Transmutar Este Falso Mundo
De Ernesto Bono
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Transmutar Este Falso Mundo - Ernesto Bono
Ernesto Bono
Transmutar Este Falso Mundo
FICHA CATALOGRÁFICA
Dados Internacionais de Catalogação na Publicação – CIP
___________________________________________________
B712t Bono, Ernesto
Transmutar esse falso mundo; um abalo na física / Ernesto Bono. –
Porto Alegre, 2010.
183 p. 14,8cm x 21cm.
1. Astronomia. 2.Cinemática. Dinâmica. Cinética.
3.Pseudociência. Ilusão cienifica. I. Título.
CDU 521/525
531.1.3
001.98
___________________________________________________
TODOS DIREITOS RESERVADOS – é proibida a reprodução, salvo pequenos trechos, mencionando-se a fonte. A violação dos direitos autorais (Lei nº 9.610/98) é crime (art.184 do Código Penal). Depósito legal no escritório de Direitos Autorais da Biblioteca Nacional, sob o número de registro 516.938, livro 980, folha 334
Blog e e-mail do Autor
http://blogdoernestobono.blogspot.com/ ebono.ez@terra.com.br
Obras do Autor
É A CIÊNCIA UMA NOVA RELIGIÃO? (Ou Os Perigos do Dogma Científico - 197l - Editora Civilização Brasileira S/A - RIO
NÓS A LOUCURA E A ANTIPSIQUIATRIA - Editora Pallas S/A – Rio – Editora Afrontamento, Porto, Portugal - 1975 e 1976, respectivamente
SENHOR DO YOGA E DA MENTE - Editora Record S/A – 1981 - Rio
ECOLOGIA E POLÍTICA À LUZ DO TAO - Editora Record S/A - 1982 - Rio
ANTIPSIQUIATRIA E SEXO - (A Grande Revelação) - Editora Record S/A - 1983 - Rio
OS MANIPULADORES DA FALSA FATALIDADE - Fundação Educacional e Editorial Universalista FEEU - 1994
A GRANDE CONSPIRAÇÃO UNIVERSAL, - Bonopel Edições - 1994 - Porto Alegre (edição restrita) e Zenda Editora LTDA - 1995 - São Paulo -2a Edição. – Zenda Editorial, 1999, 3a Edição – São Paulo
O APOCALIPSE DESMASCARADO (Nem Anjos nem Demônios, Apenas ETs) – Editora Renascença – 1997 (edição restrita de 500 volumes) - Renascença - 1999 - Porto Alegre - 2a edição.
AIDS, QUEM GANHA QUEM PERDE - Uma história Mal contada – Editora Rigel – 1999 – Porto Alegre
CRISTO, ESSE DESCONHECIDO –3a Edição, Ed. Record S/A, 1979, Rio – Editora Renascença, 2000, Nova edição ou 4a Edição – Porto Alegre
(Tradução) PERCEPÇÃO INTERPESSOAL - Dr. Ronald D. Laing, Phillipson, Cooper - Editora Eldorado - 1974 - Rio
(Tradução) KUNDALINI, A ENERGIA EVOLUTIVA DO HOMEM - Gopi Krishna - 1980 – Editora Record S/A - Rio
O LADRÃO E SALTEADOR DA MENTE HUMANA - Parar Este Falso Mundo – (livro 1) – Clube de Autores – 2011 – São Paulo
TRANSMUTAR ESTE FALSO MUNDO - Parar Este Falso Mundo – (livro 2) – Clube de Autores – 2011 – São Paulo
KUNDALINI, O FOGO ESPIRITUAL - Parar Este Falso Mundo – (livro 3) – Clube de Autores – 2011 – São Paulo
A FARSA DOS MEIOS DO CONHECIMENTO - Parar Este Falso Mundo – (livro 4) – Clube de Autores – 2011 – São Paulo
PRISÃO DO TEMPO – Clube de Autores – 2011 – São Paulo
MANIPULADORES DA FALSA FATALIDADE – Clube de Autores – 2011 – Segunda Edição – São Paulo
O DESAPARECIMENTO DE NOSSOS FILHOS – 2011 – Clube de Autores – São Paulo
FILOSOFIA E SABEDORIA DE JESUS – Clube de Autores – 2010 – São Paulo
SERÁ QUE A CIÊNCIA NOS ENGANA? - (Ciência, a Nova Religião, Primeiro Tomo) – Clube de Autores – 2010 – São Paulo
CIÊNCIA, MAGIA LOGIFICADA – (Ciência, a Nova Religião, segundo tomo) – Clube de Autores – 2010 – São Paulo
DISCURSO CONTRA O MÉTODO OU A ANTIDIALÉTICA – (Ciência, a Nova Religião, Terceiro Tomo) – Clube de Autores – 2010 – São Paulo
AS BASES INCONSISTENTES DA MEDICINA CIENTÍFICA – (Ciência, a Nova Religião, Quarto Tomo) – Clube de Autores – 2010 – São Paulo
UMA REVOLUÇÃO QUÂNTICA - Clube de Autores – 2010 – São Paulo
JESUS, MESSIAS OU FILHO DO HOMEM? – Primeiro Volume - Clube de Autores – 2012 – São Paulo
JESUS, MESSIAS OU FILHO DO HOMEM? – Segundo Volume – Clube de Autores – 2012 – São Paulo
JESUS SEM CRUZ – Clube de Autores 2012 – São Paulo
OS HERDEIROS DO FILHO DO HOMEM – Clube de Autores – 2012 – São Paulo
TRES JÓIAS DO BUDISMO - Clube de Autores – 2012 – São Paulo
ECOLOGIA E POLÍTICA À LUZ DO TAO – Segunda Edição – Clube de Autores 2012 – S.Paulo
SENHOR DO YOGA E DA MENTE – Segunda Edição – Clube de Autores 2012 – São Paulo
Sumário
Apresentação
Os Dilemas do Espaço, do Tempo, do Movimento, da Velocidade e da Aceleração
O que é o Espaço?
