonomia provincial, o presidente era um agente do governo central, com pouca função além da de transmitir os seus interesses com os chefes políticos provinciais.

Os presidentes poderiam ser usados pelo governo central para influenciar ou até mesmo fraudar eleições, apesar de ser eficaz, o presidente tinha que confiar nos políticos provinciais e locais que pertenciam ao seu próprio partido político. Essa interdependência criou uma relação complexa, que era baseada na trocas de favores, interesses privados, metas partidárias, negociações e outras manobras políticas.[37]

Secretaria de Governo da Província

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A fim de auxiliar o Presidente da Província, foi estruturada a Secretaria de Governo[38] a partir da secretaria anterior, vinculada à Capitania de São Paulo[39]. Ela concentrava funções bastante diversas, crescentes à medida que a própria Província de São Paulo se expandia tanto demográfica como economicamente, ao longo do Período Imperial. Suas atribuições, dentre muitas outras, incluíam desde expedir atos e arquivar a produção documental, por ela produzida ou acumulada, até ser responsável por recenseamento e estatística judiciária, além de exercer funções ligadas à instrução pública e agricultura.[38]

Governo municipal

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A Câmara Municipal (conselho municipal) era o órgão de governo nas cidades e já existia no Brasil desde o início do período colonial, no século XVI. A câmara era composta por vereadores e o número deles dependia do tamanho da cidade.[40] Ao contrário do Conselho Geral Provincial, a Constituição deu aos conselhos municipais grande autonomia. No entanto, quando as Assembleias Provinciais substituíram o Conselho Geral Provincial em 1834, muitos dos poderes das câmaras municipais (como a definição dos orçamentos municipais, a fiscalização das despesas, a criação de postos de trabalho e a nomeação de funcionários públicos) foram transferidos para o governo provincial. Além disso, todas as leis promulgadas pelo conselho da cidade passaram a precisar da ratificação da Assembleia Provincial, mas não do Parlamento.[41] Enquanto o Ato Adicional concedeu maior autonomia para as províncias do governo central, ele também transferiu a autonomia dos municípios para os governos provinciais.[42] Não havia o cargo de prefeito e as cidades eram governadas por um conselho municipal e seu presidente era o vereador que tinha ganhado a maioria dos votos durante as eleições.[43]

Eleições

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Primeiro título eleitoral - 1881. Decreto nº 3.029 – 09.01.1881

Até 1881, o voto era obrigatório[44] e as eleições ocorriam em duas etapas. Na primeira fase os eleitores escolhiam eleitores que, em seguida, selecionavam uma chapa de candidatos ao senado. O imperador iria escolher um novo senador (membro do Senado, a câmara alta da Assembleia Geral) a partir de uma lista de três candidatos que receberiam o maior número de votos. Os eleitores também escolhiam os deputados gerais (membros da Câmara dos Deputados, a câmara baixa), deputados provinciais (membros das assembleias provinciais) e vereadores (membros dos conselhos municipais), sem o envolvimento imperial em uma seleção final.[45] Todos os homens com mais de 25 anos com uma renda anual de pelo menos 100 mil réis (o equivalente em 1824 a 98 dólares[46]) eram elegíveis para votar na primeira fase. A idade mínima para votar foi reduzida para 21, para homens casados. Para se tornar um eleitor era necessário ter uma renda anual de pelo menos 200 mil réis.[45]

O sistema brasileiro era relativamente democrático, por um período durante o qual as eleições indiretas eram comuns nas democracias. A exigência de renda era muito maior no Reino Unido, mesmo após as reformas de 1832.[47] No momento os únicos países que não exigiam um nível mínimo de renda como uma qualificação para a votação eram França e Suíça, onde o sufrágio universal só foi introduzido em 1848.[48][49] É provável que nenhum país europeu na época tivesse uma legislação tão liberal como a do Brasil.[47] A exigência de renda era baixa o suficiente para que qualquer cidadão do sexo masculino empregado pudesse se qualificar para votar.[46][49] Por exemplo, o funcionário público com menor salário em 1876 era o zelador, que ganhava 600 mil réis por ano.[47]

A maioria dos eleitores brasileiros tinham um rendimento baixo.[50][51] Por exemplo, em 1876 na cidade de Formiga, na província de Minas Gerais, os pobres constituíam 70% do eleitorado. Em Irajá, na província do Rio de Janeiro, os pobres eram 87% do eleitorado.[52] Os ex-escravos não podiam votar, mas seus filhos e netos sim,[48] assim como os analfabetos[53] (o que poucos países permitiam).[50] Em 1872, 10,8% da população brasileira votou[51] (13% da população não-escrava).[54] Em comparação, a participação eleitoral no Reino Unido em 1870 foi de 7% da população total; na Itália foi de 2%; em Portugal 9%; e nos Países Baixos de 2,5%.[48] Em 1832, o ano da reforma eleitoral britânica, cerca de 3% dos britânicos votaram. Novas reformas em 1867 e 1884 expandiram a participação eleitoral no Reino Unido para 15%.[55]

