Sancha II de Leão
Sancha II de Leão | |
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Nascimento | 1191 |
Morte | 1243 Villabuena |
Progenitores | |
Irmão(ã)(s) | Urraca Afonso de Leão, Berengária de Leão, Dulce I de Leão, Fernando III de Castela, Afonso de Molina, Fernando Afonso |
Sancha II de Leão (c. 1192 — c. 1243) foi, de jure, rainha de Leão durante escasso período de tempo em 1230, em conjunto com a sua irmã mais nova Dulce, embora de facto não tenha exercido quaisquer funções governativas. Historicamente se confundiu ela com sua meia-irmã por parte de pai, Sancha Alfonso de León, filha de Teresa Gil de Soverosa.[1]
Biografia
[editar | editar código-fonte]Sancha era filha de Afonso IX de Leão e da sua primeira esposa, a princesa Teresa Sanches, filha do rei Sancho I de Portugal.[1] Desse casamento resultou também o nascimento de mais uma filha, Dulce, e de um rapaz, Fernando (falecido em 1214), putativo sucessor de Afonso IX.[1] Contudo, o matrimónio viria a ser declarado inválido pelo Papa, em virtude da consanguinidade dos esposos. Desta forma, os filhos de ambos eram declarados ilegítimos.
Afonso IX voltou-se a casar, pela segunda vez, com a rainha Berengária de Castela, da qual teve, entre outros, filhos, o futuro Fernando III de Leão e Castela. Também este casamento seria anulado e, como tal, os filhos declarados ilegítimos.
Sancha terá, entretanto, sido prometida ao jovem Henrique I de Castela, e mais tarde a João de Brienne, mas nenhum dos casamentos se viria a efectivar.
A Henrique de Castela sucedeu à sua irmã Berengária, a qual logo abdicou em favor do filho que houvera de Afonso IX, Fernando III (1217). Em face disto, Afonso IX julgou-se com direitos ao trono de Castela (por haver sido casado com Berengária), e declarou guerra ao filho; contudo, fracassou nos seus intentos; em 26 de Agosto de 1218, num pacto assinado em Toro, pai e filho selavam as pazes definitivamente, centrando-se antes na luta contra o inimigo comum – o Islão. Por esse pacto, previa-se que ambos os soberanos renunciariam perpétua e mutuamente à coroa do outro reino – o que equivaleria a dizer que Fernando III não poderia herdar nunca a coroa de Leão.
Com efeito, ao morrer (1230), Afonso IX lega o reino em testamento às suas filhas Sancha II e Dulce I; Fernando III, porém, auxiliado por sua mãe, Berengária esquece o acordado e decide-se a incorporar Leão nos seus domínios. Embora alguma da nobreza leonesa estivesse pelas rainhas, a esmagadora maioria da aristocracia e do clero leoneses viam com bons olhos a unificação com Castela.
Graças à mediação diplomática da mãe, que soube usar de grande mestria (inclusivamente mandando chamar a anterior esposa de Afonso IX, Teresa de Portugal, então acolhida no Lorvão, a qual viria a intervir a favor de Fernando, convencendo as filhas e herdeiras ao trono leonês a abandonarem as suas pretensões), Fernando III conseguiu com que as duas herdeiras do primeiro casamento do pai renunciassem ao trono em seu favor, em troca de uma significativa quantia em dinheiro e outros privilégios – foi o que se chamou o «Tratado das Tercerias». Desta forma se uniram para sempre Leão e Castela na pessoa de Fernando, o Santo, passando Castela a deter a hegemonia no conjunto da Hispânia.
Sancha fez-se então monja no mosteiro de Villabuena del Bierzo, onde permaneceu até ao fim da vida.
- ↑ a b c Neira, Mª Damián Yáñez (1982). «La princesa doña Sancha, hija primogénita de Alfonso IX» (PDF). Tierras de León: Revista de la Diputación Provincial: 49, 53. Arquivado do original (PDF) em 12 de dezembro de 2009
Precedido por Afonso IX de Leão |
Rainha de Leão e da Galiza 1230 (com a irmã Dulce I) (de jure, não de facto) |
Sucedido por Fernando III |