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Micologia

estudo dos fungos
 Nota: Para outros significados, veja Micologia (desambiguação).

Micologia ou micetologia é a especialidade da biologia que estuda os fungos.[1] Os micólogos (micologistas ou micetologistas) pesquisam taxonomia, sistemática, morfologia, fisiologia, bioquímica, utilidades, e os efeitos benéficos e maléficos das espécies de fungos, que podem ser parasitas, saprófitos ou decompositores.[2] A palavra "Micologia" vem do grego mykes, que quer dizer "cogumelo", e logos, estudo.[3][4]

Os cogumelos são uma espécie de estrutura reprodutiva do fungo.

Campos reunidos para encontrar espécies interessantes de fungos são conhecidas como 'incursões', após a primeira reunião organizada pelos Woolhope Naturalists' Field Club em 1868 e assim intitulada "Uma incursão entre os fungos".[5]

O Padre austríaco Johannes Rick realizou pesquisas sobre fungos em regiões do Brasil e no Rio Grande do Sul, onde morou entre 1903 e 1946. Por sua publicação da sistemática das espécies em português, pode ser considerado o pai da micologia no Brasil.[2]

História

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Miles Joseph Berkeley

Presume-se que os seres humanos começaram a recolher cogumelos como alimentos em tempos pré-históricos. Cogumelos foram escritos pela primeira vez nas obras de Eurípedes (480-406 aC). O filósofo grego Teofrasto de Eresos (371-288 a.C.) foi talvez o primeiro a tentar classificar sistematicamente as plantas; cogumelos foram consideradas plantas ausentes de certos órgãos. Mais tarde, foi Plínio, o Velho (23-79 d.C.), que escreveu sobre as trufas em sua enciclopédia Naturalis Historia. A palavra micologia vem do grego: μύκης (mykēs), que significa "fungo" e o sufixo -λογία (-logia), que significa "estudo".[3][4]

A Idade Média viu pouco avanço no corpo de conhecimento sobre fungos. Em vez disso, a invenção da imprensa permitiu que alguns autores divulgassem as superstições e equívocos sobre os fungos que foram perpetuadas pelos autores clássicos.[6]

O início da era moderna da micologia começa com a publicação de Nova plantarum genera de Pier Antonio Micheli, em 1737.[7] Publicado em Florença, este trabalho seminal lançou as bases para a classificação sistemática de ervas, musgos e fungos. O termo micologia e o complemento micólogo foi utilizado pela primeira vez por M.J. Berkeley, em 1836.[8]

Micologia medicinal

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Durante séculos, certos cogumelos têm sido documentados como uma medicina popular na China, Japão e Rússia.[9] Embora o uso de cogumelos na medicina popular esteja centrado em grande parte do continente asiático, pessoas em outras partes do mundo, como o Oriente Médio, Polônia e Belarus foram documentadas utilizando cogumelos para fins medicinais.[10][11] Acreditava-se que alguns cogumelos, especialmente poliporos como Reishi sejam capazes de beneficiar uma ampla variedade de doenças da saúde. A pesquisa medicinal de cogumelo nos Estados Unidos está atualmente ativa, com estudos a decorrer na City of Hope National Medical Center,[12][13] bem como a Memorial Sloan Kettering Cancer Center.[14]

A investigação atual foca em cogumelos que podem ter atividade hipoglicêmica, atividade anti-câncer, atividade anti-patogênica, e aumentar a atividade do sistema imunitário. Uma pesquisa recente revelou que o cogumelo ostra contém naturalmente o medicamento lovastatina para baixar o colesterol, cogumelos produzem grandes quantidades de vitamina D quando expostos à luz ultravioleta,[15] e que certos fungos podem ser uma futura fonte do taxol.[16] Até o momento, a penicilina, lovastatina, ciclosporina, griseofulvina, cefalosporina, ergometrina e estatina são os fármacos mais famosos que foram isolados do reino dos fungos.

Referências
  1. TORTORA, G.J (2010). Microbiologia. 10. ed. Porto Alegre: Artmed. 330 páginas 
  2. a b BENCHIMOL, Jaime L. e SÁ, Magali Romero — Adolpho Lutz e a micologia, Vol. 1, Livro 3, pgs. 25—27. Editora Fiocruz. ISBN 8575410423
  3. a b Ravichandra, N. G. (2013). Fundamentals of Plant Pathology (em inglês). Deli, Índia: PHI Learning Pvt. Ltd. p. 144. ISBN 812034703X 
  4. a b Reddy, S.M. (2011). University Botany I : (Algae, Fungi, Bryophyta And Pteridophyta), Volume 1 (em inglês). [S.l.]: New Age International. p. 125. ISBN 8122408400 
  5. Anon (1868). «A foray among the funguses» (Semi PDF). Transactions of the Woolhope Naturalists' Field Club (em inglês): 184–192. Consultado em 17 de maio de 2014 
  6. Ainsworth, p. 13.
  7. Ainsworth, p. 4.
  8. Ainsworth, p. 2.
  9. Smith JE, Rowan NJ, Sullivan R (2002). «Medicinal Mushrooms: Their therapeutic properties and current medical usage with special emphasis on cancer treatments» (PDF) (em inglês). Academia.edu. Consultado em 16 de maio de 2014 
  10. Sarfaraz Khan Marwat, Mir Ajab Khan, Muhammad Aslam Khan, Mushtaq Ahmad, Muhammad Zafar, Fazal-ur-Rehman and Shazia Sultana (2009). «Vegetables mentioned in the Holy Qura'n and Ahadith and their ethnomedicinal studies in Dera Ismail Khan, N.W.F.P., Pakistan». Pakistan Journal of Nutrition (em inglês). 8 (5): 530–538. doi:10.3923/pjn.2009.530.538. Consultado em 16 de maio de 2014  Sahih Muslim, Livro 23, Capítulo 27, Hadiths
  11. Shashkina MIa, Shashkin PN, Sergeev AV (2006). «Chemical and medicobiological properties of Chaga (review)». Farmatsevtychnyĭ zhurnal (em inglês). 40 (10). doi:10.1007/s11094-006-0194-4 
  12. Di Rado, Alicia (2008). «A salad fixin' with medical benefits?». City of Hope National Medical Center. EHope (em inglês). 7 (7). Consultado em 16 de maio de 2014 
  13. Di Rado, Alicia (2008). «Can a mushroom help fight lung cancer?». City of Hope National Medical Center. EHope (em inglês). 7 (11) 
  14. Deng G, Lin H, Seidman A (2009). «A phase I/II trial of a polysaccharide extract from Grifola frondosa (Maitake mushroom) in breast cancer patients: immunological effects». Journal of Cancer Research and Clinical Oncology. 135 (9): 1215–21. PMID 19253021. doi:10.1007/s00432-009-0562-z 
  15. Bowerman, Susan (31 de março de 2008). «If mushrooms see the light» (em inglês). The Los Angeles Times. Consultado em 16 de maio de 2014 
  16. Ji, Y; Bi, Yan; Zhu (2006). «Taxol-producing fungi: a new approach to industrial production of taxol» (Texto completo gratuito). Sheng wu gong cheng xue bao = Chinese journal of biotechnology (em inglês). 22 (1): 1–6. ISSN 1000-3061. PMID 16572833. Consultado em 16 de março de 2014 
  • Ainsworth, G. C. (1976). Introduction to the History of Mycology (em inglês). Cambridge, RU: Cambridge University Press. ISBN 0-521-21013-5 

Ligações externas

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