Melancolia
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Sobre este e-book
A poesia de Carlos Cardoso é uma técnica de sobrevivência. Sua ligação visceral com a escrita permeia a sua vida. Comunica-se através da poesia, sobrevive através da poesia. Essa necessidade fez nascer um poeta de ofício.
Sem pólvora, sem sentimentos de desalento, a melancolia se revela palavra. Apenas palavra. A palavra escrita, fluida, buscada, necessária. Palavra que procura se desvencilhar das armadilhas da própria poesia. Num só verso o universo se condensa, e cabe à poesia ritualizar perpetuamente a encenação de um mundo sem origem e sem fim. É o que faz, com talento e consistência, Carlos Cardoso em Melancolia.
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Melancolia - Carlos Cardoso
A
Floragem
É o início da floragem
e todos os castigos
foram cumpridos,
meus pés não calejados
mas feridos
caminham fortes
e desprendidos,
o sorriso no rosto
não há,
o silêncio é meu único
amigo,
há de chorar
quem ouvir essa dor,
há de partir
quem não amar,
e de ficar
quem ousar compreender
todos os castigos.
Melancolia
1.
Rasgo meu destino
e o trago sem revolta
retiro do bolso minha arma
uma folha de papel
e uma caneta,
não há pólvora!
O ar que me espera
é o ar que me salva,
uma explosão é pouco.
Então uso as metáforas
e as imagens ao meu favor
quando escrevo sem medo
quando escrevo com dor,
grito grito e fico mudo
quando a tarde escurece,
o dia foi-se, tudo padece,
sem prazer, só silêncio,
um instante de alegria não há!
Melancolia,
faz-se necessário
dar um passo, arrisco!
Não me desfaço.
Para esse livro
não escreverei
o que é fácil de entender
o que é fácil de ler
o que é fácil de não ser
o que realmente sou.
Brinco com plástico bolha
ao embrulhar
o boneco do livro.
Iniciarei sem medo,
com a cabeça erguida
falarei em primeira pessoa,
direi: eu! Eu digo!
Cruzarei os mares
com o barco a vela
que me for mais propício,
brincarei com o precipício
e sem sentir o ar
respirarei suavemente,
há anos tento descobrir,
há anos busco tentar,
tento, há anos descobrir,
o que sou, o que quero
e porque fiz o que fiz
sem pensar e sem sentir,
e me arrependo,
e me distraio, e me confundo
nos anos de minha vida árdua,
cuspida de vinagre
onde o sabor me alucina,
deixei que o vento
cortasse a minha casa
de um extremo ao