O que é o Tempo?
Nem o Passado nem o Futuro Fundamentam o Movimento, Agora
O Movimento não Pode Começar e Muito Menos Terminar
As Duas Fontes do Conhecimento
As Oito Etapas da Ciência
Chega de Velhas Teorias do Conhecimento
O Raciocínio nem Sempre é uma Virtude;às vezes é um Vício.
O Entendimento que Supera o Tempo
As Oito Atitudes ou o Óctuplo Caminho
A Lei da Geração Condicionada nos Faz Renascer numa Estranha Condição
Pratityasamutpada
ou Geração Condicionada
Uma Similitude para a Lei da Causalidade
O Físico Pensante e a suas Cinemática e Dinâmica
A Visão Enciclopédica do Tempo
O Pretenso Tempo e as Brigas dos Realistas e Idealistas
Os Seres Vivos com um Relógio Próprio, Será?
O que os Entendidos Dizem Sobre a Natureza do Espaço
Intelectualizando e Equacionando o Aqui (Espaço)
Espaço e Campo de Consciência Sensorial
Mais Denúncias a Respeito do Espaço
Mais Complicações a Respeito do Espaço
A Visão Enciclopédica da Natureza do Movimento
Átomos, Espaço e Movimento
Nagarjuna e Zenão
O que é Verdadeiro o Andar ou o Deslocamento?
Os Dilemas da Ação e do Agente, do Caminhante e do Movimento
Diga-se Não ao Ego-Agente
Nagarjuna e sua Visão do Movimento
Curiosidades a Respeito da Velocidade, Movimento etc.
Paradoxo de Zenão
Os Lung Gom-Pas, Homens que Correm ou Voam?
A Falaciosa Matematização do Movimento
Aristóteles Errou Sim, mas Seus Opositores Também
Nem Res Cogitans
nem Res Extensa
O Movimento Absoluto de Newton
Sem Movimento ou Deslocamento Não Há Leis Físicas
As Artimanhas do Cálculo Infinitesimal
O Espaço e o Tempo e os Enganos Epístemo-Psicológicos
Nem Newton Nem Einstein Entenderam Bem o Espaço e o Tempo
O Ato Intencional é Mágico, Sim; Mas nem Tanto
O Espaço-Tempo Não é Causa e o Movimento Não é Efeito
O Espaço e o Tempo Não São A Razão de Nada
Tudo o que se Relaciona, isso é Forçosamente Reconstruído
O Espaço e o Tempo Não São Recipientes para os Objetos Móveis
Espaço, Tempo e Velocidades Não se Inter-Relacionam
Nem o Espaço nem o Tempo Fundamentam o Movimento
Causas e Condições que Recuam ao Infinito São Sempre Enganadoras
O Perfeito Entendimento Nega os Frutos da Cinemática
As Contradições da Cinemática, da Dinâmica e da Mecânica Celeste
O Pretenso Movimento Retilíneo Uniforme
O Movimento Retilíneo Uniforme e a Matemática
Fulgurações Momentâneas ou Objetos se Deslocando?
A Objetividade Reconhecível não Existe como Dado Permanente
Velocidade Média e Velocidade Instantânea
Nem Velocidade Instantânea nem Velocidade Lenta
Os Absurdos da Velocidade Limite ou Instantânea
Queda dos Corpos e Aceleração
A Impossibilidade do Movimento também Corresponde à Impossibilidade do Estático ou Estar Parado
Nada ou Ninguém Pode Alcançar o que não Existe
As Ilusões que a Matemática Esconde
Se a Palavra não Tem Valor Algum, a Matemática o Terá Muito Menos
Brincadeiras Matemáticas
A Seriedade da Física Científica
Um Exemplo Prático
Criticismo Extremado Contra as Vacas Sagradas
As Certezas Dogmáticas da Dinâmica Científica e sua Mecânica Celeste
A Dureza e a Duração das Coisas é uma Interdependência Psicofísica
A Observação Científica das Coisas é Enganadora
O Deus Ex-Machina
da Mecânica Celeste é Falácia Total
Não Há Universo Científico à Parte do Fato em Si
O Todo e as Partes da Coisa Refeita
Outro Universo, Sem Começo Nem Fim
Não Será a Mecânica Celeste um Engodo Total?
Geocentrismo, nem Certo nem Errado
O Cosmo em Si e o Heliocentrismo Superposto
As Leis de Kepler Regendo Fantasmagorias
Campo de Consciência Sensorial e não Heliocentrismo
A Astúcia do Pensamento Forjando Leis Pretensamente Universais
A Impermanência de Tudo e a Lei da Gravitação Universal
O Modelo Científico de Universo é só um Modelo
Sem a Criação Divina e/ou Casual, Onde Fica o Universo Científico?
