O Sexto Véu
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O Sexto Véu - Rônaldy Hanzell
O Sexto Véu
Rônaldy Hanzel
2017
O Sexto Véu
A todos aqueles que sempre
estiveram comigo durante toda essa
longa caminhada, já não preciso
citá-los, pois, de tão perto que
estão, jamais precisei buscá-los.
Rônaldy Hanzell
O Sexto Véu
Rendas, cetins, um véu confeccionado à mão, brilhante a
brilhante, preparado sob medida. Muita comida e bebida já
pronta e armazenada, igreja ornamentada com todo afinco,
decoração toda em branco, muitas flores, principalmente
orquídeas, detalhe quase que indispensável, pois, eram as
preferidas da noiva. A cidade de Valença, Rio de Janeiro, estava
eufórica com os preparativos para o casamento de Regina e
Ivan, jovem pertencente à família Camacho, uma das mais
tradicionais da cidade. O mais tranqüilo quanto a tudo o que
deveria ser feito, era o próprio Ivan, que mesmo às vésperas
de seu casamento, não perdia o dom para a boemia, e sempre
acompanhado de seu fiel amigo e companheiro de farra, André.
Faltando apenas algumas poucas horas para o casamento,
Regina decide pôr um fim à boemia de seu noivo, então vai até
o lugar onde Ivan costuma beber e o encontra em estado
vergonhoso, completamente embriagado, rodeado por
acompanhantes da noite e já quase que despido por completo.
Regina não gosta do que vê, tenta conter–se, mas não
consegue, e acaba, literalmente, por se descontrolar.
--- Mas o que significa isso? Ivan?!... Não posso crer que você
voltou a beber, mesmo depois de ter-me prometido não mais
fazer isso!
--- Meu amor, sente–se aqui, vamos comemorar! Replicou Ivan
completamente embriagado.
--- Senhores, esta é a minha noiva! Regina Furtado!
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O Sexto Véu
--- Ivan você está completamente bêbado! Olhar para você
assim me dá asco!
--- Não, eu só bebi um pouquinho! Só para comemorar com
uns amigos! Afinal eu enfim vou conseguir me casar!
--- É só uma pequena reunião, uma despedida de solteiro para
o Ivan! Replicou André.
--- Pois, fique com a sua bebida, com os seus amigos, com
essas perdidas! Para mim chega! Acabou! Não tem mais
casamento! Acabou!
--- Regina! Regina! Gritou Ivan.
--- Espera, para onde você vai assim? Perguntou André. Desse
jeito não vai conseguir chegar nem até a porta!
--- Eu preciso falar com a minha noiva!
---Desse jeito, ela, com certeza, não vai querer te ouvir! Vamos
para casa, amanhã você fala com ela!
Ao sair do bordel, Regina vai direto para casa de Ivan, onde é
recebida por Carmela, sua mãe. Ao vê–la visivelmente
alterada, Carmela de imediato prontifica–se a saber o que havia
acontecido, mesmo já imaginando o que pudesse ter ocorrido.
