A Proposta do Namorado Bilionário
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Sobre este e-book
Quando Blake Kavanagh deixou Serendipity Bend 8 anos atrás, ele levou o coração de Cassie West com ele. Agora ele está de volta, machucado por suas experiências no exército e querendo recomeçar seu relacionamento com a única mulher a quem ele amou. Mas Cassie não quer nada com o homem que a abandonou quando ela mais precisava dele.
Quando problemas entram na vida ordenada de Cassie, Blake é forçado a ficar com ela para protegê-la. E as paredes tão cuidadosamente construídas por Cassie começam a se desmoronar. Ela o deixa entrar, só para descobrir que ele vai deixá-la. Mais uma vez.
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A Proposta do Namorado Bilionário - Kendra Little
1
Nunca confie em um Kavanagh. Esse tem sido meu mantra durante oito anos e ele tem me mantido em pé até o momento. Meus vizinhos de porta provaram que eles esmagam tudo e todos que estiverem em seu caminho para conseguir o que eles querem, inclusive eu e minha casa. Mas eu não ia desistir tão facilmente. Eu ia lutar com tudo o que eu tinha. E o que eu tinha era uma dúzia de alunos da minha escola de arte e alguns vizinhos igualmente irados que não queriam que sua rua exclusiva fosse invadida por uma companhia construtora. Nós juntamos um contingente de cem pessoas, e fizemos barulho. E o barulho foi tão alto que nós atraímos a mídia de Roxburg e a polícia.
Nunca confie em um Kavanagh. Portanto, quando Blake Kavanagh apareceu no meio do protesto, meu instinto foi perguntar por quê. O que ele queria? O que o segundo mais velho dos cinco irmãos Kavanagh estava fazendo em Serendipity Bend, Roxburg, depois de despedaçar meu coração há oito anos?
Durante todo esse tempo eu tinha me refeito e seguido em frente; nunca olhei para trás. Eu tinha tentado arduamente não pensar nele, e o que poderia ter sido a nossa história. Eu tive uma recaída após a morte da minha avó, mas eu tinha conseguido arrancar a melancolia do meu peito e retornar ao padrão confortável que eu tinha estabelecido para minha vida.
Até o poderoso braço de Blake me arrastar para fora de perigo, e sua fúria ter quase conseguido que ele fosse preso.
Uma descarga como um choque passou através do meu corpo. Deixou minhas pernas fracas e fez com que meus nervos ficassem novamente abalados. Ele estava aqui, agora, quando eu mais precisava dele! Por muito tempo eu pensei o que eu diria e faria quando esse dia chegasse. Agora nada importava. Todos os pensamentos sensatos se esvaíram com a visão de seu rosto bonito, ossos fortes e brilhantes olhos azuis, preenchidos com uma ferocidade que eu nunca tinha visto antes.
Pensei sobre isso tudo numa fração de segundos. Eu queria olhar para ele mais um pouco, digerir cada pequena mudança, mas não houve tempo. Blake levantou seu punho para dar um soco no policial que estava prestes a me prender.
Blake, não!
eu gritei. Se você for preso por minha causa...
Minha voz se perdeu no meio da balbúrdia que nos cercava e Blake não conseguiu me ouvir de qualquer maneira. Tinha morte em seus olhos e ela estava dirigida ao policial.
Não toque nela,
ele rosnou. Ou eu vou quebrar seu pescoço.
Eu tinha que tirá-lo dali antes que ele fizesse alguma bobagem. Eu tentei empurrá-lo, mas parecia uma mosca batendo contra uma parede de tijolos. Ele era maior do que eu me lembrava, seus ombros eram como rochas sólidas, esticando as costuras da sua camiseta preta. Em outro momento eu o teria admirado, mas não agora com o aumento da multidão surgindo ao nosso redor e a polícia ameaçando prender a mim e a meus alunos.
Cassie!
ele gritou para mim. Saia daqui. É muito perigoso. Vá!
Não sem você. Eu não quero sua prisão na minha consciência.
