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Luis Nassif

jornalista brasileiro
(Redirecionado de Jornal GGN)

Luís Nassif (Poços de Caldas, 24 de maio de 1950) é um jornalista brasileiro. Foi colunista e membro do conselho editorial da Folha de S.Paulo, escrevendo por muitos anos sobre economia neste jornal. Nas composições que faz dos possíveis cenários econômicos, não deixa de analisar áreas correlatas que também são relevantes na economia, como o sistema de Ciência & Tecnologia.

Luís Nassif
Luis Nassif
Luís Nassif no seminário de lançamento do programa Brasilianas.org, da TV Brasil
Nascimento 24 de maio de 1950 (74 anos)
Poços de Caldas, Minas Gerais, Brasil
Ocupação jornalista
Página oficial
www.advivo.com.br/luisnassif

Nassif também é compositor, bandolinista e pesquisador de choro.

Biografia

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De ascendência italiana e libanesa,[1] sua primeira experiência jornalística foi aos treze anos de idade, editando o jornal do Grupo Gente Nova, de Poços de Caldas. Aos quinze, fez estágio no Diário de Poços, durante o período de férias escolares.

Depois de se formar no segundo grau, em 1969, na cidade de São João da Boa Vista, passou no vestibular para a ECA[2] e começou a trabalhar profissionalmente em 1º de setembro de 1970, como estagiário da revista Veja. Foi efetivado no início de janeiro de 1971. Em 1974 tornou-se repórter de economia da revista. No ano seguinte, ficou responsável pelo caderno de finanças.

Em 1979 transferiu-se para o Jornal da Tarde, na qualidade de pauteiro e chefe de reportagem de economia. Lá, criou a seção "Seu Dinheiro", primeira experiência de economia pessoal da imprensa brasileira, e o caderno "Jornal do Carro".[2] Em 1983 mudou-se para a Folha de S.Paulo, onde no fim do ano criou a seção "Dinheiro Vivo" e participou do projeto de criação do Datafolha.[3] Em 1986 ganhou o Prêmio Esso, categoria principal, com a série de reportagens sobre o Plano Cruzado. Ele ficaria no jornal até 1987.

No início dos anos 1980, organizou com a seccional São Paulo da Ordem dos Advogados do Brasil um seminário com todas as subseções da OAB, que resultou na primeira grande campanha pelos direitos do consumidor, a dos mutuários do Sistema Financeiro da Habitação.

Nessa mesma década, foi um dos apresentadores do programa São Paulo na TV, ao lado de Paulo Markun e Sílvia Poppovic, umas das primeiras experiências de produção independente na TV aberta brasileira. Produzido pela Abril Vídeo, era veiculado na TV Gazeta. Em 1985, criou o próprio programa na TV Gazeta, chamado Dinheiro Vivo. Em 1987, a partir do programa, nasceu a Agência Dinheiro Vivo, de informações de economia e negócios.

Em 1990, passou a apresentar o programa Dinheiro Vivo na emissora pública TVE Brasil. Posteriormente, seria acusado de não repassar à emissora pública os 20% referentes à quantia que recebia de patrocinadores de seu programa, embora assim estivesse obrigado por contrato.[4]

Nassif retornou, em 1991, para a Folha de S.Paulo, como colunista de economia. Em 2006, seu contrato não foi renovado. Luis Nassif foi, ainda, comentarista econômico da Rede Bandeirantes e da TV Cultura.[5] Também atuou no rádio, como um dos apresentadores do Jornal Gente, na Rádio Bandeirantes de São Paulo, ao lado de José Paulo de Andrade e Salomão Ésper.

Retornou para a TVE Brasil, agora renomeada como TV Brasil, apresentando o programa Brasilianas.org. O programa foi exibido até 2016.[6]

Jornal GGN

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Em abril de 2013, Nassif lançou o piloto do Jornal GGN (Grupo Gente Nova), um jornal eletrônico, "o jornal de todos os Brasis", um projeto jornalístico cujo propósito era aprofundar temas relevantes pouco abordados pela mídia convencional, tais como gestão, inovação, direitos sociais, justiça de transição etc., além de fazer uma cobertura comentada das notícias do dia. No mesmo ano, em outubro, fechou uma parceria de conteúdo do Jornal GGN com o iG, que por cinco anos hospedara o seu Blog do Nassif. Começou a também publicar no portal uma coluna com análises políticas e econômicas de temas apresentados e discutidos no GGN.[7]

