O Clube dos suicidas
3.5/5
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Sobre este e-book
Autor de O médico e o monstro e A ilha do tesouro, entre outros romances que se tornaram célebres, Stevenson foi também um prolífico novelista, poeta e autor de roteiros de viagem, tornando-se mais reconhecido pela crítica de sua época por seus relatos de aventuras ao redor do mundo do que por sua obra de ficção. "Consideravam fruto de afetação o seu sucesso como homem de letras romântico e aventureiro. Com o tempo, entretanto, esta imagem se esvaneceu (inclusive fisicamente: era um feixe de ossos ao morrer) e ficou a do autor de uma das mais palpitantes e renovadoras obras da literatura universal", afirma Fernando Sabino.
Antecipando-se ao moderno romance policial, numa verdadeira "extravagância literária" para os padrões da época, O clube dos suicidas apresenta um grupo de cavalheiros que querem se matar, mas não têm coragem. No intuito de investigar esta curiosa associação, o destemido príncipe Florizel e seu fiel confidente Coronel Geraldine não sabem que, ao entrarem como sócios, podem ser sorteados a assassinar um dos membros, transformando a investigação numa complicada e sinistra aventura. Afinal, quem arquiteta esses crimes sob a fachada do clube?
Nesta novela perturbadora e envolvente, Stevenson, além de entreter o leitor e mantê-lo com os sentidos aguçados da primeira à última página, faz um minucioso levantamento dos costumes do século XIX, conduzindo a ação com admirável desenvoltura e criando personagens inesquecíveis.
Robert Louis Stevenson
<p>Robert Louis Stevenson nació en Edimburgo en 1850, hijo de un próspero ingeniero de una familia de constructores de faros. Aunque de él se esperaba que siguiera la profesión familiar, se le permitió estudiar Derecho; pero, al terminar la carrera en 1875, tenía ya muy clara su vocación de escritor. Aquejado ya por entonces de una enfermedad respiratoria de la que nunca se desprendería, viajó por Francia y conoció el mundo literario y artístico. Sus primeros libros fueron precisamente crónicas de viaje: <i>An Inland Voyage</i> (1876) y <i>Viajes con una burra</i> (1879). Enamorado de la norteamericana Fanny Osborne, cruzó el Atlántico y todo el continente hasta California para casarse con ella, según dejaría constancia en <i>El emigrante por gusto</i> (1894) y su continuación, <i>Across the Plains</i> (1894). Sin embargo, fue el universo de sus ficciones el que cautivó a su siglo y, desde entonces, a la posteridad: entre sus inolvidables creaciones cabe mencionar los relatos recogidos en <i>Las nuevas mil y una noches</i> (1882), las novelas <i>La isla del tesoro</i> (1883), <i>La flecha negra</i> (1883) o <i>Secuestrado</i> (1886), y la novela corta <i>El doctor Jekyll y el señor Hyde</i> (1886). Constante viajero, a la vez por espíritu de aventura y por motivos de salud, se instalaría en 1889 en Upolu, una isla de los Mares del Sur. De esa época son <i>Los traficantes de naufragios</i> (1892), <i>Bajamar</i> (1894) y los ensayos de <i>En los mares del Sur</i> (1894). Murió en 1894 y fue enterrado en la cima del monte Vaea.</p>
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Avaliações de O Clube dos suicidas
79 avaliações3 avaliações
- Nota: 3 de 5 estrelas3/5Robert Louis Stevenson as I had never seen him. This set of three short stories which actually make up one longish short story is written to a formula. The hero is Prince Florizel of Bohemia, a Tin-Tin-esque character who is good at heart and good at things he does. A range of lesser mortals wander in and out of his purview - mostly he sets the good ones straight while vigorously sorting out the bad guys. The Prince continues as a character in the later Rajah's Diamond, and only in the last paragraph of that work do we see Stevenson's tongue firmly in cheek - as he loses his throne and sets up a cigar store! Interesting, but for me, not compelling writing. Read September 2013.
- Nota: 3 de 5 estrelas3/5An intriguing three part mystery story based around the Prince of Bohemia and his discovery of a secret club for men who want to end their lives. After discovering the club, the Prince then takes it upon himself to make the leader of the club pay for his crimes.I enjoyed the first part of the story where we are first introduced to the Suicide Club itself. I didn't enjoy the second and third parts of the story quite as much, but it was interesting how they were all connected to each other.