Enquanto falava, Regina tinha as mãos afagadas pelas mãos de
Carmela, notavelmente, um ato hipócrita de sua parte, pois ela
não estava muito feliz com aquele casamento, Carmela achava
que Regina não seria uma boa esposa para Ivan, sem contar o
fato de que Regina não era de uma família tão rica e influente
quanto a sua, porém ela sabia disfarçar perfeitamente sua
objeção quanto à moça que seu filho tinha escolhido para se
casar. Regina chorava muito, pois acreditava que Ivan havia
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Rônaldy Hanzell
mudado, mas percebe tarde demais que, para sua infelicidade,
ele continua sendo o mesmo de sempre. Logo que percebe
que Regina está em sua casa, Inês, irmã de Ivan, trata de
descer para saber o que acontece. Regina confia plenamente
em Inês, para ela, Inês é como uma irmã, mas o que ela não
sabe, é que a moça também não é a favor daquele casamento,
assim como sua mãe, mas como nenhuma das duas queria que
Regina percebesse nada, elas a tratam como se já fosse da
família. Inês então pede para que Regina acalme–se e conte
com detalhes o que aconteceu. Regina respira fundo e começa
a falar da frustração que tinha sofrido naquela noite, quando é
bruscamente interrompida por Carmela que pergunta–lhe se
acaso pensa em desistir do casamento, a moça se cala por
alguns segundos e responde que na hora esse foi o seu
pensamento, porém já não sabe se isso é o melhor a se fazer,
pois já está tudo preparado para a cerimônia e para a
recepção. Imediatamente Inês olha fixamente para Carmela
como se desejasse que a decisão de Regina fosse outra, logo
Carmela retoma dizendo que ela fez e faz bem em não desistir
do casamento, pois aquela seria uma atitude precipitada de sua
parte e acrescenta sugerindo que ela vá para casa e que
descanse, afinal, seu casamento seria na manhã seguinte.
Assim que Regina retira–se, Inês se dirige à sua mãe de modo
alterado e questiona–lhe o porquê dela não ter apoiado Regina
em desistir do casamento, porém Carmela pede–lhe calma e
garante que cuidará para que Regina não tenha paz enquanto
estiver casada com seu filho e assim convoca Inês, que logo se
prontifica a ajudá–la.
Logo que chega em casa, Regina nota que sua mãe já havia se
recolhido e então decide recolher–se também, mas quando já
se preparava para dormir é surpreendida por Elba, que se diz
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O Sexto Véu
preocupada, pois ela excedeu-se em sua saída. Regina explica
à sua mãe o motivo de sua demora tranquilizando–a, Elba
então percebe que Regina está um tanto inquieta e pergunta–
lhe se está realmente tudo bem, Regina lhe garante que está
tudo bem sim e que ela não tem por que se preocupar, sua
mãe então a abraça como há muito não a abraçava, dá–lhe um
beijo, deseja–lhe uma boa noite, e que ela durma bem, ela
então devolve–lhe o beijo e lhe olha profundamente nos olhos.
Minutos depois de ficar sozinha, Regina tem a impressão de
ouvir um barulho perto da janela de seu quarto, ela decide
levantar–se e ver o que está acontecendo, vai até a janela e se
debruça sobre a sacada, olha em volta, mas não vê ninguém e
nem nada de estranho, então chega a conclusão de que devia
ter sido só o vento e volta para a cama, mesmo com uma
estranha sensação que não lhe saía da cabeça.
No dia seguinte, todos estavam ansiosos por aquele casamento
enquanto o noivo ainda dormia, mas logo que desce para
tomar café, Ivan é questionado por sua mãe em relação ao que
havia acontecido na noite anterior, ele então alega lembrar–se
de pouca coisa sobre os fatos acontecidos. Carmela o
repreende, pergunta o que Ivan pretende para o seu futuro, se
logo ele será um homem casado, porém, sem muito sucesso.
Ivan não admitia que ninguém, nem mesmo sua mãe
questionasse suas atitudes. Inês então exclama que Regina
havia lhes feito uma visita e que estava decidida a desistir do
casamento, mas que graças a sua mãe, ela acabou
reconhecendo que não era o melhor a se fazer. Imediatamente
Ivan decide ligar para a casa de sua noiva, mas logo ao se
levantar o telefone toca, ele mesmo atende, era a mãe de
Regina telefonando para dar–lhe uma notícia chocante e
arrasadora. No mesmo instante em que recebe a notícia, Ivan
fica em estado de choque, imóvel no meio da sala, Carmela e
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Rônaldy Hanzell
Inês percebem que há algum problema e começam a insistir
com Ivan para que ele lhes fale o que havia acontecido, porém
só após alguns segundos de muita insistência, Ivan consegue
falar, já com lágrimas nos olhos ele dá a notícia:
--- Regina está morta!