Posteriormente, o Jornal GGN tornou-se um portal independente, dedicado à "produção de conteúdo crítico, a partir da construção coletiva de notícias ligadas a cidadania, política, economia, cultura e desenvolvimento", com a participação efetiva dos especialistas no conteúdo. O portal adotou um modelo de jornalismo colaborativo, procurando, segundo Nassif, escapar da "dicotomia esquerdadireita que tem caracterizado o jornalismo online". O portal tem, ainda, como um dos seus propósitos declarados, "a montagem de mini-redes sociais especializadas, com os principais grupos de discussão — do setor público e privado — para aprofundar os temas relevantes do Brasil do século XXI, cobrindo não apenas o factual, mas as visões estratégicas de país".[8] Porém, em 2019 foi classificado pelo Observatório da Imprensa como um veículo de mídia de esquerda.[9]

Prêmios

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Luís Nassif foi vencedor do Prêmio de Melhor Jornalista de Economia da Imprensa Escrita do site Comunique-se nos anos de 2003, 2005 e 2008, em eleição direta da categoria. Também recebeu o Prêmio iBest de Melhor Blog de Política, em eleição popular e da Academia iBest.[10]

Processos judiciais

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A gestão, em 1990, de Leleco Barbosa — filho do apresentador Chacrinha —, à frente da empresa estatal TV Educativa motivou uma auditoria instalada pelo Ministério da Educação, para apurar possíveis irregularidades administrativas, tais como o caso do produtor Luís Nassif, responsável pela produção do programa Dinheiro Vivo, que não teria declarado a quantia que recebia de patrocinadores, embora estivesse obrigado, por contrato, a repassar 20% da arrecadação para a emissora. Leleco foi afastado do cargo em outubro de 1991, após uma série de denúncias de corrupção e malversação de recursos financeiros.[4]

Em outubro de 2002, o jornalista havia sido inicialmente condenado, em primeira instância, a três meses de detenção e ao pagamento de dez salários mínimos por publicar uma nota no jornal Folha de S.Paulo sobre uma ação movida pela empresa Mendes Júnior contra a Companhia Hidrelétrica do São Francisco (CHESF), na qual afirmava que a ação era "uma das mais atrevidas aventuras contra os cofres públicos".[11] Entretanto, em janeiro de 2004, essa sentença foi revertida junto ao Tribunal de Alçada Criminal de São Paulo. Na sentença que absolveu Nassif, entendeu-se que houve "simples descuido do jornalista e não a intenção de ofender a honra alheia". O tribunal acrescentou que "condenar o querelado seria, inegavelmente, cercear a liberdade de manifestação ou de expressão e o acesso à informação, em patente maltrato ao art. 5º, incisos IV e XIV, da Constituição Federal, e até ao inciso XIII, do mesmo dispositivo".[12]

Iniciou em 2007 uma série de artigos sobre os bastidores e novo rumo editorial adotado pelo semanário Veja, na qual analisa estratégia adotada pela Editora Abril e como a escolha adotada foi a de emular o que o magnata das comunicações Rupert Murdoch definiu para a Fox News nos Estados Unidos.[2][13][14][15] Por alguns desses artigos, foi processado pelo editor da revista e condenado pela justiça, em 2010, a pagar uma indenização de 50 mil reais, com possibilidade de recurso.[13][14]

Em 11 de agosto de 2005, ainda com o País passando pela crise política ocasionada pelas revelações no escândalo do mensalão, Nassif repreendeu em sua coluna para a Folha de S.Paulo o fato de Mainardi ter se utilizado do "off the record", garantia de não mencionar a identidade da fonte do jornalista, durante conversa com o deputado José Janene do PP e mesmo assim escrever na sua coluna para a Veja revelando quem era a sua fonte e ainda se vangloriado de tal fato.[16][17] Na sua coluna na edição seguinte de Veja Mainardi insinuou que Nassif receberia na Dinheiro Vivo patrocínios indevidos do BNDES.[18] Coinicidentemente nessa mesma edição de Veja que Mainardi fez acusações contra Nassif empresas de telefonia controladas pelo grupo empresarial de Daniel Dantas tiveram grandes anúncios publicados.[14][18] Em alguns dos seus textos para a Folha entre junho e agosto de 2005 Nassif analisou a delicada situação de Daniel Dantas para manter o controle acionário em empresas de telefonia e que suas empresas teriam contratos com uma das firmas publicitárias de Marcos Valério.[14][18][19][20][21]

