Éden
De J. Sharpe
3/5
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Sobre este e-book
Você sobreviverá à uma nova praga?
Anjos: eles estão entre nós. Eu saberia. Há um preso dentro de mim. Mas a imagem que você provavelmente tem desses "ajudantes de Deus" é errada, posso garantir. Eles são uns maníacos idiotas.
Anna Meisner acorda, nua e com medo, amarrada a uma cadeira em um quarto escuro. À frente dela está sentada uma mulher que é a sua cara. Com lágrimas nos olhos, a mulher coloca uma arma na cabeça e se mata. Anna não é encontrada até dias depois e em estado de hipotermia, à beira da morte. Mas quando ela acorda no hospital, ela descobre que o policial não a vê como vítima, mas como suspeita. É o começo de uma série de eventos catastróficos do qual ela não tem escolha a não ser fazer parte. É esse o fim da humanidade?
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2 avaliações1 avaliação
- Nota: 3 de 5 estrelas3/5Bom, mais esperava um final melhor, muito vago, mais gostei
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Éden - J. Sharpe
Para Marijke, como sempre.
Prefácio
Eu sou tanto crente quanto descrente e, sobretudo, o tipo de pessoa que pensa ver para crer
- o que, para mim, coloca toda a questão de fé numa perspectiva bastante estranha. Às vezes, invejo pessoas que são verdadeiros crentes porque, em minha opinião, uma crença firme em algo é a única coisa que pode trazer paz absoluta à sua alma. A maioria dos pais criam você em uma certa base religiosa, ou às vezes, as pessoas mudam suas mentes sobre o divino conforme avançam na vida. Seja qual for o caso, eu espero que haja algo lá em cima. Ninguém quer viver apenas uma vida, mas eu só saberei, com certeza, quando eu O vir.
Também sou da opinião que você deve ler um livro por diversão, e é por isso que aviso as pessoas com antecedência. Minha história não é feita para sacrificar vacas sagradas, mas algumas cenas podem ser consideradas ofensivas aos leitores, especialmente àqueles de fé. Se você acha que se encaixa nisso, talvez seja aconselhável colocar o livro de lado agora.
Caso não seja, desejo-lhe uma agradável experiência de leitura.
Parte 1
Retribuição
-1-
Acordei em um quarto escuro, sufocante.
Ainda grogue de sono, olhei para o chão. A baba contornou meu queixo duplo e pingou em minha perna nua. O fato de ser uma perna nua só me ocorreu após alguns segundos. O que não era surpresa – em minha cabeça parecia que um monte de elefantes estavam brincando de dança das cadeiras dentro do meu cérebro. Tudo estava rodando e, com cada batida do meu coração, minha cabeça quase explodia. Uma névoa dançou em frente aos meus olhos. Uma brisa fria me envolveu como um cobertor de gelo, gelando-me até a alma. Meu corpo tremeu incontrolavelmente. Meu pé – que pareceu enraizado no chão gelado e concreto – estava dormente, e meus mamilos fariam grandes aparas de roupas. A luz piscando não tornou a situação melhor. Acende. Apaga. Luz. Escuridão... Estava me deixando louca. Resumindo:
Isto não é o que eu chamaria de um despertar glorioso.
O que está acontecendo?O que aconteceu?
Eu gemi. Sem pensar, eu tentei levantar uma mão até minha cabeça latejante, mas não fui longe. Um choque de dor nos meus pulsos enviou uma onda de adrenalina através de mim, dissolvendo a névoa e me deixando mais alerta. O latejamento sumiu ao fundo, e os elefantes viraram ratos. No relance da luz acima de mim, que desafiava a escuridão a cada piscar, vi que meus braços estavam amarrados atrás de mim contra a cadeira. Eu não apenas vi – eu senti. Uma corda de linho, grossa e franzida, estava amarrada em meu corpo de ombro a coxa na forma de um X, fixada na mesma cadeira e cortando minha carne a cada movimento que eu fazia.
Ainda não disposta a encarar a realidade, tentei me libertar. Inutilmente, é claro.
O que diabos é isso?
Meu coração batia como um louco. A temperatura não poderia ser mais do que 4 º e, ainda assim, eu estava suando como uma porca. Eu tentei mais uma vez, colocando toda a minha força nisso – sem sucesso, mas eu não desistiria. Uma dor aguda me atravessou. Minha raiva forçou a dor para o segundo plano. Puxando a corda, eu me levantei – ou ao menos, foi o que eu tentei dizer aos meus membros. Foi um grande erro. Minhas pernas também estavam presas à cadeira, e quando eu tentei soltá-las e levantar, perdi meu equilíbrio. A cadeira começou a inclinar para o lado, as duas pernas esquerdas levantando do chão e eu o atingi com um baque.
De uma só vez, os elefantes voltaram e eu vi estrelas.
Eu lutei pra sentar, mas após alguns segundos, eu estava sem ar e fiquei deitada ali, de lado, me amaldiçoando por minha estupidez.
Todo este tempo eu consegui silenciar meu pânico, mais ou menos. Uma vez eu li em algum lugar que você só consegue manter a mente clara se suprimir seu pânico, o que pode ser a diferença entre a vida e a morte. Há uma fina linha entre os dois, o espaço de meros segundos, o qual eu sei por experiência. Mas minha queda me fez perder o controle. Meu corpo entrou em choque.
– Socorro! Me ajude! - Meu choro ecoou na parede rebocada do quarto vazio.
Então eu a vi.