- Nota: 4 de 5 estrelas4/5Auf der Suche nach Abenteuer und Ablenkung geraten Prinz Florizel und der Oberst Geraldine an einen Mann, der sie zu einem besonderen Club führt. Dort findet ein Spiel statt. Ein tödliches Spiel. Denn wer das Pik As zieht, muss sterben. Als das Los dann Prinz Florizel trifft, muss schnell gehandelt werden. Intrigen und Macht helfen den beiden, den Präsidenten des Selbstmörderclubs zur Rechenschaft zu ziehen.Dies ist eine Graphic Novel der französischen Künstler Baloup und Vaccaro zu der gleichnamigen Erzählung des Robert Louis Stevenson (Autor von Dr. Jekyll und Mr. Hyde). Wie schon das Cover sind auch die Bilder überwiegend in Gelb- und Brauntönen gehalten. Die Geschichte wurde dadurch sehr gut in Szene gesetzt. Auch ist die Adaption sehr nah an dem Original geblieben, gerade was den Aufbau in die drei Hauptteile -Selbstmörderclub, Gerladines Bruder und Die Rache- betrifft. Der Zeichenstil trifft gut die Mitte zwischen realistisch und Cartoon.Kurz bevor ich diese Graphicnovel las, führte ich mir das Original zu Gemüte und bin deswegen von der originalgetreuen Umsetzung sehr begeistert.Auch wenn ich immer noch finde, dass der Teil des Selbstmörderclubs noch tiefer hätte gehen könne, aber das ist nicht die Schuld der Künstler, sondern dem Autor geschuldet. Nichtsdestotrotz ein sehr gelungenes Buch.
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O Clube dos suicidas - Robert Louis Stevenson
1986
O CLUBE DOS SUICIDAS
A história do rapaz
com as tortinhas de creme
Enquanto morou em Londres, o fabuloso Príncipe Florizel, com seu jeito simpático e sua admirável generosidade, conquistou o afeto de todas as classes sociais. Era considerado um homem extraordinário, mesmo que pouco se soubesse a respeito dele. Embora fosse, em circunstâncias normais, de temperamento plácido, acostumado a aceitar o mundo tão filosoficamente quanto qualquer camponês, o Príncipe da Boêmia não deixava de apreciar uma vida mais aventureira e excêntrica do que aquela a que estava destinado. Às vezes, quando ficava de mau humor, quando não havia uma peça engraçada em qualquer dos teatros de Londres, quando a estação do ano não lhe permitia um dos esportes em que sempre vencia todos os competidores, ele convocava seu confidente e estribeiro-mor, o Coronel Geraldine, e ordenava que se preparasse para um passeio noturno. O estribeiro-mor era um jovem oficial de temperamento corajoso, até mesmo temerário; recebia a notícia com satisfação e corria a preparar-se. Longa experiência e variado conhecimento da vida deram-lhe uma habilidade única em matéria de disfarces; ele conseguia adaptar não apenas o rosto e a postura, mas a voz e quase que os pensamentos, aos de qualquer classe, caráter ou nacionalidade; assim, desviava a atenção que seria dedicada ao príncipe, e às vezes conseguia que os dois fossem admitidos em estranhas sociedades. As autoridades civis nunca ficaram sabendo dessas aventuras; a coragem imperturbável de um e o raciocínio rápido e a cavalheiresca devoção do outro já os tinham livrado de muitos perigos; e à medida que o tempo passava eles ficavam mais confiantes.
Certa noite de março, uma forte chuva de granizo levou-os a entrar num Oyster Bar, nas proximidades de Leicester Square. O Coronel Geraldine estava vestido e caracterizado como uma pessoa ligada à imprensa e de situação financeira precária; o príncipe, como sempre, disfarçara-se com costeletas falsas e um par de enormes sobrancelhas, que lhe davam um ar desgrenhado e embrutecido: o mais perfeito disfarce para uma pessoa de seu refinamento. Assim equipados, o comandante e seu assistente bebericavam em segurança um conhaque com soda.
O bar estava cheio de fregueses – homens e mulheres; embora mais de uma pessoa tenha conversado com nossos aventureiros, nenhuma conversa prometia tornar-se interessante. Ali havia apenas o retrato das agruras da vida em Londres e o lugar-comum da decadência, e o príncipe já começara a bocejar e a cansar-se de toda a excursão, quando a porta foi empurrada com violência e um rapaz entrou no bar, seguido por dois criados. Cada um carregava uma grande bandeja de tortinhas de creme sob uma coberta, que imediatamente removeram; e o rapaz percorreu o bar oferecendo tortas a cada um, insistindo para que aceitassem com uma cortesia exagerada. Às vezes a oferta era aceita com risadas; às vezes rejeitada com firmeza, até mesmo com rispidez. Nesse caso o recém-chegado sempre comia o doce ele mesmo, com um comentário mais ou menos bem-humorado.
Finalmente abordou o Príncipe Florizel.
– Senhor – disse, com uma respeitosa mesura, oferecendo a tortinha entre o polegar e o indicador –, daria esta honra a um desconhecido? Responsabilizo-me pela qualidade da iguaria, pois desde as cinco horas já comi duas dúzias e mais três.
