Nothing Special   »   [go: up one dir, main page]

Étienne-Louis Boullée

arquiteto francês

Étienne-Louis Boullée (Paris, 12 de fevereiro de 1728 – Paris, 4 de fevereiro de 1799) foi um visionário arquiteto neoclássico francês, que teve grande influência em sua geração.

Étienne-Louis Boullée
Nascimento 12 de fevereiro de 1728
Paris
Morte 4 de fevereiro de 1799 (70 anos)
Paris
Cidadania França
Ocupação professor do ensino secundário, arquiteto, urbanista, cartazista

Biografia

editar
Boullée, Deuxieme projet pour la Bibliothèque du Roi (1785)
Hôtel Alexandre in 2019

A arte esteve presente desde a infância de Étienne-Louis Boullée, seu pai arquiteto o influenciou a seguir a profissão. Para ele ser arquiteto, era fundamentalmente ser um artista livre e que possui assim o poder de expressá-la de acordo com seus sentimentos e suas vontades. Diferente dos arquitetos da época, Boullée não fez viagens para Roma, para estudar sua arquitetura, pois esses ideais clássicos estavam em contraposto dos seus pensamentos progressistas e utópicos.[1] Sua arquitetura visionaria era baseada no uso das formas, da luz e da proporção, trazendo-a para o mundo humano e real, não mais utilizando de um sentido místico e de simbologias religiosas.[2]

Detalhe da fachada do Hôtel Alexandre
Boullée, Cénotaphe à Newton (1784)

Boullée estudou com Jacques-François Blondel, Germain Boffrand e Jean-Laurent Le Geay, com quem aprendeu a clássica arquitetura francesa dos séculos XVII e XVIII. Foi eleito para a Academia Real de Arquitetura em 1762 e também designado arquiteto de Frederico II da Prússia, título honorário mas de grande prestígio. Entre 1762 e 1778, projetou várias residências particulares, entre as quais o Hotel Alexandre e o Hotel de Brunoy, em Paris. Junto com Claude Nicolas Ledoux foi um dos mais influentes arquitetos do neoclássico na França.

Arquitetura: a arte de produzir

editar

Para Étienne-Louis Boullée, é necessário que a arquitetura seja sinestésica, ou seja, que ela desperte um determinado tipo sentimento condizente com a função do edifício. Uma arquitetura que se baseando das emoções e das sensações poderia assim ser considerada uma boa obra.

Em contraposto a Vitrúvio, Boullé entende a arquitetura para além do campo físico, pois antes de se erguer um edifício, precisa imaginá-lo, se pensá-lo. De acordo com ele, a arte da arquitetura deriva das experiências do homem com a natureza, pois todas as ideias e percepções derivam dela e não meramente surgem de uma pura invenção. Assim, ele aprofunda seus estudos nela, já que acredita que somente a análise das obras antigas não são suficientes para tal. Nesses estudos, ele se aprofunda nas questões das formas e dos volumes. Os regulares, ele observou a simetria, a regularidade e a variedade, e percebeu que a regularidade sozinha forma o volume. Já os irregulares, por terem muitos planos distintos, geram uma impressão de confusão, e assim ele compreendeu do porque o olhar é direcionado para essas formas regulares, porque elas são mais simples e mais ordenadas de se observarem.[3]

Estilo geométrico

editar

Foi como teórico e professor da École Nationale des Ponts et Chaussées , entre 1778 e 1788 que Boullée causou impacto, desenvolvendo um estilo geométrico e abstrato, inspirado nas formas clássicas. Sua característica principal foi remover toda ornamentação desnecessária, aumentando as formas geométricas para uma escala imensa e repetindo elementos como colunas de forma colossal.[4]

Boullée promoveu o conceito de fazer a arquitetura expressar seus propósitos, o que levou seus detratores a chamá-la de architecture parlante, mas que se tornou um dos elementos essenciais da arquitetura de Belas Artes no século XIX.

O melhor exemplo desse estilo foi o projeto de um cenotáfio para Isaac Newton, que teria a forma de uma esfera com 150 m de diâmetro firmemente incrustada numa base circular ornada com ciprestes.[5] Embora nunca executado, esse projeto circulou entre os principais círculos profissionais da época. A grandiosidade em seus desenhos levou a que ele fosse caracterizado como visionário e megalomaníaco. Mas seu uso da luz e da sombra era inovador e influenciou arquitetos de várias épocas.[2]

Bibliografia

editar
  • Étienne-Louis Boullée, Treatise on Architecture, ed. Helen Rosenau, pub. Alec Tiranti, Ltd. London: Primeira edição póstuma publicada somente em 1953;
  • Jean Marie Perouse De Montclos,Étienne-Louis Boullée (1728-1799): Theoretician of Revolutionary Architecture pub.George Braziller; ISBN 0-8076-0672-3; (1974)
  • Helen Rosenau, Boullée & visionary architecture Pub. Harmony Books, New York, 1976 ISBN 0-85670-157-2.
  • Jean-Claude Lemagny, Visionary Architects: Boullée, Ledoux, Lequeu pub. Hennessey & Ingalls; ISBN 0-940512-35-1; (2002)
  • Annie Jacques, Les Architectes de la Liberté pub. Découvertes Gallimard #47; ISBN 2-07-053067-1; (1988)
Referências
  1. «BnF». expositions.bnf.fr. Consultado em 4 de fevereiro de 2022 
  2. a b Introduccion: Étienne-Louis Boullée, arquitecto de la sin razón. C. S., junio Introducción: Étienne-Louis Boullée, arquitecto de la sin razón. 1985.Press (PDF) (em inglês). [S.l.: s.n.] 
  3. Etlin, BOULLÉE, Etienne Louis; ROSENAU, Helen; DE VALLÉE, Sheila. Architecture, essay on art. Academy Editions, 1976. Press. Architecture, essay on art (PDF) (em inglês). [S.l.: s.n.] 
  4. Etlin, ETLIN, Richard A. Symbolic space: French enlightenment architecture and its legacy. University of Chicago Press, 1996. Press. Symbolic Space: French Enlightenment Architecture and Its Legacy (em inglês). [S.l.: s.n.] 
  5. Etlin, REIS, Vítor dos. O cenotáfio de Newton de Étienne Louis Boullée-1784-como planetário. Arte Teoria, p. 31-40, 2012 Press. O cenotáfio de Newton de Étienne Louis Boullée-1784-como planetário (PDF) (em inglês). [S.l.: s.n.] 

Ligações externas

editar
 
O Commons possui uma categoria com imagens e outros ficheiros sobre Étienne-Louis Boullée