Com a nação nas mãos: A história do treinamento de goleiros no futebol brasileiro
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Com a nação nas mãos - Carlos Rogério Thiengo
Carlos Rogério Thiengo e Dagmar Hunger
Com a Nação nas Mãos
A História do Treinamento de Goleiros no Futebol Brasileiro
Copyright © 2014 by Paco Editorial
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Coordenação Editorial: Kátia Ayache
Revisão: Nara Dias
Capa: Matheus de Alexandro
Diagramação: Matheus de Alexandro
Edição em Versão Impressa: 2014
Edição em Versão Digital: 2014
Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)
Conselho Editorial
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Prof. Dr. Antonio Cesar Galhardi (FATEC-SP) (Lattes)
Profa. Dra. Benedita Cássia Sant’anna (UNESP/ASSIS/SP) (Lattes)
Prof. Dr. Carlos Bauer (UNINOVE/SP) (Lattes)
Profa. Dra. Cristianne Famer Rocha (UFRGS/RS) (Lattes)
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Dedico esse trabalho a Sebastião Thiengo (in memorian), meu pai, por me ensinar a amar aquilo que faço, realizando-o com dedicação e, principalmente, com honestidade.
AGRADECIMENTOS
Posso morrer pelo meu time Se ele perder, que dor, imenso crime Posso chorar se ele não ganhar Mas se ele ganha, não adianta Não há garganta que não pare de berrar Skank
A conquista de importantes vitórias só é possível quando podemos contar com uma equipe, que lhe ajuda a enfrentar os adversários nas diversas partidas do campeonato da vida. Deste modo, devo agradecer aos jogadores
que estiveram presentes comigo durante a construção desta obra.
Como toda grande equipe começa com um grande goleiro, meus primeiros agradecimentos se destinam à Everton Carvalho, o amigo-goleiro que ocupa a camisa 1 do meu time há muitos anos.
Na linha defensiva devo agradecer às minhas principais zagueiras, minhas irmãs Karina e Camila Thiengo e aos amigos-laterais, os incansáveis Thiago Dionísio e Samuel Gimenes.
Já o meio campo, como canta Skank, é o lugar dos craques... E, com quantos amigos-craques pude contar e tenho que agradecer! Na proteção, à defesa sempre tive a presença de Edson (e, toda a família Restanho), que nunca perdeu uma dividida
nas partidas mais difíceis que enfrentei. Assim como os meio-campistas mais avançados, como Ronaldo Pedroso, que apesar da defesa sempre segura das suas ideias, nunca deixou de atacar os desafios das novas oportunidades da vida e, Flávio Oliveira (Tima), com uma forma de jogar carinhosa e reflexiva, sempre contribuiu no equilíbrio da minha equipe. Além de Ricardo Vitório, o amigo-camisa 10, que com sua rapidez de raciocínio, amizade e exemplo de superação foi capaz de me ajudar na criação das principais jogadas da minha vida, tornado o difícil muito mais fácil.
No ataque do meu time devo agradecimentos à minha mãe, Célia Thiengo, que sempre enfrentou todos os zagueiros que a vida lhe colocou de forma corajosa e exemplar, e à minha esposa e capitã do time, Juliana Limão, que faz os lances da minha vida se tornarem mais belos e apaixonantes.
Além dos jogadores devo agradecer a minha treinadora-orientadora, a professora Dagmar Hunger, docente do Departamento de Educação Física, da Faculdade de Ciências, da UNESP – câmpus de Bauru-SP, do Curso de Graduação em Educação Física e do Programa de Pós-Graduação em Ciências da Motricidade (UNESP/IB/Rio Claro), pela orientação que concedeu em todas as etapas da pesquisa e durante toda a minha trajetória no curso de Educação Física. A construção deste projeto só foi possível pelas oportunidades que ela me concedeu em conhecer o universo acadêmico e colocar meu time em campo.
Por fim, agradeço também aos patrocinadores por possibilitar a realização deste sonho. A Unesp e o CNPq, que através do programa PIBIC-UNESP/2004-2005 concedeu a bolsa de iniciação científica no período da realização da pesquisa e, ao restaurante O Camarão Arte Bia que, por intermédio do prof. René Simões, tornou realidade um sonho, ou seja, a concretização deste livro que retrata a memória do futebol brasileiro, especialmente, dos goleiros.
AGRADECIMENTOS ESPECIAIS
Aos entrevistados Valdir Joaquim de Morais, Félix Miéli Venerando (in memorian), Carlos Roberto Gallo, Pedro Roberto Santilli, Rogério Ceni, Antônio Carlos Pracidelli, Wendell Lucena Ramalho e Cláudio André Mergen Taffarel por contribuírem com a pesquisa, e principalmente por nos ensinarem que a grande virtude de um campeão é a humildade.