Em 2008, Veja publicou artigo de Diogo Mainardi afirmando que Nassif teria sido demitido da 'Folha' por fazer lobby por meio de sua coluna.[15][22] Entretanto, Otávio Frias Filho, diretor de redação da Folha de S.Paulo, declarou que a saída do jornalista foi decisão tomada em conjunto.[5][13][15] Doze anos após Diogo Mainardi ter acusado Nassif de usar sua coluna na Folha para fazer lobby e que o BNDES concedia benefícios injustificados para a Dinheiro Vivo, o judiciário obrigou a Veja a publicar o direito de resposta para Nassif.[13][23][24]

Em 25 de fevereiro de 2010 o jornalista foi condenado pela 4ª Câmara de Direito Privado do Tribunal de Justiça de São Paulo, juntamente com o Portal IG, a indenizar o diretor da revista Veja, Eurípides Alcântara, devido a uma série de quatro artigos em seu blog nos quais Nassif afirmou que Eurípides Alcântara seria "o contato direto de Daniel Dantas com a Veja", e que isso seria decorrente de "um acordo operacional" entre a revista e o Grupo Opportunity. Por maioria, a turma julgadora entendeu que ficou "nítido" o abuso contra o diretor da revista; segundo o desembargador Carlos Teixeira Leite Filho, "o apelado Luis Nassif, autor das palavras, não só admitiu, como as reiterou, pelo que, após refletir sobre seu significado, têm-se o suficiente para bem identificar a intenção de menosprezar e agredir moralmente o apelante [Eurípedes]". A indenização foi estabelecida em 100 mil reais (R$ 50 mil para cada um dos réus); ainda cabe recurso da decisão.[25]

Em abril de 2015 Nassif divulgou um mandado de citação via postal em que o presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha, solicita indenização por dano moral devido a uma reportagem publicada em 2013[26] no blog do jornalista e considerada ofensiva por Cunha. Em resposta, Nassif solicitou aos leitores do blog que colaborassem em uma compilação de notícias publicadas sobre o deputado.[27]

Em agosto de 2020, o banco BTG Pactual alegou difamação contra Nassif e a jornalista Patrícia Faermann por reportagens publicadas no Portal GGN mostrando as ligações entre o BTG Pactual e licitações em São Paulo, manobras no COAF, o regime da capitalização no Chile entre outras coisas.[28] A Justiça em decisão liminar de agosto de 2020 ordenou a remoção de onze reportagens do portal.[28][29] Em outubro do mesmo ano a decisão foi revogada.[30] Em setembro de 2022 o STF derrubou em definitivo a censura imposta a Nassif, Patrícia Faermann e o Portal GGN e as reportagens já podem ser vistas.[28]

Literárias:

Fonográficas:

  • Roda de Choro Nosso Choro (RGE CD, 1996), acompanhado pelo grupo Nosso Choro, formado por Zé Barbeiro (violão), Miltinho de Mori (cavaquinho e arranjos), Stanley (clarinete), Bombarda (acordeon) e Marcelo (pandeiro).[35]