– Tenho por hábito dar menos importância à natureza do oferecimento do que ao espírito em que ele é feito – replicou o príncipe.
– O espírito, senhor, é de zombaria – retrucou o rapaz com outra mesura.
– Zombaria? – repetiu Florizel. – E de quem pretende zombar?
– Não estou aqui para expor minha filosofia – respondeu o outro –, mas para distribuir estas tortinhas de creme. Se eu lhe disser que de todo o coração incluo a mim mesmo no ridículo da transação, espero que considere sua honra satisfeita, e que condescenda. Se não o fizer, irá me obrigar a comer a vigésima oitava, e confesso estar farto dessa ocupação.
– Sinto-me comovido – respondeu o príncipe –, e tenho muita vontade de livrá-lo desse dilema, mas com uma condição: se meu amigo e eu comermos suas tortas, coisa para a qual nenhum de nós dois tem qualquer inclinação natural, vamos esperar que, como recompensa, o senhor jante em nossa companhia.
O rapaz pareceu refletir.
– Ainda disponho de várias dúzias – declarou finalmente. – Isso me obriga a visitar vários outros bares antes de dar por terminado meu negócio. Vai demorar um pouco; se os senhores estão com fome...
O príncipe interrompeu-o com um gesto educado:
– Meu amigo e eu vamos acompanhá-lo – disse. – Estamos desde já muito interessados nesse seu modo tão agradável de passar a noite. E agora que já estabelecemos as condições para a paz, permita que eu assine o tratado, em nome de ambos.
– E o príncipe comeu a tortinha com grande elegância.
– Deliciosa – declarou.
– Percebo que o senhor é um conhecedor – replicou o rapaz.
O Coronel Geraldine da mesma forma apreciou o doce; e tendo todos no bar aceitado ou recusado o oferecimento, o rapaz das tortinhas de creme levou-os para outra taverna. Os dois empregados, que pareciam estar acostumados com esse absurdo trabalho, seguiam atrás; o príncipe e o coronel fechavam o cortejo, de braços dados, sorrindo um para o outro. Nessa ordem o grupo visitou dois outros estabelecimentos, onde ocorreram cenas semelhantes às já descritas: algumas pessoas recusavam e outras aceitavam as cortesias daquela gentileza boêmia e o rapaz comia ele próprio cada torta recusada.
Ao deixarem o terceiro bar, o rapaz verificou seu estoque: sobravam-lhe apenas nove tortinhas, três em uma bandeja e seis na outra.
– Senhores, não quero atrasar sua ceia – declarou, dirigindo-se a seus dois novos seguidores. – Tenho certeza absoluta de que estão com fome. Acho que lhes devo uma consideração especial, e nesta grande data para mim, quando encerro uma carreira de loucuras com um gesto de rematada tolice, desejo agir direito para com todos os que me derem apoio. Cavalheiros, não esperem mais. Embora minha saúde esteja abalada por antigos excessos, arriscando minha vida porei término à circunstância que nos serve de obstáculo.
Com estas palavras ele foi enfiando na boca as nove tortinhas restantes e engolindo cada uma com um único movimento.Voltou-se então para os serviçais e deu-lhes algumas moedas de ouro.
– Devo agradecer-lhes a paciência extraordinária – disse.
E dispensou-os, com uma reverência a cada um. Durante alguns segundos manteve os olhos fixos na bolsa de onde tinha tirado o dinheiro com que pagara os empregados; então, com uma risada, jogou-a no meio da rua e declarou estar pronto para jantar.
Dirigiram-se a um pequeno restaurante francês no Soho, que durante algum tempo desfrutara de reputação exagerada mas já começava a ser esquecido. Em um aposento privado no segundo andar, os três companheiros jantaram com muita elegância e beberam três ou quatro garrafas de champanhe, conversando sobre assuntos gerais. O rapaz estava alegre e falante, porém ria mais alto do que seria natural em uma pessoa de educação esmerada; as mãos tremiam violentamente e a voz tomava inflexões súbitas e surpreendentes, que pareciam escapar ao seu controle. A sobremesa fora retirada, e todos os três tinham acendido seus charutos, quando o príncipe dirigiu-se a ele com estas palavras:
– O senhor certamente perdoará minha curiosidade. O que até agora conheci de sua pessoa agradou-me muito, porém desconcertou-me ainda mais. Embora eu deteste parecer indiscreto, devo dizer-lhe que meu amigo e eu somos pessoas dignas de confiança. Nós mesmos temos muitos segredos, que estamos continuamente revelando a ouvidos impróprios. E se, como imagino, sua história é tola, o senhor não precisa envergonhar-se de nós, que somos dois dos maiores tolos da Inglaterra. Meu nome é Godall,Theophilus Godall; meu amigo é o Major Alfred Hammersmith; pelo menos