Inês e Carmela olham–se como se vissem aquilo como um
favor feito a elas, pois era como se tivessem tirado um peso de
suas costas.
--- O quê? Mas como? Perguntou Inês. Como isso foi
acontecer?
--- Não pode ser, meu Deus, que tragédia! Exclamou Carmela.
--- Eu preciso ver Regina agora mesmo! Replicou Ivan. Eu vou
à casa dela imediatamente!
--- Espere! Nós vamos com você! Disse Inês.
--- Vamos então!
Inevitavelmente a notícia já havia se espalhado por toda a
cidade, todos estavam extasiados e ao mesmo tempo já
bastante conformados, como se já esperassem por aquilo. A
caminho da casa de Regina, enquanto passava pelas pessoas
que seguiam na mesma direção, Ivan pôde sentir um olhar
diferente por parte de todos a sua volta, mas isso era só o
início. Ao chegar à casa de sua noiva, Ivan hesita um instante,
como se tivesse medo de ver algo que não queria, mas logo
entra na casa, imediatamente sobe ao quarto de Regina, ela
ainda estava lá, a polícia examinava o seu corpo a fim de
encontrar respostas. Logo que o viu entrar, Elba, mãe de
Regina, com os olhos cheios de lágrimas e o peito cheio de
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O Sexto Véu
ódio, expõe sua revolta jogando toda a culpa pela morte de sua
filha unicamente em Ivan.
--- Assassino! Você é um assassino! Exclamou Elba.
--- Dª Elba eu peço que se acalme! Replicou Ivan.
--- Saia da minha casa agora mesmo! Vá embora! Por sua
causa, a minha filha agora está morta!
--- A Sr.ª não sabe o que está dizendo! Eu peço que acalme–
se!
Ivan, tanto quanto Elba, não podia crer no que estava vendo.
Sua noiva morta, caída no chão, bem no dia do seu casamento.
Ele já não sabia se sentia tristeza pela morte de sua noiva, ou
ódio da pessoa que lhe fizera aquilo, sua mente estava um
tanto turva e desordenada para que ele tivesse certeza do que
fazer naquele momento.
Logo que soube do fato acontecido, Samantha, que sempre foi
apaixonada por Ivan, decide ir à casa de Regina para conforta–
lo, porém, ela visivelmente tinha segundas intenções.
--- Ivan, eu vim assim que soube, como você está? Perguntou
Samantha.
--- O que veio fazer aqui?
--- Eu também fiquei muito chocada com o aconteceu!
Coitadinha da Regina!
---Você nunca gostou da Regina! Você mais do que ninguém
sempre torceu para que nós não nos casássemos! Deve estar
feliz com a morte dela!
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Rônaldy Hanzell
--- Meu querido, como pode dizer isso?! Eu confesso que sou
fascinada por você, mas nunca desejaria o mal de Regina, só
não queria que ela ficasse com você, pois você é meu e de
mais ninguém!
--- Pare com isso, você não está vendo como eu estou? A
minha noiva suicidou–se!
--- Que pena, ela não suportou tanta pressão! Desculpe–me
Ivan, porém vamos concordar, você não é nenhum santo!
--- Agora já chega Samantha! Saia agora mesmo! Vá!
--- Vou ficar lá embaixo te esperando!
Após ver a revolta por parte de Elba em relação à Ivan, o
inspetor responsável pelo caso aproxima–se para lhe fazer
algumas perguntas.
--- Você é Ivan Távora Camacho?
--- Sim, sou eu! E o Sr. é?
--- Inspetor Sílvio! Eu assumi a delegacia da cidade há poucos
dias! Você era o noivo da vítima?
--- Sim! Éramos noivos, e iríamos nos casar hoje!
--- Eu sinto muito!... O Sr. sabe se a vítima tinha inimigos?
--- Por que o Sr. está me perguntando isso?