Ver também

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Referências
  1. Nassif, Luís (25 de novembro de 2001). «Salins, Jacós e Antonios». www1.folha.uol.com.br. Consultado em 16 de fevereiro de 2023 
  2. a b c Caros amigos. [S.l.]: Editora Casa Amarela Ltda. 1 de janeiro de 2002 
  3. «A morte de Mara Kotscho, precursora do Datafolha». Jornal GGN. 12 de março de 2023. Consultado em 21 de maio de 2024 
  4. a b BEZERRA, Heloisa Dias. «TV Educativa (TVE)». Dicionário Histórico-Biográfico Brasileiro. CPDOC - Centro de Pesquisa e Documentação de História Contemporânea do Brasil da FGV - Fundação Getúlio Vargas. Consultado em 21 de julho de 2019 
  5. a b Venceslau, Pedro (12 de fevereiro de 2008). «Otávio Frias Filho esclarece saída de Nassif da Folha». Portal Imprensa - UOL. Consultado em 3 de março de 2017 
  6. Vídeo: programa Brasilianas.org. TV Brasil.
  7. Portal dos Jornalistas. Luis nassif
  8. Jornal GGN. Institucional
  9. Monitor do debate político no meio digital (21 de maio de 2019). «Os dez posts mais compartilhados no Facebook sobre as manifestações de 15 de maio». Observatório da Imprensa. Consultado em 22 de julho de 2019. Cópia arquivada em 26 de maio de 2019 
  10. «Contratação de Palestrantes». Parlante. Consultado em 3 de março de 2017 
  11. Luís Nassif é condenado a três meses de detenção por causa de nota - Consultor Jurídico, 18 de novembro de 2002 (visitado em 16/5/2010)
  12. Luís Nassif é absolvido em ação movida pela Mendes Júnior - Consultor Jurídico, 28 de janeiro de 2004 (visitado em 11/3/2013)
  13. a b c d «12 depois, meu direito de resposta na Veja». GGN Jornal. 20 de dezembro de 2020. Consultado em 4 de julho de 2022 
  14. a b c d «O caso Veja por Luís Nassif». Sites Google. Consultado em 4 de julho de 2022 
  15. a b c «O jornalista revela os bastidores da grande imprensa e comenta a repercussão de seu dossiê sobre a revista Veja». FUP - Frente Única dos Petroleiros. 25 de março de 2008. Consultado em 21 de maio de 2024. Arquivado do original em 1 de agosto de 2017 
  16. «Os meios e os fins». Folha de S.Paulo. 11 de agosto de 2005. Consultado em 4 de julho de 2022 
  17. «Círculo Folha». Folha de S.Paulo. Consultado em 4 de julho de 2022 
  18. a b c «O caso Mainardi». Folha de S.Paulo. 16 de agosto de 2005. Consultado em 4 de julho de 2022 
  19. «O banqueiro e a CPI». Folha de S.Paulo. 27 de julho de 2005. Consultado em 4 de julho de 2022 
  20. «O joio e o trigo na CPI». Folha de S.Paulo. 13 de julho de 2005. Consultado em 4 de julho de 2022 
  21. «A novela da Brasil Telecom». Folha de S.Paulo. 22 de junho de 2005. Consultado em 4 de julho de 2022 
  22. Mainardi, Diogo (16 de julho de 2008). «Nassif, o banana». Revista VEJA. Consultado em 3 de março de 2017 
  23. De Moraes, Simone (24 de abril de 2013). «Recorreu e perdeu: Luís Nassif terá direito de resposta referente a texto de Mainardi». Portal em Pauta 
  24. «Nassif consegue direito de resposta à revista Veja». Consultor Jurídico. 21 de fevereiro de 2013 
  25. Luis Nassif é condenado a indenizar diretor de Veja - Consultor Jurídico, 25 de fevereiro de 2010 (visitado em 16/5/2010). A votação foi por 2 a 1, permitindo o julgamento pelo pleno do Tribunal. No processo Mário Sabino, o jornalista foi absolvido por 3 x 0 pelo mesmo Tribunal, que considerou não ter havido ofensas na matéria.
  26. Nassif, Luis (9 de setembro de 2013). «O chefe de Eduardo Cunha é Sérgio Cabral». Consultado em 2 de abril de 2015 
  27. Nassif, Luis (7 de abril de 2015). «Dossiê Eduardo Cunha». Consultado em 7 de abril de 2015 
  28. a b c «STF derruba em definitivo censura do banco BTG a 11 reportagens do Jornal GGN». GGN Jornal. 3 de setembro de 2022. Consultado em 5 de setembro de 2022 
  29. Perrin, Fernanda (1 de setembro de 2020). «Entidades criticam determinação da Justiça de retirada do ar de matérias sobre BTG de blog». Folha de S.Paulo. Cópia arquivada em 7 de setembro de 2020 
  30. Bergamo, Mônica (13 de outubro de 2020). «Justiça derruba veto a matérias do GGN sobre o BTG Pactual». Folha de S.Paulo. Cópia arquivada em 13 de outubro de 2020 
  31. «O caso Escola Base, 20 anos depois». Jornal GGN. 19 de fevereiro de 2014. Consultado em 2 de agosto de 2022 
  32. «O Bar Bodega ou, quando a imprensa gerou o ovo da serpente do bolsonarismo». Jornal GGN. 28 de outubro de 2019. Consultado em 2 de agosto de 2022 
  33. «FHC e a maxidesvalorização de 1999». Jornal GGN. 27 de março de 2017. Consultado em 2 de agosto de 2022 
  34. «Os cabeças de Planilha e a história econômica oculta do Brasil». Jornal GGN. 3 de maio de 2020. Consultado em 2 de agosto de 2022 
  35. «Luis Nassif». Dicionário Cravo Albin da Música Popular Brasileira. Consultado em 21 de julho de 2017 

Ligações externas

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