Terapia De Casais
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Terapia De Casais - Juliano Pinheiro
Nesta obra autor, mergulha nas complexidades das relações a dois, oferecendo uma abordagem abrangente e prática para a terapia de casais. Baseado em anos de experiência clínica, o autor explora dinâmicas conjugais, desvendando padrões de comunicação e fornecendo estratégias comprovadas para fortalecer os laços afetivos.
O livro destaca-se ao integrar teorias consagradas com técnicas modernas, proporcionando aos terapeutas profissionais da área e a pessoas que querem entender a dinâmica do relacionamento a dois uma ferramenta valiosa para navegar por questões como comunicação deficiente, conflitos frequentes e crises de intimidade.
Da construção de empatia à resolução de conflitos, cada capítulo oferece uma visão aprofundada e prática, guiando os leitores por um caminho de compreensão e transformação nas relações. Este livro é uma leitura obrigatória para terapeutas de casais, psicólogos clínicos e todos que buscam aprimorar suas habilidades na área da terapia conjugal.
A essência do amor reside em acompanhar-te enquanto descobres a tua própria jornada.
Aprendendo a dialogar.
Sempre que recebo um casal em meu consultório, enfrentando desafios em sua relação, costumo iniciar nossa conversa com uma questão fundamental:
- O que leva o sentimento amoroso, inicialmente repleto de emoções intensas e alegrias, a perder sua vitalidade e se transformar em algo desprovido de calor e entusiasmo?
Alguns apontam a falta de carinho como o cerne da questão.
Outros ressaltam a presença da indiferença como um fator crucial.
Há também quem mencione a escassez de tempo compartilhado ou, paradoxalmente, o excesso de convivência como elementos desestabilizadores. Entretanto, é unânime entre todos os casais que atendo que o principal vilão responsável por extinguir a chama do amor é a rotina. Embora essa resposta possa parecer clichê, ao indagar sobre os motivos que conduzem ao resfriamento dos sentimentos, a inevitabilidade da rotina sempre emerge como um fator preponderante.
Frequentemente, defendo a perspectiva de que, na verdade, a rotina não merece o papel de grande vilã nessa narrativa complexa. Em uma escala de zero a dez, poderíamos atribuir à rotina um modesto nível dois, pois, francamente, sem alguma forma de rotina, nossas vidas tenderiam ao caos. A rotina desempenha um papel essencial na organização do cotidiano. Reflita: Pela manhã, nos levantamos, tomamos banho, nos dirigimos ao trabalho e retornamos para casa. Já em casa, temos a previsibilidade de jantar, tomar banho, escovar os dentes e, no dia seguinte, reiniciar esse ciclo. Se não seguíssemos uma rotina, a realização dessas tarefas fundamentais para a vida cotidiana seria uma verdadeira proeza.
No contexto do casamento, a dinâmica não é tão diferente; uma certa dose de rotina é inevitável e, de fato, necessária. Imagine retirar a rotina dessa equação matrimonial. Pode parecer intrigante à primeira vista, mas garanto que não é. Nas próximas páginas, exploraremos argumentos que demonstram que a rotina, longe de ser a grande culpada pelo desvanecimento do amor, desempenha um papel menor nesse enredo complexo.
- Então, se não é a rotina que desencadeia os desafios em um casamento, o que seria a causa? - Questionam meus pacientes, ansiosos por desvendar os mistérios de suas relações. Como psicoterapeuta, evito oferecer respostas fáceis e prontas.
- Convido-os a refletir um pouco mais, a explorar por si mesmos os motivos subjacentes - respondo, ciente da busca incessante de meus casais por uma espécie de elixir mágico capaz de reacender o brilho nos olhos e fazer seus corações pulsarem com a mesma intensidade do início do casamento. Estimulo-os a uma jornada de autoconhecimento, encorajando a descoberta de nuances muitas vezes esquecidas ou negligenciadas no turbilhão do cotidiano conjugal.
- Considero que a ausência de diálogo seja um fator relevante, afinal, no início do nosso relacionamento, as conversas eram constantes, permeadas por risadas, histórias compartilhadas, e havia ocasiões em que a noite se transformava em madrugada, sem percebermos o tempo passar. Hoje em dia, mal trocamos uma palavra.
- Então, seria essa a questão central? A carência de diálogo seria a causa do declínio do amor e da paixão? Teríamos, portanto, a solução do problema ao simplesmente prescrever mais diálogo? - questiono.
- Parece ser isso. - Afirmam alguns. Neste momento, pauso para reflexão, e uma pergunta intriga meus pensamentos. Como prescrever diálogo a duas pessoas que mal se comunicam, e quando o fazem, uma parece não ouvir a outra?
Quando ocorre uma conversa entre duas pessoas, especialmente em relacionamentos íntimos, muitas vezes observa-se mais um monólogo do que um diálogo autêntico. Nesse cenário, a comunicação se transforma em um jogo de palavras onde cada indivíduo está mais focado em expressar seus próprios pensamentos do que verdadeiramente ouvir o outro. O resultado é que o interlocutor que fala não está verdadeiramente atento ao que está sendo dito, enquanto aquele que ouve está, na maioria das vezes, ocupado em formular uma resposta. Esta abordagem limita