As Três Leis de Newton e sua Possível Falaciosidade
O que Para Um é Lei, Para Outro é Piada
Apresentação
E a propósito do tema central deste trabalho, (determinada Enciclopédia Científica seríssima declara: … "A revolução científica com que se iniciou o século XVII d.C. coincidiu com a revolução filosófica provocada independentemente por Bacon e Descartes, consistente na substituição do esquema medieval pela filosofia do senso comum, assim chamada por Dingle. Esta filosofia do Sentido ou Senso Comum adotou como dogma fundamental a dualidade ou a divisão cartesiana do objeto de investigação em objetos ou coisas que se estendem (Res Extensa) e objetos ou seres objetivados com a capacidade de pensar (Res cogitans). Em outras palavras, tal filosofia e maneira de conhecer, própria de um Bacon, Descartes e Newton, dividiu a Vida em matéria bruta e em matéria orgânica ou organizada, ou em célula-cérebro. (A Mente Verdadeira, Transcendente ou Espiritual foi praticamente excluída, porque tudo era pasta material).
Como já tinham comprovado Galileu e Newton, a matéria externa era relativamente fácil de estudar, de ser analisada por alguém, (claro, opinando a respeito), enquanto que a mente (o cérebro?) era praticamente impossível – Cuidado, amigos, esta foi a maior patifaria que o ego-intelecto-mente em cada um de nós poderia ter assentado naquele tempo. Este ego-pensamento nada tem a ver com um cérebro funcionando; ao contrário, tal cogitar ou ego-pensamento simplesmente inventou ou forjou esse pretenso instrumento cerebral – O resultado foi que os novos cientistas ou físicos, triunfantes exploradores da natureza
(sic!), tenderam a eliminar a mente do campo de investigações – ou eliminaram a possibilidade sutil de conhecer, porque esses senhores nunca souberam exatamente o que era ou o que é a Mente – e consideraram tal mente simplesmente como um instrumento ou um meio para investigar, ou meramente como um Novum Organum
, bom para poder conhecer e intelectualizar de modo dualista: ele ali e eu aqui."
(Diante da Verdade, amigos, eu denuncio que essa manobra constituiu-se na origem do erro e da ilusão, e que lamentavelmente passou a fundamentar os descobrimentos científicos posteriores. Em verdade estas descobertas científicas não passam de meros engendramentos da mente humana! (Já veremos porque). Mas nesse engendrar, há ainda muito louvor, mormente se tudo fosse visto sem radicalismo, sem pretensões, e de uma maneira artística ou esportiva).
(Fonte do supra dito: "De la Filosofia Natural e la Física Nuclear" do Dr. José Baltá Elias. "Estudio Preliminar Introdutorio al volume II de la ENCICLOPEDIA LABOR: La Materia y la Energia).
E a propósito ainda, dentre os que me leram e me toleram, alguém já sabia que sem o Movimento ou o Deslocamento não pode haver quaisquer Leis Físicas, e muito menos podem elas prevalecer?
Para a Ciência a expressão físico-matemática do movimento é tão importante que, em última análise, é possível dizer que todos os processos, todas as leis e fórmulas da Física científica estão ligados ao movimento ou deslocamento.
E Wilhelm Wundt a respeito disso ainda declara: "O movimento é o único processo concebível no qual um objeto em si (…) tanto muda (de local), como permanece o mesmo (em termos de células e átomos). Muda porque, em relação a outros objetos, assume uma posição diferente no espaço; todavia, permanece o mesmo porque preserva sua identidade completa (pasta material)."
Pois é, digo eu, lástima que esse pensador cientista, nunca penetrou mais a fundo em sua própria mente e em sua própria possibilidade de conhecer ou perceber, possibilidade essa lamentavelmente condicionada e distorcida! Se tal tivesse feito e se se autoconhecesse um pouquinho mais, teria se dado conta de que "mudar" é exatamente a natureza primeva de tudo, e também de sua mente ego-personificada. Teria se apercebido que ao seu redor, tudo muda ao mesmo tempo em que ele muda também. Mudar é a natureza de tudo o que aparece externamente, de tudo o que se torna objetivo e reconhecível. A pessoa e o objeto separados, persistentes ou duráveis e extensíveis, em última instância são somente superposições ilusórias, são manobras de acomodação da mente ego-personificada, e que resultam em dualidade newton-cartesiana ou em pessoa pensante, de um lado, e objeto pensado, do outro, tudo superposto.
O suposto movimento que faz com que hipotéticos corpos materiais assumam posições diferentes no espaço em relação a outros pretensos objetos, ou faz com que o corpo não mude e permaneça sempre o mesmo, preservando assim sua identidade completa, são frutos de um conhecimento distorcido e indireto, de elucubrações mentais e, por conseguinte, ilusões totais, (já veremos o que isso). Nenhuma identidade é preservada de modo sempre igual. Tampouco nada real se desloca em relação a outros objetos fixos e estradas reais, permanentes.
Em termos relativos e principalmente em termos absolutos, trajetórias (estradas), tempos, vácuos, massas, deslocamentos são impossíveis. E mais, se todos eles são somente aparências superpostas, se são simples interdependências entre pessoa pensante e coisa pensada ou vista (um depende do outro, e vice-versa), como ficam então as fórmulas físico-matemáticas da mecânica, cinemática e dinâmica? Logo, logo veremos como elas ficam…
E mais uma vez e a propósito, alguém deveria se perguntar: Por que os Sábios do Oriente, num século qualquer, antes ou depois de Cristo, não criaram também algo parecido à nossa ciência moderna? Por que eram incompententes? Isso é o que todos sempre acharam; mas como se enganaram!
