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Kim Jong-il

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
(Redirecionado de Kim Jong-Il)
Secretário-Geral Eterno
Kim Jong-il
김정일
Kim Jong-il
Kim Jong-il em 24 de agosto de 2011.
Líder Supremo da Coreia do Norte
Período 8 de julho de 1994
a 17 de dezembro de 2011
Antecessor(a) Kim Il-sung
Sucessor(a) Kim Jong-un
Dados pessoais
Nome completo Yuri Irsenovich Kim
(registro soviético)
Kim Jong-il
(registro norte-coreano)
Nascimento 16 de fevereiro de 1941
Krai do Litoral, Rússia, União Soviética
Morte 17 de dezembro de 2011 (70 anos)
Pyongyang, Coreia do Norte
Alma mater Universidade Kim Il-sung
Cônjuge Esposa(s)
Hong Il-chon (1966–1969)
Kim Young-shook (1974–2011)
Parceiras
Song Hye-rim (1968–2002)
Ko Yong-hui (1977–2004)
Kim Ok (2004–2011)
Filhos(as) Kim Jong-nam
Kim Sul-song
Kim Jong-chul
Kim Jong-un
Kim Yo-jong
Partido Partido dos Trabalhadores da Coreia
Assinatura Assinatura de Kim Jong-il
Serviço militar
Lealdade Coreia do Norte
Serviço/ramo Exército Popular da Coreia
Anos de serviço 1991–2011
Graduação Taewonsu (Grande Marechal ou Generalíssimo)

Kim Jong-il (em coreano: 김정일; hanja: 金正日; Krai do Litoral, 16 de fevereiro de 1941Pyongyang, 17 de dezembro de 2011), nascido Iuri Irsenovitch Kim (em russo: Юрий Ирсенович Ким), foi um chefe de Estado que, de 1994 a 2011, exerceu as funções de Líder Supremo da República Popular Democrática da Coreia e de Presidente da Comissão de Defesa Nacional da Coreia do Norte e Secretário-Geral do Partido dos Trabalhadores da Coreia — cargos máximos em âmbito militar e político da nação coreana. Kim Jong-il herdou do pai, Kim Il-Sung, o controle do governo norte-coreano, mantendo sua face autoritária e a centralização do poder. Kim Jong-il manteve a ideologia oficial juche, de completa autossuficiência nacional, e um regime comunista totalitário. Enfrentou sanções econômicas internacionais, carestia dentre seu povo e deterioração da qualidade de vida da população, mas se manteve no poder por meio repressão e um extenso culto à personalidade.[1][2][3]

Kim Jong-il e o Presidente da Rússia, Dmitri Medvedev, em 2011.

A maioria dos historiadores de fora da Coreia do Norte acredita que Kim nasceu em 1941, na República Socialista Soviética da Rússia com o nome de Iuri Irsenovitch Kim, provavelmente na vila de Viatskoe, no sul de Krai de Khabarovsk ou no campo Voroshilov, próximo de Nikolsk, no Krai do Litoral,[4] filho de Kim Il-sung, na época um líder de guerrilha contra a ocupação japonesa, e Kim Jong-suk, uma ativista e também guerrilheira.[5][6]

Por outro lado, historiadores norte-coreanos afirmam que Kim nasceu, em 1942, na Montanha Baekdu.[5][7] Em setembro de 1948, seu pai, Kim Il-sung, foi empossado como líder supremo da Coreia do Norte pelo governo da União Soviética. Na sua infância, foi educado na Escola Revolucionária Mangyongdae e depois se formou na Universidade Kim Il-sung. Há fontes que afirmam que, em 1973, recebeu educação, por um ano, em inglês na Ilha de Malta.[5][8][9]

Em 1974, seu pai e ditador do país, Kim Il-sung, o apontou formalmente como seu sucessor. Em 1980, após alguns trabalhos burocráticos de governo e em embaixadas pela Europa, Kim Jong-il assumiu o controle do partido no 6ª Congresso do PTC. Dois anos depois, foi tornado público seu apontamento como herdeiro aparente do cargo de Líder Supremo.

