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Melancolia
Melancolia
Melancolia
E-book82 páginas32 minutos

Melancolia

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Sobre este e-book

Um dos destaques da sua geração, Carlos Cardoso transforma sua própria melancolia em poesias inéditas em seu novo livro.
 A poesia de Carlos Cardoso é uma técnica de sobrevivência. Sua ligação visceral com a escrita permeia a sua vida. Comunica-se através da poesia, sobrevive através da poesia. Essa necessidade fez nascer um poeta de ofício.
Sem pólvora, sem sentimentos de desalento, a melancolia se revela palavra. Apenas palavra. A palavra escrita, fluida, buscada, necessária. Palavra que procura se desvencilhar das armadilhas da própria poesia. Num só verso o universo se condensa, e cabe à poesia ritualizar perpetuamente a encenação de um mundo sem origem e sem fim. É o que faz, com talento e consistência, Carlos Cardoso em Melancolia.
IdiomaPortuguês
EditoraRecord
Data de lançamento16 de set. de 2019
ISBN9788501118028
Melancolia

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    Melancolia - Carlos Cardoso

    A

    Floragem

    É o início da floragem

    e todos os castigos

    foram cumpridos,

    meus pés não calejados

    mas feridos

    caminham fortes

    e desprendidos,

    o sorriso no rosto

    não há,

    o silêncio é meu único

    amigo,

    há de chorar

    quem ouvir essa dor,

    há de partir

    quem não amar,

    e de ficar

    quem ousar compreender

    todos os castigos.

    Melancolia

    1.

    Rasgo meu destino

    e o trago sem revolta

    retiro do bolso minha arma

    uma folha de papel

    e uma caneta,

    não há pólvora!

    O ar que me espera

    é o ar que me salva,

    uma explosão é pouco.

    Então uso as metáforas

    e as imagens ao meu favor

    quando escrevo sem medo

    quando escrevo com dor,

    grito grito e fico mudo

    quando a tarde escurece,

    o dia foi-se, tudo padece,

    sem prazer, só silêncio,

    um instante de alegria não há!

    Melancolia,

    faz-se necessário

    dar um passo, arrisco!

    Não me desfaço.

    Para esse livro

    não escreverei

    o que é fácil de entender

    o que é fácil de ler

    o que é fácil de não ser

    o que realmente sou.

    Brinco com plástico bolha

    ao embrulhar

    o boneco do livro.

    Iniciarei sem medo,

    com a cabeça erguida

    falarei em primeira pessoa,

    direi: eu! Eu digo!

    Cruzarei os mares

    com o barco a vela

    que me for mais propício,

    brincarei com o precipício

    e sem sentir o ar

    respirarei suavemente,

    há anos tento descobrir,

    há anos busco tentar,

    tento, há anos descobrir,

    o que sou, o que quero

    e porque fiz o que fiz

    sem pensar e sem sentir,

    e me arrependo,

    e me distraio, e me confundo

    nos anos de minha vida árdua,

    cuspida de vinagre

    onde o sabor me alucina,

    deixei que o vento

    cortasse a minha casa

    de um extremo ao

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