Nothing Special   »   [go: up one dir, main page]

Saltar para o conteúdo

O Homem da Meia-Noite

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
 Nota: Se procura filme de 1974, veja O Homem da Meia-Noite (filme).


O homem da meia-noite
O Homem da Meia-Noite
Entrada da sede do bloco em 2013
Fundação 2 de fevereiro de 1932 (92 anos)
Cores Verde Branco
Símbolo Boneco Gigante
Bairro Centro histórico, Olinda
Presidente Luiz Adolpho
Desfile de 2024
Enredo “Brasil, terra indígena” (defesa dos povos originários do Brasil) [1]

O Clube Carnavalesco de Alegoria e Crítica O Homem da Meia-Noite é um bloco carnavalesco, uma troça e uma das mais antigas agremiações a circular nas ladeiras do Sítio Histórico de Olinda, conhecido pelo boneco gigante do Carnaval de Olinda.

A sede do bloco ficava na Rua do Amparo, nº 31. Atualmente localiza-se em frente à Igreja de Nossa Senhora do Rosário dos Homens Pretos, no Bairro do Bonsucesso, no sitio histórico de Olinda (8° 0' 38" S 34° 51' 10" O).[2]

O bloco foi criado em 2 de fevereiro de 1931[2][3][nota 1] pelo pintor de paredes Luciano Anacleto de Queiroz; Benedito Bernardino da Silva; o carpinteiro Sebastião da Silva; os encadernadores Cosme José dos Santos e Heliodoro Pereira da Silva, e o sapateiro Manoel Joaquim dos Santos (Neco Monstro). Seu hino, tanto a letra quanto a música, são de autoria do mestre Bernardino da Silva.[2] Surgiu como uma dissidência da Troça Carnavalesca Mista Cariri Olindense por não participarem da chapa oficial da diretoria do Cariri.[2] Para desbancar o Cariri, que até então abria o carnaval de Olinda, o Homem saiu na meia noite do sábado de Zé Pereira e o domingo de rei Momo. Desde então o bloco abre o carnaval de Olinda,[4] e tendo reconciliado-se com o Cariri Olindense, entrega-lhe as chaves da cidade após o seu desfile horas depois.[5]

Em 1931 e 1932 a troça não contou com alegorias, apenas com o seu estandarte, bordado com um relógio marcando doze horas, e o boneco gigante.[2] Desfilou sem interrupções até 1949, mas devido principalmente a problemas financeiros não desfilou de 1950 a 1953, retornando em 1954 com destinação de recursos da prefeitura.[2]

O Homem da Meia Noite é Patrimônio Vivo de Pernambuco desde 2006.[6]

O Homem da Meia-Noite

O Calunga d'O homem da Meia-Noite é um dos bonecos de Olinda mais antigos. Foi criado por Benedito Bernardino da Silva, marceneiro e entalhador e pelo pintor de paredes Luciano Anacleto de Queiroz.[2][3] Conta-se que Luciano, um apaixonado pela sétima arte, foi ao cinema assistir o filme “O ladrão da meia-noite”, que conta a história de um ladrão de classe, que saía de um relógio sempre à meia-noite, cada dia de um lugar diferente, causando pânico na cidade. Impressionado com o personagem do filme, Anacleto resolveu homenageá-lo ao criar o Homem da Meia Noite.[2]

Tem um sorriso com um dente de ouro, traja um terno verde ou um branco e uma cartola preta ou uma branca. Carrega no braço um relógio que sempre marca o horário da meia-noite.[7] Pesa quase 50 quilos, com 3,50 m de altura.[3]

O Homem da Meia-Noite é uma espécie de calunga,[2] um personagem místico do candomblé, presente no maracatu nação ou de baque virado.[6]

Durante 57 anos, O Homem da Meia-Noite foi carregado pela mesma pessoa, o bonequeiro Cidinho, que suportava o peso de quase 50 quilos e o o calor no interior da roupa de gigante, na qual a temperatura vai além dos 40°C.[2][8] Desde 1989, esse posto foi assumido por Pedro Garrido.[5]

A Mulher do dia e O Homem da Meia-Noite

Ao longo do tempo, foram criados outros bonecos associados ao Homem da Meia-Noite.

A Mulher do Dia surgiu em 1967 para lhe fazer companhia,[3][9] mas como desfila de dia no domingo de Momo, nunca o encontra, a não ser quando todos os bonecos saem juntos. Criada pelo artesão Julião das Máscaras a pedido de Rodolfo Medeiros e Luiz José dos Santos,[3] inspirada na Monalisa, possui cabelos negros compridos, sorriso com dente dourado e vestidos em cores amarelas e azul, em homenagem a Iemanjá e Oxum.[7] O Homem da Meia Noite e a Mulher do Dia casaram "oficialmente" em uma cerimônia em 1990.[10]

Do seu "casamento" surgiu em 1974 O Menino da Tarde. Também foi criado por Julião das Máscaras, a pedido de Ernane Lopes e Odival Olbino,[3] mesmo sendo criança, já vem vestido como adulto.[7]

Posteriormente, em 1977, surgiu A Menina da Tarde. Confeccionada por Sílvio Botelho por sugestão de Dalma Soares,[3] é uma boneca muito vaidosa que sempre sai no carnaval com uma roupa nova.[7]

Referências
  1. «Homem da Meia-Noite homenageia povos indígenas e leva emoção às ladeiras de Olinda». G1. 11 de fevereiro de 2024. Consultado em 11 de fevereiro de 2024 
  2. a b c d e f g h i j Gaspar, Lúcia (26 de fevereiro de 2007). «O Homem da Meia-Noite». Fundação Joaquim Nabuco. Consultado em 25 de fevereiro de 2013 
  3. a b c d e f g Andrade, Maria do Carmo (14 de julho de 2004). «Bonecos Gigantes Foliões de Olinda». Fundação Joaquim Nabuco. Consultado em 25 de fevereiro de 2013 
  4. NE10. «História misteriosa do Homem da Meia-Noite comemora 80 anos nesta quinta». Consultado em 29 de outubro de 2012. Arquivado do original em 6 de fevereiro de 2012 
  5. a b Saraiva, Roberto (10 de fevereiro de 2013). «Homem da Meia-Noite emociona Olinda». Uol Carnaval 2013. Consultado em 25 de fevereiro de 2013 
  6. a b Amorim, Maria Alice (2010). Patrimônios Vivos de Pernambuco. Recife: FUNDARPE. Consultado em 25 de fevereiro de 2013 
  7. a b c d Rebouças, Fernando (20 de março de 2009). «Bonecos de Olinda». Info escola. Consultado em 25 de fevereiro de 2013 [ligação inativa]
  8. Bezerra, C.P.A. et al. Mostra Patrimônios Vivos de Pernambuco. Recife: FUNDARPE, 2010.
  9. Rodrigues, Caio (9 de fevereiro de 2010). «Com um metro e 40 cm e 40 kg, boneco gigante Mulher do Dia é ícone do Carnaval olindense». Olinda Carnaval. Consultado em 25 de fevereiro de 2013 
  10. Tatiana Notaro (15 de fevereiro de 2020). «Homem da Meia Noite e Mulher do Dia completam Bodas de Pérolas». G1. Consultado em 15 de fevereiro de 2020 
Notas
  1. Algumas fontes citam o ano de 1932 como ano de fundação do bloco.

Ligações externas

[editar | editar código-fonte]