Nua, como eu. Pernas longas, estômago nu, seios fartos. Ela estava no lado oposto do quarto, sentada numa cadeira, mas ela não estava amarrada a ela. Eu suspirei, queria implorar por sua ajuda, mas eu não consegui pronunciar uma única palavra. O silêncio que se seguiu foi ensurdecedor. Eu não sei o que me assustou mais – aquele silêncio ou a mulher.
Pensando bem, retiro o que disse. A mulher era definitivamente mais assustadora.
Seus longos cabelos castanhos estavam emaranhados e sujos. Seus olhos cor de âmbar estavam repletos de tristeza. E como eu sabia que essa pessoa era eu, não sei dizer até hoje. Eu só sabia. Meus olhos poderiam ter me enganado, mas eu senti isso, dentro de mim.
– Como...? - Me ouvi balbuciar. A luz no teto: apaga. Escuridão. Acende. Luz.
A mulher não respondeu. Aquilo era uma lágrima escorrendo em sua bochecha?
– Que diabos é isso? - Eu berrei.
Silêncio.
O braço esquerdo da mulher começou a se mover. Por causa da maldita luz piscando – e o fato de que eu ainda estava deitada de lado – a imagem do movimento dela se tornou ainda mais sinistra, como um filme mudo gago. Uma arma na mão dela. Quadro um: a arma perto da coxa dela. Quadro dois: a arma próxima à cintura, seus olhos cheios de lágrimas. Escuridão. Quadro três: a arma pressionada contra o pescoço, sua boca ligeiramente aberta, sua cabeça tremendo hesitante, suas lágrimas. Escuridão. Quadro quatro: a arma contra sua têmpora.
Jesus, não.
– Espera!
Houve um estrondo, tão alto que pareceu estilhaçar meus tímpanos, enquanto o som da arma batendo no chão ficou ao fundo.
A luz no teto: apaga. Escuridão. Acende. Luz.
No brilho, eu vi o corpo – meu corpo – deitado inerte no chão. Sangue escorria até mim como um fluxo de água sinuoso.
Eu gritei.
Quais são suas opções quando você está amarrada a uma cadeira, no chão, em algum buraco escuro? Exato – você não tem nenhuma.
Levei muito, mas muito tempo até conseguir me acalmar um pouco. Bem, tão calma quanto qualquer garota nua e amarrada, que acabou de presenciar – de perto – sua cópia cometendo suicídio com uma bala no cabeça, poderia estar.
Feche seus olhos. Respire fundo. Não olhe para o corpo.
Isso ajudou – um pouco. Mas eu não tinha certeza se a escuridão era melhor.
Eu tentei ficar o mais calma que podia e inalei o ar úmido. Um sentimento doentio me assolou e só piorou quando eu comecei a pensar no que geralmente acontece com o corpo de uma pessoa, uma vez que está morta.
Rigor mortis, decomposição, vermes...
Não pense nisso, eu me estimulei. Até lá você já estará longe.
Deus, eu realmente esperava estar certa quanto a isso.
Quanto tempo eu estava naquele chão, olhos fechados e controlando minha respiração o mais cuidadosamente que eu podia?
Segundos? Minutos? Horas? Parecia que uma vida inteira passava por mim.
Isto é tudo uma piada, um pesadelo. Assim que você abrir seus olhos de fato, o corpo terá sumido e você estará de conchinha com o Mark na sua própria cama.
Eu abri meus olhos.
A luz no teto: apaga. Escuridão. Acende. Luz.
Minha voz interior era uma mentirosa.
Olhos frios e bem abertos me encaravam, parecendo me observar. O que não fazia sentido, é claro. Por outro lado, também era um absurdo acordar amarrada a uma cadeira encarando alguém que parecia exatamente comigo e tinha um desejo de morte. Por que foi o que aconteceu, certo? Alguém que parece comigo? É claro que havia apenas uma de mim. Eu não fui clonada e, até onde eu sei, não tenho uma irmã gêmea. Talvez eu deva atormentar meus pais sobre isso – se eu conseguir sair dessa situação bizarra. Não seria o primeiro segredo que meu pai manteve.
É claro que você não é aquela mulher. O mero pensamento disso é ridículo. Só aconteceu dela se parecer comigo.
Certo. É claro que foi só uma coincidência. Mas que monte de merda. Mas o que diabos está acontecendo?
Meus olhos cruzaram o quarto. Eu meio que esperava câmeras nas paredes.
Porque só podia ser isso, eu raciocinei. Uma grande piada. Bem, ha, ha. Estou chorando de tanto rir. Agora, por favor, alguém poderia aparecer e me tirar dessa bagunça?
Eu sabia que não adiantava mentir pra mim mesma.
Ok, pense. Como chegou aqui? Qual é a última coisa de que se lembra?
Era uma pergunta bastante simples. E, no entanto, a resposta me veio em fragmentos. Não era que eu não conseguia me lembrar – porque certamente conseguia – mas era como olhar para uma bobina de filme cintilante, como se minha mente estivesse sendo influenciada pela luz vacilante.
Mark, me empurrando contra a parede apaixonadamente. Suas mãos deslizando pelo meu cabelo. Seus lábios nos meus. O estremecimento que me atravessou no momento em que ele pressionou seu corpo quente contra o meu. Na última memória, nós fizemos amor, mas algo não estava certo nessa imagem. Nós estávamos chorando. Por que estaríamos chorando?
Eu quebrei minha cabeça em busca de uma resposta. O frio me envolvendo não ajudava. Meu corpo estava tremendo tão violentamente que eu quase comecei a pensar