Embora fraudes eleitorais fossem comuns, elas não eram ignoradas pelo imperador, por políticos ou por observadores da época. O problema foi considerado uma questão importante e tentativas foram feitas para corrigir abusos,[45][53] sendo que legislações (como as reformas eleitorais de 1855, 1875 e 1881) foram promulgadas repetidamente para combater as fraudes.[56] As reformas de 1881 trouxeram mudanças significativas: elas eliminaram o sistema eleitoral de dois estágios, introduzido a votação direta e facultativa,[57] e permitiu os votos dos ex-escravos e não-católicos emancipados.[51] Por outro lado , os cidadãos analfabetos já não podiam mais votar.[51] A participação nas eleições caiu de 13% para apenas 0,8% em 1886.[51] Em 1889, cerca de 15% da população brasileira sabia ler e escrever. Apenas desautorizar os analfabetos a votar não explicava então a súbita queda nos percentuais de voto.[58] A interrupção do voto obrigatório e a apatia do eleitor podem ter sido fatores significativos que contribuíram para a redução do número de eleitores.[59]

Documentação histórica

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Parte significativa das fontes primárias que embasam as seções deste artigo provém do acervo documental da Secretaria de Governo da Província de São Paulo[38], mantido e organizado pelo Arquivo Público do Estado de São Paulo (APESP).

Tomando  como exemplo a seção Demografia, os quadros estatísticos baseiam-se na contagem original manuscrita  do subconjunto nomeado como “Maços de População”, composto por 275 caixas de documentos textuais, dentre as quase 3.000 relativas ao período provincial paulista[60].

Além disso, o último presidente da Província, José Vieira Couto de Magalhães, tem um pequeno acervo pessoal(19 documentos), custodiado também pelo APESP, com cartas e dois diários íntimos.[61]

Como a Secretaria de Governo da Província de São Paulo se desdobrou, após a proclamação da República, em outras secretárias, que naturalmente acumularam documentação anterior à sua fundação, é possível também encontrar fontes do Período Imperial no acervo da Secretaria da Fazenda,[62] Secretaria da Agricultura,[63] Secretaria do Interior[64] e Secretaria da Justiça.[65]