Ele ficou pálido e deu um passo para trás, como se minhas mãos em seu peito estivessem realmente o forçando a sair. A próxima coisa que eu vi, foi que estávamos caindo para trás no meio da multidão. Não sabia quem estava empurrando quem, mas acabamos caindo na minha varanda, no meio das minhas camélias, seguros. Sozinhos.
Meu coração batia tão rápido que eu pensei que ele ia explodir para fora do meu peito. Não era do perigo que eu me encontrava. Ele batia assim porque Blake tinha voltado.
Ele estava de volta, oito anos depois de deixar-me com minha avó idosa, o imbecil do meu irmão e meus demônios.
Agora eu tinha a chance de olhar para ele com clareza desde o dia em que discutimos naquele mesmo lugar que agora estávamos. Eu ainda só conseguia chegar até o seu peito, que era grande, amplo, forte, bem como seus ombros. Seus braços se destacavam na sua camiseta e me vi vidrada neles. Era mais fácil do que olhar para seu rosto com linhas duras, boca grave e sua mandíbula de pedra. Seu cabelo estava bem curto e seus olhos azuis tinham mais sombras do que a última vez que eu o tinha visto. Era um rosto inflexível, tão novo e ao mesmo tempo tão familiar.
Ele me encarou por um longo tempo, pesquisando cada polegada do meu corpo. Eu me perguntava se eu tinha mudado em oito anos, como ele. Eu duvidava. Meu cabelo ainda era um emaranhado de cachos vermelhos e as sardas que eram a perdição da minha adolescência ainda respingavam sobre o meu nariz, ma eu tinha feito as pazes com elas.
Encarei o olhar dele, recusando a recuar. Eu não era mais a menina ingênua que ele viu chorando na varanda da frente. Eu era forte, e ia deixá-lo ver isso. Você está de volta,
disse simplesmente.
Ele assentiu. Você está bem?
Claro.
Olhei por cima do meu ombro. Meus alunos tinham ido para um canto e encaravam os tratores. A polícia não tinha prendido ninguém, mas o protesto não parecia que ia acabar tão cedo. Que bom. Talvez o irmão mais velho de Blake, Reece, recebesse a mensagem. Se não, pelo menos eu iria atrasá-lo.
Nós tentamos impedi-lo,
ele disse abanando sua cabeça.
Nós?
Ash, mamãe, papai, todos nós.
Todos vocês?
Ele não vai nos ouvir. Ele está determinado a tirar este lugar do mapa.
Aqueles olhos azuis se amaciaram quando examinaram meu rosto. Ele só está tentando destruir as memórias de —
Não. Não precisa mencioná-la ou não tente torná-lo uma espécie de alma perdida, afetada pela morte dela. Ela era minha irmã.
Os lábios de Blake se contraíram e ele olhou para o céu como se fosse apelar ao espírito de Wendy. Ela tinha se matado há doze anos por causa do irmão de Blake, Reece, que a tinha traído. Eu culpei Reece, mas parecia que eu era a única. Nenhum Kavanagh o tinha culpado. Nem mesmo Blake ficou do meu lado. Nossa diferença afetou nosso relacionamento e destruiu tudo de bom que tinha nele até que tudo o que restou foi uma carcaça podre. Nosso romance tinha finalmente terminado em uma noite de verão na minha varanda e nunca mais eu o vi.
Até agora. Onde ele esteve durante oito anos? Eu nunca perguntei a nenhum dos Kavanagh, preferindo evitá-los completamente, e eles nunca tinham oferecido nenhuma informação. Onde quer que ele tenha estado, o tinha mudado. O cara que era feliz parecia não sorrir em anos.
Por que você voltou agora?
Falei mais duramente do que queria. Eu estava cansada, minha casa corria o risco de ser demolida, bem em frente de mim e agora isto. Meu nível de estresse não precisava que ele tivesse aparecido agora.
Ash me ligou. Ele pensou que se alguém poderia convencê-lo a não cometer este erro monumental, seria eu.
Acho que ele estava errado.
Seu olhar se voltou para a multidão atrás de mim. Um grito soou, seguido por um rugido dos manifestantes. O barulho do motor do trator sobrepujava todos os outros sons.