Em 8 de julho de 1994, Kim Il-sung faleceu e Kim Jong-il passou a ocupar a posição de comandante-em-chefe da Coreia do Norte.[5]

Kim Jong-il era oficialmente designado "Líder Supremo" (e também chamado "Querido Líder", "Comandante Supremo" e "Nosso Pai"), e a referência à sua figura estava presente em quase todas as esferas da vida cotidiana norte-coreana, promovida por um ferrenho culto à personalidade que não admitia oposição. Por esse motivo, Kim Jong-il era reconhecido por muitos estrangeiros como o chefe de estado mais totalitário do planeta.[10]

De acordo com o desertor Hwang Jang-yop, o sistema de governo norte-coreano tornou-se ainda mais centralizado e autocrático depois que Kim Jong-il sucedeu o seu pai. Ele afirmava que, embora Kim Il-sung exigisse lealdade de seus ministros, frequentemente buscava seus conselhos durante a tomada de decisões. Por outro lado, Kim Jong-il exigia obediência absoluta e concordância de seus ministros e funcionários do partido sem ouvi-los, além disso, via qualquer pequeno desvio de seu pensamento como um sinal de deslealdade. Kim Jong-il dirigia pessoalmente até mesmo os menores detalhes dos assuntos de estado, como o tamanho das casas para os secretários do partido e a entrega de presentes aos seus subordinados.[11]

Durante o governo de Kim Jong-il, a Coreia do Norte sofreu com retrações e instabilidade econômica, geradas pelas sanções internacionais, má gestão e corrupção. Fome se tornou um problema crônico e os índices de pobreza, que já eram altos, alcançaram novos patamares. Assim como no governo do seu pai, a situação de direitos humanos era precária e Kim não tolerava oposição ao seu regime, caçando dissidentes dentro e fora dos territórios nacionais, com expurgos no partido e exército sendo comuns. Kim ficava pessoalmente envolvido no engajamento de terrorismo de Estado por parte do seu governo e continuou e fortaleceu a política de Songun ("exército primeiro"), que destinava como prioridade boa parte dos já poucos recursos do país para as forças armadas, em detrimento de outros setores.[12][13][14]

O governo de Kim fez algumas tentativas de reforma econômica para tentar sanar a difícil situação que a Coreia do Norte passava, incluindo, em 2003, a abertura da Região Industrial de Kaesong. Boa parte dessas reformas não trouxeram resultados, e o país continuou empobrecido e atrasado, além de ser reconhecido como um pária internacional, isolado e jogado no ostracismo. Ainda assim, o regime conseguia se segurar financeiramente, principalmente pela corrupção e pelo pequeno, porém vital, apoio vindo da China e da Rússia.[15][16]

Para tentar proteger seu país e seu governo, Kim Jong-il deu ênfase ao programa nuclear norte-coreano, o que levou a mais sanções econômicas, isolamento e ameaças das potências estrangeiras. Segundo analistas em política internacional, o programa de armas nucleares de Kim tinha como objetivo reassegurar a posição da Coreia do Norte na mesa de negociações numa possível negociação de reunificação das Coreias, enquanto também lhe dava um meio para extorquir dinheiro e ajuda humanitária dos países vizinhos.[17]

No dia 2 de junho de 2009, noticiou-se que o líder da Coreia do Norte nomeara seu filho mais novo, o general Kim Jong-un, para lhe suceder, o que manteria um regime de sucessão hereditária. Os dois, a partir de 2011, passaram a ser vistos juntos em eventos de governo e paradas militares.[18]

A saúde de Kim Jong-il estaria deteriorada desde 2008. Ele teria sido diagnosticado, em 2003, com diabetes e com outros problemas, especialmente neurológicos. Em agosto de 2008, teria colapsado por conta de uma hemorragia intracerebral.[19] Isso o forçou a cortar suas aparições públicas ao mínimo possível. Em 2010, foi reportado que ele sofria de epilepsia.[20]

A morte de Kim Jong-il foi anunciada publicamente pela imprensa estatal da Coreia do Norte em 19 de dezembro de 2011. Teria ocorrido em 17 de dezembro. Fontes oficiais atribuíram o falecimento à "fadiga" do Líder Supremo e à "dedicação de sua vida ao povo". A agência de notícias sul-coreana Yonhap, com base em informações obtidas na Coreia do Norte, divulgou que Kim Jong-il morrera de ataque cardíaco durante uma viagem.[21] Kim Jong-il havia sofrido uma apoplexia em 2008.