Ver também

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Referências
  1. a b «Constituição Política do Império do Brasil». planalto.gov.br. 25 de março de 1824. Consultado em 20 de maio de 2023 
  2. «Lei nº 16, de 12 de Agosto de 1834». www2.camara.leg.br. Consultado em 30 de outubro de 2013. Arquivado do original em 2 de novembro de 2013 
  3. Idas Brasil. «Da Glória ao Esquecimento». Consultado em 22 de julho de 2011. Cópia arquivada em 22 de agosto de 2011 
  4. a b c Ana Paula Medicci_FFLCH/USP (maio de 2005). «Expansão mercantil em São Paulo: 'decadência' e 'vadiagem' nos discursos de memorialistas, viajantes e autoridades públicas, 1782-1822». Ed.nº 1 da Revista Almanack Braziliense (2005-2010) do Instituto de Estudos Brasileiros da USP. Consultado em 21 de dezembro de 2013 
  5. Info Escola (24 de setembro de 2008). «História de São Paulo». Consultado em 22 de julho de 2011. Cópia arquivada em 22 de agosto de 2011 
  6. Faculdade de Direito da Universidade de São Paulo. «História». Consultado em 22 de julho de 2011. Cópia arquivada em 22 de agosto de 2011 
  7. a b Ana Elisa Camasmie e Raquel Grisotto (27 de maio de 2009). «Quando o ouro era verde». Guia do Estudante - Revista Veja. Consultado em 22 de julho de 2011. Cópia arquivada em 22 de agosto de 2011 
  8. Grande Enciclopédia Larousse (2008). «Breve História do Café». Planeta Orgânico. Consultado em 22 de julho de 2011. Arquivado do original em 3 de julho de 2011 
  9. «São Paulo». Gsat. Consultado em 24 de julho de 2011. Arquivado do original em 24 de julho de 2011 
  10. Diego Francisco de Carvalho (27 de novembro de 2007). «Café, ferrovias e crescimento populacional: o florescimento da região noroeste paulista». Arquivo Público do Estado de São Paulo. Consultado em 22 de julho de 2011. Cópia arquivada em 22 de agosto de 2011 
  11. DORATIOTO, Francisco. "Maldita Guerra". Companhia das Letras, São Paulo, 2002. p. 460
  12. Idem. p. 111
  13. Idem. p.121
  14. SOUZA, Luis de Castro. "A medicina na Guerra do Paraguai". Rio de Janeiro, pp. 48 e 49
  15. DORATIOTO, op. cit. p. 121
  16. DORATIOTO, op. cit. p. 122
  17. DORATIOTO, op. cit. p. 123
  18. DORATIOTO, op. cit. p.265
  19. DORATIOTO, op. cit. p. 265
  20. DORATIOTO, op. cit. p. 267
  21. Relatório Apresentado ao Exmo. Sr. Presidente da Província de São Paulo pela Comissão Central de Estatística. King, São Paulo, 1888. p. 12
  22. ROSSINI, Gabriel Almeida Antunes. "Apreciações acerca do tráfico interno de escravos no oeste da província de São Paulo (Rio Claro, 1861-1869)". In "Journal of Economic Literature".
  23. a b Relatório apresentado ao cidadão Dr. Presidente do Estado pelo Dr. Theodoro Dias de Carvalho Junior. São Paulo, 1895. p. 39
  24. Muriel Nazzari. «Vanishing Indians: The Social Construction of Race in Colonial Sao Paulo» (em inglês) 
  25. "Documentos interessantes para a história e costumes de São Paulo". In: Relatório do ano de 1900, apresentado em 13 de janeiro de 1902 ao cidadão Dr. Bento Pereira Bueno, Secretário de Estado dos Negócios do Interior e da Justiça, pelo Dr. Antonio de Toledo Piza, diretor. Diário Oficial, São Paulo, 1903 – pp. 692 a 699
  26. "Terras, Imigração e Colonização". In: Relatório da Agricultura: 1898. p. 46
  27. Relatorio com que s. exc. o sr. senador barão de Itauna passou a administração da provincia ao exm. sr. commendador Antonio Joaquim da Rosa, 3.o vice-presidente. São Paulo, Typ. Americana, 1869. pp. 27 e 28
  28. Ibidem.
  29. a b Dolhnikoff 2005, p. 59.
  30. a b c Dolhnikoff 2005, p. 60.
  31. Dolhnikoff 2005, pp. 64, 97.
  32. a b Dolhnikoff 2005, p. 97.
  33. CASTRO, Renato Berbert de. "Os vice-Presidentes da Província da Bahia", pgs. 10-13. Salvador. Fundação Cultural do Estado da Bahia, 1978.
  34. a b c http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/lim/LIM16.htm
  35. a b Dolhnikoff 2005, p. 102.
  36. Dolhnikoff 2005, p. 103.
  37. Dolhnikoff 2005, pp. 110–112.
  38. a b c «Secretaria de Governo da Província de São Paulo - Guia do Acervo». icaatom.arquivoestado.sp.gov.br. Consultado em 6 de agosto de 2020 
  39. «Secretaria de Governo da Capitania de São Paulo - Guia do Acervo». icaatom.arquivoestado.sp.gov.br. Consultado em 6 de agosto de 2020 
  40. Dolhnikoff 2005, p. 118.
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  42. Dolhnikoff 2005, pp. 118–119.
  43. Rodrigues 1863, pp. 134–135.
  44. Carvalho 2008, p. 29.
  45. a b c Vainfas 2002, p. 223.
  46. a b Barman 1988, p. 124.
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  51. a b c d e Vainfas 2002, p. 224.
  52. Veja:
  53. a b Carvalho 2007, p. 180.
  54. Carvalho 1993, p. 48.
  55. Carvalho 2008, p. 39.
  56. Carvalho 2008, p. 33.
  57. Carvalho 1993, p. 51.
  58. Carvalho 2002, p. 84–85.
  59. Carvalho 2002, p. 91.
  60. «Estatística - Guia do Acervo». icaatom.arquivoestado.sp.gov.br. Consultado em 6 de agosto de 2020 
  61. «José Vieira Couto de Magalhães - Guia do Acervo». icaatom.arquivoestado.sp.gov.br. Consultado em 6 de agosto de 2020 
  62. «Secretaria da Fazenda do Estado de São Paulo». Arquivo Público do Estado de São Paulo. 2016. Consultado em 6 de agosto de 2020 
  63. «Secretaria da Agricultura do Estado de São Paulo - Guia do Acervo». icaatom.arquivoestado.sp.gov.br. Consultado em 6 de agosto de 2020 
  64. «Secretaria do Interior do Estado de São Paulo - Guia do Acervo». icaatom.arquivoestado.sp.gov.br. Consultado em 6 de agosto de 2020 
  65. «Secretaria da Justiça do Estado de São Paulo - Guia do Acervo». icaatom.arquivoestado.sp.gov.br. Consultado em 6 de agosto de 2020 

Ligações externas

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