--- Por nada! Não vou afirmar nada ainda, prefiro me certificar!
O Sr. poderia depois passar na delegacia para conversarmos?
--- Claro!
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O Sexto Véu
--- Ótimo! Com a sua licença!
O mundo de Ivan estava se fechando diante de seus olhos,
sem que ele pudesse fazer algo para evitar. Logo que sabe da
notícia, Padre Glauco vai à casa de Regina, ao contrário de
Ivan, Elba o recebe muito bem e desolada cai a seus pés.
Reerguendo–a, Glauco a conforta com palavras oportunas.
Padre Glauco ao saber que Ivan estava no quarto de Regina,
decide subir e ver como ele está. Ao vê–lo, Ivan não consegue
conter–se e vai às lágrimas, logo é aconselhado a ir para casa
recompor–se e voltar logo depois de modo apresentável para
velar sua noiva, ele resiste um instante, mas logo percebe que
é o melhor que pode fazer no momento. Antes de sair, Ivan
toma para si um colar que Regina usava e que ele mesmo tinha
lhe dado, uma lembrança de sua noiva que ele pretende levar
consigo pelo resto da vida. E assim, lentamente Ivan desce as
escadas e segue em direção à saída, seguido por Inês e
Carmela, e sob os olhos, hora revoltados, hora receosos dos
que ali estavam. Logo é acompanhado por Samantha.
Em casa, Ivan ainda não consegue acreditar que tudo estava se
repetindo, e não sabia se suportaria tal dor mais uma vez, ele
mesmo já estava convencendo–se de que realmente estava
envolto por algum tipo de maldição, como diziam todos na
cidade, e num ato de repulsa a si próprio, jura nunca mais
apaixonar–se, muito menos atrever–se a noivar novamente
para que nenhuma outra moça tenha o mesmo destino de suas
outras noivas. Aquele era, na verdade, um mistério em torno
de sua vida, e o pior é que Ivan era o único suspeito até então.
Sozinha em seu quarto, Inês abre uma mala que guarda com
muito esmero e começa a confidenciar–se em voz baixa, com
algo ou alguém a quem ela chama de Satine, porém logo
Carmela entra bruscamente em seu quarto fazendo com que
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Rônaldy Hanzell
ela cuidasse de esconder aquela mala rapidamente,
desconfiada, Carmela pergunta a Inês o que ela esconde, e
visivelmente preocupada com a possibilidade de ter seu
segredo revelado, ela desconversa sobre a indagação de sua
mãe, pois não escondia nada, e sim estava apenas arrumando
um pouco seu quarto como era de costume fazer. Carmela
sem dúvida não acredita na filha, porém prefere não insistir na
questão e apenas pede para que ela não demore a aprontar–
se, pois, iriam se atrasar para o sepultamento de Regina.
Aliviada, Inês volta a abrir a mala que havia escondido e se dá
conta de que teria que tomar muito cuidado para não ser
descoberta por sua mãe, pois ela já estava desconfiada do seu
cuidado com a mesma.
Inês tinha Satine como uma deusa, alguém a quem devesse
adoração, em quem unicamente poderia confiar, era a única
com quem se confidenciava, a via como uma sacerdotisa, a
saudava e a louvava como se liderasse algum tipo de religião
não cristã, e não divina, com preceitos completamente
distintos, porém, fazia tudo isso em segredo, simplesmente por
receio da condenação da qual sabia que seria alvo por parte de
todos.