Para certos Mestres Orientais, a maneira de pensar dos homens comuns em geral está errada e é enganadora. Ademais, as observações ou enfoques, as deduções e induções, (ou descobertas
) da ciência moderna, e respectivas condutas, são condenadas ou não cabem porque todas elas resultam em forjações, em engendramentos, em superposições e em consubstanciação ou concretização de fantasmagorias..
Não poucos mestres orientais desde épocas imemoriais sempre desconfiaram ou souberam que o pensamento é um ótimo criado, mas é um péssimo senhor. Portanto, tê-lo transformado numa impecável ferramenta lógico-racional (ou Organon), isso foi e é um absurdo completo. Aliás, foi exatamente o que tentaram fazer Galileu e Newton quando acreditaram captar os supostos mundos num universo material, lá adiante e separado deles oróprios (estudiosos), explicando-os, equacionando-os e transformando-os em Leis científicas. Posteriormente Bacon e Descartes fortaleceram toda essa pantomima acadêmica excessivamente séria com raciocínios e gráficos.
Um Aurobindo Ghose, mestre Oriental, por exemplo, não aceita a validez da lógica-razão de Descartes, que forjou e sacramentou a falsa dualidade da pessoa que pensa aqui e do objeto que se estende lá (ou res cogitans e res extensa).
Para os Mestres de Verdade, o Sujeito Verdadeiro e o Objeto também verdadeiro são somente Sentir e Isto, Primevos. São impossíveis de abordar, explicar, de equacionar e sempre são NÃO-DUALIDADE. Não são UM ou não são um tipo de monismo absolutista (Leibnitz), nem são dualismo ou pluralidade conforme a cultura ocidental sempre ensinou, primordialmente calcada na Bíblia e depois no materialismo científico de Newton-Descartes.
Isto-Sentir ou Sentir-Isto são o que são. Por conseguinte, amigos, não permitam que uma parte enganadoramente pensante e falante faça prevalecer as opiniões que têm a respeito de si mesma e a respeito do pretenso objeto que se coloca na sua frente, como o homem ocidental costuma fazer. E se o fizer, que opine sim, mas que seja relativo quanto às suas opiniões. Nunca tente impô-las a terceiros, sob a forma de leis e dogmas, a não ser que estes terceiros queiram.
De certa maneira e sem violência, proíba-se também a esse opinador científico de atuar, livremente e à vontade, em conformidade ao que pensou e achou, porquanto tudo o que essa pessoa capciosa pensa, isso se objetiva em sua experimentação científica, isso aparece, isso se concretiza, isso se materializa, se para tal for executado o ato propositado ou o ato intencional, relacionado à suposição dele, idéia etc. Já veremos isso melhor, adiante. Já veremos o que o ato intencional é capaz de fazer.
Os mestres orientais nunca se permitiram dar primazia nem à subjetividade discursiva e intelectualizada nem à objetividade pretensamente física, material e que se estenderia.
A maior parte dos mestres orientais sempre aplicou em si mesmo o eterno aforisma do: Homem, homem, antes de tudo conhece-te a ti mesmo. Só depois que te auto-conheceres com perfeição surpreenderás o ego-inimigo de tua mente, e saberás o que é o mundo, o que é o universo e quem é Deus. Se não te conheceres Aqui e Agora em profundidade, apenas estarás te reforçando como forjador de ilusões, opiniões, como extrojetor de aparências fantasmagóricas, como ego falastrão e opinador e apenas estarás engendrando tuas próprias fantasmagorias, que tentarás impingir a terceiros, alegando que correspondem a objetividades ou verdades naturais autênticas!
Os Mestres Orientais, não importa se budistas, zenbudistas, taoístas, lamaístas, hinduístas, sabem que nunca houve um começo. Que nunca houve uma criação inicial no espaço e no início do pretenso tempo cósmico, nem da parte de um Deus personificado, nem da parte do deus Acaso da ciência, com seu ridículo Big-Bang ou senão Universo de cordas, ou ainda, nem da parte de circunstâncias desconhecidas, como alega a ciência moderna.
Eles admitem, isto sim, que as religiões populares de seus respectivos países falem em deuses secundários, em criações faz-de-conta. Estes, então, a modo de dizer, criaram o universo, o mundo, como teriam feito o Deus Brahma da Índia, os Eloin dos judeus, ou como também teria feito outro deus chinês, mas não o Tão. Os grandes mestres no fundo sabem que o Absoluto Brahmán ou o Grande TAO (Sinônimos), Aqui e Agora, é só Existência em Manifestação, sem precisar criar e recriar coisa nenhuma. E não tendo havido criação prévia – tão cara ao judaísmo, cristianismo clerical, islamismo e ciência moderna – e sim havendo apenas uma Manifestação em constante renovação, em termos científicos, nada se pode descobrir escondido na natureza. Tudo o que a ciência diz ter descoberto, em verdade foi engendrado pelo próprio homem ou cientista. Daí a natureza científica ser às vezes tão intragável.
Para escândalo do cristão ocidental, Jesus da Galiléia também era dessa corrente. E a propósito, em nenhuma parte dos evangelhos Jesus fala do Jeová judaico, como sendo o Criador. Jesus fala sim do Deus Real, fala de EU SOU ou fala do meu Pai Celestial
ou ainda fala do Pai de Família. Pois bem. O Pai Celestial de Jesus sim que é o Verdadeiro Deus Vivo que não criou coisa nenhuma. E ao invés disso, Aqui e Agora se Manifesta feito Vida em Renovação. Sim, pois, é o próprio Jesus quem declara: Meu Pai trabalha até Agora, Eu trabalho também!