Carlos Rogério Thiengo e Dagmar Hunger
Que Deus transforme em flores os espinhos do meu caminho
Sebastião Thiengo
Sumário
Folha de Rosto
Página de Créditos
DEDICATÓRIA
AGRADECIMENTOS
Epígrafe
PREFÁCIO
CAPÍTULO 1: O FUTEBOL E AS SUAS ORIGENS
1. Os jogos precursores do futebol na antiguidade
1.1 Os jogos com bola na América pré-colombiana
1.2 Os jogos com bola na Ásia
1.3 Os jogos de bola na Europa
2. Os jogos precursores do futebol na Idade Média e Renascença
3. O período de transição: das proibições... às escolas
4. O surgimento do futebol
5. A internacionalização do futebol
CAPÍTULO 2: A HISTÓRIA DO FUTEBOL NO BRASIL
CAPÍTULO 3: O GOLEIRO DE FUTEBOL
1. Os goleiros que fizeram história
2. Goleiros negros, por que não?
3 Entre defesas, saltos, corridas, quedas...
4. O surgimento dos goleiros e as modificações nas regras envolvendo a sua atuação
CAPÍTULO 4: O TREINAMENTO ESPECÍFICO PARA OS GOLEIROS NO FUTEBOL
1. O surgimento do treinamento específico para os goleiros de futebol no Brasil
2. Os treinadores de goleiros
3. Dos clubes à seleção: as características do treinamento específico para os goleiros no futebol brasileiro
NOS ACRÉSCIMOS...
REFERÊNCIAS
AQUECIMENTO
Paco Editorial
PREFÁCIO
Um goleiro logo cedo já descobre se possui habilidades para jogar debaixo do grande travessão branco, comigo não seria diferente. Pratiquei, quando jovem, vários esportes onde utilizava as mãos, até chegar à conclusão de que nelas se concentravam meu maior potencial.
Acredito que ser goleiro de um grande time não é um dom, pois requer muito tempo de treinamento diferenciado e dedicação para que sejam desenvolvidos reflexos e movimentos ágeis, por esse motivo, ser goleiro é aprendizado.
Defendi muitos clubes durante minha carreira e neles tive a capacidade de me aprimorar no esporte, e com esse empenho também tive a honra de defender a Seleção Brasileira, onde pude elevar minha capacidade técnica como goleiro.
Porém, vale lembrar que uma profissão como essa exige um equilíbrio perfeito entre a técnica e o psicológico, e esse é um dos maiores aprendizados que se deve repassar para quem almeja a profissão. A falha de um goleiro pode ocasionar a vitória do adversário, e por isso, as pessoas que o cercam têm total participação no seu desenvolvimento. Não só os técnicos, treinadores, mas também os jogadores que devem confiar e passar segurança para a pessoa que está nessa posição. Por esse motivo, parte fundamental das minhas conquistas se deve às grandes pessoas que tive a honra de conhecer e trabalhar.
Esse livro ressalta a importância desse trabalho, a grandiosidade dessa profissão, que às vezes é esquecida na hora das grandes vitórias dentro de campo. Além de nos mostrar como os goleiros se preparam para cada disputa, mostrando toda beleza e dificuldade da profissão e seus treinadores.
Armelino Donizetti Quagliato (Zetti)
Goleiro bicampeão mundial de clubes (1992 e 1993) com o São Paulo Futebol Clube e campeão da Copa do Mundo de 1994 com a Seleção Brasileira.
PRIMEIRO TEMPO
CAPÍTULO 1: O FUTEBOL E AS SUAS ORIGENS
O futebol é a coisa mais importante dentre as coisas menos importantes
. Arrigo Sacchi
O futebol, regulamentado pelos ingleses em 1863, bem como outros esportes modernos, é fruto das transformações ocasionadas pela Revolução Industrial na Europa, nos séculos XVIII e XIX, que fez surgir uma nova classe econômica, a burguesia. Esta, por sua vez, passou a reivindicar maiores privilégios educacionais, o que foi conseguido por volta de 1860, com a construção de novas escolas públicas. O aumento de instituições de ensino voltadas a atender principalmente a classe média contribuiu para o desenvolvimento dos jogos organizados pelos estudantes (Betti, 1991, 1997).
Nas escolas públicas, o esporte ganhou força, pois tradicionalmente estas dedicavam parte da vida escolar à organização e supervisão de atividades pelos próprios estudantes, assim os jogos e os esportes (tênis, rugby, futebol, etc.) foram bastante estimulados (Hobsbawm, 1988).
Além de ser o primeiro país a promover a prática esportiva no interior das escolas, a Inglaterra também foi a pioneira em divulgar o esporte entre uma população industrial e urbana. Isso só foi possível, por volta de 1870, em decorrência da redução da jornada de trabalho e das conquistas trabalhistas. Foi então que ocorreu a proliferação de clubes desportivos e associações distritais. A partir de 1857, até o final do século, fundaram-se dezenas de associações esportivas nacionais na Inglaterra e, somente depois, em outros países do mundo. O esporte atingiu o mundo todo, por intermédio de embaixadores, administradores coloniais, missionários, comerciantes, marinheiros e colonos britânicos, que difundiram as mais diversas modalidades (Betti, 1991, 1997; Hobsbawm, 1988).
Mas, de acordo com Betti (1997), essa expansão não foi aceita passivamente pela burguesia, que de várias maneiras tentou manter o amadorismo e o cavalheirismo do jogo, criando barreiras para que o proletariado não viesse a integrar-se no esporte. No entanto, os esforços foram em vão, pois o esporte conquistou a todos preenchendo as mais diversas necessidades intrínsecas dos homens. Hobsbawm (1988) destaca que no ano de 1914 já havia na Inglaterra aproximadamente um milhão de jogadores de futebol.
Assim, Betti (1997) descreve o esporte, como "um