Naquela tarde, no sepultamento de Regina, logo que chegou ao
local, Ivan percebeu a repulsa de todos, que comentavam em
um tom mais baixo, como ele a tinha feito sofrer e que por
esse motivo ela teria se suicidado, mas Ivan não abre mão de
dar um último adeus à sua noiva, junto ao padre, que
encarrega–se de citar–lhe algumas últimas palavras, Ivan fita
Regina atentamente, com carinho, tristeza, e acima de tudo já
com muita saudade. Pouco antes de começar o processo de
sepultamento, Ivan aproxima–se do caixão, repousa alguns
segundos sobre ele e por fim deixa sobre o mesmo uma
orquídea, que era a flor preferida de Regina. Assim que
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O Sexto Véu
encerra–se o sepultamento, Elba se aproxima lentamente de
Ivan, olha–o nos olhos e lhe desfere um tapa à face direita,
aquilo pega a todos de surpresa, porém Ivan já esperava que
aquilo fosse acontecer, tanto que nem ao menos esboça se
quer uma simples reação, ele simplesmente lhe dá as costas e
sai.
Samantha que nunca perdia uma oportunidade, e não estava
nem um pouco preocupada com a morte de Regina, aproxima–
se de Ivan e lhe faz uma proposta.
--- Ivan, o que você acha de sairmos para jantar esta noite?
--- Não sei se você percebeu, mais a minha noiva acabou de
ser sepultada!
--- E por isso você pretende passar o resto da vida sem comer?
Eu não!... Então, você me leva?
--- Você não é humana! Não sei nem se você realmente existe!
Você é execrável! Do quê que você é feita? Deixe-me em paz!
E assim o rapaz retira–se deixando–a.
---Eu existo sim meu amor, e você um dia vai ver o quanto eu
estou viva!
Sussurra Samantha, após Ivan deixá–la sozinha.
No dia seguinte, Ivan teria de enfrentar um interrogatório, por
isso, teria de apresenta–se na delegacia como havia
combinado. Ao chegar foi atendido imediatamente, pois o
inspetor já o esperava, ele pede para que mandem vir o
escrivão e assim que chega começa o interrogatório.
---Sr. Ivan Távora Camacho, o Sr. está ciente do motivo pelo
qual está sendo interrogado?
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Rônaldy Hanzell
--- Sim!
---Sr. Ivan, onde o Sr. estava quando supostamente, a jovem
Regina suicidou–se? Perguntou o inspetor.
---Eu estava em casa, dormindo!
---O Sr. tem como provar que realmente estava em casa?
---Sim claro! Basta perguntar à minha mãe ou à minha irmã,
elas confirmarão o que estou lhe dizendo!
---Eu farei isso.
---Fique à vontade.
---Eu vou repetir a pergunta que lhe fiz ontem! O Sr. sabe se
sua noiva tinha inimigos?
---Não entendo onde o Sr. quer chegar!
---E não precisa entender, apenas limite–se a responder o que
lhe for perguntado!
---Não! Regina não tinha inimigos!... Não que eu soubesse!
---Diga–me Sr. Ivan Camacho, o Sr. e sua noiva estavam
passando por algum tipo de problema no relacionamento?
---Não! Estávamos bem!
---Pelo que eu soube, vocês discutiram na noite em que tudo
aconteceu!
---Sim, mas não foi nada demais! Regina apenas alterou–se um
pouco por que...
15
O Sexto Véu
---Porque o encontrou bêbado e rodeado de meretrizes em
uma casa de tolerância em plena véspera de seu casamento!
---Eu estava apenas comemorando com alguns amigos, o meu
casamento!
---Relatos apontam que o Sr. nunca foi uma pessoa a ser
levada como exemplo, de hábitos questionáveis e repudiáveis,
como o Sr. pode argumentar a seu favor? Se é que há algo a
dizer a seu favor!
Simultaneamente, em outra parte da cidade, enquanto faz sua
prece, Pe. Glauco houve alguns gritos e sai para ver o que
acontece, na porta da igreja é abordado pela Sr.ª a qual todos
na cidade chamam de louca da praça, ela visivelmente
assustada com tudo aquilo, agarra–se ao padre, ele então
pergunta–lhe o que está acontecendo e ela trêmula o
responde:
---Eles estão indo buscar o jovem Ivan! Vão matá–lo padre!
No mesmo instante o padre pede para que a Sr.ª permaneça