— isto é, Meu Pai não cessou de se Manifestar e de resultar em Vida, e Eu Sou a Manifestação Viva d'Ele mesmo por isso trabalho também — … Amigos, essas palavras de Jesus, encontradas em João, vão muito além do simples mandamento de não trabalhar aos sábados.
Portanto e repetindo, se não houve criação nem da parte de um deus personificado, nem da parte do acaso, e sim Aqui e Agora só há uma Manifestação em Constante Renovação, nada pode ser descoberto, nada pode ser decifrado a respeito do mundo e do universo e do próprio homem, porque nada ficou escondido ou nada está oculto. Tampouco há movimento físico, com começo, meio-duração e fim. E tudo o que se diz descobrir e se diz decifrar, em verdade, só lucubrando e de modo inadequado, fica engendrado, se inventa, se forja, se recria e se extrojeta, se superpõe para que depois algum ego falastão engane o próximo.
É por isso que Mestres orientais, três ou quatro mil anos atrás, descobriram que a Vida era constituída por duas gerações.
Uma GERAÇÃO INCONDICIONADA ou Vida absoluta, perfeita, harmônica, livre, simplesmente fantástica, acessível somente por uma Vivência ou Conhecimento Direto. E a outra condicionada ou GERAÇÃO CONDICIONADA, porque é totalmente refeita, condicionada pelo pensamento humano e passível de se conhecer de modo indireto e de modo indiretíssimo.Em termos de congnição, em verdade o que aí se dá é sempre reconhecer. .
Na Geração Incondicionado do Ser Cósmico (EU) nenhuma Lei física ou moral prevalece a não ser a Lei da mais perfeita Harmonia, Liberdade e Amor.
Na Geração condicionada, muito bem representada por este mundo das necessidades ou também nosso mundo cotidiano, ou ainda por aqueles mundos que só os cientistas vêem – isto é, seus universos microscópicos, macroscópico ou astronômico e até normoscópicos, reinventados pela ciência moderna – pois bem, em esses todos vinga ou atua a Lei da Geração Condicionada. Esta Lei fundamenta e rege todos os engendramentos, distorções e superposições humanas. Nesta confusão exteriorizada ou geração condicionada vinga também a Lei da Interdependência, e mais, prevalece principalmente a Lei Moral da Ação e Reação que é a Lei do Carma.
É graças à Lei da Geração Condicionada "ou Pratityasamutpada
que todas as demais leis científicas, judiciais, morais, religiosas etc.etc. dos homens passaram a ter certo significado, certa eficácia, e conseguiram interferir prejudicialmente....
A Ciência moderna não fez outra coisa senão meter a Lei da Geração Condicionada e a Lei da Interdependência em funcionamento como nunca se viu, aliás, e isso desde os tempos dos abnegados Copérnico, Kepler, Galileo Galilei e Newton dos séculos XVI e XVII.
O enunciado da primeira Lei é: Isto sendo, aquilo é
. Ou melhor, Isto sendo, em pensamento, aquilo aparece, se objetiva, se coloca em nossa frente sempre que para tal se cumpra ou se execute o ato intencional. Isto não sendo pensado, aquilo não acontece, não aparece, porque aí, finalmente também não se atua.
A segunda Lei diz: Sou eu (ego) que te vejo, e vendo-te, me vejo, e vendo-me, te faço...
Certos Mestres Orientais nunca aceitaram um separatismo absoluto e verdadeiro entre o sujeito e o objeto dito material. Por Vivência própria, eles sabem que o cordão umbilical que une a pessoa e o objeto não é cortado por nenhum pensamento, por nenhuma religião, por nenhuma filosofia dualista, seja esta a de um Aristóteles, Tomas de Aquino, Descartes, Kant, Hegel etc. ou seja lá quem for. A identidade sutil ou a igualdade entre pessoa pensante e objeto pensado persiste. Igual ao estado de vigília, isso é o que acontece no sonho, em que o sonhador e seu mundo sonhado com respectivos personagens de sonho são apenas o próprio estofo mental do sonhador manifestando-se de modo peculiar.
Conseqüentemente, tudo o que o sujeito dito lógico-racional e bem pensante disser a respeito do objeto e respectiva constatação, tudo isso será apenas um discurso ao redor de uma extrojeção sutil de seu fundo mental, que também é um Campo de Consciência Sensorial, desde o qual as coisas e os seres mentais se levantam e se fazem presentes.
Como se todas essas extrojeções dependentes não bastassem, nosso observador cientista, graças ao seu discurso ou pensamentos discursivos, ainda consegue dar para a sua coisa reconstruída ou engendrada as devidas explicações e desculpas lógico-racionais, assim provando
a validez de seus engendramentos.
Mas se esses engendramentos forem benéficos como uma preciosa obra de arte acrescentada à natureza, nada contra, ao contrário, bem vinda seja. Contudo, se tais engendramentos só conspurcarem e corromperem a natureza e prejudicarem a humanidade deverão ser proibidos e excluídos. Disso tudo, hoje ninguém se dá conta, nisso tudo a ciência moderna têm total carta branca, principalmente a ciência biológica. Entrementes, suas deturpações e seus estragos são terríveis! Ah minha gente, isso não pode continuar!
E mais, os Mestres orientais salientam que só há duas maneiras de conhecer:
Sentir e (mal) Pensar.