O filho mais novo do estadista, o general Kim Jong-un, com 29 anos de idade, foi designado seu sucessor.[22] Um de seus primeiros eventos públicos foi o funeral de seu pai.[23]

Do sexo masculino
Do sexo feminino
  • Kim Sol-song, filha de Kim Young-sook, nascida em 30 de dezembro de 1974; e
  • Kim Yo-jong, nascida em 26 de setembro de 1987;
Referências
  1. Scobell, Andrew. (2006). Kim Jong Il and North Korea : the leader and the system. [S.l.]: Strategic Studies Institute. OCLC 66049956. Consultado em 26 de junho de 2020. Cópia arquivada em 4 de outubro de 2020 
  2. McEachern, Patrick (2010). Inside the red box : North Korea's post-totalitarian politics. [S.l.]: Columbia University Press. ISBN 978-0231153225. OCLC 747083533. Consultado em 26 de junho de 2020. Cópia arquivada em 4 de outubro de 2020 
  3. Im, Chae-ch'on (2011). Kim Jong Il's leadership of North Korea. [S.l.]: Routledge. ISBN 978-1134017119. OCLC 1100459946. Consultado em 26 de junho de 2020. Cópia arquivada em 4 de outubro de 2020 
  4. Christopher Richardson (2017), «Hagiography of the Kims and the childhood of saints», in: Adam Cathcart; Robert Winstanley-Chesters; Christopher K. Green, Change and Continuity in North Korean Politics, ISBN 978-1134811045, London / New York: Routledge, p. 121 
  5. a b c d «Profile: Kim Jong-il». BBC News. 16 de janeiro de 2009. Consultado em 2 de março de 2021 
  6. Byoung-sun, Chung (22 de agosto de 2002). «Sergeyevna Remembers Kim Jong Il». NK Chosun (em inglês). Arquivado do original em 11 de março de 2007 
  7. Kim Jong Il: Brief History. Pyongyang: Foreign Languages Publishing House. 1998. p. 1 
  8. The Dear Leader’s secret stay in Malta, em inglês, acesso em 21/09/2021.
  9. Kim Jong Il’s unlikely Maltese mentor & a secret military agreement, em inglês, acesso em 21/09/2021.
  10. Patrick McEachern. Inside the Red Box: North Korea's Post-totalitarian Politics. [S.l.]: JSTOR.org. pp. 18–50. Consultado em 29 de dezembro de 2022 
  11. Hwang Jang-yop Speaks, em inglês, acesso em 21 de setembro de2021.
  12. Homer T. Hodge.«North Korea's Military Strategy». Consultado em 5 de julho de 2012. Cópia arquivada em 9 de junho de 2007  , Parameters, U.S. Army War College Quarterly, 2003.
  13. Haggard; Nolan; Sen (2009). Famine in North Korea: Markets, Aid, and Reform. [S.l.: s.n.] p. 209. ISBN 978-0231140010. This tragedy was the result of a misguided strategy of self-reliance that only served to increase the country's vulnerability to both economic and natural shocks ... The state's culpability in this vast misery elevates the North Korean famine to a crime against humanity 
  14. «North Korea: A terrible truth». The Economist. 17 de abril de 1997. Consultado em 24 de setembro de 2011. Cópia arquivada em 11 de outubro de 2011 
  15. Kleiner, Jürgen (2001). Korea, a Century of Change. River Edge: World Scientific. ISBN 978-981-279-995-1.
  16. McGivering, Jill. «N Korea constitution bolsters Kim». BBC News. Consultado em 7 de maio de 2010 
  17. "Atoms for Pyongyang", Foreign Affairs, 14 de junho de 2017.
  18. Laurence, Jeremy (9 de setembro de 2011). «North Korea military parade shows leader's succession on course». Reuters. Consultado em 19 de abril de 2013 
  19. "N Korea's Kim died in 2003; replaced by lookalike, says Waseda professor", Japan Today, 24 de agosto de 2008.
  20. Hutchison, Peter. «WikiLeaks: US referred to Ahmadinejad as 'Hitler'». The Daily Telegraph. Londres. Consultado em 30 de dezembro de 2010 
  21. «North Korean leader Kim Jong Il dead after heart attack, state media reports - CNN.com». CNN. Consultado em 24 de novembro de 2015 
  22. «Morre, aos 69 anos, o ditador norte-coreano Kim Jong-Il - Notícias - Internacional». noticias.uol.com.br. Consultado em 24 de novembro de 2015 
  23. «Coreia do Norte dá início a funeral suntuoso de Kim Jong-il - BBC - UOL Notícias». noticias.uol.com.br. Consultado em 24 de novembro de 2015 

Ligações externas

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