Cassie!
alguém gritou.
Virei para ir, mas Blake pegou meu braço. Seu toque me foi difícil. Eu não vou desistir, Cass. Estou aqui para ficar, pelo tempo que for preciso.
Ele estava falando sobre parar Reece? Ou outra coisa? Ele olhou para mim com tanta intensidade que eu tive certeza de que ele podia ver minha alma. Por um momento, pensei que ele fosse me beijar. Ele poderia ter facilmente me puxado contra seu corpo e eu não teria sido capaz de resistir.
Parte de mim queria que ele o fizesse. Uma parte traidora, mas pequena e eu fui capaz de afugentá-la. Eu pisei no seu pé. Ele sugou o ar e me deixou ir.
Eu fugi, voltei para a multidão onde meus alunos me abraçaram.
Não vi Blake novamente o resto do dia. Para minha total surpresa e alívio, Reece chegou e cancelou o trabalho. Ele mandou embora a polícia, a equipe da demolição, a mídia e a próxima coisa que eu vi foi que ele estava beijando Cleo Denny, a irmã mais velha de uma das minhas alunas, como se ele não se cansasse dela. Como se ela o tivesse salvado.
Eu não consegui tirar meu olhar deles enquanto eles ficaram inclinados contra o carro dele, envolvidos nos braços um do outro. Eles me chamaram e Reece me disse que não ia mais derrubar a minha casa. Ele queria que eu continuasse a viver nela e ia cobrar um aluguel bem baixo para mim.
Incrível, o cruel Reece Kavanagh tinha um coração humano batendo dentro do peito dele, afinal. Só bastou a Cleo para fazê-lo bater novamente. Deus nos ajudasse se algum dia ela o deixasse.
Não vi Blake novamente o resto do dia, ou no outro dia, o que foi ótimo para mim. Eu tinha trabalho a fazer, fugir dos meios de comunicação e arrumar o jardim depois da manifestação. O degrau da varanda estava caindo e alguém mais pesado podia se machucar se pisasse nele.
Felizmente eu sou muito boa com um martelo. Eu tinha que ser. Meu irmão, Lyle, sempre foi um inútil, então não foi surpresa nenhuma ele ter colocado a casa a venda. Não tinha sido idéia de a minha avó deixar a casa para seu único neto. Ela tinha tentado várias vezes mudar a vontade do meu falecido avô, mas sem sucesso. Lyle tinha recebido tudo depois que a vovó morreu, e ele tinha prometido a ela que eu poderia ficar na casa. Infelizmente, as suas dívidas tinham aumentado tanto que ele já não tinha o que fazer a não ser quebrar a promessa. Ele vendeu a casa para Reece Kavanagh, deixando-me a mercê de um membro da família que não gostava de mim. De acordo com Harry e Ellen Kavanagh, eu era a mulher que tinha feito asneira culpando Reece pela morte da minha irmã e Blake se afastou porque ele tinha que ficar do lado do irmão.
Cassie!
gritou uma voz familiar.
Eu abaixei o martelo e acenei para Becky Denny, irmã de Cleo e uma das minhas alunas de arte. Uma das minhas favoritas. Não somente ela tinha espírito e determinação, como era uma pessoa linda por dentro e por fora.
O que você está fazendo aqui?
eu perguntei.
Cleo está almoçando com os Kavanagh então eu pensei em pegar uma carona e visitá-la.
Você não foi convidada?
Ela colocou seu cabelo atrás da orelha, mas os fios loiros eram muito curtos para ficarem presos e se soltaram. Eu fui, mas preferi vir vê-la.
Eu sorri. Obrigada, querida. Aqui não está muito excitante.
Eu brandi o martelo. Estou fazendo alguns reparos. Você tem a certeza que não quer ir almoçar com os Kavanagh? O cardápio é sempre maravilhoso.
Não. Eu vou ajudá-la. Você tem outro martelo?
Mostrei-lhe a maleta de ferramentas. Não tenho outro, mas você pode me passar os pregos.
Ela se sentou no degrau mais alto e pegou a caixa de pregos. "É provavelmente melhor