Ou também há um modo direto de conhecer, em que o SENTIR-SABER-INTUIR (sujeito verdadeiro) se funde ou comunga com o ISTO, (o objeto verdadeiro), sem que se rompa a Não-Dualidade primordial. Para certos mestres orientais há também o conhecimento indireto, adotado no ocidente, desde a época de Aristóteles, e há o conhecimento indiretíssimo introduzido pela ciência moderna, a partir de sua sensibilidade restrita ao olho (telescópios e microscópios) e restrita ao raciocínio vulgar.
No conhecimento indireto parece haver uma pessoa pensante aqui, um objeto pensado lá e de por meio uma possibilidade de conhecer, que quando bem elaborada é chamada lógica-razão-raciocínio, mas quando confusa é chamada de pensamento inculto do analfabeto. Deste louvado trio totalmente interdependente fazem parte também os cincos sentidos já totalmente desvirtuados e condicionados mais a ego-mente personificada, que a ciência transformou em cérebro. Nesta pessoa pensante, neste objeto pensado, nesta possibilidade de conhecer inadequadamente e sempre pensada, nestes sentidos condicionados e nesta mente já personificada há mais pensar do que Verdade em si ou ISTO.
As Verdades mais puras da Vida ou da Autonatureza só são captadas ou comungadas num Conhecimento Direto, porque o conhecedor aí é autêntico. Isto é, Ele-Eu é SABER-SENTIR-INTUIR.
No conhecimento indiretíssimo só há ego, só há enxergar ou mal ver, só há pensar, enxergar e pensar esses que, aliás, se confundem e dependem totalmente da falsa objetividade. Aí só há interdependência, em que nem o sujeito nem o objeto, tomados isoladamente, são alguma coisa. Aí não há Verdade nem Reto Conhecer. Além disso, nesse tipo de constatação totalmente científica entra também e infalivelmente a necessidade de executar o ato intencional, que é o grande consubstanciador ou materializador de lorotas pensadas e extrojetadas. No conhecimento indiretíssimo que a ciência biológica e a ciência astronômica adotaram não há quase nada do ISTO ou da objetividade verdadeira, mas há apenas reflexos, ressonâncias, mal ver, mal pensar e execuções do ato intencional.
Por meio do conhecimento indireto do povo em geral e por meio do conhecimento indiretíssimo da ciência, o homem (ego), externamente falando, só se depara com aparências, reconstruções, ilusões ou MAYA, como dizem os orientais..
Quando vinga o conhecimento indireto do povo em geral e de certos cientistas também, – porque atualmente a maioria dos cientistas está ligada aos enfoques astronômicos e microbiológicos, onde todos eles falam alto, graças ao conhecimento indiretíssimo – os sábios orientais alertam que aí nossos sentidos só captam e constatam Maya, opu a Ilusão, aparência, que é aquilo que o nosso fantasmagórico cérebro interpreta e traduz.
A pretensa mente ego-personificada, por sua vez, se ao invés de Saber-Sentir-Intuir, faz prevalecer o pensamento comum, o grande enganador, no íntimo dessa mesma mente passará a vingar então o Avidya primordial, que é aquela Ignorância Primeva do sujeito extraviado e pretensamente personificado, muito pior que a ignorância do iletrado. Se este falso ego-pessoa pretende conhecer o mundo externamente, ele, sem dar-se conta, acabará utilizando como instrumento do conhecimento o próprio Avidya, e o objeto ou Isto que estiver na sua frente transmutar-se-á em Maya ou numa ilusão.
O pretenso conhecedor pensante, o cientista, portanto têm dois inimigos, o fantasma externa chamado Maya, e não um mundo ou um universo real e científico, sempre disponíveis, e o fantasma interno chamado Avidya, e que nada tem a ver com inteligência, criatividade, psicologismo.
Se no homem não prevalecer o Autoconhecimento, a Reta Percepção, a Reta Cognição, a Reta Compreensão, ele sempre estará sujeito a conhecimentos indiretos e indiretíssimos. Só o Autoconhecimento e o Conhecimento Direto é que podem ajudar e libertar o homem.
A lógica-razão, o intelecto, o raciocínio, a memória, a imaginação (quando exacerbadas), a sagacidade, a astúcia intelectual, a inflação matemática são o lixo da mente. Tudo isso resulta em geração condicionada, tudo isso só reforça a geração condicionada.
E mais, a Geração Incondicionada nos escapa porque tanto o demônio externo ou Demiurgo miserável quanto o ego-pensamento em cada homem (ou a semente maldita) não deixam que o homem acabe percebendo corretamente ou conhecendo com clareza e perfeição.
A Geração Incondicionada, Aqui e Agora, surge espontaneamente e é o que é.
Aqui Sujeito-Ser e Objeto-Ser são o que são, livres do mal pensar, são harmônicos, amorosos, espontâneos etc.
A lógica-razão quando a partir do segundo momento em diante (trevas exteriores ou tempo) se levanta e se intromete graças ao Avidya Primordial ou Ignorância, essa mesma lógica-razão esconde o Real, oculta a Geração Incondicionada ou Verdade.
No lugar de aquilo que esconde, ela coloca ou superpõe seus próprios frutos; em suma suas distorções e reconstruções fantasmagóricas.
E em terceiro lugar, o pensamento, a Ignorância Primordial ou lógica-razão no lugar da Não-Dualidade, coloca uma falsa pessoa pensante de um lado (res cogitans) e um falso objeto ou mundo pensado do outro, (res extensa).
Em quarto lugar, não bastassem todos esses estragos suscitados pela ignorância-desejo (ou avidya) e pelos pensamentos estruturantes, estes últimos ainda se transmutam em pensamentos discursivos e começam a arrazoar, a conversar, a raciocinar, a explicar, justificando todas as distorções e aparências que o seu compadre,o pensamento estruturante elaborou e acrescentou.
