Cartas a um Jovem Poeta
5/5
()
Sobre este e-book
Cartas a um Jovem Poeta é uma coleção de dez cartas escritas por Rainer Maria Rilke a Franz Xaver Kappus, um jovem militar que aspirava ser poeta.
De 1902 a 1908, Rilke oferece a sua orientação e revela a sua perspetiva sobre viver com incertezas, a superficialidade da ironia, a inutilidade da crítica, escolhas de carreira, a criatividade e a solidão.
Cartas a um Jovem Poeta é, assim, um manual de vida. A arte, disse Rilke ao jovem poeta na sua última carta, é apenas outra forma de vida.
Rainer Maria Rilke
Rainer Maria Rilke was born in Prague in 1875 and traveled throughout Europe for much of his adult life, returning frequently to Paris. There he came under the influence of the sculptor Auguste Rodin and produced much of his finest verse, most notably the two volumes of New Poems as well as the great modernist novel The Notebooks of Malte Laurids Brigge. Among his other books of poems are The Book of Images and The Book of Hours. He lived the last years of his life in Switzerland, where he completed his two poetic masterworks, the Duino Elegies and Sonnets to Orpheus. He died of leukemia in December 1926.
Relacionado a Cartas a um Jovem Poeta
Ebooks relacionados
Cartas a um jovem poeta: incluindo as cartas que o jovem poeta, Franz X. Kappus, enviou a Rilke Nota: 0 de 5 estrelas0 notasCorreio Literário Nota: 0 de 5 estrelas0 notasCartas a um Jovem Poeta Nota: 4 de 5 estrelas4/5O Sol e o Peixe Nota: 5 de 5 estrelas5/5O tempo é um rio que corre Nota: 4 de 5 estrelas4/5Comum de dois Nota: 0 de 5 estrelas0 notasA Espera Nota: 5 de 5 estrelas5/5As coisas humanas Nota: 0 de 5 estrelas0 notasFelizes os felizes Nota: 4 de 5 estrelas4/5Contos - vol. 3 Nota: 0 de 5 estrelas0 notasSegunda ou Terça Nota: 5 de 5 estrelas5/5WALT WHITMAN - Poemas Escolhidos Nota: 3 de 5 estrelas3/5Tudo o que leva consigo um nome Nota: 5 de 5 estrelas5/5Orlando: Uma biografia Nota: 5 de 5 estrelas5/5A biblioteca no fim do túnel: Um leitor em seu tempo Nota: 4 de 5 estrelas4/5Ao Farol Nota: 5 de 5 estrelas5/5Numa hora assim escura Nota: 0 de 5 estrelas0 notasA vida que ninguém vê Nota: 5 de 5 estrelas5/5Meus desacontecimentos: A história da minha vida com as palavras Nota: 4 de 5 estrelas4/5O papel de parede amarelo Nota: 5 de 5 estrelas5/5Seleta: Um mundo de brevidades Nota: 0 de 5 estrelas0 notasO quarto de Jacob Nota: 0 de 5 estrelas0 notasCrescer é Morrer Devagarzinho Nota: 0 de 5 estrelas0 notasSe eu fechar os olhos agora Nota: 0 de 5 estrelas0 notasTempo aberto: Oito décadas em oito contos de grandes autores brasileiros Nota: 0 de 5 estrelas0 notasO Que Choram os Mortos Nota: 5 de 5 estrelas5/5Um prefácio para Olívia Guerra Nota: 4 de 5 estrelas4/5Sentimento do mundo Nota: 0 de 5 estrelas0 notasMelhores Poemas Cecília Meireles (Pocket) Nota: 0 de 5 estrelas0 notasQuero minha mãe Nota: 0 de 5 estrelas0 notas
Memórias Pessoais para você
Confissões de um pregador Nota: 5 de 5 estrelas5/5Heróis Atuais Da Fé Nota: 0 de 5 estrelas0 notasO Diário de Anne Frank Nota: 5 de 5 estrelas5/5Sociopata: minha história – A autobiografia de uma sociopata do século XXI Nota: 5 de 5 estrelas5/5Gatilhos Mentais Estratégias De Persuasão Nota: 0 de 5 estrelas0 notasWill Nota: 4 de 5 estrelas4/5Noites tropicais: Solos, improvisos e memórias musicais Nota: 0 de 5 estrelas0 notasMinha mãe fazia: Crônicas e receitas saborosas e cheias de afeto Nota: 0 de 5 estrelas0 notasSexo Com Lúcifer Nota: 5 de 5 estrelas5/5Fora da lata: Como um brownie mudou a minha vida Nota: 0 de 5 estrelas0 notasTravessia: De banqueiro a companheiro Nota: 0 de 5 estrelas0 notasGatilhos Mentais Nota: 0 de 5 estrelas0 notasA dor Nota: 0 de 5 estrelas0 notasMoonwalk Nota: 0 de 5 estrelas0 notasQuerido estudante negro Nota: 0 de 5 estrelas0 notasVida De Constantino [livro 1] Nota: 0 de 5 estrelas0 notasPacientes que curam: O cotidiano de uma médica do SUS Nota: 5 de 5 estrelas5/5CARTAS DO CÁRCERE - Gramsci Nota: 0 de 5 estrelas0 notasMagias, Orações & Afins Nota: 0 de 5 estrelas0 notasO Ano do Pensamento Mágico Nota: 5 de 5 estrelas5/5Os Devaneios do Caminhante Solitário Nota: 0 de 5 estrelas0 notasRevista Specula 02 Nota: 0 de 5 estrelas0 notasColonização Sefardita No Centro-sul Do Ceará Nota: 0 de 5 estrelas0 notasApanhei e não morri: Frases da Infância que ainda ecoam na vida adulta Nota: 0 de 5 estrelas0 notasMeus desacontecimentos: A história da minha vida com as palavras Nota: 4 de 5 estrelas4/5Um pai: puzzle Nota: 0 de 5 estrelas0 notas"Sou Puta, Doutor": Um Livro de Yuri Marques Peçanha Nota: 0 de 5 estrelas0 notasO que fizeram de mim: Sobre traumas e transformações - uma história real Nota: 0 de 5 estrelas0 notasHistórias importantes demais para ficar no anonimato Nota: 0 de 5 estrelas0 notasOs últimos melhores dias da minha vida Nota: 4 de 5 estrelas4/5
Categorias relacionadas
Avaliações de Cartas a um Jovem Poeta
1 avaliação0 avaliação
Pré-visualização do livro
Cartas a um Jovem Poeta - Rainer Maria Rilke
"
Talvez todos os dragões da nossa vida sejam princesas que só esperam ver-nos alguma vez belos e corajosos. Talvez, em última instância, tudo o que nos horroriza
seja o desamparo que requer a nossa ajuda.
