O Poeta Cego
De Yuri Alves
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O Poeta Cego - Yuri Alves
Recomeço
E esse frio que se aproxima
Seria ele a frieza escondida em mim?
Seria todo rancor e todo ódio posto pra fora?
Seria a manifestação dos pecados de outrora?
Seria mesmo uma punição ou um recomeço
De algo escrito pelo avesso e que borracha nenhuma consegue apagar...
Que assim venha o inverno gelado
Aquele que estava calado
Resolveu então falar
Mostrar ao destino
Que mesmo quando ele é tão cretino
É possível superar
Não deixar se perder no caminho
Não ser mal e nem bonzinho
E sempre tentar se achar.
Discurso da política morta
Não sou um deus
não sou um guia
nem um líder
muito menos um discípulo
Sou só aquilo que está ali
aquilo que se decide afirmar
que se encontra em todo lugar
jogado nas esquinas do meu Brasil
Essa nação rica e poderosa
cheia de pessoas estúpidas e bondosas
que não percebem o mal que se fez
Que os filhos dos filhos e seus netos
vejam o que foi prometido a você
ao que se luta todos os dias
escondida atrás dessa demodê
Para ver esse país crescer
não com o vigor de uma criança
mas com a esperança de um dia ser mais forte
e chegar aonde ninguém jamais chegou
Líder, um lutador
ganhador das guerras
vencedor de todas as competições
com o peito cheio de condecorações.
Lutar pelo amor
matar pela paz
terá sentido?
As drogas já não me deixam escondido
e não é de mim que eu falo
mas do descaso que se encontra aqui.
Síntese do agora
É estranho perder amizades
é estranho se perder no vazio
é estranho não saber a verdade
e acordar