Ernesto Bono
Os Dilemas do Espaço, do Tempo, do Movimento, da Velocidade e da Aceleração
Amigo leitor, neste segundo trabalho, e que é a segunda parte de um livro original, inédito que intitulei Parar Este Falso Mundo
, tentarei desmentir a validade absoluta do movimento ou do deslocamento, e também a validez do próprio espaço e tempo, físicos, onde o deslocamento parece ocorrer, se desdobrar, além de aí dessacralizar também a matéria, a energia e o plasma externos. Para reforçar os argumentos aqui apresentados, peço, por favor, aos que me têm lido e suportado, e que inclusive Sentem-Sabem em seu íntimo o inegável fundamento em tudo o que foi denunciado e escrito, que consultem meus livros Prisão do Tempo e O Ladrão e Salteador da Mente Humana, naturalmente quando ambos forem editados.
Neste meu outro trabalho, obedecendo ao espírito integral do Parar Este Falso Mundo –e que agora, naturalmente nunca mais será publicado, pois o estou dividindo em partes – volto a aplicar os princípios de uma Lógica Extremada e Autofágica que questiona e dessacraliza tudo o que é inverídico, tudo o que é apenas aparente, tudo o que não é absolutamente Real. Isso, aliás, é o que habitualmente também fez o Criticismo Extremado do filósofo, Mestre e Sábio budista Nagarjuna, do segundo século d.C. Esta lógica extremada e autofágica só desfaz fantasmas e não pretende se assentar como Senhora da Verdade absolutamente definitiva.
De momento, só posso acrescentar que Nagarjuna foi um Sábio budista que criou a escola sapiencial Madhyamika, e que além de ser um filósofo extremado, no bom sentido da palavra, era também um profundo conhecedor da mente humana. Além de filósofo e epistemólogo impecável, ele foi também um autêntico cientista do REAL, sabendo já em seu tempo o que em verdade e em profundidade vem a ser isso que se coloca na nossa frente feito objeto, feito fenômeno, feito movimento, matéria, mundo, natureza encaixada num pressuposto espaço-tempo.
O espaço e o tempo, além do que agora contra eles for por nós denunciado, voltarão a ser abordados em passagens posteriores deste livro, adotando comentários definitivos, na ocasião.
Neste tópico inicial, salientarei inclusive a ingenuidade do homem, do observador pensante (físico ou cientista), o qual, só porque executa uma ação intencional ou propositada, acha estar conseguindo se apropriar de suas próprias forjações intelectuais, reconstruções mentais e extrojeções objetivadas, transformando-as em posse, ou senão simplesmente as rechaça. Esse pretenso gênio, no caso, nunca se dá conta de que todos esses fatores de seu buscar e encontrar são apenas artimanhas pensante-pensadas.
E já que antes de tudo, eu e tu, caro amigo, iremos lidar com o espaço e com o tempo físicos, vejamos o que a Filosofia, a Ciência Física, a Teologia e a Metafísica dizem a respeito do espaço.
O que é o Espaço?
Dizem eles: em princípio o espaço é um axioma. E a propósito, todo axioma seria uma verdade, uma realidade que existe de por si e que não exige explicações nem provas. Todavia, o espaço desmascarado não se enquadra nisso.
Dizem eles: O espaço é algo real e absolutamente auto-evidente. Preexiste ao homem e a todas as coisas. É uma realidade imediata, presente, logicamente perceptível. É também uma realidade física, sempre igual, imponderável, mas mensurável, atravessada ou não por energia, plasma físico, preenchido ou não por corpos materiais iguais ou diferentes. No seu sentido mais puro, espaço é sinônimo de vazio, de vácuo
. Essa é uma definição newtoniana de espaço, um tanto e quanto melhorada. Em física há outras definições.
Lamento alertar, amigo, mas tudo o que esses racionais dizem não passa de conversa fútil, de simples opiniões muito bem elaboradas que em absoluto aprisionam e descrevem o REAL ou a REALIDADE do AQUI – que se estende e não se estende; em verdade, nada se deveria dizer a respeito do Aqui ou Espaço Real.
No próprio orientalismo antigo, os budistas theravadas (da escola Hinayana ou pequeno veículo), baseados em não sei o que, fizeram do espaço um dharma ou transformaram-no numa coisa autêntica e incondicionada. Ou seja, para os theravadas o espaço era algo Real que não depende de absolutamente nada para ser. Dos setenta e dois dharmas (dharmas esses que equivalem a coisas, fatos, acontecimentos etc.), os budistas theravadas consideraram reais só dois: o espaço e o Nirvana (ou o Absoluto).
Mas voltando à noção de espaço físico. Um pretenso móvel ou um corpo que se move conseguiria deslocar-se em todos os sentidos, graças à pretensa penetrabilidade do espaço, indo e vindo, subindo e descendo, de modo vertical, diagonal, horizontal etc. todas as vezes que quisesse. O espaço, portanto, seria oniabarcante, onipresente, e que se encurva quando nele inserido estiver um corpo imenso dotado de massa (teoria de Einstein). E então o espaço supostamente se estende desde o sujeito presente, o observador-cientista, digamos, até um perder-se de vista ou de perspectivas. E se estenderia inclusive na ausência de corpos densos daqui para o infinito… Os pretensos espaços e tempos constituiriam um receptáculo onde, Ele
, o deus-persona, de certas religiões, teria colocado sua criação ou o universo, teológico. E senão este, o deus acaso da ciência, neste pretenso espaço preexistente teria suscitado uma ridícula explosão, tipo Big-Bang, cujo conteúdo, ao expandir-se, foi ou vai preenchendo todo o vazio científico-espacial preexistente.