cartas a um jovem poeta
cartas a um jovem poeta
rainer maria rilke
tradução de pedro rodrigues
uma marca
info@culturaeditora.pt I www.culturaeditora.pt
–
© Rainer Maria Rilke e Cultura Editora
A presente edição segue a grafia do novo Acordo Ortográfico da Língua Portuguesa.
Título original: Briefe an einen jungen Dichter
Título: Cartas a Um Jovem Poeta
Autor: Rainer Maria Rilke
Tradução: Pedro Rodrigues
Revisão: Isabel Garcia Pereira
Paginação: Ana Gaspar Pinto
Paginação: We Blog You
Capa e ilustrações: We Blog You
Arranjo de capa: Ana Gaspar Pinto
Edição em papel: outubro de 2020
Reservados todos os direitos. Esta publicação não pode ser reproduzida, nem transmitida, no todo ou em parte, por qualquer processo eletrónico, mecânico, fotocópia, fotográfico, gravação ou outros, nem ser introduzida numa base de dados, difundida ou de qualquer forma copiada para uso público ou privado, sem prévia autorização por escrito do Editor.
Foi no final do outono de 1902 — estava eu sentado, a ler, debaixo dos castanheiros seculares da Academia Militar Wiener-Neustadt. De tão profundamente embrenhado no meu livro, mal me apercebi de que o único não oficial entre os nossos professores, o erudito e bondoso capelão da Academia, Horacek, se me juntara. Tomou o volume das minhas mãos, observou a capa e abanou a cabeça. «Poemas de Rainer Maria Rilke?» perguntou ele, pensativo. Folheou, depois, aqui e ali, passou os olhos por alguns versos, olhou ao longe, e finalmente acenou afirmativamente com a cabeça. «Então o nosso pupilo René Rilke tornou-se poeta.»
E fiquei a saber do rapaz enfezado, pálido, que os pais, há mais de quinze anos, haviam entregado à Escola Militar Elementar de St. Polten, para que se tornasse oficial. Nesse tempo, Horacek era capelão da unidade, e recordava com tácita precisão o antigo pupilo. Descreveu-o como um jovem plácido, sério, muito dotado, que gostava de se manter à parte, que suportava pacientemente o constrangimento da vida do internato e que passara com os outros, após o quarto ano, para a Escola Militar Superior, em Mahrisch-Weisskirchen. Aí a sua constituição mostrou-se indubitavelmente não resistente o suficiente, motivo pelo qual os seus pais o retiraram da instituição e o mandaram continuar os estudos na terra natal, em Praga. A configuração do seu posterior trajeto de vida já Horacek não sabia informar.
Depois de tudo isto, é facilmente compreensível que naquele mesmo momento tenha decidido enviar a Rainer Maria Rilke os meus experimentos poéticos e a pedir-lhe a sua opinião. Não tendo, ainda, completado os vinte anos e estando no limiar de uma profissão que sentia estar precisamente do lado oposto às minhas inclinações, esperava encontrar compreensão, se junto de alguém, então do poeta que havia escrito Mir zur Feier. E sem o ter propriamente querido, escrevi uma carta para acompanhar os meus versos, na qual me expunha a outro ser humano tão francamente como não antes havia feito, ou depois.
Muitas semanas passaram até me chegar a resposta. A carta, com lacre azul, mostrava o carimbo dos correios de Paris, pesava-me na mão, e mostrava no envelope os mesmos traços belos, claros e seguros em que o texto estava escrito da primeira à última linha. Assim começou a minha correspondência regular com Rainer Maria Rilke, que se estendeu até 1908, e que depois se foi progressivamente perdendo, porque a vida me empurrou para regiões das quais o cuidado caloroso, sensível e comovente do poeta me tinha querido guardar.
Mas não é isso que