Outra vez, tudo o que foi dito até aqui, caro amigo, são meras suposições, são elucubrações ou inferências ladinas, cujos sinais indiretos, a execução do ato intencional de qualquer cientista transforma em falsa prova, como a seguir já verás. Simploriamente falando, o espaço é uma reta que vai de A para B.
duassetasO que é o Tempo?
É outro Axioma! Eis o que os intelectuais dizem: Tempo é uma realidade física inter-relacionada com o espaço. – Amigo, em outros livros mais, tipo Prisão do Tempo, e O Ladrão e Salteador da Mente Humana, Ciência, a Nova Religião consegui deixar bem claro e evidente que as ditas relações muito utilizadas ou levadas em conta em ciência e matemática são impossíveis ou simplesmente não têm valor algum.
O tempo físico parece fazer-se presente quando acreditamos que um corpo está se deslocando de fato. O tempo físico astronômico seria aquele quê
especial que o suposto planeta Terra gastaria para sair de um ponto de sua pretensa órbita, deslocando-se ao redor do não menos suposto Sol, para retornar ao ponto de partida, gastando para tanto pressupostos 365 dias. Tempo físico também seria aquilo
que, conforme o ponto de vista do homem terrestre e olhando para cima, o Sol gastaria para ir do leste ao oeste.
O tempo físico inclusive estaria relacionado com o surgir, crescer, morrer de um corpo vivo. Tudo isso e muito mais se poderia dizer a respeito da origem e função do tempo físico.
E ainda, o tempo se relacionaria com a origem, duração e desaparecimento das coisas.
Todavia, em meu livro O Ladrão e Salteador da Mente Humana consegui deixar bem claro que a origem, a duração e o desaparecimento das coisas não passam de incríveis artimanhas, aparências recriadas pelo ego-intelecto-mente, o ladrão e salteador, artimanhas que o grande mentiroso em todos nós consegue superpor, como naquela obra se viu.
Além de físico, o tempo também seria psicológico ou cerebral (ou quem sabe mental?). Aqui teríamos então a memória reconstruindo fatos passados e a imaginação forjando possíveis eventos futuros e até abstratos. De por meio ou entre a memória e imaginação – ou num falso agora, no hoje de 24 horas – teríamos o raciocínio, a enlouquecedora e insuportável comadre palradora. Esta fica saltando da memória (ontem) para a imaginação (amanhã) levando-nos a crer que ele, raciocínio, é impecável porque parece persistir lógica-racionalmente num falso hoje, ou numa duração cotidiana, onde o movimento se desdobraria, quando em verdade nada disso ocorre.
umasetaMas à parte das infinitas opiniões que se levantaram e se levantam a respeito do espaço e do tempo, foi exatamente no assim dito espaço-tempo físico que se enraizaram todas as forjações, reconstruções e aparências que a Ciência Moderna conseguiu levantar, provar e comprovar
. e principalmente nos impingir.
E dentre essas aparências muito bem reconstruídas, temos exatamente o movimento ou deslocamento dos corpos, a velocidade, a aceleração, a matéria, a energia, o plasma cósmico, e até mesmo uma energia primordial
de Stephen Hawking, ou senão da Física Escalar. Agora já temos os filetes energéticos a constituirem as cordas do Universo de Cordas. Temos também o começo, o meio e o fim, a pretensa evolução existencial das espécies vivas, o determinismo, o suposto aperfeiçoamento temporal, a complicação, a entropia etc.
Como adiante verás, paciencioso leitor amigo, em tais espaço e tempos primordiais nunca se deu qualquer criação, nem pretensamente divina nem casual ou científica. No lugar, a caro custo e pecando com as palavras, sugira-se que Aqui e Agora, Dá-se uma Manifestação REAL que resulta em Vida, que resulta em verdadeiro sujeito e verdadeiro objeto ou em Autonatureza, Manifestação essa Emanada pelo Absoluto, nem subjetivo nem objetivo, e que o homem pode admitir ser o Deus Vivo de seu Coração. Amigo, por enquanto e se quiseres fica só com isso, e se não, ignora isso simplesmente. Entrementes, como alguns homens bem pensantes haverão de se irritar com esta minha heresia aparente, como se eu fosse um empafiado! Se puderem, me desculpem…
Repetindo, então, o espaço e o tempo físicos, e tudo aquilo que aparentam conter são em verdade aparências superpostas, remontagens, falsas realidades dependentes, regidas por Leis especiais, chamadas Lei da Geração Condicionada e Lei da Interdependência que regem toda reconstrução e afetam a pessoa pensante e os objetos pensados, superpostos..
Com a palavra Manifestação ou Autonatureza sugere-se outra Vida, sugere-se uma Geração Incondicionada que surge livre e harmoniosamente. Mas como a parte da Mente Humana, contaminada pelo ego-pensamento não consegue participar dessa Manifestação, esse mesmo algo ou ego
, mais um Demiurgo ou falso deus externo recriam aparências, graças à utilização da Lei da Geração Condicionada. Portanto, a modo de dizer, um engano mental primordial forja uma geração condicionada da qual o homem mal pensante faz parte, eu inclusive, é claro.
Em conformidade aos demais livros e repetindo-me, o enunciado básico da Lei da Geração Condicionada